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EXERCÍCIOS DE

CANTO
Um passo a passo para você conhecer sua voz e
desenvolver habilidades vocais. Leia a aula zero
com atenção para saber COMO utilizar este
material.

ORGANIZADO POR CAROLINE BESSONI


TODAS AS IMAGENS SÃO DE DOMÍNIO PÚBLICO E PERTENCEM A SEUS RESPECTIVOS DONOS
ÍNDICE

AULA 0 - Como usar este material – p.3


- Cronograma + ficha de atividades diárias – p.5
- Links para as vídeo aulas - p.6
AULA 1 - Extensão Vocal – p.7
AULA 2 - Tessitura da Música. Tom da Música. Escolha
de Repertório. – p.16
AULA 3 - Alongamento e Aquecimento Vocal – p.23
AULA 4 - Exercícios de Respiração – p.29
AULA 5 – Exercícios de Afinação Vocal – p. 33
AULA 6 – Fortalecimento de CT – p.38
AULA 7 - Fortalecimento de TV – p.40
AULA 8 – Glissando e Sustentação de Notas – p.42
AULA 9 – Flexibilizando a Laringe – p.44
AULA 10 – Dicção - p.50
AULA 11 – Vogais e Ressonância – p.55
AULA 12 – Interpretação - p.58
PALAVRAS FINAIS – p.62
AULA ZERO - COMO USAR ESTE MATERIAL

Cada aula tem um material escrito e um ou mais vídeos


no YouTube . Os links para todas as vídeo aulas estão na
página 6.

As aulas 1, 2, 3 e 4 podem ser feitas uma após a outra,


no mesmo dia.

Da aula 5 em diante é importante que você dedique pelo


menos uma semana para a prática do(s) exercício(s).
Pratique pelo menos 10 MINUTOS por dia o exercício
da semana.

É bom começar com apenas 10 minutos, para seu corpo


se adaptar à nova rotina e para sua musculatura vocal
ganhar resistência. Depois você pode expandir o tempo,
se desejar.

Na semana da aula 6, você pode fazer os exercícios da


semana 6 + os da semana 5. Na semana 7, os exercícios
da semana 7 + 6 + 5, e assim por diante. Não é
obrigatório ser feito assim, mas se você conseguir,
excelente. Foque sempre no exercício da aula em que
você está na semana.
EXEMPLO DE CRONOGRAMA

AULA TEMA DATA


1 Extensão vocal 1/11
2 Tessitura. Tom. Repertório 2/11
3 Alongamento/Aquecimento 3/11
4 Respiração 4/11
5 Afinação 5/11 a 11/11 (7 dias)
6 CT 12/11 a 18/11 (7 dias)
7 TV 19/11 a 25/11 (7 dias)
8 Glissando 26/11 a 2/12 (7 dias)
9 Flexibilidade 3/12 a 9/12 (7 dias)
10 Dicção 10/12 a 16/12 (7 dias)
11 Vogais e Ressonância 17/12 a 23/12 (7 dias)
12 Interpretação 24/12 a 30/12 (7 dias)
MONTE O SEU CRONOGRAMA

AULA TEMA DATA


1 Extensão vocal
2 Tessitura. Tom. Repertório
3 Alongamento/Aquecimento
4 Respiração
5 Afinação
6 CT
7 TV
8 Glissando
9 Flexibilidade
10 Dicção
11 Vogais e Ressonância
12 Interpretação

* é importante que você defina as datas e cumpra o


cronograma para obter resultados perceptíveis.

FICHA DE ATIVIDADES DIÁRIAS

1. Alongamento e aquecimento
2. Respiração
3. Treino de Escala/ Afinação
4. Exercício Vocal (AULA DA SEMANA)
5. Cantar uma música (se gravar é opcional, porém
interessante).
6. Ter um Bom Dia – obrigatório.
LINKS PARA AS VÍDEOS-AULAS

Você pode dobrar a velocidade de reprodução dos vídeos, e voltar à


velocidade normal no momento das explicações de exercícios!

AULA 1 VIDEO 1 https://youtu.be/OuaZvqIRtUA

AULA 1 VIDEO 2 https://youtu.be/jP_YyhxNh0w

AULA 2 VIDEO 1 https://youtu.be/vnr-Jy6Grgg


AULA 2 VIDEO 2 https://youtu.be/U7Y0rv4yMyQ

AULA 3 VIDEO 1 https://youtu.be/0e3YXLWcqfc


AULA 3 VIDEO 2 https://youtu.be/o4MPtP1ti0k
AULA 3 VIDEO 3 https://youtu.be/PFgSAHs9ScY

AULA 4 VIDEO 1 https://youtu.be/DfycrOKa_c8

AULA 5 VIDEO 1 https://youtu.be/u5_bVdd2H34

AULA 6 VIDEO 1 https://youtu.be/tzi2ydLq6v4

AULA 7 VIDEO 1 https://youtu.be/B-eUTNnw-Cs

AULA 8 VIDEO 1 https://youtu.be/-HIQpAKkDns


AULA 8 VIDEO 2 https://youtu.be/ROAXJl2LkZQ

AULA 9 VIDEO 1 https://youtu.be/4b4NnS_idkI

AULA 10 VIDEO 1 https://youtu.be/f_do4oDE41M

AULA 11 VIDEO 1 https://youtu.be/jk5VEgNknWk


AULA 11 VIDEO 2 https://youtu.be/vGYP4ZAok6Q

AULA 12 VIDEO 1 https://youtu.be/fipXUCn2Vao


AULA 1 - EXTENSÃO VOCAL

Extensão Vocal é o conjunto de notas que uma pessoa


consegue entoar, da nota mais grave à mais aguda,
independente da qualidade do som.

Tessitura Vocal é o conjunto de notas que uma pessoa


consegue entoar com qualidade.

A extensão e a tessitura vocal variam de acordo com a


estrutura anatomofisiológica do seu aparelho fonador
(órgãos e estruturas responsáveis pela fala), e com o
tempo de treino vocal que você tem.

Todos os instrumentos possuem uma extensão/tessitura.


Observe a imagem abaixo com atenção.

IMAGEM 1: https://musicaeadoracao.com.br/25600/caracteristicas-dos-sons-graves/
Compreenda a imagem acima
Em música, usamos letras para representar as notas e
também para representar os acordes (mais de duas notas
tocadas ao mesmo tempo formam um acorde). Não vamos
falar de acordes e formação de acordes nesta apostila.

C = DÓ D = RÉ E = MI F = FÁ G = SOL A = LÁ B = SI

Os números representam a altura da nota. Quanto maior


a altura, maior sua frequência em Hertz, e mais aguda é
a nota. Quanto menor a altura, menor sua frequência em
Hertz, e mais grave é a nota.

Por exemplo:
A2 = LÁ 110 Hz
A3 = LÁ 220 Hz
A4 = LÁ 440Hz

No piano, da esquerda para a direita o som vai ficando


cada vez mais agudo.

