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Núcleo de Educação a Distância
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira, Gerente Geral: Riane Lopes,
Gerente de Expansão: Ribana Reis, Gerente Comercial e Marketing: João Victor Nogueira
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Um abraço,
4
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .
CAPÍTULO 01
BREVE HISTÓRIA DA PSICOLOGIA: CAMINHOS E BIFURCAÇÕES – O
DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO FILOSÓFICO:
Behavorismo __________________________________________________ 53
Gestalt ________________________________________________________ 55
Psicanalise ____________________________________________________ 57
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Recapitulando _________________________________________________ 67
Referências ___________________________________________________ 78
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA PSICOLOGIA - GRUPO PROMINAS
10
A História da Psicologia, muitas vezes, é minimizada ou deixada
em segundo plano, seja em razão da natureza prática da atuação profissio-
nal ou, ainda, pelas vertentes dos cursos de graduação e pós-graduação,
que seguem linhas específicas de trabalho. De qualquer forma, é preciso
valorizar a história das ciências, das profissões, principalmente, seu desen-
volvimento ao longo do tempo. Reconhecer os caminhos percorridos, no
caso da Psicologia, é compreender a relação passado-presente e todos os
elementos que formaram este saber até aqui. Independentemente da área
profissional, da linha de pesquisa e do campo de atuação, é importante que
a (o) psicóloga (o) entenda como, quando e quais foram as condições para
o surgimento e desenvolvimento de sua profissão.
O capítulo 1 tem como objetivo principal fazer um resgate da his-
tória da filosofia e do pensamento ocidental – base para a compreensão do
homem e suas relações com o mundo. Este panorama, ainda que breve,
trouxe alguns dos principais filósofos desde a antiguidade clássica, pas-
sando pela visão de mundo medieval e, finalmente, chegando aos tem-
pos modernos, a era da ciência. A partir das dicas de leitura, filmes e sites
é possível complementar os estudos filosóficos e aprofundar-se mais nas
ideias de cada filósofo apresentado, como também outros que não foram
contemplados neste estudo. É importante salientar que o presente capítulo
teve como eixo principal trazer um pouco da história da filosofia como um
dos fundamentos epistemológicos da Psicologia.
O capítulo 2 desta unidade tem como principais pontos: o contexto
do surgimento da Psicologia; a Psicologia como ciência e a cientificidade
de seu objeto e, por fim, um breve esboço sobre o tema da subjetividade e
alguns debates que permeiam suas definições. Longe de esgotar os assun-
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te-corpo/ homem-mundo/ razão-emoção, que é possível traçar a fonte
comum das investigações propostas tanto pela Filosofia quanto pela
Psicologia.
A forma como o desejo humano é abordado/explorado está in-
timamente relacionada ao contexto sócio-histórico e cultural do qual se
fala, daí a importância do estudo acerca dos paradigmas científicos e
seus respectivos processos históricos. São eles os responsáveis pela
visão de mundo que é construída em determinados contextos, por dif-
erentes indivíduos e grupos. Assim, é possível afirmar que o estudo dos
fundamentos históricos da Psicologia é também o desenvolvimento de
tradições do pensamento:
Heráclito de Éfeso
Um dos grandes pensadores gregos pré-socráticos, Heráclito
de Éfeso (535 a.C. - 475 a.C), a partir da visão do devir, do vir-a-ser e
do fluxo, apresenta um conjunto de ideias voltadas para a reflexão do
individuo diante das vicissitudes da vida.
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Imagem 1. Heráclito de Éfeso
duas vezes no mesmo rio, pois ao entrar no rio pela segunda vez, nin-
guém é o mesmo e o rio também não. De acordo com tal pressuposto,
qual a relação entre Heráclito e o sentido da Psicologia?
Para responder esta questão vale ressaltar a dimensão psíqui-
ca presente nas experiências filosóficas dos gregos, a partir do exercí-
cio da reflexão e, principalmente, da auto-percepção. De acordo com
o pensamento de Heráclito, tudo flui, nada permanece estático, “o rio
nunca é o mesmo”. Assim, surge a necessidade de compreensão em
torno do emaranhado de ações e acontecimentos que cercam a vida
humana: a relação do mundo externo com o mundo subjetivo, interno,
individual. Essa é uma relação em constante movimento, pois o que
está fora também é parte constituinte de quem nos tornamos, ou seja,
o indivíduo é capaz de afetar e transformar seu meio, assim como é
afetado e transformado, constantemente, por ele.
A filosofia de Heráclito influenciou muitos pensadores contem-
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porâneos (ver capítulo 3) e contribuiu para a uma compreensão mais
integral da existência humana, à medida que explorou o indivíduo em
relação ao movimento de sua própria vida e os desdobramentos que
todo fluxo pode gerar. São as forças contrárias que impulsionam as mu-
danças e, consequentemente, a forma como o homem se coloca no
mundo. A partir desta ideia do fluxo e do vir-a-ser das coisas é possível
fazer uma associação, em linhas gerais, entre essa base filosófica da
Antiguidade e os caminhos percorridos posteriormente pela “ciência da
mente”, independentemente do eixo teórico-metodológico.
Acesse:
http://www.ex-isto.site/2017/06/heraclito-filosofo-do-devir.html.
