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Bárbara Tahis
MÓDULO I
- TEXTO -
- ESTRUTURA -
A história da escrita…
Tem início há milhares de anos quando o homem sente a necessidade de registar não só acontecimentos,
mas particularmente operações primitivas de comércio. Dada a sua importância, a escrita marca o encerramento
da Pré-História e o início da História. Ao longo de sua trajetória no planeta, a humanidade encontrou formas
diferentes de comunicação. As sociedades se expressaram por meio da oralidade, de símbolos e de desenhos,
até que a escrita surgiu. Uma das primeiras maneiras de trocar mensagens e registrar experiências foi a pintura
rupestre. Estudiosos já encontraram, em paredes de cavernas pelo mundo, gravações que datam de 40 mil anos
atrás.
Uma escrita sistematizada aparece somente por volta de 3500 a.C., quando os sumérios desenvolveram a escrita
cuneiforme na Mesopotâmia. Os registros cotidianos, econômicos e políticos da época eram feitos na argila,
com símbolos formados por cones. Nesse mesmo momento, surgem os hieróglifos no Egito. Essa escrita era
dominada apenas por pessoas poderosas da sociedade, como escribas e sacerdotes.
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
As primeiras civilizações usaram uma série de suportes para a escrita que são impensáveis no mundo de hoje:
barro, cascas de árvore, rochas, couro de animais, ossos… Acompanhe alguns meios curiosos que possibilitaram
que a escrita se tornasse central para a humanidade.
Tabuletas de argila
Os primeiros pictogramas foram gravados nessa espécie de tábua de madeira coberta de argila. Com um
instrumento feito de algum tronco vegetal, a argila era empurrada e os símbolos eram gravados. As tabuletas
eram levadas ao forno para que o registro se tornasse permanente. Quando eram revestidas de cera, podiam ter
os escritos apagados. Assim, as tábuas eram reaproveitadas.
Óstraco
Nesse fragmento de cerâmica, na maioria das vezes quebrado, eram registrados avisos, rascunhos e mensagens
curtas. A escrita era feita com objetos pontiagudos. Bem mais acessível do que o papiro ou o pergaminho, o
óstraco foi muito presente na vida das classes mais baixas. O termo “ostracismo”, que se refere a uma punição
existente na Grécia Antiga, foi criado porque os habitantes de Atenas usavam um óstraco para votar sobre o
exílio do réu.
Papiro
O percursor do papel foi desenvolvido por volta de 2500 a.C., pelos egípcios, a partir da planta papiro, que tinha
o miolo cortado em finas lâminas. Depois de secas, elas eram mergulhadas em água, na qual permaneciam por
seis dias. Outra vez secas, as lâminas eram ajeitadas em fileiras horizontais e verticais, sobrepostas umas às
outras. A folha obtida era martelada, alisada e colada ao lado de outras, para formar uma longa fita que era
depois enrolada.
Pergaminho
O pergaminho surgiu na Ásia, na cidade de Pérgamo, por volta do século 2 a.C. Era produzido com pele de
animal, geralmente carneiro, bezerro e cabra. As peles passavam por um banho de cal e eram colocadas para
secar em uma moldura de madeira. O pergaminho era um material nobre, usado para documentos
muito importantes. Nos mosteiros católicos, os monges reproduziam textos religiosos nesse suporte.
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
Máquina de escrever
A máquina de escrever foi o primeiro uso da mecânica na escrita. O primeiro protótipo funcional surgiu em
1867, pelas mãos do tipógrafo americano Christopher Sholes. A máquina era feita de madeira, e as teclas eram
presas com hastes de arame, escrevendo só em letras maiúsculas. Os aperfeiçoamentos foram tornando a escrita
mais precisa e veloz, saltando para peças eletrônicas que faziam o papel se movimentar sozinho.
