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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012
Prof. José Benedito Regina – com base em material da Profa. Leonor Cordeiro Brandão
Pá gina 1
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012
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Pá gina 2
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SUMÁRIO - UNIDADE II
INTRODUÇÃO................................................................................................... ... 4
5 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL.... ... 5
O ser humano............................................................................................................... ... 5
Conceituando comportamento organizacional......................................................... ... 8
6 PERSONALIDADE............................................................................................... . 10
7 PERCEPÇÃO....................................................................................................... . 15
Fatores que influenciam a percepção........................................................................ . 18
Distorções da percepção............................................................................................ . 20
8 MOTIVAÇÃO........................................................................................................ .22
Teoria da Hierarquia de necessidades de Maslow................................................... .26
Teoria das Necessidades Adquiridas – McClelland................................................. .29
Teoria X e Y – McGregor............................................................................................. .30
Teoria dos dois fatores de Herzberg.......................................................................... . 31
Teoria da expectativa de Vroom.................................................................................. . 33
Teoria da equidade de Stacy Adams........................................................................... . 33
Teoria do estabelecimento de objetivos de Edwin Locke......................................... .34
Teoria do reforço.......................................................................................................... . 34
9 COMUNICAÇÃO.................................................................................................. . 36
O Processo da comunicação...................................................................................... . 36
Barreiras no processo de comunicação.................................................................... . 41
Importância do feedback nas relações interpessoais.............................................. . 42
10 TRABALHO EM EQUIPE..................................................................................... .45
Grupo ou equipe?......................................................................................................... . 46
Fatores básicos para a existência de uma equipe.................................................... . 47
Formação de grupos..................................................................................................... . 47
Tipos de equipes de trabalho...................................................................................... . 49
Critérios para definição de uma equipe...................................................................... . 49
Estágios de desenvolvimento da equipe.................................................................... . 50
Papel emocional da equipe.......................................................................................... . 50
Condições externas impostas às equipes nas organizações.................................. . 51
Vantagens do trabalho em equipe.............................................................................. .52
Tomada de decisão em grupo..................................................................................... . 52
Possíveis aspectos negativos do trabalho em equipe............................................. . 53
Causas do mau funcionamento da equipe................................................................. . 54
11 LIDERANÇA......................................................................................................... . 55
Liderança e o trabalho em equipe............................................................................. . 55
Um pouco de história da liderança............................................................................ . 56
Teoria dos traços de liderança................................................................................... . 56
Teoria sobre os estilos de liderança.......................................................................... . 57
Teorias situacionais..................................................................................................... . 61
A visão de Peter F. Drucker........................................................................................ . 64
12 CONFLITO E ESTRESSE NO AMBIENTE DE TRABALHO ............................. . 65
Causas de conflitos...................................................................................................... . 65
Estresse ........................................................................................................................ . 67
13 CULTURA ORGANIZACIONAL E MUDANÇA .................................................. . 70
Algumas definições de cultura ................................................................................. . 70
Funções da cultura ..................................................................................................... . 72
Criação e identificação da cultura organizacional .................................................. . 72
Desenvolvimento da cultura ...................................................................................... . 74
Manutenção da cultura ............................................................................................... . 74
Alguns elementos da cultura ..................................................................................... . 74
Papel da área de gestão de pessoas.......................................................................... . 76
Mudança cultural ......................................................................................................... . 77
CONSIDERAÇOES FINAIS .......................................................................................... . 79
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. . 81
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INTRODUÇÃO
Após termos visto em nossa UNIDADE I os aspectos formais da GFH por meio dos
seus processos, vamos agora nos aproximar um pouco do tema central da mesma,
ou seja, das pessoas.
Sabemos que as pessoas têm uma importância vital nas organizações, uma vez que
são as pessoas e não as máquinas que fazem as coisas acontecerem. Em função
da complexidade e das diferenças individuais, as organizações devem buscar
referenciais que permitam analisar e contextualizar o impacto do indivíduo, a
influência do mesmo nos grupos e destes sobre o comportamento organizacional.
Portanto, o profissional que de alguma forma se interessa por organizações precisa
aprender formas de criar um ambiente em que as pessoas se sintam pertencentes e
que atendam seus objetivos e os objetivos organizacionais. É disto que trataremos
nesta UNIDADE II.
Apenas recordando...
Objetivo geral da GFH:
“promover a integração da própria organização com seus
colaboradores, de modo que isso promova a maior satisfação possível
para todos os seus stakeholders.”.
Numa forma mais técnica, isso que dizer:
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EXERCÍCIO - ATIVIDADE
Esperamos que este material sirva para despertar o seu interesse pelo assunto e,
que o mesmo permita uma melhor compreensão não só do comportamento das
outras pessoas dentro da organização, mas, e principalmente, a compreensão do
seu próprio comportamento.
Bons estudos!
Prof. José Benedito Regina
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O ser humano
O homem é um produto histórico, um ser social e é o conjunto de suas relações
sociais. Os traços herdados em contato com um ambiente determinado têm como
resultado um ser específico, individual e particular.
A natureza biológica não basta para garantir a vida em sociedade. O homem precisa
adquirir várias aptidões e aprender formas de satisfazer as necessidades.
CHANLAT (1992) nos diz que o ser humano é uno, ou seja, único enquanto espécie,
enquanto indivíduo. Um ser bio-psicossocial, que aparece profundamente ligado à
natureza e à cultura que o envolve e que ele transforma. Sendo assim, só uma
concepção que procura apreender o ser humano na sua totalidade pode dele se
aproximar sem, contudo, jamais o esgotar completamente.
Esse mesmo homem é um ser genérico, pois pertence à espécie humana.
Segundo o mesmo autor, o homem é um ser reflexivo e ativo. Reflexivo pela sua
capacidade de pensar, e ativo em função de sua ação. A construção da realidade e
as ações que pode empreender o ser humano não são concebidas sem se recorrer
a uma forma qualquer de linguagem, portanto, o ser humano é um ser de palavra.
Esse mesmo homem é também um ser de desejo, um ser simbólico, pois o universo
humano é um mundo de signos, de imagens, de metáforas etc.; um ser espaço-
temporal, na medida em que ele está inserido no tempo e em algum lugar – espaço.
O homem não só muda o seu mundo externo como simultaneamente se transforma
de maneira autoconsciente pelo seu trabalho. No nível individual, ao optar pela
sobrevivência, opta pelo trabalho. No nível de espécie, o homem se fez homem ao
transformar o mundo pelo seu trabalho.
De acordo com FREITAS (1999), o controle exterior passa para o próprio sujeito; ele
é quem define suas metas e se compromete a atingi-las; o processo decisório se dá
de maneira mais participativa. Essa é uma exigência da nova sociedade e das
organizações em geral. Exigência de que o indivíduo tenha um papel participativo no
caminho que pretende seguir, nas decisões que pretende assumir e nas
consequências que estas acarretam, o que confirma a necessidade de uma
identidade maleável mais estável.
FREITAS (1999) acrescenta que, se antes era a figura do superego como instância
da crítica e do medo do castigo, que compelia o indivíduo a trabalhar mais, agora é o
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ideal de ego, daquele que almeja realizar um projeto e receber os aplausos e as
gratificações indispensáveis aos seus anseios narcísicos.
A obediência passiva dá lugar ao ativo investimento amoroso, o corpo dócil dá lugar
ao coração ativo e cativo. O medo de fracassar se alia ao desejo de ser
reconhecido, e quanto mais o indivíduo acredita que ele e a empresa são partes do
mesmo projeto nobre, mais essa aliança tende a se fortalecer.
O indivíduo inventa, cria e recria a sua própria realidade no momento em que se
percebe um ser social com o poder de transformar. CHANLAT (1992) diz que em
todo sistema social o ser humano dispõe de uma autonomia relativa. Marcado pelos
seus desejos, pelas suas aspirações e suas possibilidades, o indivíduo dispõe de um
grau de liberdade, sabe o que pode atingir e que preço estará disposto a pagar para
consegui-lo no plano social.
Toledo (apud JACQUES, 1988) nos diz que: (...) o trabalho não se converte em
trabalho propriamente humano a não ser quando começa a servir para a satisfação
não só das necessidades físicas, e fatalmente circunscritas à vida animal, como
também do ser social, que tende a conquistar e realizar plenamente a sua liberdade
(...).
De acordo com ZAVATTARO (1999), o trabalho é essencialmente uma ação própria
do homem mediante a qual ele transforma e melhora os bens da natureza, com a
qual vive historicamente em insubstituível relação.
O primeiro fundamento do valor do trabalho é o próprio homem, seu sujeito – o
trabalho está em função do homem, e não o homem em função do trabalho. O valor
do trabalho não reside no fato de que se façam coisas, mas em que coisas são
feitas pelo homem e, portanto, as fontes de dignidade do trabalho devem buscar-se,
principalmente, não em sua dimensão objetiva, mas em sua dimensão subjetiva.
A nova relação entre o homem e o trabalho determina que este homem possui uma
identidade e que responde por esta, a qual o leva a almejar e a responder às suas
necessidades, principalmente em relação ao trabalho. O fato de o homem dedicar a
maior parte do seu dia útil ao trabalho denota a força que essa relação apresenta. O
trabalho chega a ser mais importante que a família, pois o fracasso no trabalho
acarreta fracasso familiar. A identidade serve como um mediador que permite ao
homem se ajustar a cada fase – trabalho, família – evidenciando as múltiplas
identidades e a necessidade de saber usá-las, de saber renová-las e mantê-las.
