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4G

TECNOLOGIA CELULAR
4 G LT E

CURSO 1
Módulo 1 - Introdução às
Redes Móveis 3GPP
Tecnologia Celular 4G
LTE

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Todos os direitos reservados
Fundação Instituto Nacional de Telecomunicações – Finatel
Tecnologia Celular 4G
LTE

Equipe Multidisciplinar

Prof. MSc. Carlos Augusto Rocha Douglas Rosa


Pró-diretor de Desenvolvimento de Webmaster e Suporte Técnico
Tecnologias e Inovação
Isis Brandão
Prof. MSc. André Luís da Rocha Abbade Designer Gráfico e Diagramadora
Gerente de Educação Continuada
Juliano Inácio
Profª. Rosimara Salgado Produtor de Vídeos
Coordenadora NEaD e Designer Instrucional
Profª. Vera Sônia de Freitas Rocha
Engª. Viviane Freire Sampaio Revisora Gramatical
Autora
Lista de Ilustrações

Figura 1 - Evolução dos sistemas móveis de comunicações.......................................................................................................... 15


Figura 2 - Arquitetura do sistema GSM............................................................................................................................................... 22
Figura 3 - Arquitetura do sistema GPRS.............................................................................................................................................. 28
Figura 4 - Arquitetura dos sistemas 2G e 3G......................................................................................................................................37
Figura 5 - Redução do TTI no HSDPA.................................................................................................................................................. 40
Figura 6 - Modulações QPSK e 16QAM............................................................................................................................................... 40
Figura 7 - Adaptação de enlace............................................................................................................................................................. 41
Figura 8 - Despacho rápido.................................................................................................................................................................... 42
Figura 9 - Retransmissão rápida e combinação suave.................................................................................................................. 42
Figura 10 - Linha de evolução 3GPP.................................................................................................................................................... 48
Figura 11 - Divisão lógica da rede móvel em rede de acesso e núcleo de rede..................................................................... 55
Figura 12 - Arquitetura das redes 2G e 3G......................................................................................................................................... 56
Figura 13 - Arquitetura da rede LTE/SAE............................................................................................................................................. 56
Figura 14 - Diagrama em blocos das funções desempenhadas pelo eNodeB.........................................................................57
Figura 15 - Diagrama em blocos do núcleo de rede das tecnologias 3GPP............................................................................ 58
Figura 16 - Técnicas de múltiplo acesso............................................................................................................................................... 61
Figura 17 - Esquema de multiplexação de usuários no símbolo OFDM para DL..................................................................... 63
Figura 18 - Esquema de múltiplo acesso SC-FDMA......................................................................................................................... 64
Figura 19 - Método de transmissão - FDD........................................................................................................................................... 66
Figura 20 - Acesso DL/UL FDD.............................................................................................................................................................. 66
Figura 21 - Método de transmissão – TDD..........................................................................................................................................67
Figura 22 - Acesso DL/UL TDD...............................................................................................................................................................67
Lista de Tabelas

Tabela 1 - Principais características das tecnologias AMPS, TACS e NMT..................................................................................17


Tabela 2 - Comparação entre os sistemas 2G 3GP.......................................................................................................................... 31
Tabela 3 - Resumo dos requisitos de desempenho para o sistema LTE..................................................................................... 51
Tabela 4 - Categoria do terminal móvel.............................................................................................................................................. 53
Lista de Quadros

Quadro 1 - Características das redes HSCSD e GPRS.................................................................................................................... 28


Quadro 2 - Comparação entre GPRS e EDGE................................................................................................................................... 30
Quadro 3 - Requerimentos IMT-Advanced......................................................................................................................................... 49
Quadro 4 - Resumo dos objetivos iniciais do LTE/SAE R8 [10]...................................................................................................... 50
Quadro 5 - Técnicas de acesso............................................................................................................................................................. 60
Lista de Siglas e Abreviações

16QAM: 16 Quadrature Amplitude Modulation


1G: First Generation
2,5G: Second and a Half Generation
2G: Second Generation
3,9G: 3,9 Generation
3G: Third Generation
3GPP: 3rd Generation Partnership Project
4G: Fourth Generation
64QAM: 64 Quadrature Amplitude Modulation
8-PSK: Eight-Phase Shift Keying
AMC: Adaptive Modulation and Coding
AMPS: Advanced Mobile Phone System
ANSI: American National Standards Institute
ARIB: Association of Radio Industries and Businesses
ATIS: Alliance for Telecommunications Industry Solutions
AuC: Authentication Center
BG: Border Gateway
BS: Base Station
BSS: Base Station Subsystem
BW: Band Width
CCSA: China Communications Standards Association
CDMA: Code Division Multiple Access
CN: Core Network
CS: Circuit Switch
D-AMPS: Digital-AMPS
DECT: Digital Enhanced Cordless Telecommunications
DL: Downlink
DS-SS: Direct Sequence Spread Specrtum
ECSD: Enhanced Circuit Switched Data
EDGE: Enhanced Data Rates for Global Evolution
E-GPRS: Enhanced GPRS
EIR: Equipment Identity Register
eNB: evolved NodeB
EPC: Evolved Packet Core
EPS: Evolved Packet System
ETSI: European Telecommunications Standards Institute
E-UTRAN: Evolved Universal Terrestrial Radio Access
FDD: Frequency Division Duplexing
FDMA: Frequency Division Multiple Access
FPLMTS: Future Public Land Mobile Telecommunication Systems
GERAN: GSM EDGE Radio Access Network
GGSN: Gateway GPRS Support Node
GMSC: Gateway Mobile Switching Centre
GMSK: Gaussian Minimum Shift Keying
GPRS: General Packet Radio Services
GSM: Global System for Mobile Telecommunications
HLR: Home Location Register
HSCSD: High-Speed Circuit-Switched Data
HSDPA: High Speed Downlink Packet Access
HSPA: High Speed Packet Access
HSPA+: High Speed Packet Access Plus
HSS: Home Subscriber Server
HSUPA: High Speed Uplink Packet Access
IMT-2000: International Mobile Telecommunications-2000
IMT-Advanced: International Mobile Telecommunications - Advanced
IMT-DS: IMT-Direct-Sequence
IMT-FT: IMT-Frequency Time
IMT-MC: IMT-Multi-Carrier
IMT-SC: IMT-Single Carrier
IMT-TD: IMT-Time-Division
IP: Internet Protocol
IRC: Interference Rejection Combining
IS-95: Interim Standard 95
ITU: International Telecommunication Union
ITU-R: International Telecommunication Union - Radiocommunication Sector
JDC: Japanese Digital Cellular
LTE/SAE: Long Term Evolution / System Architecture Evolution
LTE: Long Term Evolution
MAC: Medium Access Control
MIMO: Multiple-Input Multiple-Output
MME: Mobility Management Entity
MS: Mobile Station
MSC: Mobile Switching Centre
NA-TDMA: North American-TDMA
NMT: Nordic Mobile Telecommunication System
NSS: Network Station System
NTT: Nippon Telephone & Telegraph
OFDM: Orthogonal Frequency Division Multiplexing
OFDMA: Orthogonal Frequency Division Multiple Access
OSS: Operation Station System
PCRF: Policy and Charging Rules Function
PDC: Personal Digital Cellular
PDCP: Packet Data Convergence Protocol
P-GW: Packet Data Network SAE Gateway
PN: Pseudorandom Noise
PS: Packet Switch
QoS: Quality of Service
QPSK: Quadrature Phase Shift Keying
RAN: Radio Access Network
RB: Radio Bearer
RCR STD-24: Royal College of Radiologists Standard-24
RLC: Radio Link Control
RNC: Radio Network Controller
RRC: Radio Resource Control
RRM: Radio Resource Management
SAE: System Architecture Evolution
SC-FDMA: Single Carrier Frequency Division Multiple Access
SGSN: Serving GPRS Support Node
S-GW: Serving SAE Gateway
SMS: Short Message Service
TACS: Total Access Communications System
TBS: Transport Block Size
TD-CDMA: Time Division - Code Division Multiple Access
TDD: Time Division Duplex
TDMA: Time Division Multiple Access
TD-SCDMA: Time Division - Synchronous Code Division Multiple Access
TF: Transport Format
TIA: Telecommunications Industry Association
TSDSI: Telecommunications Standards Development Society India
TTA: Telecommunications Technology Association
TTC: Telecommunication Technology Committee
TTI: Transmission Time Interval
UE: User Equipment
UL: Uplink
UMTS: Universal Mobile Terrestrial System
UTRA: UMTS Terrestrial Radio Access
UTRA-FDD: UMTS Terrestrial Radio Access- Frequency Division Duplexing
UTRAN: Universal Terrestrial Radio Access Network
VLR: Visitor Location Register
WARC-92: World Administrative Radio Conference
WCDMA: Wideband Code Division Multiple Access
www: World Wide Web
Lista de Símbolos

Δt: (Delta), tempo de transição.


ε: (Epsilon), Eficiência espectral.
Rb: Taxa de transferência de dados.
Bw: Largura de banda efetiva do sistema.
Sumário

Vídeo 1 - Boas-vindas e apresentação do módulo............................................................................................................................. 13


Capítulo 1 - Introdução............................................................................................................................................................................... 14
Capítulo 2 - Primeira Geração de Redes Móveis................................................................................................................................ 16
Vídeo 2 - A Primeira Geração e o seu esquema de acesso FDMA............................................................................................... 18
Quiz 1.............................................................................................................................................................................................................. 19
Capítulo 3 - Segunda Geração de Redes Móveis............................................................................................................................. 20
Vídeo 3 - As melhorias da Segunda Geração e os seus esquemas de acesso......................................................................... 21
Vídeo 4 - Um comparativo entre AMPS, GSM e D-AMPS............................................................................................................... 24
3.1 Segunda geração e meia de redes móveis...................................................................................................................... 25
Animação 1 - Comutação por Circuitos x Comutação por Pacotes.............................................................................................. 26
Vídeo 5 - A evolução entre GSM e GPRS............................................................................................................................................ 29
3.2 Geração 2,75 de redes móveis........................................................................................................................................... 30
Vídeo 6 - A evolução entre o GPRS e o EDGE................................................................................................................................... 32
Quiz 2.............................................................................................................................................................................................................33
Capítulo 4 - Terceira Geração de Redes Móveis............................................................................................................................... 35
Vídeo 7 - A evolução de 2,5 para 3G................................................................................................................................................... 38
4.1 Terceira geração e meia de redes móveis.........................................................................................................................43
4.2 Geração 3,9 de redes móveis..............................................................................................................................................43
Vídeo 8 - A evolução do HSPA+ para o LTE/SAE..............................................................................................................................44
Quiz 3............................................................................................................................................................................................................ 46
Capítulo 5 - Requerimentos para o Sistema LTE............................................................................................................................... 48
Capítulo 6 - Quarta Geração de Redes Móveis................................................................................................................................. 54
Capítulo 7 - Arquitetura de Rede........................................................................................................................................................... 55
7.1 Rede de acesso de radio ........................................................................................................................................................57
7.2 Núcleo de rede........................................................................................................................................................................ 58
Capítulo 8 - Técnicas de Múltiplo Acesso............................................................................................................................................ 60
Vídeo 9 - Resumos dos esquemas de acesso dos sistemas móveis........................................................................................... 62
Capítulo 9 - Técnicas de Duplexação................................................................................................................................................... 65
9.1 FDD.............................................................................................................................................................................................. 65
9.2 TDD.............................................................................................................................................................................................67
Quiz 4............................................................................................................................................................................................................ 68
Capítulo 10 - Conclusão............................................................................................................................................................................ 70
Boas-vindas!
Prezado(a) Aluno(a):

Seja bem-vindo ao Módulo 1 – Introdução às Redes Móveis 3GPP (3rd Generation Partnership Project)!
O Módulo 1 introduz os conceitos necessários para o aprendizado da evolução das tecnologias que compõem
as gerações de redes móveis. Ele está dividido em 10 capítulos.
O Capítulo 1 é uma introdução aos sistemas móveis das gerações 1, 2, 3 e 4. Este capítulo aponta para as
principais tecnologias que compõem as gerações e evidencia as necessidades de serviços, tanto por parte dos
usuários quanto por parte do mercado de telecomunicações, que levaram à evolução.
O Capítulo 2 realça os sistemas da Primeira Geração que apresentaram melhor utilização pelo mercado das
telecomunicações: AMPS (Advanced Mobile Phone System), TACS (Total Access Communications System) e
NMT (Nordic Mobile Telecommunication System). Além disso, o Capítulo 2 também traz um breve comparativo
entre eles.
O Capítulo 3 destaca os sistemas da Segunda Geração: GSM (Global System for Mobile Telecommunications),
GPRS (General Packet Radio Services) e EDGE (Enhanced Data Rates for Global Evolution), além de também
incluir os sistemas CdmaOne, D-AMPS (Digital-AMPS) e o PDC (Personal Digital Cellular).
O Capítulo 4 apresenta o órgão responsável por desenvolver os métodos de interconexão entre os sistemas (ITU,
International Telecommunication Union), o conjunto de soluções tecnológicas que permitem a implementação
e integração dos sistemas de Terceira Geração (IMT-2000, International Mobile Telecommunications-2000)
e o projeto 3GPP. Este capítulo mostra os sistemas da Terceira Geração: UMTS (Universal Mobile Terrestrial
System), HSDPA (High Speed Downlink Packet Access), HSUPA (High Speed Uplink Packet Access). Mostra
também o sistema de Geração 3,5: HSPA+ (High Speed Packet Access Plus) e o sistema de Geração 3,99, LTE/
SAE (Long Term Evolution / System Architecture Evolution), compreendendo os Releases 8 e 9.
O Capítulo 5 menciona os requerimentos impostos pelo IMT-Advanced, necessários para que um sistema de
redes móveis seja considerado Quarta Geração. O Capítulo 6 comenta, de forma rápida, as melhorias do LTE-
Advanced (Release 10 em diante) em relação ao seu antecessor LTE/SAE (Release 8 e Release 9). O Capítulo
7 exibe os elementos e as funcionalidades que compõem a arquitetura do sistema LTE/SAE, para as redes de
acesso e núcleo.
O Capítulo 8 mostra as técnicas de múltiplo acesso utilizadas no sistema LTE/SAE: OFDMA (Orthogonal
Frequency Division Multiple Access) e SC-FDMA (Single Carrier Frequency Division Multiple Access). Estes dois
assuntos serão novamente abordados no Módulo 3 deste curso.
O Capítulo 9 trata das duas formas de duplexação utilizadas pelo LTE/SAE: FDD (Frequency Division Duplexing)
e TDD (Time Division Duplexing).
Por último, o Capítulo 10 traz uma conclusão sobre todos os assuntos abordados no Módulo 1.

