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• Fato antijurídico (2º elemento do crime).

• Conceito: configura-se o fato antijurídico (ou ilícito), na esfera do


Direito Penal, quando um FATO TÍPICO é praticado em contexto de
contrariedade ao direito.
• Percebamos, pelo conceito em si, que a existência de fato
antijurídico depende da prévia existência de fato típico: se o fato
não chega a ser típico, é IMPOSSÍVEL ele ser antijurídico; agora, caso
o fato seja típico já se pode afirmar que ele, também, é antijurídico?
• Resposta: NÃO.

• Por quê? Porque, para ser antijurídico, o fato típico precisa ser
praticado em contexto de contrariedade ao direito; caso o fato
típico seja praticado em contexto onde não existe contrariedade
ao direito, este fato típico estará JUSTIFICADO perante o
ordenamento jurídico e, portanto, não será antijurídico.
Nesta linha de raciocínio, podemos afirmar que a relação entre a
existência de um fato típico e a existência de um fato antijurídico é de
INDICIARIEDADE (teoria da ratio cognoscendi).

Observação: existe um outra teoria, denominada de ratio essendi, onde


se defende a ideia de que a prática de um fato típico, por si só, já é
certeza de que também foi antijurídico.
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?

• (IDECAN - SEJUC/RN - Agente penitenciário) Ensina a doutrina que na relação entre a tipicidade
e a ilicitude a existência do fato típico gera uma presunção relativa de que também é ilícito. Esta
teoria, adotada pelo Código Penal e pela doutrina majoritária brasileira, é chamada de teoria da
indiciariedade.
• GABARITO: CERTO
• (CEFET/BA - MPE/BA - Promotor de justiça) No tocante à relação entre a tipicidade e a ilicitude,
a teoria da indiciariedade defende que a tipicidade não guarda qualquer relação com a ilicitude,
devendo, inicialmente, ser comprovado o fato típico, para, posteriormente, ser demonstrada a
ilicitude, enquanto a teoria da absoluta dependência defende o conceito de tipo total do injusto,
colocando a ilicitude no campo da tipicidade, pontuando, portanto, que a ilicitude é essência da
tipicidade.
• GABARITO: ERRADO
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?

• (MPE/MA - MPE/MA - Promotor de justiça) Algumas teorias


procuram definir a relação entre a tipicidade e ilicitude. Uma delas
poderia ser resumida na frase: “A tipicidade é a ratio cognoscendi da
ilicitude”. Esta teoria é a indiciária ou da indiciariedade.

GABARITO: CERTO
• Exemplo 1: FULANO mata SICRANA porque sente prazer em tirar a vida
humana. Neste caso temos FATO TÍPICO (artigo 121, CPB: matar alguém) e
também ANTIJURÍDICO, pois o contexto (matar por sentir prazer em tirar a
vida humana) é de contrariedade ao direito.

• Exemplo 2: FULANO mata SICRANA porque estava em situação de que se não


a matasse ele quem seria morto. Neste caso temos FATO TÍPICO (artigo 121,
CPB: matar alguém), mas que não é ANTIJURÍDICO, pois o contexto (ou
matava ou morria - legítima defesa) NÃO é de contrariedade ao direito.
• Assim, podemos afirmar, com toda certeza, que para determinado FATO
ser ANTIJURÍDICO, na esfera penal, DOIS são os requisitos,
cumulativos e nesta ordem:


1) o fato precisa, primeiramente, ser TÍPICO;


Exemplo: caso FULANO transe com a própria mãe, de forma consentida
(por mais que este fato cause repulsa social), podemos dizer que este fato,
para o Direito Penal, é LÍCITO (não antijurídico), pois nem mesmo foi
típico.
• 2) caso o fato seja TÍPICO, é necessário que ele NÃO tenha sido praticado em
contexto de contrariedade ao direito (antijuridicidade); e quais são os contextos
onde a prática de um fato típico não contraria o direito e está, portanto,
justificado perante ele, não sendo, alfim, antijurídico? São os contextos das
causas de exclusão de antijuridicidade (artigo 23 do Código Penal).

• Exemplo: FULANO, policial, prendeu, em flagrante delito, SICRANO. FULANO


praticou fato típico (artigo 148 do Código Penal), mas em contexto de não
contrariedade ao direito (causa de exclusão de antijuridicidade: estrito
cumprimento de um dever legal), logo não há fato antijurídico.
• Perceba: as causas de exclusão da antijuridicidade/ilicitude (justificantes)
são, portanto, institutos jurídicos que fazem com que a prática de um fato
típico não seja contrário ao direito, não seja antijurídico; para isto,
entretanto, é necessário que o agente aja nos estritos limites da situação que
as ensejaram (como veremos doravante, estado de perigo no estado de
necessidade, agressão na legítima defesa, obrigação no estrito cumprimento
de um dever legal e faculdade no exercício regular de direito). Ultrapassado
este limite o agente não mais está em situação de conformidade com o
direito e passará, a partir do momento da ultrapassagem, a estar em
contrariedade ao direito, praticando, portanto, fato típico e antijurídico.
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?

(CESPE - STJ - Analista judiciário) Conforme a doutrina pátria, uma causa excludente de

antijuridicidade, também denominada de causa de justificação, exclui o próprio crime.

• GABARITO: CERTO

• (FCC - TJ/AP - Analista judiciário) Há crime quando o agente pratica o fato em exclusão de

ilicitude, havendo, no entanto, redução da pena.

