Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Nesse primeiro momento o palestrante Professor e Doutor Daniel Tojeira Cara foi
quem esteve a cargo de propor uma reflexão sob a perspectiva freiriana, e um dos
pontos iniciais e que já pude perceber como relevante foi sobre como Paulo Freire é
reconhecido como extremamente coerente entre a prática e o pensamento, a teoria, e
isso é relevante, pois um dos aspectos cruciais em sua idéia é a de que a plena educação
se dá na união entre prática e teoria, dando origem a práxis; o professor, sujeito
mediador que auxiliará na construção do conhecimento em relação com o aluno e com o
mundo, deve sempre ter em mente que a prática sozinha é ativismo, assim como só
teoria é falácia, por isso é essencial haver a práxis, pois uma suporta a outra.
Em alguns casos foi trazido à luz das idéias reflexões pensadas por Paulo Freire em
seu livro “A Pedagogia do Oprimido”, como por exemplo, o fato de que a educação
deve ser emancipadora, deve portanto trazer liberdade e autonomia crítica, e para que tal
processo emancipador aconteça plenamente é de suma importância que se diga a própria
palavra. Dizer a própria palavra é um processo de constante movimento de pensamento
crítico, é ato verbal pensado e medido, não se reduz a expressar qualquer opinião em
qualquer momento, mas sim o contrário visto que é necessário que o sujeito tenha
embasamentos sobre o que está sendo discutido e se expressar, se impor de maneira
autônoma no mundo, e por isso, é necessário tal embasamento sobre determinado
assunto, pois sem tê-lo, muito provavelmente o sujeito estará preso a uma corrente
(bolha, segundo o palestrante) de pensamentos que reduzirá a criticidade a mera
reprodução fraca de pensamentos, o que segue uma corrente contrária ao que Freire
propõe, uma autonomia no ato de expressar, impor, educar, um pensamento crítico
desenvolvido não sem esforço.
Outro pilar do pensamento de Paulo Freire e que por sinal é citado em várias obras
do autor/teórico é a concepção e necessidade do dialogismo. Vejamos, o ser humano é
ser social que não existe por si e em si unicamente, por sermos sociais dependemos do
outro, o não eu, a própria língua em uso, em comunicação nos mostra como isso é um
fato, logo não há comunicação sem o outro. Portanto a necessidade do dialogo é, de
fato, importante para qualquer âmbito social, e não seria diferente no ato de educar, em
sala de aula o que deve haver é professores atuando como mediadores, sendo muitas
vezes porta de entrada para algum conhecimento e habilidade, o aluno que não é tábula
rasa, tem sua vivência e conhecimentos prévios, que em relação com o outro e com o
mundo constrói o seu conhecimento. Logo todos nesse ambiente de construção de
conhecimentos vão aprender e partilhar conhecimentos, não é unicamente o aluno que
aprende com o professor, longe disso, é o próprio processo dialógico em sala de aula
que contribui para o desenvolvimento e conhecimento.