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Hoje vamos falar cobre psicologias das massas, multidões e as teorias das massas, e

como os tiranos aproveitam esta área do conhecimento para tirar o máximo proveito
das populações.

Psicologia das multidões, ou psicologia das massas, é um ramo da psicologia social


amplamente aproveitado por políticos, ditadores, poderosos, cujo objetivo é estudar
as características do comportamento de indivíduos dentro de multidões. Em uma
multidão, o senso de universalidade de comportamento e o enfraquecimento de
responsabilidade individual influenciam fortemente o comportamento coletivo
emergente à medida que o número de pessoas no grupo cresce. De um modo geral,
quanto mais coletivista for o pensamento, melhor é para o dominador. Por isso
também, este campo abrange não apenas o estudo do comportamento individual de
membros em uma multidão, mas também o comportamento da multidão como uma entidade
única.

Em um estudo de 2001, o Instituto de Estudos de Defesa Não Letal da Universidade


Estadual da Pensilvânia definiu uma multidão mais especificamente como "uma reunião
de indivíduos e pequenos grupos que se reuniram temporariamente. Esses pequenos
grupos geralmente são compostos por amigos, familiares , conhecidos ou com certa
afinidade." Além disso, adiciona-se a este conceito o conhecimento de Jung sobre o
Inconsciente Coletivo. Segundo Jung, o inconsciente coletivo não deve à existência
a experiências pessoais do indivíduo; ele não é adquirido individualmente. Jung faz
a distinção: o inconsciente pessoal é representado pelos sentimentos e idéias
reprimidas, desenvolvidas durante a vida de um indivíduo. O inconsciente coletivo
não se desenvolve individualmente, ele é herdado. É um conjunto de sentimentos,
pensamentos e lembranças compartilhadas por toda a humanidade. Um exemplo claro
disso é o sentimento atual de culpa dos alemães ante ao terror do Holocausto, mesmo
passados quase 80 anos do ocorrido.

Uma multidão pode apresentar um comportamento diferente dos indivíduos que a


compõem. Várias teorias surgiram no século 19 e início do século 20 para explicar
esse fenômeno.

Teoria do contágio – a Teoria do Contágio foi formulada por Gustave Le Bon. De


acordo com Le Bon, as multidões exercem uma influência hipnótica sobre seus
membros. Protegidos pelo anonimato, grande número de pessoas abandona a
responsabilidade pessoal e se entrega às emoções contagiosas da multidão. Uma
multidão, assim, assume vida própria, despertando emoções e levando as pessoas a
ações irracionais e até violentas. Embora o comportamento coletivo possa envolver
emoções fortes, tais sentimentos não são necessariamente irracionais. Cientistas do
comportamento argumentam de forma convincente que o "contágio" nunca realmente
ocorre e os participantes do comportamento coletivo não perdem sua capacidade de
pensar racionalmente. Quando pessoas estão saqueando supermercados, queimando
ônibus ou roubando cargas que caíram na estrada, elas estão agindo em seu nível
racional.

Teoria freudiana
A teoria Freudiana do comportamento de massas afirma que, quando uma pessoa se
torna membro de uma multidão, sua mente inconsciente é liberta. Isso acontece
porque as restrições do superego, o núcleo moral da consciência, são relaxadas,
enfraquecidas. O sujeito cede aos encantos do grupo, fica mais falante, bebe mais,
dança mais, é o mais violento, e tenta se destacar ao máximo. O indivíduo, então,
tende a seguir o líder carismático da massa e ficar ao lado dele. Isso é percebido
em manifestações violentas da esquerda, como antifas, MST, black blocks. O controle
do ego sobre os seus impulsos, e os instintos normalmente confinado em sua
personalidade vêm à tona. Deste modo, a multidão fornece uma libertação momentânea
de desejos reprimidos. Apesar da teoria de Sigmund Freud ser útil para explicar
comportamento de massas, e em alguns casos as massas poderem ser a catapulta para
manifestação de desejos reprimidos, isso obviamente não é verdade para todas as
multidões.