Em verde na IMAGEM 1 temos uma classificação BÁSICA


das vozes humanas adultas, de acordo com suas
tessituras, que segundo a figura são as seguintes:

BAIXO – F2 a D4
TENOR – C3 a A4
CONTRALTO – E3 a C5
SOPRANO – B3 a G5
*outras fontes poderão trazer outras informações a
respeito das tessituras. Por exemplo, você pode encontrar
que uma Soprano canta da nota A3 à C6. Isso porque a
voz humana é muito diversa. As classificações são apenas
para nos dar um norte, mas não são estáticas, nem
imutáveis.

Inclusive, existem outras classificações que abrangem


mais detalhadamente os espectros da voz humana.
Vamos ver.

Classificação Vocal
As vozes masculinas são classificadas em
1) baixo: Arnaldo Antunes. Zé Ramalho, Mayck (da dupla
Mayck e Lyan).
2) barítono: Tim Maia
3) tenor: Nando Reis, André Matos
4) contratenor: Filipe Catto, Edson Cordeiro, Ney
Matogrosso.

As vozes femininas são classificadas em


1) contralto: Maria Gadu, Ana Carolina, Ivete Sangalo,
Alcione
2) mezzo (pode ser mezzo contralto ou mezzo soprano):
Elis Regina, Maria Rita
3) soprano: Tete Espíndola, Gal Costa, Kate Bush

Na música erudita, uma soprano ou um tenor podem ser


ligeiro, lírico, ou dramático; um baixo pode ser profundo,
ou cantante; o barítono pode ser “francês” ou “verdiano”.
Essa classificação é feita de acordo com a tessitura do
cantor e as características de timbre.

Quando cantamos em coral, o maestro faz uma breve


classificação de acordo com a extensão e tessitura da sua
voz naquele momento. Mas com estudo e prática a voz
humana se transforma, por isso no estudo do canto lírico
às vezes leva anos até que se possa dizer com certeza a
classificação de uma voz.
IDENTIFIQUE SUA EXTENSÃO E TESSITURA VOCAL
Use algum aplicativo onde você consiga ver a nota que
está cantando, de preferência com a frequência em Hertz.
Eu costumo usar o Vocal Pitch Monitor (android) ou
Singscope (IOS).

As instruções para este exercício estão nos vídeos da


Aula 1. Faça o exercício com tranquilidade, para começar
a conhecer sua voz.

Vou dar aqui o exemplo da minha voz, e como as imagens


aparecem para mim no aplicativo Vocal Pitch Monitor.

CAROLINE BESSONI
DATA: 27/09/19

Tom de fala: G#3 (Sol#3)


Nota mais grave confortável (tessitura): F3 (Fá3)

Nota mais grave (limite/extensão): A#2 (Lá#2)

Veja como a linha não fica


constante, fica oscilando entre o
Lá2 e o Si2. Em regiões extremas a
prega vocal tem dificuldade de
firmar e sustentar a nota.
Nota mais aguda confortável (tessitura): C6 (Dó6)

Nota mais aguda (limite/extensão): D#6 (Ré#6)

Veja que aqui a nota também não


fica muito bem sustentada, mas já
não é tão “picotada” como na nota
extrema mais grave. Fica oscilando
entre ré#6 e mi6.
Obs1.: fiz as “medições” pela manhã, sem aquecer a voz.
Quando gravei o vídeo da aula 1, minha nota mais aguda
foi um F6 (fá6), um pouco mais agudo. E minha nota
mais grave foi um D#3 (ré#3), mais agudo que um A#2
(lá#2). Isso serve para mostrar a vocês como tudo muda a
depender do dia, do aquecimento vocal, e do treino
também.

Você precisa acostumar sua voz a cantar em seus limites


– assim você vai ampliar sua extensão e melhorar toda a
sua emissão vocal.

Obs2.: as imagens são para você ter uma noção de como


sua voz pode aparecer no aplicativo. É normal que a linha
amarela não fique 100% reta, isso acontece por conta da
oscilação natural da voz humana. Mas busque manter o
mais reto possível. Você vai entender melhor como se faz
isso na aula sobre sustentação de notas (Aula 8).

Exercício da Aula 1.
Anote sua extensão vocal como ela se apresenta hoje.
DATA: ___/___/___
Tom de fala:
Nota mais grave confortável (tessitura):
Nota mais grave (limite/extensão):
Nota mais aguda confortável (tessitura):
Nota mais aguda (limite/extensão):
Após identificar sua extensão vocal, você pode dar uma
olhada no gráfico abaixo e ter uma ideia de como sua voz
seria classificada. Lembrando que isso é um panorama
do momento atual da sua voz, e que sua extensão e
timbre podem se modificar com o estudo e práticas de
exercícios.

IMAGEM 2:
http://www.casadofonoaudiologo.com.br/produtos_descricao.asp?lang=pt_BR&codigo_categoria=6&codigo_produto=144

Obs.: homens que percebam que sua voz se encaixa na


tessitura “feminina”: você pode ser contratenor.
AULA 2 - TESSITURA DA MÚSICA - TOM DA
MÚSICA - ESCOLHA DE REPERTÓRIO

Qualquer música que você quiser cantar, vai ter uma


nota mais grave, e uma nota mais aguda. Isso é a
tessitura da música. A sua tessitura vocal precisa estar
dentro da tessitura da música para que você consiga
cantá-la. Do contrário, você pode “sair do tom”, desafinar,
ou talvez você fique oitavando alguns trechos da melodia.

Tessitura da música.
Tessitura da música é o conjunto de notas entre a nota
mais grave cantada na música, e a nota mais aguda.

Tom da Música.
Na verdade, tom é a nota que dá uma sensação de
repouso para a música. É a primeira nota da escala
(tonalidade). A escala é um sistema específico de sons. A
partir de um Tom, podemos montar escalas com
tonalidade maior ou menor:

Tom: Dó
Escala Maior – 1J, 2M, 3M, 4J, 5J, 6M, 7M, 8J
Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Si – Dó

Escala Menor Natural – 1J, 2M, 3m, 4J, 5J, 6m, 7m, 8J
Dó – Ré – Mib – Fá – Sol – Láb – Sib - Dó
Tom: Ré
Escala Maior – 1J, 2M, 3M, 4J, 5J, 6M, 7M, 8J
Ré – Mi – Fá# - Sol – Lá – Si – Dó# - Ré

Escala Menor Natural – 1J, 2M, 3m, 4J, 5J, 6m, 7m, 8J
Ré – Mi – Fá - Sol – Lá – Sib – Dó - Ré

O que é “sair do tom”?


Significa que você está entoando notas que não
pertencem à escala da música que você está cantando.
Uma música em Dó Maior é formada pela sequência “dó,
ré, mi, fá, sol, lá, si”. Se você cantar qualquer nota
diferente, por exemplo, um sol#, estará saindo do tom.