A empresa moderna (...) precisa mobilizar todas as energias do sujeito – intelectuais,
físicas, espirituais, afetivas, morais (...) no interior desse tipo organizacional é um
estranho casamento de várias contradições, levando o indivíduo a uma procura
incessante de um parco (baixo) equilíbrio psicológico.
(FREITAS,1999, p. 77).
Observe a importância e a dimensão que o trabalho passa a exercer sobre o
homem; é necessário que o indivíduo mobilize todas as suas energias para que
possa manter o vínculo com o trabalho, alcançar o equilíbrio, a estabilidade, viver a
sua identidade, para que possa se ver como ele verdadeiramente é. O trabalho é um
ponto de conexão entre o homem e sua identidade, entre o homem e o eu. Segundo
BOM SUCESSO (2002, p.12), a história de vida, as características pessoais, os
valores, os anseios e as expectativas configuram, no nível individual, uma forma de
viver e de sentir, definindo fatores básicos para a satisfação. Mais que o trabalho em
si, as expectativas individuais e as situações de vida específicas determinam a
percepção sobre o trabalho.
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FREITAS (1999, p . 80) destaca, ainda, que a empregabilidade é a capacidade de se
tornar necessário ou de possuir o conhecimento raro e reciclável de que as
empresas hoje necessitam. Mais que a profissão, valoriza-se um elenco de
repertórios variados que habilitem o indivíduo a lidar com esse mundo complexo e
mutável.
Essa é a relação entre a identidade e o homem no trabalho: a identidade dá ao
indivíduo, ao homem, as armas para se impor, para se igualar, para se diferenciar e
para assumir o seu papel no trabalho, na família, na sociedade, na vida.
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3. Comportamento macroorganizacional (nível do sistema): envolve a
cultura organizacional, a estrutura, a mudança e os efeitos das políticas de
gestão de pessoas.
COMPORTAMENTO MICROORGANIZACIONAL:
O INDIVÍDUO NA ORGANIZAÇÃO
Os próximos três itens (6 – Personalidade, 7- Percepção e 8- Motivação) têm
como objetivo focar o indivíduo na organização, partindo da premissa de que, para
entender o comportamento organizacional, precisamos compreender o indivíduo
com as suas diferenças e como esse indivíduo interfere no comportamento da
organização.
Tais itens abordam: as diferenças individuais, os fundamentos teóricos da
percepção, os fatores que influem na percepção bem como da influência da mesma
sobre o comportamento individual; a importância da percepção no ambiente
organizacional e, aspectos motivacionais, conceituando e discutindo as principais
teorias.
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6. PERSONALIDADE
SOTO (2002) nos diz que podemos estudar o ser humano a partir de três pontos de
vista: como indivíduo, como pessoa e como personalidade.
São eles:
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• Sociabilidade: capacidade de se relacionar bem com os outros. As pessoas muito
sociáveis tendem a ser gentis, cooperativas, compreensíveis e estão mais
propensas a manter melhores relações no ambiente de trabalho.
• Consciência/meticulosidade: refere-se à quantidade de objetivos em que cada
um é capaz de se concentrar. Os que se concentram em poucos objetivos de cada
vez tendem a ser mais organizados, cuidadosos, responsáveis e disciplinados no
trabalho.
• Estabilidade emocional: diz respeito à variação de humor e à segurança. As
pessoas com maior estabilidade emocional tendem a ser calmas, flexíveis e
seguras.
• Extroversão: refere-se ao bem-estar sentido nos relacionamentos. Os
extrovertidos são mais amistosos, falantes, assertivos e abertos a novos
relacionamentos.
• Abertura: refere-se à maleabilidade das crenças e dos interesses de uma pessoa.
As pessoas com alto grau de abertura estão mais dispostas a ouvir novas ideias e a
mudar de opinião a partir de novas informações.
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Extroversão (E) Direção da Introversão (E)
Atenção preferencial energia Atenção preferencial
para o mundo exterior Para o mundo interior
Pensamento (T) Modo de Sentimento (F)
Análise logica, decisão Considerações de ordem
objetividade. pessoal, atenção aos
Neutralidade fatores pessoais
Sensação (S) Tipo de Intuição (N)
Preferência por informação Preferência por
informação concreta e Percebida Informação abstrata e
detalhes visão de conjunto
A função GFH existe na organização para realizar a integração das suas pessoas com
ela e vice-versa.
O relacionamento da organização com suas pessoas se dá pela realização dos
processos formais que já conhecemos: a organização recruta, seleciona, contrata,
socializa, avalia, treina, recompensa, promove, demite, etc..
Porém, essa integração não depende apenas da organização: cada pessoa contribui
para essa relação, por exemplo, com aquilo que é, com o que possui de competências,
de história de vida, de cultura. E isso depende de cada um.
Assim, cada indivíduo é um participante ativo nessa integração.
Como podemos definir cada pessoa?
O ser humano é extremamente complexo. Uma pessoa é a influência conjunta de
inúmeros fatores, tais como: biologia, gênero, idade, etnia, psicologia, religião, política,
educação, cultura, etc.. Tudo isso ainda se potencializa pelas circunstâncias e
contingências.
Porém, cada pessoa tem algo que é nuclear, que prioritariamente a caracteriza e
diferencia das demais: sua personalidade.
Dessa forma, para que se entenda como uma integração numa organização pode ser
mais adequadamente conseguida, é importante que se conheça esse conceito de
personalidade, para que se possa interagir com mais sucesso nessas relações com as
pessoas.
Por exemplo: na seleção de determinado candidato para um cargo ou, na escolha de
algum funcionário para promoção a um posto de maior responsabilidade na
organização, será muito proveitoso o conhecimento da personalidade desses
candidatos, pois cada cargo tem um perfil de requisitos que vai exigir determinados
comportamentos de seu ocupante. Não é difícil imaginar que “desastres” poderão
acontecer se colocarmos num cargo alguém cuja personalidade não se adapta de
modo algum ao mesmo.
Entendida a importância de conhecer esse conceito, como se pode definir
PERSONALIDADE?
A personalidade pode ser definida como um grupo de caraterísticas estáveis que
distinguem as pessoas e que permitem diferenciar uma pessoa ou grupos de pessoas
das demais (p.ex. pessoas organizadas, impulsivas, solidárias, ansiosas, líderes etc.).
Assim, o estudo da personalidade tem como objetivo distinguir os aspectos constantes
e identificáveis ao longo da vida, em termos do seu padrão de percepção, do modo de
pensar, de sentir e reagir às situações.
Compreender a personalidade é uma necessidade antiga, já na Grécia, Hipócrates,
considerado o pai da medicina introduziu a teoria dos humores, que defina a
personalidade de acordo com o maior predomínio de um dos quatro principais fluidos
no corpo humano (sangue, bílis preta, bílis amarela e fleuma). Desde então, vários
pensadores desenvolveram teorias que visam identificar diferentes tipos de
personalidade com base nas características que cada um dos pensadores considerou
mais importantes.
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pessoa introvertida de uma pessoa introvertida é o predomínio de uma atitude sobre a
outra.
Jung também classificou as atitudes psicológicas em quatro funções, a partir das quais
nós compreendemos e “experenciamos” o mundo, nos orientamos e agimos. São elas:
pensamento, sentimento, sensação e intuição.
Personalidade é um conceito controverso, mesmo na psicologia: não há modo fácil de
reduzir a uma definição e pronto: há muitos autores que se dedicaram ao assunto.
Citamos com mais frequência a teoria de Jung, não por ser a mais importante em
psicologia e psiquiatria, mas sim porque deu origem a um importante teste que é
mundialmente utilizado por profissionais de Recursos Humanos, chamado MBTI –
Myers Briggs Type Indicator (Teste Indicador Myers Briggs), desenvolvido na época da
segunda guerra mundial por Catharine Cook Briggs e sua filha, Isabel Briggs Myers,
psicólogas americanas. Esse na verdade não é um teste psicológico, mas um
ferramental que permite classificar os tipos de personalidade, sendo a avaliação de
personalidade mais amplamente aplicada no mundo. Os tipos resultantes dessa
classificação são 16, originados da combinação das quatro funções psicológicas:
pensamento, sentimento, sensação e intuição.
Aqui, em nossa disciplina, é fundamental que você não desconheça esse assunto e a
sua importância.
POR QUÊ?
Uma vez que a GFH tem como objetivo promover a integração das pessoas com a
organização, e vice-versa, é preciso ter consciência que TODOS (cada pessoa) tem
papel ativo nesse processo.
E o que cada pessoa vai fazer, depende de vários aspectos contingenciais,
situacionais, mas, sobretudo, de como cada um vai agir e reagir as situações, de
acordo com sua personalidade.
Nenhum administrador ou gerente precisa ser perito nesse assunto personalidade. Isso
é coisa para outro tipo de profissional (psicólogo, psiquiatra...), mas precisa saber que
isso existe e saber trabalhar com aspectos desse conceito aplicado ao dia a dia
organizacional.
