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A SÍFILIS
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Índice
Introdução...................................................................................................................................................3
1. Definição.............................................................................................................................................4
2. Agente Etiológico................................................................................................................................4
3. Fisiologia e Estrutura da Bactéria........................................................................................................4
3.1. Reservatório.....................................................................................................................................4
4. Características......................................................................................................................................4
5. Modo de transição e transmissibilidade...............................................................................................5
6. Factores, situações e riscos da cólera...................................................................................................6
7. Epidemiologia......................................................................................................................................7
8. Diagnostico..........................................................................................................................................8
9. Tratamento...........................................................................................................................................8
10. Prevenção........................................................................................................................................9
10.1. Vacinação..................................................................................................................................11
11. Medidas de controlo da cólera.......................................................................................................12
Conclusão..................................................................................................................................................13
Bibliografia................................................................................................................................................14
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Introdução
Essas doenças afectam as pessoas mais pobres e vulneráveis que residem em regiões africanas de
difícil acesso. São doenças que desfiguram e incapacitam, que impedem as crianças de
frequentar a escola e os pais de trabalhar, limitando o seu potencial e deixando as comunidades
atoladas na pobreza.
Os esforços de combate a estas doenças são apoiados por uma das maiores parcerias público-
privadas no domínio da saúde global, mediante o auxílio de doadores, da Organização Mundial
da Saúde e de empresas farmacêuticas, que doam todos os medicamentos necessários para
alcançar os objectivos de controlo e erradicação das DTN.
O presente trabalho, tem como tema: A Sífilis e seu objectivo geral é conhecer a doença. Seus
objectivos específicos são:
Definir a Sífilis;
Apontar o Agente Etiológico da Sífilis;
Apresentar a Fisiologia e Estrutura da Bactéria causadora da Sífilis;
Caracterizar a Sífilis;
Determinar os Factores, situações e riscos da Sífilis;
Descrever a Epidemiologia da Sífilis;
Identificar o Diagnostico da Sífilis;
Aferir a Linha de Tratamento da Sífilis;
Mencionar a Prevenção da Sífilis.
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1. A Sífilis em Moçambique – Epidemiologia
A cobertura da testagem varia imenso em todo o país, com as províncias do Niassa, Nampula e
Zambézia a alcançarem menos de 75% e Maputo Província e Maputo Cidade a atingirem mais de
95% das mulheres que fizeram o teste da Sífilis nas CPN em 2018 (Figura 1). A cobertura do
tratamento da Sífilis, com três doses de Penicilina Benzatínica, foi de 75% em 2018.
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B: Cobertura do tratamento da Sífilis entre as que tiveram resultado positivo nas CPN 2018
1. Definição
2. Sinais e Sintomas
Lues, doença gálica, lues venérea, mal gálico, sifilose, doença britânica, mal venéreo, peste
sexual.
3. Agente Etiológico
3.1. Reservatório
O homem.
A associação entre o Treponema pallidum, seu agente etiológico, e a Sífilis foi observada pela
primeira vez em 1905 por Schaudinn e Hoffman que demonstraram espiroquetas em amostra de
fluidos de lesões produzidas pela Sífilis que apresentavam dificuldade para serem coradas com o
emprego de técnicas usuais e que receberam o nome de pálido (em latim pallidum). Tratar-se de
uma bactéria exclusiva do ser humano, gram-negativa, microaerófila, não cultivável, espiralada,
móvel e que tem tropismo por diversos órgãos e tecidos. Apresenta sensibilidade ao meio
externo e não sobrevive por muito tempo na ausência de seu hospedeiro natural.
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de ida e volta. A motilidade e habilidade de aderir às células contribuem para a virulência desse
alógeno, resultando em sua extrema capacidade de invasão rápida, fixação em superfícies
celulares e penetração nas junções endoteliais e nos tecidos
5. Descrição da infecção
No primeiro estágio da evolução, conhecido como Sífilis Primária ocorre inicialmente uma
intensa resposta inflamatória no local da inoculação associado a um período de multiplicação e
disseminação do T. pallidum na corrente sanguínea e vasos linfáticos. A porta de entrada
localiza-se na região genital em 90% a 95% dos casos. Após um intervalo variável de dez a
noventa dias (média de 21 dias), surge a lesão inicial, chamada de Cancro Duro ou
Protossifiloma, no local da inoculação. Em 15 a 30% dos casos a lesão não é percebida ou pode
se apresentar de forma atípica, simulando outras IST ulcerativas, como Herpes, Cancro Mole ou
Úlceras Traumáticas.