Bons estudos!
Vídeo 1 - Boas-vindas e apresentação do módulo
Capítulo 1 - Introdução

No cenário atual das telecomunicações, é visível o crescimento


acelerado das redes móveis. Várias tecnologias têm surgido com o ob-
jetivo de suprir a demanda dos usuários por novos serviços móveis e
por maiores taxas de transmissão de dados.
A principal expectativa da quarta geração de redes de comu-
nicação sem fio é que ela seja capaz de lidar com taxas de dados
muito maiores, que estarão na faixa de 1 Gbps em ambiente indoor e
100 Mbps em ambientes outdoor. O usuário pode acessar a rede LTE/
SAE e se reconectar de maneira distinta em outras redes mantendo
a mesma sessão [1].
O conjunto de tecnologias que compõe as gerações 2,5G (Se-
cond and a Half Generation) e 3G (Third Generation) representa o início
da implementação da rede de dados. Mesmo que os sistemas das gera-
ções 2,5 e 3 apresentem limitação em banda, ou seja, ainda que a entre-
ga dos serviços seja feita com baixa taxa de transferência de dados, es-
tas são suficientes para que seus usuários utilizem serviços de pacotes
que permitam por exemplo, o acesso à Rede Mundial de Internet (www,
World Wide Web) e o acesso a servidores de e-mails, entre outros. O
LTE/SAE é a evolução das redes 2,5G e 3G e vem se tornando uma das
tecnologias mais promissoras para atender às crescentes exigências do

Anotações
Capítulo 1 - Introdução 15

mercado consumidor, ofertando taxas mais altas para sistemas analógicos, de primeira geração, nos quais
o acesso às redes móveis, sejam elas quais forem. o sistema AMPS é o maior destaque. As tecnologias
A demanda por largura de banda nos sistemas baseadas no 3GPP vêm evoluindo desde o GSM até
móveis se explica devido à combinação de dois fa- o LTE-Advanced para, justamente, melhorar a experi-
tores: dispositivos móveis com maior capacidade de ência do usuário de redes de comunicações móveis.
transmissão e maiores expectativas de serviços de Com isso em vista, é importante compreender a evo-
boa qualidade por parte dos usuários. Consequen- lução das redes de comunicações móveis, incluindo
temente, isto requer a necessidade de continuadas as redes pertencentes ao 3GPP e também as redes
inovações em tecnologias de transmissão de dados pertencentes ao projeto Non-3GPP. A Figura 1 de-
sem fio para prover maior capacidade e maior quali- monstra as principais tecnologias que serão estuda-
dade aos serviços móveis. das neste primeiro módulo.
A história das redes móveis teve início com os

1G 2G 2,5G 3G 3,5G 3,9G 4G 5G


GSM GPRS EDGE
AMPS (TDMA) 160 kbps 473 kbps
9,6 kbps com 8TS

IS-136 UMTS HSDPA HSUPA HSPA+


TACS (TDMA)
(WCDMA) 14,4 Mbps 5,72 Mbps DL: 42 Mbps
384 kbps UL: 11 Mbps

LTE LTE
PDC Advanced Nome?
NMT (TDMA)
DL: 172 Mbps
DL: 1 Gbps
UL: 50 Mbps
UL: 500 Mbps
CDMA
CDMA IS-95B 2000 1xEV-DO 1xEV-DV
IS-95A (CDMA 2000) (CDMA 2000)
307 kbps (CDMA) 1xRTT
2 Mbps

TD-SCDMA

Figura 1 - Evolução dos sistemas móveis de comunicações

Anotações
Capítulo 2 - Primeira Geração de Redes Móveis

A primeira geração de sistemas de comunicação celular móvel,


também conhecida por 1G, ou ainda First Generation, surgiu no ano
1980. Antes desse ano já existiam sistemas de comunicações móveis,
porém não eram sistemas baseados em células. A capacidade das re-
des 1G é baixa e o suporte para mobilidade é fraco. Em geral, os siste-
mas 1G são proprietários, portanto, sua documentação não é pública e o
seu uso deve ser autorizado pelo seu desenvolvedor.
Nas redes 1G, a área de cobertura é dividida em grandes células,
sendo que cada célula possui uma frequência de operação, permitindo
que se reutilizem ao longo da rede e sem que ocorram interferências.
Essas redes utilizam técnicas de modulação analógica e o tráfego pre-
visto é de voz. A comunicação de dados é também possível nestes sis-
temas, mas a maior parte só o utiliza para mensagens de controle devi-
do à baixa capacidade oferecida. O FDMA (Frequency Division Multiple
Access) é o esquema de acesso empregado e a alocação de canais é
de 25 kHz a 30 kHz dedicados para cada usuário durante o estabeleci-
mento da chamada.
Em 1G nenhuma tecnologia se tornou dominante. De todas as tec-
nologias disponíveis no mercado, as de maior sucesso foram o AMPS,
o TACS e o NMT. Outras tecnologias foram desenvolvidas para atender

Anotações
Capítulo 2 - Primeira Geração de Redes Móveis 17

especificamente aos requisitos de cada país, como de 900 MHz e foi amplamente empregado na Ingla-
exemplos: o NTT (Nippon Telephone & Telegraph), o terra, no Japão e em alguns países asiáticos. O NMT
C450 e o Radiocom 2000. Estes últimos três siste- foi inicialmente utilizado na Escandinávia e, mais tarde,
mas serão suprimidos neste material de estudo, de- adotado por alguns países europeus. Essa tecnologia,
vido à sua baixa penetração de mercado em relação em especial, surgiu em duas versões: NMT-450 e NMT-
aos sistemas anteriores. 900. O NMT-450 foi a 1ª versão e opera nos 450 MHz.
O AMPS usa banda de frequência de 800 MHz e O NMT-900 foi lançado mais tarde e utiliza a banda dos
foi largamente aplicado na América do Norte, América 900 MHz. A Tabela 1 exibe as principais características
do Sul, Austrália e Nova Zelândia. O TACS usa a banda dessas tecnologias.

Tabela 1 - Principais características das tecnologias AMPS, TACS e NMT


AMPS TACS NMT
Sistema Americano Europeu Países Nórdicos
Largura de banda 30 kHz 25 kHz 25 kHz
Frequência de operação 800 MHz 900 MHz 450/900 MHz
Voz Voz Voz
Serviço ofertado
(comutação por circuito) (comutação por circuito) (comutação por circuito)
Sistema totalmente analógico Sim Sim Sim
Roaming Internacional Não Não Sim

O Vídeo 2 resume a Primeira Geração e explica


o esquema de acesso FDMA.

Anotações
Vídeo 2 - A Primeira Geração e o seu esquema de acesso FDMA
Quiz 1

Chegou a hora de fazer um pequeno teste para avaliar o que


você aprendeu. Responda as questões abaixo e confira as respostas
corretas no final do livro.

Este questionário não é avaliativo, mas sim para fixação do conteúdo.

1 - São características dos sistemas de comunicações móveis de Primeira Geração:

a) São sistemas de capacidade b) São sistemas de capacidade e c) São sistemas de baixa d) São sistemas de capacidade e
melhorada e possuem controle de controle de potência avançados. A capacidade e não há controle controle de potência avançados. A
potência. A modulação é digital e modulação é digital e são dois os de potência. A modulação é modulação é digital e são dois os
são dois os esquemas de acesso esquemas de acesso empregados: analógica e o esquema de acesso esquemas de acesso empregados:
empregados: TDMA e o CDMA. CDMA e WCDMA. Suporta uma empregado é o FDMA. O serviço OFDMA e SC-FDMA. Suporta uma
Suporta os serviços de voz, texto variedade de serviços: voz, texto oferecido é conversacional (voz) variedade de serviços de dados
(SMS, Short Message Service) e (SMS, Short Message Service) e e a alocação de canais é feita de em banda larga.
dados em pequena taxa. dados em banda larga. forma dedicada. Os canais são
estreitos, com abertura entre 25 e
30 kHz.

2 - Quais foram as tecnologias que tiveram maior sucesso na Primeira Geração?

a) AMPS, D-AMPS e UMTS. b) GSM, GPRS e EDGE. c) LTE/SAE, HSPA+ e CdmaOne. d) AMPS, TACS e NMT.

3 - Qual é o esquema de acesso utilizado pelas redes 1G?

a) CDMA b) FDMA c) TDMA d) OFDMA

4 - Como é feita a alocação de canais nas redes 1G?

a) Nesta geração adotam-se b) Nesta geração são alocados c) Nesta geração são alocados d) Nesta geração são utilizadas
canais de 200 kHz de abertura, canais de 5 MHz de abertura, de canais com abertura entre 25 e 30 portadoras que podem ter o
divididos no tempo. A duração de forma compartilhada. Os usuários kHz, de forma dedicada ao usuário tamanho (ou a abertura) de até
cada canal é de 4,615 ms, também são identificados por códigos durante o tempo de duração da 20 MHz. A portadora é dividida
chamado de quadro TDMA. O ortogonais, os quais evitam a chamada. em frequência e cada subproduto
quadro TDMA é dividido em 8 interferência entre eles. é chamado de subportadora.
partes, chamadas de time slot. É Cada subportadora é modulada
alocado ao usuário o mínimo de 1 em frequência e então é
time slot por vez. ortogonalizada. O usuário utiliza
12 destas subportadoras (ou
múltiplos de 12) a cada 0,5 ms.
Vencendo o tempo, pode-se fazer
o uso de outras 12 subportadoras,
ou manter a alocação original.
Capítulo 3 - Segunda Geração de Redes Móveis

As redes celulares que incluem os sistemas móveis de Segunda


Geração (2G) são o GSM e suas evoluções; também chamadas de 2.5G;
como o GPRS, o EDGE e o IS-136.
Os sistemas de Segunda Geração mitigam os principais problemas
detectados nas redes 1G por inserirem o controle de potência e os canais
digitais para prover segurança de informação. O controle de potência
permite gerenciar os níveis de interferência e reduzir o consumo de
potência, tanto no lado do usuário quanto no lado da rede. A capacidade
nos sistemas 2G é aumentada devido ao uso de canais mais largos que
podem ser compartilhados entre usuários e de esquemas de acessos
mais avançados (CDMA e TDMA. Code Division Multiple Access e Time
Division Multiple Access, respectivamente.).
O Vídeo 3 mostra as melhorias da Segunda Geração em relação
à Primeira Geração e explica os esquemas de acesso CDMA e TDMA.

