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Introdução

O presente trabalho visa abordar um tema bastante amplo e subjetivo, por isso de difícil
conceituação, já que quando abordamos a sonegação fiscal e a Ética, abrangemos ainda a
Moral, falamos de valores que podem se modificar de indivíduo para indivíduo.
Há quem diga que atravessamos a pior crise de todos os tempos, nos setores financeiro,
econômico, político e jurídico. Mas a maior de todas as crises que assombra a humanidade é a
crise moral.
Essa crise atingiu também o setor tributário, é a sonegação fiscal. Não se pode ter uma visão
hipócrita e dizer que a sonegação só existe para grandes empresários, ou que sonegam apenas
as pessoas menos instruídas, sem conhecimento acerca da importância de contribuir. Esse
problema está em toda a sociedade, surgindo a partir de grandes empresários indo até o menor
dos consumidores.
Porque os contribuintes sonegam, ou seja, deixam de pagar seus tributos em conformidade
com a lei?
A administração cria suas estratégias para coagir tal conduta através da fiscalização, aplicando
multas e até punições mais graves.
A partir dessa leitura, será possível observar que somente isso não basta, pois falta aos
governantes uma política voltada para uma maior conscientização dos cidadãos.

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2- Ética e Moral

Ética é a ciência do comportamento dos homens em sociedade e seu objeto é a MORAL. É


passada de geração em geração, modificando-se de acordo com o contexto social e cultural,
variando também, no núcleo de cada família ou comunidade, por ser o primeiro contato do
indivíduo com princípios e valores que devem ser preservados.
Moral é um dos aspectos do comportamento humano. A expressão deriva da palavra romana
mores, com o sentido de costumes, conjunto de normas adquiridas pelo hábito reiterado de
sua prática.
A violência, o egoísmo e a indiferença pela sorte do semelhante são resultados da perda de
valores morais. De nada vale reconhecer o princípio da dignidade da pessoa humana, se a
conduta dos indivíduos por ela não se pautar.
Segundo José Renato Nalini em seu livro Ética Geral e Profissional:

“ Se viu recomposto o referencial de valores básicos de orientação do


comportamento, será viável a formulação de um futuro mais promissor para a
humanidade ainda envolvida no drama da insuperação das angustias primária. Esse é
o papel da ÉTICA no limiar do terceiro milênio.”

No direito Tributário, a moral, ou a falta desta, é observada de duas maneiras:


De um lado o administrador que se apropriam do dinheiro público fazendo uso deste para
atender interesses próprios, sem pensar na educação, na saúde e no desenvolvimento dos
governados, que dependem da correta aplicação desse dinheiro.

Os contribuintes, por sua vez, que na descrença para com seus governantes, dentre outros
motivos, deixam de contribuir corretamente com os cofres públicos, sonegando e
corrompendo o sistema.

3- Evolução histórica do Direito Tributário no Brasil

Antigamente a riqueza gerada pela população era utilizada para a manutenção do reino, mas
primando a pessoa do rei e sua família. Hoje o cidadão contribui para o desenvolvimento de
sua comunidade.

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A origem da tributação no Brasil se deu com a sua colonização por Portugal. Assim, o direito
à época vigente sofreu sérias influências do direito geral português, do direito colonial
especial formado para o Brasil, dos costumes locais, dentre outros. Surge, nesse período, o
"quinto do pau-brasil", considerado o primeiro tributo brasileiro que decorreu da exploração
da árvore nativa – pau-brasil.

No Governo Geral, os tributos foram classificados, quanto à periodicidade, em dois grupos, a


saber, ordinários e extraordinários. Estes decorriam de atividades excepcionais como gastos
com guerras e proteção armada; aqueles com despesas cotidianas, constantes.

Quanto às espécies, os tributos foram divididos em:

- Derramas: independiam dos rendimentos dos contribuintes, ou seja, não eram proporcionais
à renda da população. Na verdade, as derramas não consistiram num novo tributo, mas na
cobrança da diferença em relação ao que deveria ter sido pago e não foi (ex: cobrança do
quinto do ouro em atraso).

- Fintas: proporcionais à renda do contribuinte.

- Contribuições: espécie de designação subsidiária, aquele que não era nem derrama nem
fintas.

A partir da abertura dos portos e assinatura de convênios internacionais surgiram os impostos


de importação e exportação, dando ensejo, não apenas, à arrecadação, como também ao
protecionismo dos produtos internos ou ao incentivo à exportação.

