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Geometria

Prof.ª Márcia Vilma Aparecida Depiné Dalpiaz


Prof.º Juliano Bona

2014
Copyright © UNIASSELVI 2014

Elaboração:
Prof.ª Márcia Vilma Aparecida Depiné Dalpiaz
Prof.º Juliano Bona

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

516
D149g Dalpiaz, Márcia Vilma Aparecida Depiné
Geometria/ Márcia Vilma Aparecida Depiné Dalpiaz, Juliano
Bona. Indaial : Uniasselvi, 2014.
249 p. : il

ISBN 978-85-7830-820-9

1. Geometria.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.

Impresso por:
Apresentação
Caro(a) acadêmico(a)!

Segundo Lobachevsky (apud Toledo; TOLEDO, 1997, p. 220), “Não há


nenhum ramo da matemática, por mais abstrato que seja, que não possa vir
a ser aplicado, mais cedo ou mais tarde, aos fenômenos do mundo real”. No
decorrer deste curso de Licenciatura em Matemática, teremos oportunidade
de concordar com ele. Na maioria das vezes, quando falamos em matemática,
a primeira coisa que nos vem à cabeça são os números. Mas a matemática
é muito mais que isso, ela está diretamente ligada à natureza. O próprio
desenvolvimento da vida necessita da Matemática: a divisão exata das células
e o número correto de cromossomos em cada uma delas é que vão determinar
o novo ser, com todas as características de sua espécie. Este é apenas um
exemplo que nos mostra a presença da matemática no mundo real.

Acredito que, de todos os ramos da Matemática, a geometria é campeã


em aplicação no universo, no cotidiano e na natureza. Os antigos gregos já
haviam percebido que a natureza é geométrica, e foi através da observação
da natureza que chegamos ao desenvolvimento geométrico que temos hoje.
Porque no mundo natural encontramos simetria, harmonia, regularidade e
ordem. Encontramos também as mais variadas formas geométricas regulares
e irregulares. No mundo mineral encontramos os sólidos geométricos, as
formas esféricas e as secções cônicas. Basta pararmos um pouco e observar o
mundo ao nosso redor. Tudo isso será facilmente reconhecido.

Existem também estruturas geométricas que não são visíveis a olho


nu, como a dupla hélice de DNA presente no núcleo das células dos seres
vivos, e os padrões irregulares das formas geométricas complexas, como de
um floco de neve, estudadas nas últimas décadas pela geometria fractal.

A geometria é parte deste universo fantástico em que vivemos, e foi


objeto de estudos de Euclides, que nasceu em 330 a.C. e é considerado o primeiro
geômetra, passando por Leonardo da Vinci, que, além de engenheiro, pintor,
escultor, filósofo, músico e poeta, estudou exaustivamente as proporções da
forma humana, que resultou no famoso desenho (Homem Vitruviano) onde
o corpo humano se encontra inserido na forma ideal do círculo e nas perfeitas
proporções do quadrado; e chegando ao matemático alemão Gauss, que
estudou uma geometria não euclidiana.

Caro(a) acadêmico(a), você está sendo convidado(a) a entrar neste


mundo fascinante da Geometria, reconhecer suas formas, analisar sua
importância, descobrir suas aplicações e se familiarizar com ela.

III
Porém, não se esqueça de refletir sempre, discutir com o grupo cada
unidade estudada, analisar alternativas para solucionar situações-problema
e criar caminhos novos para encontrar respostas. A Matemática nos permite
fazer isso.

Profª. Márcia Vilma Aparecida Depiné Dalpiaz


Profº. Juliano Bona

UNI

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades
em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é


o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.
 
Bons estudos!

IV
UNI

Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos


materiais ofertados a você e dinamizar ainda
mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza
materiais que possuem o código QR Code, que
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você está estudando. Para utilizar essa ferramenta,
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facilidade para aprimorar seus estudos!

V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA .................................................... 1

TÓPICO 1 – NOÇÕES PRIMITIVAS E AXIOMAS .......................................................................... 3


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 PONTO, RETA, PLANO E ESPAÇO ................................................................................................. 3
3 SEGMENTO DE RETA ........................................................................................................................ 6
4 SEMIRRETA .......................................................................................................................................... 6
5 SEMIPLANO ......................................................................................................................................... 7
6 AXIOMAS .............................................................................................................................................. 8
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 11
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 12

TÓPICO 2 – POSIÇÕES DE RETAS .................................................................................................... 15


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 15
2 POSIÇÕES RELATIVAS DE DUAS RETAS .................................................................................... 15
2.1 RETAS COPLANARES ................................................................................................................... 15
2.1.1 Critério de paralelismo entre reta e plano .......................................................................... 16
2.1.2 Critério de perpendicularidade entre reta e plano ............................................................ 17
2.1.3 Critério de perpendicularidade entre dois planos . ........................................................... 17
2.2 RETAS REVERSAS .......................................................................................................................... 17
3 SEGMENTOS DE RETA ...................................................................................................................... 17
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 20
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 21

TÓPICO 3 – ÂNGULOS ......................................................................................................................... 23


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 23
2 ÂNGULO ................................................................................................................................................ 23
2.1 ÂNGULOS CONSECUTIVOS ....................................................................................................... 24
2.2 ÂNGULOS CONGRUENTES ........................................................................................................ 25
2.3 ÂNGULOS ADJACENTES ............................................................................................................. 25
3 BISSETRIZ DE UM ÂNGULO ........................................................................................................... 25
4 CLASSIFICAÇÃO DOS ÂNGULOS ................................................................................................ 26
4.1 ÂNGULO RETO .............................................................................................................................. 26
4.2 ÂNGULO AGUDO . ........................................................................................................................ 26
4.3 ÂNGULO OBTUSO . ....................................................................................................................... 27
5 SOMA DE DOIS ÂNGULOS ............................................................................................................. 27
5.1 ÂNGULOS COMPLEMENTARES ................................................................................................ 27
5.2 ÂNGULOS SUPLEMENTARES .................................................................................................... 28
6 ÂNGULOS OPOSTOS PELO VÉRTICE .......................................................................................... 29
7 ÂNGULOS FORMADOS POR DUAS RETAS PARALELAS E UMA
TRANSVERSAL .................................................................................................................................... 29
8 UNIDADES DE MEDIDA DE ÂNGULOS ...................................................................................... 31
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 34
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 35

VII
TÓPICO 4 – PROPORCIONALIDADE ............................................................................................... 37
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 37
2 TALES DE MILETO E OS SEGMENTOS PROPORCIONAIS ................................................... 37
3 TEOREMA DA PROPORCIONALIDADE ...................................................................................... 40
3.1 TEOREMA DE TALES .................................................................................................................... 42
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 48
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 49

TÓPICO 5 – UNIDADES DE MEDIDA .............................................................................................. 53


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 53
2 MEDIDAS DE COMPRIMENTO ...................................................................................................... 53
3 MEDIDAS DE ÁREA ........................................................................................................................... 55
4 MEDIDAS DE VOLUME .................................................................................................................... 56
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 57
RESUMO DO TÓPICO 5 ....................................................................................................................... 71
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 72

UNIDADE 2 – GEOMETRIA PLANA ................................................................................................. 75

TÓPICO 1 – FIGURAS POLIGONAIS ................................................................................................ 77


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 77
2 POLÍGONO ........................................................................................................................................... 78
2.1 ELEMENTOS DE UM POLÍGONO .............................................................................................. 81
2.2 POLÍGONOS REGULARES E CLASSIFICAÇÃO ...................................................................... 82
2.3 DIAGONAL DE UM POLÍGONO ................................................................................................ 84
2.4 SOMA DAS MEDIDAS DOS ÂNGULOS INTERNOS
DE UM POLÍGONO CONVEXO . ................................................................................................. 86
2.5 MEDIDA DO ÂNGULO INTERNO E EXTERNO . .................................................................... 89
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 91
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 92

TÓPICO 2 – TRIÂNGULOS .................................................................................................................. 95


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 95
2 TRIÂNGULOS E SEUS ELEMENTOS ............................................................................................. 97
3 CLASSIFICAÇÃO DOS TRIÂNGULOS ......................................................................................... 98
3.1 QUANTO AOS LADOS .................................................................................................................. 99
3.2 QUANTO AOS ÂNGULOS ........................................................................................................... 100
4 PROPRIEDADES DOS TRIÂNGULOS ........................................................................................... 100
5 PONTOS NOTÁVEIS DO TRIÂNGULO ........................................................................................ 104
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 107
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 108

TÓPICO 3 – SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS ............................................................................. 111


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 111
2 NOÇÃO DE CONGRUÊNCIA E SEMELHANÇA ......................................................................... 111
3 CONGRUÊNCIA ENTRE TRIÂNGULOS ...................................................................................... 115
4 CASOS DE CONGRUÊNCIA DE TRIÂNGULOS ........................................................................ 117
5 SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS ................................................................................................. 124
5.1 TEOREMA FUNDAMENTAL DA SEMELHANÇA .................................................................. 125
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 126
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 127

VIII
TÓPICO 4 – CIRCUNFERÊNCIA E SUPERFÍCIES ESFÉRICAS ................................................... 129
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 129
2 ARCO DE CIRCUNFERÊNCIA E SEMICIRCUNFERÊNCIA ..................................................... 132
3 CÍRCULO ............................................................................................................................................... 133
3.1 SETOR CIRCULAR, SEGMENTO CIRCULAR E SEMICÍRCULO .......................................... 134
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 136
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 137

TÓPICO 5 – ÁREA DE FIGURAS POLIGONAIS ............................................................................. 139


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 139
2 QUADRILÁTEROS E SEUS ELEMENTOS ..................................................................................... 140
2.1 PARALELOGRAMOS ..................................................................................................................... 140
2.1.1 Propriedades dos paralelogramos . ...................................................................................... 142
2.2 TRAPÉZIOS ...................................................................................................................................... 142
3 ÁREAS ..................................................................................................................................................... 143
3.1 QUADRADO .................................................................................................................................... 143
3.2 RETÂNGULO . ................................................................................................................................. 144
3.3 PARALELOGRAMO ....................................................................................................................... 145
3.4 LOSANGO ........................................................................................................................................ 145
3.5 TRAPÉZIO ........................................................................................................................................ 145
3.6 TRIÂNGULO . .................................................................................................................................. 146
3.7 HEXÁGONO REGULAR . .............................................................................................................. 149
3.8 ÁREA DA REGIÃO LIMITADA POR UM POLÍGONO REGULAR ....................................... 149
RESUMO DO TÓPICO 5 ....................................................................................................................... 151
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 153

TÓPICO 6 – ÁREAS DE CÍRCULOS E SETORES ............................................................................ 155


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 155
2 ÁREA DO CÍRCULO ........................................................................................................................... 156
3 ÁREA DO SETOR CIRCULAR .......................................................................................................... 158
4 ÁREA DO SEGMENTO CIRCULAR ................................................................................................ 160
5 ÁREA DA COROA CIRCULAR ........................................................................................................ 160
RESUMO DO TÓPICO 6 ....................................................................................................................... 162
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 163

UNIDADE 3 – GEOMETRIA ESPACIAL ........................................................................................... 165

TÓPICO 1 – RELAÇÕES NO ESPAÇO ............................................................................................... 167


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 167
2 RELAÇÕES ENTRE DUAS RETAS NO ESPAÇO .......................................................................... 167
3 POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE DOIS PLANOS DISTINTOS ................................................. 170
4 DETERMINAÇÃO DE UM PLANO ................................................................................................. 171
5 SÓLIDOS GEOMÉTRICOS ............................................................................................................... 172
6 POLIEDROS .......................................................................................................................................... 173
7 RELAÇÃO DE EULER ......................................................................................................................... 176
8 POLIEDROS DE PLATÃO .................................................................................................................. 178
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 184
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 186

TÓPICO 2 – PRISMAS ........................................................................................................................... 189


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 189
2 PRISMAS ................................................................................................................................................ 190

IX
2.1 CLASSIFICAÇÃO . .......................................................................................................................... 191
2.2 PARALELEPÍPEDO . ....................................................................................................................... 192
2.3 CUBO . ............................................................................................................................................... 193
2.3.1 Área e volume do cubo .......................................................................................................... 195
3 ÁREA DA SUPERFÍCIE DE UM PRISMA ...................................................................................... 197
4 VOLUME DO PRISMA ....................................................................................................................... 201
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 204
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 205

TÓPICO 3 – PIRÂMIDES ....................................................................................................................... 207


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 207
2 PIRÂMIDE ............................................................................................................................................. 208
2.1 CLASSIFICAÇÃO . .......................................................................................................................... 209
2.2 VOLUME DE UMA PIRÂMIDE TRIANGULAR ....................................................................... 210
2.3 VOLUME DE UMA PIRÂMIDE QUALQUER . .......................................................................... 211
3 ÁREA LATERAL E ÁREA TOTAL DA PIRÂMIDE ....................................................................... 212
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 215
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 216

TÓPICO 4 – CILINDRO ......................................................................................................................... 217


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 217
2 ÁREA DA SUPERFÍCIE DE UM CILINDRO RETO ..................................................................... 218
3 VOLUME DO CILINDRO .................................................................................................................. 219
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 223
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 224

TÓPICO 5 – CONE .................................................................................................................................. 227


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 227
2 SECÇÃO MERIDIANA ....................................................................................................................... 228
3 ÁREA DA SUPERFÍCIE DE UM CONE RETO ............................................................................... 229
4 VOLUME DO CONE ........................................................................................................................... 231
RESUMO DO TÓPICO 5 ....................................................................................................................... 234
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 235

TÓPICO 6 – ESFERA ............................................................................................................................... 237


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 237
2 VOLUME DA ESFERA ........................................................................................................................ 239
3 ÁREA DA SUPERFÍCIE DA ESFERA ............................................................................................... 240
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 242
RESUMO DO TÓPICO 6 ....................................................................................................................... 246
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 247

REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 249

X
UNIDADE 1

NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE
GEOMETRIA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:

• desenvolver o pensar geométrico e o raciocínio visual;

• compreender e resolver questões de paralelismo, perpendicularismo, se-


melhança, proporcionalidade e simetria;

• identificar triângulos semelhantes e as relações de proporcionalidade;

• desenvolver a percepção espacial através da imagem, esclarecendo situa-


ções abstratas e facilitando a comunicação da ideia matemática;

• utilizar as noções fundamentais da geometria na elaboração e solução de


problemas contextuais.

PLANO DE ESTUDOS
Essa unidade está organizada em cinco tópicos. Em cada um deles você
encontrará dicas, textos complementares, observações e atividades que lhe
darão uma maior compreensão dos temas a serem abordados.

TÓPICO 1 – NOÇÕES PRIMITIVAS E AXIOMAS

TÓPICO 2 – POSIÇÕES DE RETAS

TÓPICO 3 – ÂNGULOS

TÓPICO 4 – PROPORCIONALIDADE

TÓPICO 5 – UNIDADES DE MEDIDA

1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
NOÇÕES PRIMITIVAS E AXIOMAS

1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico(a)! Vamos começar a fazer nossa caminhada por este mundo
maravilhoso chamado Geometria, esta que é considerada por muitos estudiosos
como uma das áreas clássicas da matemática. Porém, para que possamos entender
melhor o mundo da Geometria, é necessário que iniciemos nossos estudos pelo
que há de mais elementar nesta disciplina, ou seja, suas noções primitivas: ponto,
reta e espaço. A partir daí poderemos compreender as dimensões das formas
geométricas. As noções de dimensão e espaço são relativamente simples, e você não
terá dificuldade de compreendê-las. Na Geometria, estas noções são estabelecidas
por meio de definições que irão alicerçar os conceitos futuros trabalhados nesta
disciplina. Preparado(a) para está aventura? Então vamos nessa, “pé na estrada”.

E
IMPORTANT

A palavra geometria é derivada do grego, com base no radical geo de gé = terra


e métron = medida.

2 PONTO, RETA, PLANO E ESPAÇO


Partimos para nossa viagem de um ponto, passaremos por retas, planos
e sólidos. Estas figuras, como em uma viagem, são notadas no espaço físico. Na
matemática, elas ganham um rigor conceitual específico sustentado às relações
construídas no espaço de abstração matemática. Existe neste ponto uma relação
estrita entre estas figuras no espaço físico e matemático. Deixando o rigor
matemático para depois, vamos imaginar objetos reais que nos dão ideia destas
formas:

• Um pequeno ponto em uma folha de papel nos dá a ideia de ponto geométrico.

• Um fio elétrico esticado de um poste a outro nos dá a ideia de uma parte da reta.

• A capa deste caderno de estudos nos dá a ideia de uma parte do plano.

3
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

• O dado numerado que usamos para jogar nos dá a ideia de cubo.

É claro que podemos representar estas ideias, através de formas, numa


folha de papel, e cada uma delas possui regras matemáticas claras para sua
representação. Neste tópico, veremos como devem ser representadas.

Agora, observe as formas a seguir:

Temos na figura acima um ponto, uma reta, um quadrado e um cubo,


representando, respectivamente, os espaços de zero, de uma, de duas e de três
dimensões. Como vivemos num mundo de três dimensões, todas as formas com
mais dimensões fogem à nossa percepção.

Um ponto não tem dimensão. Podemos imaginar que ao posicionar um


objeto sobre um ponto não teríamos como movimentá-lo sem que este não saia dos
limites deste ponto. Ou seja, um local sem possibilidade de locomoção dimensional.

Uma reta tem apenas uma dimensão. Podemos dar o nome de comprimento
à medida do segmento (parte, pedaço) de reta. Um segmento de reta é parte de
uma reta, e pode ser medido, pois é finito. Por exemplo, poderia ser medido em
cm.

Um plano tem duas dimensões. Podemos dar o nome de comprimento


e largura aos lados do quadrado que está representando o plano. Neste caso, o
quadrado é parte de um plano, e poderia ser medido, porque é finito e tem área.
Por exemplo, poderia ser medido em cm2.

Um espaço como este em que vivemos tem três dimensões. Podemos dar
o nome de comprimento, largura e altura às dimensões do cubo representado na
figura acima. Ele é parte de um espaço infinito, que pode ser medido. Por exemplo,
poderia ser medido em cm3. Ele se assemelha muito aos objetos de nosso mundo
físico.

4
TÓPICO 1 | NOÇÕES PRIMITIVAS E AXIOMAS

E
IMPORTANT

Um ponto pode ser colocado em uma reta, em um plano ou em um espaço


como o nosso.

Uma reta pode ser colocada sobre outra, em um plano ou em nosso espaço tridimensional.

Um plano pode ser colocado sobre outro plano ou em um espaço tridimensional.

Mas não é possível encaixar um objeto em um espaço que tenha um número menor de
dimensões. Assim, uma reta não cabe em um ponto, um cubo não cabe em um plano nem
em uma reta.

A representação destas formas geométricas são:

a) O ponto é indicado por letras maiúsculas.

Exemplos:
A B
Ponto A Ponto B

b) A reta é indicada por letras minúsculas.

Exemplos:

r s

Uma reta também pode ser indicada por dois de seus pontos.

Exemplo:

Indicação: AB (lê-se: “reta AB”)

5
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

c) O plano é indicado por letras gregas minúsculas: α (alfa), β (beta), γ


(gama) etc.

Exemplos:

Para as afirmações que usaremos nos próximos itens, teremos como base os
postulados (axiomas) de Euclides, relacionando o ponto, a reta e o plano. No item
6 deste mesmo tópico serão apresentadas os axiomas.

3 SEGMENTO DE RETA
Dados dois pontos distintos, a reunião do conjunto desses dois pontos com
o conjunto dos pontos que estão entre eles é um segmento de reta (“Estar entre” é
uma noção primitiva que obedece aos axiomas).

Indicação: AB (Lê-se: “segmento AB”)

Perceba, acadêmico(a), que os pontos A e B são as extremidades e os pontos


que estão entre A e B são pontos internos do segmento dado. Se os pontos A e B
coincidem (A=B), dizemos que o segmento é nulo.

4 SEMIRRETA
Observe a figura abaixo:

Você pode verificar que em relação ao ponto A, a reta ficou dividida em


duas partes:

6
TÓPICO 1 | NOÇÕES PRIMITIVAS E AXIOMAS

Cada uma dessas partes é chamada semirreta, e o ponto A é chamado


origem das semirretas.

Exemplos de semirretas:

Indicação: AB Indicação: MN Indicação: PQ


(lê-se: “semirreta AB”) (lê-se: “semirreta MN”) (lê-se: “semirreta PQ”)

Dados dois pontos distintos A e B, em uma reta r, conforme representamos


na figura abaixo. A semirreta AC de origem A é o conjunto dos pontos compreendidos
no segmento AB e BC, para os quais B está entre A e C.

O ponto A é a origem da semirreta AC.

Se A estiver entre B e C, a semirreta AB e a semirreta ACsão opostas.

5 SEMIPLANO
Se r ⊂ α (lê-se r está contido em alfa) e r divide o plano α em dois semiplanos.
A reta r é chamada reta origem.

Exemplo:

α1 ∪ α2 = α

7
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

6 AXIOMAS
Neste momento, vale destacar a importância de, ao ensinar Geometria,
contextualizar os conceitos explorados historicamente. Este movimento permite
com que os alunos compreendam que estas relações matemáticas não surgiram no
vazio, na cabeça de um desses gênios da história da ciência. Mas, que compreendam
a série de fatores históricos e sociais que impulsionou o desenvolvimento de várias
áreas do conhecimento. Levando estes aspectos em consideração, vamos à história
de um dos principais autores da Geometria, Euclides.

FIGURA 1 – EUCLIDES

FONTE: Disponível em: <http://www.essaseoutras.xpg.com.br/os-10-matematicos-mais-


importantes-da-historia-lista-completa-veja/>. Acesso em: 22 ago. 2012.

Euclides foi o primeiro grande estudioso da Geometria e sua obra principal,


denominada “Os elementos”, alcançou mais de 1.500 edições. Apesar disso, ainda
hoje, mais de dois mil anos depois, os estudos de Euclides continuam válidos
e são a base da geometria estudada nas escolas. Além disso, podemos observar
aplicações dos teoremas e relações euclidianas em vários campos da ciência como
nas engenharias e áreas tecnológicas em geral.

8
TÓPICO 1 | NOÇÕES PRIMITIVAS E AXIOMAS

Os escritos deste grande matemático grego compõem-se de treze livros ou


capítulos que contêm 465 proposições, 93 problemas e 372 teoremas. Toda esta
obra foi desenvolvida sobre um grupo de definições, quase todas resultantes de
observações experimentais, e em noções comuns (ou axiomas) e postulados.

Euclides sistematizou a geometria através do método dedutivo, que consiste


em aceitar sem demonstração certas proposições a respeito de um sistema, neste
caso, os axiomas, e demonstrar de maneira lógica, a partir dos axiomas, todas as
proposições válidas do sistema, os teoremas.

Isto provocou uma série de discussões entre os matemáticos nos séculos


seguintes. Atualmente ainda há postulados de Euclides, que sáo objetos de estudos
e discussões. Este cenário é que originou o que chamamos hoje de Geometria Não
Euclidiana. Mas isto é assunto para outros estudos.

Seguem alguns axiomas ou postulados relacionados aos elementos


primitivos da geometria:

• Numa reta, bem como fora dela, há infinitos pontos. (Quando falamos em
“infinitos pontos”, significa “quantos pontos quisermos”).

• Num plano há infinitos pontos.

• Por um ponto passam infinitas retas.

• É possível traçar uma reta ligando dois pontos.

• Toda reta que tem dois pontos distintos num plano fica inteiramente contida no
plano.

• Dois pontos distintos determinam uma única reta que os contém.

• Por três pontos não situados na mesma reta (não colineares) passa um e somente
um plano.

• Uma reta de um plano divide-o em dois semiplanos.

• Um plano divide o espaço em duas regiões chamadas semiespaços.

• Dada uma reta r e um ponto exterior P, existe exatamente uma reta que passa
em P e é paralela a r. (O quinto postulado, do livro I, é o mais famoso dos
postulados de Euclides e que tem dado mais dores de cabeça aos matemáticos).

9
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

Para verificarmos os postulados de Euclides, na sequência dos nossos estudos, é


importante definirmos os termos que utilizaremos neste Caderno de Estudos:

• Pontos Coplanares: são pontos que pertencem a um mesmo plano.

• Pontos Colineares: são pontos que pertencem a uma mesma reta.

• Figura: é qualquer conjunto de pontos.

• Figura plana: é a figura que possui todos os seus pontos no mesmo plano.

• Figura espacial: é a figura que possui seus pontos em mais de um plano.

• Geometria plana: é parte da geometria que estuda as formas ou figuras planas.

• Geometria espacial: é parte da geometria que estuda as formas ou figuras


espaciais.

E
IMPORTANT

Para ampliar seu conhecimento sobre os postulados de Euclides, sugerimos a


leitura do livro: REZEBDE, Eliane Quelho Frota; QUEIROZ, Maria Lucia Bontorim de. Geometria
euclidiana plana e construções geométricas. 2. ed. São Paulo: Unicamp, 2008.

10
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você viu que:

• O ponto, a reta e o plano são os elementos básicos da geometria.

• O comprimento: é definido em figuras ou formas que possuem UMA dimensão.

• O comprimento e a largura: são definidos em figuras ou formas que possuem


DUAS dimensões (base e altura).

• O comprimento, largura e altura: são definidos em figuras ou formas que


possuem TRÊS dimensões (comprimento, largura e profundidade).

• Um ponto sobre uma reta determina duas semirretas com origem no ponto.

• Dois pontos sobre uma reta determinam um segmento de reta.

• Considerando dois pontos distintos que chamaremos de A e B, temos:

A reta AB

O segmento AB

A semirreta AB

• Pontos Coplanares: são pontos que pertencem a um mesmo plano.

• Pontos Colineares: são pontos que pertencem a uma mesma reta.

• Figura: é qualquer conjunto de pontos.

• Figura plana: é a figura que possui todos os seus pontos no mesmo plano.

• Figura espacial: é a figura que possui seus pontos em mais de um plano.

• Geometria plana: é parte da geometria que estuda as formas ou figuras planas.

• Geometria espacial: é parte da geometria que estuda as formas ou figuras


espaciais.

11
AUTOATIVIDADE

A fim de melhor assimilar os conceitos estudados propomos a resolução das


autoatividades a seguir:

1 Para saber se você entendeu o assunto estudado neste tópico, faça uma relação
com cinco objetos do seu cotidiano que deem ideia de pontos, retas e planos.

2 Os axiomas ou postulados de Euclides estabelecem relações primitivas entre


os entes geométricos. Acerca dessas relações, analise as sentenças e classifique
V para as verdadeiras e F para as falsas.

( ) Por um ponto passam infinitas retas.


( ) Por quatro pontos, todos distintos, pode passar uma só reta.
( ) Dois pontos distintos determinam uma e só uma reta.
( ) Por três pontos alinhados passam uma única reta.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – V – V – V.
b) ( ) V – V – F – V.
c) ( ) V – V – F – F.
d) ( ) V – F – V – F.

3 Para as sentenças do exercício 2 justifique a condição de serem falsas.

4 Complete as lacunas das sentenças a seguir:

• Quatro pontos distintos podem determinar um ____________.


• Dado três pontos ____________ sempre é possível traçar uma reta que
contenha os três pontos.
• Uma reta está totalmente contida em um plano quanto tem ___________
pontos ___________ deste plano.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) ponto – alinhados – dois – distintos.


b) ( ) plano – quaisquer – três – alinhados.
c) ( ) plano – alinhados – dois – distintos.
d) ( ) ponto – alinhados – três – alinhados.

12
5 Sobre os axiomas de Euclides, analise as sentenças a seguir:

I – Por dois pontos distintos passa uma reta.


II – Três pontos distintos são sempre colineares.
III – Três pontos distintos são sempre coplanares
IV – Quatro pontos distintos podem determinar duas retas.
V – Três pontos coplanares são sempre colineares.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) Somente afirmativa IV está correta.


b) ( ) As afirmativas II e III estão corretas.
c) ( ) As afirmativas I, III e IV estão corretas.
d) ( ) Somente a afirmativa V está correta.

DICAS

Para você conhecer mais sobre a história da Geometria e da Matemática acesse


o site: <http://www.somatematica.com.br/>.

13
14
UNIDADE 1
TÓPICO 2

POSIÇÕES DE RETAS

1 INTRODUÇÃO
Chegamos a mais um estágio de nossa viagem pela geometria. Neste
momento iremos analisar a posição relativa de retas no plano. Ao escutar a palavra
meta, você, acadêmico(a), pode tentar visualizá-las em vários objetos que estão ao
seu redor. Como por exemplo: na fuga que divide dois pisos, na aresta de uma
mesa, ou na superfície lateral de uma folha de caderno. Você pode também pensar
em qualquer reta suporte de uma forma geométrica. Por isso, sugerimos que você
tenha por perto um prisma qualquer (pode ser um cubo de qualquer material),
que manter usado para analisar as diferentes posições de retas que estudaremos a
partir de agora.

2 POSIÇÕES RELATIVAS DE DUAS RETAS

2.1 RETAS COPLANARES


Duas ou mais retas são coplanares quando estão contidas no mesmo plano.

r⊂α

s⊂α r, s, t são coplanares


t⊂α

Duas retas coplanares podem ser:

• Paralelas, quando não têm ponto comum.

Indicação r // s
r∩s=∅

15
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

• Coincidentes, quando têm todos os pontos comuns.

r∩s=rer∩s=s

Indicação: r ≡ s
≡ também é o símbolo da congruência

• Concorrentes, quando têm apenas um ponto comum.

r ∩ s = {P}

Indicação: r × s

• Perpendiculares, quando duas retas concorrentes formam entre si ângulos


retos, dizemos que formam um tipo especial de concorrência e por isso são
chamadas de retas perpendiculares.

Deste modo, duas retas são perpendiculares se, e somente se, são
concorrentes (têm ponto comum) e formam ângulos adjacentes suplementares
congruentes.

Indicação: r ⊥ s.

No plano cartesiano a base de referência são duas retas concorrentes


ortogonais. Você estudará sobre a representação carteiana na disciplina de
Geometria Analítica.

2.1.1 Critério de paralelismo entre reta e plano


Critério1: se uma reta é paralela a uma reta de um plano, é paralela ao
plano.

Critério 2: se um plano contém duas retas concorrentes paralelas a outro


plano, os planos são paralelos.

16
TÓPICO 2 | POSIÇÕES DE RETAS

2.1.2 Critério de perpendicularidade entre reta e plano


Se uma reta é perpendicular a duas retas concorrentes de um plano, é
perpendicular ao plano.

2.1.3 Critério de perpendicularidade entre dois planos


Se um plano contém uma reta perpendicular a outro plano, os dois planos
são perpendiculares.

Uma reta e um plano são perpendiculares, se e somente se, eles têm um


ponto comum e a reta é perpendicular a todas as retas que passam por este ponto
comum.

Indicação: r ⊥ α.

2.2 RETAS REVERSAS


Duas retas são reversas quando não são paralelas nem possuem ponto
comum. Isto significa que não existe um plano que as contenha. Podemos imaginar
uma reta r desenhada no chão de uma sala e uma reta t, não paralela a r, desenhada
no teto da mesma sala.

3 SEGMENTOS DE RETA
Vamos estudar agora como podem ser dois ou mais segmentos de reta.
Iniciamos observando a figura a seguir:

17
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

Como já vimos no Tópico 1, o conjunto formado pelos pontos A e B e por


todos os pontos da reta entre A e B é chamado segmento de reta.

Os pontos A e B são chamados extremos do segmento AB. Os pontos


internos do segmento AB são os pontos que estão entre A e B.

• Segmentos consecutivos

Dois segmentos de reta são consecutivos se, e somente se, uma extremidade
de um deles é também extremidade do outro, ou seja, a extremidade de um coincide
com a extremidade do outro.

Exemplos:

Os segmentos AB e BC das duas figuras acima possuem um extremo


comum, B.

Logo, AB e BC são segmentos consecutivos

• Segmentos colineares

Dois segmentos são colineares se, e somente se, estão numa mesma reta.

Exemplos:

Na figura acima, AB ⊂ r e CD ⊂ r. Logo AB e CD são segmentos colineares.

Os segmentos AB e BC, da figura acima, são segmentos colineares. Observe


que, nesse caso, os segmentos são também consecutivos. Dizemos então que AB e
BC são segmentos colineares e adjacentes.

18
TÓPICO 2 | POSIÇÕES DE RETAS

UNI

Observe que nem todo segmento colinear é adjacente. E que nem todo
segmento adjacente é colinear.

• Segmentos congruentes

A congruência de segmentos é uma noção primitiva aceita pelos postulados


de Euclides.

a) Todo segmento é congruente a si mesmo: AB ≡ AB.


b) Se AB ≡ CD , então CD ≡ AB .
c) Se AB ≡ CD e CD ≡ EF, então AB ≡ EF . Pela propriedade transitiva.

• Ponto médio de um segmento


AB
Um ponto M é ponto médio de um segmento se, e somente se, M está
entre A e B de tal forma que AM ≡ MB.

Vale lembrar, acadêmico(a), até agora estamos apenas definindo a estética


e a maneira como iremos abordar estas estruturas matemáticas. As relações
geométricas, os cálculos e algebrismos que serão estudados nas próximas
disciplinas estarão baseados na linguagem que estamos definindo.

