Você está na página 1de 2

Dossiê- A corte de Versalhes: protocolo e extravagância

Questão 8

Nos séculos XVII e XVIII, percorrido o longo caminho da centralização política, o poder real
atingiu o auge da sua força. Ao rei foram atribuídos todos os poderes e toda a
responsabilidade do Estado.

É em França, que esta centralização dos poderes e a estravagância do dia a dia, quer seja em
edifícios, vestes ou outro tipo de elemento. Aí Versalhes, no reinado de D.Luís XIV, ficou para
sempre no imaginário europeu como o modelo de vida da corte, plena de brilho, intriga e
protocolo. Salientámos desde o início a notória boa relação que os cortesão tinham com o rei,
facto que era de extrema importância para D.Luís… era necessário que os habitantes não
olhassem para ele como alguém individualista. Como consta no documento A, a proximidade
que existia entre eles era reforçada com a presença de cortesãos no interior do palácio de
Versalhes, com isto percebemos que os cortesãos não eram apenas mais uma pessoa no reino,
mas sim, eram peças importantes para o enaltecimento de todo o poder e reinado em si. Com
isto percebemos que tal como nos é indicado, o rei foi a peça fulcral, dentro do palácio.
Denota-se também o endeusamento do monarca, e todas as atividades de que se
desenvolviam a volta dele, tal como está bem reforçado com o documento C, que possuí
algumas opiniões da prima do rei, na qual cita ‘’Ele é como Deus, é necessário esperar a sua
vontade com submissão e tudo esperar da sua justiça e da sua bondade sem impaciência, para
sermos mais merecedores’’… o duque de Richelieu diz ‘’Prefiro morrer a estar dois ou três
meses sem ver o rei!’’. Os cortesãos eram envolvidos em todas as atividades que o rei fazia,
como exemplo de tal, e mostrado pelos documentos D e E… desde o acordar que o rei era
acompanhado por figuras da corte, são descritas as atividades e hábitos que tinha, tanto ele
como a rainha e em todos eles é enaltecida a importância e a presença dos cortesãos. Tudo
isto teria que ser controlado de alguma forma, e, portanto, o respeito pelas hierarquias, tinha
um papel fundamental para que ninguém se apoderasse de alguns privilégios… com o
documento B percebemos a posição cimeira do rei, com a chamada ‘’etiqueta’’ impostas pelo
monarca e pela submissão reverencial que recebe dos cortesãos. Dentro de toda a liberdade e
transparência entre os cortesãos e o que era a figura do rei, deveria ser cumprida a posição
social de cada um… e tal posição é nos descrito o que cada pessoa tinha como suas funções
aquando do acordar do rei e da rainha, no qual os príncipes de sangue entram primeiro no
quarto, seguidos do primeiro médico… posteriormente um cirurgião e por ai além (caso do
rei). A açafata começava por vestir a rainha, depois a dama de honor vertia a água nas mãos
dela… seguido por todos os cuidados que a rainha desejava, constatação dos documentos D e
E.

A relação entre cortesãos e reis era distinta de qualquer uma que possamos ter assistido, mas
nunca se esqueceram as posições de cada um, bem como o respeito que deveriam ter para
com o rei.

Como exuberante que era, o palácio de Versalhes e D.Luís XIV, possuíam das mais belas
fatiotas, e decorações alguma vez encontrados. No palácio é de referir a imponente ‘’Sala dos
Espelhos’’ com mais de 50m de comprimento, revestida apenas de ouro e espelhos, cujo valor
é incalculável. Todo o recinto estava recheado de peças dignas, todo banhado a ouro… para
que assim fosse possível trespassar a ideia de estravagância e absolutismo. Aqui temos outra
vez a questão da ocupação dos cortesãos com atividades do quotidiano geral, referido
anteriormente no Doc.D e E, os reis eram rodeados de imensos criados tendo cada um a sua
atividade, e só a isso se poderiam ocupar. Falando mais individualmente da pessoa em si, o rei
era acompanhado todos os dias de trajes exuberantes e fascinantes, como nos diz o
Documento F, onde está presente um retrato da mulher do rei, com uma breve apreciação:
‘’um vestido de ouro, bordado a ouro, debruado a ouro e, por baixo, ouro frisado…’’ só aqui
percebemos a imensidão de luxo que estes trajes possuíam, até aqui existia um cortesão com a
tarefa de criar os mais belos trajes para o rei… sendo essa a única tarefa que lhes competia,
como é o caso de Claude de Langlée, estilista da corte (Documento F).

O cabelo… elemento essencial para a aparência das pessoas na corte, especialmente da família
real. Documento G, é um grande exemplo. Cabeleira postiça tornou se um hábito, em reinados
anteriores permanecendo ate ao reinado de D.Luís XIV… esta era uma grande forma de
melhorar a aprência, fator fundamental naquele tempo. A acrescentar a isso, e estando
patente no Documento I, a construção dos penteados era feita com arames, fitas, etc. Chapéus
eram outro elemento de exuberância, como nos mostra a imagem do documento, enormes
apetrechos, como barcos, laços… eram colocados sob a cabeça de mulheres e homens naquele
tempo. Com todos estes elementos, percebemos que existia uma excessiva preocupação com
a aparência, e mais caricato de tudo são as figuras que faziam para atingir a beleza e perfeição,
como é o caso do Documento H, com as chamadas moscas, salpicadas na cara.

Em suma, este tempo foi vivido com uma exuberância e preocupação com a beleza e a
aparência catastróficas. Aqui estão presentes algumas dos imensos elementos criados apenas
para satisfazer esse desejo. Esse conjunto de fatores, tornou este reinado, especial e diferente
dos outros… mas acima de tudo um Reinado Absolutista!

Claúdia Brito, Eduardo Felgueiras, João Sousa e Rafaela Sousa Antunes

Você também pode gostar