Além disso, destaca-se o chamado imposto de sisa dos bens de raiz, incidente sobre a
transmissão imobiliária por ato inter - vivos – antecessor do ITBI. Ou ainda, os direitos de
10% exigidos sobre os vencimentos dos funcionários da Fazenda e da Justiça, predecessor do
IR.

A constituição de 1891 atribuiu a competência tributária somente a União e Estados. Atrelada


à crise econômica mundial no final da década de 20, eclode a chamada Revolução de 30, onde
se cria, por meio de decreto (DEC. 21.930 de 11 de maio de1932), primeira referência as
contribuições de melhoria, visando reconstruir o país que saía de uma guerra.

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Em 1934, nasce a Constituição Social-Democrata que criou as competências tributárias
MUNICIPAIS, ao lado das receitas federais e estaduais;

Vedou a bitributação, que é a incidência de dois impostos para uma pessoa sob um mesmo
fato, como a competência para tributar era concorrente, em caso de bitributação, deve-se
determinar qual tributo prevalece;

Criou o Imposto de Renda como tributo federal.

O imposto de consumo como tributo federal, o antecessor do IPI.

O imposto sobre vendas e consignações (IVC) para os Estados, antecessor do ICMS (que só
surgiu por completo em 1988).

Imposto de indústrias e profissões (IIP).

A atual Constituição da República Federativa do Brasil de 05.10.1988 dispõe, no seu título


VI, sobre a "Tributação e o Orçamento". Dentro deste título, há uma divisão, a saber:

a) trata dos princípios gerais e das limitações do poder de tributar;

b) discrimina as receitas dos impostos pela União, por Estados e o Distrito Federal e pelos
Municípios;

c) dispõe sobre a repartição das receitas tributárias.

Em 1990 surgiu a Lei 8. 137 que substituiu a Lei 4.729, definindo crimes contra a ordem
tributária e econômica e contra as relações de consumo, ao contrário da lei anterior, agora
além de detenção e multa, quem pratica esses crimes estão sujeitos a pena de reclusão. Tal
rigor demonstra uma maior preocupação do Estado para punir e prevenir atividades que
contrariam o fisco.

Legislações específicas e o próprio Código Tributário Nacional tratam dos chamados ilícitos
tributários, trazendo suas especificidades e conseqüências, mas é importante também citar que
o Código Penal Brasileiro traz os delitos do âmbito tributário, definindo sua tipicidade e
penalidades, a diferenciação é importante a fim de se verificar e apurar a natureza jurídica
infracional do agente ativo da tipicidade, quer tributária, quer criminal, estabelecendo-se esta
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distinção, poder-se-á apurar responsabilidade na órbita do Direito Penal, bem como na do
Direito Tributário, podendo ocorrer a penalização em ambas as esferas.

Viu-se que a origem do processo de arrecadação se deu de forma exploratória e


despreocupada com a condição do contribuinte, também muito voltada para a fiscalização e
punição dos sonegadores.

É necessário que os atuais legisladores tenham maior preocupação com os princípios


constitucionais, visando à captação de recurso sem que isso prejudique o contribuinte.

4- Princípio da moralidade

O Princípio da moralidade no âmbito do Direito administrativo é o mais relevante princípio da


administração, tendo sua estrutura elencada na CF art. 37 contendo 4 (quatro ) princípios,
quais sejam o da legalidade,moralidade, publicidade, impessoalidade, são os que vem a
confirmar o perfil de administrador público.

Um exame mais pormenorizado dos quatro princípios demonstra, que de rigor, todos
terminam por desaguar na moralidade pública.

O princípio da legalidade reveste todo o sistema jurídico do país. O art.5º, inc. I da CF,
elenca, como seu alicerce, a obediência a lei, que nos regimes democráticos, aprovada pelos
representante do povo, garante a ordem, oferta segurança e protege os cidadãos. Sendo que
por outro lado que o administrador público deve ser impessoal, pois está à disposição da
sociedade, não podendo privilegiar amigos, parentes ou interesse em detrimento do bem
servir.

A moralidade é aquela que se vincula não só á obediência estrita da lei que deve ser aplicada,
mas também a preocupação de não gerar problemas de nenhuma espécie ao administrado,
podendo ser responsabilizado o servidor, civilmente nos termos do art. 37 e 1º da lei suprema.
Sendo este princípio aplicado ao Direito Tributário no que tange a atuação do administrador.