E
IMPORTANT

Para aprofundar ainda mais esta primeira parte conceitual vale pesquisar no
livro: DOLCE, Osvaldo; POMPEU, José Nicolau. Fundamentos de matemática elementar:
geometria espacial. 6. ed. São Paulo: Atual, 2005.

19
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você viu que:

• Duas retas coplanares podem ser paralelas, concorrentes ou coincidentes.

• Quando duas retas concorrentes formam entre si ângulos retos, são chamadas
perpendiculares.

• Se duas retas não estiverem no mesmo plano são chamadas reversas.

• Dois segmentos de reta são consecutivos se, e somente se, uma extremidade de
um deles é também extremidade do outro.

• Dois segmentos de reta são colineares se, e somente se, estão numa mesma reta.

• Dois segmentos consecutivos e colineares são adjacentes se, e somente se,


possuem em comum apenas uma extremidade, isto é, não possuem pontos internos
comuns.

• A congruência de segmentos é uma noção primitiva aceita pelos postulados de


Euclides.
a) Todo segmento é congruente a si mesmo: AB ≡ AB.
b) Se AB ≡ CD , então CD ≡ AB .
c) Se AB ≡ CD e CD ≡ EF, então AB ≡ EF . Pela propriedade transitiva.

• Um ponto M é ponto médio de um segmento AB se, e somente se, M está entre


A e B de tal forma que AM ≡ MB .

20
AUTOATIVIDADE

1 Objetos com formato de prisma, como as embalagens de pizza, nos permitem


verificar os conceitos de posições de retas estudados neste tópico. Assim,
vamos observar a imagem com o olhar de geômetra, traçando retas suportes
aos segmentos que definem os lados da embalagem, e responder aos
questionamentos.

a) As retas AB e CD estão em que posição relativa? Explique.


b) As retas DE e AH são coplanares e paralelas? Por quê?
c) Identifique três exemplos de retas reversas.
d) Identifique três exemplos de retas perpendiculares.
e) Há exemplos de retas coincidentes? Justifique.

2 Segmentos de reta é a reunião de todos os pontos compreendidos entre


dois pontos distintos. Partindo da definição de segmento de reta, analise
as afirmações a seguir, e classifique V para verdadeiras e F para falsas.

a) ( ) Se dois segmentos são consecutivos, então eles são colineares.

b) ( ) Se dois segmentos são colineares, então eles são consecutivos.

c) ( ) Se dois segmentos são adjacentes, então eles são colineares.

d) ( ) Se dois segmentos são colineares, então eles são adjacentes.

e) ( ) Se dois segmentos são adjacentes, então eles são consecutivos.

f) ( ) Se dois segmentos são consecutivos, então eles são adjacentes.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – V – V – F – F.
b) ( ) F – F – F – F – V – V.
c) ( ) V – F – V – F – V – V.
d) ( ) V – F – V – V – V – F.

21
3 Explique por que toda reta perpendicular é concorrente mas, nem toda reta
concorrente é perpendicular.

4 Nossa viagem pela geometria já vai continuar. Agora vamos refletir um


pouco sobre os conceitos aprendidos até aqui. Para fazer esta síntese o
convidamos a escrever um pequeno texto exemplificando as diferentes
maneiras que podemos visualizar estas estruturas geométricas no cotidiano.
Vamos começar e você continua.

Segmento de reta: parte de uma corda compreendida entre duas pessoas que
estão disputando um cabo de guerra...

22
UNIDADE 1
TÓPICO 3

ÂNGULOS

1 INTRODUÇÃO
Há inúmeras aplicações dos estudos sobre ângulos em várias áreas
científicas. Na área tecnológica, na construção civil, e muitos outros campos de
pesquisa, é possível observar sua aplicabilidade principalmente para fazer medidas
de arco. Estas e outras análises serão feitas ao longo desse tópico.

Ao observar um canto qualquer da parede da sala onde você está


acompanhe a linha do rodapé até o canto de observação você pode considerar a
linha do rodapé como um segmento de reta. Este segmento se encontra no canto,
com outro segmento de reta que desce pela parede lateral. Os dois segmentos de
reta, ou as duas retas-suporte concorrem neste ponto, formando um ângulo de
90º. O canto da parede onde as duas retas se encontraram, formando o ângulo,
chamaremos de vértice.

Vamos continuar nossa viagem por mais um ponto muito importante da


geometria.

2 ÂNGULO
A figura formada por duas semirretas de mesma origem chama-se ângulo.

Na figura acima, o ponto O é denominado vértice do ângulo, e as


semirretas OA e OB são chamadas de lados do ângulo.

23
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

Indicamos o ângulo AOB escrevendo: AÔB (lê-se “ângulo AOB”).

• ângulo raso ou de meia volta

A figura formada por duas semirretas opostas chama-se ângulo raso ou de


meia volta.

m(AÔB) = 180º
Na figura acima OA e OB são semirretas opostas. Então AÔB é um ângulo
raso.

A figura formada por duas semirretas coincidentes pode ser:

• Ângulo de uma volta


• Ângulo nulo

m(AÔB) = 0o m(AÔB) = 360o

2.1 ÂNGULOS CONSECUTIVOS


Dois ângulos são consecutivos quando possuem um vértice e um lado
comuns.

• AÔB e AÔC são consecutivos porque o vértice O


e o lado OA são comuns.
• BÔC e AÔC são consecutivos porque o vértice O
e o lado OC são comuns.

Na figura acima os ângulos AÔB e AÔC são consecutivos, sendo a


semirreta OA o lado comum. Mas, poderíamos dizer também que AÔB e BÔC
são consecutivos, tendo a semirreta OB como lado comum. Ou ainda, AÔC e BÔC
consecutivos, tendo a semirreta OC como lado comum.

24
TÓPICO 3 | ÂNGULOS

2.2 ÂNGULOS CONGRUENTES


Dois ângulos são congruentes quando têm a mesma medida.

m(AÔB) = 50º m(AÔC) = 50º

Os ângulos AÔB e AÔC têm a mesma medida (50º).

Dizemos então que AÔB e AÔC são ângulos congruentes e escrevemos:

AÔB ≡ AÔC (lê-se: “ângulo AOB é congruente ao ângulo AÔC”)

2.3 ÂNGULOS ADJACENTES


Dois ângulos são adjacentes quando possuem um vértice e um lado comum
e não possuem ponto interno comum.

Observe a figura:

• AÔB e BÔC são consecutivos porque o


vértice O e o lado OB são comuns. E são
adjacentes porque não possuem ponto
interno comum.

3 BISSETRIZ DE UM ÂNGULO
A bissetriz é um dos tipos de relações geométricas muito utilizada na
geometria.

25
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

Vamos ao conceito: bissetriz de um ângulo é uma semirreta interna


ao ângulo, com origem no vértice do ângulo e que o divide em dois ângulos
congruentes.

Ângulos opostos pelo vértice são iguais.

4 CLASSIFICAÇÃO DOS ÂNGULOS


De acordo com suas medidas, os ângulos recebem nomes especiais. Vamos
estudá-los.

4.1 ÂNGULO RETO


É aquele que tem por medida 90º.

Exemplo:
O sinal indica que o ângulo é reto.

Você pode fazer o exercício de observar ao seu redor objetos e coisas que
formam entre si um ângulo reto. Por exemplo, as paredes de sua casa, o pé da mesa
com o chão entre outros.

4.2 ÂNGULO AGUDO


É aquele cuja medida é menor que 90º, ou menor que um ângulo reto.

Exemplos:

26
TÓPICO 3 | ÂNGULOS

Em algumas situações a palavra que tem um significado no contexto


matemático é levada para outras áreas para cumprir uma determinada função.
Por exemplo: o acento agudo é chamado dessa forma porque forma um ângulo
menor que 90 graus com a parte superior da letra. Comece a observar como
algumas palavras conceituadas matematicamente aparecem em outras áreas do
conhecimento.

4.3 ÂNGULO OBTUSO


É aquele cuja medida é maior que 90º (ângulo reto) e menor que 180º.

Exemplos:

Este ângulo lembra na prática uma rampa que pode ser pensada para várias
finalidades. Perceba que os ângulos estão em quase todas as situações práticas.
Para observá-los basta um “olho treinado”.

5 SOMA DE DOIS ÂNGULOS

5.1 ÂNGULOS COMPLEMENTARES


Dois ângulos que têm a soma de suas medidas igual a 90º são chamados
ângulos complementares.
27
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

^ ^
Veja que os ângulos COD e FPE são complementares, pois,
^ ^
m(COD)+m(FPE) = 90º.

Se dois ângulos, além de complementares, são também adjacentes, serão


chamados ângulos adjacentes complementares.

Os ângulos AÔB e BÔC são adjacentes complementares.

5.2 ÂNGULOS SUPLEMENTARES


Dois ângulos que têm a soma de suas medidas igual a 180º são chamados
ângulos suplementares.

^ ^ ^ ^
Os ângulos AOB e MPQ são suplementares, pois m(AOB) + m(MPQ) =
180º.

Se dois ângulos, além de suplementares, são também adjacentes, eles se


denominam ângulos adjacentes suplementares.

28
TÓPICO 3 | ÂNGULOS

Os ângulos AÔB e BÔC são adjacentes suplementares.

Exemplos:

• A medida do complemento de um ângulo de 35º é 55º pois, 90º – 35º = 55º.

• A medida do suplemento de um ângulo de 35º é 145º pois, 180 – 35º = 145º.

Generalizando:

• A medida do complemento de um ângulo que mede x é 90º – x.

• A medida do suplemento de um ângulo que mede y é 180º – y.

6 ÂNGULOS OPOSTOS PELO VÉRTICE


Dois ângulos são opostos pelo vértice se, e somente se, os lados de um
deles são as respectivas semirretas opostas aos lados do outro.

7 ÂNGULOS FORMADOS POR DUAS RETAS PARALELAS E


UMA TRANSVERSAL
Duas retas paralelas, r e s, cortadas por uma transversal t, formam oito
ângulos que, dois a dois, recebem nomes especiais, como veremos a seguir.

• Ângulos correspondentes

29
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

Na figura, são correspondentes: 1 e 5


4e8
2e6
3e7

Observe também que os ângulos correspondentes


correspondentes são congruentes, isto é: 1 ≡ 5
4≡8
2≡6
3≡7

Vamos agora estudar detalhadamente cada par de ângulos:

• Ângulos alternos internos

Na figura, são alternos internos: 4 e 6


3e5
Lembre-se de que 4 ≡ 6
3≡5
• Ângulos colaterais internos

Na figura, são colaterais internos: 4 e 5


3e6
Lembre-se de que:

m(3) + m (6) = 180º e

m(4) + m(5) = 180º.

• Ângulos alternos externos

Na figura, são alternos externos: 1 e 7


2e8

Lembre-se de que 1 ≡ 7 assim como


2≡8
• Ângulos colaterais externos

Na figura, são colaterais externos 1 e 8


2e7
Lembre-se de que:

m(2) + m(7) = 180º e

m(1) + m(8) = 180º.

30
TÓPICO 3 | ÂNGULOS

8 UNIDADES DE MEDIDA DE ÂNGULOS


A medida de ângulo é adotada internacionalmente por graus e radianos
(rad). O grau é representado por um número real positivo (Ex. 1º) e tem por
subdivisões minutos e segundos. Um minuto se representa por 1’ e um segundo
por 1’’. Assim, um grau tem sessenta minutos (60’) e cada minuto se divide em
sessenta segundos (60’’).

Exemplo:

Se um ângulo mede 25º, 15 minutos e 6 segundos, escrevemos 25º15’6’’.

O instrumento utilizado para medir ângulos é o transferidor.

FIGURA 2 – TRANSFERIDOR

FONTE: Os autores

Por meio da medida do comprimento da circunferência determina-


se a medida de um radiano. Você aprenderá profundamente na disciplina de
Trigonometria e Números Complexos como se dá a relação de unidade de arco no
ciclo trigonométrico.

Por ora observe a figura e perceba que as unidades de grau e de radiano


estão localizadas no mesmo local.

31
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

FIGURA 3 – CICLO TRIGONOMÉTRICO

FONTE: Disponível em: <http://bevilaqua.wordpress.com/files/2008/03/circtri3.jpg>.


Acesso em: 30 ago. 2012.

Para conversão de radianos para graus ou de graus para radianos basta


montar uma regra de três utilizando uma das relações de equivalência.

Exemplo:

Converter 20 graus em radianos utilizando a relação usual.

Você percebeu, que ao longo desse tópico estamos definindo os tipos de


ângulos. Nesse momento é importante notar a linguagem utilizada para descrever
os diferentes ângulos e suas representações geométricas. Esta ponte é fundamental
para que possamos prosseguir em nossos estudos.

32
TÓPICO 3 | ÂNGULOS

E
IMPORTANT

Qualquer uma das relações pode ser utilizada para conversão. Usualmente
utilizamos 180º = πrad

DICAS

Vamos testar a relação com a equivalência convertendo 20º utilizando 120º =


2π rad.
3

33
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você viu que:

• Ângulo é a reunião de dois segmentos de reta orientados (ou duas semirretas


orientadas) a partir de um ponto comum.

• Ângulos consecutivos: quando possuem uma vértice e um lado comum.

• Ângulos congruentes: quando possuem a mesma medida.

• Ângulos adjacentes: quando possuem vértice e lado comum e não possuem


ponto inteiro comum.

• Bissetriz: é a semirreta com origem no vértice do ânculo que o divide em dois


ângulos congruentes.

• Ângulo reto: que tem medida 90º.

• Ângulo agudo: que tem medida MENOR que 90º.

• Ângulo obtuso: que tem medida MAIOR que 90º e MENOR que 180º.

• Ângulos complementares: quando a soma dos ângulos é IGUAL a 90º.

• Ângulos suplementares: quando a soma dos angulos é IGUAL a 180º.

• Ângulo opostos pelos vértices: quando os lados de um deles é semirreta oposta


aos lados do outro.

• Os ângulos formados por duas retas paralelas cortadas por uma transversal
podem ser: correspondentes, alternos internos, alternos externos, colaterais
internos ou colaterais externos.

• Relação entre as unidades de medida de arco: radianos e graus.

• Um grau tem sessenta minutos (60’) e cada minuto tem sessenta segundos
(60”).

• UA relação usual para converter graus em radianos e vice e versa é 180º = πrad

34
AUTOATIVIDADE

Vamos aprofundar os conhecimentos deste tópico. Lembre-se que geometria é


o estudo das formas! Então procure desenhar as representações ao resolver as
autoatividades.

1 Classifique cada afirmação a seguir em V para verdadeira ou F para falsa, de


acordo com os estudos realizados neste tópico:
( ) Dois ângulos adjacentes são opostos pelo vértice.
( ) Dois ângulos opostos pelo vértice são consecutivos.
( ) Dois ângulos suplementares podem ser dois ângulos retos.
( ) Dois ângulos adjacentes são complementares.

Agora assinale a alternativa correta:


a) ( ) V - V - F - F.
b) ( ) F - F - V - F.
c) ( ) F - V - F - V.
d) ( ) F - V - V - F.

2 Se um ângulo mede 35º, então seu complemento mede:


a) 65º
b) 145º
c) 45º
d) 55º

3 Escreva uma equação em cada situação para determinar as medidas dos


ângulos:

a) A medida do ângulo que vale o dobro do seu complemento.


b) A medida do ângulo igual ao triplo do seu complemento.
c) A medida do ângulo, sabendo que um quarto do seu suplemento vale 36º.
d) A medida do ângulo que somado ao triplo do seu complemento dá 210º.

4 Converta os seguintes ângulos em radianos:

a) 15º

b) 120º

c) 150º
d) 300º

35
5 Agora faça o oposto, transforme os radianos para graus:

a)

b)

c)

d) 3π rad
5

6 Calcule o complementar dos ângulos:

a) 75º
b) 15º
c) 90º

d) 22º32’

7 Calcule o suplemento dos ângulos:


a) 155º45’
b) 120º

c) 175º32’

d) 22º32’

8 Verifique se os ângulos são de fato opostos pelo vértice.

DICAS

Você pode aprofundar os estudos sobre os ângulos no livro: Fundamentos


de Matemática Elementar – Geometria Plana, volume 9, de Osvaldo Dolce e José Nicolau
Pompeo, atual Editora.

36
UNIDADE 1
TÓPICO 4

PROPORCIONALIDADE

1 INTRODUÇÃO
Vamos continuar nossa viagem pela geometria. Supondo que você queira
calcular a altura de um determinado prédio ou igreja, ou que você trabalhe em
uma área que as unidades de medida de altura são importantes: como encontrar
a medida de altura de qualquer objeto sem precisar subir no mesmo? Será que é
possível fazer isso?

Veremos que com alguns conceitos de proporcionalidade poderemos fazer


este tipo de cálculo. Estes conceitos são importantes para vários ramos da ciência
como, por exemplo, na construção civil.

Abordaremos também que estes conceitos foram sendo construindo ao


longo da história e que foi Tales, matemático nascido em Mileto, por volta de 640 a.
C, um dos primeiros grandes pensadores a utilizar princípios de proporcionalidade
para medir a altura das pirâmides do Egito.

2 TALES DE MILETO E OS SEGMENTOS PROPORCIONAIS


Tales era um próspero negociante, engenheiro e astrônomo da antiga Grécia.
Viveu numa época em que os estudiosos se dedicavam a todas as disciplinas, e ele
era um deles. Certa ocasião, quando viajou para o Egito, o Faraó o convidou para
determinar a altura da grande pirâmide.

37
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

FIGURA 4 – TALES DE MILETO

FONTE: Disponível em: <www.portalsaofrancisco.com.br>. Acesso em:


6 set. 2012.

A pirâmide de Quéops, construída por volta de 2500 a.C., é considerada


uma das grandes maravilhas do mundo antigo; sua base é um quadrado cujos
lados medem cerca de 230 metros e sua altura é de 150 metros, aproximadamente.

Dado o desafio Tales ficou por várias horas sentado na areia observando
e estudando a pirâmide, e percebeu que a sombra da pirâmide (assim como
a sombra de qualquer objeto) é proporcional à sua altura. Então, ele fincou seu
cajado verticalmente no solo, no final da sombra projetada pela pirâmide.

Comprimento da sombra
B

E
D
Metade da base

A figura acima nos dá ideia da situação. Assim como a pirâmide, o cajado


também projetou sombra. A altura do cajado e sua sombra podiam ser medidas. A
sombra da pirâmide também podia ser medida. Conhecidas estas três medidas, era
possível encontrar a quarta, que era a altura da pirâmide.

38
TÓPICO 4 | PROPORCIONALIDADE

Se observarmos novamente a figura acima, veremos dois triângulos


retângulos semelhantes: um formado pela pirâmide e sua sombra e outro pelo
cajado de Tales e sua sombra. Podemos representá-los assim:

B E
D

Como os triângulos são semelhantes por terem os ângulos correspondentes


congruentes, Tales estabeleceu a seguinte relação entre os segmentos:

AB
= CD
BD DE

TURO S
ESTUDOS FU

Na Unidade 2 estudaremos a semelhança de triângulos mais detalhadamente.

Então a altura da pirâmide e sua sombra são proporcionais, assim como


a altura do cajado e sua sombra. Desta forma, a razão entre o comprimento da
sombra do cajado e a sombra da pirâmide é a mesma que a razão entre a altura do
cajado e a altura da pirâmide.

Assim, basta saber a medida do cajado e as duas sombras para então


calcular a altura da pirâmide. Não necessitando subir na pirâmide para saber qual
é a medida de sua altura. Desta mesma maneira, nós podemos encontrar a altura
da torre da igreja ou de determinado objeto de que queiramos medir a altura sem
precisar subir nele.

Desta mesma maneira, nós podemos encontrar a altura da torre da igreja


ou de determinado objeto de que queiramos medir a altura sem precisar subir nele.

Que tal repetir a experiência de Tales?

39
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

Use uma vareta qualquer, finque-a verticalmente no solo, meça seu


comprimento, o comprimento da sua sombra e a sombra da torre, no mesmo
instante.

Vamos supor que você usou uma vareta de 30 cm e que neste instante a
sombra por ela projetada é de 15 cm. Sabendo que a medida da torre é 13 m. Qual
será a altura desta torre?

As razões na mesma unidade de medida (cm), que formam a proporção


ficarão assim:

15cm = 30cm
1300cm xcm

Fazendo o produto dos meios igual ao produto dos extremos teremos:

15 ⋅ x = 1300 ⋅ 30
39000
x=
15
x = 2600 cm
Ou 26 m.
Então, concluímos que a altura da torre é 26 m.

3 TEOREMA DA PROPORCIONALIDADE
A partir das áreas dos triângulos vamos verificar algumas propriedades
para definir o importante Teorema da Proporcionalidade.

E
IMPORTANT

Teorema é uma afirmação matemática que precisa ser demonstrada.

Denotamos os vértices de um triângulo ABC e quando nos referimos às


medidas desses lados, as denotamos por AB, BC e CA, respectivamente.

Partiremos da seguinte afirmação: “Em um triângulo ABC qualquer, um segmento


DE, paralelo a BC e com os pontos D e E sobre os lados AB e AC respectivamente.
Determina sobre esses lados segmentos proporcionais, de forma que: AD AE ”.
DB EC
Vamos mostrar que a afirmação acima é verdadeira passo a passo:

40
TÓPICO 4 | PROPORCIONALIDADE

1) Traçamos EF perpendicular ao AB e os segmentos BE e DE.

Você pode observar que os triângulos ADE e ABE têm a mesma altura h,
em relação aos lados AD e DB, respectivamente.

2) Escrevemos a área dos dois triângulos:


AD.h
Área do triângulo ADE =
2
AB.h
Área do triângulo DEB =
2
A razão entre as áreas é:

AD.h
Área do triângulo ADE = 2 AD
=
Área do triângulo DEB AB.h AB
2

3) Voltamos à nossa figura inicial, vamos traçar um segmento DG


perpendicular a AC e o segmento DC.

Os triângulos ADE e ADC têm a mesma altura h´, em relação aos lados AE
e EC, respectivamente.

41
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

4) Como fizemos anteriormente, escrevemos as áreas dos dois triângulos:

Área do triângulo ADE = AE.h’


2
Área do triângulo DEC = AC.h’
2
A razão entre as áreas é:

AE.h’
Área do Triângulo ADE = 2 AE
=
Área do triângulo DEC AC.h’ AC
2

Usualmente tratamos estas relações de proporcionalidade com os dizeres:


“ A está para D assim como A está para B”. De modo analógo para a segunda
relação teremos, A está para E assim como A está para C.

E AD e AE
D
AB AC

B C

No papiro de Rhind, de 1650 a.C. — um dos mais antigos documentos


matemáticos existentes — aparecem, num problema, indícios do conhecimento da
propriedade da proporcionalidade, mas não a sua demonstração.

3.1 TEOREMA DE TALES


O teorema de proporcionalidade está relacionado ao Teorema de Tales, que
tem por enunciado:

“Se duas retas são transversais de um feixe de paralelas, então a razão


entre dois segmentos quaisquer de uma delas é igual à razão entre os respectivos
segmentos correspondentes da outra”.

42
TÓPICO 4 | PROPORCIONALIDADE

Observe na figura, as retas r, s e t, que juntas formam um feixe de retas


paralelas. Todas estão cortadas pelas retas transversais u e m.

A reta u determina com as retas paralelas os segmentos AB e BC e a reta m


determina os segmentos PR e RQ.
PR = AB
Pelo enunciado do Teorema de Tales temos que: .
RQ BC
Para provar isso vamos traçar pelo ponto A uma reta v paralela a m. Ela
determina os pontos G e H nas retas s e t, conforme a figura a seguir:

Temos então a proporcionalidade: AG = AB


GH BC
Porém, como PAGR e RGHQ são paralelogramos podemos afirmar que:
AG = PR e GH = RQ.

Conforme a demonstração vista anteriormente no teorema da


proporcionalidade temos que: PR = AB
RQ BC
Lemos a relação de proporcionalidade como P está para R como R está para
Q e, A está para B assim como B está para C.

Bem, agora que conhecemos toda a parte teórica, vamos ver como podemos
aplicar o teorema de Tales.

Vamos iniciar com a ideia do mapa de um bairro de uma cidade qualquer.

43
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

m m

Observe que na Avenida 2, entre a Rua B e a Rua C, não conhecemos a


distância em metros. Como se trata de um número desconhecido, a princípio
chamaremos esta distância de X.

Como as Ruas A, B e C são paralelas, podemos aplicar o teorema de Tales,


considerando a proporcionalidade dos segmentos determinados pelas paralelas e
pelas transversais avenidas 1 e 2.

Assim: 25 = 30
40 x

Fazendo o produto dos meios e dos extremos teremos:


25x =  40⋅30
25x =  1200

x = 1200
25
x = 48m

Então, a distância desconhecida no mapa é de 48 m.

Caso tenhamos mais de duas retas transversais num feixe de paralelas,


como aplicamos o Teorema de Tales? Vamos ver:

Observe o feixe representado na figura abaixo. As retas a, b e c são paralelas


cortadas pelas transversais r, s e t:

44
TÓPICO 4 | PROPORCIONALIDADE

Pelo teorema de Tales sabemos que: AD = BE e BE = CF


DG EH EH FI

Então, podemos escrever que: AD = BE = CF


DG EH FI

Entre os teoremas em que mais podemos perceber e analisar situações


práticas é o de Tales. Em diversos ramos da ciência podemos observar essa
ferramenta aparecendo como mote analítico. Por este motivo, você pode mostrar
para seus alunos alguns exemplos práticos dessa vertente geométrica. Acreditamos
que este seja um dos caminhos para motivar os alunos a se interessarem mais pela
geometria. Neste sentido, apresentamos dois exemplos que você pode utilizar em
futuras práticas pedagogicas.

Exemplo 1: Ao analisar a planta de uma quadra de um determinado bairro,


o engenheiro constatou a ausência de algumas medidas nas divisas de certos lotes
residenciais. Ele precisa calcular essas medidas do seu próprio escritório, com base
nas informações da planta. A situação está ilustrada na figura:

FIGURA 5 – PLANTA DE UMA QUADRA

y
A
RUA x
28 m

20 m 25 m 40 m

RUA B
FONTE: Os autores

45
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

Com base na planta o engenheiro deve calcular os lados x e y dos lotes. Veja
que as laterais dos lotes 1, 2 e 3 são perpendiculares às ruas A e B. A planta satisfaz
o teorema de Tales, deste modo podemos utilizá-lo.

Exemplo 2: Em um projeto de instalação elétrica de um edifício, conforme


apresentado na figura, você percebe que os dois fios r e s são transversais aos
fios da rede central demonstrados por a, b, c, d. Sabendo disso, vamos calcular o
comprimento dos fios x e y da figura.

FIGURA 6 – PROJETO DE INSTALAÇÃO ELÉTRICA

FONTE: Os autores

46
TÓPICO 4 | PROPORCIONALIDADE

Aplicando o Teorema de Tales, temos: 

15 = 10
6 x

15x = 60

x = 60
15

x = 4cm

Observe que estes dois exemplos podem ser explorados na prática


pedagógica. Sugerimos que organize a construção de maquetes com os demais
para melhor assimilação dos conceitos estudados.

NOTA

Sugestão de leitura: GARCIA, Antônio Carlos de. CASTILHO, João Amarante.


Matemática sem mistério: geometria plana e espacial. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2006.

47
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico você viu que:

• Tales de Mileto calculou a altura da pirâmide de Quéops utilizando os conceitos


de proporcionalidade.

• Dado dois triângulos com altura igual e base proporcional, a razão da área
destes triângulos obdecem uma relação de proporção.

AD = AE
DB EC

• Teorema de Tales: quando um feixe de retas paralelas é cortado por duas


retas transversais, as medidas dos segmentos delimitados pelas transversais são
proporcionais.

PR = AB
RQ BC

48
AUTOATIVIDADE

As atividades a seguir são importantes na fixação do conteúdo que você acabou


de estudar. Não deixe de fazê-las! Exercitando:

1 O esquema a seguir, representa quatro estradas paralelas que são cortadas


por três avenidas transversais. Algumas das distâncias entre os cruzamentos
dessas avenidas e estradas estão indicadas (em km). Complete o esquema
calculado com as distâncias faltantes.

2 Dados quatro números a, b, c e d, dispostos em duas razões, dizemos que


formam uma proporção se o produto dos meios for igual ao produto dos
extremos, assim: a = c Verifique se as relações a seguir definem proporções.
b d

a) 1 = 2
3 4

b) 6 = 3
2 1

c) 3 = 2
1 6

d) 10 = 20
12 24

49
3 As linhas que pautam a folha do caderno são paralelas (conforme figura).
Trace duas retas transversais e com o auxílio de uma régua meça a distância de
uma linha a outra sobre a diagonal (estas medidas podem ser representadas por
a, b, c e d). Agora, com o valor das medidas, calcule a proporcionalidade entre
os segmentos.

Se você quiser pode medir linhas alternadas, não é necessário que as linhas
sejam consecutivas.

4 Calcule a constante de proporcionalidade entre as grandezas x e y indicadas


nas tabelas.

a)

b)

5 Multiplique os meios pelos extremos das proporções, resolva a equação obtida


e assinale a opção que contém o valor do x e da constante de proporcionalidade,
respectivamente.

a)

( ) 3; 0,6 ( ) 2; 1,67 ( ) 3; 0,3 ( ) 1,5 ; 2,85

b)

50
( ) 1,37; 11,62 ( ) 1,28; 9,62 ( ) 1,36; 3,64 ( ) 1,34; 12,9

c)

( ) -2; -0,7 ( ) -1; -1,7 ( ) 2; 0,7 ( ) -2; 1,7

6 O número de Ouro é um número irracional representado pela letra grega φ (fi)


e vale, aproximadamente, 1,618. Segundo vários estudiosos da Beleza Áurea, o
corpo humano tem padrões de beleza onde podemos verificar a secção áurea
que se trata de uma proporcionalidade áurea.

Utilize uma fita métrica e verifique esta relação de proporcionalidade entre


seus colegas.

51
52
UNIDADE 1
TÓPICO 5

UNIDADES DE MEDIDA

1 INTRODUÇÃO
Vamos continuar a nossa caminhada definindo algumas unidades de
medidas utilizadas na geometria do nosso cotidiano. Como por exemplo: o metro,
metro quadrado e metro cúbico.

Certamente, você já percebeu que sempre medimos alguma coisa, utilizamos


alguma grandeza como mensuração e fazemos, por exemplo: comprimento,
tempo de duração de um acontecimento, quantidade de litros de água da piscina,
temperatura, velocidade do carro, peso das pessoas, salário do trabalhador etc.
Então, para medir uma grandeza, precisamos compará-la com outra de mesma
natureza, usada como unidade de medida.

Durante nossos estudos, três unidades de medida serão muito usadas:


metro linear, metro quadrado e metro cúbico. Então, é necessário que tenhamos
estes três conceitos bem definidos.

2 MEDIDAS DE COMPRIMENTO
A unidade padrão adotada mundialmente para medidas de comprimento,
desde 1790, é o metro. Quando um grupo de estudiosos se reuniu na França, para
organizar o sistema métrico, a unidade padrão, ou seja, o metro, foi determinado
como uma fração da distância do pólo norte ao equador do globo terrestre. Hoje,
com precisão muito maior, o metro é igual à distância que a luz percorre em certa
fração de segundo.

O metro (m) pode ser dividido em 100 centímetros (cm) ou 1000 milímetros
(mm). O múltiplo do metro mais usado é o quilômetro (km), que vale 1000 m.
Quando medimos o comprimento de qualquer objeto ou lugar dizemos que
usamos o metro linear.

Dependendo da situação prática em que as unidades de medidas são


necessárias, usamos diferentes tipos de unidades de medida. Por exemplo: para
medir pequenas coisas o mais conveniente é usarmos os milímetros, para medir
o diâmetro de um parafuso. Já para analisar grandes medidas é mais prático
utilizarmos os quilômetros, para medir o comprimento de uma rodovia.

53
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

O sistema métrico decimal está dividido em múltiplos e submúltiplos do


metro. Os múltiplos do metro são usados para realizar medições em grandes áreas
ou distâncias, enquanto os submúltiplos são usados para realizar medições em
pequenas distâncias.

Vamos observar os múltiplos e submúltiplos do metro:

Lembrando que:

km – quilômetro
hm – hectômetro
dam – decâmetro
m – metro
dm – decímetro
cm – centímetro
mm – milímetro

As medidas de comprimento, no decorrer da história, sofreram muitas


modificações. Durante muito tempo, partes do corpo do rei eram usadas para
definir certas unidades. Assim foi com o pé, a jarda, o cúbito e a polegada. Estas
medidas são usadas até hoje em algumas situações.

A milha é uma unidade de comprimento que não pertence ao sistema


métrico, mas é muito usada pelos americanos. Corresponde a, aproximadamente,
1.609 m.

Há outras medidas de comprimento que são muito usadas e que não


pertencem ao sistema métrico:

1 polegada = 2,54 cm
1 légua = 5.555 m
1 pé = 30 cm

54
TÓPICO 5 | UNIDADES DE MEDIDA

3 MEDIDAS DE ÁREA
A unidade de medida de área é o metro-quadrado (m2). Muitas vezes se
faz confusão nas medidas de área, pois um quadrado com 10 unidades de lado, na
verdade tem 10 x 10 = 100 unidades de área.