O que é desafinar?
A desafinação acontece quando você não está seguro de
qual nota deve cantar. Desafinar é querer cantar um “C4”
e cantar um C#4 ou algo entre essas duas notas, ou algo
bem longe disso...

O que é oitavar?
Cantar “uma oitava acima” ou “uma oitava abaixo”
significa que você está cantando a mesma nota, numa
frequência diferente.
Por exemplo: usando o A4 (440Hz) como referência, o A5
(880Hz) está uma oitava acima; o A3 (220Hz) está uma
oitava abaixo.

Se uma música está muito grave, podemos cantá-la uma


oitava acima. Se está muito aguda, podemos cantar uma
oitava abaixo. Se ainda assim ficar desconfortável para
cantar, então é necessário mudar o tom para que se
adeque à sua tessitura.

É raro, mas existem músicas que simplesmente é muito


difícil (não vou dizer impossível, mas acho que é perto do
impossível – risos) cantar em outro tom.

O que se pode fazer nesses casos é modificar um pouco a


melodia.

Ouça a canção abaixo.

SOS D’um Terrien Em Détresse


de Daniel Balavoine (na voz de Dimash Kudaibergen)
https://www.youtube.com/watch?v=y42yS6_WKK8

Tonalidade da música: Si menor


Nota mais grave: Si2
Nota mais aguda: Mi6

No teclado: as teclas coloridas marcam as notas da escala


de si menor (si – dó# - ré – mi – fá# - sol – la) começando
no B2 (si 2) e terminando no E6 (mi 6)
Veja esta intérprete mulher cantando a mesma música:

SOS D’um Terrien Em Détresse,


de Daniel Balavoine (na voz de Fanny Mandrea)
https://www.youtube.com/watch?v=VrSRvfQsOsE

Tonalidade da música: Lá# menor (Si bemol)


Nota mais grave: Lá#3
Nota mais aguda: Lá5

Veja que ela abaixou o tom da música (meio tom), para que
os agudos ficassem menos agudos, e na parte grave da
música, ela modificou a melodia para que se encaixasse
em sua tessitura vocal.

MUDANDO O TOM DA MÚSICA


Você pode fazer de modo intuitivo, utilizando algum
aplicativo para smartphone/iphone ou mesmo no
computador. Suba ou desça o tom (de meio em meio tom)
e experimente cantar, até que fique confortável.

Aplicativos para mudar o tom e a velocidade da música


no smartphone:
- Music Speed Changer
- Amazing Slow downer
Programa para computador:
- Audacity

Você pode usar a “matemática musical” também. Vamos


a um exemplo, que tudo fica mais simples de entender.
Na música “Nascente”, de Milton Nascimento, a nota
mais grave é um C3 (dó3) e a nota mais aguda é um A
(lá4) – desconsiderando o vocalize do início da música.

~ para identificar as notas, eu escutei a música e


sustentei a nota que percebi ser a mais grave, e depois a
mais aguda, com o app Vocal Pitch Monitor aberto para
me mostrar que nota seria. Como eu não tenho o dó3
confortavelmente na minha extensão, eu cantei uma
oitava acima, e o app me mostrou C4 (dó4), logo sei que a
mais grave é na verdade C3. Quando você praticar um
pouco vai começar a fazer isso com tranquilidade.

Eu preciso que a nota mais grave seja um F3 (fá 3) para


que fique mais confortável para mim. Do C3 para o F3 eu
tenho 5 semitons (C#3 – D3 – D#3 – E – F).

Então eu vou SUBIR o tom da música em 5 semitons, a


nota mais grave passa a ser F3, e a nota mais aguda
passa a ser D5.

COMO MONTAR SEU REPERTÓRIO


1) Escolhas músicas que você consegue cantar com
tranquilidade. Você precisa ter uma listinha de canções
que você se sinta confiante ao cantar. Talvez por estar
iniciando os estudos, você pense “ah, mas não tem
nenhuma música assim”. Não se preocupe. Escolha
músicas que você gosta, que te tocam o coração, e
dedique algum tempo a elas. Logo você se sentirá
confortável.
2) Escolha músicas que te desafiam. Lembra que não
existem músicas que não são para a sua voz. A voz
humana é plástica e pode ser moldada. Pode ser que leve
tempo até você chegar no timbre que deseja, ampliar
extensão vocal, ou ter a resistência que precisa para
cantar certos estilos de música, mas se você não se
desafiar, como você vai se desenvolver?

O segredo é sempre se perguntar “o que eu posso fazer de


diferente?”. No final das contas, cantar é uma atividade
que requer muita pesquisa por parte do cantor. O
professor de canto pode te orientar, dar sugestões, passar
exercícios, lapidar sua voz, mas é você quem vai fazer os
exercícios, e quem vai fazer a escolha de repertório,
timbre, estilo e interpretação. Ouse ser você.

Exercício da Aula 2.
1. Ouça a música Alma – Zelia Duncan, e identifique:
A primeira nota que é cantada na música:
A última nota que é cantada na música:
Nota mais aguda da melodia:
Nota mais grave da melodia:

2. Ouça a música Himalaia – Jorge Vercilo, e identifique:


A primeira nota que é cantada na música:
A última nota que é cantada na música:
Nota mais aguda da melodia:
Nota mais grave da melodia:

Você pode fazer esse exercício com TODAS as músicas do


seu repertório.
RESPOSTAS:

1. Alma – Zelia Duncan


A primeira nota que é cantada na música: Lá 3 (A3)
A última nota que é cantada na música: Lá 3 (A3) --- não
conta a parte falada... mas o tom em que ela fala é mais
ou menos Mib3, pra quem tiver curiosidade.
Nota mais aguda da melodia: Ré 4 (D4)
Nota mais grave da melodia: Lá 3 (A3)

2. Himalaia – Jorge Vercilo


A primeira nota que é cantada na música: Mi 3 (E3)
(sílaba “o”, na frase “o mundo inteiro”)
A última nota que é cantada na música: Sol 3 (G3) (vogal
“o” na palavra “inteiro”)
Nota mais aguda da melodia: Fá#4 (F4) (em várias
palavras no refrão) * Ré#5 (D5) – melisma nos 2:45 +/-
Nota mais grave da melodia: Sol 3 (G3) *Ré#3 – nos 3:18
+/-

Obs.: na música do Jorge Vercilo eu coloquei duas notas


mais agudas e duas mais graves... por quê? eu coloquei
a nota aguda mais fácil de perceber; e depois coloquei a
que realmente é a mais aguda - que aparece pouco, num
melisma. Também a nota mais grave coloquei a mais fácil
de perceber, e depois a que aparece muito pouco, e
rapidamente, e que é mais grave do que a mais
perceptível.
AULA 3 - ALONGAMENTO E AQUECIMENTO
VOCAL

As pregas vocais estão localizadas no interior da laringe,


que é formada pelas seguintes cartilagens: tireóide,
cricóide, epiglote, duas aritenóides, duas corniculadas e
duas cuneiformes.
As pregas vocais se inserem anteriormente na cartilagem
tireóide, e posteriormente no processo vocal das
aritenóides, como pode ser visto na imagem abaixo. São
formadas pelo músculo vocal. A movimentação das
pregas vocais e a consequente produção de som acontece
pela ação de vários músculos.
É o conjunto de músculos ativados na FONTE do som
(prega vocal), o nível de tensão sub- (ou infra) e
supraglótica, e a musculatura ativada no FILTRO (trato
vocal) que definem 1) altura do som 2) intensidade do
som 3) timbre e 4) locais de ressonância do som.