Anotações
Vídeo 3 - As melhorias da Segunda Geração e
Vídeo
os seus esquemas de acesso
22 Capítulo 3 - Segunda Geração de Redes Móveis

Nem todos os sistemas 2G são proprietários. foi descrito como um padrão europeu, mas rapida-
A exceção é o GSM, desenvolvido pela organiza- mente se alastrou por quase todos os países mun-
ção 3GPP; desde a concepção de ideia, passando diais. Apenas não obteve uma posição dominante
pela documentação, padronização e implementação nos EUA, principalmente devido ao seu concorrente
do projeto (neste último, por parte das empresas CdmaOne.
prestadoras de serviços móveis). Os sistemas de- O sistema básico GSM adota o esquema de
senvolvidos pelo 3GPP são conhecidos por serem acesso TDMA e utiliza canais de 200 kHz de abertu-
“plataforma aberta”; o que significa que toda a sua ra, nas bandas dos 900 MHz, 1800 MHz (DCS-1800)
documentação é pública, podendo ser acessada por e 1900 MHz (PCS-1900). A modificação para os 1900
qualquer pessoa no site http://www.3gpp.org/. MHz permitiu a entrada do GSM na América do Sul,
Dentre todos os sistemas 2G, o GSM é de principalmente no Chile. Para permitir uma maior
longe o padrão que obteve maior utilização em nível interoperabilidade entre sistemas iguais, mas que
mundial. Atingindo 1 bilhão de assinantes em 2004, funcionam em diferentes bandas de frequência, uti-
o GSM abrangeu 71% de todas as comunicações mó- lizam-se terminais Dual-Band (900 e 1800 MHz) ou
veis celulares daquele ano (atualmente, o GSM vem Tri-Band; que inclui a gama dos 1900 MHz. A Figura
dando espaço às tecnologias melhores desenvolvi- 2 demonstra a arquitetura de um sistema GSM.
das para o presente perfil de usuário). Originalmente

Um
VLR HLR AUC EIR

A-bis
MS
BTS

BSC A MSC SS#7

A-bis ISDN
Um
PST
PLMN
MS
BTS Rede Core

Figura 2 - Arquitetura do sistema GSM

Anotações
Capítulo 3 - Segunda Geração de Redes Móveis 23

O CdmaOne (IS-95) é a segunda tecnologia


com maior sucesso, da Segunda Geração. Foi de-
senvolvido pela Qualcomm e utiliza canais de 1,25

SAIBA
MHz de abertura em uma interface aérea totalmen-

MAIS
te diferente das outras três tecnologias 2G: CDMA.
Em vez de dividir a portadora em diferentes slots de
tempo, o CDMA usa diferentes códigos para separar
as transmissões na mesma frequência (os princípios
do CDMA foram adotados mais tarde nas tecnologias
3G). Este sistema fez sucesso nos EUA, Coreia do GSM
Sul, Hong Kong, Japão, Singapura e em outros paí- Clique a
qui para
fazer downloa
ses asiáticos. d.
O Digital-AMPS, também conhecido por NA-
TDMA (North American-TDMA), IS-136 ou apenas
TDMA, é utilizado na América, Israel e em alguns
países Asiáticos. Evoluiu a partir do sistema analógico

SAIBA
AMPS, do qual é 100% compatível. O D-AMPS foi
especificado inicialmente pelo padrão IS-54 e utiliza

MAIS
o mesmo canal de controle analógico utilizado em
AMPS. O canal de voz, por sua vez, é inteiramente
digital. Mais tarde foi proposto um novo padrão, o
IS-136, onde ambos os canais são 100% digitais. O
D-AMPS utiliza um canal de 30 kHz de abertura e
opera em 850 MHz, tal qual o AMPS, mas a versão CdmaOn
IS-136 também permite operar em 1900 MHz. Clique a
qui para
e
fazer downloa
O Vídeo 4 mostra um comparativo entre os sis- d.
temas AMPS, GSM e o D-AMPS.

Anotações
Vídeo 4 - Um comparativo entre AMPS, GSM e D-AMPS
Capítulo 3 - Segunda Geração de Redes Móveis 25

O PDC é um padrão 2G japonês. Originalmente Uma das características da segunda geração


foi utilizado o acrônimo JDC (Japanese Digital são as codificações e as modulações avançadas,
Cellular), mas foi modificado com o objetivo de oferecendo melhor qualidade, maior capacidade de
se utilizar um nome mais atrativo fora do Japão. voz e suportando canais de controles digitais. O sinal
As especificações RCR STD-24 (Royal College é mais robusto, os aparelhos são menores e utilizam
of Radiologists Standard-24) definem as bandas menos potência. Melhorou a capacidade de roaming
800 MHz e 1500 MHz como frequências de e a rápida expansão de usuários em todo o planeta.
funcionamento, em canais de 25 kHz de abertura. Os Mesmo com a limitada capacidade de dados das tec-
parâmetros da camada física são muito semelhantes nologias 2G, tornou-se claro que a próxima geração
aos do D-AMPS, porém a pilha protocolar lembra a de redes celulares deveria focar no aumento da ca-
do GSM. pacidade, nas altas taxas de dados, na confiabilidade
e no Core Packet Switching.

3.1 Segunda geração e meia de redes móveis

Com os passar dos anos, a oferta para acesso Na comutação por circuitos, um circuito é es-
à Internet aumentou, e por esse motivo, tornou-se tabelecido e toda a informação trafega somente por
necessária a inserção de funções e equipamentos esse caminho. O circuito permanece ativo enquan-
que pudessem trabalhar com pacotes IP (Internet to durar a conexão, mesmo não havendo nenhuma
Protocol). Sendo assim, introduziram-se as redes per- transmissão. Na comutação por pacotes, a informa-
tencentes à geração 2,5G [2], tendo como principal ção é transformada em pacotes, que por sua vez tra-
característica o acesso à rede de dados. A nomencla- fegam por diferentes nós da rede. Nesse caso não há
tura 2,5G se deve ao fato dessas redes não conse- necessidade de estabelecer um circuito, pois os ele-
guirem obter a eficiência de transmissão mínima para mentos responsáveis pelo encaminhamento desses
serem classificadas como redes 3G e por possuírem pacotes operam com tabelas de vizinhança e sabem
transmissão de dados superior quando comparadas exatamente qual o melhor nó para encaminhar a in-
às redes 2G. formação. O funcionamento dos dois tipos de comu-
Para o acesso às redes externas como tação está mostrado na Animação 1.
Internet e e-mail, foi necessário determinar se esse
acesso seria feito por comutação por circuitos ou por
pacotes.

Anotações
Animação 1 - Comutação por Circuitos x Comutação por Pacotes
Capítulo 3 - Segunda Geração de Redes Móveis 27

Num sistema GSM denominam-se por 2.5G, as aplicações possíveis no HSCSD e tem piores desem-
tecnologias: penhos em relação a aplicações em tempo real. A
vantagem é que a taxa de dados aumentou para os
• HSCSD – High-Speed Circuit-Switched Data 115 kbps, em condições ótimas de conexão e utilizan-
• GPRS – General Packet Radio Services do 8 slots de tempo. Um aspecto muito importante
• EDGE – Enhanced Data Rates for Global do GPRS é a utilização de técnicas de comutação de
Evolution pacotes, em vez da tradicional comutação de circui-
tos. Assim, apesar de possibilitar a utilização de 8
Num sistema CdmaOne considera-se uma tec- slots de tempo, permite também libertá-los, caso não
nologia 2.5G: estejam sendo utilizados mesmo que a conexão con-
tinue ativa. O GPRS é ideal para aplicações que não
• IS-95B (versão atualizada do protocolo original) necessitem de “cuidados” em tempo real, já que não
• CDMA2000 1xRTT garante tempos mínimos de atraso. Destaca-se para
aplicações de acesso à Internet, e-mail ou dados em
As maiores limitações da tecnologia GSM são as rajadas (bursty).
baixas taxas de dados. O sistema básico fornece 9,6 A implementação de uma rede GPRS é bem
kbps e, mais tarde, uma nova versão (pouco implemen- mais dispendiosa do que um sistema HSCSD, pois
tada) oferece 14,4 kbps. Estas baixas taxas dificultam a novos componentes são necessários na rede núcleo
simples tarefa de aceder a um conteúdo na Internet. O (core) e alguns dos existentes necessitam de modi-
HSCSD veio acelerar um pouco o sistema inicial (em vez ficações. Mas apesar de dispendiosa, esse é o ca-
de utilizar um slot de tempo, um terminal pode utilizar minho a seguir por qualquer operadora que aspire
vários slots para conexão de dados). Os sistemas co- implementar uma rede 3G, já que a rede core 3GPP
merciais existentes permitem a utilização de 4 slots no é baseada em GPRS e GSM. O GPRS também utiliza
máximo, oferecendo taxa de até 38,4 kbps ou 57,6 kbps um canal de mesma abertura do GSM: são 200 kHz.
dependendo da versão original. Essa melhoria apenas A Figura 3 demonstra a arquitetura de um sistema
necessita de uma atualização em nível de software e GPRS.
de novos terminais móveis. Apesar de ser uma solução
barata, continua a ser uma solução por comutação de
circuitos, no qual o canal é reservado mesmo em ins-
tantes de baixa ou de nula transmissão. Assim, utilizam-
-se 4 vezes mais recursos, obrigando um aumento da
estrutura da rede para manter os mesmos utilizadores.
Além disso, existem poucos terminais compatíveis com
HSCSD devido ao maior interesse por parte dos fabri-
cantes em saltar diretamente para o GPRS, já que este
oferece uma maior taxa de dados. O HSCSD é uma boa
opção em aplicações em tempo real que necessitem
de atrasos pequenos.
Outra evolução ao sistema GSM chama-
-se GPRS. O sistema GPRS não suporta todas as

Anotações
28 Capítulo 3 - Segunda Geração de Redes Móveis

HLR GGSN LAN

MS
BTS

BSC
PCU SGSN Backbone IP

MS
BTS

Figura 3 - Arquitetura do sistema GPRS

O Quadro 1 apresenta um resumo sobre as


principais características e diferenças dos sistemas
citados anteriormente.

Quadro 1 - Características das redes HSCSD e GPRS


HSCSD GPRS
Orientado a circuito Orientado a pacotes
Aplicações em tempo real: telefonia e vídeo Aplicações de dados: Internet
Pequena modificação de software Novos elementos de rede
Aplicações ponto a ponto Aplicações ponto multiponto
Taxa de transmissão de até 57,6 Kbps Taxas de transmissão de até 171,2 Kbps

O padrão IS-95 (CDMA) fornece 14,4 kbps para O Vídeo 5 mostra as diferenças entre os siste-
transferência de dados. Efetuando uma atualização mas GSM e GPRS.
para a versão IS-95B, é possível fornecer taxas até

SAIBA
64 kbps utilizando canais com código múltiplo. No
entanto, vários operadores decidiram esperar e mi-

MAIS
grar para o padrão Cdma2000 1xRTT.
A primeira versão (Release 0) é normalmente
considerada uma tecnologia 2,5G por apenas per-
mitir taxas que atingem até 153 kbps, enquanto que
o Release A permite alcançar 307 kbps. A interface
aérea do IS-95B e do Cdma2000 são compatíveis, GPRS
permitindo a migração suave dos sistemas. O IS-95 Clique a
qui para
fazer downloa
trabalha com canais de 1,25 MHz de abertura. d.

Anotações
Vídeo 5 - A evolução entre GSM e GPRS
30 Capítulo 3 - Segunda Geração de Redes Móveis

3.2 Geração 2,75 de redes móveis

A segunda evolução do GSM é o EDGE. Ori- combinação passa a ser conhecida por EGPRS
ginalmente era um acrônimo para Enhanced Data- (Enhanced GPRS). A taxa de dados máxima, utilizan-
-Rates for GSM Evolution, mas, atualmente, traduz do 8 slots de tempo é de 470 kbps. Nota: 470 kbps é
Enhanced Data-Rates for Global Evolution, já que apenas possível utilizando todos os recursos da por-
pode ser utilizada em outros sistemas além do GSM. tadora, e se o terminal móvel estiver suficientemente
A ideia base do EDGE é a implementação de próximo da Estação Base. Assim como seus anteces-
uma nova técnica de modulação digital: a 8-PSK sores, o EDGE também utiliza um canal de 200 kHz
(Eight-Phase Shift Keying) que permite altas taxas de de abertura. Um ponto importante a ser enfatizado é
dados (470 kbps). EDGE é uma evolução atrativa para que o EDGE não existe sem seu antecessor GPRS ou
redes GSM pois requer uma atualização em nível de HSCSD, pois utiliza os mesmos elementos de rede
software das estações base (BS, Base Station). A e protocolos implementados para a transmissão de
modulação 8-PSK em EDGE coexiste com a técnica pacotes, portanto ele inclui duas comutações:
de modulação utilizada pelo GSM, o GMSK (Gaussian
Minimum Shift Keying). Assim, um utilizador que não • EGPRS (Enhanced General Packet Radio Servi-
necessite de um melhor serviço, pode perfeitamente ce) com comutação por pacotes;
utilizar os seus terminais GSM sobre uma rede EDGE. • ECSD (Enhanced Circuit Switched Data) com
Além disso, é obrigatório manter o GMSK, uma vez comutação por circuito.
que o 8-PSK só pode ser utilizado eficazmente em
curtas distâncias. A comparação entre o EGPRS e ECSD é descri-
Se o EDGE é implementado sobre uma rede ta no Quadro 2.
GPRS, o que normalmente acontece, então essa

Quadro 2 - Comparação entre GPRS e EDGE


ECSD EGPRS
Orientado a circuitos Orientado a pacotes
Aplicações em tempo real: telefonia e vídeo Aplicações de dados: Internet
Novo esquema de modulação: 8-PSK Novo esquema de modulação: 8-PSK
Aplicações ponto a ponto Aplicações ponto multiponto
Taxas de transmissão de até 155,2 Kbps Taxas de transmissão de até 473,6 Kbps

Anotações
Capítulo 3 - Segunda Geração de Redes Móveis 31

A comparação entre GSM, GPRS e EDGE é


descrita na Tabela 2.