Teoria da Convergência – enquanto a Teoria do Contágio afirma que as multidões


fazem com que as pessoas ajam de uma determinada maneira, a teoria da Convergência
afirma totalmente o contrário fundamentado na mesma ideia: que as pessoas que
querem agir de uma determinada maneira se unem para formar multidões. O argumento
central de todas as teorias de convergência é que o comportamento coletivo revela
as tendências ocultas dos indivíduos que participam da episódio. Afirma que pessoas
com atributos semelhantes encontram outras pessoas de mentalidade semelhante com as
quais podem liberar essas tendências subjacentes. As pessoas às vezes fazem coisas
em uma multidão que não teriam coragem de fazer sozinhas, porque as multidões podem
difundir a responsabilidade, mas o próprio comportamento se origina dentro dos
indivíduos. As multidões, além disso, podem intensificar um sentimento simplesmente
criando uma massa crítica de pessoas que pensam da mesma forma. Um exemplo disso é
tudo que exemplificamos acima, mas pode ser notado em torcidas de futebol, e nem me
refiro a torcidas organizadas.

Teoria da norma emergente – aqui, as multidões começam como coletividades compostas


por pessoas com interesses e motivos mistos. Especialmente no caso de multidões
menos estáveis como multidões expressivas, atuantes e de protesto então as normas
podem ser vagas e mutáveis, como quando uma pessoa decide quebrar as vitrines de
uma loja e outras se juntam e começam a saquear mercadorias. Quando as pessoas se
encontram em uma situação vaga, ambígua ou confusa, novas normas "emergem" no local
e as pessoas seguem essas normas emergentes, que podem estar em desacordo com o
comportamento social normal. A argumentação é que ainda existem várias categorias
diferentes de participantes, todos os quais seguem diferentes padrões de
comportamento devido às suas diferentes motivações.

Teoria do valor agregado – Neste caso, o comportamento coletivo é na verdade uma


espécie de válvula de liberação para a tensão acumulada (“tensão”) dentro do
sistema social, comunidade ou grupo. Se os determinantes apropriados estiverem
presentes, o comportamento coletivo torna-se inevitável. Por outro lado, se algum
dos determinantes-chave não estiver presente, nenhum comportamento coletivo
ocorrerá, a menos e até que os determinantes ausentes se encaixem. Estes são
principalmente sociais, embora fatores físicos, como localização e clima, também
possam contribuir ou dificultar o desenvolvimento do comportamento coletivo.

Teoria da identidade social


O seu aspecto mais significativo dé o desenvolvimento através da teoria da auto-
categorização. A tradição da identidade social assume que as massas são formadas
por múltiplas identidades, e constituem sistemas complexos, ao invés de um sistema
unitário, uniforme. Esta teoria destaca a distinção entre identidade pessoal, que
se refere a características únicas de um indivíduo, e a identidade social, que se
refere ao auto-entendimento de um indivíduo como membro de uma determinada
categoria social. Embora tais termos possam ser ambíguos, é importante salientar
que todas as identidades são sociais no sentido de definir uma pessoa em termos de
relações sociais. Estes termos são utilizados em diferentes graus de abstração. A
teoria da identidade social também menciona que categorias sociais são fortemente
associadas a tradições ideológicas, como o catolicismo e o islamismo. Em alguns
casos, identidades sociais podem ser ainda mais importantes do que a sobrevivência
biológica do indivíduo. Por exemplo, é óbvio notar que pessoas podem não apenas
matar, mas também morrer por variados tipos de fé - seja política, religiosa ou
nacionalista. Talvez, o ponto mais importante desta teoria é que a identidade
social é o que conecta e aproxima os membros de uma multidão.

E aqui finalizamos nosso assunto de hoje. Fizemos este vídeo com o intuito de
introduzir o conhecimento sobre psicologia das massas.

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