O Cancro Duro é extremamente contagioso e se caracteriza por ser uma úlcera indolor, com base
rasa e limpa, avermelhada, bordas elevadas, endurecidas com discreta serosidade e que
desaparece entre um a dois meses, comumente não deixando cicatriz. Frequentemente podem ser
observados linfonodos aumentados de volume, indolores e localizados unilateralmente na região
inguinal.
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aspecto eritematoso (Roséola Sifilítica) que se caracterizam pelo aparecimento em episódios e
aspecto simétrico em sua distribuição, lembrando muitas vezes um quadro alérgico ou viral que
gradualmente evoluem para lesões papulosas.
Nesta fase também são acometidas as superfícies mucosas, com o surgimento de lesões
extremamente contagiosas principalmente na região genitoanal e que podem ser confundidas
com verrugas genitais. A alopecia temporária do couro cabeludo em regiões temporais e occipital
podem estar presentes e mais raramente, ocorre comprometimento dos supercílios, cílios, bigode
e barba, além do envolvimento ungueal. Embora possíveis, a presença de lesões oftalmológicas,
auditiva, musculoesquelético, renal, hepática, gástrica e cardiopulmonar, foram descritas na
literatura e mesmo na ausência de tratamento, as lesões cutâneas e as manifestações clínicas
desaparecerão espontaneamente, instalando-se a Fase Latente da Sífilis.
A fase terciária da sífilis ocorre em cerca de 30-40% dos pacientes não tratados ou tratados de
forma inadequada. Normalmente suas manifestações surgem cerca de três anos após a infecção e
são frequentemente localizadas na pele, mucosas, sistema cardiovascular e sistema nervoso. As
lesões são caracterizadas pelo aparecimento de granulomas e podem ser solitárias, assimétricas,
endurecidas e policíclicas. Na região orofacial os granulomas podem difundir-se e perfurar o
palato duro e o septo nasal
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Figura 2. Lesões características associadas aos diferentes estágios da sífilis.
A sífilis primária caracteriza-se por apresentar lesão inicial denominada cancro duro ou
protossifiloma, que surge em 1 a 2 semanas, ocorrendo adenite satélite. O cancro duro,
usualmente, desaparece em 4 semanas, sem deixar cicatrizes. As reacções sorológicas para sífilis
tornam- se positivas entre a 2ª e a 4ª semanas do aparecimento do cancro. A sífilis secundária é
marcada pela disseminação dos treponemas pelo organismo. Suas manifestações ocorrem de 4 a
8 semanas do aparecimento do cancro. A lesão mais precoce é constituída por exantema
morbiliforme não pruruginoso: a roséola.
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positivas. No período de sífilis recente latente, não existem manifestações visíveis, mas há
treponemas localizados em determinados tecidos.
Assim, o diagnóstico só é obtido pelas reacções sorológicas. Pode ocorrer com freqüência
polimicro-adenopatia, particularmente de linfonodos cervicais, epitrocleanos e inguinais.
c) Sífilis adquirida tardia - É considerada tardia após o primeiro ano de evolução e ocorre
em doentes que não receberam tratamento adequado ou que não foram tratados.
Na sífilis óssea, pode haver osteíte gomosa, periostite osteíte esclerosante, artralgias, artrites,
sinovites e nódulos justa-articulares. O quadro mais frequente de comprometimento
cardiovascular é a aortite sifilítica (determinando insuficiência aórtica), aneurisma e estenose de
coronárias. A sífilis do sistema nervoso é assintomática ou sintomática com as seguintes formas:
meningo-vascular, meningite aguda, goma do cérebro ou da medula, crise epileptiforme, atrofia
do nervo óptico, lesão do sétimo par, paralisia geral e tabes dorsalis.
d) Sífilis congénita - É consequente à infecção do feto pelo Treponema pallidum, por via
placentária. A transmissão faz-se no período fetal a partir de 4 a 5 meses de gestação.
