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Universidade do Vale do Sapucaí - UNIVÁS

Discente: Guilherme Henrique da Silva

Docente: Rogério Lobo Sáber

Curso: Letras – Licenciatura (Português/Inglês)

Relatório da Palestra “O legado de Paulo Freire e o desafio para uma educação


emancipadora e de qualidade no Brasil”

Essa palestra diz respeito ao primeiro dia da programação pensada para a


comemoração da Semana Centenário de aniversário de Paulo Freire, que com o auxílio
de estudiosos da obra e pensamento freiriano, será proposta discussões e debates para
que os sujeitos voltados para a área da educação possam pensar, transformar e
ressignificar as estratégias pedagógicas adotadas na âmbito educacional.

Nesse primeiro momento o palestrante Professor e Doutor Daniel Tojeira Cara foi
quem esteve a cargo de propor uma reflexão sob a perspectiva freiriana, e um dos
pontos iniciais e que já pude perceber como relevante foi sobre como Paulo Freire é
reconhecido como extremamente coerente entre a prática e o pensamento, a teoria, e
isso é relevante, pois um dos aspectos cruciais em sua idéia é a de que a plena educação
se dá na união entre prática e teoria, dando origem a práxis; o professor, sujeito
mediador que auxiliará na construção do conhecimento em relação com o aluno e com o
mundo, deve sempre ter em mente que a prática sozinha é ativismo, assim como só
teoria é falácia, por isso é essencial haver a práxis, pois uma suporta a outra.

Em alguns casos foi trazido à luz das idéias reflexões pensadas por Paulo Freire em
seu livro “A Pedagogia do Oprimido”, como por exemplo, o fato de que a educação
deve ser emancipadora, deve portanto trazer liberdade e autonomia crítica, e para que tal
processo emancipador aconteça plenamente é de suma importância que se diga a própria
palavra. Dizer a própria palavra é um processo de constante movimento de pensamento
crítico, é ato verbal pensado e medido, não se reduz a expressar qualquer opinião em
qualquer momento, mas sim o contrário visto que é necessário que o sujeito tenha
embasamentos sobre o que está sendo discutido e se expressar, se impor de maneira
autônoma no mundo, e por isso, é necessário tal embasamento sobre determinado
assunto, pois sem tê-lo, muito provavelmente o sujeito estará preso a uma corrente
(bolha, segundo o palestrante) de pensamentos que reduzirá a criticidade a mera
reprodução fraca de pensamentos, o que segue uma corrente contrária ao que Freire
propõe, uma autonomia no ato de expressar, impor, educar, um pensamento crítico
desenvolvido não sem esforço.

Outro pilar do pensamento de Paulo Freire e que por sinal é citado em várias obras
do autor/teórico é a concepção e necessidade do dialogismo. Vejamos, o ser humano é
ser social que não existe por si e em si unicamente, por sermos sociais dependemos do
outro, o não eu, a própria língua em uso, em comunicação nos mostra como isso é um
fato, logo não há comunicação sem o outro. Portanto a necessidade do dialogo é, de
fato, importante para qualquer âmbito social, e não seria diferente no ato de educar, em
sala de aula o que deve haver é professores atuando como mediadores, sendo muitas
vezes porta de entrada para algum conhecimento e habilidade, o aluno que não é tábula
rasa, tem sua vivência e conhecimentos prévios, que em relação com o outro e com o
mundo constrói o seu conhecimento. Logo todos nesse ambiente de construção de
conhecimentos vão aprender e partilhar conhecimentos, não é unicamente o aluno que
aprende com o professor, longe disso, é o próprio processo dialógico em sala de aula
que contribui para o desenvolvimento e conhecimento.

Sendo assim, todas essas questões direcionam-se em sentido oposto à educação


bancária e tradicional, que tem em suas raízes o Professor como o centro do processo de
aprendizagem, como o único detentor do conhecimento e imposição em sala de aula e o
aluno, como quem é uma tábula rasa que sem saberes prévios fica a mercê dos
professores e autoridades, vão sendo banco vazio onde os professores tão somente
depositam informações para serem reproduzidas mais tarde quando o aluno necessitar
“sacar” tais informações para uma prova, por exemplo.

Percebo como é essencial refletirmos as idéias de Paulo Freire, que em nossa


atualidade se faz cada dia mais necessárias, a palestra foi riquíssima e bem construída,
nos como sujeitos da área da educação devemos com certeza compreendermos seus
pensamentos que nos auxiliarão ainda mais a nos direcionarmos à educação
emancipadora e de qualidade.

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