ATENCAO

Cuidado! Um metro quadrado não é a mesma coisa que 100 cm2. Acompanhe
os estudos deste tópico para entender a diferença entre estas duas medidas.

Então, quando falamos em 100 cm2, estamos falando num quadrado com
10 cm de lado. Imagine que a figura a seguir tenha 10 cm de lado e que cada
quadradinho tenha 1 cm2 de área:

Você já sabe que 1 cm = 10 mm, porém, 1cm2 = 100mm2.

Acompanhe com atenção:


1m x 1m = 1 m2, ou:
100 cm x 100 cm = 10.000 cm2, ou ainda:
1000 mm x 1000 mm = 1.000.000 mm2
Então podemos concluir que: 1m2 = 10.000 cm2 = 1.000.000 mm2

Na prática utilizamos as medidas de área nas mais diferentes situações. Por


exemplo: para medir quantos metros quadrados de piso vou precisar para revestir
determinada área de uma sala, quantos metros quadrados tem um terreno etc. Ou
seja, os metros quadrados são largamente utilizados no nosso cotidiano.

55
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

Neste sentido, quando explicar esta parte da geometria para seus futuros
alunos, enfatize a importância dessas medidas em situações práticas das mais
diversas. Você pode organizar atividades práticas para que os alunos manipulem
intrumentos de medida.

4 MEDIDAS DE VOLUME
A unidade de medida de volume é o metro cúbico (m3). Assim como
fizemos com a medida de área, podemos mostrar que um cubo com 10 unidades
de comprimento tem 10 x 10 x 10 = 1000 unidades de volume.

Acompanhe:

1m x 1m x 1m = 1m3

Mas, como um metro tem 100 cm, podemos dizer que:

100 cm X 100 cm X 100 cm = 1.000.000 cm3.

Agora pense num cubo com 10 cm de aresta. Como se trata


de um cubo todas as medidas têm 10 cm.

Então, nosso cubo tem 10 x 10 x 10 = 1000 cm3.


Mas, 1 cm3 = 1 ml (mililitro = milésima parte de um litro).
Assim, o cubo acima tem 1000 ml, ou seja, um litro.

E qual seria o volume, em cm³ e ml do bloco retangular a seguir?

As unidades de medida de volume também são largamente utilizadas. Por


exemplo: a quantidade em metros cúbicos de água que cabe dentro de uma caixa
d’água. A quantidade de milímetros cúbicos de sangue que uma determinada
pessoa perdeu em um acidente. Dentre outros.

56
TÓPICO 5 | UNIDADES DE MEDIDA

Vale aqui destacar que muitas transações econômicas utilizam as mais


diferentes unidades de medida para calcular o custo de seus produtos. Ou seja, a
importâncias dessas unidades transcendem as situações práticas diretas, atingindo
várias aplicações em diferentes ramos da sociedade

DICAS

Vale destacar que, para converter as unidades, podemos utilizar o princípio da


regra de três simples, valendo para unidades lineares, quadráticas ou cúbicas.
Exemplo: 1m 100 cm³
x 300cm²

LEITURA COMPLEMENTAR

OS INSTRUMENTOS DE DESENHO NAS CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS

Ademir Moretto
André Marcelo Santos de Souza
Saulo Vargas

O texto a seguir foi adaptado do Livro Métodos de Representação. Trata-se


de uma leitura essencial para você, estudante de matemática e futuro professor,
sobre a utilização dos instrumentos e desenho geométrico.

Durante seus estudos que envolverem conceitos de geometria procure


sempre alinhar o desenho às outras formas de representação. Esta postura deve
ser mantida quando você estiver atuando como professor. Para isto monte seu kit
de desenho geométrico composto por: régua, compasso, transferidor e um par de
esquadros.

Vamos, inicialmente, aprender a manipular os instrumentos de desenho


para então construir alguns ângulos, bissetrizes, retas paralelas e perpendiculares.

Transferidor

Como já vimos o transferidor é um instrumento para medir ângulos, em


graus. Ele pode ser encontrado em dois modelos.

Um deles contém um segmento de reta em sua base, é um semicírculo na


parte superior marcado com unidades de 0° a 180°.

57
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

O segundo modelo, também apresenta um segmento de reta em sua base,


que é contornado por um círculo marcado com unidades de 0° a 360°, conforme
pode ser observado na figura a seguir.

Modelo 1

Modelo 2

Para utilizarmos estas ferramentas, seja o modelo de 180° ou o de 360°,


primeiro você irá alinhar sua referência do desenho com a linha zero do transferidor
e verificar a outra parte do ângulo na escala. Tenha cuidado com o lado em que você
quer identificar o ângulo, pois o transferidor é graduado nos dois sentidos por isso
deve ter atenção na hora de identificar o ângulo.

Esquadro

O esquadro é um instrumento de desenho que utilizamos para desenhar


retas verticais, com o apoio de uma régua, e ângulos principais os de medida 30º,
45º, 60º, 90º e combinações de ângulos usando dois esquadros.

O par de esquadros é usado como instrumento de desenho para solução de


problemas de geometria. O par de esquadros é composto por um esquadro com o
formato de um triângulo retângulo isósceles (dois lados com medidas iguais), com
dois ângulos de 45º e outro com o formato de um triângulo retângulo escaleno
(todos os lados com medidas diferentes), um ângulo de 30º e outro ângulo de 60º.

58
TÓPICO 5 | UNIDADES DE MEDIDA

UNI

Estudaremos mais sobre os triângulos na Unidade 2.

Compasso

O compasso é um instrumento para desenhar arcos de circunferência.


Também serve para marcar um segmento numa reta com comprimento igual a
outro segmento dado.

Um compasso é constituído por uma ponta seca, em forma de agulha, e


outra ponta com um estilete de grafite que utilizamos para fazer as marcações.

É preciso cuidado quanto às pontas do compasso! A ponta de grafite você


pode aparar com uma lixa, pelo lado de fora do compasso, para um traço mais
preciso. As duas pontas devem estar na mesma altura. Para isto utilize os parafusos
para regular. Observe esses detalhes na figura.

59
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

Agora, que você já conhece os principais instrumentos utilizados na


geometria, vamos aprender como utilizá-los em algumas construções geométricas.

CONSTRUÇÕES DE ÂNGULOS

Vamos começar nossas construções com os dois ângulos mais simples que
temos para construir, com exceção de 180º e do 360º. São eles 60º e 120º.

Ângulo de 60º

O processo é muito simples:

1º passo: Traçamos um segmento de reta qualquer e marcamos um ponto


sobre esse segmento (mais ou menos ao meio).

FIGURA 39 – 1º PASSO PARA 60º

FONTE: Os autores

2º passo: Colocar a ponta seca do compasso no ponto inicial, construir uma


meia lua, e marcar o ponto de intersecção entre a meia lua e o segmento de reta.

60
TÓPICO 5 | UNIDADES DE MEDIDA

FIGURA 40 – 2º PASSO PARA 60º

FONTE: Os autores

3º passo: Mantendo a abertura do compasso que foi usada para construir a


meia lua, coloque a ponta seca no ponto de intersecção marcado e trace uma marca
sobre a meia lua.

FIGURA 41 – 3º PASSO PARA 60º

FONTE: Os autores

4º passo: Marque um ponto na intersecção da marca feita com o compasso e


a meia lua, depois trace uma semirreta que inicie no ponto inicial e passe por esse
ponto.

FIGURA 42 – 4º PASSO PARA 60º

FONTE: Os autores

Pronto! Temos um ângulo de 60º. Se quisermos fazer do outro lado, basta


marcar o ponto do 2º passo no lado esquerdo ao invés do direito, como nós fizemos.

Ângulo de 120º

Na verdade, ao construirmos um ângulo de 60º, como visto acima, acabamos


construindo um ângulo de 120º também, basta olhar “o outro lado”. Isso acontece
porque 120º é suplementar de 60º.

Veja o ângulo de 60º que construímos no item anterior.


61
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

FIGURA 43 – ÂNGULO DE 120 º - ESQUERDA

FONTE: Os autores

Então, sabemos que, o lado esquerdo, é 120º

Se quisermos construir 120º no lado direito, basta fazer o 60º no lado


esquerdo.

FIGURA 44 – ÂNGULO DE 120 º - DIREITA

FONTE : Os autores

BISSETRIZ

É denominada bissetriz de um ângulo qualquer a semirreta que divide esse


ângulo em dois ângulos congruentes.

FIGURA 45 – BISSETRIZ

FONTE: Os autores
A semirreta OC divide o ângulo Ô em dois ângulos congruentes, AÔC ≅
CÔB.
62
TÓPICO 5 | UNIDADES DE MEDIDA

COMO CONSTRUIR UMA BISSETRIZ

Usaremos apenas uma régua (pode ser o esquadro) e um compasso.

Sejam duas semirretas com ponto inicial O e com um ângulo qualquer


entre elas.

FIGURA 46 – PASSO 0 PARA BISSETRIZ

FONTE: Os autores

1º passo: Colocamos a ponta seca do compasso no ponto inicial e fazemos


marcas nas duas semirretas. A abertura do compasso tem que permanecer a mesma
para as duas marcas.

FIGURA 47 – 1° PASSO PARA BISSETRIZ

FONTE: Os autores

2º passo: Marcamos pontos de intersecções P1 e P2 entre as marcas feitas


com o compasso e as semirretas.

FIGURA 48 – 2° PASSO PARA BISSETRIZ

FONTE: Os autores

63
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

3º passo: Compasso com uma abertura maior que a metade da distância


entre P1 e P2. Colocamos a ponta seca em P1 e fazemos uma marca entre as
semirretas. Repetimos o procedimento com a ponta seca em P2. Essas marcas têm
que ser feitas de tal forma que haja ponto em comum entre elas.

FIGURA 49 – 3° PASSO PARA BISSETRIZ

FONTE: Os autores

4º passo: Marcar um ponto na intersecção P das duas marcas feitas no passo


anterior. Traçar uma semirreta com início em O e que passe por P. Essa semirreta
é a bissetriz do ângulo dado.

FIGURA 50 – 4° PASSO PARA BISSETIRZ

FONTE: Os autores

ÂNGULOS DE 15º, 30º, 45º, 75º E 90º

Esses ângulos são muito usados, e veremos que, a partir da ideia de


obtenção destes ângulos, poderemos construir vários outros.

ÂNGULO DE 30º

Passo 1: Construímos um ângulo de 60º como explicado anteriormente.


Passo 2: Determinamos a bissetriz deste ângulo
Pronto, como a bissetriz divide o ângulo ao meio, temos um ângulo de 30º.

ÂNGULO DE 90º

1º Passo: Construa no mesmo desenho um ângulo de 60º e outro de 120º.


64
TÓPICO 5 | UNIDADES DE MEDIDA

FIGURA 51 – 1° PASSO PARA 90°

FONTE: Os autores

2º Passo: Faça a bissetriz dos ângulos 60º e 120º.

FIGURA 52 – 2° PASSO PARA 90°

FONTE: Os autores

Pronto, a bissetriz marca um ângulo de 90º.

ÂNGULOS DE 15º, 45º E 75º

São bissetrizes de outras construções já vistas.


O ângulo de 15º é a bissetriz entre os ângulos 0º e o 30º.
O ângulo de 45º, por sua vez, é a bissetriz entre o 30º e o 60º.
E, como você já deve ter percebido, o 75º é a bissetriz entre 60º e 90º.
Vários outros ângulos podem ser construídos a partir da ideia de divisão
de ângulos.

E
IMPORTANT

Construa, numa folha, os ângulos de 15o, 45o e 75o e mostre o que você
aprendeu.

65
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

CONSTRUÇÕES DE RETAS PARALELAS E PERPENDICULARES

RETAS PARALELAS

Já vimos, anteriormente, a definição de retas paralelas. Vimos também que


duas retas paralelas “geram” um ponto impróprio (que é “o ponto de encontro”
das retas no infinito). Agora, vamos aprender como construir retas paralelas a uma
reta r qualquer.

Veja:

Seja uma reta r qualquer:

FIGURA 58 – RETA QUALQUER

FONTE: Os autores

1º passo: Apoie um dos esquadros sob a reta r. Esse esquadro será o 1.

FIGURA 59 – 1° PASSO PARA PARALELISMO

FONTE: Os autores

2º passo: Coloque o segundo esquadro abaixo do primeiro. Esse será o


esquadro 2.

66
TÓPICO 5 | UNIDADES DE MEDIDA

FIGURA 60 – 2° PASSO PARA O PARALELISMO

FONTE: Os autores

3º passo: Segure o esquadro 2 firmemente e faça o esquadro 1 “deslizar”


pelo 2.

FIGURA 61 – 3° PASSO PARA O PARALELISMO

FONTE: Os autores

4º passo: Sem mexer no esquadro 1, tire o esquadro 2 e trace uma reta s


paralela a r. Notação de paralelismo: r // s.

67
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

FIGURA 62 – 4° PASSO PARA PARALELISMO

FONTE: Os autores

Pronto! Temos duas retas paralelas entre si.


Podemos colocar essa reta s em qualquer lugar. Basta “levá-la” com os
esquadros apoiando o que irá se deslocar no outro fixo repetidas vezes.

RETAS PERPENDICULARES

No tópico anterior, aprendemos a construir um ângulo reto e podemos


usar aquele conhecimento para construir duas retas perpendiculares. Contudo,
nesse espaço, faremos isso usando os esquadros, apenas por ser uma forma mais
rápida.

1º passo: Desenhe uma reta r, apoie um dos esquadros nessa reta.

FIGURA 63 – 1° PASSO PARA PERPENDICULARISMO

FONTE: Os autores

2º passo: Afaste este esquadro da reta r usando os mesmos procedimentos


vistos na construção de retas paralelas (2º e 3º passos).

68
TÓPICO 5 | UNIDADES DE MEDIDA

FIGURA 64 – 2° PASSO PARA O PERPENDICULARISMO

FONTE: Os autores

3º passo: Deixe o esquadro 1 bem firme e apoie um dos catetos do esquadro


2 em cima dele.

FIGURA 65 – 3° PASSO PARA PERPENDICULARISMO

FONTE: Os autores

4º passo: Trace a reta s, perpendicular a r. Notação de perpendicularismo:


r⊥s

69
UNIDADE 1 | NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GEOMETRIA

FIGURA 66 – 4° PASSO PARA PERPENDICULARISMO

FONTE: Os autores

FONTE: Extraído e adaptado de: MORETTO, Ademir; SOUZA, André Marcelo Santos de; VARGAS,
Saulo. Métodos de representação gráfica. Indaial: UNIASSELVI, 2011.

70
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico você viu que:

• Para medir comprimentos, usamos o metro linear (m)

• Para medir superfícies, usamos o metro quadrado (m2)

• Para medir volumes, usamos o metro cúbico (m3)

Na tabela a seguir, veja os nomes e as funções de algumas medidas:

NOME FUNÇÃO UNIDADE

71
AUTOATIVIDADE
Vamos aprofundar este conteúdo exercitado:

1 Aplique o padrão das unidades de medidas estudas para responder aos


questionamentos:

a) Quantos metros quadrados tem um quilometro quadrado?


b) Quantos metros quadrados tem uma quadra de esportes com 100 m de
medida lado?
c) Um litro tem quantos cm3?
d) Quantos cm3 tem um mililitro?
e) Quantos litros tem um m3?
f) Quantos km têm em 864m?
g) Quantos cm têm em 864m?

2 Desde o ano de 1911, ocorre, na cidade de Indianápolis (Estados Unidos), a


famosa corrida 500 Milhas de Indianápolis, também chamada de Indianápolis
500 ou só Indy 500. Participam da prova 33 carros (grid) que percorrem 500
____________ ou ____________ km.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) Milhas 800.
b) ( ) Pés – 805,5.
c) ( ) Quilômetros – 803.
d) ( ) Milhas – 804,5.

3) Complete, adequadamente, utilizando os símbolos (dm, km, hm, mm, cm,


dam):

0,1 m = 1 ______________
0,01 m = 1 _____________
0,001 m = 1 ____________
10 m = 1 ______________
100 m = 1 _____________
1000 m = 1____________

4 Quantos centímetros cabem em:

a) 1 m: ____________
b) 1 dm: ____________
c) 1 km: ____________

5 O romance Vinte Mil Léguas Submarinas, escrito por Júlio Verne, no


século XIX, descreve uma fantástica viagem com um submarino chamado

72
Nautilus movido apenas à eletricidade. Se mudássemos a unidade de medida
utilizada por Júlio Verne para km, como seria o nome do filme?

6 Que unidade de comprimento você usaria para medir:

a) A largura do seu Caderno de Estudos?


b) A distância entre duas cidades?
c) A altura de um prédio de 20 andares?

7 Baseando-se na questão anterior escreva um texto abordando outras situações


práticas onde utilizamos as unidades de medida linear, quadrática e cúbica.

73
74
UNIDADE 2

GEOMETRIA PLANA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:

• desenvolver a intuição geométrica e seu uso na resolução de problemas;

• estudar os conceitos e propriedades da geometria euclidiana;

• compreender os conceitos e relações geométricas nos ângulos, triângulos,


polígonos regulares e circunferências;

• criar e resolver problemas com recursos da geometria plana;

• relacionar as figuras geométricas com objetos do cotidiano;

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em seis tópicos e em cada um deles você encon-
trará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.

TÓPICO 1 – FIGURAS POLIGONAIS

TÓPICO 2 – TRIÂNGULOS

TÓPICO 3 – SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS

TÓPICO 4 – CIRCUNFERÊNCIA E SUPERFÍCIES ESFÉRICAS

TÓPICO 5 – ÁREAS DE FIGURAS POLIGONAIS

TÓPICO 6 – ÁREAS DE CÍRCULOS E SETORES

75
76
UNIDADE 2
TÓPICO 1

FIGURAS POLIGONAIS

1 INTRODUÇÃO
A partir deste tópico vamos ampliar nossa capacidade de abstração
analisando algumas figuras específicas chamadas polígonos. Em alguns momentos
vamos fazer demonstrações matemáticas utilizando a linguagem definida na
Unidade 1. Preparado(a)? Então, vamos lá?

A palavra polígono é proveniente do grego, que quer dizer: poli (muitos) +


gonos (ângulos). A grosso modo, podemos definir um polígono matematicamente
como uma figura geométrica plana e fechada por segmentos de reta.

Sempre que tratarmos de polígonos, estaremos nos referindo a uma forma


plana. Qualquer polígono é uma figura poligonal.

São muitas as formas poligonais que nos circundam, um breve momento


de observação de alguns objetos certamente lhe permitirá identificar triângulos,
quadriláteros, pentágonos, circunferências, entre outros.

Neste tópico nosso objeto de estudo são os tipos de polígonos. Na sequência,


dedicamos um tópico especialmente para o triângulo e outro para a circunferência
por serem estas duas figuras primitivas de outras construções geométricas mais
complexas.

Para o estudo das próximas páginas vamos necessitar dos conceitos já


aprendidos sobre pontos, retas e planos. Preparado(a)? Então, vamos lá!

Bons estudos!

NOTA

Estamos iniciando a segunda etapa desta caminhada geométrica.


Continue lendo os textos com atenção e fazendo as atividades propostas.
Ah! E não esqueça, em caso de dúvidas, procure esclarecê-las o mais breve possível para
sucesso de sua aprendizagem.

77
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

2 POLÍGONO
Uma linha poligonal fechada simples é chamada polígono.

Podemos definir polígono como uma figura plana formada por três ou mais
segmentos chamados lados, de modo que cada lado tem interseção com somente
outros dois lados próximos.

Frequentemente a palavra polígono refere-se apenas ao contorno da figura.


Porém, outras vezes, refere-se ao contorno e à região plana que é seu interior.
Por isso podemos dizer que um polígono divide o plano em duas regiões, sem
pontos comuns: a região interior e a região exterior. Observe na figura a seguir o
pentágono contido no plano α.

Exterior

Interior

Se o segmento que une dois pontos quaisquer da região interior de um


polígono estiver contido nessa região, dizemos que o polígono é convexo.

Podemos dizer ainda que um polígono convexo é um polígono construído


de modo que os prolongamentos dos lados nunca ficarão no interior da figura
original.

Se dois pontos pertencem a um polígono convexo, então todo o segmento


tendo estes dois pontos como extremidades estará inteiramente contido no
polígono.

As figuras a seguir são exemplos de polígonos convexos:

Se existirem dois pontos no interior de um polígono tal que o segmento


determinado por eles não esteja contido na região, dizemos que o polígono é
côncavo ou não convexo.

78
TÓPICO 1 | FIGURAS POLIGONAIS

Podemos dizer ainda que um polígono é côncavo se dados dois pontos do


polígono, o segmento que tem estes pontos como extremidades contiver pontos que
estão fora do polígono.

As formas a seguir são exemplos de polígonos côncavos:

Observe, que uma parte do segmento AB, num determinado momento,


está no exterior do polígono.

No dia a dia podemos observar os polígonos nas construções das cidades,


nas embalagens que nos cercam e na natureza entre outros. Vejamos alguns
exemplos:

- No formato das colmeias das abelhas que mais parece uma região revestida por
um mosaico de polígonos.

FIGURA 7 – COLMEIA

FONTE: Disponível em: <http://www.osmais.com/index.php?ver=MTI0ODI=>.Acesso


em: 12 set.2012.

- Em belíssimas obras de arte. Destacamos os artistas Piet Mondrian e Hélio


Oiticica que se inspiraram em formas poligonais.

79
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

FIGURA 8 – OBRAS DE ARTE

Composição de Cores - Mondrian (1917) Meta esquema - Oiticica (1958)

FONTE: Disponível em: <http://www.mam.org.br/acervo_online>. Acesso em: 12 set. 2012.

- Em diferentes Engenharias. Observe quantos polígonos há nas imagens!

FIGURA 9 – CONSTRUÇÕES DA ENGENHARIA

FONTES: Disponível em: a) <http://info.abril.com.br/images/materias/2012/01/


antena-20120109153545.jpg>. b) <http://theurbanearth.wordpress.com/2008/08/13/
estadios-olimpicos-olympic-stadiums>. c) e d) <http://www.eventwise.co.uk/
packages/gherkin-30-st-marys-axe-london-venues/>. Acesso em: 12 set. 2012.

80
TÓPICO 1 | FIGURAS POLIGONAIS

- Em grandes monumentos da humanidade como a Calçada dos Gigantes


(erupção vulcânica ocorrida há cerca de 60 milhões de anos localizada na
Irlanda do Norte) e as construções incas.

FIGURA 10 – (a) ERUPÇÃO VULCÂNICA E AS (b) CONSTRUÇÕES INCAS

FONTES: Disponível em: a) <http://www.umbandadanatureza.com.br/QUENTE.HTML>. b) <http://


www.fragatasurprise.com/2010/11/os-incas-e-os-incapazes.html>. Acesso em: 12 set. 2012.

2.1 ELEMENTOS DE UM POLÍGONO


Vamos conhecer elementos do polígono.

• Vértices: são os pontos extremos dos segmentos da linha poligonal (pontos A,


B, C e D).

• Lados: são os segmentos da linha poligonal (AB , BC ,CD , DA ).

• Ângulos internos: são os ângulos formados por dois lados consecutivos do


polígono ( A , B , C , D ).

• Ângulos externos: são os ângulos formados por um lado do polígono e pelo


prolongamento do lado a ele consecutivo. Na figura, os ângulos externos são:
e1, e2, e3, e4.

81
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

E
IMPORTANT

Um polígono de n vértices possui n lados e n ângulos.


A soma dos lados é o perímetro do polígono.

2.2 POLÍGONOS REGULARES E CLASSIFICAÇÃO


Um polígono é regular quando todos os seus lados e todos os seus
ângulos são congruentes. Quando um polígono que possui os lados congruentes é
equilátero e quando os ângulos congruentes, é equiângulo.

As figuras abaixo são polígonos regulares. Observe que os lados e os


ângulos de cada figura possuem a mesma medida.

Número Número de Imagem do polígono


Nome
de lados ângulos regular

3 Triângulo 3

4 Quadrilátero 4

5 Pentágono 5

82
TÓPICO 1 | FIGURAS POLIGONAIS

6 Hexágono 6

7 Heptágono 7

8 Octógono 8

9 Eneágono 9

10 Decágono 10

11 Undecágono 11

12 Dodecágono 12

15 Pentadecágono 15

20 Icoságono 20

E
IMPORTANT

Um polígono de três lados é chamado de triângulo, se tiver os três lados com


medidas iguais, se trata de triângulo regular. Essa relação é válida em qualquer polígono!

E
IMPORTANT

Observe que, à medida que aumentamos o número de lados do polígono


mais próximo, ele fica ao formato de uma circunferência. Estudaremos as propriedades da
circunferência no Tópico 4.

83
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

2.3 DIAGONAL DE UM POLÍGONO


Diagonal de um polígono é o segmento de reta cujos extremos são dois
vértices não consecutivos do polígono.

O número de diagonal de um polígono é igual ao número de lados do


polígono menos três. A fórmula seguinte representa a situação em uma linguagem
matemática:

Vamos demonstrar a validade desta fórmula. Demonstrações matemáticas


são importantes se serem realizadas para desenvolver a formalidade da escrita
matemática! Na sua futura atuação profissional faça abordagens como esta para
que os alunos compreendam os conceitos matemáticos que embasam e legitimam
a geometria do dia a dia.

Agora sim, vamos à demonstração:

Para fazermos uma demonstração partimos sempre de uma hipótese


(suposição verdadeira sobre a situação estudada).

Hipótese: O número de diagonal de um polígono é igual ao número de


lados do polígono menos três.

Como a diagonal de um polígono é a união de todos de dois vértices não


consecutivos partimos da análise combinatória, estudada no Ensino Médio, para
escrever:
Cn,2 – n

Esta expressão matemática quer dizer: uma combinação de n pontos


tomados dois a dois, subtraindo-se os lados que não formam diagonais.

Sabemos que a combinação de n elementos tomados p a p correspondem a


p! arranjos que são obtidos permutando-se os elementos, ou seja:

84
TÓPICO 1 | FIGURAS POLIGONAIS

assim,

Para a diagonal de um polígono temos p igual a 2 para os arranjos e não


podemos nos esquecer de subtrair os lados que não formam diagonais, substituindo:

d= Cn,2-n

d= n!
-n
(n-2)!2!

n(n-1)(n-2)!
d= -n
(n-2)!2⋅1

d = n(n-1) -n
2

d = n -n -n n2-n-2n
2

2 2

d = n -3n
2

d = n(n-3)
2

Exemplo. Quantas diagonais são possíveis de ser construídas em um


quadrilátero?

Intuitivamente, ou seja, sem fazer cálculo nenhum podemos perceber duas


diagonais como mostra a figura a seguir.

85
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

Agora vamos verificar matematicamente com a equação que deduzimos:

Vimos que:

Agora, substituindo n=4 que nada mais é do que o número de lados de um


quadrilátero, teremos:

Vamos a partir dessa premissa para demonstrar qual a soma das medidas
dos ângulos internos de um polígono.

Deste modo, concluimos que a equação pode ser aplicada para calcular o
número de diagonal de qualquer polígono.

2.4 SOMA DAS MEDIDAS DOS ÂNGULOS INTERNOS


DE UM POLÍGONO CONVEXO
Estudamos na unidade anterior que a soma das medidas de dois ângulos
adjacentes suplementares é 180º.

86
TÓPICO 1 | FIGURAS POLIGONAIS

Na figura anterior, se indicarmos as medidas dos dois ângulos por i1 e e1,


temos:
i1 + e1 = 180º.

Consideremos o polígono ABCDE, onde i1, i2, i3, i4, i5 são as medidas dos
ângulos internos e e1, e2, e3, e4, e5 são as medidas dos ângulos externos.

Pela figura podemos observar que a soma de um ângulo interno com seu
respectivo ângulo externo é igual a dois ângulos retos ou 180º.

Então:

e1+i1 + e2+i2 + e3+i3 + e4+i4 + e5+i5 = 5·180º


180º 180º 180º 180º 180º

Vamos separar agora os termos semelhantes, isto é, ângulos externos e


internos:
(i1 + i2 + i3 + i4 + i5) + (e1 + e2 + e3 + e4 + e5) = 5 · 180º

Chamaremos a soma dos ângulos internos de Si, então

Si = i1 + i2 + i3 +i4 + i5

e, a soma dos ângulos externos de Se, então:

87
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

Se = e1 + e2 + e3 + e4 + e5

Então Si + Se = 5 ⋅ 180º

Para sequenciar a demonstração vamos utilizar a definição “a soma dos


ângulos externos de um polígono convexo é 360º”.

Logo, Se = 360º ou 2 · 180º.

Então:

Si + Se = 5 · 180º.
Si + (2 · 180º) = 5 · 180º
Si = 5 · 180º – (2 · 180º)

Evidenciando o fator comum:


Si = (5 – 2) · 180º
Si = 3 · 180º
Si = 540º

Ampliando nosso raciocínio para um polígono com n lados, teremos:

(i1+i2+i3+...+in) + (e1+e2+e3+...+en) = 180º · n

Ou seja:

Si + Se = 180º · n

Si + (2 · 180º) = 180º · n
Si = 180º · n – (2 · 180º)

Evidenciando o fator comum:

Si = (n - 2) · 180º

Então:

A soma das medidas dos ângulos internos de um polígono de n lados é


igual a
(n - 2) ·180º

Vamos exemplificar para um polígono convexo de 10 lados, ou seja, um


decágono.

Solução
n = 10
Si = (n – 2) · 180º

88
TÓPICO 1 | FIGURAS POLIGONAIS

Substituindo n por 10, vem:


Si = (10 – 2) · 180º
Si = 8 · 180º
Si = 1440º

Resposta: A soma das medidas dos ângulos internos do decágono é 1440º.

2.5 MEDIDA DO ÂNGULO INTERNO E EXTERNO


Para calcular a medida do ângulo interno e externo de um polígono regular
de n lados, utilizamos as seguintes relações:

Si
ai =
n

ae = 360º
n

Para que você possa entender melhor, vamos calcular a medida do ângulo
interno e a medida do ângulo externo do octógono regular.

Si = (n – 2) · 180º
Si = (8 – 2) · 180º
Si = 6 · 180º
Si = 1080º

Si 1080 135º
ai = = =
n 8

Se 360º 45º
a e= = =
n 8

Resposta: O ângulo interno mede 135º e o ângulo externo mede 45º.

89
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

DICAS

Como a soma de um ângulo interno e seu ângulo externo correspondente é


sempre 180º, para calcular a medida do ângulo interno de um polígono regular é mais simples
encontrar primeiro a medida do ângulo externo. Depois, pelo suplemento encontrar a medida
do ângulo interno.

Agora é com você! Quais são as medidas dos ângulos interno e externo de
um heptágono e de um pentadecágono?

90
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você viu que:

• Uma linha poligonal é formada por segmentos de reta consecutivos e não


colineares. Quando esta linha se fecha, teremos um polígono.

• Um polígono pode ser côncavo ou convexo.

• Os elementos do polígono são: vértices, lados, ângulos internos e ângulos


externos.

• Um polígono é regular quando seus ângulos e lados são congruentes.

• Os polígonos são classificados de acordo com a quantidade de lados e recebe


nomes especiais.

• O número de diagonal de um polígono é calculado pela fórmula:

• A soma das medidas dos ângulos internos de um polígono é calculada:

Si = (n – 2) ⋅ 180º.

• A medida do ângulo interno de um polígono regular pode ser calculada pela


fórmula:

• A medida do ângulo externo de um polígono regular pode ser calculada pela


fórmula:

91
AUTOATIVIDADE

Lembre-se de que “não basta saber, é preciso saber fazer”, assim vamos exercitar
os assuntos estudados neste tópico.

1 Sobre a soma e a medida dos ângulos de um polígono, efetue os cálculos


solicitados. Considere que todos os polígonos são regulares.

a) A soma dos ângulos internos de um hexágono convexo.


b) A medida do ângulo interno e externo de um triângulo que possui os três
lados iguais.
c) A soma dos ângulos internos de um decágono.
d) O número de diagonais que partem de cada vértice de um undecágono.
e) A medida do ângulo interno do pentágono.
f) O número de diagonais de um octógono.
g) A medida do ângulo externo do pentágono.

2 Encontre o valor de x e determine a medida dos ângulos de


cada polígono a seguir:

a) b)

c) d)

3 Se o número de diagonais de um octógono é o quíntuplo do número de lados


de um polígono. Qual é o polígono?

4 Sobre as propriedades dos polígonos analise as sentenças e classifique V para


as verdadeiras e F para as falsas.
92
( ) Todos os lados de um polígono qualquer têm a mesma medida.
( ) Um polígono côncavo é também não convexo.
( ) Os ângulos de um polígono regular têm a mesma medida.
( ) A diagonal de um polígono é igual a razão do quadrado dos lados mais o
triplo do lado por dois.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – V – V.
b) ( ) V – V – F – V.
c) ( ) F – V – V – F.
d) ( ) V – F – V – F.

5 Para determinar o número de lados de um polígono podemos utilizar a


relação d = n - 3. Baseado nesta relação calcule:

a) O número de lados de um polígono que possui 25 diagonais


partindo de cada vértice.
b) O número de diagonais que parte de cada vértice de um
polígono que possui 20 lados.