O nível de tensão sub- e


supraglótico é definido pelo
nível de tensão que se coloca
na musculatura dessas
regiões. A glote é o espaço
entre as pregas vocais.
Quando falamos em
nível/coeficiente de
fechamento glótico, nos referimos ao espaço entre as
pregas vocais. Se o coeficiente for baixo, pode vazar ar no
som emitido, por exemplo. Ou se for muito alto, pode
haver tensão e, consequentemente, dor na emissão vocal.
O que controla o fechamento glótico é a ação dos
músculos da laringe.

“As características biológicas, fisiológicas e anatômicas


do aparelho vocal de cada indivíduo também interferem
nas características do som produzido: espessura e
tamanho das pregas vocais, hormônios, nível de tensão,
treino vocal. “As dimensões das pregas vocais variam de
6 a 8mm na infância, de 12 a 15mm na puberdade, de 12
a 17mm no adulto do sexo feminino e de 17 a 23mm no
adulto do sexo masculino”.

Se você se percebe com algum tipo de tensão no pescoço,


costas, ou mesmo nas pernas, isso pode afetar a sua
emissão vocal, porque afeta direta ou indiretamente os
níveis de tensão na laringe.
ALONGAMENTO E AQUECIMENTO VOCAL

O alongamento do corpo e das pregas vocais auxilia no


alívio de tensões, para que você esteja pronto para os
exercícios vocais ou para uma performance.

Se você cantar com tensão, provavelmente fará mais


esforço do que o necessário, prejudicando as pregas
vocais, ou tensionando ainda mais onde já está
tensionado, sobrecarregando seu organismo.

Precisamos cuidar com muito carinho do nosso corpo


como um todo, que é nossa ferramenta para tudo na
Vida, inclusive para o canto.

O alongamento é uma forma de autocuidado, é um


carinho que você se dá. Aproveite bem esse momento,
faça os exercícios com tranquilidade, sentindo seus
músculos, indo até o seu limite, sem forçar demais –
correndo o risco de distender algum músculo.
Experimente sempre que fizer os alongamentos, ir um
pouco mais além, esticar um pouco mais, para ampliar
os movimentos do seu corpo e da sua laringe/músculos
vocais.
SEQUÊNCIA DE ALONGAMENTO E AQUECIMENTO

Corpo
1. Alongamento de pescoço
Direita, esquerda, cima, baixo, girando para ambos os lados.
2. Grounding
Pés firmes no chão, afastados na largura dos ombros. Dedões e joelhos
“olhando para frente”. Abaixe a cabeça e vá descendo, com os braços
relaxados, até que consiga encostar as mãos no chão. Seu pescoço deve
estar relaxado! Fique nessa posição alguns segundos – minutos caso tenha
tempo. Volte devagar, erguendo a cabeça por último.
3. Ombros
Para trás, para frente, com calma.
4. Braços
Erguer, juntar as mãos e esticar para cima. Depois alongar laterais do
corpo (músculos intercostais, importante para a respiração!)
5. Sacodir os membros

Face
6. Língua no queixo, para esquerda e direita, e ponta do nariz (3x)
7. Bocejo – quanto mais melhor
8. Ginastica da língua – não mexer o queixo!
9. “uai” sem som
10. Peixinho
12. Auto-massagem na face e pescoço

Ativando as Pregas-Vocais
13. Navio
14. vibração de lábios (glissando ascendente e descendente)
15. vibração de língua (glissando ascendente e descendente)
16. s – z – s – z – s (em um único fôlego)
17. som nasal “n” (entoar melodias)

PRESTE ATENÇÃO AO SEU CORPO. Ele sabe o que você precisa. Se sentir
vontade de fazer algum movimento que não está nessa lista, faça. Se
você percebe que alguma parte do seu corpo está tensa ainda, alongue
aquela parte, faça um relaxamento daquela musculatura, uma
automassagem. Cuide-se.
AULA 4 - EXERCÍCIOS DE RESPIRAÇÃO

O ar entra nos pulmões, e ao sair passa pelas pregas


vocais, que são ativadas por comando neuronal, e vibram
produzindo um som. Esse som será “transformado” em
fala ou em canto através dos articuladores fonatórios
(lábios, língua, palato, dentes).

Ao inspirar o ar, o diafragma desce, as costelas se abrem


e os pulmões expandem. Quando você expira, o
diafragma relaxa e sobe, as costelas voltam à posição
anterior e os pulmões esvaziam. Você pode tirar alguns
instantes para perceber este movimento, se concentrando
na sua respiração.

Quanto mais controle você tiver sobre sua respiração,


melhor será sua capacidade de sustentar notas ou
articular frases longas. Porém isso não depende apenas
da quantidade de ar que você consegue armazenar em
seus pulmões, mas também da maneira como você emite o
som na Fonte, a maneira como você ativa suas pregas
vocais.

Além disso, é importante você se familiarizar com a


música que vai cantar. Entender os melhores momentos
para respirar – onde você pode respirar com calma, onde
precisará respirar rapidamente, e qual quantidade de ar
vai precisar para cada trecho.

Muitas vezes a respiração acontece naturalmente e não


precisamos pensar onde é necessário respirar. Mas note
que, dependendo do lugar onde você respira, muda a
intenção da frase que está sendo cantada. Então, em
seus estudos sempre dedique um tempo para perceber
onde você está respirando, e experimente respirar em
outros trechos para testar outras interpretações para
música.

Embora algumas músicas sejam mais desafiadoras em


termos de respiração, com um pouco de prática você vai
começar a fazer todo esse procedimento com
tranquilidade.
Observação importante: no canto, muitas vezes não é
possível respirar pelo nariz entre uma frase e outra por
conta do andamento da música, e você vai ter de respirar
pela boca para não se perder no tempo. Isso é normal e
preferível.

Na respiração, oferecemos ao nosso sangue o oxigênio


para que seja transportado a todas as células do corpo
para a produção de energia, e eliminamos o dióxido de
carbono produzido pelas células na respiração celular. É
importante que respiremos profundamente, para que todo
esse processo seja otimizado.

Além disso, a respiração é capaz de afetar nosso estado


emocional. Os yogues usam o controle da respiração para
promover a concentração e melhorar a vitalidade através
das técnicas de pranayama — palavra em sânscrito que
significa controle e expansão (ayama) da energia vital
(prana).