Tabela 2 - Comparação entre os sistemas 2G 3GP


Banda do Taxa de dados Taxa de dados #time slots
Sistema Serviço Acesso
canal (teórica) (típica) por usuário
GSM 200 kHz CS Voz 9,6 kbps 9,6 kbps TDMA 1
GPRS 200 kHz PS Voz e Dados 171,2 kbps 4 a 50 kbps TDMA 1~8
EDGE 200 kHz PS Voz e Dados 473 kbps 120 kpbs TDMA 1~8

O Vídeo 6 mostra a evolução entre o GPRS e


o EDGE.

Anotações
Vídeo 6 - A evolução entre o GPRS e o EDGE
Quiz 2

Chegou a hora de fazer um pequeno teste para avaliar o que


você aprendeu. Responda as questões abaixo e confira as respostas
corretas no final do livro.

Este questionário não é avaliativo, mas sim para fixação do conteúdo.

1 - São redes 2G:

a) GSM, GPRS, EDGE, IS-136, b) AMPS, NMT, TACS. c) LTE/SAE, LTE-Advanced, LTE- d) UMTS, HSPA, HSPA+, CDMA
PDC, IS-95ª, IS-95B. Advanced Pro. 2000.

2 - Os quatro mais importantes sistemas de Segunda Geração são o GSM, o padrão IS-136, o PDC e o padrão IS-95A.
Relacione corretamente cada sistema ao seu esquema de acesso:

a) GSM: TDMA. IS-136: TDMA. b) GSM: TDMA. IS-136: TDMA. c) GSM: FDMA. IS-136: TDMA. d) GSM: TDMA. IS-136: FDMA.
PDC: TDMA. IS-95A: WCDMA. PDC: TDMA. IS-95A: CDMA. PDC: CDMA. IS-95A: CDMA. PDC: CDMA. IS-95A: CDMA.

3 - São características dos sistemas de comunicações móveis de Segunda Geração.

a) São sistemas de capacidade b) São sistemas de capacidade e c) São sistemas de baixa d) São sistemas de capacidade e
melhorada e possuem controle de controle de potência avançados. A capacidade e não há controle controle de potência avançados. A
potência. A modulação é digital e modulação é digital e são dois os de potência. A modulação é modulação é digital e são dois os
são dois os esquemas de acesso esquemas de acesso empregados: analógica e o esquema de acesso esquemas de acesso empregados:
empregados: TDMA e o CDMA. CDMA e WCDMA. Suporta uma empregado é o FDMA. O serviço OFDMA e SC-FDMA. Suporta uma
Suporta os serviços de voz, texto variedade de serviços: voz, texto oferecido é conversacional (voz) variedade de serviços de dados
(SMS, Short Message Service) e (SMS, Short Message Service) e e a alocação de canais é feita de em banda larga
dados em pequena taxa. dados em banda larga. forma dedicada. Os canais são
estreitos, com abertura entre 25 e
30 kHz.

4 - De todos os sistemas 2G, o que obteve o maior sucesso foi:

a) GPRS b) EDGE c) GSM d) CdmaOne

5 - Como é feita a alocação de canais no CdmaOne?

a) Nesta tecnologia são (ou múltiplos de 12) a cada 0,5 ms. ortogonais, os quais evitam a d) Nenhuma das anteriores.
utilizadas portadoras que podem Vencendo o tempo, pode-se fazer interferência entre eles.
ter o tamanho (ou a abertura) o uso de outras 12 subportadoras,
de até 20 MHz. A portadora é ou manter a alocação original.
dividida em frequência e cada c) Nesta tecnologia são
subproduto é chamado de adotados canais de 1,25 MHz de
subportadora. Cada subportadora b) Nesta tecnologia são alocados abertura, de forma compartilhada.
é modulada em frequência e canais de 5 MHz de abertura, de Os usuários são identificados
então é ortogonalizada. O usuário forma compartilhada. Os usuários por códigos ortogonais, os quais
utiliza 12 destas subportadoras são identificados por códigos evitam a interferência entre eles.
6 - Qual é a oferta de serviços do CdmaOne?

a) Voz. b) Voz e VoLTE. c) SMS. d) Voz e dados.

7 - São características do GSM:

a) O GSM é um sistema cujo b) O GSM é um sistema cujo a taxa de 9,6 kbps por time slot, c) O GSM não possui controle
padrão é conhecido por ser padrão é conhecido por ser do fazendo o uso da modulação de potência e sua modulação é
do tipo “plataforma fechada”. tipo “plataforma aberta“, ou seja, BPSK. Sua segunda versão, o analógica.
O GSM é a primeira versão do sua documentação é pública. GPRS, consegue atingir 160
projeto Non-3GPP. O GSM e seus O GSM é a primeira versão de kbps utilizando os 8 time slots
sucessores utilizam o esquema de projetos do 3GPP. O GSM e seus na modulação QPSK. A terceira d) Nenhuma das anteriores.
acesso FDMA em um canal com sucessores utilizam o esquema versão se chama EDGE. Com uma
abertura de 30 kHz. de acesso TDMA, em um canal ordem de modulação mais alta (8-
com abertura de 200 kHz. A PSK), o EDGE atinge 473 kbps nos
primeira versão, o GSM, atinge 8 time slots.

8 - Em relação ao GSM, o GPRS traz quais melhorias/modificações?

a) O GPRS foi projetado para S-GW. GPRS permite avanços somente acesso à internet. Para isso, o
ofertar o serviço analógicos. no modo de pacotes. Finalmente, núcleo da rede introduz dois
o GPRS permite o aumento de novos elementos: o GGSN e o
c) O GPRS foi projetado para capacidade no lado da rede e SGSN. Na rede de acesso, o GPRS
b) O GPRS foi projetado para ofertar o serviço de dados, também a oferta de maior latência. permite avanços no modo de
ofertar o serviço de dados, especialmente para permitir o circuito e no modo de pacotes.
especialmente para permitir o acesso à internet. Para isso, o Finalmente, o GPRS permite o
acesso à internet. Para isso, o núcleo da rede introduz dois d) O GPRS foi projetado para aumento de capacidade no lado
núcleo da rede introduz dois novos elementos: o GGSN e o ofertar o serviço de dados, do usuário e também a oferta de
novos elementos: o P-GW e o SGSN. Na rede de acesso, o especialmente para permitir o maior taxa de bits.

9 - A rede 2G pode ser dividida em quatro partes: MS, BSS, NSS e OSS. O NSS é:

a) O NSS é a rede de acesso b) O NSS é a rede núcleo centro de autenticação. d) O NSS é um sistema central, o
e permite manipular as funções e permite o processamento qual permite operar os elementos
relacionadas com a parte de dos serviços e das funções da rede. Executa as tarefas de
rádio frequência do sistema. Nos relacionadas ao assinante. No c) O NSS é o equipamento operação e manutenção.
sistemas 2G, o NSS é composto sistema GSM, o NSS é composto móvel, utilizado pelo assinante
de BTS e BSC. de central de comutação e para acessar a rede. Consiste do
controle, bancos de dados e equipamento móvel e do SIMCard.

10 - Qual a principal característica das redes 3GPP 2,5G?

a) Fornecem serviços analógicos. c) Permitem o acesso à rede chamada.


internet.

b) Fornecem SMS.
d) Permite o serviço de vídeo-
Capítulo 4 - Terceira Geração de Redes Móveis

A partir desse ponto, alguns órgãos ficaram responsáveis pelo


desenvolvimento de novas tecnologias com recomendações de imple-
mentações e requerimentos para sua implantação. São eles:

• ITU [3]: responsável por desenvolver padrões que asseguram a in-


terconexão perfeita entre redes e tecnologias;
• IMT-2000 [4]: trata-se de uma concepção elaborada pela ITU. É um
conjunto de soluções tecnológicas que permitirão a implementação e
integração harmoniosa das comunicações sem fio de Terceira Geração
(3G). Na imprensa, a sigla IMT-2000 é usada tanto para referenciar
essa concepção, como para designar o grupo de estudo que trata
de sua implementação. A sigla IMT-2000 substituiu a impronunciável
FPLMTS (Future Public Land Mobile Telecommunication Systems), que
designava inicialmente essa concepção. Estes estudos começaram
em 1985 com a criação, no âmbito da ITU, do Interim Working Party
8/13 e teve continuidade com o Task Group 8/1. Em 1992, a WARC-92
(World Administrative Radio Conference) designou prioritariamente
a faixa de frequências em torno de 2 GHz para os serviços da 3G. Em
1999, o ITU aprovou cinco interfaces de rádio para IMT-2000 como
uma parte da recomendação ITU-R (International Telecommunication

Anotações
36 Capítulo 4 - Terceira Geração de Redes Móveis

Union - Radiocommunication Sector) M.1457 e, A terceira geração (3G) foi introduzida por mui-
adicionalmente, aprovou um novo padrão, em tas operadoras e rapidamente ganhou usuários. Car-
2007, como a sexta interface IMT-2000. Os seis tões plug-in e modens suportam a comunicação de
padrões são: banda larga direto do computador de mesa (desktop)
• IMT-DS (Direct-Sequence): também ou do computador portátil (laptop). Uma abundância
conhecido como WCDMA (Wide-Band de novos aparelhos chega ao mercado, com suporte
Code-Division Multiple Access) ou UTRA- a uma variedade de serviços como música, stream
FDD (UMTS Terrestrial Radio Access- de vídeo, jogos multiplayer, etc.
Frequency Division Duplexing), usado no De acordo com a Figura 1, apresentada no Ca-
UMTS. pítulo 1, são duas as linhas evolutivas do 3G:
• IMT-MC (Multi-Carrier): também conhecido
como CDMA2000, o sucessor do 2G CDMA • Projeto Non-3GPP: o IS-95B (CdmaOne, 2,5G)
(IS-95). evolui para CDMA2000 1xRTT, seguido do
• IMT-TD (Time-Division): este padrão 1xEV-DO e do 1xEV-DV. Utiliza o esquema de
engloba TD-CDMA (Time Division - Code acesso CDMA.
Division Multiple Access) e TD-SCDMA • Projeto 3GPP: o EDGE (2,75G) evolui para UMTS
(Time Division - Synchronous Code Division (Release 99), seguido do HSDPA e do HSUPA.
Multiple Access). Toda a terceira geração utiliza o esquema de
• IMT-SC (Single Carrier): também conhecido acesso de banda larga, WCDMA e canais de 5
como EDGE. MHz de abertura.
• IMT-FT (Frequency Time): também
conhecido como DECT (Digital Enhanced O CDMA2000 é uma tecnologia que também
Cordless Telecommunications). utiliza o CDMA como esquema de acesso, com ca-
• IMT-OFDMA TDD WMAN: mais conhecido nais que vão de 1,25 a até 3,75 MHz de abertura.
como WiMAX. A principal diferença entre o UMTS e o GPRS
• 3GPP [5]: originalmente estabelecido em é uma nova rede de acesso, com uma nova tecno-
1998 para o desenvolvimento de redes da logia de interface de rádio, chamada UTRA (UMTS
terceira geração totalmente compatíveis com Terrestrial Radio Access). A UTRA oferece conside-
o GSM. Este grupo possui sete parceiras ravelmente mais largura de banda: teoricamente, 2
organizacionais: ARIB (Association of Radio Mbps em ambientes indoor e 384 kbps em ambien-
Industries and Businesses), ATIS (Alliance for te outdoor. O UMTS também introduz mudanças de
Telecommunications Industry Solutions), CCSA funcionalidade entre RAN (Radio Access Network) e
(China Communications Standards Association), CN (Core Network) em relação ao GPRS, e ainda ofe-
ETSI (European Telecommunications Standards rece um novo nome para a estação móvel: UE (User
Institute), TSDSI (Telecommunications Equipment). A Figura 4 demonstra a arquitetura do
Standards Development Society India), TTA sistema 3G. Nesta figura é possível também obser-
(Telecommunications Technology Association) var os equipamentos que compõem a arquitetura do
e TTC (Telecommunication Technology sistema 2G.
Committee).