Assim, o assunto fica aqui pontuado, podendo você, caso se interesse em continuar se
aprofundando, buscar algumas referências e participar de atividades (palestras, cursos,
etc.) sobre o tema para ir conhecendo melhor tal área de pesquisa.
EXERCÍCIO - ATIVIDADE
PERSONALIDADE
Teste 1: http://inspiira.org/
Teste 2: http://super.abril.com.br/multimidia/info_503387.shtml
7. PERCEPÇÃO
“Há muita coisa para ver, mas nossos olhos da manhã descrevem um mundo
diferente do que os olhos da tarde contemplam, enquanto os olhos da noite,
cansados, só podem registrar um mundo noturno cansado.” (John Steinbeck).
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E nesta outra?
Apenas nestes três pequenos exemplos você pode ter percebido coisas que outras
pessoas não perceberam (e vice-versa!).
Outro ponto importante a ser destacado é a respeito do conceito que cada um tem
de si mesmo, ou seja, sua autopercepção, pois ela influenciará fortemente a forma
como vemos os objetos e as pessoas. Ela pode variar de acordo com as relações
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que mantemos, com o trabalho que desenvolvemos e como lidamos com os nossos
sucessos e fracassos.
Os fatores externos, ou do alvo (do que está sendo observado), também podem
interferir na nossa percepção: sua proximidade ou não nos influencia. Como
exemplo extremamente prático: supermercados usam a estratégia de colocar o que
se quer vender no campo de visão do consumidor. Podemos citar outros fatores
relacionados com o alvo: tamanho, tempo de exposição, a semelhança com algo
que já conhecemos, etc.
Como o alvo está sempre relacionado a uma situação, fatores da mesma sempre
irão interferir em nossa percepção.
SOTO (2002) nos diz que observamos e julgamos as ações segundo um contexto
situacional. Há evidências de que, quando julgamos o comportamento das outras
pessoas, tendemos a superestimar as causas internas, ou pessoais. Podemos, com
isso, incorrer no erro fundamental de atribuição. Ele dá o exemplo: uma gerente de
vendas atribui o fraco desempenho de seus vendedores à preguiça deles, e não ao
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lançamento de um produto concorrente. Existe também a tendência das pessoas de
atribuírem o seu sucesso a fatores internos, e os fracassos, a fatores externos.
Considerando que o processo perceptivo é pessoal e sofre a influência de vários
fatores, ele pode sofrer distorções.
Distorções da percepção
Distorção é o fenômeno pelo qual transformamos a realidade para que ela se adapte
à nossa cultura, à nossa crença, aos nossos valores e até mesmo às impressões e
intenções momentâneas.
As pessoas devem ter o cuidado ao julgar outras, pois podem cometer erros de
julgamento em função das distorções apresentadas.
• entrevistas de emprego
• avaliação de desempenho
• tomada de decisão
• definição de estratégias
• lealdade do empregado
• esforço do empregado
• Políticas da organização: de recrutamento, de benefícios, de treinamento, de
promoção, etc..
EXERCÍCIO - ATIVIDADE
PERCEPÇÃO
Assim sendo, aqui estão alguns sites para vocês explorar visualmente o tema:
http://www.notapositiva.com/trab_professores/textos_apoio/psicologia/leispercepcao.htm
http://www.scientificpsychic.com/graphics/
http://www.eyetricks.com/illusions.htm
http://www.vocesabia.net/fotos/ilusao_optica/galeria-das-mais-conhecidas-ilusoes-de-optica/
(acessos realizados em 20.02.2012)
“Não vemos as coisas como elas são, as vemos como nós somos” (Anais Nin).
Para testar sua percepção com relação a outros sentidos, outros exercícios:
Tente descobrir que temperos entraram na confecção de um determinado
prato que você está degustando. Depois disso, chame a pessoa que o
elaborou e confira se acertou ou não.
Ouça uma música orquestrada e tende identificar cada instrumento que está
sendo tocado.
Vá a uma perfumaria e cheire um fraco de perfume. Tente identificar as “notas”
dos ingredientes que o compõem. Pergunte ao vendedor, para checar.
Vende seus olhos e tente reconhecer vários objetos diferentes, pelo tato, que
alguém pode ir colocando, aleatoriamente, para você descobrir.
etc. etc...
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8. MOTIVAÇÃO
A arte é um veiculo maravilhoso para comunicação e conscientização de nossa
humanidade!
Vamos iniciar este item, vendo como artistas trabalharam o tema motivação, na
música a seguir:
Comida
Composição: Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto
Bebida é água! Bebida é água!
Comida é pasto! Comida é pasto!
Você tem sede de que? Você tem sede de que?
Você tem fome de que?... Você tem fome de que?...
• Motivos internos: são aqueles que surgem das próprias pessoas, como aptidões,
interesses, valores e habilidades da pessoa. São os impulsos interiores, de natureza
fisiológica e psicológica, afetados por fatores sociológicos, como os grupos ou a
comunidade da qual a pessoa faz parte.
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• Motivos externos: são aqueles criados pela situação ou ambiente em que a
pessoa se encontra. São estímulos ou incentivos que o ambiente oferece ou
objetivos que a pessoa persegue, porque satisfazem necessidades, despertam um
sentimento de interesse ou representam a recompensa a ser alcançada.
Podemos dizer que a motivação é intrínseca, mas as organizações podem fornecer
estímulos ou incentivos, com o objetivo de despertar o interesse ou a necessidade
das pessoas. A esse despertar chamamos de mobilização.
Segundo ROBBINS (2004), a motivação consistiria na disposição para fazer alguma
coisa e seria condicionada pela capacidade dessa ação satisfazer uma necessidade
do indivíduo.
Para CHIAVENATO (1997), podemos entender a motivação como:
• fatores que provocam, canalizam e sustentam o comportamento do indivíduo;
• forças internas do indivíduo que respondem pelo nível, rumo e pela
persistência do esforço despendido no trabalho;
• estado interno que pode resultar de uma necessidade. É descrito como
ativador ou despertador de comportamento geralmente dirigido para a
satisfação da necessidade.
HERSEY E BLANCHARD (1986) nos dizem que o comportamento humano é
orientado para a consecução do objetivo, ou pelo desejo de alcançar o objetivo.
A unidade básica do comportamento é a atividade, e todo comportamento é
composto de uma série de atividades. Como seres humanos, estamos sempre
fazendo alguma coisa: comendo, andando, dormindo, trabalhando, etc. Em muitos
casos, realizamos mais de uma atividade simultaneamente – como, por exemplo,
conversar e dirigir o automóvel.
A qualquer momento, podemos decidir passar de uma atividade ou conjunto de
atividades para outra. Isso leva a algumas questões interessantes.
Por que as pessoas se envolvem em certas atividades e não em outras?
Por que mudam de atividades?
Para tanto, precisamos saber que motivos ou necessidades das pessoas originam
determinada ação em dado momento.
A figura a seguir ilustra essa questão.
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Para clarear a figura acima, podemos usar o exemplo: uma pessoa está com fome.
Qual a sua necessidade? É alimento, certo?
Essa pessoa irá desenvolver todo um comportamento voltado à satisfação dessa
necessidade: vai procurar comer.
Ela poderá parar num restaurante, numa cantina etc. e atender a sua necessidade.
Se fizer isso, dizemos que ela desenvolveu uma atividade no objetivo.
Se, ao invés de parar e comer, ela for ao supermercado, comprar alguma coisa,
levar para casa e preparar, dizemos que ela desenvolveu uma atividade para o
objetivo.
A atividade no objetivo realiza rapidamente o mesmo, ao passo que a atividade para
o objetivo inclui algumas etapas para atingi-lo.
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As organizações precisam estar atentas no estabelecimento de seus objetivos, pois,
se os mesmos forem muito facilmente alcançáveis, não mobilizarão as pessoas. Se
por outro lado, estabelecerem objetivos inalcançáveis, o bloqueio ou impedimento de
alcança-los fará com que as pessoas se frustrem.
Ao se frustrar, as pessoas manifestam alguma das seguintes formas de
comportamento frustrado ou mecanismos de defesa:
As organizações costumam preparar seu corpo gerencial para o trabalho com suas
equipes. Normalmente realizam programas de treinamento, internos ou externos,
nos quais seus gerentes entrarão em contato com atividades que apresentem e
discutam teorias de motivação que possam ser aplicadas nas ocasiões certas,
buscando estimular adequadamente suas pessoas.
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Teorias de conteúdo: concentram-se nas necessidades internas que motivam o
comportamento, alterando o clima organizacional. A seguir, os nomes de seus
autores e das teorias que propuseram:
Maslow – Hierarquia das necessidades.
McClelland – Necessidades adquiridas.
McGregor – Teoria X e Y.
Herzberg – Teoria dos dois fatores.
TEORIAS DE CONTEÚDO
Concentram-se nas necessidades internas que motivam o comportamento.
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Para ele, uma determinada necessidade, nessa hierarquia, só teria poder de motivar
quando a necessidade imediatamente abaixo já tivesse sido satisfeita e, portanto, já
não tivesse mais poder para isso.
Assim, o nível primordial a ser primeiramente satisfeito seria o das necessidades
fisiológicas. Após a satisfação dessas necessidades, as mesmas não mais
motivariam e, só após isso, o nível superior seguinte, o da necessidade de
segurança é que teria agora o poder de motivar alguém, com as necessidades
básicas satisfeitas. E assim, sucessivamente, até o último degrau da pirâmide, o da
necessidade de auto realização.