Em direito tributário, a responsabilidade tributária define quem é o responsável pelo


pagamento do tributo. Essa responsabilidade pode ter dois sentidos, um amplo e um restrito.
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No sentido amplo, é a submissão de determinada pessoa, contribuinte ou não) ao direito do
fisco de exigir a prestação da obrigação tributária, ou seja, o pagamento de determinado
tributo).

No sentido restrito, é a submissão, em virtude de disposição legal expressa, do sujeito que não
é contribuinte ao direito do Estado de exigir a prestação da obrigação tributária.

No Brasil, a não-obediência do contribuinte a essa responsabilidade pode gerar sanções


graves, que incluem o confisco de seus bens e até prisão.

A responsabilidade pode ser delegada a outrem, quando determinado por lei que terceiro deva
pagar o devido imposto para facilitar a fiscalização. É o que ocorre em caso de morte do
contribuinte, ocasião em que suas obrigações tributárias passarão à responsabilidade de seus
sucessores (herdeiros ou meeiros), ainda menores de idade Nesse caso, a responsabilidade
tributária dos herdeiros limita-se ao quinhão recebido como herança ou meação.

A solidariedade tributária é uma situação que pode surgir na responsabilidade tributária, ela
acontece quando há mais de um sujeito passivo, devedor, de uma mesma obrigação tributária,
cada qual obrigado à parte da dívida, ou à dívida toda

No CTN, a responsabilidade tributária está regulada no Capítulo V (Responsabilidade


Tributária) do Título II (Obrigação Tributária), abrangendo os Art.128 ao 138.

O contribuinte é o sujeito passivo direto da obrigação tributária. Ele tem obrigação direta
pelo pagamento do tributo. Sua capacidade tributária é objetiva, pois decorre da lei, não de
sua vontade. Esta capacidade independe da capacidade civil e comercial do contribuinte. Não
pode haver convenções particulares modificando a definição legal de sujeito passivo.

Assim, o contribuinte é a pessoa física ou jurídica que tem relação direta com o fato gerador.
O sujeito passivo deve cumprir as obrigações principais (pagamento do tributo e da
penalidade pecuniária) e as obrigações acessórias (obrigação de fazer ou não fazer) impostas a
ele.

O responsável é o sujeito passivo indireto da obrigação tributária. Ele não é vinculado


diretamente com o fato gerador, mas por imposição legal, é obrigado a responder pelo tributo.

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Responsável por substituição art. 150, § 7º da Constituição Federal a lei pode atribuir ao
sujeito passivo da obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento do imposto
ou contribuição cujo fato gerador deva ocorrer em etapa posterior.

Podemos exemplificar a a responsabilidade solidária, quando há mais de um sujeito passivo


responsável pela obrigação tributária. A solidariedade nasce da vontade das partes ou decorre
da lei, quando há interesses comuns. A solidariedade não comporta benefício de ordem.

5 – Sonegação fiscal

A sonegação fiscal consiste na utilização de procedimentos que violam diretamente o


regulamento ou a lei fiscal. Caracteriza-se pela ação consciente do contribuinte em violar a lei
tributária, sendo, portanto a sonegação um ato consciente e voluntário, no qual o contribuinte
busca abster-se do tributo devido.

As leis 4.729/65 e 8.137/90 definem os crimes contra a ordem tributária. Em seu art. 1º, a lei
8.137/90 define os meios e condutas caracterizadores da sonegação fiscal:

Art. 1o. Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição
social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:

I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;

II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo


operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;

III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro
documento relativo à operação tributável;

IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber
falso ou inexato;

V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento


equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada,
ou fornecê-la em desacordo com a legislação.

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Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10


(dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade
da matéria ou da dificuldade quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a infração
prevista no inciso V.

Art. 2° Constitui crime da mesma natureza:

I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar
outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo;

II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social,


descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher
aos cofres públicos;

III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer


percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como
incentivo fiscal;

IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou


parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento;

V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito


passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei,
fornecida à Fazenda Pública.

Também constituem-se crimes os atos praticados por funcionários públicos, no exercício de


função ou cargo, pelas condutas definidas no artigo 3 da Lei 8.137/1990:

Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei n°
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):

I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda
em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando
pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social;

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II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida;
ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou
contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
multa.

III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração


fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4
(quatro) anos, e multa.

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Não se deve afirmar que qualquer não pagamento de imposto é sonegação. Deve-se distinguir
a inadimplência fiscal (falta de pagamento) do ato de sonegar, que é a intenção deliberada de
fraudar a apuração do tributo devido.