Anotações
Capítulo 4 - Terceira Geração de Redes Móveis 37

PSTN

MSC
MS
BTS
BSC

VLR EIR HLR AUC

MS
BTS Rede GSM
BSC
Rede WCDMA

Rede de comutação
de pacotes
Rede de comutação
comum

MS
BTS RNC SGSN Backbone

Rede IP
GGSN exterma

RNC
MS
BTS

Figura 4 - Arquitetura dos sistemas 2G e 3G

O Vídeo 7 mostra a evolução entre o 2,5G e o


3G.

Anotações
Vídeo 7 - A evolução de 2,5 para 3G
Capítulo 4 - Terceira Geração de Redes Móveis 39

SAIBA
As próximas duas evoluções do UMTS são
comumente chamadas de HSPA (High Speed Packet

MAIS
Access), sendo tecnologias que ainda são consideradas
3G. Essas evoluções, que ocorreram em duas
etapas, são chamadas individualmente de HSDPA e
HSUPA. O benefício do HSPA em relação ao UMTS
é o aumento da capacidade da rede (throughput) e da
eficiência espectral. Para a operadora, isso significa UMTS
Clique a
a redução do custo do bit trafegado. Para o usuário, qui para
fazer downloa
isso significa utilizar de serviços com melhores níveis d.
de qualidade e velocidade de tráfego de pacotes.
O HSPA aumenta a capacidade da rede de
várias formas:
(uplink). O HSDPA oferece um aumento na velocidade
• Fazendo uso de um canal de transmissão de transmissão de pacotes para o DL, enquanto que
compartilhado; o que resulta em um uso o HSUPA oferece um aumento na velocidade de
eficiente dos recursos de codificação e de transmissão de pacotes para o UL.
potência do WCDMA. O HSDPA e o HSUPA são baseados na
• Permitindo a redução do intervalo de tempo transmissão através de canais compartilhados, o que
de transmissão, “short TTI” (Transmission Time significa que alguns códigos de canal e a potência
Interval); o que diminui o tempo total de ida e de transmissão da célula são usados como recursos
volta da informação e melhora o rastreamento comuns, que são dinamicamente compartilhados
de variações rápidas dos canais. entre os usuários nos domínios de tempo e de códigos.
• Permitindo o uso de enlace adaptativo (link A transmissão através de canais compartilhados
adaptation); o que maximiza o uso do canal tem como resultado o uso mais eficiente, tanto dos
e permite que a Estação Base, ou BS (Base códigos de canal como da potência disponível quando
Station) opere próxima de sua potência máxima. comparado com o uso de canais dedicados do UMTS.
• Permitindo o uso do despacho rápido (fast O conjunto de códigos compartilhados é composto
scheduling); o que prioriza usuários que tenham por até 15 códigos. O número de códigos usados vai
as condições de canal mais favoráveis. depender do número de códigos suportados pelo
• Permitindo o uso de retransmissão rápida e terminal móvel do usuário, da configuração adotada
de combinação suave (soft-combining); o que pela operadora e da capacidade de sistema da rede.
aumenta a capacidade do sistema. Pode ser configurado um valor fixo ou podem ser
• Permitindo o uso de um esquema de modulação usados algoritmos de comportamento dinâmico para
de ordem superior: 16QAM (Quadrature maximizar o uso de códigos de canal numa portadora
Amplitude Modulation); o que proporciona altas compartilhada entre o UMTS e o HSDPA.
taxas de transmissão de dados. O UMTS utiliza TTIs de 10 ms, 20 ms ou 40 ms no
downlink. Com o HSDPA, o TTI é reduzido para apenas
Dependendo da rede implantada, a capacidade 2 ms no downlink. Códigos de canal provenientes
final, comparada com o padrão UMTS é cinco vezes do recurso de códigos de canais compartilhados são
maior no DL (downlink) e duas vezes maior no UL dinamicamente alocados a cada 2 ms, ou seja, 500

Anotações
40 Capítulo 4 - Terceira Geração de Redes Móveis

vezes por segundo. Um TTI reduzido diminui o tempo a primeira forma de compartilhar o recurso de canais
de ida e volta dos dados (origem-destino) e aprimora o entre os usuários, também é possível compartilhar
rastreamento de variações de canal. Essa característica recursos no domínio de códigos, usando diferentes
é utilizada pelo enlace adaptativo (link adaptation) e subconjuntos do total disponível de códigos. A Figura
pelo despacho rápido dos canais. Embora o tempo seja 5 demonstra a redução do TTI no HSDPA.
Códigos de Canal

Hs-DSCH TTI
= 2ms

User1

User2

User3

User4

Tempo

Figura 5 - Redução do TTI no HSDPA

O HSUPA fornece um método de agendamento


de potência para diferentes equipamentos móveis,
com um TTI de 2 ms ou de 10 ms.
O UMTS usa a modulação QPSK (Quadrature
Phase Shift Keying) para transmissão no downlink.
Além do QPSK, o HSDPA também pode usar o 16QAM
para fornecer taxa alta transmissão de dados. Como
o 16QAM tem capacidade de pico de transmissão
de dados duas vezes maior que o QPSK, o seu uso
QPSK 16 QAM
da largura de banda é mais eficiente. O QPSK utiliza 2 bits/símbolo 4 bits/símbolo
dois bits por símbolo e o 16QAM utiliza quatro bits
por símbolo. A Figura 6 demonstra as modulações Figura 6 - Modulações QPSK e 16QAM
utilizadas no HSDPA.

Anotações
Capítulo 4 - Terceira Geração de Redes Móveis 41

As condições de propagação dos canais de rá- de enlace adaptativo ajusta instantaneamente os


dio enlace encontradas em diferentes comunicações parâmetros de transmissão de acordo com as infor-
de downlink variam significantemente, tanto no tem- mações enviadas pelo terminal de usuário e, quan-
po como entre posições diferentes na célula. Cada do as condições de propagação do canal permitem,
terminal de usuário que utiliza serviços com altas ta- habilita o uso de modulação de alta ordem. A Figura
xas de dados transmite informações regulares sobre 7 demonstra a adaptação do enlace, utilizada pelo
a qualidade dos canais para a BS. A funcionalidade HSDPA.

Taxa de Dados Alta

Modulação 16QAM

Modulação QPSK

Taxa de Dados Baixa

Figura 7 - Adaptação de enlace

A funcionalidade de agendamento ou despa- disponíveis, e em conjunto com o mecanismo de


cho rápido determina, num dado instante, qual canal enlace adaptativo determina qual a modulação e o
de transmissão compartilhado deve ser direcionado número de códigos a serem utilizados. Esse conjun-
ao UE. O objetivo é oferecer aos usuários as condi- to de ações define a taxa de dados a ser alcança-
ções mais favoráveis de propagação do rádio enlace da. Ao invés de alocar sequencialmente os recursos
para maximizar a taxa de transmissão de dados. O de rádio entre os usuários, a capacidade do sistema
mecanismo de despacho (scheduler) estima instan- pode ser significativamente aumentada usando o
taneamente as condições de propagação do rádio agendamento ou despacho dependente do canal.
enlace, desde o canal de downlink até o UE. Cada O objetivo desse mecanismo é transmitir os dados
terminal que usa serviços de dados com altas taxas para os usuários nas condições de propagação de
transmite para a BS relatórios periódicos informando canal mais favoráveis, o que permite obter uma van-
a qualidade do canal, e o mecanismo de despacho tagem conhecida como a diversidade multiusuário. A
atua no sentido de fornecer o melhor desempenho Figura 8 demonstra o despacho rápido, utilizado em
total do HSDPA. Para cada TTI, o mecanismo de des- HSDPA.
pacho decide quais usuários deverão usar os canais

Anotações
42 Capítulo 4 - Terceira Geração de Redes Móveis

#2
Usuário Programado
Usuário 1
Usuário 2
#1

Qualidade de
canal
Taxa de Dados Alta

Taxa de Dados Baixo

#1 #2 #1 #2 #1 #2 #1 Tempo

Figura 8 - Despacho rápido

O UE pode solicitar a retransmissão de dados enviada quando faltam dados nas mensagens re-
perdidos e combinar a informação da transmissão cebidas. Uma resposta de mensagem reconhecida
original com informação retransmitida, antes de ten- (ACK) é enviada quando os dados recebidos estão
tar decodificar a mensagem. Esta estratégia, deno- corretos. A Figura 9 demonstra a retransmissão rápi-
minada combinação suave (soft-combining), melhora da e a combinação suave. Ambos HSDPA e HSUPA
o desempenho e deixa o sistema mais robusto. Uma utilizam essa estratégia.
resposta de mensagem não reconhecida (NACK) é

P1,1 P1,2 P2,1 P3,1

ACK
BS
NACK ACK

P1,2
+
P1,1 P1,1 P2,1

UE

Figura 9 - Retransmissão rápida e combinação suave

Anotações
Capítulo 4 - Terceira Geração de Redes Móveis 43

4.1 Terceira geração e meia de redes móveis

A terceira evolução do UMTS é chamada de Contudo, o termo MIMO é comumente usado para
HSPA+ e referencia redes 3,5G, de acordo com o denotar a transmissão de múltiplos quadros de dados,
IMT-2000. O HSPA+ consiste da introdução de novos aumentando assim a taxa de transmissão do usuário
recursos tecnológicos como o uso da técnica de do sistema [6]. A técnica MIMO também é utilizada
transmissão e recepção em diversidade, MIMO e do uso pelo LTE (Long Term Evolution) e será abordada
de modulações de alta ordem, além de muitas outras com mais detalhes nas subseções posteriores. Além
pequenas melhorias na estrutura existente que, quando da técnica MIMO, o HSPA+ também introduz novas
tomadas em conjunto, representam um aumento no modulações, tanto para DL, quanto para o UL. No
desempenho do sistema e suas capacidades. DL é introduzida a modulação 64QAM, enquanto
Uma das maiores características do HSPA+ é a que para o UL é introduzida a modulação 16QAM.
implementação do MIMO para o DL (HSDPA-MIMO). O processo de escolha da modulação é feito pelo
De modo geral, MIMO denota o uso de múltiplas algoritmo AMC (Adaptive Modulation and Coding).
antenas de transmissão (Multiple-Input) e, múltiplas Com essas alterações na camada física da rede, é
antenas de recepção (Multiple-Output) e é utilizado possível conseguir taxas de pico igual a 42 Mbps para
para obter um ganho de diversidade e, assim, DL (utilizando 64QAM e MIMO), e 11 Mbps para UL
aumentar o desempenho do sistema de recepção. (utilizando 16QAM, sem MIMO).

4.2 Geração 3,9 de redes móveis

A evolução do HSPA+ é chamada de LTE/ SAE.


Neste novo sistema se introduz o EPC (Evolved Pa-
cket Core), que consiste de um núcleo de rede todo
baseado no protocolo IP. Esta versão também apre-
senta uma nova rede de acesso, chamada de E-
-UTRAN (Evolved Universal Terrestrial Radio Access).
Trata-se de uma nova concepção para a rede de
acesso para a família de tecnologias 3GPP. O Vídeo
8 mostra a evolução entre o HSPA+ e o LTE/SAE

Anotações
Vídeo 8 - A evolução do HSPA+ para o LTE/SAE
Capítulo 4 - Terceira Geração de Redes Móveis 45

Uma das diferenças entre HSPA+ e LTE/SAE é


o uso de dois esquemas de acesso: um para o DL e
outro para o UL. O link de descida utiliza o OFDMA
enquanto que o link de subida utiliza o SC-FDMA,
sendo estes os esquemas de acesso do LTE/SAE.
Juntos, o equipamento de usuário e as redes de
acesso e núcleo, também chamados UE, E-UTRAN
e EPC (Evolved Packet Core), formam o EPS (Evolved
Packet System).A taxa de transmissão de pico é de
100 Mbps para o downlink e 50 Mbps para o uplink,
quando o sistema opera com uma alocação de es-
pectro de 20 MHz com uso da técnica MIMO.
Enquanto a documentação da versão LTE/ SAE
(Release 8) estava sendo concluída, iniciaram -se os
trabalhos para planejamento da versão 9 (Release 9)
da evolução 3GPP. Além de outras melhorias para o
HSPA+, a Release 9 tem seu foco em melhorias para
o EPC [7]. Ao mesmo tempo em que as melhorias da
Release 9 eram desenvolvidas, o 3GPP reconheceu
a necessidade de desenvolver uma solução para
submeter ao ITU-R para cumprir os requerimentos
do IMT-Advanced [8]. Basicamente, o IMT-Advanced
é um conjunto de requerimentos que definem os
sistemas de quarta geração da telefonia móvel, 4G
(Fourth Generation). Dentre os vários requerimentos,
o sistema 4G deve apresentar uma interface de trans-
ferência de dados com taxa de 1 Gbps para usuários
que estiverem relativamente estáticos [8]. Portanto,
o 3GPP trabalhou em um estudo chamado de LTE-
-Advanced, que define a maior parte do conteúdo da
versão 10 (Release 10) da evolução das tecnologias
3GPP. A Release 10 inclui novas melhorias tecnológi-
cas para o EPS, que visam cumprir os requerimentos
do IMT-Advanced.