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Conforme Leontiev (1978):
(...) o sentido consciente, psicologicamente concreto, é criado pela relação objetiva, que se reflete na
mente do sujeito, daquilo que o impulsiona a agir com aquilo para o que está orientada sua ação como
resultado imediato desta. Em outras palavras, o sentido expressa a relação do motivo da atividade com a
finalidade imediata da ação. (LEONTIEV,1978,p.34).
Na perspectiva de Reis (2019) os indivíduos se apropriam dos instrumentos culturais criados pelos seres
humanos ao longo da história, entre eles a escrita, à medida que dão função a eles, como registrar vivências,
expressar sentimentos e emoções e comunicar-se sobre fatos e acontecimentos. Deste modo, o ensino da escrita
nas escolas deve ocorrer dentro de um contexto significativo para os alunos, deixando de lado práticas de cópias
de textos alheios a seus interesses ou de treino motor de letras e sílabas. Segundo Vygotsky (1988), a escrita é
uma atividade cultural complexa que aparece regulada por um sistema específico de motivação, sendo matéria
de apropriação do próprio processo de ensino aprendizagem, isto é, não se encontra nas condições “maturativas”
de partida, mas se formam no próprio processo de aprendizagem.
“A escrita é, no entanto, muito mais do que “a pintura da voz” como queria Voltaire. Tornou-
se a suprema ferramenta do conhecimento humano (ciência), agente cultural da sociedade
(literatura), meio de expressão democrático e informação popular (a imprensa) é uma arte em
si mesma (caligrafia), para mencionar algumas manifestações.” (FISCHER, 2009, prefácio).
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
ANOTA AÍ!
Observações da professora:
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● O homem tem necessidade de registrar aquilo que é ‘novo’ para ele, assim como precisa dar ‘concretude’
aquilo que vive/aprende;
● As pessoas só sentem vontade de replicar (ou responder), se compreenderem a intenção/propósito do
questionamento;
● O candidato só irá redigir um texto, caso sinta vontade de ‘dizer’ algo. Ou seja, ele saberá interpretar
determinado tema, se sua compreensão for exercitada com coerência;
COMPREENSÃO X INTERPRETAÇÃO
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
ANOTA AÍ!
Observações da professora:
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FAZENDO LINKS…
Todo ato comunicativo se dá pela ação da linguagem, que pode ser definida como linguagem verbal e não
verbal. Em outras palavras, essas formas de linguagem são definidas como modalidades comunicativas. Isso
significa que será necessário a ação de um emissor e de um receptor, com o intuito de receber ou transmitir uma
mensagem.
Linguagem verbal: também chamada de linguagem verbalizada, é expressa por meio de palavras escritas ou
faladas.
Linguagem não verbal: utiliza signos visuais, como, por exemplo, os gestos, postura, ilustrações, placas,
músicas.
Além dessas, uma outra forma de linguagem pode ser utilizada no dia a dia, que é a linguagem mista, também
conhecida como linguagem híbrida. Nela é possível encontrar as linguagens verbal e não verbal juntas, com
objetivo de passar uma única mensagem.
Um exemplo de linguagem mista pode ser encontrado em uma charge, quando se encontra uma imagem e um
espaço com um texto acerca da imagem. Tanto a foto quanto o texto contribuíram significativamente para a
compreensão da mensagem.
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
ANOTA AÍ!
Observações da professora:
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A compreensão da proposta, é fundamental. Aqui o candidato precisa entender o tema a ser desenvolvido,
organizar as ideias e aplicá-las em um texto. Para isso é preciso ler o tema com bastante atenção, para conseguir
relacionar outras áreas do conhecimento e provar que sabe o que é um texto dissertativo.
1.Compreensão da proposta: evitar ficar preso aos textos motivadores, não os copiar, mas também
não os ignorar;
2.Conhecimento sobre outras áreas, como, por exemplo, literatura, biologia, cinema, biotecnologia,
entre outras;
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
ORGANIZANDO/PLANEJANDO/COMPREENDENDO/INTERPRETANDO
ANOTA AÍ!