Sócrates
Sócrates (470 a.C – 399 a.C), grande mestre do pensamento
ocidental, já trazia ao mundo antigo a preocupação com o sentido do
autoconhecimento e da problemática do homem. Para ele, a prática do
diálogo é o caminho para a construção das ideias, do debate e da busca
pelo saber que passa, sobretudo, pelo questionamento daquilo que é
imposto. Esse método socrático ficou conhecido como maiêutica, a arte
de parturejar ideias através da ironia filosófica como forma de provoca-
ção intelectual, que questionava a ordem estabelecida. Outra importan-
te discussão em torno do pensamento do filósofo é com relação à alma
humana. Nesse sentido, afirma-se que:
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É a partir de Sócrates que surge a concepção de alma como sede da cons-
ciência moral e do caráter, a alma que no cotidiano de cada um é aquela
realidade interior que se manifesta mediante palavras e ações, podendo ter
conhecimento ou ignorância, bondade ou maldade. E que, por isso, deveria
ser o objeto principal da preocupação e dos cuidados do homem (PESSA-
NHA, 2004, p. 30).
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Platão e o Dualismo Corpo/Alma
Imagem 2. Platão
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e está relacionada, muitas vezes, à diferentes visões de mundo, con-
cepções e modos de explorar (e até mesmo controlar) os fluxos dese-
jantes que movimentam a vida humana.
SAIBA MAIS
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Aristóteles e o Conceito de Virtude
Por fim, para complementar este esboço geral da formação do
pensamento filosófico grego, Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) traz, en-
tre outros conceitos importantes, a noção de virtude, forma pela qual
os homens constroem uma boa vida. Essas atitudes, que também são
éticas e políticas, (de acordo com o filósofo “homem é um animal políti-
co”) contribuem para o exercício da felicidade – uma das mais antigas
preocupações filosóficas. Dessa forma, afirma-se que:
Uma vez que a felicidade é, então, uma atividade da alma conforme a virtude
perfeita, é necessário considerar a natureza da virtude, pois isso talvez possa
nos ajudar a compreender melhor a natureza da felicidade (ARISTÓTELES,
2005, p. 36).
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Aqui, você encontra diversos artigos interessantes sobre os
temas abordados neste capítulo. Aos amantes de Filosofia, uma ótima
fonte de artigos e discusssões pertinentes ao estudo da psique e sua
relação com outras áreas do conhecimento.
Acesse: http://filosofiacienciaevida.com.br/filosofia-e-psico
logia/.
amigo de Platão, mas mais amigo da verdade...”). A Religião, por sua vez,
deve prescindir da razão e afirmar a autoridade (do “Livro” e/ou da hierarquia
religiosa): o dogma expressa a revelação de um mistério inapreensível ra-
cionalmente e afirmado pela fé. Então, como ser simultaneamente filósofo e
religioso? (ESTEVÃO, 2011, p.18).
20
Agostinho de Hipona (354 – 430)
Tomás de Aquino
Tomás de Aquino foi um dos representantes da chamada filo-
sofia escolástica, desenvolvida entre os séculos IX – XV. Este foi um
momento de gradativas mudanças no mundo medieval, entre elas, o
declínio do sistema feudal, a partir do século XIII, que marcou o perío-
do da Baixa Idade Média. Este quadro histórico tornou-se um cenário
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propício para o surgimento de novas formas de pensar e viver.
É neste cenário que a filosofia de Tomás de Aquino foi elabora-
da e desenvolvida, tornando-se uma parte importante na representação
da produção filosófica medieval. Suas ideias reuniam as premissas de
um tempo que já notava as mudanças de um novo paradigma que se
aproximava. Com isso, é importante ressaltar a aproximação do filósoso
com o pensamento racional - não sem o respaldo da fé - mas como
uma forma de alcança-la e compreendê-la.
Ao aproximar-se das ideias de Aristóteles, Aquino buscava
conciliar a fé com a razão, assim como comprovar a existência de Deus.
Mas como seria essa tentativa de explicar a verdade divina através da
razão? De acordo com esta premissa, é possível chegar à uma ideia
Deus a partir de fundamentos lógicos e até empíricos, ou seja, a própria
existência de um ser superior demandava uma forma de racionalidade.
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sofia. Com relação ao pensamento de Tomás de Aquino, Tarnas afirma:
SAIBA MAIS
(...) Cada um tem uma caverna ou uma cova que intercepta e corrompe a
luz da natureza; seja devido à natureza própria singular de cada um; seja
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA PSICOLOGIA - GRUPO PROMINAS
devido à educação ou conversação com os outros; seja pela leitura dos livros
ou pela autoridade daqueles que se respeitam e admiram (Apud ARANHA &
MARTINS, p. 173).
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FIQUE LIGADO
Saiba mais sobre a teoria dos ídolos, de Francis Bacon:
25
de organização sistemática do pensamento, para a investigação minu-
ciosa do conhecimento verdadeiro, autêntico e autônomo. Em suma, o
princípio fundamental de todo o método cartesiano era a dúvida – este
seria o ponto de partida para a sabedoria do homem moderno.
INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
(Adaptada) Ano: 2018 Banca: UECE-CEV Órgão: SECULT-CE
Cargo: Analista de Cultura
Relacione corretamente as frases e ideias apresentadas a seguir
com os respectivos autores, numerando a Coluna II de acordo
com a Coluna I.
Coluna I
1. Tudo é fluxo.
2. Conhece-te a ti mesmo.
3. Virtudes para uma boa vida
4. Mito da caverna
Coluna II
( ) Platão
( ) Sócrates
( ) Heráclito
( ) Aristóteles
Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência:
A) 3, 4, 2, 1.
B) 4, 2, 3, 1.
C) 2, 4, 1, 3.
D) 4, 2, 1, 3.