Em momentos de ansiedade, faça o “Exercício de


Respiração 1”.
EXERCÍCIOS DE RESPIRAÇÃO
Exercício de Respiração 1
Inspire todo ar que você conseguir. Quando você achar
que “já deu”, mantenha “atitude respiratória”, ou seja,
continue inspirando pelas narinas e boca, por pelo menos
4 segundos. Em seguida, solte o ar calmamente.
- à medida que esse exercício ficar confortável, você pode
torna-lo mais difícil. Mantenha a atitude respiratória por
5 segundos, 6 segundos, 7 segundos, e assim por diante.

Exercício de Respiração 2
Coloque suas mãos em suas costelas. Inspire abrindo as
costelas – você vai perceber que suas mãos se afastam.
Ao soltar o ar, mantenha as costelas abertas.

Exercício de Respiração 3
Inspirar em 4 tempos - Prender o ar por 4 tempos - Soltar
o ar em 4 tempos - Prender o ar por 4 tempos. Repita a
sequência 4 vezes.

Exercício de Respiração 4
Inspira o máximo de ar que você conseguir. Expirar como
se quisesse encher um balão com um único sopro.

Exercício de Respiração 5
Inspire o máximo de ar que conseguir. Expirar (s - fu - ch
- pa - s), rapidamente até acabar o ar.

Exercício de Respiração 6
Inspire pela boca rapidamente, soltando em “s” logo em
seguida.
AULA 5 - EXERCÍCIOS DE AFINAÇÃO VOCAL
CANTANDO ESCALAS

Afinação Vocal diz respeito a conseguir cantar as notas


dentro da escala de determinada música.

Para cantar afinado, é muito importante OUVIR, em


primeiro lugar. Só assim você vai se familiarizar com
escalas e melodias. Não tenha pressa de pegar uma
música e “sair cantando”. Escute-a algumas vezes. Preste
atenção no desenho melódico dela, ou seja, preste
atenção em cada sílaba cantada, se ela está indo para
uma nota mais aguda, mais grave ou se está se
mantendo a mesma nota, com relação à sílaba anterior.

Tenho percebido ao longo dos anos que cantar a função


da escala ajuda muito a afinar a voz. Uso o método do Dó
Móvel, do Kodaly.

Numa escala maior, vamos cantar:


Dó, - Ré - Mi – Fá – Sol – Lá – Ti
Numa escala menor, vamos cantar:
Lá, – Ti – Dó – Ré – Mi – Fá - Sol

Se você quiser entender melhor o que é “função da


escala”, ou se quiser conhecer mais sobre o Método
Kodaly, recomendo o material do professor Marcelo
Ramos. Acesse este link:
http://mundocriativomusical.blogspot.com/2015/11/blo
g-post.html
EXERCÍCIOS DA AULA 5
Para escutar os áudios dos exercícios, acesse o link
https://drive.google.com/open?id=1EDOkAxBMOZCTs4V
mWaLxlGdhukZmJb4s

Aula 5. Exercício 1.
a) Cantar a Escala Maior (ascendente).
Dó, - Ré - Mi – Fá – Sol – Lá – Ti - Dó’

b) Cantar a Escala Maior (descendente)


Dó’ - Ti - Lá – Sol – Fá – Mi – Ré – Dó,

c) Cantar os intervalos da Escala Maior (ascendente)


Dó, - Dó, (1J)
Dó, – Ré (2M)
Dó, – Mi (3M)
Dó, – Fá (4J)
Dó, - Sol (5J)
Dó, - Lá (6M)
Dó, - Ti (7M)
Dó, - Dó’ (8J)

d) Cantar os intervalos da Escala Maior (descendente)


Dó’ – Dó’ (1J)
Dó’ – Ti (2m)
Dó’ – Lá (3m)
Dó’ – Sol (4J)
Dó’ – Fá (5J)
Dó’ – Mi (6m)
Dó’ – Ré (7m)
Dó’ – Dó, (8J)
Aula 5. Exercício 2.
a) Cantar a Escala Maior (ascendente) em intervalos
conjuntos
Dó,
Dó, - Ré - Dó,
Dó, - Ré – Mi – Ré – Dó,
Dó, - Ré – Mi – Fá – Mi – Ré – Dó,
Dó, - Ré – Mi – Fá – Sol – Fá – Mi – Ré – Dó,
Dó, - Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Sol – Fá – Mi – Ré – Dó,
Dó, - Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Ti – Lá – Sol – Fá – Mi – Ré
– Dó,
Dó, - Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Ti – Dó’ - Ti – Lá – Sol – Fá
– Mi – Ré – Dó,

b) Cantar a Escala Maior (descendente) em intervalos


conjuntos
Dó’
Dó’ – Ti – Dó’
Dó’ – Ti – Lá – Ti – Dó’
Dó’ – Ti – Lá – Sol – Lá – Ti – Dó’
Dó’ – Ti – Lá – Sol – Fá – Sol – Lá – Ti – Dó’
Dó’ – Ti – Lá – Sol – Fá – Mi – Fá – Sol – Lá – Ti – Dó’
Dó’ – Ti – Lá – Sol – Fá – Mi – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Ti –
Dó’
Dó’ – Ti – Lá – Sol – Fá – Mi – Ré – Dó, - Ré – Mi – Fá – Sol
– Lá – Ti – Dó’
Aula 5. Exercício 3.
a) Cantar a Escala Menor (ascendente)
Lá, - Ti – Dó, – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá’

b) Cantar a Escala Menor (descendente)


Lá’ – Sol - Fá - Mi - Ré - Dó, -Ti - Lá,

c) Cantar os Intervalos da Escala Menor (ascendente)


Lá, - Lá, (1J)
Lá, - Ti (2M)
Lá, - Dó, (3m)
Lá, - Ré (4J)
Lá, - Mi (5J)
Lá, - Fá (6m)
Lá, - Sol (7m)
Lá, - Lá’ (8J)

d) Cantar os Intervalos da Escala Menor (descendente)


Lá’ – Lá’ (1J)
Lá’ – Sol (2M)
Lá’ – Fá (3M)
Lá’ – Mi (4J)
Lá’ – Ré (5J)
Lá’ – Dó (6M)
Lá’ – Ti (7m)
Lá’ – Lá, (8J)
Aula 5. Exercício 4.
a) Cantar a Escala Menor (ascendente) em intervalos
conjuntos
Lá,
Lá, - Ti - Lá,
Lá, - Ti – Dó, - Ti - Lá,
Lá, - Ti – Dó, – Ré – Dó, -Ti - Lá,
Lá, - Ti – Dó, – Ré – Mi – Ré - Dó, -Ti - Lá,
Lá, - Ti – Dó, – Ré – Mi – Fá – Mi - Ré - Dó, -Ti - Lá,
Lá, - Ti – Dó, – Ré – Mi – Fá – Sol – Fá - Mi - Ré - Dó, -Ti -
Lá,
Lá, - Ti – Dó, – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá’ – Sol - Fá - Mi - Ré
- Dó, -Ti - Lá,

b) Cantar a Escala Menor (descendente) em intervalos


conjuntos
Lá’
Lá’ - Sol – Lá’
Lá’ - Sol – Fá – Sol -Lá’
Lá’ - Sol – Fá – Mi – Fá - Sol -Lá’
Lá’ - Sol – Fá – Mi – Ré – Mi - Fá - Sol -Lá’
Lá’ - Sol – Fá – Mi – Ré – Dó, - Ré - Mi - Fá - Sol -Lá’
Lá’ - Sol – Fá – Mi – Ré – Dó, - Ti – Dó - Ré - Mi - Fá - Sol
-Lá’
Lá’ - Sol – Fá – Mi – Ré – Dó, - Ti – Lá, – Ti - Dó - Ré - Mi -
Fá - Sol -Lá’