Observações da professora:
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ESTRUTURA TEXTUAL
Todo texto pressupõe um planejamento, o qual deverá ser distribuído em uma estrutura específica. Assim sendo,
exercitaremos a redação, na seguinte estrutura:
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
A FOLHA PAUTADA
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
ANOTA AÍ!
Observações da professora:
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EX(1):
É sabido que o país tem vivenciado recentemente uma série de desastres ambientais. Assim torna-se relevante
observar os fatores que tornam este tema uma pauta importante para ser discutida.
Após a Segunda Guerra Mundial o Brasil deu início a industrialização e com ela ao consumismo, tendo em vista
que este é um problema social também se trata de um problema ambiental com a produção de mais lixo e
descarte incorreto. O rio Tiete que fica situado em São Paulo é considerado um rio morto, pois a taxa de oxigênio
dele é perto de zero, isso é resultado da poluição de indústrias, de saídas de esgotos e lixos jogados na água.
A cidade Rio de Janeiro, foi a primeira capital do país a proibir os canudos plásticos, essa iniciativa é para tentar
amenizar com a poluição do marinha, pois o plástico que é jogado no mar é ingerido pelas espécies aquáticas
que acabam morrendo.
Diante disso, é conveniente que o Ministério do Meio Ambiente crie planos de recuperação de áreas desmatadas
e rios poluídos nas cidades e florestas do Brasil. Dessa maneira, será possível que a os brasileiros se beneficie
da natureza corretamente.
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
CORREÇÃO:
EX(2):
Agora, observa a redação, cuja foi elaborada a partir do tema Gravidez na adolescência:
INT = O período Renascentista, no século XXI, trouxe como um dos principais valores o hedonismo, o qual consiste na
busca pelo prazer humano como um bem supremo da vida. Com o decorrer dos anos, tal concepção se adequou e perpetuou
dentre muitas civilizações, porém, paralelamente, criou contrapontos quanto à procura por satisfação irracional e não
moderada. Nesse sentido, é possível constatar que, em meio aos envolvimentos afetivos e tentativa de saciar os desejos
da adolescência, a ocorrência da gravidez precoce surge como um desafio enfrentado pelo Brasil atual.
D1= Em primeiro lugar, é de suma importância evidenciar que o tratamento social do sexo como um tabu, somado a
eficácia incompleta das campanhas de prevenção, tornam-se raízes das gestações infanto-juvenis. Nessa perspectiva, a
barreira criada por diversas famílias no que tange ao diálogo sobre relações sexuais e intimidades, é reflexo de uma cultura
que encara esses assuntos ainda com anormalidade, gerando, com isso, jovens que não possuem orientação e tampouco
liberdade para tirar dúvidas em seus próprios lares. Ademais, as publicidades da área da saúde e educacional com foco
apenas imperativo, como o “Use camisinha”, e não didático e explicativo sobre o que realmente se trata, acaba por não
atingir a ampla conscientização do público alvo. Por consequência, abre-se espaço para o adolescente iniciar a vida sexual
desinformado e sem proteção, ficando a mercê do risco de contração de doenças e à fecundação.
D2= Além disso, é imprescindível ressaltar que com a gravidez precoce e o posterior nascimento da criança, a nova mãe
fica submetida a dificuldades, inclusive, socioeconômica. Por conseguinte, tendo como base o fato de que, segundo o
IBGE, em 2019, 1 a cada 5 bebês brasileiros é filho de uma jovem com idade que varia de 15 a 18 anos, percebe-se que
se trata justamente da faixa etária em que o cidadão tende a concluir o Ensino Básico e ingressar no Ensino Superior ou
curso técnico. Frente a essa realidade, a estudante acaba tendo seus estudos afetados, visto que passa a necessitar de maior
tempo de dedicação ao progênito. Desse modo, a menor, com baixo grau de escolaridade, encontra entraves ao tentar
entrar no mercado de trabalho, já que esse, em meio a Era Tecnológica, exige maiores qualificações.