QUESTÃO 4
Ano: 2015 Banca: IF-RS Órgão: IF-RS Cargo: Professor
São Tomás de Aquino, principal representante da __________,
desenvolve um pensamento profundamente ligado ao de
__________. Seu papel principal foi o de organizar as verdades
da religião e de harmonizá-las com a filosofia. Para ele, então, a
__________ criada por Deus, e a __________, revelação de Deus,
não podem entrar em __________, porque procedem do mesmo
Princípio.
Assinale a alternativa que preencha corretamente as lacunas do
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA PSICOLOGIA - GRUPO PROMINAS
texto apresentado.
A) Escolástica – Aristóteles – razão – fé – contradição.
B) Patrística – Platão – razão – fé – conflito.
C) Escolástica – Aristóteles – fé – razão – acordo.
D) Patrística – Platão – fé – razão – contradição.
E) Sofística – Sócrates – razão – fé – conflito
QUESTÃO 5
Leia o trecho a seguir: “[…] é quase impossível que nossos juízos
sejam tão puros e tão sólidos como teriam sido se tivéssemos tido
inteiro uso de nossa razão desde a hora de nosso nascimento, e se
tivéssemos sido conduzidos sempre por ela.”
(DESCARTES, René. Discurso do Método. São Paulo: Martins Fon-
tes. 1996, p. 17).
A Razão Cartesiana inaugurou, na modernidade, uma forma de se
pensar a partir de uma linguagem racionalista, inspirada em mo-
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delos matemáticos. Esse modelo racional pretendia servir como
guia para o conhecimento da realidade. Sobre o método cartesia-
no, é correto afirmar que:
A) tem sua formulação mais bem acabada na obra “Crítica da Razão
Pura”
B) consistia em colocar o mundo, a realidade, “entre parênteses”, ope-
rando assim em uma “redução fenomenológica”
C) foi duramente combatido pelos filósofos contemporâneos a Descar-
tes, não tendo assim exercido influência em nenhuma geração posterior
D) consistia em duvidar de tudo e, a partir da dúvida, reconduzir o pen-
samento à possibilidade da realidade, processo que se sintetiza na fra-
se: “penso, logo existo”
E) tem seu apogeu no século XV, quando a entra em declínio a filosofia
escolástica
QUESTÃO DISSERTATIVA
QUESTÃO INÉDITA
NA MÍDIA
NA PRÁTICA
INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
DICA DE VÍDEO
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A PSICOLOGIA NOS
CAMINHOS DA CIÊNCIA
“A história das ciências é um tecido de juízos implícitos
sobre o valor dos pensamentos e das descobertas
científicas. O papel da epistemologia é de explicitá-los”.
(JAPIASSU, Hilton)
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA PSICOLOGIA - GRUPO PROMINAS
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Para Wundt [1897]), psicologia como ciência é psicologia empírica. E, como
tal, interpreta a experiência psíquica a partir da própria experiência psíqui-
ca; deduz os processos psíquicos de outros processos psíquicos; faz uma
interpretação causal de processos psíquicos com base em outros processos
psíquicos; não recorre a substratos diferentes desses processos, tais como
uma mente-substância ou processos e atributos da matéria, para explicá-los
(ABIB, 2009, p.197).
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O funcionalismo, de forma geral, tratava do caráter adaptativo
da consciência e questionava qual seria a função da mente, através de
uma visão pragmática e instrumental. Dessa forma, Freire (1997, p.102)
enfatiza que a questão passa a ser de ordem mais prática, dentro da
qual o homem se adapta ao meio físico e social, pois: “a psicologia, para
o funcionalismo, é o estudo da vida psíquica, considerada como um
instrumento de adaptação ao meio”.
Em suma, as primeiras experiências da Psicologia buscaram
desenvolver um papel teórico e metodológico de acordo com as pre-
missas científicas modernas, voltadas às ciências naturais. Segundo
Nunes:
INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
Boa leitura!
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Portanto, o desafio principal era conferir cientificidade a um
material incomensurável, não quantificável como outros processos ex-
perimentais relativos a diferentes áreas do conhecimento. Diante deste
pressuposto, como seria definida a subjetividade? De que forma passou
a ser estudada cientificamente? Essas questões são de grande rele-
vância no processo de consolidação do campo da Psicologia, principal-
mente no que se refere à delimitação de seu “objeto” de estudo. Diante
disso, é válido ressaltar que:
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Imagem 7. Fluxos mentais
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não alongará o tema, mas o próximo fará um apanhado geral das prin-
cipais vertentes da Psicologia, o que explica, de certa forma, o sentido
da subjetividade e como ela se constrói de acordo com cada visão. De
acordo com esta premissa, Abib entende que: “Como práticas culturais
ou culturas, tradições de pensamento psicológico se constituem como
práticas de pesquisa, com desfechos favoráveis para algumas e desfa-
voráveis para outras” (ABIB, 2009, p. 199).
São estas práticas culturais formadoras do pensamento psi-
cológico que influenciam na forma como o comportamento humano é
trabalhado e na construção de sentido da subjetividade, ou melhor, das
subjetividades múltiplas. Portanto, enquadrar o comportamento humano
e todas as suas formas de relação com o mundo numa visão determi-
nista é reduzir demasiadamente seu caráter diverso. Um dos principais
conceitos que marcam os estudos e práticas em Psicologia é a ideia do
inconsciente e sua influência na formação do sujeito. De acordo com
uma visão psicanalítica, o aparelho psíquico possui compartimentos em
que censura e reprime determinados fatos da vida.
SAIBA MAIS
Para complementar o assunto, recomendamos a você a
fala do professor Christian Dunker: “Nascimento da Psicologia:
Sujeito ou objeto?”.