Antes dessa fase, a membrana celular das vilosidades coriais parece constituir obstáculo
intransponível para o treponema. Após sua passagem transplacentária, o treponema ganha
os vasos do cordão umbilical e se multiplica rapidamente em todo o organismo fetal.
e) Sífilis congénita precoce - É aquela em que as manifestações clínicas se apresentam logo
após o nascimento ou pelo menos durante os primeiros 2 anos.
Na maioria dos casos, estão presentes já nos primeiros meses de vida. Assume diversos graus de
gravidade, sendo sua forma mais grave a sepse maciça com anemia intensa, icterícia e
hemorragia. Apresenta lesões cutâneo- mucosas, como placas mucosas, lesões palmo-plantares,
fissuras radiadas periorficiais e condilomas planos anogenitais; lesões ósseas, manifestas por
periostite e osteocondrite, lesões do sistema nervoso central e lesões do aparelho respiratório,
hepatoesplenomegalia, rinites sanguinolentas, pseudo- paralisia de Parrot (paralisia dos
membros), pancreatite e nefrite.
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f) Sífilis congénita tardia - É a denominação reservada para a sífilis que se declara após o
segundo ano de vida.
Corresponde, em linhas gerais, à sífilis terciária do adulto, por se caracterizar por lesões gomosas
ou de esclerose delimitada a um órgão ou a pequeno número de órgãos: fronte olímpica,
mandíbula curva, arco palatino elevado, tríada de Hutchinson (dentes de Hutchinson + cenatite
intersticial + lesão do VIII par de nervo craniano), nariz em sela e tíbia em lâmina de sabre.
6. Transmissibilidade
Da sífilis adquirida é sexual, na área genital, em quase todos os casos. O contágio extragenital é
raro. Na sífilis congénita, há infecção fetal por via hematogênica, em geral a partir do 4º mês de
gravidez. A transmissão não sexual da sífilis é excepcional, havendo poucos casos por
transfusões de sangue e por inoculação acidental.
Geralmente, de 1 a 3 semanas.
7. Diagnostico
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7.1. Diagnóstico diferencial
Lesões cutâneas na sífilis secundária - Sarampo, rubéola, ptiríase rósea de Gilbert, eritema
polimorfo, hanseníase wirchoviana e colagenoses. Sífilis tardia - Se diferencia de acordo com as
manifestações de cada indivíduo. Sífilis congénita - Outras infecções congênitas (toxoplasmose,
rubéola, citomegalovírus e herpes).
8. Tratamento
A. Sífilis adquirida - Sífilis primária: penicilina G benzatina, 2.400.000UI, IM, dose única
(1.200.000, VI, em cada glúteo); sífilis secundária: penicilina G benzatina, 2.400.000UI,
IM, 1 vez por semana, 2 semanas (dose total 4.800.000UI); sífilis terciária: penicilina G
benzatina, 2.400.000UI, IM, 1 vez por semana, 3 semanas (dose total 7.200.000UI).
B. Sífilis congénita no período neonatal - Para todos os casos, toda gestante terá VDRL à
admissão hospitalar ou imediatamente após o parto; todo recém-nascido cuja mãe tenha
sorologia positiva para sífilis deverá ter VDRL de sangue periférico.
C. Recém-nascidos de mães com sífilis não tratada ou inadequadamente - Tratada (terapia
não penicilínica, ou penicilínica incompleta, ou trata mento penicilínico dentro dos 30
dias anteriores ao parto), independentemente do resultado do VDRL do recém-nascido,
realizar RX de ossos longos, punção lombar (se for impossível, tratar o caso como
neurosífilis) e outros exames quando clinicamente indicados; se houver alterações
clínicas e/ou sorológicas e/ou radiológicas, o tratamento deverá ser feito com penicilina
cristalina na dose de 100.000U/kg/dia, IV, em 2 ou 3 vezes, dependendo da idade, por 7 a
10 dias; ou penicilina G procaína, 50.000U/kg, IM, por 10 dias; se houver alteração
liquórica, prolongar o tratamento por 14 dias com penicilina G cristalina na dose de
150.000 U/kg/dia, IV, em 2 ou 3 vezes, dependendo da idade; se não houver alterações
clínicas, radiológicas, liquóricas e a sorologia for negativa no recém-nascido, dever-se-á
proceder ao tratamento com penicilina benzatina, IM, na dose única de 50.000U/kg.