C= Logo, há necessidade de que a busca pelos prazeres humanos seja acompanhada de moderação e conhecimento para
que não cause efeitos irreversíveis e inesperados na vida juvenil. Portanto, seria conveniente que o Governo Federal,
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
através do Ministério da Saúde, elaborasse projetos para serem trabalhados nas escolas brasileiras, que visem à educação
sexual dos adolescentes no que se refere aos perigos e cuidados que devem ser tomados em suas relações. Para mais, a
mesma administração pode promover, ainda, campanhas e espaços de debates para orientar pais e familiares quanto à
importância do diálogo com os menores sobre o assunto em questão. Assim, ao educar a juventude e sensibilizar os
responsáveis, uma sociedade que cultua o zelo pela saúde e proteção dos seus menores, sobretudo das meninas, será
fortificada no Brasil.
(Aluna ENEM/ FOCO, 2019. Hellen T.C.Santos/média 9.60)
ANOTA AÍ!
Observações da professora:
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
Para redigir uma redação, é essencial o domínio de gramática e estética textual. O candidato deve conhecer
o uso da norma padrão da língua portuguesa e suas aplicações. Visto que, serão observados os conhecimentos
sobre todas as regras gramaticais, levando em consideração critérios relacionados à ortografia, regência,
concordância e semântica.
Língua coloquial:
● Variante espontânea;
● Presença de coloquialismos (expressões próprias da fala), tais como: pega leve, se toca, tá rolando
etc.
● Uso de gírias;
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
● Uso frequente de palavras para articular ideias (tipo assim, ai, então, etc.);
Língua culta:
● Variante prestigiada.
A língua coloquial, por ser descontraída, relaciona-se com a fala (língua oral), enquanto a culta, com a
escrita.
ANOTA AÍ!
Observações da professora:
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
Exercício de fixação
b) A gramática tradicional permanece viva e forte porque, ao longo da história, ela deixou de ser
apenas uma tentativa de explicação filosófica para os fenômenos da linguagem humana e foi
transformada em mais um dos muitos elementos de dominação de uma parcela da sociedade
sobre as demais. (BAGNO 1999, p.149).
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NOTA
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
MÓDULO II
- ARGUMENTOS -
- ELEMENTOS COESIVOS -
- PROPOSTA DE INTERVENÇÃO/CONCLUSÃO -
ANOTA AÍ!
Observações da professora:
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O trabalho infantil continua a ser um dos mais vergonhosos atestados da condição de pobreza de milhares
de famílias brasileiras, que precisam usar suas crianças para aumentar a produção no campo ou para
complementar o orçamento doméstico nas cidades. O trabalho infantil compromete o rendimento escolar,
quando não impede as crianças de estudarem.
● Elabore um texto dissertativo, com no mínimo 25 (vinte e cinco) e no máximo 30 (trinta) linhas, sobre
o tema do parágrafo acima abordando a origem, causas e as consequências dessa modalidade de trabalho,
e possíveis soluções para combater esta realidade. Dê um título para sua redação.(NA FOLHA
PAUTADA)
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
Nessa competência, será avaliado se o candidato sabe escrever um texto coeso. É exigido um texto dissertativo-
argumentativo, as ideias precisam, além de serem sólidas, estar bem articuladas e organizadas por meios de
parágrafos bem elaborados. A utilização de conectores deve ser explícita, ligando os argumentos e parágrafos,
evitando repetições.
*Uso de referências: Os lugares, pessoas, coisas, dados, informações e fatos que são introduzidos
devem ser retomados, à medida que o texto vai progredindo. Referências podem ser expressas por
meio de pronomes, advérbios, e artigos.
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
EX(1)
O Brasil é um país com uma das maiores diversidades do mundo. Os colonizadores, escravos e imigrantes foram
essenciais na construção da identidade nacional, e também, trouxeram consigo suas religiões. Porém, a
diversidade religiosa que existe hoje no país entra em conflito com a intolerância de grande parte da população
e, para combater esse preconceito, é necessário identificar suas causas, que estão relacionadas à criação de
esteriótipos feita pela mídia e à herança do pensamento desenvolvido ao longo da história brasileira.