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=i3t5PH0kAbE
Dessa forma, essas lembranças que ressurgem no decorrer do
tempo trazem à tona questões que atuam diretamente na
subjetividade, uma vez que:
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA PSICOLOGIA - GRUPO PROMINAS
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Sua ideia consiste em anular a dicotomia entre social e individual, numa
tentativa de apresentar o sujeito como um agente ativo dentro de seu
contexto histórico-social. Para ele, a subjetividade não se internaliza,
não vem como algo externo ao indivíduo, ou seja:
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virar o pescoço na direção de um ruído) de acordo com sua filogênese
(naturais da espécie).
O homem, por sua vez, além de apresentar essas funções psi-
cológicas inferiores, dadas a priori, apresenta as funções psicológicas
superiores que se originam de modo sociocultural, como a apropriação
da linguagem, a sua lógica e capacidade de aprendizado social media-
do. “O homem definitivamente formado possui já todas as propriedades
biológicas necessárias ao seu desenvolvimento sócio-histórico ilimita-
do” (LEONTIEV, 1978, p. 263). Assim, o que constitui o ser humano é a
sua capacidade de apropriação e objetivação da realidade por media-
ção.
SAIBA MAIS!
Para complementar seus estudos acerca das definições
do conceito de subjetividade, indicamos a seguinte leitura:
LEONTIEV, Alexis. O homem e a cultura. In:
O desenvolvimento do psiquismo.
Apropriação/ objetivação
Na Teoria Histórico-cultural apropriação e objetivação são con-
ceitos fundamentais para o processo de humanização. Apropriação é a
reorganização das habilidades motoras e psíquicas, é através dela que
o individuo cria novas aptidões; já a objetivação é o resultado de uma
prática social. De acordo com Duarte, a relação entre apropriação e
objetivação se dá na produção de instrumentos: “o homem se apropria
da natureza objetivando-se nela para inseri-la em sua atividade social”
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA PSICOLOGIA - GRUPO PROMINAS
42
Para resumir o pensamento central de Vygotsky destacam-se
algumas palavras-chave, tais como: sociabilidade do homem; intera-
ção social; signo e instrumento; cultura; história; entre outros conceitos
(IVIC, 1994).
Mediação
Para Vygotsky, mediação é a principal categoria da Teoria His-
tórico-cultural, ao contrário de Luria e Leontiev, que a consideravam
apenas um conceito. Não é propriamente um conceito, mas sim, uma
categoria pela qual o homem consegue chegar à aprendizagem, não
é um terceiro na relação sujeito-objeto, mas está inserido dentro dela.
Dessa forma, afirma-se que:
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Imagem 8. Lev Vygotsky
SAIBA MAIS
No site do Conselho Federal de Psicologia você pode ter
acesso à diversas indicações bibliográficas dessa área.
Acesse: https://site.cfp.org.br/multimidia/projeto-memorias-
da-psicologia-brasileira/livros/
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Podemos dizer que a subjetividade não só é fabricada, produzida, moldada,
mas também é automoldável, ou seja, o homem pode promover novas for-
mas de subjetividade, recusando-se ao assujeitamento à perda de memória
imposta pela fugacidade da informação (...). Estudar a subjetividade, nos
tempos atuais, é tentar compreender a produção de novos modos de ser, isto
é, as subjetividades emergentes, cuja fabricação é social e histórica (BOCK,
1989, p. 24).
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2012 Banca: COPEVE-UFAL Órgão: MPE-AL Cargo:
Psicólogo Wilhelm Wundt foi o fundador da Psicologia como
disciplina acadêmica formal. Ele instalou o primeiro laboratório,
lançou a primeira revista especializada e deu início à Psicologia
Experimental como ciência. Qual a opção abaixo sobre esta fase
das bases das Teorias e Sistemas Psicológicos está correta?
A) Sensação, percepção, atenção, sentimentos, reação e associação
não foram temas das pesquisas de Wundt.
B) As criações de Fechner são posteriores a Psicologia como ciência.
C) O uso do termo “Psicologia Experimental” não é de autoria de Wundt.
D) A Psicologia Experimental de Wundt tratou do desenvolvimento men-
tal humano expresso na linguagem, nas artes, nos mitos, nos costumes
sociais, na lei e moral.
E) As publicações de Wundt inauguram a divisão da ciência psicológica
entre Psicologia Experimental e Psicologia Social.
QUESTÃO 2
(Adaptada) Ano: 2013 Banca: Quadrix Órgão: Conselho Federal de
Psicologia Cargo: Especialidade em Psicologia Social
Philip Zimbardo, conhecido pesquisador estadunidense e pro-
fessor da Universidade de Stanford, foi responsável por um
polêmico estudo experimental no qual simulou num laboratório
QUESTÃO 3
Ano: 2013 Banca: Quadrix Órgão: CFP Cargo: Especialista em
Psicologia - Clínica
Na questão da validação do conhecimento psicológico que se
apresenta como sendo científico, é correta a afirmação de que:
A) há um abandono no intento de fazer repousar o conhecimento cien-
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tífico em bases sólidas e inquestionáveis.
B) há que se atingir um conhecimento imediato e indiscutível.
C) é consenso que o conhecimento científico só é reconhecido com
bases na tradição cartesiana.
D) não se pode fugir de projetos epistemológicos da modernidade, de
inspiração Baconiana.
E) todos os pressupostos deverão ser verificados ou refutados.
QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: Gestão Concurso Órgão: Consurge - MG Cargo:
Psicólogo
Há uma afirmativa no senso comum que diz: “de psicólogo e lou-
co, todo mundo tem um pouco”; como, por exemplo, quando se
ouve o problema de um amigo, ajudando a solucioná-lo. No entan-
to, o senso comum não é ciência. Para ser uma ciência, torna-se
necessário fundamentá-lo em bases científicas.