Outro ponto a ser destacado é a diferença entre sonegação e elisão fiscal, também chamada de
planejamento tributário. A elisão fiscal constitui instrumento lícito, pelo qual, utilizando-se de
mecanismos legais pode-se reduzir a carga tributária devida, enquanto na sonegação, utiliza-
se de meios ilícitos para o não pagamento de tributo devido.

5 - Principais motivos que levam a sonegação.

Jean Jacques Rousseau, filósofo iluminista, afirmou em sua célebre obra, Do Contrato Social,
que a sociedade funciona como um pacto social, onde os indivíduos, organizados em
sociedade, concedem alguns direitos ao Estado em troca de proteção e organização.

Para que o Estado possa cumprir com seu papel de proteção e organização, bem como
assegurar aos cidadãos direitos adquiridos ao longo da luta do homem por garantias como,
saúde, educação, entre outros, é necessário que haja verba suficiente para o cumprimento de
tais obrigações. A maior parte das verbas arrecadadas pelo Estado provém da arrecadação de
tributos.

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Como visto anteriormente, a sonegação destes tributos trazem fortes impactos na qualidade
dos serviços prestados pelo Estado, afetando não só a qualidade destes, mas, muitas vezes
fazendo com que alguns serviços nem sequer sejam prestados. Mas afinal, quais são os
principais fatores que fomentam a sonegação tributária no Brasil?

Diante do questionamento acima exposto, devemos começar nossa reflexão lembrando a


carga tributária em nosso país. O Brasil possui uma elevada carga tributária, que onera não só
o particular, mas também as pessoas jurídicas.

Diante desta alta carga tributária várias pessoas, sejam elas físicas ou jurídicas, se veêm
compelidas a sonegar impostos, ainda mais quando há brechas na fiscalização.

Outro importante fator é a falta de fiscalização. Falta eficiência nos mecanismos de


fiscalização, o que torna mais fácil o ato de sonegar, porém a Fazenda tem trabalhado em um
processo de melhoria contínua para redução da sonegação. no imposto de renda, por exemplo,
há o cruzamento de dados que está cada vez mais preciso, fazendo com que o contribuinte
pense duas vezes antes de sonegar.

Por fim, é necessário salientar que os tributos sonegados refletem diretamente nos serviços
prestados pelo Estado.

O imposto sonegado retira leitos de hospitais, vagas em escolas, remédios dos postos de saúde
e farmácias populares, efetivo de policiais e outros investimentos na nossa tão fragilizada
segurança pública, dentre outros, o que significa que o que parece a princípio, para alguns
contribuintes uma vantagem, retorna em detrimento de toda a coletividade, inclusive daquele
que sonegou.

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Considerações finais

A Constituição em seu artigo 5º, estabelece direitos e garantias fundamentais aos cidadãos, e
ao mesmo tempo, em seu Art. 145, concede a determinado ente político autorização para
instituir Tributos. Isto porque, para o Estado garantir à sociedade todas as prestações definidas
em lei, faz-se necessário que a sociedade lhe dê condições para tanto.

Compete a cada cidadão contribuir para a manutenção do Estado por ele constituído, a fim de
que este atenda às diversas demandas sociais. Tendo isto em vista, por que tantos cidadãos se
esquivam e resistem em contribuir?

Alguns deduzem esta ocorrência ao excesso de carga tributária. Outros alegam também a
indiferença do Estado quanto ao seu papel de garantidor das prestações básicas pré-
estabelecidas.

Contudo, a sonegação fiscal gera prejuízos enormes ao governo, um impacto na carga


tributária, que reflete diretamente em toda a sociedade.

Os tributos tem caráter pessoal, onde é analisada a capacidade econômica real que cada
cidadão tem para contribuir, isso para que não sejam afetados os direitos fundamentais da
pessoa.

Ocorre que, apesar de termos um país impositivo no tocante aos tributos, não houve a
formação de uma consciência social de sua necessidade. A sanção por si só, limita a visão do
porquê contribuir. É necessária uma exposição mais clara sobre o destino dos tributos
arrecadados, e os direitos a ele inerentes.

É necessária uma conscientização maior da sociedade, que deve contribuir com os tributos, e
conseqüentemente exercer seu direito de fiscalizar e cobrar seus representantes eleitos no uso
e destinação dos tributos pagos. Somente desta maneira teremos uma melhora no emprego dos
recursos estatais, melhores serviços prestados aos cidadão e conseguiremos auferir se a carga
tributária hoje imposta é realmente excessiva ou está aquém ao necessário para nosso país.

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