6 Qual é o polígono?

a) Cuja soma dos ângulos internos é igual a 1800º.


b) Cujo número de diagonais é o triplo do número de lados.

7 (DOLCE; POMPEO, 2005). Podem os ângulos internos e externos de um


polígono regular apresentar medidas iguais? Justifique sua resposta.

93
94
UNIDADE 2 TÓPICO 2

TRIÂNGULOS

1 INTRODUÇÃO
Como vimos no tópico anterior, o triângulo é uma das figuras geométricas
mais básicas e por esta razão dedicamos o tópico para o estudo desta figura
poligonal.

A principal característica do triângulo é o fato dele ser uma rígida, em


outras palavras, ela não se deforma o que é essencial na criação de estruturas.

Nas construções é fácil notar a presença de triângulos. Este fato não está
ligado apenas à sua estética, mas sim à rigidez. A seguir apresentamos algumas
imagens que comprovam este argumento:

FIGURA 11 – PORTÃO

FONTE: Disponível em: <http://br.viarural.com/animais/insumos/troncos/tronco-pampa/varios.


htm>. Acesso em: 13 set. 2012.

95
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

FIGURA 12 – ESTRUTURA DE UM TELHADO

FONTE: Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com.br>. Acesso em: 13 set. 2012.

Estes são apenas alguns exemplos do surgimento dos triângulos na


construção civil. Como sugestão, você pode desenvolver outras pesquisas com
seus alunos. Este movimento permitirá com que eles entrem também no universo
da pesquisa.

Uma atividade interessante para verificar a rigidez do triângulo é usar


palitos de sorvetes e percevejos. Experimente montar o quadrilátero, o pentágono,
o hexágono e o triângulo. Com exceção do triângulo todos são deformáveis!

FIGURA 13 – CONSTRUÇÃO DOS POLÍGONOS

FONTE: Disponível em: <http://matematicacritica.blogspot.com.br/2012/01/casinha-nao-e-coisa-


so-para-meninas.html>. Acesso em: 13 set. 2012.

Quando desejamos calcular a área de uma superfície irregular, é indicado


dividir a figura em vários triângulos capazes de cobrir toda a superfície e a partir
deles fazemos o cálculo de área. Este processo é chamado de triangulação.

A triangulação é o mais antigo processo de levantamento de medidas


topográficas, sendo, ainda hoje, o mais recomendado diante do baixo investimento
em instrumental e equipamentos auxiliares.

96
TÓPICO 2 | TRIÂNGULOS

Com o surgimento de várias ferramentas eletrônicas, o processo de


triangulação para cálculo de área ganhou uma nova cara, aparecendo de
diferentes formas, acoplado a uma gama de programas que permitem efetuar
cálculos rápidos. Porém, este fato não tira a importância de se estudar as relações
triangulares, pelo contrário, temos que mostrar para os alunos os conceitos que
envolvem triângulos para que depois possam entender os processos que estão
sendo realizados digitalmente.

É este movimento conceitual que vamos desenvolver neste tópico.

2 TRIÂNGULOS E SEUS ELEMENTOS


O triângulo é o polígono que possui o menor número de lados.

Indica-se um triângulo ABC como o da figura abaixo por ∆ABC (lê-se:


“triângulo ABC”).

^
A

Como o triângulo é um polígono, seus elementos são os mesmos, ou seja:

• Os vértices: A, B e C.
• Os lados: AB , AC e BC.
^ ^ ^ ^
• Os ângulos internos: BÂC ou Â, ABC ou B e ACB ou C .
• Os ângulos externos: e ^ ,e
^ ,e
^ .
1 2 3

Observe que:


Cada ângulo interno é oposto ao lado determinado pelos outros dois ângulos:

• O ângulo  é oposto a BC .
• O ângulo B é oposto a AC.
• O ângulo C é oposto a AB .

97
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA


Cada ângulo externo é suplementar do ângulo interno adjacente:

• m( A ) + m(ê1) = 180º

• m( B ) + m(ê2) = 180º

• m( C ) + m(ê3) = 180º

 Em qualquer triângulo, a medida de cada lado é menor que a soma das medidas
dos outros dois lados (condição de existência).

Um triângulo com lados a=6, b=4 e c=3, a condição de existência pode ser
assim verificada:

a<b+c → 6<4+3
b<a+c → 4<6+3
c<a+b → 3<6+4

E ainda:

 O interior de um triângulo é uma região convexa.

 O exterior de um triângulo é uma região côncava.

3 CLASSIFICAÇÃO DOS TRIÂNGULOS


Os triângulos podem ser classificados quanto aos lados ou quanto aos
ângulos de acordo com a congruência.

E
IMPORTANT

Nas figuras deste Caderno de Estudos, os segmentos congruentes serão cortados


com um mesmo número de traços. Observe que os segmentos congruentes AB e AC da figura
a seguir estão indicados com dois traços. Esta forma de representar é usual na Matemática.

98
TÓPICO 2 | TRIÂNGULOS

3.1 QUANTO AOS LADOS


Os triângulos se classificam em isósceles, equilátero ou escaleno.

• Triângulos isósceles são triângulos que possuem dois lados congruentes.


O ∆ABC ao lado é isósceles, pois AB ≡ AC.
Num triângulo isósceles, o ângulo formado pelos
lados congruentes é chamado ângulo do vértice,
o lado oposto a esse ângulo é chamado base e os
ângulos adjacentes à base são chamados ângulos
da base. No triângulo isósceles representado ao
lado, o ângulo do vértice é Â, a base é o lado BC e
os ângulos da base são B e C .

• Triângulos equiláteros são triângulos que possuem os três lados congruentes.

O ∆ABC ao lado é equilátero, pois AB ≡ AC ≡ BC .


Todo triângulo equilátero é também triângulo
isósceles.

• Triângulos escalenos são triângulos que não possuem lados congruentes.

O ∆ABC ao lado é escaleno, pois não possui lados


congruentes.

E
IMPORTANT

Em todo triângulo, cada lado é menor que a soma dos outros dois, e ao mesmo
tempo, cada lado é maior que a diferença dos outros dois.

Na prática, nesta primeira parte estamos focados na definição da linguagem


para logo em seguida podermos definir e formular alguns conceitos. A linguagem
99
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

matemática é que permite formalizar e demonstrar os conceitos de acordo com o


rigor deste ramo da ciência. Organização e vigor são elementos fundamentais na
escrita matemática.

3.2 QUANTO AOS ÂNGULOS


Os triângulos se classificam em acutângulo, obtusângulo ou retângulo.

• Triângulos acutângulos são triângulos que possuem os três ângulos internos


agudos, ou seja, menores 90º.

O ∆ABC ao lado é acutângulo, pois m( A ) < 90º,


m
( B ) < 90º e m( C ) < 90º.

• Triângulos obtusângulos são triângulos que possuem um ângulo interno


obtuso, ou seja, maior que 90º.

O ∆ABC ao lado é obtusângulo, pois m( B ) > 90º

• Triângulos retângulos são triângulos que possuem um ângulo interno reto, ou


seja, igual a 90º.

O ∆ABC ao lado é retângulo, pois m( B ) = 90º.

Num triângulo retângulo, o lado oposto ao


ângulo reto chama-se hipotenusa e os outros
dois lados chamam-se catetos. Nesse triângulo,
os catetos são AB e BC e a hipotenusa é AC.

4 PROPRIEDADES DOS TRIÂNGULOS


Vamos formalizar alguns conceitos por meio de algumas pequenas
demonstrações matemáticas. Durante seus estudos, e na sua atuação profissional,
é essencial compreender os processos envolvidos na formalização dos conceitos. É

100
TÓPICO 2 | TRIÂNGULOS

o meio de saber que nada foi inventado e sim construído dentro de determinada
lógica e coerência.

Para as demonstrações, então!

1ª propriedade

A soma das medidas dos ângulos internos de qualquer triângulo é igual


a dois ângulos retos, ou seja, 180º.

Acompanhe a demonstração a seguir:

Considere o ∆ABC a seguir e a reta r que passa por A e é paralela a BC.

Hipótese: A, B e C são ângulos internos do ∆ABC.

Tese: m(A) + m(B) + m(C) = 180º

Demonstração:

• m( x )+m( A )+m( y ) =180º, porque x, A e y formam um ângulo raso.

• X≡ B, porque são ângulos alternos internos (r // BC e AB é transversal).


• y ≡ C, porque são ângulos alternos internos (r // BC e AC é transversal).

Então, substituindo m( x ) por m( B ) e m( y ) por m( C ) , temos:

m(B) + m(A) + m(C) = 180º

Podemos também demonstrar a propriedade acima, fazendo uso da


fórmula que fornece a soma dos ângulos internos de um polígono: Si = (n – 2) · 180º.

Como, no nosso caso, o polígono é um triângulo, n = 3 e, portanto:


Si = (n – 2) · 180º
Si = (3 – 2) · 180º

101
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

Si = 1 · 180º
Si = 180º

Vamos fixar melhor esta propriedade com um exemplo. Para isso vamos
calcular a medida do ângulo  nos seguintes triângulos:

1. No triângulo a seguir temos um ângulo medindo 68o e outro medindo


60 , qual é a medida do terceiro ângulo?
o

x + 68º + 60º = 180º


x + 128º = 180º
x = 180º – 128º
x = 52º

Então, m( A ) + m( B ) + m( C ) = 180º

2. Vamos agora calcular o valor de x no triângulo a seguir e encontrar as


medidas dos respectivos ângulos:

3x + 2x + x + 36º = 180º
3x + 2x + x = 180º – 36º
6x = 144º

x = 144º
6
x = 24º

m( A ) = 2 · x = 2 · 24º = 48º
m( B ) = 3 · x = 3 · 24º = 72º
m( C ) = x + 36º = 24º + 36º = 60º
Então, m( A ) + m( B ) + m( C ) = 180º

Na prática, esta propriedade coloca o triângulo em uma posição privilegiada


com relação aos outros polígonos. Pois é a partir dele que podemos fazer qualquer
análise de ângulo de qualquer superfície regular ou irregular. Na construção civil
é comum a utilização dessa relação na edificação de diferentes estruturas.

2ª propriedade

A medida do ângulo externo de um triângulo é igual à soma das medidas


dos ângulos internos não adjacentes.

102
TÓPICO 2 | TRIÂNGULOS

Hipótese: X é externo do ∆ABC; Os ângulos A e C são internos não


adjacentes a X.

Tese: m( X ) = m( A ) + m( C )

Demonstração:

m( X ) + m( B ) = 180°. Porque X e B são ângulos adjacentes suplementares.

m( B ) + m( A ) + m( C ) = 180°; que é a soma dos ângulos internos de um


triângulo.

Sabemos que as duas afirmativas anteriores são verdadeiras e ambas iguais


a 180º. Então, aplicando a propriedade transitiva, podemos fazer:

m( X ) + m( B ) = m( A ) + m( B ) + m( C );

m( X ) = m( A ) + m( C ).

Exemplo:

Vamos calcular o valor de x no triângulo da figura:

x = 54º + 82º
x = 136º

E a medida do ângulo faltante
do triângulo?

82º + 54º + m ( C ) = 180º


m ( C ) = 44º

Logo, m ( x ) + m ( C ) = 180º
44º + 136º = 180º

103
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

3ª propriedade

Teorema do ângulo externo:

Todo ângulo externo de um triângulo é maior que qualquer um dos


ângulos internos não adjacentes.

Hipótese: x é ângulo externo


do ∆ABC, e A e B são internos
não adjacentes a x.
Tese: x > B
x>A

Demonstração:

Já comprovamos anteriormente (na segunda propriedade) que m( x ) =


m(A) + m( B ) . Sabemos também que a soma de parcelas positivas é sempre maior
que cada uma das parcelas. Assim podemos afirmar que m( x ) > m( A )e m( x ) >
m( A ).

Então, x > A e x > B

Você pode conferir isso no exemplo que acabamos de fazer na propriedade


anterior

Pelo cálculo anterior sabemos que x mede 136º, que é maior que o ângulo
A e maior que o ângulo B.

5 PONTOS NOTÁVEIS DO TRIÂNGULO


Alguns traçados a partir dos vértices e dos lados de um triângulo constituem
pontos especiais chamados de circuncentro, incentro, ortocentro e baricentro.
Vamos apresentar a característica e representação de cada um deles.

104
TÓPICO 2 | TRIÂNGULOS

E
IMPORTANT

A mediatriz do lado de um triângulo é uma reta perpendicular ao lado passando


por seu ponto Médio.

1. Circuncentro: Se traçarmos as mediatrizes dos três lados de um


triângulo, seu ponto de interseção é chamado circuncentro. Este ponto é chamado
circuncentro porque está equidistante (à mesma distância) dos três vértices do
triângulo e é o centro de uma circunferência circunscrita ao mesmo.

2. Incentro: A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo é a semirreta


interior do ângulo que o divide em dois ângulos geometricamente iguais. O ponto
onde as bissetrizes dos ângulos internos de um triângulo se interceptam é chamado
incentro, e é equidistante dos lados do triângulo. Ao mesmo tempo, é centro de
uma circunferência inscrita no triângulo.

E
IMPORTANT

A altura de um triângulo é o segmento perpendicular compreendido entre o


vértice e o lado oposto.

105
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

3. Ortocentro: Um triângulo possui três alturas que se interceptam num


ponto chamado ortocentro. O ortocentro pode estar no interior ou no exterior do
triângulo, depende da forma do mesmo.

E
IMPORTANT

A mediana de um triângulo é o segmento de reta que une um vértice e o ponto


médio do lado oposto.

4. Baricentro: Um triângulo tem três medianas que se interceptam num ponto


chamado baricentro, que dista dois terços do vértice da mediana correspondente.
O baricentro é o centro de gravidade do triângulo.

E
IMPORTANT

Centro de gravidade é um conceito da física e trata-se do ponto onde as forças


(força peso) de aplicação se equilibram.

106
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você viu que:

• Um triângulo é uma figura rígida.

• Os elementos do triângulo são: lados, vértices, ângulos internos e externos.

• Quanto aos lados, os triângulos podem ser classificados em: equilátero, isósceles
e escaleno.

• Quanto aos ângulos, os triângulos podem ser classificados em: acutângulo,


retângulo e obtusângulo.

• As propriedades dos triângulos são:

 A soma das medidas dos ângulos internos de qualquer triângulo é igual


a dois ângulos retos, ou seja, 180º.

 A medida do ângulo externo de um triângulo é igual à soma das medidas


dos ângulos internos não adjacentes.

 Todo ângulo externo de um triângulo é maior que qualquer um dos


ângulos internos não adjacentes.

• Os pontos notáveis de um triângulo são: circuncentro, incentro, ortocentro e


baricentro.

E
IMPORTANT

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desenvolver suas aulas. Com ele, você poderá tornar seus futuros momentos de professor
diferentes e atraentes para seus alunos. Boa leitura! Eis o site: <http://descobertamat.blogspot.
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107
AUTOATIVIDADE

Vamos aprender os conceitos estudados exercitando.

1 Analise as sentenças e classifique V para as verdadeiras e F para as falsas.

( ) Todo polígono tem mais de três lados.


( ) Um triângulo retângulo pode ser isósceles.
( ) Todo triangulo equilátero é isósceles.
( ) Um triângulo equilátero pode ser retângulo.
( ) Um triângulo escaleno pode ser isósceles.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

( ) F – V – V – V – F.
( ) V – V – F – V – V.
( ) F – F – V – F – V.
( ) V – V – V – F – F.

2 Complete as lacunas das sentenças:

• Os triângulos com 3 lados iguais são ____________.


• Os triângulos com 2 lados iguais são ____________.
• Os triângulos com 3 lados diferentes são ____________.
• Os triângulos com 3 ângulos iguais são ____________.
• Os triângulos com 2 ângulos iguais são ____________.
• Os triângulos com 3 ângulos diferentes são ____________.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

( ) equiláteros – acutângulo – escalenos – obtusângulo – isósceles – retângulo.


( ) equiláteros – isósceles – escalenos – acutângulo – obtusângulo – retângulo.
( ) escalenos – equiláteros – isósceles – acutângulo – obtusângulo – retângulo.
( ) equiláteros – isósceles – escalenos – equiláteros – isósceles – escaleno.

3 Os triângulos têm medidas pontos notáveis chamados de circuncentro,


incentro, ortocentro e baricentro. Sobre estes pontos analise as sentenças e
classifique V para as verdadeiras e F para as falsas.

( ) O incentro é o centro da circunferência inscrita no triângulo.


( ) O circuncentro é o centro da circunferência circunscrita no triângulo.
( ) O baricentro é interno ao triângulo.
( ) O ortocentro é interno ao triângulo.
( ) O circuncentro é interno ao triângulo.
( ) O incentro é interno ao triângulo.

108
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

( ) V – F – V – V – F – F.
( ) V – V – F – V – V – V.
( ) V – V – V – F – F – V.
( ) V – F – V – F – V – F.

4 Determine “x” em cada um dos triângulos:

5 Vamos utilizar materiais de desenho? Você precisará de uma régua e um


transferidor.

a) Desenhe três triângulos, um obtusângulo, outro retângulo e o último acutângulo.


Meça os ângulos com o transferidor e calcule a soma deles. O que você pode
concluir?
b) Desenhe um triângulo com medidas de lados 3, 4 e 5 centímetros,
respectivamente. Qual é a medida dos ângulos? Qual é o tipo de triângulo
quanto aos lados e aos ângulos?
c) Desenhe três triângulos: um escaleno retângulo, um isósceles retângulo
e escaleno obtusângulo. É possível construir um triângulo equilátero e
obtusângulo?
d) Desenhe dois triângulos: um escaleno acutângulo e um isósceles acutângulo.

É possível construir um triângulo equilátero e acutângulo?

6 Verifique a condição de existência de cada triângulo, conforme medidas


indicadas nas sentenças. Após a análise de possibilidade de existência ou não

109
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas.

( ) 3 cm, 5 cm e 7 cm.
( ) 15 cm, 8 cm e 8 cm.
( ) 3 cm, 2 cm e 7 cm.
( ) 7 m, 3,9 m e 3,7 m.
( ) 3,7 cm, 9,1 cm e 8,4 cm.
( ) 6 cm, 17,5 cm e 10 cm.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – V – V – F – F.
b) ( ) V – V – F – V – V – F.
c) ( ) V – V – V – F – F – V.
d) ( ) V – F – V – F – V – F.

110
UNIDADE 2
TÓPICO 3

SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS

1 INTRODUÇÃO
Vamos aprofundar um pouco mais nosso estudo sobre os triângulos a partir
das relações de congruência. Neste tópico, nosso foco de análise será a formalização
matemática dos conceitos de congruência e de semelhança de triângulos.

Ao conhecermos as informações sobre os triângulos, que nos permitem


afirmar se são congruentes e/ou semelhantes, dispomos de um rico recurso para
demonstrações de outras relações válidas, pois várias propriedades são decorrentes
da congruência e semelhança de triângulos.

Vamos lá para mais um trecho da nossa viagem!

2 NOÇÃO DE CONGRUÊNCIA E SEMELHANÇA


A definição de congruência, segundo o dicionário de Língua Portuguesa, é
de um substantivo feminino que tem coincidência ou correspondência de caráter
ou qualidades. Esta situação de congruência pode ser descrita intuitivamente
quando as figuras têm a mesma forma e o mesmo tamanho. Veja as imagens que
parecem congruentes.

111
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

FIGURA 14 – IMAGENS QUE PARECEM CONGRUENTES

FONTE: Disponível em: <http://www.corbisimages.com>. Acesso em: 29 abr. 2013.

De modo mais rigoroso só podemos afirmar que duas figuras são


congruentes quando a sobrepomos e elas coincidem exatamente.

FIGURA 15 – IMAGENS QUE PARECEM CONGRUENTES

FONTE: Disponível em: <http://www.corbisimages.com>. Acesso em: 29 abr. 2013.

Na figura anterior percebemos que os pontos A e B coincidem, então


podemos afirmar com certeza que as duas figuras iniciais (A e B) são congruentes.

Mas atente que duas figuras congruentes podem não coincidir exatamente
ao sobrepomos e serem congruentes, veja:

112
TÓPICO 3 | SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS

FIGURA 16 – FIGURAS CONGRUENTES NÃO COINCIDEM COM


SOBREPOSIÇÃO

FONTE: Os autores

Contudo, nem sempre quando duas figuras possuem o mesmo tamanho e a


mesma forma são congruentes. É neste contexto que nos remetemos à semelhança
que conforme o dicionário de Língua Portuguesa trata daquilo “que é da mesma
espécie, qualidade, natureza ou forma, em relação a outro ser ou coisa”. (HOUAISS;
VILLAR, 2009, p. 1725).

Observe a figura dos pares de sapatos semelhantes.

FIGURA 17 – PARES DE SAPATOS SEMELHANTES

FONTE: Disponível em: <http://www.corbisimages.com>. Acesso


em: 29 abr. 2013.

Matematicamente, o conceito de semelhança tem por base a


proporcionalidade assim, duas figuras proporcionais ao serem sobrepostas podem
coincidir exatamente sendo, portanto, congruentes. Veja alguns exemplos de
figuras que têm alguma semelhança e a justificativa de não serem congruentes:
113
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

a)

As duas figuras têm a forma triangular e com o


mesmo tamanho de perímetro (soma das medidas dos
lados). Não são congruentes, pois ao serem sobrepostos
os ângulos não coincidem.

b)

Os dois quadriláteros têm a mesma área (base


x altura) e os mesmos ângulos (90º), contudo, também
não são congruentes, pois aos serem sobrepostos não
coincidem.

c)

Os cilindros, apesar de possuírem o mesmo


volume, não são congruentes.

Percebeu que a ideia de congruência e semelhante está presente em figuras


planas e espaciais?

A congruência ocorre entre duas figuras quando os lados e ângulos da


primeira estão em correspondência com os lados e ângulos da segunda, de tal
forma que os lados em correspondência têm a mesma medida, assim como os
ângulos.

A semelhança entre duas figuras ocorre quando os lados correspondentes


têm medidas proporcionais e os ângulos correspondentes são congruentes.

E
IMPORTANT

Figuras congruentes são semelhantes, mas nem todas as figuras semelhantes


são congruentes.

114
TÓPICO 3 | SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS

Na sequência, vamos formalizar com o rigor matemático necessário a


definição de congruência e, em seguida, estudaremos, especificamente, os casos de
congruência de triângulos. A mesma abordagem ocorre em relação à semelhança
de triângulos.

3 CONGRUÊNCIA ENTRE TRIÂNGULOS


A congruência entre triângulos é reflexiva, simétrica e transitiva. A
definição de congruência de triângulos vista anteriormente dá todas as condições
que devem ser satisfeitas para que dois triângulos sejam congruentes.

Duas figuras são congruentes se, e somente se, possuem ordenadamente


congruentes os lados e os ângulos. Vamos ilustrar a definição partindo do exemplo
de dois triângulos congruentes:

AB ≡ A’B’ Â ≡ Â
Indicação: ∆ABC ≡ ∆A’B’C’ se AC ≡ A’C’ e B ≡ B
BC ≡ B’C’ C ≡ C

Notação: O símbolo ≡ significa “é congruente a".

A relação de congruência também é válida sobre o conjunto de pontos de


uma reta, de um plano ou do espaço se existe uma isometria que permite que
o conjunto coincida com o outro. Isometria são transformações geométricas que
estabelecem uma correspondência, uma a uma, entre os pontos de um mesmo
plano ou de planos diferentes.

As transformações geométricas que garantem a congruência entre duas


figuras, pois ao movimentá-las não há deformação, são:

• Translação: resultado de um deslocamento sem giro.

115
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

• Rotação: resultado de um giro em torno de um ponto qualquer, chamado de


centro de rotação.

• Reflexão: resultado de um movimento simétrico em relação a uma reta chamada


de simetria axial.

A partir das isometrias apresentadas podemos afirmar que a congruência


entre triângulos é reflexiva, simétrica e transitiva.

Não é por acaso que estes movimentos garantem a congruência entre duas
figuras. Há uma justificativa matemática rigorosa, porém não cabe nos estudos
desta disciplina. Por ora é importante simplesmente entendermos que a isometria
não deforma a figura.

116
TÓPICO 3 | SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS

4 CASOS DE CONGRUÊNCIA DE TRIÂNGULOS


A definição de congruência de triângulos, definida anteriormente, fornece
todas as condições para que dois triângulos sejam congruentes.

Neste item veremos como se dão as congruências entre os lados e os


ângulos de dois triângulos. No total são seis casos, três entre os lados e três entre
os ângulos.

Vamos lá!

1º CASO: Lado-Ângulo-Lado (LAL):

Se dois triângulos têm ordenadamente congruentes dois lados e o


ângulo compreendido, então eles são congruentes.

Indicação e representação geométrica

Este caso de congruência


é indicado por LAL

Exemplo:

Vamos mostrar que os triângulos ABC e CED são congruentes identificando


dois lados e um ângulo igual. Algumas informações são conhecidas da figura: AC
= CD, EC = 5 u.m e EF = 2 u.m.

117
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

Como o ∆ABC ≡ ∆CDE e


AC = CD então,
EC = AB ou EC = BC mas, pela construção geométrica
BC > EC, logo EC = AB, ou seja, 5 u.m.

Neste ponto já temos dois lados iguais entre os triângulos ∆ABC e ∆CDE.

Vamos sequenciar identificando pelo menos um ângulo igual via


demonstração:

Como o ∆ABC ≡ ∆CDE e,


AC = CD então, ABC = CED
Como CED e BEF são ângulos opostos pelo vértice então, CED = BEF
Assim ABC = BEF o que torna ∆BEF isósceles, logo BF = 2 = EF.

Sabemos que um triângulo isósceles possui os ângulos da base iguais então,


BEF e FBE são iguais. Em relação aos triângulos ABC e CDE os ângulos iguais são
CED e ABC. Assim, mostramos que os ângulos são congruentes pelo caso LAL.

2º caso: Ângulo-Lado-Ângulo (ALA):

Se dois triângulos têm ordenadamente congruentes um lado e os dois


ângulos a ele adjacentes, então esses triângulos são congruentes.

118
TÓPICO 3 | SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS

Indicação e representação geométrica

Os ângulos adjacentes ao lado AB são os ângulos A e B, e os


adjacentes ao lado A’B’ são os ângulos A’ e B’

^ ^
A ≡ A’
AB ≡ A’B’
^ ^
B ≡ B’

Consequentemente:
^ ^
C≡C
Este caso de congruência é indicado por ALA.
AC ≡ A’C’
CB ≡ C’B

Exemplo:

Agora vamos mostrar que os triângulos ABC e CED são congruentes


identificando dois ângulos e um lado igual. Algumas informações são conhecidas
da figura: AF = 3 u.m., FB = FE = 2 u.m., AC = CD e EC = 5 u.m.

Temos que AC = CD e
AB = 3 + 2 = 5 = EC
Como FB = FE = 2 o ∆FBE é isósceles e, portanto
FBE = FEB, pois são os ângulos da base e FEB = CED por serem opostos pelo vértice.

Em relação aos triângulos ABC e CDE os ângulos iguais são ABC e CED
Sobrepondo estes dois ângulos temos que BAC = ECD
Assim, mostramos que os triângulos ABC e CED são congruentes pelo caso ALA.

119
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

3º caso: Lado-Lado-Lado (LLL):

Se dois triângulos têm ordenadamente congruentes os três lados, então


esses triângulos são congruentes.

Indicação e representação geométrica

AB ≡ A’ B’
AC ≡ A’ C’ ∆ABC ≡ ∆A’B’C’
BC ≡ B’ C’

Consequentemente:
^ ^
A≡A
^ ^
B≡B
^ ^
C≡C

Este caso de congruência é indicado por LLL.

Exemplo:

Partindo do mesmo exemplo vamos mostrar que os triângulos ABC e CED


são congruentes por terem os três lados congruentes. Dados: AF = 3 u.m., FB = FE
= 2 u.m., AC = CD e EC = 5 u.m.

Como AB = AF + FB temos que


AB = 3 + 2 = 5, logo AB = EC
É dado no enunciado que AC = CD, então por consequência ED = BC.

120
TÓPICO 3 | SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS

Assim, mostramos que os triângulos ABC e CED são congruentes pelo caso
LLL.

4º caso: Lado-Ângulo-Ângulo oposto (LAAo):

Se dois triângulos têm ordenadamente congruentes um lado, um


ângulo adjacente e o ângulo oposto a esse lado, então esses triângulos são
congruentes.

Indicação e representação geométrica

Esquema do 4º caso:

AB ≡ A’ B’
^ ^
A ≡ A’ ∆ABC ≡ ∆A’B’C’ Este caso de congruência é indicado por LAAo.
^ ^
C ≡ C’

Exemplo:

Partindo do mesmo exemplo vamos mostrar que os triângulos ABC e CED


são congruentes por terem os três lados congruentes. Dados: AF = 3 u.m., FB = FE
= 2 u.m., AC = CD e EC = 5 u.m.

Temos que AB = 3 + 2 = 5 = EC
Sabemos ainda que AC = CD.
Como FB = FE = 2 o ∆EFB é isósceles portanto FBE = FEB.

121
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

5º caso: Congruência de triângulos retângulos:

Se dois triângulos retângulos têm ordenadamente congruentes um


cateto e a hipotenusa, então esses triângulos são congruentes.

Hipótese:

^ ^
A ≡ A’
AB ≡ A’B’
BC ≡ B’C’

Tese:
∆ABC ≡ ∆A’B’C’
Demonstração:

Se tomarmos o segmento A’B’ como eixo de simetria do triângulo C’DB’


vamos perceber que o triângulo A’DB’ é a reflexão de A’B’C’, portanto: A’D ≡ C’A’.

Então, pela figura, podemos afirmar que: A’D ≡ CA

AB ≡ A’B’ LAL
^ ^
A ≡ A’ ∆ABC ≡ ∆A’B’D’
AC ≡ A’D’

Se B’C’ ≡ B’D , então o triângulo B’C’D é isósceles, com base C’ D . Então


podemos afirmar que C’ ≡ D , e conforme afirmamos anteriormente, por reflexão,
C ≡ C’.

Finalmente, considerando os triângulos ABC e A’B’C’, temos:

BC ≡ B’C’ LAL0
^ ^
A ≡ A’ ∆ABC ≡ ∆A’B’C’
^ ^
C ≡ C’

Assim fica provado o caso de congruência entre dois triângulos retângulos.

6º caso: Congruência nos triângulos isósceles:

Se um triângulo é isósceles, os ângulos da base são congruentes.

122
TÓPICO 3 | SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS

Sabemos que um triângulo para ser isóceles deve ter


dois lados congruentes, como neste triângulo ABC ao lado:

No triângulo ABC, o ponto M é médio do lado AB .

O segmento CM , que une o vértice C ao ponto M,


é chamado de mediana relativa ao lado AB e divide o triângulo ABC em dois
triângulos retângulos congruentes.

Assim:

• Os lados AC e BC são congruentes, pois se trata de um triângulo isósceles.

• Os segmentos AM e BM também são congruentes, pois M é o ponto médio do


lado AB .

• MC e MC são congruentes, pois se trata do lado comum aos dois triângulos.

Assim podemos concluir que:

∆AMC ≡ ∆BMC pelo caso LLL

Se os triângulos são congruentes, os ângulos correspondentes também são


congruentes: A ≡ B e AMC e BMC.

Como os ângulos AMC e BMC juntos formam um ângulo raso, podemos


afirmar que são suplementares (a soma de suas medidas é 180º). Assim sendo, os
dois são ângulos retos.

Observe que o segmento CM, além de ser a mediana, é também altura e


bissetriz do vértice C.

A formalidade com que apresentamos a congruência de triângulos é por


julgarmos ser um assunto muito importante que para você, futuro professor de
matemática! Porém, você
123
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

pode iniciar o assunto de forma lúdica, com a utilização de recortes de triângulos


em cartolinas ou outros materiais que tenha à disposição e, só então após partir
para a formalização com o rigor matemático.

5 SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS
Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, possuem os três ângulos
ordenadamente congruentes e os lados homólogos proporcionais.

Homólogos (homo + logos → mesmo + lugar)

Assim, como a congruência o que garante a semelhança de triângulo são


as transformações geométrica que ao serem aplicadas conservam as medidas
angulares e os lados homólogos. Assim, também são relações reflexivas, simétricas
e transitivas.

Notação: O símbolo ~ significa “é semelhante a"

Indicação: ∆ABC ~ ∆A’B’C’ se AB ~ A’B’


AC ~ A’C’
onde: BC ~ B’C’

AB AC BC
k
A’B’ A’C B’C’ k é a razão de semelhança.
Se k=1 os triângulos são congruentes.

124
TÓPICO 3 | SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS

5.1 TEOREMA FUNDAMENTAL DA SEMELHANÇA

Se uma reta é paralela a um dos lados de um triângulo e intercepta


os outros dois em pontos distintos, então o triângulo que ela determina é
semelhante ao primeiro.