Anotações
Quiz 3

Chegou a hora de fazer um pequeno teste para avaliar o que


você aprendeu. Responda as questões abaixo e confira as respostas
corretas no final do livro.

Este questionário não é avaliativo, mas sim para fixação do conteúdo.

1 - São características dos sistemas de comunicações móveis de Terceira Geração:

a) São sistemas de baixa b) São sistemas de capacidade c) São sistemas de capacidade e d) São sistemas de capacidade e
capacidade e não há controle melhorada e possuem controle de controle de potência avançados. A controle de potência avançados. A
de potência. A modulação é potência. A modulação é digital e modulação é digital e são dois os modulação é digital e são dois os
analógica e o esquema de acesso são dois os esquemas de acesso esquemas de acesso empregados: esquemas de acesso empregados:
empregado é o FDMA. O serviço empregados: TDMA e o CDMA. CDMA e WCDMA. Suporta uma OFDMA e SC-FDMA. Suporta uma
oferecido é conversacional (voz) Suporta os serviços de voz, texto variedade de serviços: voz, texto variedade de serviços de dados
e a alocação de canais é feita de (SMS, Short Message Service) e (SMS, Short Message Service) e em banda larga.
forma dedicada. Os canais são dados em pequena taxa. dados em banda larga.
estreitos, com abertura entre 25 e
30 kHz.

2 - A sequência do 2G é o 3G. Nesta geração, são encontrados os sistemas 3GPP:

a) AMPS, PDC, NMT. b) UMTS, HSDPA, HSUPA, HSPA+. c) LTE/SAE, HSPA+ e CdmaOne. d) AMPS, TACS e NMT.

3 - Qual é o esquema de acesso utilizado pelas redes 3G do 3GPP?

a) CDMA b) FDMA c) WCDMA d) OFDMA

4 - Como é feita a alocação de canais nas redes 3G do 3GPP?

a) Nesta geração adotam-se b) Nesta geração são alocados canais entre 25 e 30 kHz, de forma em frequência e cada subproduto
canais de 200 kHz de abertura, canais de 5 MHz de abertura, de dedicada ao usuário durante o é chamado de subportadora.
divididos no tempo. A duração de forma compartilhada. Os usuários tempo de duração da chamada. Cada subportadora é modulada
cada canal é de 4,615 ms, também são identificados por códigos em frequência e então é
chamado de quadro TDMA. O ortogonais, os quais evitam a ortogonalizada. O usuário utiliza 12
quadro TDMA é dividido em 8 interferência entre eles. d) Nesta geração são utilizadas destas subportadoras (ou múltiplos
partes, chamadas de time slot. É portadoras que podem ter o de 12) a cada 0,5 ms. Vencendo
alocado ao usuário o mínimo de 1 tamanho (ou a abertura) de até o tempo, pode-se fazer o uso
time slot por vez. c) Nesta geração são alocados 20 MHz. A portadora é dividida de outras 12 subportadoras, ou
manter a alocação original.

5 - Os sistemas 3G podem ser agrupados da seguinte forma:

a) 3G: UMTS, HSDPA / 3,5G: b) 3G: UMTS/ 3,5G: HSPA, HSPA+ HSDPA, HSPA+ 3,5G: HSPA+
HSUPA, HSPA+

c) 3G: UMTS, HSUPA/ 3,5G: d) 3G: UMTS, HSDPA, HSUPA/


6 - Seu efeito é a redução da área da cobertura nas ocasiões de sobrecarga de usuários da célula. Permite a
manutenção da qualidade do serviço oferecido aos usuários que irão permanecer dentro da célula e do controle da
interferência entre as células.

a) Cell Breathing. b) Adaptação de enlace. c) Controle de interferência. d) Adaptação de modulação.

7 - Na necessidade de retransmitir informações, este mecanismo permite combinar a informação da transmissão


original com a informação que deverá ser retransmitida. O resultado é a melhora da robustez do sistema.

a) Adaptação de enlace. b) Cell Breathing. c) Despacho rápido. d) Combinação suave.

8 - Para as telecomunicações, MIMO é sinônimo de:

a) Diversidade de transmissão, b) Uniformidade de transmissão, c) Uso de múltiplas antenas d) Uso de uma única antena
ou seja, uso de múltiplas antenas ou seja, uso de uma única antena de transmissão e de uma única de transmissão e de múltiplas
de transmissão e de múltiplas de transmissão e de uma única antena de recepção. antenas de recepção.
antenas de recepção. antena de recepção.

9 - O HSPA+ é uma tecnologia de geração:

a) 2G b) 3G c) 3,5G d) 4G

10 - A evolução do HSPA+ é um sistema cujo nome e geração são:

a) LTE/SAE e 4G. b) UMTS e 3G c) HSPA e 3,5G d) LTE/SAE e 3,99G.


Capítulo 5 - Requerimentos para o Sistema LTE

Em paralelo ao desenvolvimento do HSPA, o 3GPP especificou


uma nova tecnologia para acesso sem fio, denominada LTE. Por se tratar
de um novo conceito para as redes de telefonia da família 3GPP, o LTE
passa a ter sua própria linha de evolução, se diferenciando da linha de
evolução do Release 99 ao Release 7. A Figura 10 ilustra esse conceito,
no qual pode-se observar as duas linhas de evolução: a primeira, que
começa na Release 99 e se estende até a Release 7, e uma nova linha
que se inicia com a Release 8. Esta diferenciação não exclui a interope-
rabilidade entre os sistemas.

R99 Rel4 Rel5 Rel6 Rel7 Rel8

WCDMA HSDPA HSPA HSPA evolution

LTE

Figura 10 - Linha de evolução 3GPP

Anotações
Capítulo 4 - Terceira Geração de Redes Móveis 49

No ano de 2005, o 3GPP estipulou os objetivos, Para conseguir atingir esses requerimentos, o
requerimentos e metas para o LTE (Release 8). Esses sistema LTE apresenta mudanças tanto na interface
requerimentos estão documentados na recomenda- de rádio, quanto na arquitetura da rede. O Quadro
ção 3GPP TR 25.913 [9]. Neste documento existem 3 e o Quadro 4 apresentam, respectivamente, os re-
algumas recomendações que visam, principalmente: querimentos definidos pelo ITU para que uma tecno-
logia seja considerada 4G e os objetivos do LTE/SAE
• Projetar uma rede que seja otimizada para co- Release 8 [10].
mutação por pacotes para qualquer serviço
(conceito All-IP), sem a necessidade de suportar
serviços de comutação por circuitos;
• Reduzir a latência dos serviços da rede;
• Aumentar a taxa de dados dos usuários;
• Aumentar a eficiência espectral do sistema;
• Simplificar a arquitetura da rede, entre outras.

Quadro 3 - Requerimentos IMT-Advanced


Requerimentos IMT-Advanced
Alto grau de funcionalidade em todo o mundo, mantendo a flexibilidade para suportar
uma ampla gama de serviços e aplicações de forma eficiente.

Compatibilidade de serviços dentro das redes IMT e redes fixas.


Capacidade de trabalhar com outros sistemas.
Alta qualidade de serviços móveis.
Equipamento do usuário adequado para uso mundial.
Aplicações, serviços e equipamentos amigáveis.
Capacidade de roaming mundial.

Taxa de transmissão de pico que suporta serviços e aplicações avançados com 100 Mbps
e 1 Gbps para usuários em alta e baixa mobilidade, respectivamente.

Anotações
50 Capítulo 4 - Terceira Geração de Redes Móveis

Quadro 4 - Resumo dos objetivos iniciais do LTE/SAE R8 [10]


Categoria Objetivos
DL: 100 Mbps em 20 MHz de BW (Bandwidth)
Taxa de pico
UL: 50 Mbps em 20 MHz de BW
Latência plano de controle < 100 ms para transição do estado Idle para Active

Capacidade plano de controle > 200 usuários por célula em estado Active em 5 MHz

Latência plano de usuário < 5 ms para 1 usuário com 1 stream de dados


DL: 3/4 vezes do HSDPA por MHz
Throughput médio por usuário
UL: 2/3 do HSUPA por MHz
Otimizado para 0 a 15 km/h
Mobilidade Oferece suporte com alto desempenho de 15 a 20 km/h
Oferece suporte de 120 a 500 km/h
Atinge todos os alvos dentro de 5 km de raio;
Cobertura Pequena degradação em células de 5 a 30 km
Suporte em célula de 30 a 100 km de raio
Flexibilidade no espectro Suporte para 1,4 a 20 MHz de BW

Como melhorias na rede, em compara-


ção às redes 3G, foram estabelecidas as seguintes
características:

• Largura de banda escalonável;


• Opções flexíveis de espectro;
• Altas taxas de dados;
• Fast Scheduling;
• Latência melhorada.

Para conseguir atingir estes requerimentos, o


sistema LTE apresenta mudanças tanto na interface
de rádio, quanto na arquitetura da rede.
No Release 8, é apresentada uma série de
requisitos para melhoria no desempenho do siste-
ma. A Tabela 3 mostra um resumo dos requisitos
que devem ser atendidos pelo LTE [10].

Anotações
Capítulo 4 - Terceira Geração de Redes Móveis 51

Tabela 3 - Resumo dos requisitos de desempenho para o sistema LTE

Requisito Condições

Máxima taxa de transmissão 100 Mbps Sistema LTE com 20 MHz de banda FDD,
Downlink

Máxima eficiência espectral 5 bps/Hz com multiplexação espacial MIMO 2x2.

Eficiência espectral Sistema LTE com multiplexação espacial MIMO 2x2,


1,6 - 2,1 bps/Hz
média da célula usando Interference Rejection Combining (IRC).
Máxima taxa de transmissão 50 Mbps Sistema LTE com 20 MHz de banda FDD, utilizando
apenas uma antena de transmissão.
Uplink

Máxima eficiência espectral 2,5 bps/Hz


Eficiência espectral Sistema LTE com apenas uma antena de transmissão,
0,66-1,0 bps/Hz
média da célula usando IRC.
Latência do plano de usuário 10 ms
Tempo de estabelecimento Tempo para o usuário sair do estado ocioso
100 ms
Sistema

de conexão (Idle state) e ir para o estado ativo (Active state).


Largura de faixa de operação 1,4 - 20 MHz Escalonável.
60
Capacidade de chamadas VoIP As condições são apresentadas em [14].
sessões/MHz/célula

Para fins comerciais, o primeiro parâmetro de relação entre a taxa de transferência de dados (bps)
comparação entre tecnologias de acesso sem fio é e a largura de banda do canal efetivamente utilizada
a taxa de transferência de pico. Esta taxa pode ser (Hz) [12]. Logo, a eficiência espectral de um sistema
definida como a máxima vazão conseguida por um pode ser calculada por
único usuário quando toda a banda disponível está
alocada somente para ele. Assume-se também que
esse usuário usa a maior ordem de modulação e (1)
codificação, e o máximo número de diversidade de
antenas. A meta para a máxima taxa de transferên-
cia de dados do sistema LTE é de 100 Mbps para DL em que, Rb é a taxa de transferência de dados
e 50 Mbps para UL. Considerando um canal de 20 e Bw denota a largura de banda efetiva do sistema.
MHz FDD, ou seja, é alocado um canal com banda de As máximas taxas de transferências são atin-
20 MHz para o DL, e outro canal com banda de 20 gidas utilizando modulação 64QAM e 16QAM para
MHz para UL. Desse modo, caracteriza-se uma efici- DL e UL, respectivamente. Deve-se assumir o uso do
ência espectral de 5 bps/Hz para DL, e 2,5 bps/Hz MIMO 2x2 para DL. Ou seja, existe um esquema de
para o UL. A eficiência espectral (ε) é definida como a diversidade que utiliza duas antenas de transmissão