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Algumas palavras sobre cada uma dessas cinco necessidades, segundo HERSEY e
BLANCHARD (1986):
Necessidades fisiológicas
As necessidades fisiológicas são consideradas básicas e se referem à sobrevivência
do homem, ou seja, alimento, sono, sexo. Para Maslow, se essas necessidades não
forem satisfeitas, as outras oferecerão pouca motivação, como, por exemplo, uma
pessoa com fome ou sono não consegue produzir direito, aprender, porque a
necessidade básica estará “falando” mais alto. Nas organizações, podemos atender
a essas necessidades por meio de: salário, intervalos para descanso (DSR –
descanso semanal remunerado), férias, cafezinho etc.
Necessidade de segurança
Maslow nos diz que quando a necessidade fisiológica está atendida, surge a
necessidade de segurança. Necessidade de estar livre do medo do perigo físico e da
privação das necessidades básicas. Se essa necessidade não for satisfeita, não
surgirão outras. Nas organizações, essas necessidades estão relacionadas à
segurança dos colaboradores, tanto física quanto psicológica, tais como
equipamentos de segurança, prevenção de acidentes e estabilidade no emprego.
Necessidades sociais
Uma vez satisfeitas as necessidades fisiológicas e de segurança, surgem as
necessidades sociais, ou seja, tendo alimento, descanso, condições para suprir as
necessidades básicas e segurança, a pessoa quer pertencer a um grupo ou a vários
grupos. As organizações atendem a essas necessidades nos processos de
integração, nos grêmios, nas confraternizações, etc.
Necessidade de estima
A partir do momento em que a pessoa pertence a um grupo, ela deseja ser
reconhecida por esse grupo, ou ser estimada. O atendimento dessa necessidade faz
com que a pessoa se sinta confiante, útil, com poder e prestígio. Quando um
colaborador recebe um elogio, é promovido ou reconhecido pelo seu trabalho, ele
experimenta esses sentimentos.
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Teoria X e Y – McGregor
A Teoria X e Y é classificada de forma diferente por diferentes autores.
Alguns a colocam como uma teoria de motivação.
Outros a consideram como uma teoria de estilo de liderança.
Se aceita simplesmente como uma teoria motivacional, a Teoria X e Y de McGregor
tem profunda implicação com a liderança, pois, na verdade, ela parte da visão que o
gerente tem de seus subordinados.
Vamos falar dela, aqui dentro de Motivação e voltamos a tocar nela no item
Liderança.
De acordo com ROBBINS (2004), Douglas McGregor, após observar a maneira
como executivos tratavam seus funcionários, propôs duas visões distintas do ser
humano: uma negativa, que chamou de teoria X e outra oposta, positiva, que
denominou teoria Y.
Todos nós temos alguma visão sobre o que as pessoas são.
McGregor, estudando o comportamento gerencial, percebeu que cada gerente
percebia as pessoas (seus subordinados) de forma diferente, numa escala que
variava de um extremo muito negativo até outro, muito positivo.
Para sistematizar essa visão ele criou um modelo no qual a visão extremamente
negativa foi chamada de teoria X, e a visão oposta, a extremamente positiva,
recebeu o nome de teoria Y.
O que explicava para os gerentes a motivação das pessoas era a visão que cada
gerente tinha delas.
• o homem, por natureza, não gosta de trabalhar, e sempre que puder, vai
evitar o trabalho;
• como não gosta de trabalhar, ele precisa ser coagido, controlado ou
ameaçado com punições para que cumpra as metas;
• os trabalhadores evitam as responsabilidades e buscam orientação formal
sempre que possível;
• a maioria dos trabalhadores coloca a segurança acima de todos os fatores
associados ao trabalho e mostram pouca ambição.
Com base nos dados coletados, Herzberg nos diz que o oposto de satisfação não é
a insatisfação. A eliminação de características de insatisfação não levaria
necessariamente à satisfação.
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Observou que quando as pessoas se sentiam insatisfeitas com o seu trabalho,
estavam preocupadas com o ambiente em que trabalhavam. Por outro lado, quando
se sentiam bem no trabalho, tratava-se do trabalho em si.
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Pode-se observar que as necessidades primárias de Maslow correspondem aos
fatores higiênicos de Herzberg e que as secundárias de Maslow são associadas aos
fatores motivacionais de Herzberg.
TEORIAS DE PROCESSO
Estudam os processos de pensamento por meio dos quais as pessoas decidem
como agir.
CHIAVENATO (1997) nos diz que a motivação está diretamente ligada a três
fatores:
• Expectativa: esse fator está relacionado aos objetivos individuais e à força
do desejo de atingir tais objetivos, bem como à percepção de que poderá
atingi-los, e isso dependerá das possibilidades individuais e das condições
externas. Esses objetivos têm valoração diferente para as pessoas.
• Valência: refere-se ao grau de importância que tem o objetivo para o
indivíduo.
• Instrumentalidade: possibilidade de a ação de se atingir o objetivo ser
recompensadora.
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ou seja, a pessoa entende como justa a situação. Quando essas proporções são
desiguais, tem-se a sensação de inequidade ou injustiça.
ROBBINS (2004) ainda nos diz que o indivíduo pode se utilizar de três categorias de
referências para estabelecer o seu processo de comparação: “o outro”, “o sistema” e
“o próprio”.
Na primeira categoria (“o outro”), o indivíduo compara sua remuneração com a de
outros indivíduos em empregos similares na mesma organização, além dos amigos,
vizinhos e colegas de profissão, por meio das várias mídias possíveis para essa
comunicação.
Na categoria “o sistema” considera o as políticas de remuneração e os
procedimentos organizacionais da empresa, concluindo se são justos ou não.
Na terceira, (“o próprio”) são utilizados como critérios para julgamento as
experiências profissionais ou compromissos familiares do próprio individuo.
Podemos dizer que o indivíduo vai se comparar, e se ele considerar injusta a sua
remuneração, seja porque ele considera que ele trabalha mais que outros e ganha
menos, seja porque a política de remuneração da empresa não é justa, ou porque,
ao assumir muitos compromissos financeiros, sua remuneração não é suficiente, ele
poderá produzir menos, aumentar o absenteísmo, reduzir a qualidade etc.
TEORIAS DE REFORÇO
Se baseiam na “lei do efeito”, em que o comportamento é determinado por
consequências ambientais.
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EXERCÍCIO - ATIVIDADE
MOTIVAÇÃO
1) Pense em alguma situação na qual seu nível de desempenho foi afetado pela
sua motivação. Quais fatores levaram a uma baixa (ou alta) motivação?
2) Como você se avalia em termos de suas necessidades na abordagem de
McClelland?
Agora, um teste:
Faça o seu MOTIVOGRAMA: Acesse o site abaixo indicado e responda ao
questionário, para conhecer de acordo com a Teoria de Maslow quais são as
necessidades que neste momento são mais importantes para você.
http://oficinadegerencia.blogspot.com/2010/10/teste-de-motivacao-motivograma.html
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9. COMUNICAÇÃO
O processo da comunicação
Segundo Griffin e Moorhead (2006), a comunicação é um processo no qual duas ou
mais partes trocam informações e compartilham significados.
A comunicação é a representação da realidade por meio de “signo” e compreende o
signo como significado do real.
É por meio da linguagem que se constrói a existência pessoal; “as atividades da
linguagem não servem apenas para comunicar a informação, mas também para
exprimir aquele que fala” (Grize).
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O processo de comunicação
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Uma das definições para administrar é “...fazer as coisas através das pessoas”.
Logo, alguém deve estar fazendo alguma coisa para atender a outrem.
O que fazem as pessoas na organização, ou seja, quais as tarefas que precisam ser
cumpridas?
Tudo o que uma pessoa ou equipe venha a fazer deve estar relacionado a um ou
mais cargos, que por sua vez estão relacionados com alguma meta departamental e
um objetivo organizacional.
Como as pessoas ficam sabendo disso?
Sem informação, não existe trabalho nas organizações.
HAMPTON (1992) informa que todo cargo tem necessidades de informação que
devem ser providas pelo gerente.
O gerente, exercendo as funções do por meio do Processo Administrativo (planejar,
organizar, dirigir e controlar), ciente do que é preciso ser feito pelas pessoas em sua
organização, entra em contato para informá-las do que é necessário fazer. Esse
processo – e comunicação, portanto – é vital para a realização do trabalho pelas
pessoas e deve levar à produtividade organizacional.
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Comunicação interpessoal
Comunicação organizacional
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manipule as informações e só comunique aquilo que é visto como mais
favorável.
• Bloqueio: quando a mensagem não é captada e a comunicação é
interrompida.
Nos últimos anos, muito se tem investido nos meios de comunicação, mas, mesmo
assim, continuamos com problemas nessa área. Temos que pensar que o processo
de comunicação envolve mais do que meios, envolve pessoas, e talvez aí resida o
grande desafio, por isso a importância do feedback, no sentido de retroalimentar e
corrigir as possíveis deficiências do processo.