Já sabemos que para serem semelhantes os


ângulos devem ser congruentes e os lados homólogos
proporcionais. Então vamos analisar:

a) Congruência dos ângulos

As retas são paralelas DE // BC então pela


definição de ângulos correspondentes podemos afirmar
que D ≡ B, E ≡ C, e como A é um ângulo comum aos
∆ABC e ∆ADE está provado que todos os ângulos são
congruentes.

b) Proporcionalidade dos lados


Pelo Teorema de Talles, temos:

AD AE
AB AC

125
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você viu que:

• A transformação geométrica é uma correspondência, um a um, entre pontos


de um mesmo plano ou de planos diferentes. Em triângulos as transformações
podem ocorrer por: translação, reflexão e rotação.

• Dois triângulos são semelhantes ou congruentes quando os lados e ângulos do


primeiro triângulo estão em correspondência com os lados e ângulos do segundo
triângulo, de tal forma que os lados em correspondência têm a mesma medida,
assim como os ângulos.

• Os casos de congruências são:

a) Lado-Ângulo-Lado (LAL): “Se dois triângulos têm ordenadamente


congruentes dois lados e o ângulo compreendido, então eles são congruentes.”

b) Ângulo-Lado-Ângulo (ALA): “Se dois triângulos têm ordenadamente


congruentes um lado e os dois ângulos a ele adjacentes, então esses triângulos são
congruentes”.

c) Lado-Lado-Lado (LLL): “Se dois triângulos têm ordenadamente congruentes


os três lados, então esses triângulos são congruentes”.

d) Lado-Ângulo-Ângulo oposto (LAAo): “Se dois triângulos têm ordenadamente


congruentes um lado, um ângulo adjacente e o ângulo oposto a esse lado, então
esses triângulos são congruentes”.

• Os casos especiais de congruências são:

a) Congruência de triângulos retânguos: “Se dois triângulos retângulos têm


ordenadamente congruentes um cateto e a hipotenusa, então esses triângulos são
congruentes”.

b) Congruência nos triângulos isósceles: “Se um triângulo é isósceles, os


ângulos da base são congruentes”.

126
AUTOATIVIDADE

Chegou o momento de exercitar. Faça a autoatividade proposta. Exercitando:

1 Os triângulos da figura a seguir são semelhantes, mas estão em posições


diferentes. Sabemos que triângulos semelhantes têm medidas proporcionais.
Com base nisso, calcule as medidas x e y.

2 Num triângulo retângulo, como são chamados:

a) Os lados que formam o ângulo reto?

b) O lado oposto ao ângulo reto?

3 Se o perímetro de um triângulo equilátero mede 75 cm, quanto mede cada um


de seus lados?

4 Se o perímetro de um triângulo isósceles mede 100 m e a base mede 40 m,


quanto mede cada um dos outros lados?

5 Encontre o perímetro do triângulo ABC em cada um dos seguintes casos:

a) Um triângulo equilátero ABC com AB = x + 2y; AC = 2x – y e BC = x + y + 3.


b) Um triângulo isósceles ABC de base BC, com AB = 2x + 3; AC = 3x – 3 e BC =
x + 3.

6 No ∆ABC, o ângulo A = 70º, AC = 3 m e AB = 5 m; em outro ∆XYZ, o ângulo


Y = 70º, YZ = 5 m e XY = 3 m. Justifique a semelhança entre os dois triângulos e
diga quais os ângulos e lados congruentes.

7 Uma rampa de inclinação constante, como a que dá acesso ao Palácio do


Planalto em Brasília, tem 4 metros de altura na sua parte mais alta. Uma pessoa,
tendo começado a subi-la, nota que após caminhar 12,3 metros sobre a rampa
está a 1,5 metros de altura em relação ao solo.

a) Faça uma figura ilustrativa da situação descrita.


b) Calcule quantos metros a pessoa ainda deve caminhar para atingir o ponto
mais alto da rampa.
127
128
UNIDADE 2 TÓPICO 4
CIRCUNFERÊNCIA E SUPERFÍCIES ESFÉRICAS

1 INTRODUÇÃO
É neste contexto que vamos continuar nossa caminhada, estudando
uma figura que é fácil de ser notada em nosso cotidiano, a circunferência. A
circunferência é uma figura geométrica formalizada no campo da matemática.
Historicamente o avanço mais significativo foi a invenção da roda, que tornou
o conceito do circular aplicado à vida cotidiana. Os campos de transporte e
comunicação evoluíram extraordinariamente, contribuindo para o progresso da
humanidade. Historiadores caracterizam a circunferência como sendo um dos
primeiros inventos em que o homem concentrou seus esforços.

Neste tópico, vamos analisar as características de uma circunferência,


mostrando como ela é formalizada dentro da geometria. Arrume as malas
novamente que a viagem pela geometria vai continuar.

Se fincarmos uma estaca no chão e prendermos nesta estaca uma corda


de comprimento qualquer e giramos ao redor da estaca mantendo a corda
esticada, teremos construído uma superfície esférica, normalmente chamada de
circunferência.

FIGURA 18 – TRAÇANDO UMA CIRCUNFERÊNCIA

FONTE: Disponível em: <http://diogo_salsicha.blogs.sapo.pt/>. Acesso em: 19 set.


2012.

129
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

Definição: circunferência é um conjunto de pontos do plano equidistantes


de um ponto fixo desse plano.

O ponto fixo é chamado centro da circunferência.

UNI

Observe que a circunferência é apenas o contorno da figura.

Um segmento cujos extremos são o centro e um ponto qualquer da


circunferência (que seria a nossa corda) é chamado raio, cuja medida representamos
por r.

Na figura que segue:

• O é o centro da circunferência.

• AO, OB, OC são raios da circunferência.

• AO = OB = OC = r.

Indica-se essa circunferência por C(O, r) (lê-se: “circunferência de centro O


e raio de medida r”).

O conjunto de todos os pontos internos a uma circunferência é seu interior.

O conjunto dos pontos externos a uma circunferência é seu exterior.

130
TÓPICO 4 | CIRCUNFERÊNCIA E SUPERFÍCIES ESFÉRICAS

Assim como nos polígonos a circunferência tem uma região interna e outra
externa, formadas pelo conjunto de pontos pertencentes a cada uma das regiões.

Corda de uma circunferência é um segmento que tem seus extremos


pertencentes à circunferência. Na figura a seguir, AB é corda.

Uma corda que passa pelo centro da circunferência é chamada diâmetro.


Na figura ao lado, CD é diâmetro.

UNI

Todo diâmetro é uma corda, mas nem toda corda é um diâmetro.

Raio de uma circunferência é um segmento com


uma extremidade no centro e a outra num ponto da
circunferência. Na figura ao lado, OM é raio.

E
IMPORTANT

Observe que a medida do diâmetro é o dobro da medida do raio.

Indicando a medida do diâmetro por D, temos D = 2r.

Mostre figuras, imagens, observe objetos que tenham este formato. Isso
tudo vai motivar seus alunos e fazer com que eles queiram aprender mais sobre
geometria. Mostre, por exemplo, uma bicicleta e enfatize a circunferência das rodas.
Indique aos alunos onde estão os raios da bicicleta e porque são assim chamados.
131
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

Mostre também o diâmetro e trace imaginariamente uma corda para que eles
localizem estes entes geométricos no objeto que é tão comum a eles, a bicicleta.

FIGURA 19 – BICICLETA

FONTE: Disponível em: <http://galeria.colorir.com/>. Acesso em: 19 set. 2012.

2 ARCO DE CIRCUNFERÊNCIA E SEMICIRCUNFERÊNCIA


Você conheceu na seção anterior o que é uma circunferência e quais são
os principais elementos que fazem parte dela. Nesta segunda seção, você poderá
conhecer o que é um arco de circunferência e uma semicircunferência.

Vamos considerar uma circunferência λ de centro O, com dois pontos A e


B desta circunferência, que não sejam extremidades do diâmetro. Nestas condições
teremos dois arcos: um menor e um maior, como mostra a figura:

132
TÓPICO 4 | CIRCUNFERÊNCIA E SUPERFÍCIES ESFÉRICAS

O arco menor AB é a reunião de todos os pontos da circunferência λ que


^
estão no interior do ângulo AOB com extremidades nos pontos A e B.

O arco maior AB é a reunião de todos os pontos de λ que estão no exterior


^
do ângulo AOB com extremidades nos pontos A e B.

Os pontos A e B (extremidades do arco), são indicados como:

AB = arco menor e
AXB = arco maior.

Agora vamos considerar os pontos A e B como extremidades de um


diâmetro da circunferência. Perceba que a circunferência foi dividida em duas
partes iguais, chamadas semicircunferências.

A B

As duas semicircunferências BA são a reunião de todos os pontos da


circunferência que estão no mesmo semiplano determinado pela reta AB.

UNI

Um dos postulados de Euclides, presente na obra Os Elementos, diz que toda


reta de um plano o divide em dois semiplanos. Esta é a ideia apresentada acima, ao tratar das
semicircunferências.

Assim, qualquer diâmetro divide a circunferência em duas


semicircunferências.

3 CÍRCULO
Círculo é um conjunto de pontos de um plano cuja distância de um ponto
dado desse plano é menor ou igual a uma distância, não nula, dada.

133
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

Podemos dizer ainda que círculo é a reunião de uma circunferência com a


sua região interior.

Observe que a circunferência e o círculo possuem o mesmo centro, raio,


corda, diâmetro e arco de um círculo são o centro, o raio, a corda, o diâmetro e o
arco da respectiva circunferência.

3.1 SETOR CIRCULAR, SEGMENTO CIRCULAR E SEMICÍRCULO


Os termos setor circular, segmento circular e semicírculo são específicos
da geometria. Porém, isso não quer dizer que não possam ser abordados de uma
maneira prática. Podemos pensar em um pedaço de pizza como sendo um setor
de um círculo e a borda como sendo a circunferência que delimita a massa. Veja a
figura a seguir:

FIGURA 20 – PEDAÇO DE PIZZA (SETOR DE UM CÍRCULO)

FONTE: Disponível em: <http://luanacoelho.files.wordpress.com/2009/12/pizza_


jacuhy2.jpg?w=500>. Acesso em: 29 nov. 2013.

134
TÓPICO 4 | CIRCUNFERÊNCIA E SUPERFÍCIES ESFÉRICAS

NOTA

Para aprofundar seus conhecimentos sobre este tópico, GARCIA, Antônio


Carvalho de; CASTILHO, João Amarante. Matemática sem mistério: geometria plana e
espacial. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2006.

Vamos considerar um círculo de centro O com dois pontos A e B da


circunferência que não sejam extremidades de um diâmetro.

O setor circular menor AOB é a reunião dos pontos dos raios AO, OB e de
^ .
todos os pontos do círculo que estão no interior do ângulo AOB

O setor circular maior AOB é a reunião dos pontos dos raios AO, OB e de
^ .
todos os pontos do círculo que estão no exterior do ângulo AOB

Segmento circular é uma região limitada por uma corda e um arco do


círculo.

O segmento circular AB é a intersecção do círculo com o semiplano de


origem na reta AB

Se A e B são extremidades de um diâmetro da circunferência, ou do círculo,


este foi dividido em dois semicírculos.

135
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico você viu que:

• A circunferência é um conjunto de pontos do plano equidistantes de um ponto


fixo chamado centro.

• O raio é um segmento cujos extremos são o centro e um ponto qualquer da


circunferência.

• A corda de uma circunferência é um segmento que tem seus extremos


pertencentes à circunferência.

• O diâmetro é uma corda que passa pelo centro da circunferência.

• O círculo é a reunião de uma circunferência com a sua região interior.

• O segmento circular é uma região limitada por uma corda e um arco do círculo.

• O setor circular é a região limitada por dois raios e um arco do círculo.

136
AUTOATIVIDADE

Para saber se você entendeu este tópico, não deixe da fazer as atividades a
seguir. Exercitando:

1 Pode um setor circular coincidir com um segmento circular? Explique isso.

2 Em que caso um setor circular é um semicírculo?

3 Numa mesa circular, uma pessoa fica bem acomodada ocupando cerca de 70
cm da borda deste móvel. Quanto maior o número de pessoas, maior deverá ser
o diâmetro desta mesa. Para acomodar confortavelmente 4 pessoas, qual deverá
ser a circunferência da mesa? Você é capaz de resolver este problema?

4 Justifique por que o diâmetro é a maior corda da circunferência.

5 Escreva um pequeno texto, pode ser em tópicos, especificando de que forma se


podem explorar os conceitos vistos neste tópico com situações do dia a dia. Faça
uma pesquisa, seja criativo. Lembre-se: “Não basta saber é preciso saber fazer”.

137
138
UNIDADE 2
TÓPICO 5

ÁREA DE FIGURAS POLIGONAIS

1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, continuaremos nossa viagem pela geometria estudando como
se efetua o cálculo de área de algumas figuras poligonais. Pé na estrada!

Quando falamos em Áreas de Polígonos, normalmente lembramos daquele


amontoado de fórmulas que são decoradas para serem aplicadas nas provas e
esquecidas logo depois.

Mas por que transformar esse


conteúdo em simples “decoreba”? Se
entendermos o significado de área e como
encontrá-la, a fórmula é simplesmente
“dispensável”.

Antes de tudo, devemos entender


que para determinar a área de uma figura
precisamos escolher uma unidade de medida
e, então, comparar a figura com essa unidade,
isto é, saber “quantas” unidades precisamos
para “compor” a figura.

Observe a figura que está no quadriculado ao lado. Os quadradinhos que


estão no interior da figura representam sua superfície.

Todo polígono ocupa uma certa quantidade de superfície, uma certa


área. Na vida prática, conhecer essa área pode ajudar a calcular várias coisas.
Pode ser tamanho de um terreno, a quantidade de pisos necessários para cobrir
determinada superfície, quanto tecido é necessário para fazer um vestido, quanto
papel é necessário para imprimir um fôlder, e muitas outras coisas.

Neste tópico vamos estudar como calcular a área de vários polígonos


conhecidos. Vamos começar analisando os quadriláteros.

139
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

2 QUADRILÁTEROS E SEUS ELEMENTOS


Quadriláteros são polígonos simples de quatro lados. Um quadrilátero tem
duas diagonais. A soma dos ângulos internos de um quadrilátero é 360º e a soma
dos ângulos externos também é 360º.

Considere o quadrilátero da figura ao lado.

• Os vértices A, B, C e D;

• Os lados AB, BC, CD e DA;

• As diagonais AC e BD.

Dois lados não consecutivos de um quadrilátero denominam-se lados


opostos. Na figura, os lados opostos são AB e CD, BC e AD.

2.1 PARALELOGRAMOS
Paralelogramos são quadriláteros planos convexos que têm os lados
opostos paralelos.

Na figura, AB // CD e AD // BC. Logo, o quadrilátero ABCD é um


paralelogramo.

O lado AB (ou CD) é chamado base, e o segmento DH é chamado altura do


paralelogramo.

ABCD é paralelogramo ⇔ AB // CD e
AD // BC

Entre os paralelogramos, destacam-se


os seguintes casos particulares:

• Retângulos são paralelogramos que têm os quatro ângulos congruentes (retos).

140
TÓPICO 5 | ÁREAS DE FIGURAS POLIGONAIS

ABCD é retângulo ⇔ A ≡ B ≡ C ≡ D

• Losangos são paralelogramos que têm os quatro lados congruentes.

ABCD é losango ⇔ AB ≡ BC ≡ CD ≡ DA

• Quadrados são paralelogramos que têm os quatro lados congruentes e os quatro


ângulos congruentes (retos).

ABCD é retângulo ⇔ A ≡ B ≡ C ≡ D e AB ≡ BC ≡ CD ≡ DA

E
IMPORTANT

Observe que:

• Todo quadrado é um retângulo.

• Todo quadrado é um losango.

141
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

2.1.1 Propriedades dos paralelogramos


• Em todo paralelogramo, cada diagonal o divide em dois triângulos congruentes.

• Em todo paralelogramo dois lados opostos quaisquer são congruentes.

• Em todo paralelogramo dois ângulos opostos quaisquer são congruentes.

• Em todo paralelogramo, as diagonais interceptam-se nos respectivos pontos


médios.

• Todo paralelogramo que tem as diagonais congruentes é um retângulo.

• Todo paralelogramo que tem as diagonais perpendiculares é um losango.

E
IMPORTANT

O quadrado é ao mesmo tempo um retângulo e um losango; portanto, possui


as seguintes propriedades:

• Suas diagonais são congruentes.

• Suas diagonais são perpendiculares entre si.

• Suas diagonais são bissetrizes dos ângulos internos.

2.2 TRAPÉZIOS
Perceba, acadêmico(a), que esta apresentação feita por nós para introduzir
os conceitos de área pode também ser feita com seus alunos. Este movimento é
importante para situar o aluno na linguagem que vai ser adotada nos posteriores
cálculos de área. Deste modo, vamos observar como são feitos alguns cálculos de
área de alguns polígonos específicos.

Trapézios são quadriláteros que têm apenas dois de seus lados paralelos.

Os lados paralelos são chamados bases e a distância entre as duas bases


chama-se altura.

No trapézio abaixo verifica-se que os ângulos A e D, assim como os ângulos


B e C, são colaterais internos, formados por duas paralelas (AB e CD) com uma
transversal.

142
TÓPICO 5 | ÁREAS DE FIGURAS POLIGONAIS

Logo:

^ ^
m( A )+m( D )=180º

^ ^
m( B )+m( C )=180º

Os lados paralelos são as bases do trapézio. Se os outros dois lados forem


congruentes, o trapézio será isósceles. Se não forem congruentes, o trapézio será
escaleno.

Feitos os estudos introdutórios deste tópico, vamos calcular a área das


principais figuras geométricas planas. Nas fórmulas a seguir, usadas para os
cálculos de área, usaremos a letra “S” de superfície.

ATENCAO

Procure no dicionário a diferença entre área e superfície.


Para encontrarmos a superfície de uma forma plana, fazemos um cálculo de área.

3 ÁREAS

3.1 QUADRADO
A área de uma região quadrada, cujo lado mede  unidades de comprimento,
é igual a 2 =  ×  unidades de área, ou seja:

S =  ×  = 2

143
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

Para melhor explicar esta equação, você pode dar um exemplo prático.
Como exemplo, podemos imaginar o cálculo de área de um terreno quadrado.

FIGURA 21 – CÁLCULO DE ÁREA DE UM TERRENO QUADRADO

FONTE: Disponível em: <http://www.da-educa.com>. Acesso em: 20 set. 2012.

Você poderia mostrar esta imagem a seus alunos dizendo que isto faz parte
de um projeto de um local externo de uma casa. Peça para eles analisarem a figura
e calcular a área que será futuramente o jardim. Este processo ajuda a mostrar aos
alunos que os conceitos estudados em sala têm uma utilidade prática.

Neste caso: S=3.3=9m²

3.2 RETÂNGULO
A área de uma região retangular cujo comprimento é a e cuja largura é b é
dada por ab unidades de área, ou seja:

S = ab

Novamente, você pode utilizar um exemplo prático para mostrar este


conceito. Você pode utilizar a mesma imagem anterior e fazer o cálculo de toda a
área externa do projeto discutido anteriormente.

Neste caso. S=7.6=42m²


144
TÓPICO 5 | ÁREAS DE FIGURAS POLIGONAIS

Discuta com seus alunos perguntando a eles outros exemplos que podem
ser analisados, utilizando estes cálculos de área relativamente simples. Você pode
analisar os próprios objetos que estão em sala como carteiras e a área do chão.

3.3 PARALELOGRAMO
A área da região limitada por um paralelogramo é encontrada multiplicando-
se o seu comprimento (base) pela sua largura (altura), ou seja:

S = ab

Isto se deve ao fato de que todo paralelogramo é equivalente a um retângulo


de base e altura respectivamente congruentes às do paralelogramo.

3.4 LOSANGO
A área da região limitada por um losango é igual à metade do produto das
medidas das diagonais:

diagonal maior ⋅ diagonal menor Dd


S= ou S =
2 2

3.5 TRAPÉZIO
A área da região limitada por um trapézio é igual à metade do produto da
altura pela soma das bases maior e menor:
145
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

(base maior + base menor) ⋅ altura (B+b)h


S= ou S =
2 2

Tanto o item 3.4 como esse pode ser trabalhado de forma alternativa com
seus alunos. Você pode utilizar cartolina e mostrar estas relações matemáticas
fazendo com que o aluno participe e manipule estes materiais. Isso estimula a
aprendizagem e coloca o aluno como agente participante no processo de construção
do conhecimento.

E
IMPORTANT

O triângulo é um polígono especial. Se você o conhecer bem, saberá lidar com


os demais polígonos, pois todos podem ser triangularizados. Então, atente para o que vem a
seguir!

3.6 TRIÂNGULO
A área limitada por um triângulo pode ser calculada de diferentes modos,
dependendo dos elementos conhecidos. Vejamos alguns:

• Conhecidos um lado (base) e altura correspondente (h)

Perceba, acadêmico(a), o movimento que estamos fazendo. Destacamos


a importância de se colocar a prática dentro da construção dos conceitos da
geometria. Isto é importante, porém, acreditamos que a formalização matemática
também se faz necessária para seu conhecimento como professor de matemática
e para seus alunos que têm a oportunidade de se familiarizar com esta linguagem
fascinante que a matemática proporciona.

Deste modo, para seu conhecimento e de seus alunos vamos destacar


algumas demonstrações. Vamos a elas.

146
TÓPICO 5 | ÁREAS DE FIGURAS POLIGONAIS

A área da região triangular é igual à metade do produto da base pela altura,


ou seja: S = bh , porque há um teorema que diz: “todo triângulo é equivalente a um
2
paralelogramo de base congruente à do triângulo e altura metade da altura do
triângulo”.

• Vamos ver agora como podemos calcular a área de um triângulo equilátero


de lado . Iniciamos traçando a altura do triângulo, e com isso o dividimos
em dois triângulos retângulos congruentes. Com a ajuda do Teorema de
Pitágoras, encontraremos a medida do cateto do triângulo em destaque e,
consequentemente, a altura do triângulo equilátero. De posse da altura do
triângulo, teremos condições de encontrar sua área. Observe:

Pelo Teorema de Pitágoras:

2 2
  2
4  2 + 4h 2
2 =   + h2 ⇔ 2 = + h2 ⇔ = ⇔ 42 - 2 = 4h2 ⇔ 32 = 4h2
2 4 4 4

3 2
h2 =
4

3 2
h=
4

l 3
h=
2

Se o lado do triângulo equilátero em estudo b h


mede , sua base também mede , então, conhecida sua S=
altura, a área será: 2
2

3  3 2
 
3 1
S= 2 = 2 = 
2 2 2 2
2
l2 3 3
S=
44
147
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

• Veremos agora como proceder para calcular a área de um triângulo qualquer


quando são conhecidos os três lados (a, b e c).

A área da região triangular pode ser calculada pela fórmula de Heron.


Sabemos que num triângulo: b h
S=
2
2 p ( p − a )( p − b)( p − c)
Porém, pelas relações métricas de triângulos h=
b

a+b+c
(sendo b a base do triângulo e p o semiperímetro p =
2

Temos: S = p ( p − a)( p − b)( p − c)

• Podemos ainda calcular a área do triângulo em função de dois lados e do seno


do ângulo compreendido entre eles. Vamos analisar a figura a seguir:

b h
Neste caso S = , mas no ∆ABC → h = b ⋅ senC então, podemos afirmar
2
1
que: S = a b senC
2
E assim podemos proceder com qualquer um dos três ângulos do triângulo.

A geometria se mostra uma ferramenta muito importante dentro da


matemática, no sentido de proporcionar em vários momentos o resgate de
conceitos já vistos. Nesta última parte, vimos que a relação trigonométrica “seno”
surge no cálculo de área. Esta é uma ótima oportunidade de resgatar os conceitos
da trigonometria com seus alunos. Fique atento a estes ganchos que podem ser
feitos durante suas aulas. Estes tornarão suas aulas mais ricas e os alunos mais
preparados. Agora vamos estudar um pouco mais os hexágonos regulares.
148
TÓPICO 5 | ÁREAS DE FIGURAS POLIGONAIS

3.7 HEXÁGONO REGULAR


O hexágono regular é um polígono especial, pois é formado por seis
triângulos equiláteros.

Sendo  o lado da região hexagonal, sua área será igual a:

6 2 3 3 2 3
S= =
4 2

3.8 ÁREA DA REGIÃO LIMITADA POR UM POLÍGONO


REGULAR
Observe alguns exemplos de polígonos regulares:

• Triângulo equilátero – polígono regular de três lados.

• Quadrado – polígono regular de quatro lados.

• Pentágono regular – polígono regular de cinco lados.

• Octógono regular – polígono regular de oito lados.

Pode-se perceber que, se o polígono regular tem n lados, a região limitada


por ele pode ser decomposta em n regiões limitadas por triângulos isósceles. Em
cada um desses triângulos, a base é o lado () e a altura é o apótema (a) do polígono
regular.

149
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

A área da região limitada por um polígono regular de n lados pode então


ser escrita assim:
a n
S = n ou S = ou S = pa
2 2

Em que: : lado
a: apótema
n = perímetro (2p)
p: semiperímetro

NOTA

Neste tópico, abordamos vários conceitos. Analisamos demonstrações e


situações práticas. Para que você possa aprofundar ainda mais seus conhecimentos sobre
cálculo de área sugerimos o seguinte livro: MACHADO, Antônio dos Santos. Matemática
temas e metas: áreas e volumes. São Paulo: Atual, 1988. Bons estudos!

150
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico você viu que:

• Os quadriláteros podem ser: trapézios, paralelogramos, retângulos, losangos e


quadrados.

• As propriedades dos quadriláteros.

• Retângulo: lados opostos iguais, quatro ângulos retos, duas diagonais iguais e
dois eixos de simetria.

• Losango: quatro lados iguais, ângulos opostos iguais, diagonais perpendiculares


e dois eixos de simetria.

• Quadrado: quatro lados iguais, quatro ângulos retos, diagonais perpendiculares


e quatro eixos de simetria.

• Paralelogramo: lados opostos iguais, ângulos opostos iguais e não tem eixos de
simetria.

• Trapézio Isósceles: dois lados iguais, um eixo de simetria.

• Trapézio Retangular: um ângulo reto e não tem eixos de simetria.

• Trapézio Escaleno: quatro lados diferentes e não tem eixos de simetria.

Outras formas:

• Pentágonos - São polígonos com cinco lados e cinco ângulos.

• Hexágonos - São polígonos de seis lados e seis ângulos.

• Heptágonos - São polígonos de sete lados e sete ângulos.

• Octógonos - São polígonos de oito lados e oito ângulos.

• Cálculos de área:

 Área do retângulo = b.h

 Área do quadrado:  . 

b h
 Área do triânguloS ==
2

151
Dd
 Área do losango =
2
 Área do trapézio = ( B + b ) h
2
a
 Área de um polígono regular: n , onde n = no de lados do polígono.
2

152
AUTOATIVIDADE

1 Pense num paralelogramo com as medidas da base e da altura, respectivamente


indicados por b e h. Se construirmos um outro paralelogramo que tem o
dobro da base e o dobro da altura do primeiro paralelogramo, qual será a
relação entre as áreas dos dois paralelogramos?

2 Calcule a área de um losango que possui suas diagonais medindo 10 cm e 16


cm (em centímetros quadrados).

3 Um dos lados de um retângulo mede 10 cm. Qual deve ser a medida do outro
lado para que a área deste retângulo seja equivalente à área do retângulo
cujos lados medem 9 cm e 12 cm (em centímetros quadrados)?

4 Calcule a área de um triângulo retângulo que possui como medida de sua


hipotenusa e de um dos seus catetos, respectivamente, 10 cm e 8 cm (resposta
em centímetros quadrados).

5 A figura a seguir representa as dimensões de uma sala que vai ser assoalhada
com tábuas de 20 cm de largura por 3,5 m de comprimento. Quantas tábuas
são necessárias?

6 Para refazer o jardim de sua residência, o Sr. Júlio resolveu comprar blocos
de grama para colocar entre as árvores e as flores. A grama é vendida em
blocos que medem 50 cm x 30 cm. Quantos blocos, no mínimo, o Sr. Júlio
deve comprar para cobrir uma área de 165m2?

7 Observe a figura ao lado. Cada quadradinho da


malha tem um cm de lado e, portanto, 1cm2 de área.
Com base nestes dados, calcule a área da região
limitada pela linha escura.

153
8 A frente de uma casa tem a forma de um quadrado com um triângulo
retângulo isósceles em cima. Se um dos catetos do triângulo mede 7 metros,
qual é a área frontal desta casa?

9 ABC é um triângulo retângulo com ângulo reto em C. Se m(AB) = 15 cm e


m(BC) = 9 cm, qual é a área do quadrado de lado AC?

154
UNIDADE 2
TÓPICO 6

ÁREAS DE CÍRCULOS E SETORES

1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico(a)! Estamos quase terminando essa segunda jornada pelos
caminhos da geometria. Neste tópico, vamos estudar um pouco mais sobre o
círculo. A importância de se estudar esta figura se destaca no campo da ciência e
na prática. É este movimento que vamos desenvolver neste momento. Mas antes,
um pouco de história.

Veja a figura a seguir:

FIGURA 22 – SÍMBOLOS E FIGURAS GEOMÉTRICAS ANTIGAS

FONTE: Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt>. Acesso em: 20 set. 2012.

Os antigos escribas, encarregados de fazer a coleta de impostos,


provavelmente começaram a calcular a extensão dos campos por meio de um
simples golpe de vista. Mas, certo dia, ao observar trabalhadores pavimentando
com mosaicos quadrados uma superfície retangular, algum sacerdote deve ter
notado que, para conhecer o total de mosaicos, bastava contar os de uma fileira e
155
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

repetir esse número tantas vezes quantas fileiras houvesse. Assim nasceu a fórmula
da área do retângulo: multiplicar a base pela altura.

E a área do círculo? Conta-se que Ahmes (2000 a. C.) encontrou a área de


um círculo partindo da área de um quadrado cujo lado tinha a mesma medida do
raio. Desta forma, comprovou que o quadrado estava contido no círculo mais de
3 vezes e um sétimo, que hoje conhecemos como pi. Então que, para saber a área
de um círculo, basta calcular a área de um quadrado construído sobre o raio e
multiplicar a respectiva área por 3,14. Interessante, não?

Claro que existem outras maneiras de chegarmos ao cálculo da superfície


do círculo, esta é apenas uma delas.

Além disso, existem diferentes formas de se analisar estes cálculos de área


no campo prático. Sem mais delongas vamos caminhar para mais uma etapa de
nossa jornada pela geometria.

2 ÁREA DO CÍRCULO
Observe a sequência de regiões poligonais regulares inscritas na
circunferência:

À medida que o número de lados (n) aumenta, o polígono regular tende a


confundir-se com a circunferência.

Assim, o perímetro tende a aproximar-se cada vez mais do comprimento


da circunferência, que é 2πR, e o apótema tende a se aproximar cada vez mais do
raio R da circunferência.
156
TÓPICO 6 | ÁREAS DE CÍRCULOS E SETORES

Então, a região poligonal tende a se confundir com o círculo e sua área


tende a coincidir com a área do círculo.

Como a área da região limitada por um polígono regular é dada pelo


produto do semiperímetro pelo apótema, então a área do círculo é:

1
=S (2π R)R ⇒ S = π R2
2

Neste momento, após a teorização, você pode mostrar uma imagem para
seus alunos e fazer com que eles compreendam a lógica que está por trás da fórmula
que calcula a área de um círculo. Sugestão de imagem a seguir.

FIGURA 23 – ÁREA DE UMA CIRCUNFERÊNCIA

FONTE : Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com.br>. Acesso


em: 20 set. 2012.

Este esquema pode também ser feito no quadro. Mostre com bastantes
detalhes a relação entre os polígonos regulares e a nova estética de escrita adotada
para fazer cálculos de área de um círculo, ou seja: A = πR2

Destaque também que este cálculo de área também é muito utilizado na


prática em vários ramos da sociedade. Peça para os alunos começarem a observar
os círculos que estão à sua volta no caminho da escola até sua casa e depois abra
uma roda de conversas para discussões. Você irá se surpreender com o interesse
dos alunos e o resultado final. Esta também é uma boa estratégia para amarrar
teoria e prática.
157
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

3 ÁREA DO SETOR CIRCULAR


Já a área de um setor circular é proporcional ao comprimento do arco, ou
à medida do ângulo central. Para calcular sua área, basta fazermos uma regra de
três.

FIGURA 24 – ÁREA DE UM SETOR CIRCULAR

FONTE: Disponível em: <http://www.alunosonline.com.br>. Acesso em:


20 set. 2012.

Assim, comparando 2πrad com πR2. 2π rad → π R 2  αR2


  Asetor =
α rad → Asetor  2

Se α estiver em graus: 360º → π R 2  π R 2α


  Asetor =
α º → Asetor  360º

E se tivermos o comprimento do arco: 2π R → π R 2  R


  Asetor =
 → Asetor  2

Claro que estas relações podem ser analisadas na prática. Exemplo na


imagem a seguir:

158
TÓPICO 6 | ÁREAS DE CÍRCULOS E SETORES

FIGURA 25 – PARTE DE UM CAMPO DE FUTEBOL (CORNER)

FONTE: Disponível em: <http://www.alunosonline.com.br>. Acesso em: 20


set. 2012.