2º Primeiramente, é importante lembrar que o ser humano é influenciado por tudo aquilo que ouve e vê.
Então, quando alguém assiste ou lê uma notícia sobre políticos da bancada evangélica que são contra o aborto
e repudiam homossexuais, esse alguém tende a pensar que todos os seguidores dessa religião são da mesma
maneira. Como já disse Adorno, sociólogo que estudou a Indústria Cultural, a mídia cria certos esteriótipos que
tiram a liberdade de pensamento dos espectadores, forçando imagens, muitas vezes errôneas, em suas mentes.
Retomando o exemplo dos evangélicos, de tanto que são ridicularizados por seus costumes e crenças na televisão
e na internet e pelos jornais destacarem a opinião de uma parte dos seguidores dessa religião, criou-se um
modelo do “típico evangélico”, que é ignorante, preconceituoso e moralista, o que, infelizmente, foi
generalizado para todos os fiéis.
3º Além disso, percebe-se que certos preconceitos estão enraizados no pensamento dos brasileiros há muito
tempo. Desde as grandes navegações, por exemplo, que os portugueses chamavam alguns povos africanos de
bruxos. Com a vinda dos escravos ao Brasil, a intolerância só aumentou e eles foram proibidos de praticarem
suas religiões, tendo que se submeter ao cristianismo imposto pelos colonos. É por isso que as práticas das
religiões afro-brasileiras são vistas como “bruxaria” e “macumba” e seus fieis são os que mais denunciam atos
de discriminação (75 denúncias entre 2011 e 2014).
4º Portanto, é possível dizer que, mesmo existindo o artigo 208 do código penal, que pune os crimes de
intolerância religiosa, ela ainda é muito presente. Para combatê-la, é preciso acabar com os esteriópitos,
ensinando desde cedo a respeitar todas as religiões. Então, o governo federal deve deixar obrigatória para todos
os colégios (públicos e privados) a disciplina Ensino Religioso durante o Ensino Fundamental. Outro caminho
é o incentivo das prefeituras para que a população conheça as religiões como elas realmente são, e não a imagem
criada pela mídia nem aquela herdada desde a época colonial, promovendo visitas aos centros religiosos,
palestras e programas na televisão e no rádio.”
ANOTA AÍ!
Observações da professora:
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
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O conceito de coerência textual refere-se à relação lógica entre ideias, situações ou acontecimentos.
Em sua obra “Coerência textual”, os estudiosos Koch e Travaglia definem a coerência como “um
princípio de interpretabilidade, ligada à inteligibilidade do texto numa situação de comunicação e à
capacidade que o receptor tem para calcular o sentido deste texto”. Assim sendo, a coerência é o que
faz com que o texto faça sentido para os usuários da língua.
A conclusão pode ser a parte mais importante, pois a elaboração de uma solução do problema proposto é a mais
criteriosa entre os corretores e onde os alunos possuem mais dificuldade.
O candidato deve ter levantado alguns aspectos voltados para uma problemática, para um fato passível de ser
solucionado. Ao concluir seu texto, deve-se apresentar uma solução para o que foi discutido ao longo da
redação.
A proposta de intervenção deve ser detalhada de modo a permitir ao leitor o julgamento sobre sua
exequibilidade, portanto, deve conter a exposição da intervenção sugerida e o detalhamento dos meios para
realizá-la. Além disso, é preciso considerar os pontos abordados durante o desenvolvimento do texto e focar na
coerência com os argumentos utilizados, já que expressa a sua visão, como autor, das possíveis soluções para a
questão discutida.
*Presença de proposta;
*Detalhamento dos meios para realização da solução proposta;
*Possibilidade de ser executada: A solução que eu apresento é viável?
*Respeito aos Direitos Humanos: A intervenção não pode ferir valores como cidadania,
liberdade, solidariedade e diversidade cultural.