Anotações
52 Capítulo 4 - Terceira Geração de Redes Móveis

(na estação rádio base) e duas antenas de recepção procedimento de sinalização de conexão é chama-
(no móvel). Os valores máximos para a eficiência do de RRC connection setup (RRC, Radio Resource
espectral só são atingidos em uma condição excep- Control).
cionalmente boa para o canal de comunicação. Os O sistema LTE apresenta algumas implementa-
usuários que estão na borda da célula não terão a ções opcionais para se alcançar uma maior taxa de
capacidade de ter tais eficiências tão altas. Portan- transferência de dados no sistema. Trata-se da im-
to, é interessante mostrar que em média, o sistema plementação de um sistema MIMO 4x4 no DL e mo-
terá uma eficiência espectral variando entre 1,6 e 2,1 dulação 64QAM para UL. Nestes casos, podem-se
bps/Hz para o DL, se o sistema utilizar IRC [13]. Assu- atingir taxas de pico da ordem de 300 Mbps no DL
mindo um valor médio de 1,85 bps/Hz para o DL, e e 75 Mbps no UL. A Tabela 4 apresenta um resumo
ainda, um sistema operando com largura de banda das taxas de transmissão de pico que os terminais
do canal de 20 MHz, a taxa de transferência média móveis podem atingir [14].
desse sistema será de 37 Mbps. Fazendo as mesmas
observações para o UL e admitindo uma eficiência
espectral média de 0,83 bps/Hz, a taxa de transmis-
são média do UL será de 16,6 Mbps. É interessante
observar que o sistema LTE pode trabalhar com uma
banda de canal escalonável. Em outras palavras, a
banda do canal pode assumir valores iguais a 1,4 / 3
/ 5 / 10 / 15 / 20 MHz. Para sistemas operando com
largura de faixa menor que 20 MHz, a taxa de pico
pode ser calculada por (1) assumindo a máxima efici-
ência espectral.
Além da taxa de transmissão, outro ponto im-
portante para avaliar o desempenho de um sistema
de comunicações é a latência da rede. Basicamen-
te, a latência do plano de usuário é o tempo em que
um pacote de dados de pequeno tamanho leva para
ser transmitido de um terminal móvel a um nó da
rede de acesso, e vice-versa. No LTE, esse tempo
de transmissão unidirecional não deverá exceder
5 milissegundos em uma rede não congestionada.
A medida de latência do plano de usuário leva em
consideração que o usuário já esteja conectado à
rede. Quando o usuário está em um estado ocioso
(Idle state), este não possui uma conexão de trans-
ferência de dados estabelecida com a rede. Por-
tanto, deve-se levar em consideração o tempo de
sinalização necessário para levar o usuário ocioso
para um estado ativo (Active state). Esse tempo de
conexão deve ser menor que 100 milissegundos. O

Anotações
Capítulo 4 - Terceira Geração de Redes Móveis 53

Tabela 4 - Categoria do terminal móvel


Categoria 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Taxa de pico
10 50 100 150 300 300 300 300 450 450 600 600
para DL (Mbps)
Taxa de pico
5 25 50 50 75 50 100 150 50 100 50 100
para UL (Mbps)
Máximo de bits
recebidos em 10296 51024 102048 150752 299552 301504 301504 2998560 452256 452256 603008 603008
um TTI
Máximo de bits
transmitidos em 5160 25456 51024 51024 75376 51024 102048 1497760 51024 102048 51024 102048
um TTI
Largura de faixa
20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20
do canal (MHz)
Modulação de
maior ordem 64-QAM 64-QAM 64-QAM 64-QAM 64-QAM 64-QAM 64-QAM 64-QAM 64-QAM 64-QAM 64-QAM 64-QAM
no DL
Modulação de
maior ordem 16-QAM 16-QAM 16-QAM 16-QAM 64-QAM 16-QAM 16-QAM 64-QAM 16-QAM 16-QAM 16-QAM 16-QAM
no UL
2x2 ou 2x2 ou 2x2 ou 2x2 ou 2x2 ou 2x2 ou
MIMO no DL Opcional 2x2 2x2 2x2 4x4 8x8
4x4 4x4 4x4 4x4 4x4 4x4

A quantidade de informação que é transmitida de transmissão de um quadro de camada física do


por um usuário em cada bloco de transporte também LTE. O tamanho do bloco de transporte é um parâ-
define a taxa de transferência de dados do terminal metro de QoS (Quality of Service) definido para cada
móvel. Cada bloco de transporte possui um formato de usuário pelo sistema de agendamento da camada de
transporte (TF, Transport Format). O TF define como a acesso ao meio MAC (Medium Access Control) [10]. O
informação do usuário será transmitida pela interface valor padrão para o TTI no LTE é sempre constante
de rádio. Pode-se calcular a taxa de transmissão de um e igual a 1 milissegundo [16]. Portanto, um terminal
usuário da seguinte forma [15] móvel de categoria 1 pode, no máximo, receber um
TBS de 10926 bits em um quadro de 1 milissegun-
do. Dessa forma, calcula-se que a máxima taxa de
DL desse terminal é de, aproximadamente, 10 Mbps.
(2)
Sendo assim, conclui-se que a taxa de transmissão
de dados de um determinado usuário dependerá de
três fatores: largura de banda alocada, ordem de mo-
em que, TBS (Transport Block Size) é o tamanho dulação e taxa de codificação, e tamanho do bloco
do bloco de transporte, e TTI é o intervalo de tempo de transporte.

Anotações
Capítulo 6 - Quarta Geração de Redes Móveis

Como dito anteriormente, as redes Release 8 e Release 9 imple-


mentadas atualmente, na teoria, não são redes de quarta geração, por
não atingirem todas as exigências especificadas pelo ITU. Por esse mo-
tivo, o 3GPP decidiu melhorá-la a ponto de alcançar os requerimentos
do IMT-Advanced [8]. Assim, estabeleceu-se a Release 10 referente ao
LTE-Advanced (LTE-A), 4G. Essa rede apresenta melhorias e avanços
na sua configuração para atingir as taxas de transmissão altíssimas, em
torno de 1 Gbps, além de outras características.
As seguintes funções foram implementadas nas redes 4G:

• Melhorias no DL e UL
• Redes heterogêneas, HetNet
• Carrier Agregation;
• Cordinated Multi Point, CoMP
• Relaying

Para não gerar confusão em nomenclaturas, a rede estudada nes-


te curso será mencionada como LTE/SAE ou 3,9G (3,9 Generation).

Anotações
Capítulo 7 - Arquitetura de Rede

Este capítulo traz um resumo sobre a arquite-


tura de rede do LTE/SAE e traz também um paralelo
com a arquitetura das redes 2G e 3G para mostrar
as principais mudanças que ocorreram na evolução
Núcleo da
dessas gerações.
A arquitetura da rede descreve as funções lógi-
Rede
cas de cada nó da rede e mostra as interfaces entre
esses elementos da rede.
Em uma rede de comunicação móvel existem
funções que devem ser implementadas para garantir o
acesso sem fio de um determinado usuário num am- Rede de
biente móvel. Existem também as funções que garan- Acesso
tem a conexão fim a fim desse usuário com outras re-
des de telecomunicações. Portanto, pode-se fazer uma
divisão lógica da rede móvel em duas redes: a primeira,
que garante o acesso sem fio, é chamada de rede de Figura 11 - Divisão lógica da rede móvel em rede de
acesso de rádio, ou RAN, enquanto que a segunda, que acesso e núcleo de rede
garante a conexão fim a fim, é chamada de núcleo de
rede ou CN. A Figura 11 demonstra estas duas redes.

Anotações
56 Capítulo 7 - Arquitetura de Rede

A Figura 12 apresenta a arquitetura de rede


das gerações 2G/3G e a Figura 13 apresenta a rede
LTE/SAE Release 8.

PSTN PLMN

F Gp

Um H
Abis A EIR AuC HLR
BSC MSC B
PCU

MS VLR
BTS Gr
Gf
Gb Gs
cs

Gn
lu_

SGSN GGSN

Uu
lu_ps
Iub
RNC Gi

UE
NodeB Iur
PDN
RNC Plano de Controle e Usuário
Plano de Controle

Figura 12 - Arquitetura das redes 2G e 3G

HSS
PDN

S6a S6a
eNodeB

Uu S1-MME S10
MME MME
SGi PSTN

UE

S11
X2 S1-U IMS
SGi
S5/S8
S-GW P-GW
Rx+
Rx+

Uu S7
Plano de Controle PCRF
Plano de Usuário
UE
eNodeB Plano de Controle e Usuário

Figura 13 - Arquitetura da rede LTE/SAE

Anotações
Capítulo 7 - Arquitetura de Rede 57

7.1 Rede de acesso de radio

A especificação do LTE utiliza o termo E-UTRAN suporte apenas para comutação de pacotes e baixa la-
(Evolved Universal Terrestrial Radio Access Network), tência. Para atingir esses objetivos, a arquitetura da rede
para se referir à rede de acesso sem fio. Esse termo de acesso teve de ser desenvolvida contendo menos
é utilizado por fazer uma alusão à melhoria feita na elementos que as redes UTRAN e GERAN (GSM EDGE
rede de acesso das versões anteriores das tecnolo- Radio Access Network). Isto é importante, pois, quanto
gias da família 3GPP (Release 99 à Release 7). A rede menor o número de elementos na rede, menor será o
de acesso do 3G era chamada somente de UTRAN processamento com relação aos protocolos de rede,
(Universal Terrestrial Radio Access Network). Exis- menor o custo com testes e interfaces. Por meio de fu-
tem algumas diferenças substanciais entre as duas sões entre protocolos e usando menos protocolos de
redes de acesso: na camada física do 3G é especi- sinalização, consegue-se reduzir o tempo de estabeleci-
ficado um sistema de acesso baseado em espalha- mento das conexões e a latência fim a fim. Pode-se ver,
mento espectral por sequência direta (DS-SS, Direct pela Figura 13, que a E-UTRAN é composta de apenas
Sequence Spread Specrtum), de forma que o acesso um elemento de rede, o eNodeB (eNB, evolved NodeB).
de múltiplos usuários é feito por divisão em códigos De maneira geral, o eNodeB incorpora as funções do
(CDMA) [17]. Na camada física do LTE é especificado NodeB e RNC (Radio Network Controller) que compõem
um sistema de acesso baseado em OFDM. E o aces- a UTRAN. Portanto, é função do eNB prover os recursos
so de múltiplos usuários é baseado no OFDMA. de camada física (PHY), e também, fazer a gerência dos
A E-UTRAN é caracterizada por dois requisitos: recursos de rádio (feito antes pelo RNC).

EUTRAN
RB Control Inter Cell RRM

Radio Connection
Admission Mobility Control
Control Cont.

Dynamic eNB
Resource Mesurement
Allocation Configuration
(Sheduler) & Provision

RRC PDCP

RLC

MAC
S1 Núcleo da Rede
PHY

eNode B
Figura 14 - Diagrama em blocos das funções desempenhadas pelo eNodeB

Anotações
58 Capítulo 7 - Arquitetura de Rede

Através da Figura 14, nota-se que o eNB é no protocolo RRC. Como resultado, as funções RRM
responsável por tratar as informações do plano do (Radio Resource Management) são providas pela
usuário e do plano de controle da E-UTRAN. O plano eNB. Isto inclui o controle dos Radio Bearers (RB
do usuário é responsável por assegurar o transporte Control), Controle de admissão de novos usuários
dos dados úteis dos usuários da rede. Enquanto que (Radio Admission Control), controle de mobilidade
o plano de controle é responsável por estabelecer, dos usuários conectados (Connection Mobility
manter e liberar as conexões desses usuários. As Control) e alocação dinâmica de recursos de rádio
funcionalidades do plano do usuário são: PDCP (Dynamic Resource Allocation).
(Packet Data Convergence Protocol), RLC (Radio Link Mais detalhes sobre o eNB e suas interconexões
Control), MAC e PHY (controles de camada física). As serão abordados no Módulo 2 deste curso.
funcionalidades do plano de controle são baseadas

7.2 Núcleo de rede

Como já observado anteriormente, a rede de rede, ou até mesmo, de redes diferentes. A Figura
acesso provê o acesso sem fio ao usuário da rede 15 ilustra o diagrama em blocos das redes móveis
móvel, enquanto que o núcleo da rede garante da família 3GPP, e foca na arquitetura do núcleo
uma conexão fim a fim entre os usuários da mesma dessas redes.

Núcleo de Rede

MSC G-MSC PSTN/PLMN


A

GERAN
Gb
VLR EIR HLR AuC

Iu-CS Gn Gi
SGSN GGSN Rede IP Externa

UTRAN Iu-PS

Gp
Outras PLMN

Núcleo de Rede (SAE)

S6a Rede IP Externa


S1-MME MME HSS SGi
E-UTRAN

S1-U S11 P-GW SGi


IMS
S7
S5
S-GW PCRF
PSTN

Figura 15 - Diagrama em blocos do núcleo de rede das tecnologias 3GPP

Anotações
Capítulo 7 - Arquitetura de Rede 59

É interessante observar que existe um núcleo


de rede comum às tecnologias 2G e 3G. Ou seja,
tanto a GERAN quanto a UTRAN são ligadas ao
mesmo CN.
Para o LTE/SAE, o CN sofreu uma reestruturação
na Release 8. Esse novo núcleo de rede foi
denominado de SAE (System Architecture Evolution)
ou EPC. O núcleo SAE é dividido em dois planos:
controle e usuário. O plano de controle é responsável
pela sinalização das conexões dos usuários,
enquanto que o plano de usuário é responsável por
tratar os dados úteis desses usuários. A entidade
SAE responsável pelo plano de controle é o MME
(Mobility Management Entity), que possui funções
relacionadas à sinalização, gerência da mobilidade e
manipulação de informações para usuários em idle-
mode. No plano de usuário existem dois elementos:
S-GW (Serving SAE Gateway) e o P-GW (Packet Data
Network SAE Gateway).
Junto ao EPC existe também o HSS (Home
Subscriber Server), este é um banco de dados
que guarda os registros dos usuários da rede
e informações sobre prioridades e taxa de
transferência de dados de usuários específicos. O
PCRF (Policy and Charging Rules Function) possui
funções relacionadas às políticas de conformidade
do contrato de QoS, bem como funções relacionadas
à aplicação das regras de bilhetagem aos usuários.
Mais detalhes sobre as funcionalidades do
serão abordados no Módulo 2 deste curso.