A área de um setor pode ser calculada dependendo das informações que o


problema traz. Vamos analisar dois exemplos:

1 Determine a área do setor circular a seguir. (Use π = 3,14)

Solução: como conhecemos o raio e a medida do ângulo central, basta


substituir esses valores na fórmula da área do setor circular.

159
UNIDADE 2 | GEOMETRIA PLANA

2 Numa circunferência de área igual a 121 πcm2, calcule a área do setor circular
delimitado por um ângulo central de 1200.

Solução: para a solução desse problema devemos verificar que no


numerador da fórmula da área do setor circular, a medida do ângulo central α está
multiplicando a área da circunferência, dessa forma teremos:

OBS.: claro que este valor pode ser escrito na forma decimal, basta dividir
121 por 3 e multiplicar por 3,14.

4 ÁREA DO SEGMENTO CIRCULAR


Segmento circular é uma região limitada por uma corda e um arco do
círculo. Para calcular a área do segmento circular, basta encontrar a área do setor e
subtrair a área do triângulo formado pela corda e o ângulo central AOB.

α
A

Asegmento = AsetorAOB - A∆AOB

5 ÁREA DA COROA CIRCULAR


E finalmente, para o cálculo da coroa circular, basta encontrar a área dos
dois círculos e fazer a diferença dos dois.

160
TÓPICO 6 | ÁREAS DE CÍRCULOS E SETORES

Acoroa = πR2 - πr2


Acoroa = π(R2 - r2)

Depois de analisar com os alunos estas equações, você pode trabalhar com
situações práticas. Peça para um dos alunos que traga sua bicicleta para a sala
de aula. Com a ajuda de uma trena calcule as diferentes coroas circulares que
podem ser encontradas em uma bike. Com isso, sua aula fica mais atraente e por
consequência os alunos apreendem mais. Faça o teste!

NOTA

Para que você aprofunde seus conhecimentos sobre este tópico, sugerimos
como leitura o livro: RICH. Barnett. Geometria 3. ed. São Paulo: Bookman, 2003. Boa leitura!

161
RESUMO DO TÓPICO 6

Neste tópico você viu:

• Área de um círculo = π ⋅ r ⋅ r = π ⋅ r2
αR2 = πR2α = R
• Área circular ⇔ Ac =
2 360 2

• Área do segmento circular = AsetorAOB - A∆AOB

• Área da coroa circular = π(R2 - r2)

• Exemplos práticos de cálculo de área de um círculo.

• Sugestões de como trabalhar estes conceitos em sala de aula em uma perspectiva


pedagógica.

162
AUTOATIVIDADE

1 Em uma cidade, há um terreno abandonado. Esse


terreno tem a forma de um trapézio retangular cujas
bases medem 18 m e 12 m e cuja altura mede 30 m. João
amarrou seu cavalo, ponto P, a uma corda de 12 m de
comprimento, para pastar. De acordo com a figura ao
lado, calcule a área (em metros quadrados) de pasto que
o cavalo não pode comer.

2 No semicírculo ao lado temos BC = 10 cm e AB


= 8 cm. Qual o valor aproximado, em centímetros
quadrados, da área sombreada, sabendo-se que o
triângulo ABC é um triângulo retângulo?

3 Calcule a área da sacada de


um apartamento apresentada
na figura ao lado.

4 O comprimento da linha do Equador da Terra tem aproximadamente


40.000 km. Qual é o raio da Terra?

5 Uma pizza tem raio igual a 15 cm e está dividida em 6 fatias. Calcule a área
de cada fatia.

6 Num círculo de raio r = 10 cm, calcule:

a) o comprimento de um arco com α = 45º.


b) a área de um setor circular com α = 60º.
c) a área de um setor circular com α = 120º.

7 Observe a figura ao lado. Cada quadradinho tem


uma unidade quadrada de área. Encontre a área da
superfície contornada pela linha escura.

163
DICAS

Para compreender melhor o maravilhoso mundo da Matemática e da Geometria,


antes de iniciar a próxima unidade, assista: “Donald no país da matemágica”, um vídeo de 27
minutos produzido por Walt Disney.
O Pato Donald percebe a importância da matemática com alguns gregos da Antiguidade,
como Pitágoras. O filme relaciona a matemática com a música, escultura, pintura, arquitetura,
mecânica, esportes e outras atividades do cotidiano.
Divirta-se!

164
UNIDADE 3

GEOMETRIA ESPACIAL

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:

• desenvolver a intuição geométrica e seu uso na resolução de problemas;

• aprofundar os conteúdos de geometria plana para melhor compreender a


geometria espacial;

• promover o desenvolvimento do raciocínio dedutivo e habilidades na re-


solução de situações-problema próprias da geometria;

• reconhecer as diferentes medidas nos cálculos de superfície e volume;

• perceber a presença das formas geométricas nos objetos do cotidiano;

• preparar o futuro professor de geometria do Ensino Básico;

• construir e planificar figuras geométricas espaciais.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em dois tópicos e em cada um deles você encon-
trará atividades que o(a) ajudarão a aplicar os conhecimentos apresentados.

TÓPICO 1 – RELAÇÕES NO ESPAÇO

TÓPICO 2 – PRISMAS

TÓPICO 3 – PIRÂMIDES

TÓPICO 4 – CILINDRO

TÓPICO 5 – CONE

TÓPICO 6 – ESFERA

165
166
UNIDADE 3
TÓPICO 1

RELAÇÕES NO ESPAÇO

1 INTRODUÇÃO
Estamos quase chegando ao de fim de nossa caminhada pela geometria.
Nesta última unidade, vamos aprofundar nossos conhecimentos analisando
objetos no espaço a partir das relações entre pontos, retas e planos.

É de fundamental importância que você desenvolva suas habilidades de


analisar figuras no R3. Assim importa ter em mente os conhecimentos estudados
nas unidades anteriores, pois as mesmas relações para o plano são válidas no
espaço.

Neste Tópico 1 veremos as características de uma figura espacial, as relações


entre retas e planos no espaço, o estudo dos poliedros e a importante relação de
Euler.

Algumas relações estudadas no plano têm enfoque diferente quando o


referencial é o espaço. Então, fique atento para esta parte do nosso estudo e se é
necessário pause sua leitura para abstrair a passagem das sentenças matemáticas
de R2 para R3. Bons estudos!

2 RELAÇÕES ENTRE DUAS RETAS NO ESPAÇO


Nas unidades anteriores consideramos uma figura geométrica sempre no
mesmo plano, isto é, todos os seus pontos coplanares. Contudo, ao considerar
como referência o espaço R3 tanto as retas como os demais elementos podem estar
localizados em planos distintos.

Para melhor compreensão das relações entre retas no espaço vamos


observar a representação geométrica de uma ‘caixa’ em formato retangular:

167
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

As retas AB, BC, CD e DA são coplanares porque o plano (ABCD) as


contém. Também são retas coplanares as retas AE, EH, DH e DA porque o plano
(AEHD) contém essas três retas.

Se duas retas distintas formam


um plano, então, duas ou mais
retas são retas coplanares
quando existe um plano que as
contém.
A relação também ocorre para
os planos: BFGC, CGDH, BFEA
e EFGH.

As retas coplanares AB e CD não têm ponto em comum. O mesmo ocorre


com as retas coplanares BC e AD.

Retas coplanares distintas que


não têm ponto em comum são
chamadas de retas paralelas.
Outros pares de retas paralelas
distintas são: GH, EF, CG e DH

UNI

Duas retas paralelas são sempre coplanares.

168
TÓPICO 1 | RELAÇÕES NO ESPAÇO

O par de retas AB e AD tem um único ponto comum, isto é, as retas


interceptam-se num ponto. O mesmo acontece em BC e CD.

Retas que têm um único ponto


em comum são chamadas de
retas concorrentes.
Outros pares de retas paralelas
distintas são: FG e GH, CG e FG
etc.

UNI

Duas retas concorrentes são sempre coplanares.

Para as retas AB e FG não existe um plano que contenha as duas.

Dadas duas retas, quando não


existe um plano que as contenha,
são chamadas de retas reversas
ou não coplanares.
Outros pares de retas reversas
ou não coplanares são: GH e AD,
BC e EF.

Para explorar este assunto com seus alunos, leve-os para um passeio fora
da sala de aula e mostre as relações apresentadas no espaço. Em geral, todos os
objetos podem ser observados no que se refere aos seus elementos. Você também
pode utilizar a própria sala de aula e os objetos que estiverem disponíveis.

Para fazer a relação entre o plano e o espaço com os objetos que cercam
os alunos, você pode pedir que eles tragam diversas embalagens para analisar as
relações. Use a criatividade para ministrar ótimas aulas!

169
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

FIGURA 26 – EMBALAGENS

FONTE: Disponível em: <http://designontherocks.com.br/design-de-embalagens-tipos-de-


embalagens-de-papel/>. Acesso em: 12 set. 2012.

3 POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE DOIS PLANOS DISTINTOS


As principais posições relativas entre dois planos distintos são:

− Paralelos
• caso especial: paralelos coincidentes

− Secantes
• caso especial: secantes perpendiculares

Vamos às representações:

Planos paralelos: quando não houver


ponto em comum aos dois planos.

Planos paralelos coincidentes:


quando possuem todos os pontos em
comum.

170
TÓPICO 1 | RELAÇÕES NO ESPAÇO

Planos secantes: quando possuem


uma reta comum:

Planos secantes perpendiculares:


quando a reta de um plano é
perpendicular ao outro.

UNI

Se dois planos secantes não forem perpendiculares, são chamados de oblíquos.

Novamente o convidamos a observar o entorno e perceber como estas


relações geométricas estão presentes nas construções.

4 DETERMINAÇÃO DE UM PLANO
Quando temos três pontos não colineares, existe um único plano que passa
pelos três. Esta afirmação consiste em um importante postulado da Geometria:

Três pontos não colineares determinam um único plano.

A partir deste postulado inferimos as possíveis formas de determinar um


plano:

171
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

a) por três pontos


não colineares

b) por uma reta


e um ponto fora
dela

c) por duas
retas paralelas
distintas

d) por duas retas


concorrentes

UNI

Observe que em todos os casos o que permite construir o plano é a possibilidade


de identificar três pontos não colineares no mesmo plano.

Para apreender as condições de existência de


um plano identifique-as na figura ao lado.

5 SÓLIDOS GEOMÉTRICOS
Ao observarmos nosso entorno encontraremos objetos que são limitados
apenas por superfícies planas, outros limitados apenas por superfícies curvas e,
ainda outros limitados por superfícies planas e curvas.

Dessa forma, podemos definir sólido geométrico como uma figura que
possui as dimensões de latitude, longitude e altitude e se classificam em poliedros
e não poliedros.

Os poliedros são sólidos geométricos limitados somente por superfícies


planas:
172
TÓPICO 1 | RELAÇÕES NO ESPAÇO

Os não poliedros têm alguma superfície curvas:

UNI

Todo poliedro é um sólido geométrico, mas nem todo sólido geométrico é um


poliedro.

6 POLIEDROS
Já sabemos que poliedros são sólidos geométricos limitados por faces
planas e poligonais como apresentado nas imagens:

A ilustração a seguir de minerais de cristais é um exemplo de poliedro. Os


profissionais de Cristalografia utilizam os conceitos de geometria que você está
aprendendo!
173
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

FIGURA 27 – MINERAIS DE CRISTAIS

FONTE: Disponível em: <http://recursostic.educacion.es/ciencias/biosfera/web/


alumno/2ESO/materiales_terrestres/contenidos1.htm>. Acesso em: 23 set. 2012.

Um poliedro é formado por faces, arestas e vértices. Cada face está contida
em um plano diferente. O encontro dos planos define um segmento de reta chamado
de aresta e o encontro das destas arestas determinam os vértices da figura espacial.

UNI

Cada aresta do poliedro pertence a duas faces e a dois vértices.

Convexidade de um poliedro

Na unidade 2 estudamos os polígonos convexos, como o triângulo, o


quadrado e o retângulo, entre outros. Vamos nos valer deste estudo para tratarmos
dos poliedros convexos.

Para caracterizar um poliedro convexo segundo Machado (1988) é


necessário satisfazer às três condições de existência:

174
TÓPICO 1 | RELAÇÕES NO ESPAÇO

1) não há dois polígonos-face em um mesmo plano;


2) cada lado de um dos polígonos-face é comum a dois e apenas dois dos polígonos-
face;
3) o plano de cada polígono deixa todos os outros polígonos em um mesmo
semiespaço determinado por esta face.

Veja como esta definição se configura nas representações:

FIGURA 28 – POLIEDROS

FONTE: Disponível em: <http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/


mec/10483/open/file/geo1001.htm>. Acesso em: 28 set. de 2012.

Um poliedro não convexo é também chamado de côncavo. Para identificá-


lo de maneira rápida basta perceber que ao traçarmos um plano por uma das faces
do poliedro existe alguma parte do poliedro que não fica do mesmo semiplano, ou
seja, o plano traçado o poliedro em duas ou mais partes.

Exemplos de poliedros convexos Exemplos de poliedros côncavos

175
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

Conforme o número de faces um poliedro convexo recebe nomes especiais:

Nº faces Nome
4 Tetraedo
5 Pentaedro
6 Hexaedro
7 Heptaedro
8 Octaedro
9 Eneaedro
10 Decaedro
11 Undecaedro
12 Dodecaedro
13 Tridecaedro
14 Tetradecaedro
15 Pentadecaedro
20 Icosaedro

7 RELAÇÃO DE EULER
Para todo poliedro convexo vale a relação: F + V = A + 2 ou

V – A + F = 2 onde:
V é o número de vértices
A é o número de arestas
F é o número de faces

Os poliedros para os quais esta relação é válida são chamados poliedros


eulerianos.

Exemplos:

a) Em um poliedro convexo, o número de arestas é 30 e o de vértice é 12.


Qual é o número de faces?

V–A+F=2
12 – 30 + F = 2
F = 2 – 12 + 30
F = 20

176
TÓPICO 1 | RELAÇÕES NO ESPAÇO

Logo, o poliedro convexo tem 20 faces.

b) Vamos calcular o número de arestas e o número de vértices de um


poliedro com seis faces quadrangulares e quatro faces triangulares.

Primeiro vamos determinar o número de arestas:

• para cada face quadrangular temos 4 arestas, logo 6 x 4 = 24


• para cada face triangular temos 3 arestas, logo 4 x 3 = 12

Como contamos cada aresta duas vezes sem considerar o “encontro” temos
que dividir por dois: 24 + 12 = 18
2
Agora podemos aplicar a relação de Euler: F + V = A + 2
10 + V = 18 + 2
V = 18 + 2 -10
V = 10

UNI

Todo poliedro convexo é euleriano, mas nem todo poliedro euleriano é convexo.

Veja o os exemplos:

Poliedro convexo euleriano


Poliedro euleuriano não convexo

F + V=A+2
11 + 9 = 18 + 2
2 = 2

Na prática, a Relação de Euler é muito utilizada para saber características


imediatas dos sólidos sem precisar desenhar a figura! Esta relação foi estabelecida
pelo matemático suíço Leonhard Euler do século XVIII. Além da matemática sua
obra inclui outros ramos como a Física e a Astronomia.

177
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

FIGURA 29 – LEONHARD EULER

FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/-sDXHJrk8o3s/


VqOsdTfR_MI/AAAAAAAACs8/4-GCh_RcMv4/s1600/Leonhard_Euler_2.
jpg> Acesso em: 18 de abr. 2017.

Aspectos históricos ligados à História da Matemática também são


importantes de serem tratados com seus alunos. Este movimento histórico cria um
senso de contextualização dos conceitos que estão sendo trabalhos em sala de aula.
Esta abordagem auxilia os alunos a perceberem que a matemática foi desenvolvida
por pessoas ao longo do tempo.

Neste sentido, você poderia fazer uma ótima parceria com o professor de
História da escola. Seria um belo trabalho interdisciplinar!

8 POLIEDROS DE PLATÃO
Para tratarmos dos poliedros de Platão vamos, inicialmente, apresentar as
condições para definir poliedros convexos regulares. São elas:

1) as suas faces são polígonos regulares (com o mesmo nº de lados);


2) os seus ângulos poliédricos possuem a mesma medida.

178
TÓPICO 1 | RELAÇÕES NO ESPAÇO

UNI

Ângulo Poliédrico é constituído por


todas as faces que convergem em um vértice.

São os ‘bicos’ do poliedro.

Assim, podemos definir um poliedro convexo de Platão:

1) todas as faces tiverem o mesmo número de arestas;


2) de todos os vértices partirem o mesmo de arestas;
3) satisfazem a relação de Euler.

Pela definição de poliedro regular e de Platão, podemos afirmar que todo


Poliedro de Platão é regular.

Exemplo de poliedro de Platão Não exemplo de Poliedro de Platão

→ Não é convexo

→ Não parte o mesmo


número de arestas de
cada vértice

179
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

Só existem cinco poliedros regulares, que são os de Platão e recebem nomes


especiais. Vamos nomeá-los a partir da relação de Euler.

Um poliedro de Platão é poliedro euleriano, portanto, satisfaz à relação de


Euler:

(V – A + F = 2)

Os poliedros de Platão recebem nomes especiais:

Faces V A F V–A+F=2 Nome

Quatro faces
4 6 4 4–6+4=2 Tetraedro
triangulares

Seis faces
8 12 6 8 – 12 + 6 = 2 Hexaedro
quadrangulares

Oito faces
6 12 8 6 – 12 + 8 = 2 Octaedro
triangulares

Dozes faces
20 30 12 20 – 30 + 12 = 2 Dodecaedro
pentagonais

Vinte faces
12 30 20 12 – 30 + 20 = 2 Icosaedro
triangulares

180
TÓPICO 1 | RELAÇÕES NO ESPAÇO

UNI

Como poliedro é um sólido geométrico, os poliedros de Platão também são


chamados de Sólidos de Platão.

ATENCAO

Todo poliedro de Platão é um sólido geométrico, mas nem todos os sólidos


geométricos são de Platão.

Você pode construir os poliedros de Platão em diversos materiais a partir


da planificação.

Tetraedro

4 faces triangulares
4 vértices
6 arestas
Hexaedro

4 faces quadrangulares
8 vértices
12 arestas

Octaedro

4 faces triangulares
6 vértices
12 arestas

Dodecaedro

4 faces pentagonais
20 vértices
30 arestas

Icosaedro

20 faces triangulares
12 vértices
30 arestas

181
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

Por que só existem cinco poliedros de Platão?

Para responder a esta pergunta vamos observar como ocorre a construção


de um poliedro a partir dos ângulos poliédricos (‘bicos’). Para construir um
ângulo poliédrico são necessários pelo menos três polígonos e a soma dos ângulos
poliédricos será sempre menor que 360º independente do número de faces.

Assim, as faces só podem ser triângulos (ângulo interno 60º), quadrados


(ângulos interno 90º) e por pentágonos (108º). Vamos analisar:

Ângulo Nº possível
Polígono Poliedro
interno em cada vértice
3 triângulos Tetraedro
Triângulos
60º 4 triângulos Octaedro
equiláteros
5 triângulos Icosaedro

Quadrado 3 quadrados Hexaedro


90º
Pentágonos 3 pentágonos Dodecaedro
108º

Agora vamos mostrar que não é possível formar um ângulo poliédrico


com mais de três quadrados, hexágonos, heptágonos, octógonos, pois, a soma dos
ângulos é igual ou maior a 360º o que não forma um ‘bico’.

Conclui-se que só existem cinco poliedros de Platão nos quais a soma dos
ângulos poliédricos é sempre menor que 360º.

Assim, podemos concluir que só existe mesmo o tanto


de poliedros de Platão que cabem em uma mão!
Deixamos como dica a obra intitulada Os Poliedros de
Platão e os Dedos da Mão de autoria de Nilson José
Machado. Este livro contém ricas propostas didáticas
para sua prática pedagógica.

182
TÓPICO 1 | RELAÇÕES NO ESPAÇO

Curiosidades sobre os Poliedros de Platão

Uma curiosidade interessante sobre os poliedros ou sólidos de Platão é


a construção destes sólidos esculpidos em pedra pelos Povos Neolíticos que se
encontram no Museu Ashmolean em Oxford, Reino Unido. Autores de história da
matemática datam estas esculturas de 1600 a. C.

FIGURA 30 – SÓLIDOS DE PLATÃO MODELOS NEOLÍTICOS

FONTE: Disponível em: < http://www.pbs.org/wgbh/nova/physics/blog/2011/12/beautiful-


losers-platos-geometry-of-elements/>. Acesso em: 23 set. 2013.

Do ponto de vista filosófico, os sólidos de Platão se referem à teoria dos


quatro elementos que formam o mundo: fogo (tetraedro), ar (octaedro), água
(icosaedro) e terra (cubo). Depois veio o quinto elemento que se referre ao universo
representado pelo dodecaedro.

FIGURA 31 – ELEMENTOS DE PLATÃO

FONTE: Disponível em: <http://www.eb23-anadia.rcts.pt/ProjectoTurmas/


ProjMatematica5F/Solidos%20Geometricos.htm>. Acesso em: 23 de set. 2013.

Encerramos este tópico de estudo elencando a presença dos poliedros


em alguns objetos como: luminárias, prédios, telhados; na natureza como os
minerais, as pedras preciosas e as colmeias das abelhas; em alguns vírus (verruga
e poliomielite) que têm a forma de icosaedro.

Deixamos para você o desafio de citar outros exemplos!


183
RESUMO DO TÓPICO 1

Neste tópico, você viu que:

• Relações entre duas retas no espaço podem ser:


o Coplanares: se duas retas distintas formam um plano, então, duas ou mais
retas são retas coplanares quando existe um plano que as contém.
o Paralelas: retas coplanares distintas que não tem ponto em comum são
chamadas de retas paralelas.
o Concorrentes: Retas que tem um único ponto em comum são chamadas de
retas concorrentes.
o Reversas ou não coplanares: Dadas duas retas, quando não existe um plano
que as contenha, são chamadas de retas reversas ou não coplanares.

• Posições relativas entre dois planos distintos:


o Planos paralelos: quando não houver ponto em comum aos dois planos.
o Planos paralelos coincidentes: quando possuem todos os pontos em
comum.
o Planos secantes: quando possuem uma reta comum.
o Planos secantes perpendiculares: quando a reta de um plano é perpendicular
ao outro.

• Um plano pode ser determinado por:


o três pontos não colineares;
o uma reta e um ponto fora dela;
o duas retas paralelas distintas;
o duas retas concorrentes.

• Sólido geométrico é uma figura que possui as dimensões latitude, longitude e


altitude.

• Poliedros são sólidos geométricos limitados por faces poligonais.

• Os elementos de um poliedro são: vértices, arestas e faces.

• Em poliedro convexo:
o não há dois polígonos-face em um mesmo plano;
o cada lado de um dos polígonos-face é comum a dois e apenas dois dos
polígonos-face;
o o plano de cada polígono deixa todos os outros polígonos em um mesmo
semiespaço determinado por esta face.

• Em todos os poliedros convexos vale a relação: F + V = A + 2 ou V – A + F = 2.

184
• São cinco os poliedros de Platão: Tetraedro; Hexaedro; Octaedro; Dodecaedro;
Icosaedro.

• Um poliedro de Platão é poliedro euleriano, portanto, satisfaz a relação de


Euler.

• Só existem cinco poliedros de Platão porque a soma dos ângulos poliédricos


deve ser menor que 360º independente do número de faces. E, isto só ocorre nos
poliedros de Platão.

185
AUTOATIVIDADE

1 Sobre a mesa da figura há dois livros apoiados em diferentes posições.


Vamos analisar duas situações:

a) Qual é a posição dos planos da capa e


contracapa do livro B em relação à mesa?

b) Qual é a posição dos planos da capa, da


contracapa e de uma das folhas de dentro,
tomados dois a dois, em relação ao plano da mesa?

2 Uma bola de futebol é um poliedro que possui 12 faces pentagonais e 20


faces hexagonais, todas regulares. Com base nestas informações, classifique
V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas.
( ) O número de arestas deste poliedro equivale a 180.
( ) Este poliedro apresenta 60 vértices.
( ) A bola apresenta 32 faces.
( ) Este poliedro classifica-se como um sólido de Platão.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – V – V – F.
b) ( ) F – F – V – V.
c) ( ) F – V – V – F.
d) ( ) F – V – V – F.
e) ( ) V – F – F – V.

3 Joana ganhou um par de brincos no formato de uma pirâmide de base


quadrada, que sabemos ser um poliedro o número de vértices e de faces é
cinco. Aplique a relação de Euler e calcule o número de arestas do par de
brincos.

4 Classifique as afirmações a seguir em V para as verdadeiras ou F para as


falsas:
a) ( ) Duas retas ou são coincidentes ou são distintas.
b) ( ) Duas retas ou são coplanares ou são reversas.
c) ( ) Duas retas distintas determinam um plano.
d) ( ) Duas retas concorrentes têm um ponto comum.
e) ( ) Duas retas não coplanares são reversas.
186
5 Num poliedro convexo de 10 arestas, o número de faces é igual ao número
de vértices. Quantas faces tem esse poliedro?

6 Em nossos estudos vimos que entre dois planos são possíveis quatro
posições relativas no espaço. Sobre estas posições classifique as afirmações
a seguir em V para as verdadeiras ou F para as falsas:

a) ( ) Planos secantes são dois planos distintos que se interceptam.


b) ( ) Dois planos se interceptam em um único ponto.
c) ( ) Dois planos concorrentes no espaço são planos cuja intersecção é uma
reta.
d) ( ) Dois planos concorrentes formam um triedro.
e) ( ) Planos paralelos no espaço são planos que não têm intersecção.

7 Um plano é determinado por:

a) ( ) Uma reta e um ponto não pertencente a ela.


b) ( ) Uma reta e um ponto a ela pertencente.
c) ( ) Três pontos.
d) ( ) Duas retas quaisquer.
e) ( ) Uma reta apenas.

8 Classifique os poliedros em convexos (C) e não convexos (NC):

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) NC, NC, C, C, NC.


b) ( ) C, NC, NC, C, C.
c) ( ) C, NC, C, C, NC.
d) ( ) C, NC, C, NC, NC.
e) ( ) NC, NC, C, C, NC.

9 Em matemática precisamos tomar cuidado com o inverso das afirmações,


por exemplo: todo poliedro é um sólido geométrico, mas nem todo sólido
geométrico é um poliedro. Neste sentido, classifique as afirmações a seguir
em V para as verdadeiras ou F para as falsas:

( ) Todo poliedro convexo é um sólido geométrico.


( ) Todo sólido geométrico é de Platão.
( ) Todo poliedro de Platão é um sólido geométrico.
( ) Todo poliedro convexo é euleriano.
( ) Todo poliedro euleriano é de Platão.
( ) Todo poliedro de Platão é euleriano.
187
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – V – V – F – V – V.
b) ( ) F – F – V – V – V – F.
c) ( ) F – V – V – F – V – F.
d) ( ) F – V – V – F – F – V.
e) ( ) V – F – V – V – F – V.

10 Com a intenção de formar um ângulo poliédrico tomaram-se algumas faces


poligonais cujas medidas que formarão o ângulo poliédrico são conhecidas
conforme a seguir. Todas as construções são possíveis? Justifique suas
respostas.

a) 70º 80º e 130º.


b) 90º, 120º r 150º.
c) 70º, 80º, 90º e 100º.

11 Quantas faces no máximo, de um polígono que tem os ângulos internos de


50º, podem ser utilizadas para formar um ângulo poliédrico?

12 Sobre poliedro é correto afirmar:

a) ( ) O número de faces é o dobro do número de arestas.


b) ( ) O menor número possível de faces de um poliedro é três.
c) ( ) Todo poliedro tem 8 vértices.
d) ( ) Um octaedro tem doze faces.
e) ( ) Uma aresta é a intersecção de duas faces.

13 Determine:

a) O poliedro convexo que tem 6 vértices e 12 arestas.


b) O número de vértices de dodecaedro que tem 20 arestas.
c) O número de faces de um poliedro convexo que tem 15 arestas e 8 vértices.
d) Determine o número de arestas e o número de vértices de um icosaedro
regular.

188
UNIDADE 3
TÓPICO 2

PRISMAS

1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, vamos estudar alguns poliedros convexos em relação ao
cálculo de sua área e seu volume.

Vamos iniciar a partir da forma de uma geladeira. Você já observou que


ela tem a forma de um poliedro? Trata-se de um prisma também chamado de
paralelepípedo retângulo ou bloco retangular.

FIGURA 32 – GELADEIRA

FONTE: Disponível em: <http://www.disknata.com.br/noticias06.html>. Acesso em: 12


mar. 2013.

Quando você vai adquirir uma geladeira, além do seu custo e consumo
de energia, certamente você procurará comprar uma que se adapte ao espaço
disponível em sua cozinha e a capacidade de armazenar a quantidade de alimentos
que você e sua família necessitam.

Se fizermos um cálculo de volume da geladeira, estaremos calculando o


espaço que ela ocupará na cozinha.

A maioria das geladeiras que estão no mercado hoje tem sua capacidade
registrada em litros. Este cálculo nos informa a quantidade de alimentos que ela é
capaz de conter.

189
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

A resolução destes cálculos e de outras situações-problema é possível com


o estudo de assuntos que veremos neste tópico, como o cálculo de área total e do
volume de um prisma.

Além disso, este tópico se destaca pela importância de entendermos um


pouco mais do mundo que nos cerca. É comum no dia a dia percebermos estes
sólidos nas construções das casas e prédios, nas embalagens nos supermercados,
entre outros.

Deste modo, estudar esta parte da geometria não é apenas fazer cálculos e
relações, mas sim entender um pouco mais da realidade que nos cerca.

2 PRISMAS
Prisma é um poliedro convexo tal que:

a) Dois polígonos não estão no mesmo plano.

b) Cada lado de polígono é comum a dois e somente dois polígonos.

Entre os poliedros mais conhecidos, destacamos os prismas, que vamos


estudar com mais detalhes. Veja alguns exemplos e procure perceber suas
características:

Para analisar os prismas com seus alunos, você pode construir estes sólidos
usando cartolina ou qualquer outro tipo de material, analisando e definindo
muitos conceitos matemáticos. Para motivá-los, você também pode organizar uma
amostra com os objetos construídos por eles.

A seguir vamos formalizar mais algumas características dos prismas.

190
TÓPICO 2 | PRISMAS

2.1 CLASSIFICAÇÃO
De acordo com a inclinação das arestas laterais, um prisma pode ser reto ou
oblíquo. O prisma é reto quando as arestas laterais são perpendiculares às bases, e
oblíquo quando não o são.

Com relação às bases (natureza de um prisma), os prismas classificam-se


em:

• Prisma triangular: as bases são regiões triangulares.

• Prisma quadrangular: as bases são regiões quadriláteras.

• Prisma pentagonal: as bases são regiões pentagonais.

E assim por diante.

Ainda com relação às bases, um prisma é regular se, em cada base, o


contorno da região poligonal é um polígono regular.

Observe alguns prismas com seus nomes:

Um prisma possui os seguintes elementos:

• a distância entre os planos α e β, que contêm as bases, é a altura (h) do prisma;

• os polígonos A’B’C’D’E’F’ e ABCDEF, chamados bases do prisma, são


congruentes e estão situados em planos paralelos entre si, denominados de
planos da base α e β;

• os lados dos polígonos, A’B’, B’C’, C’D’, D’E’, E’F’, F’A’ e AB, BC, CD, DE, EF,
FA são as arestas da base;

• os segmentos AA’, BB’, CC’, DD’, EE’, FF’ são as arestas laterais;

• os paralelogramos AA’BB’, BB’CC’, CC’DD’, DD’EE’, EE’FF’, FF’AA’ são as faces


laterais.
191
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

Para um professor, quanto mais formas diferentes de explicar conceitos


matemáticos tiver, melhor será para o aluno.

Outra forma de mostrar os elementos de um prisma: (eliminar a primeira


linha).

2.2 PARALELEPÍPEDO
Um prisma cujas bases têm forma de paralelogramos é um paralelepípedo.

Em um paralelepípedo, todas as faces são paralelogramos e, em particular,


podem ser retângulos. A superfície total de um paralelepípedo é a reunião de seis
paralelogramos.

Um prisma reto de bases retangulares é chamado de paralelepípedo


retângulo, paralelepípedo reto retângulo, bloco retangular ou ortoedro.

Observe que essa forma geométrica é delimitada por seis retângulos cujas
faces opostas são retângulos idênticos.

Observe também que, em cada vértice, as arestas são perpendiculares duas


a duas.

• Paralelepípedo reto retangular ou paralelepípedo retângulo:

192
TÓPICO 2 | PRISMAS

 Paralelepípedo retângulo planificado:

Existem dois caminhos pedagógicos que vão ajudar nas suas aulas neste
momento. O primeiro é mostrar esses objetos na prática, fazendo pequenos
passeios com os alunos, na escola ou em qualquer outro lugar. Faça com que eles
observem e percebam a importância de se estudar estes conceitos. Em um segundo
momento, na planificação desses sólidos, novamente você pode usar materiais
lúdicos e fazer com que seus alunos coloquem a mão na massa. Faça com que eles
percebam que os objetos no espaço podem ser decompostos no plano.

Este processo vai aumentar a capacidade de percepção de seus alunos. A


capacidade de relacionar figuras no plano e no espaço.