Aula 5. Exercício 5
Cantar com vogais ou sílabas notas de meio em meio
tom. Ouça várias vezes o exercício para entender a
melodia e depois cantar.
AULA 6 - FORTALECIMENTO DE CT

Relembrando a terceira aula, os músculos cricotireoideos


(CT) conectam a cartilagem cricoide à cartilagem tireoide.
Este é o músculo responsável pela emissão de notas
agudas, na região do Mi4 ao Dó5. A partir do Dó 5, entra
em ação também os músculos interaritenóideos (IAT) – ou
apenas aritenoideos.

Além desses, os músculos cricoaritenoideos laterais (CAL)


são fundamentais para o abaixamento e alongamento das
pregas vocais. Ao trabalhar o músculo CAL, conseguimos
sustentar melhor as emissões vocais, pois aumentamos o
firmamento glótico. Veja a imagem abaixo com atenção.
Muitos estão acostumados a acessar as notas agudas
através do aumento de tensão nas pregas vocais,
mandando muita pressão de ar.

O exercício proposto nesta aula é justamente o contrário.


A ideia é usar a menor quantidade de ar possível, fazendo
um ajuste muito fino do controle da coluna de ar e da
ação do CT, do CAL, e do IAT.

Para acessar o exercício e começar a praticar acesse o


vídeo desta aula.
AULA 7 - FORTALECIMENTO DE TV

TV é a sigla para Músculo Tireovocal, o músculo da prega


vocal. Na imagem abaixo, é o músculo vocal – que existe
em par. Quando o tireovocal está passivo, temos um
timbre mais suave. Quando ativo, a sensação é de voz
mais “pesada”, mais forte.

Para “malhar” essa musculatura vamos usar as


consoantes “k” e “g” associada às vogais.

O “k” favorece a laringe alta.


O “g” favorece a laringe baixa.

A vogal “i” favorece o fechamento glótico. (ki/gui)


A vogal “u” favorece um alívio caso esteja colocando
muita tensão e tendo dificuldades para as notas agudas
(ku/gu)
A vogal “ô” favorece o “grito” nas notas agudas (gôl –
gosto de colocar um “l” no final, para ajudar a manter a
vogal fechada)

!!! Se você perceber sua laringe muito tensa em vez de “k”


e “g”, use “f” e “x”. Aliás, você pode usar “f” e “x” para
experimentar a sensação, perceber que efeitos essas
consoantes causam quando você faz os exercícios. Faça
sua pesquisa vocal.

Observação: essas consoantes e vogais favorecem a


emissão vocal de determinada maneira (com ar, sem ar,
com mais firmeza, etc.). No entanto, quando estamos
cantando, o ideal é que tenhamos controle de tal maneira
que as consoantes e vogais utilizadas não prejudiquem a
interpretação musical.
AULA 8 - GLISSANDO E SUSTENTAÇÃO DE
NOTAS

Fazer um glissando significa “escorregar” de uma nota


para outra. Você também pode usar a palavra
bending/bend. Você entoa um som, e passa por todas as
frequências entre o próximo som que desejar. Posso fazer
glissando ascendente ou descendente.

Sustentar uma nota significa entoá-la por bastante tempo


– sem perder afinação!

Sustentar notas e fazer glissandos pode parecer simples


num primeiro momento. Mas exige muito controle de:
respiração/coluna de ar e musculatura intrínseca da
laringe.

Para sustentar uma nota, você precisa que haja adução


das pregas vocais, com sustentação da coluna de
ar/fluxo contínuo de ar.

E você precisa que a sua musculatura esteja trabalhada


o suficiente para sustentar aquela posição por algum
tempo. Então é natural que num primeiro momento você
sinta sua voz “tremer”, ficar instável. Com tempo de
prática correta, você vai ganhar resistência.
Exercício 1. Sustentação de notas.
Use o aplicativo Voice Pitch Monitor ou SingScope.
- Com a vogal “a” sustente uma nota por pelo menos 3
tempos.
- Agora cante a mesma nota mais duas vezes.
- Troque de nota (vá para regiões graves, médias e agudas
da sua voz; cante escalas).
- Troque de vogal – explore todas.
- Observe as regiões em que você tem dificuldade (grave,
médio, agudo).
- Quando 3 tempos estiver fácil, aumente para 5, 8, 10, e
além. Se desafie!

Exercício 2. Glissando.
Use o aplicativo Voice Pitch Monitor ou SingScope.
- Defina uma nota de partida grave, e uma nota de
chegada aguda, sustentando cada uma algumas vezes
(como no exercício 1) para firmar a nota.
- Com a vogal “u” cante a nota grave, sustente por 2
tempos, e comece a “escorregar” para a nota aguda pré-
definida.
- Quando chegar, sustente-a por pelo menos 2 tempos –
se conseguir mais, ótimo.
- Repita o exercício com esse mesmo intervalo algumas
vezes.
- Troque de intervalos. Seja criativo.
AULA 9 - FLEXIBILIZANDO A LARINGE

A laringe é o local onde as pregas vocais e músculos


vocais se inserem. Quanto mais você tiver controle sobre
ela, mais liberdade você terá para moldar o seu timbre.

Os músculos da laringe
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/fonoaudiologia/musculos-da-laringe/27617

De acordo com a Clínica Otorrinolaringológica do


Hospital das Clínicas da FMUSP, os músculos da laringe
dividem-se em dois grupos: extrínsecos e intrínsecos.

Os músculos intrínsecos da laringe têm sua origem e


inserção na própria laringe, atuando na movimentação
das pregas vocais.
Todos são inervados pelo nervo laríngeo recorrente do X,
com exceção do músculo cricotireoideo que é inervado
pelo nervo laríngeo superior.
São eles: abdutores, adutores e tensores da prega vocal.

Os extrínsecos ou são levantadores da laringe (tireo-


hioideo, estilo hioideo, milo-hioideo, digástrico,
estilofaríngeo e palatofaríngeo) ou são abaixadores da
laringe (omo-hioideo, esterno-hioideo e esternotireóideo).