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No processo de desenvolvimento da competência interpessoal, feedback é um
processo de ajuda para a mudança de comportamento; é a comunicação verbal ou
não verbal dirigida a uma pessoa ou grupo, no sentido de fornecer-lhes informações
sobre como sua conduta está nos afetando. Feedback eficaz ajuda o indivíduo ou
grupo a melhorar seu desempenho e assim alcançar seus objetivos.
A forma mais simples para se usar este mecanismo corretivo é dizer o que está
ocorrendo; assim, por exemplo, “parece-me que neste momento sua atuação é um
tanto agressiva”.
Para tornar-se realmente um processo útil, o feedback precisa ser, tanto quanto
possível:
1. Descritivo, ao invés de avaliativo: quando não há julgamento, apenas o
relato de um evento, reduz-se a necessidade de reagir defensivamente, e
assim a pessoa pode ouvir e sentir-se à vontade para usar aquele dado
como julgar conveniente.
2. Específico ao invés de geral: quando se diz a alguém que ele é
“dominador”, isso tem menos significado do que indicar seu comportamento
em uma determinada situação, ou seja, especificando o momento em que
demonstra tal atitude.
3. Compatível com as necessidades (motivações) de ambos: comunicador
e receptor – pode ser altamente destrutivo quando satisfaz somente as
necessidades do comunicador sem levar em conta as necessidades do
receptor.
4. Dirigido: para comportamentos que o receptor possa modificar, pois, caso
contrário, a frustração será apenas incrementada, se o receptor reconhecer
falhas naquilo que não está sob seu controle mudar.
5. Solicitado, ao invés de imposto: será mais útil quando o receptor tiver
formulado perguntas que os que o observam possam responder.
6. Oportuno: em geral, o feedback é mais eficaz se for oferecido logo após a
ocorrência da conduta, dependendo naturalmente do preparo da pessoa ou
do grupo.
7. Deve ser esclarecido para assegurar uma boa comunicação: um modo
de proceder é pedir ao receptor que repita o feedback recebido para ver se
corresponde ao que o comunicador quis dizer.
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conseguimos fazer com adequação, de modo a podermos corrigir as ineficiências e
manter os acertos.
Os dados subjetivos referentes a sentimentos e emoções também são importantes
no processo de feedback.
Por exemplo: “Quando você fez aquilo, senti-me numa situação muito
desagradável”. Isso não tem como invalidar os motivos da outra pessoa, apenas
indicar como a ação repercutiu em nós.
Quando recebemos feedback de uma pessoa, precisamos confrontá-lo com reações
de outras pessoas para verificar se devemos mudar nosso comportamento de
maneira geral ou somente em relação àquela pessoa.
EXERCÍCIO - ATIVIDADE
COMUNICAÇÃO
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• a interação do indivíduo no grupo depende de uma clara definição de sua
participação no seu espaço vital;
• o indivíduo utiliza-se do grupo para satisfazer suas necessidades próprias;
• nenhum membro de um grupo deixa de sofrer o impacto do grupo e não
escapa à sua totalidade;
• o grupo é considerado como um dos elementos do espaço vital do indivíduo.
Grupo ou equipe?
Algumas colocações de diversos autores a respeito dessa discussão.
grupo: conjunto de pessoas Ex.: quatro funcionários debaixo de um chefe formam “um grupo
de trabalho”. Essas pessoas interagem, mas não precisam ter uma meta comum.
equipe: pessoas comprometidas com uma meta comum e envolvimento maior (orquestração).
Envolve, portanto: poucas pessoas, metas de desempenho e prestação de contas umas às
outras
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Segundo SPECTOR (2002), um grupo de trabalho é a união de duas ou mais
pessoas que interagem umas com as outras e dividem algumas tarefas, visando a
objetivos inter-relacionados.
Vergara (apud FIORELLI, 2000) acredita que “para que um conjunto de pessoas se
torne uma equipe, é preciso que haja um elemento de identidade, elemento de
natureza simbólica, que una as pessoas, estando elas fisicamente próximas ou não”.
FIORELLI (2000) sugere um conceito de equipe que procura integrar o
funcionamento com o vínculo emocional, no qual uma equipe é um conjunto de
pessoas:
1. com um senso de identidade, manifesto em comportamentos desenvolvidos
e mantidos para o bem comum;
2. em busca de resultados de interesse comum a todos os seus integrantes,
decorrentes da necessidade mútua de atingir objetivos e metas específicas.
Segundo esse autor, quando o vínculo emocional ou a interdependência deixam de
existir, a equipe transforma-se em grupo, ou um grupo pode se tornar uma equipe
com o surgimento desses dois aspectos.
Tudo isso faz com que o grupo estabeleça suas fronteiras e sua permanência, e é o
que dará identidade ao grupo e o diferenciará de outros grupos.
Formação de grupos
Como já visto anteriormente, MASLOW, em sua teoria motivacional, estabelece uma
hierarquia de necessidades humanas, na qual não é possível atender uma
necessidade mais elevada se as necessidades primárias não estiverem satisfeitas.
As principais razões para a formação de grupos são: em primeiro lugar, a
necessidade; logo depois, o desejo de proximidade e, finalmente, os desafios.
O desejo da proximidade física está ligado à atração que as pessoas exercem umas
sobre as outras e à possibilidade que elas têm de confirmar suas crenças e valores.
A interação social atende à necessidade de reconhecimento, estruturação do tempo
e outras carências humanas.
Desafios fazem com que pessoas se reúnam para tentar superar coletivamente as
dificuldades e são uma poderosa razão para a formação de equipes de trabalho.
Nos campeonatos esportivos, podemos observar inúmeros exemplos de grupos de
alta competência movidos quase que exclusivamente pelos desafios. E não só os
atletas estão em busca da superação de seus recordes desportivos, mas também os
organizadores e patrocinadores, atrás de seus recordes econômicos. O público em
geral assiste, torce e participa movido pelo desejo de proximidade (os que vão aos
estádios) e pelo de “pertencer” e expressar-se emocionalmente, mesmo assistindo
pela TV.
Segundo MINICUCCI (1995), há diversas razões pelas quais os indivíduos passam a
pertencer a vários grupos, tais como:
• Companheirismo: uma das necessidades básicas do homem é a necessidade
social. O homem necessita estabelecer relações interpessoais. Todos sentimos
necessidade de um companheiro.
• Identificação: identificar significa ser semelhante, parecer. Buscamos no grupo
o processo de identificação.
• Compreensão: nossas relações causam tensões, frustrações. Às vezes,
buscamos o grupo para sermos compreendidos.
• Orientação: o grupo coeso funciona como um guia para o comportamento
mais adequado. A palavra orientação, de oriente, rumo, norte, significa “dá
origem”.
• Apoio: o grupo oferece apoio ao indivíduo em suas atividades.
• Proteção: se as pressões externas são muito fortes, o grupo protege o
indivíduo.
Assim, os grupos:
formais
São aprovado pela organização
Possuem poder legítimo
Formados para realizar um trabalho específico
Seguem regras da organização
informais
Surgem de forma espontânea, sem planejamento em função de: proximidade,
interesses comuns ou necessidade das pessoas,
A comunicação é informal
São livres: suas regras são próprias
Tipos de equipes de trabalho
DUBRIN (2003) relaciona cinco tipos representativos de equipes: autogeridas,
multifuncionais, de alta gerência, grupos de afinidades e equipes virtuais.
Equipes autogeridas: São grupos de trabalho cujos membros têm poder para
desempenhar muitos deveres atribuídos anteriormente ao supervisor. As
responsabilidades da autogestão incluem planejamento e cronograma de trabalho;
treinamento dos membros; compartilhar tarefas; cumprimento de metas de
desempenho; garantia de alta qualidade e resolução de problemas no dia a dia.
Normalmente, é eleito um líder de equipe, desempenhando um papel de ligação
entre a equipe e o nível mais alto da gerência.
Equipes multifuncionais: Equipes formadas por trabalhadores de diferentes
especialidades, mas com aproximadamente o mesmo nível organizacional, que se
reúnem para realizar uma tarefa. DUBRIN (2003) acrescenta que o propósito dessas
equipes é juntar o talento de trabalhadores para desempenhar uma tarefa que
necessite dessa combinação. Normalmente, essas equipes são formadas para
desenvolvimento de novos produtos, melhoria da qualidade e redução de custos.
Existem ainda três tipos de equipes semelhantes às equipes multifuncionais e
importantes na organização: equipes de projetos, comitês e força-tarefa. Estes tipos
agregam pessoas fora de suas atribuições diárias, possuem fins específicos e são
lideradas por alguém designado.
Equipes de alta gerência: Formadas pelos grupos de executivos das organizações.
São consideradas equipes tendo em vista que as principais decisões são tomadas
em colaboração, incluindo todos os membros da alta gerência.
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• simplificação das comunicações interpessoais;
• fidelidade às decisões tomadas;
• maior aceitação das diferenças individuais;
• melhor aproveitamento das potencialidades individuais;
• maior chance de sucesso para ações complexas.
Aceitar essa afirmação é concordar com a importância capital que é o montar grupos
nas organizações. Porém, nem tudo são flores...
HAMPTON nos informa que a tomada de decisão grupal envolve problemas,
oriundos de três fontes:
• quem são os participantes (o seu número);
• o que eles estão resolvendo (a tarefa);
• como eles tomam a decisão (o processo grupal).