2.3 CUBO
O cubo é um paralelepípedo retângulo ou prisma especial cujas seis faces
são congruentes (quadrados).

O cubo ou hexaedro regular (hexa: seis; edro: faces) possui as seis faces
congruentes.
193
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

Cubo
Cubo planificado

Vamos pensar num prisma qualquer. Este prisma pode ser um cubo. Pois
bem, todas as arestas de um prisma têm extremidades em dois de seus vértices. As
diagonais das faces também têm extremidades em dois vértices do prisma.

Então, se excluirmos as arestas e as diagonais das faces de qualquer prisma,


qualquer outro segmento que existir, com extremidades em dois vértices do
prisma, é chamado diagonal do prisma.

Desta forma, podemos definir diagonal de um prisma como um segmento


que tem extremidades em dois vértices que não pertencem a uma mesma face do
prisma.

Observe o desenho a seguir, para distinguir diagonal da face e a diagonal


do prisma.

A’ a B’

A B

D’ C’

A’ B’

D C
A B

Temos um cubo de lado a, diagonal da face f e diagonal do cubo d. Observe


que estas três medidas formam um triângulo retângulo. Então, com o Teorema de
Pitágoras, conhecidas duas delas, é possível encontrar a terceira.

Vamos iniciar calculando a diagonal da face do cubo:


f2 = a2 + a2
f2 = 2a2
f = 2a2
f=a 2
194
TÓPICO 2 | PRISMAS

Agora, vamos calcular a diagonal do cubo:


d2 = a2 + f2 , mas f = a 2, então substituindo, temos:
d2 = a2 + (a 2)2
d2 = a2 + 2a2
d2 = 3a2
d = 3a2
d=a 3

Com seus alunos não perca a oportunidade de recapitular conceitos já


dados. Por exemplo: o Teorema de Pitágoras, ele aparece nas duas últimas equações.
Quando isto acontecer, sempre faça um gancho com os conceitos já dados. Este
processo faz com que o aluno tenha a visão do todo, que ele compreenda que a
matemática é uma grande ciência e que as partes estão interligadas.

2.3.1 Área e volume do cubo


Como já sabemos, o cubo é um prisma com todas as faces congruentes.
Assim, todas as suas faces são quadrados. Podemos então chamá-lo de prisma
quadrangular regular em que sua altura é igual à medida da aresta da base.

Sabemos também que para calcular a área de um quadrado fazemos S=2.

Como o cubo é formado por 6 quadrados de mesma medida, conhecendo


a área de um e multiplicando por 6 teremos a área total do cubo.

Alateral =  2
Atotal = 6 2

ATENCAO

No momento veremos apenas o volume do cubo. O cálculo do volume dos


demais prismas será visto ainda neste tópico, um pouco mais adiante.

Para calcular o volume de um cubo, basta multiplicar as medidas das três


dimensões: comprimento, largura e altura. Como as três têm a mesma medida,
temos:
V = 3

195
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

Imagine um cubo com aresta medindo 1 m. Esse cubo tem volume igual a
1 metro cúbico (1 m3), que é a unidade de medida de volume no sistema métrico
decimal.

Ou, um cubo de aresta medindo 1 cm. Seu volume seria de 1 centímetro


cúbico (1cm3). Ou ainda um cubo de aresta 1dm, seu volume seria: V = (1 · 1 · 1)
dm3 = 1 dm3.

Observe agora a figura abaixo. Ela não é um cubo, pois suas arestas têm
medidas diferentes. Chamamos esta forma de prisma retangular. Porém, a base de
cálculo continua sendo o cubo.

As dimensões do prisma são: 5 cm de comprimento, 3 cm de largura e 4 cm


de altura. A unidade de medida é o centímetro.

Calcular o volume e dizer quantas vezes um cubo de 1 cm3 cabe dentro


deste prisma.

Vprisma = comprimento x largura x altura


Vprisma = 5⋅3⋅4
Vprisma = 60cm3
Vprisma = Ab.h

Podemos dizer então que cabem 60 cubos de 1cm3 cada, no prisma acima.

Com seus alunos você pode mostrar esses conceitos de diferentes formas.
Utilize materiais e faça com que eles construam esses sólidos. Não se esqueça
também de destacar a importância de se estudar estas relações e que os conceitos
ajudam a compreender o mundo que nos cerca.

Você poderia aproveitar o ensejo e mostrar a brincadeira do cubo mágico.


Veja a figura a seguir. Este jogo além de ser no formato de um cubo e que por
consequência ajuda os alunos a manipularem este sólido tão importante, temos
a oportunidade de mostrar um jogo que ajudará a desenvolver a lógica de seus
alunos. Faça o teste. Os resultados serão notáveis.
196
TÓPICO 2 | PRISMAS

FIGURA 33 – CUBO MÁGICO

FONTE: Disponível em: <http://aoscubos.wordpress.com>. Acesso em:


25 set. 2012.

3 ÁREA DA SUPERFÍCIE DE UM PRISMA


A seguir, veja como Dante (2000, p.441-442) apresenta a superfície de um
prisma.

Em todo prisma, consideramos:

• Superfície lateral: formada pelas faces laterais.

• Área lateral (A): a área da superfície lateral.

• Superfície total: formada pelas faces laterais e pelas bases.

• Área total (At): a área da superfície total.

Vamos resolver algumas situações-problema para entendermos melhor


tudo isso.

Exemplo 1

Vamos calcular a área total de um prisma hexagonal regular cuja aresta da


base mede 3 cm e a aresta da face lateral mede 6 cm.
197
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

De acordo com o enunciado, temos:

• A medida da aresta lateral = 6 cm

• A medida da aresta da base = 3 cm

Observando a figura, vemos que as faces laterais do prisma em questão são


6 retângulos medindo 3 cm de base e 6 cm de altura. Encontrando a área de um
deles e multiplicando por 6 teremos a área lateral.

Área lateral = A = 6(base x altura) = 6(6 × 3) = 108 cm2

Vamos agora calcular a área da base, que é a área da


região limitada pelo hexágono regular.

A região hexagonal é formada por 6 regiões


triangulares equiláteras, cuja aresta chamaremos de s.

Já vimos que a área de uma região triangular equilátera de lado s é dada


por:

S2 ⋅ 3
A= No nosso caso, temos:
4
6S 2 ⋅ 3 6 ⋅ 32 ⋅ 3 27 ⋅ 3
A= = = cm 2
4 4 2
27 ⋅ 3
2⋅
Como são duas bases, temos Ab = 27 ⋅ 3 cm 2 .
=
2
Área total = área lateral + área das bases.

No nosso caso, a área total é dada por:

At = A + Ab = (108 + 27 ⋅ 3)cm 2

Como ⋅ 3 ≅ 1, 7 , temos At ≅ 153,9 cm2.

198
TÓPICO 2 | PRISMAS

Concluímos então que a área da superfície total do prisma hexagonal


estudado é de, aproximadamente, 153,9 cm2.

Exemplo 2

Vamos calcular a diagonal e a área total de um cubo de aresta igual a 3 cm.

Cada face do cubo é uma região quadrada. Sua área é dada por a2. Como
são 6 faces, temos A = 6a2.
A = 6 . 32
A=6.9
A = 54 cm2.

A área total da superfície do cubo é de 54 cm2.

Vamos agora calcular a medida da diagonal do cubo.

Iniciamos calculando a diagonal de uma das faces do cubo.

Ao traçarmos a diagonal, dividimos o quadrado em dois triângulos


retângulos isósceles congruentes. Assim:

2
f= a2 + a2
2
f= 32 + 32
f 2= 9 + 9
f = 18
f = 3 2cm

Conhecidas as medidas a e f, vamos agora encontrar d:

2
d= a2 + f 2
2
d= 32 + (3 2) 2
d 2= 9 + 18
d = 27
d = 3 3cm

Se considerarmos 3 = 1, 7 , a diagonal do cubo será 3 ⋅ 1,7 = 5,1cm.

199
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

Exemplo 3

Uma indústria precisa fabricar 10.000 caixas de sapatos com 40 cm de


comprimento, 20 cm de largura e 14 cm de altura. Desprezando as abas, vamos
calcular, aproximadamente, quantos metros quadrados de papelão serão
necessários, sabendo que a tampa tem 3 cm de altura. Embora a tampa tenha alguns
milímetros a mais no comprimento e largura, para fins de cálculo aproximado,
usaremos as mesmas medidas da caixa.

A caixa tem a forma de um paralelepípedo retângulo:

Se planificarmos a caixa e a tampa, teremos a seguinte forma plana:

Todo paralelepípedo retângulo é formado por 6 faces:

• Duas regiões retangulares de medidas a e b.

• Duas regiões retangulares de medidas a e c.

• Duas regiões retangulares de medidas b e c.

Em nosso caso, na caixa, temos:

• Duas regiões retangulares de medidas 40 e 14 cm, o que nos dá uma área de 2 .


560 = 1120 cm2.

• Duas regiões retangulares de medidas 20 e 14 cm, o que nos dá uma área de 2 .


280 = 560 cm2.

200
TÓPICO 2 | PRISMAS

• Uma região retangular de medidas 40 e 20 cm, o que nos dá uma área de 800
cm2.

Nas medidas da tampa, temos:

• Uma região retangular de medidas 40 e 20 cm, o que nos dá uma área de 800
cm2.

• Duas regiões retangulares de medidas 40 e 3 cm, o que nos dá uma área de 2 .


120 = 240 cm2.

• Duas regiões retangulares de medidas 20 e 3 cm, o que nos dá uma área de 2 .


60 = 120 cm2.

A área da superfície da caixa é de: 1120 + 560 + 800 = 2480 cm2.

A área da superfície da tampa é de: 800 + 240 + 120 = 1160 cm2.

A área de toda caixa, desprezando as abas, é de: 2480 + 1160 = 3640 cm2.

Como são 10.000 caixas, temos:

A = 3 640 × 10.000 = 36.400.000 cm2 = 3.640 m2

Portanto, serão necessários, no mínimo, 3.640 m2 de papelão.

O exemplo 3 dessa última parte do texto pode ser aproveitado para


reforçar com seus alunos a importância de se estudar a geometria. Existe um
ramo da educação matemática chamado modelagem matemática. Queremos
deixar aqui como sugestão de pesquisa para você, acadêmico(a), aprofunde seus
conhecimentos neste assunto.

Apenas para ilustrar, a modelagem matemática propõe estudar os conceitos


matemáticos através da modelagem de problema prático como foi o caso de nosso
exemplo 3. Fazer a relação entre teoria e prática é um dos desafios dos novos
professores de matemática e a modelagem matemática propõe caminhos para que
isso possa ser feito de forma sistematizada.

4 VOLUME DO PRISMA
Já falamos anteriormente sobre o volume de um cubo. Vamos estudar agora
o cálculo de volume dos demais prismas.

Inicialmente definiremos volume de um sólido.

201
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

Volume de um sólido é um número real positivo associado ao sólido, de


forma que:

• Sólidos congruentes têm volumes iguais.

• Se um sólido S é a reunião de dois sólidos que não têm pontos interiores comuns,
então o volume de S é a soma dos volumes dos dois sólidos.

Os sólidos são medidos por uma unidade que normalmente é um cubo. O


volume de um prisma é igual ao produto da área da base pela medida da altura.

Vprisma = Abase ⋅ h

Exemplo 1

Vamos calcular o volume de concreto necessário para fazer uma laje de 20


cm de espessura em uma sala de 3 m por 4 m.

Área da base = Ab = 3 ⋅ 4 = 12 cm2.

V = área da base × altura = Ab ⋅ h = 12 m2 ⋅ 0,20 m = 2,40 m3.

São necessários 2,40 m3 de concreto.

Exemplo 2

Sabendo que foram gastos 0,96 m2 de material para se montar a caixa cúbica
cuja figura está ao lado, vamos calcular o volume dessa caixa.

Neste caso, temos que a área total do cubo é 0,96 m2 = 96 dm2 = 9 600 cm2.

Sabendo que At = 6a2, temos:

9 600 = 6a2 ⇒ a2 = 1 600 ⇒ a = 40 cm

202
TÓPICO 2 | PRISMAS

Como V = a3, temos:


V = (40 cm)3 = 64 000 cm3 = 64 dm3 = 0,064 m3

NOTA

Gostaríamos, neste momento, indicar um livro que ajudará você a compreender


melhor o processo de modelagem matemática. Este processo o(a) ajudará a tornar suas aulas
mais práticas e dinâmicas: BIEMBENGUT, Maria Salett. Modelagem matemática & implicações
no ensino e aprendizagem de matemática. 2. ed. Blumenau: Ed. da FURB, 2004. 111 p, il. Boa
leitura!

203
RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico você viu que:

 Um poliedro convexo possui:

a) Faces → que são os polígonos convexos.

b) Arestas → que são os lados dos polígonos.

c) Vértices → que são os vértices dos polígonos.

 Os prismas são sólidos geométricos que possuem duas bases congruentes


contidas em planos paralelos distintos e as demais faces laterais constituídas por
paralelogramos.

 Os prismas são classificados de acordo com os polígonos que formam suas


bases:

a) Prisma triangular, quando a base do prisma é um triângulo.

b) Prisma quadrangular, quando a base do prisma é um quadrilátero.

c) Prisma pentagonal, quando a base do prisma é um pentágono etc.

 Os prismas estão classificados em duas categorias: prismas retos e prismas


oblíquos.

 O prisma que possui todas as faces congruentes é chamado cubo.

 O paralelepípedo é todo prisma cujas bases são paralelogramos. Um


paralelepípedo cujas seis faces são retângulos é chamado paralelepípedo retângulo.

 Aspectos pedagógicos que auxiliaram a prática do(a) acadêmico(a) em sala de


aula.

204
AUTOATIVIDADE

1 Uma pequena indústria de artesanatos pretende fabricar caixas (papelão)


decorativas de dois modelos. Uma em forma de um paralelepípedo
retangular e outra, em forma de cubo, ambas com a mesma capacidade. As
dimensões do paralelepípedo equivalem a base de 15 cm e 20 cm, altura de 5
cm.

Com relação a estas caixas, analise as seguintes sentenças:

I – Na caixa cúbica serão gastos 132 cm² de papelão.


II – A capacidade da caixa em forma de paralelepípedo equivale a 1 500 cm³.
III – As dimensões da caixa cúbica são de aproximadamente 11,5 cm.
IV – Na caixa em forma de paralelepípedo serão gastos aproximadamente 163,4
cm² a mais de papelão do que na caixa cúbica.

Agora, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Somente a afirmativa II e III está correta.


b) ( ) As afirmativas II, III e IV estão corretas.
c) ( ) As afirmativas I, II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a afirmativa I está correta.

205
206
UNIDADE 3
TÓPICO 3

PIRÂMIDES

1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico(a)! Vamos continuar com nossa caminhada pela geometria,
estudando um sólido clássico dentro da geometria e na própria história da
humanidade. Neste tópico, vamos estudar algumas relações que envolvem as
pirâmides como cálculo de volume e de área da superfície lateral. Porém, antes
vamos estudar um pouco de história.

FIGURA 34 – PIRÂMIDES

FONTE: Disponível em: <http://www.novaera-alvorecer.net>. Acesso em: 26 set.


2012.

Talvez seja a pirâmide um dos mais antigos sólidos geométricos construídos


pelo homem. Uma das mais famosas é a Pirâmide de Quéops, construída em 2.500
a.C., com aproximadamente 150 m de altura.
207
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

Quando pensamos numa pirâmide, vem-nos à cabeça a imagem da pirâmide


egípcia, cuja base é um quadrado. Contudo, o conceito geométrico de pirâmide é
um pouco mais amplo: sua base pode ser formada por qualquer polígono.

Denominamos pirâmide a todo poliedro convexo com uma face chamada


base num plano e apenas um vértice fora desse plano. As demais faces da pirâmide
são triângulos determinados por um lado da base e o vértice da pirâmide. Estas
faces são chamadas faces laterais.

Feita essa primeira abordagem, vamos começar a analisar algumas relações


ligadas à linguagem definidas matematicamente. Preparado(a)? Então vamos
começar.

2 PIRÂMIDE
Esta primeira parte é importante que você mostre com bastantes detalhes
para seus alunos. A importância se destaca pelo fato de que todos os cálculos que
faremos a seguir estão definidos sobre estes alicerces. Fale isso para seus alunos
em sala, com isso, eles vão perceber que sua prática é organizada e que você não
está ali só para ensinar qualquer coisa. Eles vão perceber isso, com este processo
você ganha o respeito de seus alunos e eles, por consequência, mais conhecimento.

Consideremos um plano α, uma região poligonal B contida em α e um


ponto P não pertencente a α. O conjunto de todos os segmentos que ligam o ponto
P a um ponto de B forma uma pirâmide.

A seguir, veja como Dante (2000, p. 448-449) apresenta a pirâmide e sua


classificação.

Uma pirâmide é um poliedro cuja base é uma região poligonal e as faces


são regiões triangulares.

• O ponto P é chamado vértice da pirâmide.

• A região poligonal B é chamada base da pirâmide.

208
TÓPICO 3 | PIRÂMIDES

• A distância do vértice ao plano da base é chamada altura da pirâmide.

• A altura de uma face lateral relativa ao lado da base é chamada apótema da


pirâmide.

Numa pirâmide regular, as faces laterais são triângulos isósceles


congruentes. A altura de qualquer um desses triângulos, relativa ao lado da base, é
denominada apótema da pirâmide. O apótema liga o vértice da pirâmide ao ponto
médio de uma das arestas da base.

Já no polígono da base, o segmento que liga o centro ao ponto médio de um


lado é chamado apótema da base. Observe:

Observe que a altura da pirâmide, o apótema da base e o apótema da


pirâmide formam juntos um triângulo retângulo. Portanto, conhecidas duas de
suas medidas, é possível encontrar a terceira fazendo uso do Teorema de Pitágoras.

2.1 CLASSIFICAÇÃO
Com relação à base, as pirâmides classificam-se em:

• Pirâmide triangular: a base é uma região triangular

• Pirâmide quadrangular: a base é uma região quadrilátera

• Pirâmide pentagonal: a base é uma região pentagonal

E assim por diante.

Com relação às arestas laterais, se todas elas forem congruentes, a pirâmide


é reta; caso contrário é oblíqua.

209
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

Ainda com relação à base, uma pirâmide é regular quando sua base é
uma região poligonal limitada por um polígono regular e a projeção ortogonal do
vértice no plano da base coincide com o centro desse polígono.

Um caso particular de pirâmide regular é aquela formada por quatro


regiões triangulares congruentes e equiláteras: o tetraedro. Nele, qualquer das
faces pode ser considerada base.

Observe algumas pirâmides com seus nomes:

No próximo item, vamos começar a fazer alguns cálculos. Porém antes,


vale destacar que esta parte inicial é importante para seus conhecimentos e de
seus alunos. Nestes primeiros momentos, você pode trabalhar em parceria com o
professor de história. Ele falando sobre a história das pirâmides e você trabalha os
conceitos matemáticos. Este tipo de parceria costuma render bons frutos. Que tal
fazer o teste? Esta prática está situada sobre uma tendência pedagógica mundial:
a interdisciplinaridade.

2.2 VOLUME DE UMA PIRÂMIDE TRIANGULAR


Se fizermos a decomposição de um prisma triangular em três pirâmides,
concluiremos que as três pirâmides juntas têm o mesmo volume que o prisma.

As três pirâmides são congruentes, têm a mesma base e a mesma altura.


V prisma
Logo: VI = VII = VIII =
3

210
TÓPICO 3 | PIRÂMIDES

Como Vprisma = área da base ⋅ altura, temos:


área da base ⋅ altura
Vpirâmide = = Vpirâmide = Abase ⋅ h
3
3

NOTA

Para aprofundar este assunto e ver a demonstração da fórmula do volume da


pirâmide, procure em Fundamentos de Matemática Elementar, de Osvaldo Dolce e José
Nicolau Pompeo, volume 10: Geometria Espacial – posição e métrica. Da Editora Atual.

2.3 VOLUME DE UMA PIRÂMIDE QUALQUER


Agora, para determinarmos o volume de uma pirâmide qualquer, usamos
a conclusão anterior. Assim, dada uma pirâmide qualquer, consideramos uma
pirâmide triangular que tenha a mesma área da base e a mesma altura que a
pirâmide qualquer.

É possível verificar que duas pirâmides com áreas das bases iguais e com a
mesma altura têm volumes iguais. Então:
área da base ⋅ altura
Volume de uma pirâmide qualquer =
3
área da base ⋅ altura
Vpirâmide = = Vpirâmide = Ab ⋅ h
3
3
Você pode conferir isso em sala de aula com seus alunos.

Construa com cartolina ou outro material qualquer um prisma e uma


pirâmide com a mesma base e a mesma altura.

Encha a pirâmide com água, areia, farinha ou feijão. Use o material que
você tiver disponível. Depois despeje o conteúdo da pirâmide no prisma.

Você vai conferir que são necessárias três pirâmides para encher o prisma.

211
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

Não deixe de fazer esse tipo de experimento com seus alunos. Claro que
nem sempre é possível, porém no caso descrito acima é fácil de ser realizado. São
estes os momentos em que as aulas podem ficar muito divertidas para você e
seus alunos. Deixe com que eles se envolvam e ajudem a construir os materiais e
realizem com você, acadêmico(a), este experimento. Temos certeza de que você se
surpreenderá com os resultados.

3 ÁREA LATERAL E ÁREA TOTAL DA PIRÂMIDE


Além desses exemplos numéricos, não podemos deixar de observar que
as pirâmides estão presentes na história da construção civil como vimos no início
desse tópico. Vale destacar que este sólido geométrico está presente em nossa
sociedade em vários ramos diferentes. Este fato pode render uma pesquisa a ser
realizada com seus alunos. Ou seja, em que locais e espaços podemos notar a
presença da pirâmide?

Este processo também costuma motivar os alunos. Para você se inspirar,


vamos deixar uma imagem que é apenas um exemplo de onde podemos encontrar
as pirâmides que neste caso serve para sintetizar uma ideia.

FIGURA 35 – PIRÂMIDE EM FORMA DE ALIMENTOS

FONTE: Disponível em: <http://vidasaudavel.powerminas.com>. Acesso


em: 26 set. 2012.

A área lateral de uma pirâmide é a soma das áreas das faces laterais.
Como as faces laterais são triangulares, basta encontrar a área de um triângulo e
multiplicar pelo número de faces laterais.

212
TÓPICO 3 | PIRÂMIDES

A área total de uma pirâmide é a soma das áreas das faces laterais com a
área da base.
Atotal = Alateral + ABase

Exemplo 1

Vamos calcular o volume de uma pirâmide quadrada, cuja aresta da base


mede 4 cm e a altura 7 cm.

Ab = 4 cm ⋅ 4 cm = 16 cm2

h = 7 cm
2 3
ABh
b
⋅h 16cm • 7cm 112cm ~ 37,3cm 3
V= = = =
3 3 3
O volume da pirâmide é de, aproximadamente, 37,3 cm3.

Exemplo 2

Vamos agora calcular a área total da pirâmide do exercício anterior:

Se a aresta da base é de 4 cm sua área é: Ab = 4 . 4 = 16 cm2

Nas faces laterais temos 4 triângulos isósceles de base 4 cm, porém


desconhecemos sua altura. Para chegarmos à altura do triângulo, ou apótema
da pirâmide, vamos antes calcular a medida do lado do triângulo iniciando pelo
apótema da base.

213
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

Se a aresta do quadrado da base mede 4 cm, o apótema da base mede 2 cm.


Já tivemos oportunidade de falar sobre isso anteriormente.

Observe a figura:

Veja que a altura da pirâmide, o apótema da pirâmide e o apótema de base


formam, entre si, um triângulo retângulo. Então, é possível calcular a aresta lateral,
pois é a única medida desconhecida:
2
a= 7 2 + 22
2
a= 49 + 4
a = 54
a ≅ 7, 28cm
Veja agora na figura uma face lateral da pirâmide:

Temos um triângulo isósceles com base medindo 4 cm e altura medindo


7,28cm. Então, sua área é:

Striângulo = 4⋅7,28
2
Striângulo = 14,56cm2

Assim, a área lateral será: 4. 14,56 = 58,24 cm2

Atotal = Alateral + ABase


Atotal = 58,24+16
Atotal = 74,24cm2

A área total da superfície da pirâmide em estudo é de 74,24 cm2.


214
RESUMO DO TÓPICO 3

Neste tópico você viu que:

• Pirâmide é todo poliedro convexo com uma face chamada base num plano e
apenas um vértice fora desse plano. As demais faces da pirâmide são triângulos
determinados por um lado da base e o vértice da pirâmide.

• Numa pirâmide encontramos os seguintes elementos:

 Vértice.

 Base.

 Altura.

 Apótema da base.

 Apótema da pirâmide.

• Com relação à base, as pirâmides classificam-se em:

 Pirâmide triangular: a base é uma região triangular.

 Pirâmide quadrangular: a base é uma região quadrilátera.

 Pirâmide pentagonal: a base é uma região pentagonal.


Ab ⋅ h
• Para calcular o volume da pirâmide usamos a fórmula: Vpirâmide =
3
• Para calcular a área total da pirâmide usamos a fórmula: A = Alateral + ABase
total

215
AUTOATIVIDADE

1 Um grupo de casais foi acampar e levou uma barraca de lona que, depois
de montada, tinha a forma de uma pirâmide regular hexagonal, cuja aresta
da base media 1 m.

5 3 3
Depois de montada, o ar em seu interior ocupava um volume de m .
Associe os itens, utilizando o código a seguir: 2

3
I– m
2
II – 5 m

3 3 2
III – m
2
( ) O apótema da base da barraca.
( ) A área da base da barraca.
( ) A altura da pirâmide da barraca.

216
UNIDADE 3
TÓPICO 4

CILINDRO

1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico(a)! Vamos, neste tópico, estudar mais
um sólido clássico dentro da geometria. Além disso, podemos
perceber muito a sua presença em vários locais onde circulamos
todos os dias, trata-se do cilindro. O cilindro circular reto é
também chamado de sólido de revolução, por ser gerado pela
rotação completa de um retângulo por um de seus lados.

Assim, a rotação do retângulo ABCD pelo lado AB


gera o cilindro ao lado. De uma forma menos acadêmica,
podemos dizer que o cilindro é um sólido roliço e alongado,
cujo diâmetro tem a mesma medida em qualquer parte do seu
comprimento. No nosso cotidiano é comum encontrarmos
objetos com forma cilíndrica, como: um lápis sem ponta, uma
lâmpada fluorescente, uma lata de óleo, um cano etc.

Mas, vamos voltar ao nosso retângulo. Observe a


primeira figura deste tópico. Quando giramos o retângulo
em torno da reta, numa rotação completa (360º), o retângulo
descreve um sólido de revolução que chamamos de cilindro.

A reta forma o eixo do cilindro e os círculos gerados pela rotação dos lados
AC e BD são as bases do cilindro. A superfície gerada pelo lado CD é chamada
superfície lateral do cilindro. A medida do segmento AC = BD = r é o raio do círculo
das bases, e a medida do segmento AB = CD = h é a altura do cilindro.

O segmento CD, ou qualquer outro paralelo ao eixo


e com uma extremidade em cada circunferência das bases, é
denominado geratriz.

No cilindro circular reto a medida da geratriz é igual


à medida da altura.

Superfície lateral é a reunião das geratrizes, a área


dessa superfície é chamada área lateral.

217
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

Superfície total é a reunião da superfície lateral


com os círculos das bases. A área dessa superfície é a
área total.

Secção meridiana é a interseção do cilindro


com o plano que contém a reta determinada pelos
centros das bases. A secção meridiana de um
cilindro circular reto é um retângulo de dimensões 2r
(diâmetro da base) e h (altura). Quando 2r = h, esta
secção formará um quadrado e o cilindro então é
chamado cilindro equilátero.

Na parte colorida do cilindro ao lado está representada a secção meridiana


de um cilindro equilátero.

Além dessas características que já listamos aqui na introdução, ao longo


desse tópico estudaremos de que forma podemos calcular o volume de um cilindro,
área lateral e total.

2 ÁREA DA SUPERFÍCIE DE UM CILINDRO RETO

Observe a figura acima.

Temos um cilindro fechado e o mesmo cilindro planificado. Na planificação


podemos ver os dois círculos das bases e o retângulo formado pelo comprimento
da circunferência e a altura do cilindro.

218
TÓPICO 4 | CILINDRO

A superfície total do cilindro é formada pela superfície lateral mais as


superfícies das duas bases. Assim:

• Área lateral = A = (2πr)h = 2πrh ⇒ A = 2πrh

• Área das bases = Ab = 2πr2

• Área total = At = A + Ab = 2πrh + 2πr2 = 2πr(h + r) ⇒ At = 2πr(h + r)

Exemplo

Vamos calcular a altura de um tubo de forma cilíndrica sabendo que sua


superfície total pode ser coberta com 43,7088 cm2 de plástico e o diâmetro de cada
base tem 8 mm. (Vamos usar π = 3,14).

Na figura ao lado representamos o cilindro da nossa situação-problema.

Desconhecemos sua altura, portanto vamos chamá-la de x.

O diâmetro da base é 8 mm = 0,8 cm. Logo, r = 0,4 cm.

Ab = 2πr2 = 2 × 3,14 ⋅ 0,42 = 1,0048

A = 2πrh = 2 × 3,14 ⋅ 0,4x = 2,512x

At = Ab + A = 43,7088 ⇒ 1,0048 + 2,512x = 43,7088 ⇒ 2,512x = 42,704 ⇒ x = 17

Portanto, a altura do tubo deve ser de 17 cm.

Quando estiver lecionando sobre este assunto, você pode destacar com seus
alunos as diferentes formas e utilidades que o cilindro tem em nossa sociedade.
Você pode, inclusive, fazer uma pesquisa de campo fazendo com que os alunos
anotem os objetos, embalagens que têm o formato de um cilindro. Essas discussões
são ótimas para aumentar o nível de envolvimento dos alunos.

3 VOLUME DO CILINDRO
O volume de um cilindro é obtido da mesma maneira que o volume do
prisma:

Volume do cilindro = área da base . altura

219
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

Como a base do cilindro é um círculo de raio r e área igual a πr2, temos:

Vcilindro = Abase ⋅ h

Vcilindro = πr2 ⋅ h

Exemplo

Um cilindro circular reto tem 10 cm de altura e sua base


tem 12 cm de diâmetro. Vamos calcular a área lateral, a área total
e o volume do cilindro.

Se o diâmetro é igual a 12 cm, então r = 6 cm.

• Área da base = Ab = πr2 = π ⋅ 62 = 36π cm2

• Área lateral = A = 2πrh = 2π ⋅ 6 ⋅ 10 = 120π cm2

• Área total = At = A + 2Ab = 120π + 2(36π) = 192π cm2

• Volume = V = Ab ⋅ h = πr2h = π ⋅ 62 ⋅ 10 = 360π cm3

Portanto, a área lateral é 120π cm2, a área total é 192π cm2 e o volume é 360π
cm .
3

Exemplo

Vamos estudar uma lata de óleo com 8 cm de diâmetro na base e 19 cm de


altura.

• Quantos centímetros quadrados de material são usados, aproximadamente,


para fabricar essa lata? (Use π = 3,14)

• Qual é a capacidade dessa lata?

A resolução desse problema é possível com os estudos que fizemos neste


tópico.

Iniciaremos planificando a lata para saber quanto material é necessário


para sua fabricação.

220
TÓPICO 4 | CILINDRO

• Área da base: Ab = πr2 → Ab = 3,14⋅42 → Ab = 50,24cm2

• Área lateral: A= 2πrh → A = 2⋅3,14⋅4⋅19 → A = 477,28cm2

• Área total: At = 2 ⋅ Ab + A → At = 2⋅50,24 + 477,28 → At = 577,76cm2

Desprezando a espessura da lata, mesmo porque esta medida não nos foi
fornecida, vamos calcular o volume da lata e com isso teremos a sua capacidade
aproximada.

ATENCAO

Cuidado com a diferença entre volume e capacidade!


Neste caso temos as medidas para calcular o volume da lata. A capacidade só poderá ser
aproximada.

Para o cálculo do volume da lata de óleo:

Vlata = Abase ⋅ h
Vlata = πr2 ⋅ h → V = 3,14⋅42⋅19 → V = 954,56cm3

A capacidade da lata é, de aproximadamente, 954,56 cm3.

Estes problemas nos fornecem situações em que as equações de área e


volume surgem como foco de análise. Além desses tipos de situações de cálculo,

221
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

você pode com seus alunos calcular o volume de objetos que tenha formato de um
cilindro e que seja de fácil acesso.

Podemos pensar em vários objetos comuns no espaço escolar e que podem


servir de análise em suas aulas. Exemplos de objetos que costumam ter o formato
de um cilindro e que podem ser encontrados facilmente: lápis, cabo da vassoura,
panelas, giz, lata de lixo, vigas do prédio da escola, entre outros. Use uma boa trena
e criatividade. Com isso suas aulas vão ficar mais atrativas. A seguir, algumas
imagens para você se inspirar.

FIGURA 36 – OBJETOS EM FORMA DE CILINDRO

FONTE: Os autores

NOTA

Para aprofundar seus conhecimentos sobre este tópico sugerimos o livro:


MACHADO, Antônio dos Santos. Matemática temas e metas: áreas e volumes. São Paulo:
Atual, 1988. Bons estudos!