Nesse contexto, é CORRETO afirmar:
A) A Psicologia é um ramo das ciências naturais que utiliza métodos
científicos para o estudo do ser humano em toda a sua amplitude de
mente e de corpo.
B) A Psicologia utiliza-se de técnicas como o tarô, a astrologia, a qui-
romancia, entre outras práticas associadas ao saber psicológico para
resolução dos problemas humanos.
C) A Psicologia é uma área das Ciências Humanas que estuda o com-
portamento e a psique humana e vem se desenvolvendo na história
desde 1875, quando Wilhelm Wundt criou o primeiro Laboratório de Ex-
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA PSICOLOGIA - GRUPO PROMINAS
perimentos em Psicofisiologia.
D) A psicologia é uma área das Ciências Sociais que parte de observa-
ções empíricas do comportamento humano no cotidiano com foco em
condutas anormais como: fobias, alucinações, agressividade, descon-
trole emocional, entre outros aspectos.
E) Todas as afirmativas estão corretas.
QUESTÃO 5
Ano: 2013 Banca: Quadrix Órgão: Conselho Federal de Psicologia
Cargo: Especialidade em Psicologia Social
De acordo com Furtado, O.: “... o repertório de ‘ideias’ de uma
determinada cultura, de uma determinada nação, de um grupo so-
cial, tem como base o processo histórico do desenvolvimento das
forças produtivas e, ao mesmo tempo, acaba influindo no próprio
processo econômico, ou seja, no desenvolvimento das formas
subjetivas de expressão desse processo de desenvolvimento”.
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O autor está discutindo:
A) que a subjetividade coincide com a noção popular de “ideia”
B) sobre as “dimensões subjetivas da realidade”
C) sobre desenvolvimento humano como foco da análise psicológica
D) que a objetividade é central no estudo da psicologia social
E) que o repertório de “ideias” enquanto ideologia influencia as forças
produtivas
QUESTÃO DISSERTATIVA
QUESTÕES INÉDITAS
QUESTÃO 1
Um dos principais desafios da Psicologia científica moderna foi:
QUESTÃO 2
William James é considerado o pai do funcionalismo. A principal
característica dessa abordagem era:
A) explicações meramente filosóficas
B estudo do inconsciente
C) o caráter adaptativo da consciência
D) o método da introspecção
E) todas as alternativas estão corretas
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QUESTÃO 3
“A subjetividade se produz na relação das forças que atravessam o
sujeito, no movimento, no ponto de encontro das práticas de objetiva-
ção pelo saber/poder com os modos de subjetivação” (PRADO FILHO,
2007, p.17).
De acordo com o fragmento acima:
A) a subjetividade não faz parte do campo científico
B) existem forças que impedem o sujeito de construir sua subjetividade
C) a produção de subjetividade faz parte de um jogo de forças
D) não há subjetividade nas práticas de objetivação
E) o conceito de subjetividade é unilateral, fixo e individual.
NA MÍDIA
O controverso ‘Experimento de Aprisionamento de Stanford’, inter-
rompido após sair do controle.
Estudo conduzido pelo professor de Psicologia Social Philip Zimbardo
em 1971 deveria se estender por duas semanas, mas não passou de
seis dias.
Esse é um dos experimentos sociais mais famosos da história, contado
tantas vezes que alguns o consideram um mito. Talvez você já tenha
escutado: um professor universitário de Psicologia recruta um grupo de
estudantes e lhes pede que imaginem que estão em uma prisão.
Fonte: BBC
Data: 02/12/2018
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA PSICOLOGIA - GRUPO PROMINAS
Disponível em:
tps://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2018/12/02/o-controverso-
-experimento-de-aprisionamento-de-stanford-interrompido-apos-sair-
-do-controle.ghtml
NA PRÁTICA
INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
A literatura, assim como o cinema e a arte, no geral, também nos convi-
da a fazer uma viagem para dentro de nós mesmos.
Que tal aceitar este convite?
LISPECTOR, Clarice. A paixão segundo G.H. Ed. Rocco, 1998.
Boa leitura!
DICA DE FILME:
O experimento de aprisionamento de Stanford
Ano: 2015 - Direção: Kyle Patrick Alvarez.
O filme retrata a famosa experiência do professor Philip Zimbardo rea-
lizado na Universidade de Stanford, no qual alguns jovens foram recru-
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre o pensamento de Vygotsky e a constituição da
subjetividade, confira o vídeo: Coleção grandes educadores Lev Vy-
gotsky.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=T1sDZNSTuyE
51
PRINCIPAIS PARADIGMAS
TEÓRICOS E
METODOLÓGICOS DA
PSICOLOGIA
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA PSICOLOGIA - GRUPO PROMINAS
Luís Figueiredo
52
Neste bloco serão apresentadas algumas das principais cor-
rentes teóricas que compõem o campo da Psicologia, os representantes
mais significativos e suas respectivas ideias. Vale ressaltar que este é
um esboço geral que pretende apontar algumas características de cada
abordagem, sendo necessário, portanto, o aprofundamento das temáti-
cas a partir da bibliografia proposta.
O cão de Pavlov
https://www.youtube.com/watch?v=YhYZJL-Ni7U
53
O behaviorismo radical tem como precursor Burrhus F. Skin-
ner (1904-1990) e difere, em alguns pontos, da abordagem metodológi-
ca de Watson, principalmente por negar a existência da mente e consi-
derar o comportamento como função biológica do organismo. Um dos
conceitos mais elucidativos de sua teoria é o de comportamento ope-
rante, que representa uma classe de respostas definida pelas relações
funcionais do comportamento com suas consequências, com o estado
de motivação e com as condições ambientais presentes no momento
em que a resposta ocorre (FIGUEIREDO, 1995, p.85).