Anotações
Capítulo 8 - Técnicas de Múltiplo Acesso

Em um sistema móvel, hipotético e ideal, existiria somente um usuá-


rio por célula acessando a rede. Porém, em um sistema real, existem vários
usuários requisitando acesso à rede a fim de realizar uma chamada de voz
ou dados, por exemplo. O procedimento de acesso é feito, primeiramente,
entre a estação rádio base e o móvel pela interface aérea.
Cada geração é marcada por diferentes métodos de acesso. A
Figura 16 ilustra o conceito de cada técnica de múltiplo acesso, do 1G
ao 4G, que são as seguintes, de acordo com o Quadro 5:

Quadro 5 - Técnicas de acesso


1G Frequency Division Multiple Access

2G Time Division Multiple Access

3G Code Division Multiple Access

3,9G e 4G Orthogonal Frequency Division Multiple Access

Anotações
Capítulo 8 - Técnicas de Múltiplo Acesso 61

cia
quên
Us
Potência Fre
Us uári
Us uário o
Potência uá
Us rio Potência Potência

rio
ia
cia nc
Tem n ia uê
uê Tem nc Tem
Fre
q
po
Fre
q
po quê po
Fre
Tempo

FDMA TDMA CDMA OFDMA

Figura 16 - Técnicas de múltiplo acesso

O Vídeo 9 mostra o resumo dos esquemas de


acesso utilizados nos sistemas móveis, desde a Ge-
ração 1 até a Geração 4.

Anotações
Vídeo 9 - Resumos dos esquemas de acesso dos sistemas móveis
Capítulo 8 - Técnicas de Múltiplo Acesso 63

Assim como já dito em 4.2, o LTE/SAE utiliza de dados de diferentes terminais móveis. A Figura 17
dois esquemas de acesso, diferentemente dos siste- ilustra esse conceito. Nesse caso, o símbolo OFDM é
mas antecessores: OFDMA e SC-FDMA. formado por informações de diferentes usuários, que
Na direção do DL, o OFDM é usado como um estão alocadas em diferentes subportadoras ortogo-
esquema de multiplexação de usuários. Isso implica nais. Esse esquema é conhecido como múltiplo aces-
que, em cada símbolo OFDM, diferentes grupos de so por divisão em frequências ortogonais (OFDMA).
subportadoras são disponibilizados para transmissão

eNodeB

UE#1 UE#2 UE#3

Figura 17 - Esquema de multiplexação de usuários no símbolo OFDM para DL

Na direção do UL implementa-se o SC-FDMA.


Nesta técnica, diferentes terminais irão transmitir
suas informações em diferentes blocos de subpor-
tadoras que irão formar o espectro de UL. Isso pode
ser observado pela Figura 18.

Anotações
64 Capítulo 8 - Técnicas de Múltiplo Acesso

Símbolo SC -FDM no domínio do


tempo

UE #1

Dados
FFT

IFFT

Receptor eNodeB
Frequência
Símbolo SC -FDM no domínio do
tempo

UE #2

Frequência

IFFT
Dados
FFT

Frequência

Figura 18 - Esquema de múltiplo acesso SC-FDMA

As técnicas de acesso OFDMA e SC-FDMA se-


rão abordadas em detalhe no Módulo 3 deste curso.

Anotações
Capítulo 9 - Técnicas de Duplexação

Independente da geração do sistema móvel é possível trabalhar


com dois modos de transmissão conhecidos: FDD e TDD. Estas técnicas
são utilizadas para configurar a separação e a canalização entre as fre-
quências de DL e UL.

9.1 FDD

No FDD [18], existem duas frequências, ou portadoras. Uma por-


tadora é dedicada ao downlink e outra é dedicada ao uplink, ilustrado
na Figura 19 e na Figura 20. Como pode ser observado, há um espa-
çamento entre as duas portadoras para que não ocorra a sobreposição
das faixas de frequências. Essa separação entre os canais é denomina-
da como espaçamento duplex.

Anotações
66 Capítulo 9 - Técnicas de Duplexação

Uplink Downlink

Espaçamento Duplex

Frequência
BW canal BW canal

Figura 19 - Método de transmissão - FDD

UL
DL

RBS MS

Figura 20 - Acesso DL/UL FDD

A escolha das frequências de operação é feita


de maneira com que a portadora de UL seja alocada
em uma frequência mais baixa, comparada à de DL.
Entretanto, há bandas nas quais existem uma inver-
são nesse conceito.

Anotações
Capítulo 9 - Técnicas de Duplexação 67

9.2 TDD

No TDD há uma única frequência, ou portado- a existência de apenas uma única faixa de frequência
ra, utilizada tanto pelo downlink quanto pelo uplink. (portadora), que é utilizada tanto para fazer o tráfego
A principal dificuldade em um ambiente móvel é a de de informações no DL quanto no UL. É importante
obter o sincronismo para a troca entre DL/UL e esse ressaltar que o Δt apresentado na Figura 21 é o tem-
é um dos grandes motivos para os sistemas celulares po necessário para que seja feita a transição entre
serem configurados para operar em FDD. o DL e o UL. A Figura 22 apresenta um exemplo de
A Figura 21 e a Figura 22 demonstram o méto- somente uma frequência para UL e DL em operações
do de transmissão TDD, nas quais é possível observar com TDD.

Tempo

Frequência
Δt

BW canal

Figura 21 - Método de transmissão – TDD

UL
/D
L

RBS MS

Figura 22 - Acesso DL/UL TDD

Anotações
Quiz 4

Chegou a hora de fazer um pequeno teste para avaliar o que


você aprendeu. Responda as questões abaixo e confira as respostas
corretas no final do livro.

Este questionário não é avaliativo, mas sim para fixação do conteúdo.

1 - O LTE/SAE é um sistema que possui um novo núcleo de rede, completamente baseado no protocolo IP. Isto quer
dizer que este novo núcleo processa somente dados. Este novo núcleo se chama:

a) EPS ou EPC. b) EPC ou SAE. c) LTE ou SAE. d) eUTRAN ou LTE.

2 - O LTE/SAE utiliza dois esquemas de acesso:

a) OFDMA para o UL. SC-FDMA b) WCDMA, tanto para o DL c) FDMA para o DL. TDMA para o d) OFDMA para o DL. SC-FDMA
para o DL. quanto para o UL. UL. para o UL.

3 - O UE, a rede de acesso e rede núcleo, juntas, é chamada de:

a) EPC b) EPS c) LTE d) SAE

4 - Cada sistema desenvolvido pelo 3GPP possui seu próprio documento, chamado de Releases. Aponte os Releases
da geração 3,99G.

a) Release 99 e Release 9. b) Release 95 e Release 5. c) Release 8 e Release 9. d) Release 10 e Release 11.

5 - Cada sistema desenvolvido pelo 3GPP possui seu próprio documento, chamado de Releases. O Release 10
inclui melhorias tecnológicas para o EPS que satisfazem aos requerimentos do IMT-Advanced. O Release 10 define,
portanto, o sistema de Quarta Geração. Dentre as alternativas, indique a que contenha um dos requerimentos:

a) Acesso múltiplo baseado em b) Diversidade de transmissão de c) Uso de canais compartilhados. d) Interface com transferência
códigos. informações. de dados na taxa de 1 Gbps para
usuários estáticos.

6 - Uma das melhorias observadas na transição dos sistemas 3G para 4G (incluindo LTE/SAE) é a redução da latência.
Em LTE/SAE qual é o máximo valor esperado para a latência?

a) 5 ms b) 10 ms c) 50 ms d) 250 ms
7 - Como se sabe, os Releases 8 e 9 não atendem aos requerimentos do ITU e, por isso, não são considerados redes
4G. Para atender aos requerimentos, o Release 10 foi criado. Qual o nome do sistema versão 10?

a) LTE/SAE. b) eUTRAN. c) LTE-Advanced. d) LTE-Advanced Pro.

8 - É responsabilidade do Plano de Usuário:

a) Fazer o transporte das b) Fazer o transporte das c) Fazer o transporte das d) Fazer o transporte dos dados
mensagens de sinalização. mensagens de controle entre a informações de mobilidade do úteis do usuário.
rede núcleo e a rede de acesso. usuário.

9 - Em LTE/SAE, o esquema de acesso empregado no UL é:

a) OFDMA b) SC-FDMA c) TDMA d) CDMA

10 - Nesta técnica de duplexação existem duas portadoras. Uma delas se dedica ao DL, outra ao UL. Existe ainda um
espaçamento entre as duas portadoras, cujo propósito é evitar a interferência entre as portadoras.

a) FDD b) TDD
Capítulo 10 - Conclusão

Levando em consideração os aspectos analisados, conclui-se que


as tecnologias móveis passaram por diversas evoluções para atingir as
altas taxas de transmissão experimentadas atualmente pelos usuários.
As mudanças foram aperfeiçoadas gradualmente. Os sistemas 2G e
3G possuem tanto o domínio CS (Circuit Switch) quanto o domínio PS
(Packet Switch). Ambas gerações oferecem os serviços de voz e dados,
cada qual com suas velocidades de transmissão de pacotes de dados
específicas. Já o sistema 4G possui somente o domínio PS e oferece
serviços de pacotes de dados, em velocidade superior às duas gerações
anteriores.

Anotações
Quiz 1 Quiz 2

Questão Alternativa Questão Alternativa


1 c 1 a
2 d 2 b
3 b 3 a
4 c 4 c
5 c
6 d
7 b
8 d
9 b
10 c

Quiz 3 Quiz 4

Questão Alternativa Questão Alternativa


1 c 1 b
2 b 2 d
3 c 3 b
4 b 4 c
5 d 5 d
6 a 6 a
7 d 7 c
8 a 8 d
9 c 9 b
10 d 10 a
Referências

[1] S. Glisic, Advanced Wireless Networks: 4G Technologies. New Delhi: John Wiley & Sons, 2006
[2] T. Halonen, J. Romero, J. Melero, GSM, GPRS, and EDGE performance: Evolution towards 3G/UMTS.
New Delhi: John Wiley & Sons, 2nd ed., 2003.
[3] Disponível em http://www.itu.int/en/about/Pages/default.aspx.
[4] Disponível em http://www.etsi.org/technologies-clusters/technologies/mobile/imt-2000.
[5] Disponível em http://www.3gpp.org/.
[6] L. L. Mendes, “Modelos Matemáticos para Estimação do Desempenho de Sistemas de Multiplexação por
Divisão em Frequências Ortogonais”, Tese de Doutorado, UNICAMP, Campinas, SP, BR, Julho de 2007.
[7] 3rd Generation Partnership Project; Technical Specification Group Radio Access Network; Require-
ments for Evolved UTRA (E-UTRA) and Evolved UTRAN (E-UTRAN) (Release 9).
[8] K. J. Miyahara, “IMT-Advanced – Objective and Challenges,” Compound Semiconductor Integrated
Circuit Symposium 2009, CISC-2009, Oct. 2009.
[9] 3rd Generation Partnership Project; Technical Specification Group Radio Access Network; Require-
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[10] S. Sesia, I. Toufik e M. Baker, LTE: The UMTS Long Term Evolution: From Theory to Practice. New
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[11] NGMN, “Next Generation Mobile Networks Beyond HSPA & EVDO – A white paper”, www.ngmn.org,
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[12] S. Haykin, Communication System, 5th Ed. New York: John Willey & Sons, 2010.
[13] J. H. Winters, “Optimum Combining in Digital Mobile Radio with Cochannel Interference.” IEEE Jour-
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bilities, 3GPP, 3GPP 36.306 v14.1.0, December 2016.
[15] C. Chevallier, C. Brunner, A. Garavaglia, K. Murray e K. Baker, WCDMA (UMTS) Deployment Hand-
book. New Delhi: John Wiley & Sons, 2006.
[16] E. Dahlman, S. Parkvall, J. Skold e P. Beming, 3G Evolution: HSPA and LTE for Mobile Broadband.
Elsevier, 1st ed., 2007.
[17] H. Holma e A. Toskala, WCDMA for UMTS: Radio Access for third generation mobile communica-
tions. New Delhi: John Wiley & Sons, 3rd ed., 2004.
[18] 3rd Generation Partnership Project; Technical Specification Group Radio Access Network; FDD En-
hanced Uplink; Overall Description; Stage 2, 3GPP, 3GPP TS 25.309.

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