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RESUMO
O presente artigo objetivou apresentar e demonstrar o movimento da integração do mercado nacional e seus
impactos nas economias macrorregionais brasileiras, medindo a concentração e desconcentração produtiva.
Para a sua elaboração, foi aplicada a metodologia de pesquisa bibliográfica, utilizando-se de publicações que
abordam a temática.
ABSTRACT
This article aimed to present and demonstrate the movement of the integration of the national market and its
impacts on the Brazilian macro-regional economies, measuring the concentration and productive
desconcentration. For its elaboration, the bibliographic research methodology was applied, using publications
that approach the theme.
1. INTRODUÇÃO
Um país industrializado indica que a indústria comanda o ritmo de crescimento da
economia; isso foi possível a partir do século XIX. Nesse período, todos os Países começaram
a se industrializar, sendo marcados pelas chamadas primeira e segunda onda de
industrialização. No entanto, o Brasil, assim como outros países da América Latina, começou
a se industrializar somente no século XX. Todos os países da América latina, na década de 30,
ainda estavam subordinados à produção agro exportadora. Entretanto, no Brasil, a revolução
de 30 foi um choque contra a política e a elite cafeeira no Sudeste. Com efeito, a acumulação
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Graduando em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Maranhão
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Graduando em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Maranhão
de capital cafeeira e a dependência da diversificação de investimentos via café, não dava mais
conta das demandas sociais do País e da indústria. Desta forma, à medida que o país passa a
se recuperar da crise de 29, bem como passar por mudanças políticas e estruturais, vai se
consolidando o processo de intensificação da indústria, formação de um mercado nacional e
integração do território. Em meados do século XX, a instalação de grandes indústrias,
especialmente estrangeira, contribuiu fortemente para a ascensão da industrialização brasileira
e foi possível graças à infraestrutura implantada pelo Estado nacional. Destarte, o objetivo
desse trabalho é verificar, sob a perspectiva do autor Wilson Cano, como ocorreu essa
dinâmica nas regiões brasileiras, até culminar na estruturação industrial total, além das
reverberações que o processo causou nas macrorregiões.
Dessa forma, procuramos demonstrar a disposição das indústrias nas regiões antes do
início da mudança na estrutura produtiva; a ruptura com o sistema econômico insustentável,
bem como as etapas que seguem dentro de cada período histórico, analisando as fases que
ocorrem os impulsos, os quais determinaram o movimento produtivo das indústrias. Além de
verificar a importância e a atuação do Estado nesse processo. Pretendemos, com estes
apontamentos, demonstrar os problemas, as contribuições e os efeitos que surgiram ao longo
desse percurso.
17% 19,9%
15,9%
4,3% 4,4%
Amazonia Nordeste Extremo Sul Rio de Janeiro e Minas Gerais São Paulo
Guanabara
Elaboração própria
Fonte: CANO (2007)
5. A IMPORTÂNCIA DO ESTADO
Com a ruptura, em 1929 e ao longo desse período, o Estado foi gradativamente se
conscientizando dos problemas que a economia nacional estava atravessando. Assim, atuou
diretamente, por meio do financiamento e gasto público, para amenizar os efeitos desse ciclo.
O Sudeste como já experimentava grande crescimento econômico, advindo
principalmente do processo de industrialização, apresentando concentração da renda elevada,
a preocupação agora se voltava às demais regiões do país. Dessa forma, a partir de 1959, o
governo começou a criar agências de fomento, inicialmente, a SUDENE - Superintendência
de Desenvolvimento do Nordeste, em seguida, a SUDAM - Superintendência de
Desenvolvimento da Amazônia, em 1966; em 1967, a SUDECO - Superintendência de
Desenvolvimento do Centro Oeste e a Zona Franca de Manaus. A criação destas Agências
tinha como objetivo atrair investimentos nacionais, internacionais e privados. Inicialmente
cumpriram efetivamente o objetivo, refletindo na desconcentração da economia nacional.
No CTN - Código Tributário Nacional foi introduzidos diversos outros impostos, tais
como o Imposto Sobre Exportações e Importações, Sobre Propriedade Territorial Rural,
Renda e demais Proventos; Imposto Sobre Produtos Industrializados, entre. Já em relação aos
dos Estados, foram introduzidos o ITBI e ISM - Imposto Sobre Circulação de Mercadorias;
no âmbito Municipal, o Imposto Sobre Propriedade Territorial Urbana e o Imposto Sobre
Serviço de Qualquer Natureza.
Em 1970, devido a flexibilização das taxas de câmbio, alta das taxas de juros e a crise
do petróleo, os países de terceiro mundo, em especial o Brasil, intensificaram o
endividamento e o déficit nos balanços de pagamentos. Nas décadas posteriores que
compreende até 1990, essa situação foi agravada devido às políticas neoliberais e as crises
fiscal, financeira e cambial, bem como, pelo processo inflacionário. Apesar disso, é
importante destacar que a intervenção do Estado foi fundamental para o início do processo de
integração, pois, ao passo que instala a infra-estrutura de base, regula as forças do mercado,
planeja e implementa estrategicamente setores de indústria, está fornecendo a base para que
os mercados se unifiquem.