Nesse sentido, o pensamento de Skinner vai de encontro à
questão da aprendizagem, ou seja, a forma como o homem aprende
e se desenvolve de acordo com seu comportamento. Tal processo é
construído a partir da relação comportamento-ambiente composta, prin-
cipalmente, pelos estímulos discriminativos (contexto em que o compor-
tamento ocorre) e o reforço (consequência que repete ou não a ocorrên-
cia de uma determinada resposta), assim:
gem.
54
Imagem 10. B. F. Skinner
GESTALT
A Gestalt (em alemão, forma) é uma das correntes teóri-
cas e metodológicas da Psicologia, que tem a percepção como
eixo central de seus estudos. Seus principais representantes
foram: Kurt Kofka (1886-1940), Wolfgang Köhler (1887-1967) e
Max Werteimer (1880-1943). Suas leis básicas giram em torno
de alguns conceitos-chave, tais como: pregnânica, unidade, se-
melhança, proximidade, continuidade, fechamento e segregação.
55
Imagem 11. Percepção
56
GESTALT - TERAPIA
A Gestalt-terapia, diferentemente da Psicologia da Gestalt, é
uma abordagem psicoterapêutica criada por Fritz Perls (1893 – 1970).
De base humanista, existencialista e fenomenológica, esta área tem,
como ponto de partida, o processo de conhecimento e a responsabi-
lidade de si, a partir do momento atual em que o sujeito está situado.
Segundo Ginger e Ginger:
SAIBA MAIS
Neste vídeo, a psicóloga Teresa Amorim explica alguns
conceitos básicos da Gestalt – terapia.
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=4qKe_VKKl10
PSICANÁLISE
Considerada uma das principais correntes da Psicologia, a
Psicanálise surgiu e se desenvolveu a partir de Sigmund Freud (1856
– 1939) e, mais especificamente, de sua obra A interpretação dos so-
nhos (1899/1900). Esta obra representou um marco para a história da
3 Grifos do autor.
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Psicanálise, mas já havia outros estudos de Freud sobre a histeria e a
técnica da hipnose.
Os pilares da teoria psicanalítica são: a teoria dos impulsos, a
libido, o inconsciente, a repressão e o complexo de Édipo. Esses são,
em linhas gerais, os conceitos que permeiam toda a psicanálise freu-
diana. Para Freud: “A teoria do recalque é a pedra angular sobre a qual
repousa toda a estrutura da psicanálise” (FREUD, 1974, apud GARCIA-
ROZA, 2009).
Freud e o inconsciente
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Para elucidar a dinâmica do estado inconsciente no meca-
nismo psíquico, Freud começa por justificar o conceito. Dentro de seu
pressuposto psicanalítico, não há como ignorar a ideia de inconsciente
dadas as lacunas apresentadas pela nossa consciência. Isso pode ser
exemplificado por elementos como parapraxias (atos falhos), sonhos ou
obsessão.
Nesse sentido, um ato psíquico passa por duas fases: a primei-
ra, na qual prevalece o sistema inconsciente (Ics.), dentro do qual o ato
psíquico é reprimido, impedido pela censura de passar para a segunda
fase, representada pelo sistema consciente (Cs.), que ainda não signi-
fica a consciência propriamente dita, mas a possibilidade de tornar-se
consciente, sem resistência.
Quanto às emoções inconscientes, é necessário pontuar que
os impulsos não podem tornar-se conscientes, somente a ideia que
o representa. Tanto o “afeto inconsciente” e a “emoção inconsciente”
estão ligados à repressão. Segundo Freud, as ideias são catexias, ou
seja, investimentos libidinais, relacionados com a memória. Já os afetos
e as emoções correspondem aos processos de descarga e estão liga-
dos aos sentimentos.
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Vale ressaltar que o desejo, para Freud, diferentemente do con-
ceito de necessidade biológica, é sempre inconsciente (ROUDINESCO,
1998). O desejo é, portanto, um anseio (wunsch) inerente à existência
humana e que movimenta a vida na medida em que está relacionado
diretamente com o sonho, o recalque e a fantasia.
Lacan e o sujeito
Jacques-Marie Émile Lacan (1901 – 1981) foi um psicanalista
francês que interpretou a teoria freudiana e abriu uma nova linha da
corrente psicanalista, a partir de uma visão estruturalista, que divide os
modos de subjetivação em três grupos: neurose, psicose e perversão.
A psicanálise lacaniana retoma pontos importantes das ideias
de Freud, por meio da revisão de alguns conceitos, tais como incons-
ciente e desejo. A constituição do sujeito, para Lacan, é formada por três
dimensões: o Real, Imaginário e o Simbólico. Outro ponto central, em
Lacan, é a questão do inconsciente estruturado pela linguagem, através
da articulação entre metáfora e metonímia.
O eu e o sujeito
Para Lacan, existe uma diferença entre o eu e o sujeito, “pois
o sujeito do inconsciente é o sujeito por excelência e se distingue do
eu, função imaginária, que pode ser consciente” (BRUDER e BRAUER,
2007, p.517). O eu é, desde sempre, alienado, pois se vale de uma ima-
gem que não é a dele mesmo, mas de um outro - momento inaugural
que Lacan denominou o Estádio do Espelho (JORGE, 2008).
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA PSICOLOGIA - GRUPO PROMINAS
INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA:
Para compreender a psicanálise lacaniana:
LACAN, Jacques. O seminário. Livro 5. As formações do in-
consciente. – Rio de Janeiro: Zahar, 1999.