Dos músculos intrínsecos da laringe, três originam-se da


cartilagem cricoide:
O cricotireoideo de trajeto ascendente e posterior (CT),
com suas fibras se inserindo na borda inferior da lâmina
da cartilagem tireóide e na borda anterior do corno
inferior.
O crico-aritenóideo lateral de trajeto posterior (CAL), com
suas fibras se inserindo no processo muscular da
cartilagem aritenoide.
O crico-aritenoideo posterior (CAP), cujas fibras, com
trajeto lateral, se inserem no processo muscular da
cartilagem aritenoide.
Dois músculos, intimamente ligados entre si, unem a
cartilagem tireoide e a aritenoide: O músculo tireo-
aritenoideo vai da face lateral da cartilagem aritenoide à
face posterior da cartilagem tireoide, nas proximidades do
plano mediano.

Suas fibras são paralelas ao ligamento vocal e estão


fixadas à borda lateral deste.

E o músculo vocal, formado pelas fibras derivadas do


músculo tireo-aritenóideo que se fixam à borda lateral do
ligamento vocal.

Dois músculos unem as cartilagens aritenoides entre si:


O músculo aritenoideo transverso (AA) que une
posteriormente as cartilagens aritenoides, o músculo
aritenoideo oblíquo, formado por dois feixes musculares
que cruzam posteriormente o aritenoideo transverso e se
fixam, por um lado, no processo muscular da cartilagem
aritenóide e, por outro, no ápice da cartilagem aritenóide
do lado oposto.

Finalmente, dois músculos unem as cartilagens


aritenoides à epiglote (ari-epiglótico) e a cartilagem
tireóide à epiglote (tireo-epiglótico).
A laringe é um órgão do Sistema Respiratório, porém
também exerce função fonatória. Com a laringe em
condições, podemos exercer movimentos como vibratos,
melismas, e yodelling.

Vibrato
Efeito em execução vocal, em instrumentos de arco ou
flauta, que consiste numa oscilação de altura (frequência)
em torno da nota principal.

Exemplo 1:
https://www.youtube.com/watch?v=TdWEhMOrRpQ
Observar a última nota da música.

Exemplo 2:
https://www.youtube.com/watch?v=bVARodUbO9Q
Obervar melisma e vibrato na última nota da música.
Melisma - Melisma é um enfeite (ornamento) utilizado
para estender as sílabas em uma palavra em um
determinado trecho musical.

Exemplos da cantora Jessie J:


https://www.youtube.com/watch?v=tdmunOjP3Xc
Nesse vídeo dá pra observar bastantes melismas,
vibratos, e bendings (glissandos)

Yodelling
O yodel é a habilidade de ativar e desativar a prega vocal,
alternando entre notas graves e agudas com certa
velocidade, causando um efeito sonoro.
Exemplo 1:
https://www.youtube.com/watch?v=B00nfVc4FPI
Exemplo 2:
https://www.youtube.com/watch?v=rYEDA3JcQqw
Exatamente nos 53 - 54 segundos, um “yodel” (prega
ativa/prega passiva).
EXERCÍCIOS
Use o aplicativo Voice Pitch Monitor para fazer os
exercícios e ter consciência do que está acontecendo.
1) sustentando a nota. 2) variando meio tom, de tempo em tempo.

3) variando meio tom 4) variando meio tom,


de meio em meio tempo. em quartos de tempo.
5) nota sustentada por um tempo 6) Melisma finalizado com vibrato
seguida por vibrato.

7) Nota “martelada” 8) Salto de oitava, devagar

9) Salto de oitava, rápido (fazer: grave prega-ativa/agudo prega passiva) – finalizado com
vibrato.
AULA 10 - DICÇÃO

Dicção é a maneira como se articula palavras, e para


articular bem precisamos ter controle/consciência do
aparelho fonador, que envolve: lábios, língua, dentes,
alvéolos (a parte onde os dentes se inserem na gengiva),
palato duro e palato mole, nariz, parede rinofaríngea,
pulmões, traqueia e laringe.

As vogais e consoantes são produzidas em partes


específicas do aparelho fonador.

Veja as tabelas a seguir, referentes ao alfabeto brasileiro:


Cada sílaba que pronunciamos acontece por meio de uma
combinação de movimentos do aparelho fonador. Ao
cantar é importante estar atento à maneira correta de
articular cada som, a fim de que o sentido do texto não
seja prejudicado. Além disso, ao articular de maneira
correta, você consegue manter o fluxo de ar de modo
mais eficiente, melhorando a qualidade do som.

Para articular bem e ter uma boa dicção a musculatura


que faz a movimentação do trato vocal precisa estar
preparada. Então além dos alongamentos e aquecimentos
vocais, é necessário cuidar dos movimentos da emissão
de cada consoante.

Vamos lá?

EXERCÍCIOS DE DICÇÃO

1. Pronunciar as sílabas abaixo, conforme os pares,


alternando entre elas, sentindo o que há de diferente na
emissão de uma e de outra – o que acontece no trato
vocal? Mesmo que você não saiba descrever, perceba as
diferenças.
- Você pode primeiro entoar sem tom específico, apenas
falando.
- Você pode escolher um tom e manter a pronúncia das
sílabas nesse tom. Faça em tons graves, médios e agudos
da sua tessitura.
- Você pode usar trechos de músicas para “brincar” com
as sílabas.

Ba – Pa
Ma – Na
Da – Ta
Va – Fa
Ja – Xa
Ka – Ga
Za – Sa
Ra – “RRa”
La
Lha
Nha
Ao cantar, cuidado com palavras como: “uma”, “amanhã”,
“onda”. Experimente pronunciar as vogais separadas das
consoantes e veja como muda o fraseado da música. Se
grave para perceber a diferença, e faça sua escolha
estética.

Bom treino!

Extra:
Observe a dicção dos cantores nessas músicas:

Águas de Março – Elis Regina e Tom Jobim


https://www.youtube.com/watch?v=E1tOV7y94DY

Capitão Gancho - Clarice Falcão


https://www.youtube.com/watch?v=HUUwNd_cvrg

Cota não é esmola – Bia Ferreira


https://www.youtube.com/watch?v=QcQIaoHajoM

Note como uma boa dicção te ajuda inclusive a projetar


melhor o som!
AULA 11 - VOGAIS E RESSONÂNCIA

Quando você canta, está emitindo ondas que


vibram numa determinada frequência. Dependendo
da frequência da nota, ela vai ser amplificada em
locais diferentes do seu corpo. Você poderá sentir
as notas mais graves ressonarem no seu tórax
(peito). Notas médias e agudas na região do crânio,
na cavidade nasal.

Timbres e série harmônica


Quando cantamos uma nota, estamos cantando ao
mesmo tempo uma série de outras notas. Isso
acontece por causa do fenômeno da série
harmônica. Você pode entender melhor sobre isso
assistindo aos vídeos sugeridos abaixo. O timbre de
uma pessoa é resultado da maneira como ela entoa
o som na Fonte (laringe/pregas vocais) e como esse
som é modificado no Filtro (Trato Vocal, região
supraglótica), amplificando diferentes notas da
série harmônica.