Cita, por exemplo, que problemas de comitês muitas vezes se devem a participantes
inadequados, tarefa inadequada e a processos de interação prejudicados.
A interação, especialmente, pode ser muito diminuída, por razões tais como:
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EXERCÍCIO - ATIVIDADE
TRABALHO EM EQUIPE
Todos nós temos alguma experiência com grupos, pois estamos neles deste que
viemos ao mundo. O primeiro deles é nossa família (não a escolhemos, segundo
alguns!), porém, noutros grupos em que participamos talvez tivemos a
oportunidade de escolhê-los. Isso nos ajuda a entender melhor esses grupos.
Enfim, de qualquer maneira, é possível tratar indefinidamente desse assunto.
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11. LIDERANÇA
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Stoner e Freeman (1985, p. 344) ainda apresentam duas outras definições que
podem ajudar a entender a liderança:
• poder: a capacidade de exercer influência – isto é, de mudar as atitudes ou o
comportamento de indivíduos ou grupos.
• influência: quaisquer ações ou exemplos de comportamento que causem
uma mudança de atitude ou de comportamento em outra pessoa ou grupo.
De qualquer forma, o conceito central que aparece na grande maioria das definições
é o da influência.
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Segundo Chiavenato (2003), vários foram os estudos que procuraram definir esse
assunto e não conseguiram unanimidade.
As teorias seguiram três grandes orientações:
• teoria de traços de personalidade: procura mostrar as características
marcantes da personalidade do líder, ou seja, o que o líder é;
• teorias sobre estilos de liderança: voltam-se para o modo como os líderes
se comportam e para o estilo que manifestam, isto é, o que o líder faz;
• teorias situacionais de liderança: dedicam-se a estudar como adequar o
comportamento dos líderes às circunstâncias da situação.
Essa categorização não funcionou, pois inúmeras pessoas que apresentavam tais
características levantadas não eram líderes, e também havia líderes que não
apresentavam essas características.
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A eficácia do líder seria o êxito em tratar funções relacionadas às tarefas, bem como
as relacionadas à manutenção do grupo. Essas duas funções da liderança
originaram dois estilos: o orientado para tarefas e o orientado para pessoas.
Esse modelo mapeou cinco estilos notáveis, colocados nos pontos estratégicos da
grade, conforme a pontuação obtida pelos gerentes, mostrados no quadro a seguir.
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Com base numa investigação das características de cada gerente seria possível
colocar na grade o seu estilo gerencial.
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Essa postura gerencial não deve ser apenas característica de um ou alguns poucos
gerentes, mas sim uma postura gerencial da organização como um todo!
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Envolve a ABORDAGEM CONTINGENCIAL – (1970 em diante): ênfase nas
influências do ambiente e da tecnologia.
Para Tannenbaum & Schmidt (apud SANCHES, 2009, p.5) a liderança baseia-se em
três aspectos ou forças e é através dessas três forças que o líder é capaz de
escolher um estilo de liderança que vai adotar naquele momento, com aquelas
variáveis, para poder sintonizá-las:
forças no gerente, que vem a ser a motivação interna do líder e fatores
externos que ele sofre;
forças no subordinado, que são a motivação externa, proveniente do líder, e
fatores externos que atuam sobre os subordinados;
e forças na situação, que são as condições pelas quais a liderança é
exercida.
As principais teorias da abordagem contingencial são:
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Segundo HERSEY & BLANCHARD (1986) a liderança situacional baseia-se numa
inter-relação entre:
a quantidade de orientação e direção (comportamento e tarefa) que o líder
oferece;
a quantidade de apoio sócio-emocional (comportamento de
relacionamento) dado pelo líder e
o nível de prontidão (maturidade psicológica e de conhecimento do trabalho)
dos subordinados no desempenho de uma tarefa, função ou objetivo
específico.
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E1 – determinar
E2 – persuadir
E3 – compartilhar
E4 – delegar
Esse trajeto (em vermelho no gráfico) se inicia em E1, porque é o ponto de menor
maturidade da equipe dos subordinados (veja M1 na barra horizontal, abaixo do
gráfico). Nesse quadrante o gerente determina o que e como fazer.
Como essa barra cresce da direita para a esquerda, e é nesse sentido, em
vermelho, que o trajeto se desloca, até o quadrante E4, onde o líder vai baixar ao
máximo sua atenção tanto para a tarefa quanto para os relacionamentos, porque a
equipe chegou na sua maturidade (M4) e não precisa mais desse líder, pois opera
sozinha. Nesse quadrante, o líder delega tudo à equipe.
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De acordo com SANCHES (2009, p.18-19), a liderança, para Drucker é uma ruptura
com a teoria dos traços, pois os líderes natos podem existir, mas, com certeza,
poucos dependerão deles. A liderança deve e pode ser aprendida.
O que define o líder, segundo Drucker, são estas quatro condições:
.
O problema das organizações quanto à liderança é muito difícil, pois,
independentemente dos modelos que podem ser seguidos, há a questão de que
nem sempre um gerente é líder e nem sempre um líder é gerente.
Cremos ser relativamente fácil entender a importância da liderança no
comportamento organizacional.
Por se tratar de situação estratégica, as organizações investem muito pesado no
sentido de “transformarem” seus gerentes em bons líderes.
Apesar disso, ser líder é para muitos, mais que uma teoria: é uma arte, um estilo de
vida, uma missão.
Para as organizações, sem dúvidas, vale o que disse Drucker.
EXERCÍCIO - ATIVIDADE
LIDERANÇA
Ver em:
http://www.sato.adm.br/rh/ex_analise_pessoal_de_estilos_lideranca.htm
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12. CONFLITO E ESTRESSE NO AMBIENTE DE TRABALHO
Onde há relacionamento humano, há conflitos.
O conflito é algo presente em nossas vidas. Segundo CHIAVENATO (2002), conflito
é a existência de ideias, sentimentos, atitudes, interesses antagônicos, diferentes,
que colidem e que se chocam.
Os conflitos são naturais e, em geral, se forem bem administrados, podem agregar
experiências e renovar relacionamentos.
Segundo ROBBINS (2004), o conflito precisa ser percebido pelas partes envolvidas:
sua existência ou não é uma questão de percepção.
Numa visão tradicional dos anos 30 e 40, o conflito era prejudicial e devia ser
evitado.
Na visão de relações humanas, o conflito é ocorrência natural nos grupos e nas
organizações e, portanto, inevitável.
A visão interacionista encoraja a manter um nível mínimo e constante de conflito,
suficiente para manter o grupo viável, autocrítico e criativo.
O conflito pode ser encarado como:
• funcional (positivo): se utilizado para enriquecimento pessoal, como algo
construtivo;
• disfuncional (negativo): se percebido como algo destrutivo.
Causas de conflitos
Os conflitos podem surgir a partir de várias causas; entre elas:
• modelos mentais: imagens, experiências, expectativas que nos guiam e que
geram a nossa percepção de mundo e forma de agir;
• objetivos: falta de clareza quanto ao objetivo a ser atingido;
• métodos: quando estratégias e táticas diferem;
• valores: diferença nos critérios de apreciação;
• divergências intelectuais, interesses divergentes;
• tensão psicológica.
Esse mesmo autor afirma que existem cinco comportamentos possíveis para
administrar o conflito. São eles:
• competição: quando a pessoa busca a satisfação de seus próprios
interesses, independentemente do impacto que isso exerce sobre as outras
partes envolvidas no conflito. Relação ganha-perde, ou seja, um tem que
ganhar;
• colaboração: quando as partes conflitantes desejam satisfazer os
interesses de ambas, temos uma situação de cooperação e de resultados
mutuamente benéficos. Relação ganha-ganha;
• não enfrentamento ou abstenção: nesse caso, duas alternativas são
consideradas: a fuga ou a tentativa de suprimi-lo. Relação perde-perde;
• acomodação: quando uma das partes abre mão de seus interesses e
coloca os do outro em primeiro lugar. Relação perde-ganha;
• concessão ou transigência: quando as partes em conflito abrem mão de
alguma coisa, temos o compartilhamento, que pode conduzir a um
resultado de compromisso.
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A seguir, os autores mostram quando esses diferentes estilos ou comportamentos
devem ser aplicados:
Como dito anteriormente, os conflitos nem sempre são ruins e, em certas situações,
podem e devem ser estimulados, principalmente quando as pessoas na organização
encontram-se acomodadas. Sabemos que só mudamos algo ou inovamos quando
estamos em conflito, portanto, pode ser saudável estimular o conflito para o
processo de inovação e mudança, mas também sabemos que muitos conflitos
podem gerar estresse.
Estresse
Hans Seley (apud CHIAVENATO,1999) pôde perceber em estudos que, quando se
submete um organismo a estímulos que ameacem sua homeostase (equilíbrio
orgânico), ele tende a reagir com um conjunto de respostas específicas, que
instituem uma síndrome, que é desencadeada independentemente da natureza do
estímulo. A isso ele denominou de stress, que pode ser observado em pelo menos
duas dimensões: como processo e como estado:
• como processo: é tensão diante de uma situação de desafio, por ameaça e
conquista;
• como estado: é o resultado positivo (eustress) ou negativo (distress) do
esforço gerado pela tensão mobilizada pela pessoa.