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Ao nascer, o homem é inserido em uma ordem humana que lhe é anterior,
uma ordem social na qual ele adentra através da linguagem e da família.
Assim, a história do sujeito o antecede por um mito familiar que passa a re-
cobri-lo a partir de seu nascimento e através da linguagem - linguagem que
é, em essência, sempre equívoca e passível de múltiplas interpretações, fa-
cilitadora da construção de um mito individual em referência ao mito familiar
(LACAN, 1964/1988, p.25, apud TOREZAN e AGUIAR, 2011, s/p).
A PSICOLOGIA SOCIAL
O trabalho do psicólogo e/ou do pesquisador na área da Psi-
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psicologia social da saúde, e afirma que sua característica primeira é
o compromisso com os direitos sociais, pensados numa ótica coletiva.
“Dessa forma, diria que o psicólogo social da saúde é um pesquisador
e um profissional que não foge da complexidade e transita dos micro-
processos de produção de sentido às questões institucionais e políticas”
(SPINK, 2003, p.27).
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atividade vital humana; o desenvolvimento do psiquismo, os conceitos
apropriação/objetivação, isto é, a forma como o sujeito apreende a rea-
lidade que o cerca e como se desenvolve a partir disso; a construção da
subjetividade; a relação entre aprendizagem e desenvolvimento, pas-
sando também por uma máxima da teoria de Vigotski, o conceito de
mediação.
O ponto de partida da teoria é a concepção de historicidade, de
transformação e movimento da realidade, a lógica dialética: “(...) A histó-
ria é o produto dos modos pelos quais os homens organizam sua exis-
tência ao longo do tempo e diz respeito ao movimento e as contradições
do mundo, dos homens e de suas relações.” (MARTINS, 2008, pág. 42).
O marxismo é a teoria da práxis, ou seja, da prática que pres-
supõe a transformação da natureza pelo homem através da atividade,
do trabalho. Propõe a relação do ser (categoria ontológica) com o pen-
samento, o saber (categoria gnosiológica).
Para a teoria histórico-cultural o materialismo histórico repre-
senta a teoria. O dialético, por sua vez, refere-se ao método. Toda e
qualquer realidade é passível de compreensão a partir do método dialé-
tico, que possibilita o alcance da essência dos fenômenos, seguindo
três elementos: a totalidade (o concreto pensado), a contradição e o
movimento.
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com que esse ser humanize-se, aprendendo o principal fator que o dis-
tingue dos animais: o trabalho, sua atividade vital.
A PSICOLOGIA DA SAÚDE
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econômico do Brasil e o processo de redemocratização.
Assim, em 1987 criou-se o SUDS (Sistema Unificado e Des-
centralizado de Saúde) e, em 1988, a partir da elaboração da Nova
Constituição, que colocava a saúde como resultante de uma política
social e econômica, além de ser um direito assegurado por lei. Era o
nascimento o SUS (Sistema Único de Saúde), regulamentado em 1990
pelas leis 8.080 e 8.142 (Ibidem, p. 49).
SAIBA MAIS!
No site ‘Sabedoria Política’ você pode conferir a “linha do tem-
po do SUS” e ficar por dentro das principais conquistas no campo da
saúde pública no Brasil.
Acesse: http://m.sabedoriapolitica.com.br/ci%C3%AAncia-
politica/politicas-publicas/saude/linha-do-tempo-do-sus/
65
mas também emocionalmente. As emoções ocupam um lugar primor-
dial na saúde mental, o que gera uma demanda de escuta e cuidado
cauteloso e atento por parte do profissional. De acordo com esta pre-
missa, Macedo e Dimenstein afirmam que:
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2014 Banca: MS CONCURSOS Órgão: UFAC Cargo:
Psicólogo. Considere duas crianças. A primeira, ao levantar-se,
escova os dentes e tem uma sensação de frescor na boca que au-
menta a probabilidade de ocorrer o comportamento de escovar os
dentes. A segunda, ao não escovar os dentes pela manhã, sente
um gosto ruim na boca, e sente que se puder retirar este gosto
ruim pelo hábito de escovar os dentes aumentará a frequência da
resposta de escovar os dentes. A que conceitos sobre a teoria da
aprendizagem eles se referem respectivamente?
A) Reforço positivo e reforço negativo.
B) Condicionamento clássico e condicionamento operante.
C) Reforço positivo e extinção.
D) Discriminação e generalização.
E) Aceitação e esquiva.
QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: TRT - 14ª Região (RO e AC) Cargo:
Analista Judiciário - Psicologia
Para Freud, a associação livre é um método que
A) consiste em reprimir conteúdo do inconsciente, favorecendo uma
sensação de bem-estar ao cliente, que sofre traumas advindos de um
Complexo de Édipo não constelado.
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: TRT - 2ª REGIÃO (SP) Cargo: Ana-
lista Judiciário - Psicologia
Considere o caso de uma mulher que parece ferozmente indepen-
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dente e agressiva em certas ocasiões e cálida, passiva e depen-
dente em outras. Os teóricos psicanalíticos ou do traço poderiam
considerar tal pessoa como basicamente agressiva, com uma
fachada de passividade. Ou poderiam julgar a mulher essencial-
mente cálida, passiva e dependente com defesas agressivas.
Skinner e muitos outros behavioristas defendem o ponto de vista
de que o comportamento da mulher em qualquer ocasião depen-
de de
A) sua estrutura de ego e dos seus conteúdos inconscientes.
B) sua formação moral e dos seus conteúdos inconscientes.