Acompanhamento clínico e com VDRL (1 e 3 meses).
D. Recém-nascidos de mães adequadamente tratadas - DRL em sangue periférico do RN; se
for reagente ou na presença de alterações clínicas, realizar RX de ossos longos e punção
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lombar. Se houver alterações clínicas e/ou radiológicas, tratar com penicilina cristalina,
na dose de 100.000U/kg/dia, IV, em 2 ou 3 vezes, dependendo da idade, por 7 a 10 dias;
ou penicilina G procaína, 50.000U/kg, IM, por 10 dias; se a sorologia (VDRL) do recém-
nascido for 4 vezes maior (ou seja 2 diluições) que a da mãe, tratar com penicilina
cristalina na dose de 100.000U/kg/dia, IV, em 2 ou 3 vezes, dependendo da idade, por 7 a
10 dias, ou penicilina G procaína, 50.000U/kg IM, por 10 dias; se houver alteração
liquórica, prolongar o tratamento por 14 dias com penicilina G cristalina, na dose de
150.000U/kg/dia, IV, em 2 ou 3 vezes, dependendo da idade; se não houver alterações
clínicas, radiológicas, liquóricas e a sorologia for negativa no recém-nascido,
acompanhar o paciente, mas na impossibilidade, tratar com penicilina benzatina, IM, na
dose única de 50.000U/kg.
Observações - No caso de interrupção por mais de 1 dia de tratamento, o mesmo deverá ser
reiniciado. Em todas as crianças sintomáticas, deverá ser efetuado exame oftalmológico (fundo
de olho).
E. Sífilis congénita após o período neonatal - Fazer o exame do LCR e iniciar o tratamento
com penicilina G cristalina, 100.000 a 150.000 U/kg/dia, administrada a cada 4 a 6 horas,
durante 10 a 14 dias.
F. Sífilis e SIDA- A associação de sífilis e SIDA é atualmente relatada. De acordo com o
grupo social, essa associação pode ocorrer em 25% dos doentes.
Na maioria dos doentes com sífilis e infecção pelo HIV, as lesões ulcerosas são mais numerosas
e extensas, com fácil sangramento e tempo de cicatrização maior, sugerindo um quadro que
ocorria no passado, denominado de sífilis maligna precoce. Os títulos sorológicos pelo VDRL
são, em média, mais elevados nos doentes co-infectados pelo HIV.
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eliminação, através do Plano de Aceleração para Eliminação da Transmissão Vertical do HIV e
Sífilis, 2020-2024. Deve-se observar a correta forma de tratamento dos pacientes; a plena
integração de actividades com outros programas de saúde; o desenvolvimento de sistemas de
vigilância locais activos;
Observação - As associações entre diferentes DST são frequentes, destacando- se, actualmente a
relação entre a presença de DST e aumento do risco de infecção pelo HIV, principalmente na
vigência de úlceras genitais. Desse modo, se o profissional estiver capacitado a realizar
aconselhamento, pré e pós teste para detecção de anticorpos anti-HIV, quando do diagnóstico de
uma ou mais DST, deve ser oferecida essa opção ao paciente.
Portanto, toda DST constitui-se em evento sentinela para busca de outra doença sexualmente
transmissível e possibilidade de associação com o HIV. É necessário, ainda, registar que o
Ministério da Saúde vem implementando a “abordagem sindrômica” aos pacientes de DST,
visando aumentar a sensibilidade no diagnóstico e tratamento dessas doenças, o que resultará em
um maior impacto na redução dessas infecções.
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Conclusão
A sífilis é uma infecção cujo tratamento e controle é imprescindível para romper a cadeia de
transmissão do treponema. Mesmo sendo uma patologia conhecia há séculos e de fácil detecção,
tratamento de baixo custo e com uma grande eficácia, ainda sim é considerada um grave
problema na saúde pública. Também é importante ressaltar que, cada vez mais pessoas se tornam
portadoras da bactéria por falta de prevenção, sendo que poderia ser evitada com uso de
preservativo, o cuidado com materiais perfuro cortantes, o acompanhamento do pré-natal e
planejamento das equipes de saúde no combate a esta infecção.
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Bibliografia
TORTORA, J.; FUNKE, R.; CASE, L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
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