Segundo esse autor, pode-se dizer que os estressores advêm tanto do meio
externo, como frio, calor, condições de instabilidade, quanto do ambiente social,
como trabalho; e do mundo interno, como os pensamentos e as emoções: angústia,
medo, alegria, tristeza etc.
Em relação ao trabalho, o estresse é definido como o sintoma que é desenvolvido
por uma pessoa frente a uma situação em que ela percebe seu ambiente de trabalho
como ameaçador às suas necessidades de realização pessoal, e/ou profissional,
e/ou à sua saúde física e/ou mental. Essa necessidade prejudica a interação da
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pessoa com o trabalho e afeta ou é afetada pelo ambiente de trabalho, à medida que
esse ambiente contém demandas excessivas a ela, ou quando ela não se sente
portadora de recursos adequados para enfrentar tais situações.
GRIFFIN E MOORHEAD (2006) dizem que nem todo estresse é ruim e que é
necessário certo nível de estresse para evitar a letargia e a estagnação, mas alertam
que muito estresse pode provocar consequências negativas.
A seguir, de acordo com LIMONGI-FRANÇA (2008), algumas síndromes associadas
ao estresse:
• somatizações: sensações e distúrbios físicos com forte carga emocional e
afetiva;
• fadiga: desgaste de energia física ou mental, que pode ser recuperada por
meio de repouso, alimentação ou orientação clínica especializada;
• depressão: uma combinação de sintomas em que prevalece a falta de
ânimo, a descrença pela vida e uma profunda sensação de abandono e
solidão.
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Segundo GRIFFIN e MOORHEAD (2006), o estresse não é um fenômeno simples e
tem muitas causas diferentes. Esses autores se concentraram em estressores
relacionados ao trabalho e identificaram três causas, ou seja, três tipos de
exigências:
Exigências físicas: estressores associados ao ambiente de trabalho tais como
calor ou frio excessivos, iluminação inadequada, instalações e exposições a
agentes que possam ameaçar a saúde.
Exigências da função: o estresse pode ser proveniente da indefinição
funcional, pouca orientação ou treinamento ou conflitos de funções.
Exigências interpessoais: estressores nos relacionamentos.
EXERCÍCIO - ATIVIDADE
CONFLITO E ESTRESSE NO AMBIENTE DE TRABALHO
1 – Tente se lembrar de alguma situação pela qual você tenha passado ou tenha
conhecido, relacionada com o aparecimento de estressores como os acima.
Como exercício, tente relacionar pelo menos uma situação para cada tipo de
causas acima e identifique o que gerou essa situação, ou seja, um exemplo para
A, outro para B e outro para C.
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13. CULTURA ORGANIZACIONAL E MUDANÇA
Para entendermos um povo, é preciso entender a sua cultura, e isso acontece
também com as organizações. O estudo da cultura organizacional nos permite
entender o conjunto de valores, normas e crenças que regem o comportamento das
pessoas. Por intermédio da cultura de uma organização, os colaboradores entendem
quais são os comportamentos ou as atitudes consideradas aceitas e quais são
inaceitáveis.
Cultura organizacional
Edgar Schein (apud FREITAS, 1991) define como:
“o conjunto de pressupostos básicos que um dado grupo inventou, descobriu
ou desenvolveu ao aprender a lidar com problemas de adaptação externa e
integração interna e que funcionaram bem o suficiente para serem
considerados válidos e que, portanto, podem ser levados a novos membros
como forma correta de perceber, pensar e sentir em relação a estes
problemas.”
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Schein busca respostas para questões como:
O que a cultura pode fazer?
A que funções ela serve?
Como ela se origina, desenvolve e muda?
FREITAS (1991) coloca que a ideia de ver organizações como culturas, nas quais há
um sistema de significado partilhado entre os membros é um fenômeno
relativamente recente, e esse é um tema pesquisado no exterior a partir da década
de 50 e, no Brasil, mais especificamente, na década de 80.
As organizações até meados dos anos 1980 eram tidas como um meio racional pelo
qual se coordenava e controlava um grupo de pessoas. Tinham níveis verticais,
departamentos, relacionamentos de autoridade etc.
Organizações são mais do que isso:
• têm personalidade como os indivíduos;
• podem ser rígidas ou flexíveis, hostis ou amigáveis, inovadoras ou
conservadoras;
• cada uma das organizações tem um sentimento e caráter únicos, além de
suas características estruturais.
É a cultura que forma o significado das coisas, que orienta e mobiliza, é aquela
energia social que move a empresa para o sucesso ou até sua destruição.
Segundo Schein (apud FREITAS, 1991):
• não seria possível entender, administrar ou melhorar uma organização se não
se obtivesse uma compreensão de sua essência cultural (entender a “alma” da
organização);
• a cultura organizacional tem fortes influências no conjunto de respostas que a
organização oferece ao ambiente externo e interno, afetando enormemente sua
estratégia, sua definição estrutural, seus processos e sistemas, bem como sua
produtividade e seu desenvolvimento tecnológico;
• a cultura organizacional ajuda e orienta os membros a adequarem-se
internamente para melhor lidar com as questões externas.
Funções da cultura
Segundo ROBBINS (1999), a cultura desempenha várias funções na organização;
dentre elas:
• papel de definição de fronteiras, o que permite a distinção de uma e outra
organização;
• sentido de identidade para os membros da organização;
• facilita o comprometimento com algo maior que os interesses individuais;
• intensifica a estabilidade do sistema social, fornecendo padrões apropriados de
comportamento aos funcionários.
Não podemos dizer que uma cultura é melhor do que a outra, certa ou errada.
ROBBINS (1999) diz que a cultura assume um papel importante à medida que
intensifica o compromisso organizacional e aumenta a coerência do comportamento
do empregado, reduzindo a ambiguidade. No entanto, a cultura organizacional pode
servir como barreira para se efetuarem mudanças, principalmente no que se refere a
fusões e aquisições.
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2. Dos aspectos relacionados a questões internas:
• entender o sistema de progressão de carreiras, o que faz um empregado ser
promovido;
• como o sistema de recompensas avalia qualificações, performances, tempo
de serviço, lealdade;
• quanto tempo as pessoas ficam em determinado cargo;
• atentar para o conteúdo dos discursos e memorandos;
• particular atenção deve ser dada às anedotas e histórias que circulam.
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Desenvolvimento da cultura
Para SCHEIN (2001), a cultura é aprendida basicamente por meio de dois
mecanismos interativos: o da redução da dor e ansiedade e o do reforço positivo.
Redução da dor e ansiedade (modelo de trauma social):
• ansiedade é derivada:
- da incerteza que um indivíduo tem ao encontrar um grupo novo;
- incerteza sobre sua capacidade de sobreviver e ser produtivo;
- incerteza se os membros trabalharão bem uns com os outros;
• as crises conduzem o grupo a perceber, compartilhar e desenvolver formas de
lidar com ela;
• os membros do grupo aprendem a superar o desconforto imediato e a evitar
desconfortos futuros;
• quando outras crises surgirem, a tendência será reduzir ou eliminar a
ansiedade gerada da maneira como eles aprenderam anteriormente.
Reforço positivo:
• as pessoas repetem o que funciona e abandonam o que não funciona.
Manutenção da cultura
Segundo KILMANN, as culturas se mantêm principalmente por três causas:
• a energia controladora do comportamento existente em todos os níveis
organizacionais, a força que faz cada membro acreditar que o que ele está
fazendo é o melhor para a organização, para a comunidade e suas famílias;
• as regras não escritas que estão incorporadas na organização, uma vez que
exista consenso de elas representarem o comportamento apropriado;
• o papel dos grupos na observação dessas normas, na sua reprodução e no
trato dispensado aos desviantes.
Valores:
• são as noções compartilhadas que as pessoas têm do que é importante e
acessível para o grupo a que pertencem;
• formam o coração da cultura, definem o sucesso em termos concretos para os
empregados e estabelecem os padrões a serem alcançados;
• explicitam para a organização o que é considerado importante ou irrelevante,
prioritário ou desprezível; • representam a essência da filosofia da organização
para atingir o sucesso, pois eles fornecem um senso de direção
comum para todos os empregados e um guia para o comportamento diário.
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Crenças:
• é a compreensão que se dá como certa e que serve de base para o
entendimento das coisas;
• aquilo que é tido como verdade na organização.
Pressupostos:
• são conjecturas antecipadas ou respostas prévias sobre o que é, o que se faz,
o que acontece;
• é uma solução pronta, disponível e até certo ponto inquestionável pelo grupo.
Normas:
• as normas dizem sobre como as pessoas devem se comportar e se baseiam
ou refletem as crenças e os valores organizacionais.
Ritos, rituais e cerimônias:
• conjunto planejado de atividades relativamente elaborado, combinando várias
formas de pressão cultural, as quais têm consequências práticas e expressivas;
• ao desempenhar um rito, as pessoas se expressam através de diversos
símbolos: certos gestos, linguagem e comportamentos.