C) sua história de aprendizagem e das condições correntes.
D) como associa a figura paterna às figuras de autoridade com as quais
se relaciona e de sua energia vital para lidar com situações de conflito.
E) como opera seu pensamento consciente e inconsciente e como lida
com suas pulsões motivacionais.
QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: SUGEP - UFRPE Órgão: UFRPE Prova: SUGEP -
UFRPE - 2018 - UFRPE - Psicólogo
“Nasceu na Europa e surge como uma negação e uma tentativa
de superação da fragmentação das ações e dos processos huma-
nos realizados pelas tendências da Psicologia científica do século
XIX, postulando a necessidade de compreender o ser humano
como uma totalidade. É o mais ligado á Filosofia, tendo suas ori-
gens na Fenomenologia”. Esta é uma descrição de qual modelo
teórico?
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA PSICOLOGIA - GRUPO PROMINAS
A) Behaviorismo.
B) Psicanálise.
C) Psicologia Analítica.
D) Gestalt.
E) Funcionalismo.
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: COMVEST UFAM Órgão: UFAM Prova: COM-
VEST UFAM - 2018 - UFAM - Psicólogo
De acordo com Aquino (2005), “Psicologia Social é o espaço de
interseção entre duas premissas. Pensar o indivíduo separado da
sociedade ou a sociedade sem os indivíduos é um exercício de
impossibilidade ou de vazio da realidade.” Que perspectivas são
essas?
A) Perspectivas comportamental e cognitiva.
B) Perspectivas interacionistas e construcionista.
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C) Perspectivas sociológica e psicológica.
D) Perspectivas comportamental e sócio histórica.
E) Perspectivas Vertentes construtivista e sócio histórica.
QUESTÕES INÉDITAS
QUESTÃO 1
O pensamento de Skinner é fundamentado no processo:
A) inconsciente
B) de aprendizagem
C) das formas e percepções
D) de promoção e recuperação da saúde
E) Todas as afirmativas estão corretas
QUESTÃO 2
A psicologia de orientação psicanalítica fundamenta-se, sobretu-
do no (a):
A) consciência
B) comportamento
C) inconsciente
D) corpo
E) todas as afirmativas estão corretas
QUESTÃO DISSERTATIVA:
NA MÍDIA
Freud explica: entenda sete conceitos básicos da psicanálise
O campo de conhecimento estudado por Sigmund Freud busca enten-
der os significados do inconsciente humano
06/11/2017 - 16H17/ atualizado 16H17 / por Rachel Botelho
Disponível em:
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/11/freud-ex-
plica-entenda-sete-conceitos-basicos-da-psicanalise.html
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Transtorno de ansiedade: sem tempo para o agora
Como a inquietação e a agitação fora dos eixos impactam a saúde e o
que pode ser feito para apaziguar as crises, de medicamentos a psico-
terapia
Por André Biernath
Publicado em 10 ago 2018, 10h02
DICA DE SÉRIE!
Se você gosta de séries, indicamos “Psi”, do canal HBO - Brasil.
Criação: Contardo Calligaris; Direção: Marcus Baldini
Ano: 2014 – atual
NA PRÁTICA
INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
70
SAIBA MAIS
Para complementar seus estudos, recomendamos o conteúdo abaixo
sobre Arte e Psicanálise.
Acesse: http://tvbrasil.ebc.com.br/artedoartista/post/joel-birman-a-arte-
-mais-proxima-da-psicanalise-e-o-teatro
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GABARITOS
CAPÍTULO 01
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
D E B A D
TREINO INÉDITO
GABARITO: D
CAPÍTULO 02
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA PSICOLOGIA - GRUPO PROMINAS
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
E D A C B
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que para o autor a subjetividade não se internaliza, pois não faz parte
de um movimento unilateral, que se expressa somente de fora do indi-
víduo.
O fragmento destacado expressa o caráter multifacetado da Psicologia,
uma vez que as linhas e correntes teóricas e metodológicas se dividem,
e às vezes, até mesmo se conflitam. Portanto, o saber psicológico é
atrelado à vários saberes, de acordo com cada paradigma e contexto.
TREINO INÉDITO
1 2 3
C C C
CAPÍTULO 03
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
A E C D C
TREINO INÉDITO
1 2
B C
73
ABIB, José Antônio Damásio. Epistemologia pluralizada e história
da psicologia. Sci. stud. [online]. 2009, vol.7, n.2, pp.195-208. Dis-
ponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S1678-31662009000200002&lng=en&nrm=iso>.ISSN1678-3166.
http://dx.doi.org/10.1590/S1678-31662009000200002
74
DESCARTES, René. Discurso do método. São Paulo: Abril Cultural,
1973.
76
REY, Fernando L. González. Sujeito e subjetividade: uma aproximação
histórico - cultural. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.
77
Psicologia da Gestalt. Canal Didatics.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sdujGoIj62M.
Acesso em: 09/02/2019.
Disponível em:
https://psibr.com.br/leituras/cognicao-e-comportamento/skin-
ner-sobre-ciencia-e-comportamento-humano?highlight=WyJi-
ZWhhdmlvcmlzbW8iXQ==
Acesso em: 08/02/2019.
78
Figura 8. Lev Vygotsky. Instituto Net Claro Embratel, 2018. Disponível
em: https://www.institutonetclaroembratel.org.br/educacao. Acesso em:
Agosto/2019.
Figura 13. Sigmund Freud. Editora Zahar, 2018. Disponível em: https://
zahar.com.br/blog/post/livros-de-psicanalise-com-desconto-no-aniver-
sario-de-freud. Acesso em: Agosto/2019.
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