222
RESUMO DO TÓPICO 4

Neste tópico você viu que:

• O cilindro circular reto é um sólido de revolução, gerado pela rotação completa


de um retângulo por um de seus lados.

• No cilindro circular reto a medida da geratriz é igual à medida da altura.

• A superfície lateral é a reunião das geratrizes. A área dessa superfície é chamada


área lateral.

• A superfície total é a reunião da superfície lateral com os círculos das bases. A


área dessa superfície é a área total.

• A secção meridiana é a interseção do cilindro com o plano que contém a reta


determinada pelos centros das bases.

• A secção meridiana de um cilindro circular reto é um retângulo de dimensões 2r


(diâmetro da base) e altura do cilindro.

223
AUTOATIVIDADE

Hora de exercitar mais um pouco o conteúdo estudado. Quando não conseguir,


volte ao texto, leia novamente, ou peça ajuda via e-mail ou telefone para 0800 642
5000.Exercitando:

1 O que é um cilindro equilátero?

2 Um restaurante costuma usar grandes panelas em dias de muito movimento.


Para encher de água uma dessas panelas, o cozinheiro utiliza latas (ou galões)
de 18 litros. Quantos desses galões são necessários para encher completamente
uma panela cilíndrica, de 60 cm de diâmetro e 50 cm de altura? (Use π = 3,14).

3 Qual é o volume da grafite de um lápis de 17 cm de comprimento, se a grafite


tem 2 mm de diâmetro? (Use π = 3,14).

4 Para fazer 1m3 de concreto, gastam-se 9 sacos de cimento. Um prédio está


apoiado sobre 12 colunas cilíndricas de concreto, cada uma com 5 m de altura
e 40 cm de diâmetro da base. Quantos sacos de cimento foram gastos na
construção destas colunas? (Use π = 3,14).

5 Um vaso cilíndrico tem 30 dm de diâmetro interior e 70 dm de profundidade.


Quantos litros de água o vaso pode conter, aproximadamente? (Use π = 3,14).

6 Um suco de frutas é vendido em dois tipos de latas


cilíndricas: uma de raio r, cheia até a altura h. Outra
de raio e cheia até altura 2h. A primeira é vendida por R$ 3,00 e a
r
segunda é2 vendida por R$ 1,60. Qual é a embalagem mais vantajosa para o
consumidor?

7 Um tanque subterrâneo, que tem o formato de um cilindro circular reto na


posição vertical, está completamente cheio com 30 m³ de água e 42 m³ de
petróleo. Considerando que a altura do tanque é de 12 metros, calcule a
altura da camada de petróleo.

224
8 A figura indica o tambor cilíndrico de um aquecedor solar com capacidade
de 1.570 litros.

Sabendo que 1.000 litros de água ocupam um volume de 1 m³ e adotado π =


3,14 determine a medida do raio r do cilindro.

225
226
UNIDADE 3
TÓPICO 5

CONE

1 INTRODUÇÃO
Quando olhamos para uma montanha, muitas vezes podemos encontrar
o formato de um cone, ou quando olhamos para um vulcão temos a ideia de um
tronco de cone. Ou, no nosso cotidiano, um funil ou uma casquinha de sorvete nos
dão a ideia deste sólido geométrico chamado cone. Assim como o cilindro, o cone
também é um sólido de revolução.

Se fizermos um corte no cone circular reto, dependendo do ângulo do


corte, a secção formada revela formas matemáticas muito importantes, chamadas
cônicas.

As cônicas já começaram a ser estudadas pelos antigos matemáticos, como


Euclides e Arquimedes. São elas: a elipse, a parábola, a hipérbole e a circunferência.
Se imaginarmos um plano seccionando o cone, conforme a variação do ângulo
obteremos uma destas cônicas. Por exemplo, se o plano for paralelo à base do cone,
teremos uma circunferência.

Apenas para você ter uma ideia da importância destes estudos, a trajetória
descrita pela Terra em torno do Sol tem o formato de elipse. Os espelhos dos
refletores dos telescópios têm formatos parabólicos. Alguns cometas têm trajetórias
parabólicas ao redor do Sol.

Para entendermos tudo isso melhor, precisamos inicialmente conhecer o


cone.

Um cone de revolução (mais precisamente, um cone circular reto) é o sólido


obtido pela rotação completa de um triângulo retângulo em torno de um eixo que
contém um dos catetos.

227
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

g
h g
h

A B
r r

O eixo de rotação do sólido de revolução é o eixo do cone. O círculo gerado


pela rotação do cateto AB do triângulo é a base do cone e a superfície gerada pela
hipotenusa BC é a superfície lateral do cone.

A distância AB é o raio da base do cone, a distância AC é a altura do cone,


o ponto C é o vértice do cone e a distância BC é a geratriz do cone.

Além do segmento BC, qualquer outro com uma extremidade no vértice


A e outra na circunferência da base é também denominado geratriz. Num cone
circular reto todas as geratrizes têm a mesma medida.

Existem também cones circulares não retos, que não são cones de revolução.
Estes são chamados cones circulares oblíquos.

Além desses elementos, neste tópico, vamos analisar com mais profundidade
algumas relações geométricas que envolvem o cone. Entre elas podemos destacar:
cálculo da superfície lateral, cálculo de volume e situações práticas de resolução de
problemas. Começaremos definindo alguns aspectos ligados à linguagem.

2 SECÇÃO MERIDIANA
A seção meridiana de um cone é uma região triangular obtida pela
interseção do cone com um plano que contém o eixo do mesmo.

Um cone circular reto é um cone equilátero se a sua seção meridiana é uma


região triangular equilátera, e neste caso a medida da geratriz é igual à medida do
diâmetro da base.

228
TÓPICO 5 | CONE

g
h g g

2r
Como nos tópicos anteriores, sugerimos que construa estes sólidos com
seus alunos. Você pode usar cartolina ou qualquer outro material a que você tenha
acesso. Enquanto define a linguagem, ou seja, como as coisas são nomeadas dentro
da geometria, você já pode mostrar e construir o cone na prática. Esse processo
coloca o aluno como participante do processo de construção do conhecimento.
Vamos continuar com nossa caminhada!

3 ÁREA DA SUPERFÍCIE DE UM CONE RETO

r = raio da base
h = altura
g = geratriz

A superfície total do cone reto é formada pela superfície lateral (um setor
circular) mais a superfície da base (um círculo), isto é, At = A + Ab.

A superfície lateral de um cone de revolução, desenvolvida num plano,


é equivalente a um setor circular de raio igual à medida g da geratriz e arco de
comprimento igual ao perímetro da base do cone (2πr).

229
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

Inicialmente calculamos a área do setor (A) cujo arco correspondente é


2πr, lembrando que o raio da circunferência maior é a geratriz (R = g):

Arco área
Círculo todo: 2πg — πg2 (2πr) ⋅ (πg2)
⇒ A = = πrg
Setor: 2πr — A 2πg
A área da base é a área do círculo de raio r: Ab = πr2

Logo, a área total do cone reto é At = πrg + πr2 = πr(g + r).

Observação: O ângulo α do setor circular é tal que:


360° — 2πg
α — 
em que  = 2πr.

Perceba que esta regra de três já apareceu em nossos estudos na Unidade 2.


Ela apenas foi aplicada em uma nova situação problema que envolve o cone. Com
seus alunos não perca estas oportunidades de resgatar conceitos já trabalhados.
Enquanto estiver analisando e construindo as equações, faça um paralelo e resgate
concepções matemáticas já vistas.

Exemplo

Vamos entender melhor este assunto, resolvendo alguns exemplos simples.

Temos um cone com 10 cm de altura e raio da base igual a 4 cm.


Vamos calcular o seguinte:

• Medida da sua geratriz:

g2 = 102 + 42 ⇒ g = 116 ≅ 10,7 cm

• Área lateral:

A = πrg = 3,14 ⋅ 4 ⋅ 10,7 ≅ 134,4 cm2

• Área total:

Ab = πr2 = 3,14 ⋅ 42 = 50,24 cm2


At = A + Ab = 134,4 + 50,24 = 184,64 cm2

• Medida do ângulo do setor circular. (Vamos usar π = 3,14):

Nesse caso, R = g = 10,7 cm e  = 2π ⋅ 4 = 8π:

230
TÓPICO 5 | CONE

360º −2π g 360º-2π 10, 7


8π ⋅ 360
α -  ⇒ α - 8π ⇒ = 134,5º = 134º30'
2π ⋅10, 7
Logo, α = 134º30'

4 VOLUME DO CONE
O volume de um cone é obtido da mesma maneira que o volume de uma
pirâmide:
Abase ⋅ h
Vcone = 3

πr2 h
Vcone =
3

A demonstração dessa equação, que serve para calcular volume de um


cone, também pode ser mostrada utilizando uma situação prática. Perceba que a
equação que calcula a área de um cilindro é a mesma que calcula o volume de um
cone. A única diferença é o 1/3 multiplicando toda esta sentença. Ou seja, podemos
concluir que dentro de um cilindro de mesmo raio podemos colocar três cones.

Faça o teste com seus alunos. Construa um cilindro e um cone de mesmo


raio de base e altura. Depois encha de água os cones e vá despejando dentro do
cilindro. Você irá concluir que o volume de três cones é igual ao de um cilindro de
mesmo raio de base.

FIGURA 37 – VOLUME DE TRÊS CONES = UM CILINDRO DE MESMO RAIO DE BASE

FONTE: Disponível em: <http://www.shmoop.com>. Acesso em: 27 set. 2012.

Este tipo de experimento é fácil de ser feito em sala. Este processo torna sua
aula rica e a participação dos alunos por consequência acaba sendo maior. Vamos
continuar mostrando alguns exemplos que envolvem uma percepção de cálculo.

231
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

Exemplo
Vamos calcular o volume de um cone de raio 7 cm
e altura 12 cm.

Temos todas as medidas que precisamos, é só


calcular:

V = 1 πr2h = 1 π ⋅ 72 ⋅ 12 = 196π = 615,44 cm3


3 3
O volume do cone é 615,44 cm3.

Exemplo

Uma casquinha de sorvete de forma cônica tem 6 cm de diâmetro e altura


de 10 cm. Qual é sua capacidade?

Diâmetro = 6 cm; raio = 3 cm; h = 10 cm.

V = 1 πr2h = 1 π × 32 × 10 = 30π = 94,20 cm3


3 3
Como 1 cm3 = 1ml, a capacidade do copinho é de 94,20 ml.

Exemplo

Calcular a área lateral, a área total e o volume de um cone equilátero com


30 mm de altura.

Você deve estar pensando que não é possível resolver tudo isso conhecendo
apenas a altura do cone.

Vamos rever o que acabamos de estudar. Acabamos de ver que num cone
equilátero a secção meridiana é um triângulo equilátero. Portanto, este será nosso
ponto de partida. Na figura ao lado, temos a secção meridiana do cone em questão.

Iniciamos calculando as medidas r e g, com o


auxílio do Teorema de Pitágoras:
(2r)2 = r2 + 302
4r2 - r2 = 900
3r2 = 900
r = 300 → r = 10 3mm

Se g = 2r, então

g = 20 3mm
Agora já podemos calcular o que o problema
pede:

 Área lateral: A = πrg → A = π ⋅ 10 3 ⋅ 20 3 . Fazendo π = 3,14 e 3 = 1,73, temos

232
TÓPICO 5 | CONE

A = 3,14 ⋅ 17,3 ⋅ 34,6


A = 1879,54 mm
 Área da base: Ab = πr2 → Ab=3,14 ⋅ (10 3)2 → Ab = 3,14 ⋅ 300 → Ab = 942mm

 Áreatotal = A + Ab → At = 1879,54 + 942 → At = 2821,54mm


Ab ⋅ h
 Volume: V = → V = 942⋅30 → V = 9420mm
3 3

Todos estes exemplos podem ser trabalhados pedagogicamente com seus


alunos. Chamamos a atenção para o processo de construção do conhecimento que
estamos fazendo e que você pode também desenvolver em sala com seus alunos.
Inicialmente trabalhe com a estética de escrita, ou seja, como as coisas são escritas e
definidas no campo de estudo que você irá trabalhar, no nosso caso, estudo do cone.
Em um segundo momento mostre algumas situações problemas de cálculo, como
estes listados acima. E para concluir, trabalhe com situações práticas envolvendo
objetos que podem ser percebidos no dia a dia dos alunos.

A ordem de estudo não precisa ser esta, mas é importante que todas sejam
contempladas. Muitas vezes, deixamos de mostrar que isto tudo, que está sendo
estudado em sala, não tem uma utilidade prática. Por isso, a importância de você
trabalhar este aspecto com seus alunos. Trazemos a seguir algumas imagens para
você se inspirar nesta dimensão prática.

FIGURA 38 – OBJETOS EM FORMA DE CONES

FONTE: Os autores

NOTA

Para ampliar seus conhecimentos sobre este tópico, sugerimos o livro: RICH,
Barnett. Geometria. 3. ed. São Paulo: Atual, 2005.

233
RESUMO DO TÓPICO 5

Neste tópico você viu que:

• Um cone de revolução é o sólido obtido pela rotação completa de um triângulo


retângulo, em torno de um eixo que contém um dos catetos.

• A seção meridiana de um cone é uma região triangular, obtida pela interseção


do cone com um plano que contém o eixo do mesmo.

• Um cone circular reto é um cone equilátero quando a medida da geratriz é igual


à medida do diâmetro da base.

• Para um cone reto de geratriz g e raio da base r, temos:

A = πrg
Ab = πr2
At = πr(g + r)
V = πr2 h
3

234
AUTOATIVIDADE

1 Dois reservatórios, um cilíndrico e outro cônico, de mesma altura e mesmo


raio, estão totalmente vazios e cada um será alimentado por uma torneira,
ambas com mesma vazão. O reservatório cilíndrico levou 5 horas e meia para
ficar completamente cheio. Qual é o tempo necessário para que isto ocorra
com o reservatório cônico?

a) ( ) 1 hora e 50 minutos.
b) ( ) 2 horas.
c) ( ) 1 hora.
d) ( ) 2 horas e 15 minutos.

235
236
UNIDADE 3
TÓPICO 6

ESFERA

1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico(a)! Estamos quase chegando ao fim de nossa
caminhada pela geometria. Ao longo dessa viagem, desvendamos
vários conceitos e aplicações. Agora, para terminar falta-nos ainda
estudar mais um sólido muito importante dentro da geometria: a
esfera.

Esfera é o sólido obtido fazendo-se a rotação completa de um


semicírculo em torno de um eixo que contém o diâmetro. Com esse
movimento, cada ponto do semicírculo descreve uma circunferência
que tem como centro um ponto qualquer do diâmetro e cujo raio se
torna maior à medida que aumenta a sua distância ao eixo.

Todos os pontos da superfície esférica estão à mesma distância de um


ponto O chamado centro.

O maior círculo formado pelo corte da esfera em


seu centro é chamado círculo máximo.

Para fins de cálculo, neste Caderno de Estudos


vamos considerar a Terra como sendo uma esfera perfeita.
Se cortássemos a Terra ao meio, pela linha do Equador, a
dividiríamos em dois hemisférios (norte e sul). Na região
do corte teríamos o círculo máximo.

E
IMPORTANT

Se contornarmos a Terra pela linha do Equador, percorreremos aproximadamente


40 000 km. De acordo com os matemáticos, o raio da Terra mede 6369 km (no Equador).

237
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

É possível que os homens tenham criado a forma esférica observando e


estudando os corpos celestes, como o Sol e a Lua.

Matematicamente, a esfera é o conjunto de todos os pontos do espaço cuja


distância a um ponto O (centro) é menor ou igual a uma distância R dada.

A interseção de um plano com uma esfera que se corta é sempre um


círculo. Quando o plano passa pelo centro da esfera, a secção é um círculo máximo.
Quando o plano passa fora do centro da esfera, determina uma secção de raio s. A
relação entre a distância do centro, o raio da secção e o raio da esfera é dada pelo
Teorema de Pitágoras.

d
r

Na figura acima: r2 = d2+s2

Vamos novamente considerar a esfera terrestre para nossos estudos. Vamos


imaginar o eixo imaginário da Terra passando pelo centro da esfera. Os pontos por
onde o eixo sai da esfera são chamados polos.

A secção determinada por um plano que contém o eixo é uma circunferência


máxima chamada meridiano.

Já a secção determinada por um plano perpendicular ao eixo, passando


pelo centro, é uma circunferência máxima chamada equador. Outros planos
perpendiculares ao eixo determinam secções chamadas paralelos.

Além desses elementos, ao longo desse tópico, vamos estudar várias


relações e cálculos que podem ser desenvolvidos a partir da análise de uma
esfera. Começaremos construindo a equação que me permite calcular o volume de
qualquer esfera. Preparado(a)? Então vamos começar!
238
TÓPICO 6 | ESFERA

2 VOLUME DA ESFERA
Para o cálculo do volume da esfera, vamos nos apoiar no princípio de
Cavalieri: “Sejam R e S dois sólidos cujas bases se apoiam num mesmo plano α. Se
todo plano β intersecciona esses sólidos em secções paralelas ao plano da base, de
mesma área, então o volume de R será igual ao volume de S”.

Consideremos uma esfera de raio R apoiada sobre um plano α. Ainda


sobre o mesmo plano, tomemos um cilindro circular reto equilátero cujo raio da
base também meça R e cuja altura meça 2R.

Desse cilindro vamos retirar dois cones retos cujas bases são as do cilindro e
vértice comum no ponto A. Ao sólido obtido chamaremos S. O vértice A é o ponto
médio do segmento com extremidades nos centros O1 e O2 das bases do cilindro.

FIGURA 39 – AMPULHETA

FONTE: Disponível em: <www.museutec.org.br/. ../a_ampulheta.


htm>. Acesso em: 15 mar. 2006.

O duplo cone retirado é chamado de clepsidra, parecido com uma


ampulheta. O restante do cilindro chamaremos de anticlepsidra. Vamos provar
que o volume da esfera é igual ao volume do sólido S.

Seccionando-se a esfera e o sólido S por um plano β paralelo ao plano α, a


uma distância d do centro O da esfera, obtemos, respectivamente, como secções,
um círculo de raio r e uma coroa circular de raio interno d e externo R.

239
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

β
α

Vamos então calcular. Iniciamos pela área do círculo:


A = πr2, mas r2 = R2 - d2. Substituindo, então temos:
A = π(R2 - d2).

Vamos calcular agora a área da coroa circular:


A = πR2 - πd2 → A = π(R2 - d2)

Como as duas áreas são iguais, pelo princípio de Cavalieri resulta que a
esfera e o sólido S têm o mesmo volume.

Bem, o cilindro original tem um volume de : V = πR2.2R → V = 2πR3.

Sabemos também que um cone com base e altura iguais às de um cilindro


tem 1/3 do volume deste; então, cada cone tem um volume de:
R2 R3
V π
= R →=
V π
3 3
Como eliminamos dois cones do cilindro, o volume do sólido S
(anticlepsidra) ficou assim:
1 4
V 2π R 3 - 2 ⋅ π R 3 → =
= V π R3
3 3
Com seus alunos, você também pode utilizar este processo de demonstração
matemática para mostrar a eles de quais relações lógicas e em que princípio está
pautada a equação final que me permite calcular o volume de uma esfera tendo
como partida o raio da mesma.

Feita essa primeira caminhada, não podemos deixar de analisar situações


práticas que podem ser analisadas a partir da teoria. Vamos fazer isso no próximo
item, porém, antes vamos ver como se calcula a área da superfície de uma esfera.

3 ÁREA DA SUPERFÍCIE DA ESFERA


Uma esfera é gerada pela rotação de um semicírculo em torno de seu
diâmetro, então a superfície esférica é gerada pela rotação de uma semicircunferência
em torno de seu diâmetro.
240
TÓPICO 6 | ESFERA

Considera-se que a esfera é dividida em muitas pirâmides finíssimas, cada


uma delas com o vértice no centro da esfera e as bases dispostas de maneira a
formar um poliedro inscrito na esfera com um número muito elevado de faces.
A área da superfície esférica é obtida multiplicando-se por 4 a área de um círculo
máximo: A = 4πR2

Por exemplo, se o raio de uma esfera é 9 cm, a área da superfície esférica


será:

A = 4πR2 = 4 ⋅ 3,14 × 92 = 1017,36 cm2

Exemplo

Qual é o seu volume e qual a área da superfície do globo terrestre, se o


considerarmos uma esfera?

Sabe-se que a linha do Equador tem 40.000 km, aproximadamente.

Considerando C = 40000 km e C = 2πR, vamos determinar R, considerando


p = 3,14:

C = 2πR
40000 = 2⋅3,14 ⋅ R
40000 = 6,28 ⋅ R
40000
=R
6,28

R = 6369Km
4 4
V= 3 πR3 = 3 ⋅ 3,14 ⋅ 63693 ≅ 1,08 ⋅1012 km3

A área da superfície da esfera é dada por A = 4πR2. No caso do planeta


Terra, como R ≅ 6369 km, temos:
A = 4πR2
A = 4.3,14.63692
A = 509.485.862km2 aproximadamente.

Portanto, o volume aproximado da Terra é 1,08 × 1012 km3 e sua área


aproximada é 5,09 × 108 km2.

Exemplo

Qual é a área coberta de água (em quilômetros quadrados) na superfície do


globo terrestre?

Sabemos que 2/3 da superfície do globo são cobertos pela água, assim:

241
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

2
3
⋅A
2
3 ⋅ 509485862 =
339.657.241km2
A área coberta de água é de aproximadamente 3,39 × 108 km2.

Além desse exemplo, que envolve o planeta Terra, você pode utilizar
em suas aulas outros objetos para fazer e desenvolver estes cálculos. Destaque
também a importância de se estudar estas relações não apenas para aumentar os
conhecimentos dos alunos, mas também para compreender melhor o mundo que
está em sua volta. Para finalizar este tópico, trazemos algumas imagens de objetos
que podem ser trabalhados em sala.

FIGURA 40 – OBJETOS EM FORMA DE ESFERA

FONTE: Os autores

LEITURA COMPLEMENTAR

A GEOMETRIA, AS CRIANÇAS E A REALIDADE

Antonio José Lopes Bigode

Desde a Pré-história, os homens observaram a regularidade de certas formas


geométricas, no mundo a seu redor, e aprenderam a utilizar essa regularidade em
benefício próprio.

242
TÓPICO 6 | ESFERA

O ser humano é um ser visual e nossos olhos são a principal porta de


entrada para o desenvolvimento de ideias geométricas.

Neste final de século, as imagens estão presentes de forma intensa em tudo


que nos cerca: outdoors, revistas, jornais, TV, cinema, cartazes, placas de sinalização,
fotos, computadores etc. Já tinha reparado nisso?

Os primeiros passos para a aprendizagem da Geometria, um conhecimento


essencialmente visual, devem privilegiar o que se apreende com os olhos e com as
mãos. Não com os ouvidos.

Houve um tempo em que se acreditava que, para aprender os conceitos


geométricos, as crianças precisavam prestar muita atenção às definições explicadas
pelos professores e decorar cada formulação.

Mas, pense bem. Se você explicar para seus alunos e mandá-los copiar no
caderno: Um polígono convexo é aquele cujo perímetro não pode ser encontrado
em mais de dois pontos por uma secante. Você acha que eles entenderão o que é
um polígono convexo?

Não, é claro que não. Ninguém vai aprender o que é um polígono convexo
ouvindo ou lendo um texto desses, que mais parece uma bula de remédio.

Entretanto, era assim que se ensinava Geometria há cinquenta anos.


Felizmente, os estudos modernos trouxeram ideias importantes para entender a
maneira pela qual as crianças aprendem. E isso mudou o ensino de Geometria.

Ao entrar na escola, as crianças já sabem muitas coisas de Geometria.

Talvez você esteja se perguntando: Mas, o que tudo isso tem a ver com
meus alunos e com minhas aulas?

Para responder, vamos “fazer de conta”. Pense em um aluno imaginário,


que talvez não seja tão imaginário assim. Vamos chamá-lo de Juca.

Nosso Juca adora jogar futebol. No jogo, ele corre, se desloca para a frente,
para trás e para os lados; se orienta para fugir da marcação; procura não deixar
a bola passar da linha lateral; reconhece as fronteiras do campo; dá chutes em
diagonal para o vizinho à esquerda; sabe que, para marcar o gol, precisa colocar a
bola dentro daquele retângulo que todo mundo chama de trave; corre em direção
à meta e chuta no canto direito do goleiro; depois do gol, ele coloca a bola embaixo
do braço e corre em direção ao círculo central no meio do campo. Vamos parar um
pouco e analisar o que ele fez: deslocamento para frente, para trás, para os lados,
orientação, direção, linha lateral, diagonal, vizinhança, esquerda, direita, dentro,
fora, retângulo, círculo, meio do campo. Quanta Geometria junta!

243
UNIDADE 3 | GEOMETRIA ESPACIAL

Diante de todo esse conhecimento geométrico do Juca e de outras crianças,


só cabe recomendar aos professores muita atenção, para reconhecer e explorar as
situações da vida real, que podem contribuir muito para a aprendizagem.

E que outras coisas faz nosso Juca?

Juca brinca de pega-pega, faz pipa e aviãozinho, constrói caminhõezinhos


de papelão, ajuda seu irmão na construção de um carrinho de rolimã, xereta o
trabalho do pai na oficina, e, com brinquedos estruturados, de montar, constrói
coisas que ele copia do manual de instruções e outras que inventa.

Vamos analisar novamente: O Juca constrói coisas, imagina objetos


tridimensionais na cabeça e os monta, constrói pipas que são formas geométricas
bem conhecidas, tem consciência das diagonais da pipa, mesmo sem saber
formalmente o que é uma diagonal. Enquanto constrói aviõezinhos, faz dobraduras
relacionadas à simetria da construção.

Taí. O Juca sabe muitas coisas de natureza geométrica, tem muitas


habilidades de natureza geométrica. É fácil imaginar que ele seja igualzinho a seus
alunos.

Ele não vai aprender melhor Geometria se a escola desprezar as coisas que
ele já sabe e já faz. Ele não vai aprender Geometria significativa só por ouvir uma
definição de hexágono, diagonal ou outra qualquer. É por isso que, como dissemos,
não se aprende Geometria com os ouvidos.

As crianças aprendem Geometria observando e fazendo coisas cujo


significado compreendem.

Talvez você esteja de novo se perguntando: Como ensinar Geometria


levando tudo isso em conta?

Não é difícil. O papel do professor é promover situações que levem os


alunos a expressar tudo isso que eles já sabem (sem nunca ter pensado nisso),
conversar a respeito e fazer coisas de natureza geométrica.

O professor ajuda a criança a organizar os conhecimentos que ela já tem


para ampliá-los, refiná-los e avançar para novos conceitos, mais complexos.

Uma criança em idade escolar não precisa que os adultos lhe digam o que é
um ponto, uma reta ou um círculo. Ela já absorveu essas ideias de algum modo. O
trabalho do professor será explorar essas ideias, relacionando-as com o dia a dia,
com situações desafiadoras que contribuam para promover novas descobertas.

A Geometria pode, e deve, ser explorada a partir de situações simples do


mundo da criança.

244
TÓPICO 6 | ESFERA

Um bom exemplo de atividade de natureza geométrica para explorar


na escola são os desafios e quebra-cabeças publicados nas revistas infantis e em
suplementos de jornais, como, por exemplo: labirintos, ligue pontos, jogos dos sete
erros e outros.

A Importância dos Jogos

• Resolver um ligue pontos, ou um labirinto, desenvolve habilidades de percepção


e coordenação visomotora.

• O jogo dos sete erros desenvolve a discriminação visual, bem como o


reconhecimento de atributos, semelhanças e diferenças.

• Na busca de qual é a parte que se encaixa em outra, as crianças precisam


explorar a percepção figura-fundo e se ater a regularidades e particularidades
dos objetos e das formas.

• Ao pintar figuras que estão na mesma posição, as crianças desenvolvem sua


percepção da posição no espaço.

• Uma atividade como “quem está vendo o quê” explora e desenvolve a orientação
espacial.

Com atividades desse tipo se torna possível uma aprendizagem significativa.


No mundo atual, com a importância da imagem, não há mais lugar para aqueles
cursos centrados na memorização de nomes, propriedades ou teoremas, como se
fazia há cinquenta anos.

A Geometria que se pretende ensinar deve estar sintonizada com a realidade


das crianças deste nosso tempo. Crianças que pulam, correm, veem, rabiscam,
desenham, cortam, colam, montam e desmontam, imaginam e inventam.

FONTE: Texto extraído e adaptado de: BIGODE, Antônio José Lopes. A geometria, as crianças e a
realidade. Disponível em: <http://www.mec.gov.br/seed/tvescola/pdf/matematica2.pdf>. Acesso
em: 20 jun. 2006.

NOTA

Agora que você conhece um pouco mais a Geometria, leia o livro A magia dos
números no universo, de Robert Osserman.
Osserman trata da forma do universo. O espaço é plano ou curvo? Como representar algo
curvo ou esférico numa superfície plana? Que tipo de mapa seria mais útil para o navegador
ou o astronauta?
Boa leitura!

245
RESUMO DO TÓPICO 6

Neste tópico você viu que:

• A esfera é o sólido obtido fazendo-se a rotação completa de um semicírculo em


torno de um eixo que contém o diâmetro.

• O maior círculo formado pelo corte da esfera em seu centro é chamado círculo
máximo.
4 3
• Para calcular o volume da esfera usamos a fórmula: V= πR
3
• Para calcular a área da superfície esférica usamos a fórmula: A = 4πR2

• Concepções pedagógicas que envolvem a prática do professor em sala.

• Diferentes formas de se estudar os conceitos ligados à esfera no espaço escolar.

246
AUTOATIVIDADE

Estamos no final de mais uma unidade de estudos. Sei que você se saiu bem até
aqui. Vamos exercitar mais um pouco? Exercitando:

1 Qual a quantidade de chumbo necessária para a confecção de 100 bolinhas


esféricas, maciças, de 1 cm de diâmetro cada uma?

2 O diâmetro da Lua é, aproximadamente, ¼ do diâmetro da Terra. Determine


o volume da Lua.

3 Numa indústria química, deseja-se instalar um reservatório esférico para


armazenar determinado gás. A capacidade do reservatório deve ser de 33,5
m3. Qual deve ser, aproximadamente, o raio desse reservatório?

4 Uma fábrica de suco confeccionou suas embalagens em dois formatos:


uma esférica de 8 cm de diâmetro e outra cilíndrica. Sabendo que as duas
embalagens têm a mesma altura e a mesma largura, calcule seus volumes.

5 Num recipiente de forma cilíndrica, com 4 cm de raio da base, há água até


certa altura. Calcule a elevação do nível da água quando mergulhamos ali
uma esfera de aço com 2 cm de diâmetro.

6 Considere uma laranja como uma esfera com 6 cm de raio. Se a dividirmos


em doze gomos (cunhas esféricas) praticamente iguais, qual será o volume
de cada gomo?

7 Qual é o comprimento aproximado de um meridiano terrestre?

8 Qual é o volume da esfera, cujo raio mede 3 cm?

9 Qual é a área da superfície esférica, cujo raio mede 3 m ?

247
DICAS

Você poderá aprofundar um pouco mais os estudos de geometria espacial no


site:http://ciencias.huascaran.edu.pe/modulos_brasil/matematica/geometria/index.htm.
Lá você vai encontrar uma cidade em perspectiva, que ao passar o mouse destacam-se as
formas dos poliedros e corpos redondos. Há várias atividades que você pode fazer sobre as
formas da cidade. No site você terá todas as instruções para o desenvolvimento da atividade.
Não deixe de fazer!

248
REFERÊNCIAS
BIGODE, Antônio José Lopes. A geometria, as crianças e a realidade. Disponível
em: <http://www.mec.gov.br/seed/tvescola/pdf/matematica2.pdf>. Acesso em: 13
jul. 2006.

______. Por que as coisas são como são? Disponível em: <http://www.mec.gov.br/
seed/tvescola/pdf/matematica1.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2006.

DANTE, Luiz Roberto. Matemática: contexto & aplicações. São Paulo: Ática,
2000.

DOLCE, Osvaldo; POMPEO, José Nicolau. Fundamentos de matemática


elementar: geometria espacial, posição e métrica. São Paulo: Atual, 2004. v. 10.

______. Fundamentos de matemática elementar: geometria plana. São Paulo:


Atual, 2004. v. 9.

FERNANDES, Millôr. Trinta anos de mim mesmo. Rio de Janeiro: Record, 1976.

HOUAISS, A.; VILLAR, M. de S. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio


de Janeiro: Objetiva, 2009.

IMENES, Luis Márcio; LELLIS, Marcelo. Microdicionário de matemática. São


Paulo: Scipione, 1998.

MACHADO, Antonio dos Santos. Matemática, temas e metas: áreas e volumes.


São Paulo: Atual, 2001.

SMOLE, Kátia Cristina Stocco; DINIZ, Maria Ignez; CANDIDO, Patrícia. Figuras
e formas. São Paulo: Artmed, 2000.

TOLEDO, Marília; TOLEDO, Mauro. Didática de matemática: como dois e dois -


a construção da matemática. São Paulo: FTD, 1997.

249

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