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A
persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”, apresentando proposta de intervenção que respeite
os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.(NA FOLHA PAUTADA)
Brasil, não nos deixa dúvidas a cerca da
Texto I necessidade de mudança de comportamento
e atitudes de toda a população diante da
“As estatísticas apresentam altos
violência de gênero (MACHADO, 1998) e
índices de violência contra as mulheres em
também ao próprio reconhecimento dos
todo o mundo e, mais especificamente no
direitos do sexo feminino na sociedade. Do
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
nosso ponto de vista, não entendemos a alarmante: 503 mulheres brasileiras vítimas
violência contra a mulher apenas como um a cada hora.
ato de agressão contra seu corpo, seja de Esses números, que mostram o persistente
ordem da agressão física, sexual de tortura problema da violência contra as mulheres no
ou até mesma psicológica. Consideramos Brasil, fazem parte de uma pesquisa feita
que a violência que a mulher sofre está pelo Datafolha e encomendada pelo Fórum
enraizada no imaginário social coletivo da Brasileiro de Segurança.
nossa sociedade, de homens e também de Os dados, divulgados hoje, no Dia
mulheres, que acabam por legitimar a Internacional da Mulher, mostram que 22%
submissão do sexo feminino ao domínio do das brasileiras sofreram ofensa verbal no ano
sexo masculino. A violência contra as passado, um total de 12 milhões de
mulheres se apresenta de forma velada nas mulheres. Além disso, 10% das mulheres
máscaras da linguagem cotidiana que a sofreram ameaça de violência física, 8%
sociedade possui, no uso de expressões de sofreram ofensa sexual, 4% receberam
diversas palavras de duplo sentido, que ameaça com faca ou arma de fogo. E ainda:
diminuem e ridicularizam a imagem das 3% ou 1,4 milhões de mulheres sofreram
mulheres diante da sociedade. Referências espancamento ou tentativa de
essas que reforçam a criação de estereótipos estrangulamento e 1% levou pelo menos um
que produzem formas de preconceito e tiro.
discriminação, as vezes, através de A pesquisa mostrou que, entre as mulheres
personagens que a sociedade cria como por que sofreram violência, 52% se calaram.
exemplo: “a dona de casa, a doméstica, a Apenas 11% procuraram uma delegacia da
professorinha, a garota de programa” entre mulher e 13% preferiram o auxílio da
tantos outros tipos. Personagens estes que se família.
tornaram objetos e produtos muito lucrativos
da mídia.” (MEDEIROS,2016, p.3) E o agressor, na maior parte das vezes, é um
conhecido (61% dos casos). Em 19% das
vezes, eram companheiros atuais das vítimas
Fonte:https://monalysamedeiros.jusbra
sil.com.br/artigos/303302196/a-violencia- e em 16% eram ex-companheiros. As
contra-mulher-na-sociedade-contemporanea-
agressões mais graves ocorreram dentro da
brasileira>Acessado Acesso em janeiro de 2022.
casa das vítimas, em 43% dos casos, ante
39% nas ruas.
Texto II
Assédio
São Paulo – Uma em cada três mulheres O levantamento do Datafolha apontou que
sofreram algum tipo de violência no último 40% das mulheres acima de 16 anos
ano. Só de agressões físicas, o número é sofreram algum tipo de assédio, o que inclui
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REDAÇÃO – Profa. Bárbara Tahis
receber comentários desrespeitosos nas ruas violência todo mundo percebe. Cerca de
(20,4 milhões de vítimas), sofrer assédio 66% dos brasileiros presenciaram uma
físico em transporte público (5,2 milhões) e mulher sendo agredida fisicamente ou
ou ser beijada ou agarrada sem verbalmente em 2016.
consentimento (2,2 milhões de mulheres).
Os assédios mais graves aconteceram entre E, em vez de o cenário ter melhorado,
jovens e 42% mulheres negras. Já em maior parte das mulheres (76%) acreditam
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