Sobre série harmônica:


https://www.youtube.com/watch?v=szGznoOS4qs

Canto polifônico:
https://www.youtube.com/watch?v=UHTF1-IhuC0

O que as vogais têm a ver com a história?


Você molda as vogais de acordo com a fôrma do
trato vocal, e posição da língua. Algumas vogais
não existem com notas agudas (frequências mais
altas). Quanto mais agudo o som, mais perto de “â”
o som ficará. As vogais podem ser abertas ou
fechadas. Dependendo de como você articula as
vogais, o som vai ressoar em locais diferentes,
modificando o seu timbre.
Vogais no canto: A - É - Ê - I - Ó - Ô - U

Existe uma infinidade de possibilidades sonoras,


que você alcança manipulando o seu trato vocal e
as pregas vocais. E não existe um som “melhor” ou
mais correto do que outro. Você deve estar atento
apenas ao seu conforto vocal, e se determinadas
manobras estão trazendo tensão excessiva,
causando dor, rouquidão, cansaço. Fora isso, você
tem total liberdade para escolher como usar sua
voz.

Faça uma pesquisa sonora agora! Escolha uma


música, e cante um trecho com sua voz “natural”,
como ela se encontra. Depois faça alguns exercícios
vocais e cante novamente. Observe a diferença. É
interessante se gravar para depois poder comparar.

EXERCÍCIOS
Faça alongamentos e aquecimento vocal e escolha
uma música.
- Bocejo!!! Cantar bocejando.
- Som nasal - Cantar com a consoante “n”, sentir a
voz no nariz.
- Cante “normalmente” agora e observe se sua voz
mudou.

Voz passiva + laringe baixa + palato elevado.


Voz ativa + laringe baixa + palato elevado
AULA 12 - INTERPRETAÇÃO MUSICAL

Passo 1 – escolher a música


Escolha uma música que você goste de cantar.
Se você for “obrigado” a cantar algo de que não gosta,
tente dar algum significado afetivo para a música, para
que você se sinta confortável cantando.

Adeque a música à sua tessitura vocal.


Se você tem uma tessitura ampla, talvez você consiga
cantar a mesma música em várias tonalidades... Nesse
caso, experimente várias e veja em qual sua voz soa
melhor.

Passo 2 – entender a música


Sobre o que é a letra? Qual mensagem está sendo
passada? Independente da intenção original do
compositor, agora você vai ver a música através do seu
filtro: suas vivências, crenças, emoções. É por isso que
algumas músicas “conversam” com você e outras não.
Converse com a música e veja qual mensagem ela quer
passar através de você, instrumento para que ela
aconteça.

Passo 3 – decidir a intenção que você quer colocar na


música
Dependendo de como você canta – timbres que utiliza,
pausas, ritmos, gêneros musicais – a mesma letra de
música passa mensagens completamente diferentes.
Cabe a você, depois de conversar com a música, decidir
qual mensagem vai passar. Ouça aos vídeos abaixo e
perceba isso.

Músicas com versões em estilos diferentes

Você não vale nada – Banda Calcinha Preta


Versão original:
https://www.youtube.com/watch?v=oPQrm9h9HnA
Versão Tiê:
https://www.youtube.com/watch?v=bL7VbQn-mjk

Bang – Anita
Versão original:
https://www.youtube.com/watch?v=UGov-KH7hkM
Versão Tiago Iorc:
https://www.youtube.com/watch?v=yhKfED602xk

A história de Lilly Braun – Chico Buarque


Versão Maria Rita:
https://www.youtube.com/watch?v=GIDhNLglyfA
Versão Maria Gadu:
https://www.youtube.com/watch?v=1Dxu8A76PhI
Versão Gal Costa:
https://www.youtube.com/watch?v=lcKzH7VTgTw

Creep – Radiohead
Versão original:
https://www.youtube.com/watch?v=w1Jt35iYBX4
Versão Haley Reihart (Postmodern Jukebox):
https://www.youtube.com/watch?v=m3lF2qEA2cw
Músicas para ouvir e ver a interpretação do cantor

Filipe Catto – Roupa do Corpo:


https://www.youtube.com/watch?v=shteB6Dqq8M
Observem como na segunda repetição da música ele
muda algo do fraseado para que a música não fique
repetitiva. Observem também como ele conta uma
história não só com a voz mas com o corpo e expressão
facial de modo sutil. Isso é entrar no personagem!

Tony Bennett, Lady Gaga – Bang Bang (My Baby Shot


Me Down):
https://www.youtube.com/watch?v=-huNrHAou-E
Vejam como ela atua nessa música, e como permanece
no personagem, mesmo após os aplausos... Ela leva um
tempo para “sair” do personagem quando acaba a
música. No início ela nos conta a história de uma
amizade e uma brincadeira de infância. Percebo um
pouco de nostalgia na voz (voz passiva, vazamento de ar
em algumas palavras, vibratos suaves) no corpo e no
olhar. À medida que a música avança, a voz vai ficando
mais potente, agora ela relata um momento ainda no
passado, quando ela e o amigo de infância eram mais que
só amigos. A voz traz um início de sentimento de revolta,
preparando pra o sentimento que virá a seguir... Um
misto de raiva e desespero, que são mostrados tanto na
melodia mais aguda como no modo de cantar (prega
ativa, voz projetada) e na postura corporal. O
amigo/namorado sumiu sem explicação e, como na
brincadeira, “atirou nela” figurativamente falando,
deixando-a arrasada, como que “morta” sem ele e sem
porquês.

Passo 4 – treinos/testes de colocação vocal


Se puder, imprima a letra da música. Ou use alguma
ferramenta onde você consiga FAZER MARCAÇÕES no
texto. Você também pode fazer isso mentalmente, claro.
Defina como você vai cantar cada trecho. Onde vai
respirar. Onde precisa colocar prega ativa. Onde vai ter
vibratos mais marcantes. Onde fazer uma pequena
pausa, etc.

Se grave!!! Muito importante para você observar se o que


você imaginou que ficaria legal funciona ou não.

Passo 5 – apresentação
Se você vai se apresentar para um público, é legal pensar
na parte visual. Roupa, maquiagem... É interessante
estar condizente com a mensagem que você vai passar.
No entanto, o mais importante é sempre o seu conforto.
PALAVRAS FINAIS

Desejo de coração que esse conteúdo tenha te auxiliado a


perceber seus pontos fortes, e que tenha contribuído para
melhorar o que precisava de um pouco mais de pesquisa
vocal e aperfeiçoamento.

Se você tem alguma dúvida ou alguma sugestão, ou quer


apenas fazer um comentário a respeito do material ou do
seu próprio desempenho utilizando este material, pode
entrar em contato comigo por e-mail.

No campo assunto escreva: CANTO DO ZERO – EU


COMECEI

carolbessoni@gmail.com
@carolinebessoni

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