Ritos organizacionais mais comuns:
• ritos de passagem: o processo de introdução ou retreinamento de pessoal;
• ritos de degradação: usados para dissolver identidades sociais e retirar seu
poder, como nos casos de demissão, afastamento de um alto executivo,
“encostar alguém”, denunciar falhas/incompetências publicamente;
• ritos de reforço: celebração pública de resultados positivos;
• ritos de renovação: visa renovar as estruturas sociais e aperfeiçoar seu
funcionamento, como programas de desenvolvimento organizacional,
assistência aos empregados;
• ritos de redução de conflitos: usados para restaurar o equilíbrio em relações
sociais perturbadas, reduzindo os níveis de conflitos e agressão, como nos
processos de negociação coletiva;
• ritos de integração: recarregar e reviver sentimentos comuns e manter as
pessoas comprometidas com o sistema social; comumente usados nas festas de
Natal, jogos, rodadas de cerveja.
Estórias e mitos:
• histórias: narrativas baseadas em eventos ocorridos que informam sobre a
organização, reforçam o comportamento existente e enfatizam como esse
comportamento se ajusta ao ambiente organizacional;
• mitos: referem-se a histórias consistentes com os valores da organização,
porém não sustentadas pelos fatos.
Heróis:
• os heróis personificam os valores e condensam a força da organização.
Função dos heróis:
• tornam o sucesso atingível e humano; outros membros podem seguir seu
exemplo;
• estabelecem padrões de desempenho;
• motivam os empregados, fornecendo uma influência duradoura.
Comunicação:
• as organizações são vistas como fenômeno de comunicação, sem o qual
inexistiriam. O processo inerente às organizações cria uma cultura, revelando
suas atividades comunicativas.
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Tipos de agentes de comunicação numa organização em que os papéis
informais entram em ação:
• contadores de histórias: interpretam o que ocorre na organização, ajustando
os fatos à sua percepção;
• padres: guardiões dos valores culturais;
• confidentes: detentores do poder por trás do trono;
• fofoqueiros: falam com nomes, datas etc.;
• espiões: leais à chefia, mantêm seus chefes informados;
• conspiradores: duas ou mais pessoas se reúnem para tramar algo.
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Mudança cultural
Na vida, temos duas certezas: a primeira é a de que todos nós vamos morrer um
dia, e a segunda é a de que tudo muda a todo instante.
As organizações sofrem influências dos ambientes interno e externo continuamente
e precisam identificar mecanismos para o gerenciamento das mudanças que
ocorrem no dia a dia.
Segundo GRIFFIN E MOORHEAD (2006), quando os gestores tentam modificar a
cultura organizacional, estão, na verdade, procurando alterar as noções básicas das
pessoas sobre o que é ou não um comportamento adequado na empresa.
Conforme visto no iceberg organizacional, a mudança cultural na organização
envolve as duas partes da mesma: a mais visível ou racional e a invisível, a afetiva.
Na verdade, qualquer mudança que se pretenda fazer na cultura da organização vai
exigir um grande esforço sobre a parte invisível do iceberg, onde se encontram os
valores, crenças, relações afetivas, etc..
Nenhuma mudança se efetivará se essa parte informal e oculta da cultura não for
trabalhada adequadamente (recordando: este é o “território” do comportamento
organizacional).
Esses mesmos autores dizem que, para se efetuar mudanças culturais, os gestores
devem criar situações que permitam a introdução de novas histórias. Eles dão como
exemplo uma empresa em que a opinião do funcionário não tinha importância e a
partir de agora passa a ter; nesse caso, os gestores podem, por exemplo, solicitar a
um funcionário para liderar uma discussão numa reunião, acompanhar e orientar
esse processo, de forma que seja um sucesso. Isso se transformará em uma nova
história que poderá substituir a antiga.
Mas os autores alertam que esse é um processo longo e difícil, pois, não importa
quanto se dediquem à implementação de um valor novo, podem, inadvertidamente,
voltar aos padrões antigos de comportamento. Tal fato irá gerar uma nova história
com retorno aos antigos valores.
Para que a nova cultura se torne estável, faz-se necessário um período de transição,
no qual são realizados esforços para adoção de novos valores e, em longo prazo,
esses novos valores serão tão estáveis e influentes quanto os antigos.
De acordo com MARRAS (2009, P.314-315) as principais técnicas para trabalhar
mudanças organizacionais são:
Empowerment: ampliar ao máximo o sistema decisório, provendo autonomia às
equipes.
trabalho em equipe: buscando envolvimento e compromisso das pessoas, pelo
compartilhamento conjunto de responsabilidades.
qualidade total: fazer da alta qualidade uma norma. Busca da excelência.
estruturas organizacionais: criar novos modelos de organização mais enxutos,
flexíveis e participativos.
aprendizagem organizacional: busca de reeducação e atualização constantes,
com o uso intensivo do benchmarking.
EXERCÍCIO - ATIVIDADE
CULTURA ORGANIZACIONAL E MUDANÇA
A cultura de qualquer grupo humano é reforçada e se pereniza pelos hábitos que são
implantados e praticados por seus componentes.
Em nossa vida pessoal vivemos cercados de hábitos: pessoais, grupais, sociais, etc.
Quando queremos promover alguma mudança pessoal, precisamos alterar alguns hábitos.
Mudança organizacional exige mudança de hábitos organizacionais.
Porém, organizações não têm hábitos: estes são das pessoas da organização, implantada por
processos e reforçada por comportamentos das suas pessoas.
Sugestão de exercício:
Perceba como é difícil mudar hábitos, Alguns exercícios:
Tente, todos os dias, por exemplo, escovar seus dentes com a mão que você não usa para
isso.
Tente fazer o mesmo, com o hábito de pentear seus cabelos ou na ordem de colocar suas
roupas, quando está se vestindo.
Tente escrever ou desenhar algo com a mão trocada.
Veja quantas vezes você mastiga um alimento antes de engoli-lo: tente fazer isso mais
devagar (ou mais depressa).
Tente mudar sua dieta alimentar (cuidado com isso: se for necessário consulte um especialista!
Porém, citamos este exemplo, pois talvez seja o exemplo mais comum de reeducação – mal
sucedida! - de hábitos!).
Perceba a dificuldade em fazer as coisas de modo diferente de como fomos habituados a fazê-
las.
Experimente! Estes são pequenos exemplos de pequenos hábitos pessoais.
Porém, nossa conduta é a soma de todos os nossos pequenos hábitos.
Nossa cultura, mais ainda. é idêntica nesse sentido.
Na cultura organizacional é assim também: mudar um sistema, um processo, um procedimento,
etc. significa fazer com que as pessoas neles envolvidas mudem seus hábitos com relação ao
que deve ser feito. Isso é muito difícil! É isso que explica porque muitas iniciativas organizacionais
não se implantam: as pessoas não aceitaram a mudança de seus hábitos!
Solte sua imaginação e teste o que você quiser e pude testar: é sempre uma boa experiência.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após o percurso que fizemos por meio das UNIDADES I e II da disciplina GFH,
queremos lembrar que a mesma é uma disciplina genérica e introdutória para vários
cursos de pós-graduação da UNIP.
Portanto, precisa descortinar o panorama geral de sua atuação, independentemente
de sua extensão: faz-se necessário saber que isso existe!
Dessa forma, nesta UNIDADE II que ora termina assim como na UNIDADE I que
iniciou nossos trabalhos, não foi possível detalhar todos os tópicos existentes
nesses dois campos de atuação. No caso do comportamento organizacional, por ser
esse um campo estudo imenso, envolvendo inúmeros temas e múltiplas
abordagens; no caso dos processos, por serem muito amplos, multivariados e
passiveis de infinitos ajustes.
O essencial foi mostrar a você o que são essas vertentes e como podem ser
constituídas, para que você tenha idéia da riqueza de possibilidades que o estudo da
GFH oferece a quem a ela se dedicar.
Esses dois focos da disciplina GFH (processos e comportamento organizacional)
são de importância crescente, principalmente se considerarmos a influência cada
vez maior que os indivíduos e grupos vêm tendo sobre as organizações.
Portanto, saber trabalhar com esses dois enfoques, o dos processos e do
comportamento organizacional, passa a ser vital nas organizações do novo milênio.
Como deve ter ficado patente ao logo da disciplina, todos nós somos diferentes, o
que torna o estudo do comportamento humano algo bastante complexo.
Da mesma maneira, os processos formais da GFH são também complicados, pois
abrangem uma imensa gama de aplicações internas e externas à organização.
A GFH terá maior chance de sucesso nos seus processos se a organização praticar
adequadamente os conceitos do comportamento organizacional. Por outro lado, o
comportamento organizacional dará melhores resultados se os processos da GFH
forem devidamente trabalhados.
Ciclicamente deve acontecer uma mútua influência que beneficia a ambas vertentes.
Se as pessoas de uma organização são felizes, seus processos têm maior chance
de ser felizes em seus desígnios, e vice versa.
Esperamos que tenha ficado clara a importância desses dois enfoques para uma
efetiva gestão das pessoas numa organização.
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sinergia organizacional só pode vir das pessoas, do seu envolvimento e
compromisso com a missão da organização (de novo a interação processos-
comportamento organizacional).
Sem isso não será possível atingir o objetivo buscado pela disciplina GFH, que é:
Uma das definições clássica para o que é administrar: “é ser eficaz com a maior
eficiência possível”.
A GFH é uma função que existe para ajudar isso ser conseguido.
GFH - GESTÃO DO FATOR HUMANO – UNIDADE I – COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL - UNIP INTERATIVA - SEI – 2012
Prof. José Benedito Regina – com base em material da Profa. Leonor Cordeiro Brandão
Pá gina 81
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
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