• GABARITO: ERRADO
• Artigo 23 do Código Penal (enumera, em rol exemplificativo, as causas
LEGAIS de exclusão de antijuridicidade, também conhecidas como
justificantes):

• "Não há crime quando o agente pratica o fato:

• I - em estado de necessidade;

• II - em legítima defesa;

• III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito."


• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?

(COPS-UEL - PC/PR - Escrivão) O Código Penal prevê um rol taxativo, portanto exaustivo, das
causas excludentes de ilicitude.

GABARITO: ERRADO

(IBFC - TRF 2ª - Juiz federal) Ainda a respeito da disciplina da ilicitude, é possível constatar que
o nosso Código Penal relaciona quatro causas de exclusão da ilicitude, mas apenas explicitou
conceitualmente duas delas em sua Parte Geral.

GABARITO: CERTO

(CESPE - DPE/AL - Defensor público) As causas de exclusão de antijuridicidade previstas no CP
são taxativas.

GABARITO: ERRADO
• ATENÇÃO: além destas causas LEGAIS de exclusão de
antijuridicidade, existem situações onde o CONSENTIMENTO DO
OFENDIDO funciona como causa de exclusão de antijuridicidade,
atuando como causa EXTRA LEGAL, pois é criação doutrinária.
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?

• (CESPE - DPE/AL - Defensor público) O consentimento do ofendido é


causa de exclusão de ilicitude expressa no CP.

• GABARITO: ERRADO
• ATENÇÃO: o artigo 65 do CPP preconiza que faz coisa julgada no cível a
sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade,
em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular
de direito. Por quê? Porque se um fato for ilícito no direito penal, também o será
nos demais ramos do direito. A recíproca, contudo, não é verdadeira: podemos ter
um fato ilícito para o direito civil e lícito para o direito penal.

• EXCEÇÃO À REGRA DO ARTIGO 65 DO CPP: estado de necessidade


agressivo e legítima defesa com erro na execução.
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?


(MPE/BA - MPE/BA - Promotor de justiça) A ilicitude penal projeta-
se para o todo do direito e, assim, não se restringe ao campo do
direito penal.


GABARITO: CERTO
• ESTADO DE NECESSIDADE.

• “Art. 24: Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para


salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de
outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se.

• § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de


enfrentar o perigo.

• § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a


pena poderá ser reduzida de um a dois terços."
• Compreensão inicial: no estado de necessidade, uma pessoa irá
sacrificar DETERMINADO bem jurídico com a finalidade de
proteção a OUTRO bem jurídico. A peculiaridade, neste ponto, é
que tanto o titular do bem jurídico sacrificado quanto o titular do bem
jurídico protegido estão em situação de LICITUDE, logo um pode
agir em estado de necessidade contra o outro e este outro também
poderá agir em estado de necessidade contra aquele um.
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?


(CESPE - SEFAZ/RS - Técnico tributário) O estado de necessidade
recíproco não é aceito no direito brasileiro.


GABARITO: ERRADO


• Da letra da lei, a doutrina extrai os seguintes requisitos (cumulativos e
obrigatórios) para que o agente possa praticar um fato típico, mas NÃO
antijurídico, por haver contexto de estado de necessidade (nesta ordem de
aferição): 1) o agente precisa estar diante de uma situação de PERIGO ATUAL; 2)
o agente não pode ter sido o provocador, doloso, deste perigo; 3) possuir a
finalidade de salvamento de bem jurídico próprio ou de terceira pessoa; 4) o fato
típico praticado neste contexto precisa ser indispensável para a proteção do bem
jurídico; 5) o agente não pode, como regra, possuir o dever legal de enfrentamento
do perigo e 6) precisa haver proporcionalidade entre o bem jurídico que foi
sacrificado e o bem jurídico que foi protegido.
• Perigo atual: deverá ser interpretado como um perigo real e concreto
que está acontecendo no exato momento em que a ação necessitada
deve ser realizada para salvar o bem ameaçado, sem a qual este seria
destruído ou lesado.
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?


(VUNESP - PC/BA - Investigador) Para a configuração do estado de
necessidade, o bem jurídico deve ser exposto a perigo atual ou
iminente, não provocado voluntariamente pelo agente.


GABARITO: ERRADO
• Não provocação voluntária do perigo: caso o agente tenha
provocado dolosamente o perigo do qual quer se salvar, jamais poderá
alegar em seu favor a justificante do estado de necessidade.

• Observação: caso o agente tenha provocado culposamente o perigo do


qual quer se salvar, poderá alegar em seu favor a justificante do estado
de necessidade.
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?

(CESPE - CÂMARA DOS DEPUTADOS - Analista legislativo) Agirá em estado de


necessidade o motorista imprudente que, após abalroar um veículo de passageiros,
causando-lhes ferimentos, fugir do local sem prestar socorro, para evitar perigo
real de agressões que possam ser perpetradas pelas vítimas.

• GABARITO: CERTO
• Salvamento de direito próprio ou alheio: o agente praticará
determinado fato típico para salvaguardar bem jurídico próprio ou de
terceiro.
• Inevitabilidade da prática do fato típico: o fato típico praticado pelo
agente que buscou salvar o direito próprio ou de terceiro deverá ter
sido absolutamente inevitável; caso houvesse outra alternativa menos
gravosa (commodus discessus) não se poderá cogitar da presença da
justificante do estado de necessidade.
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?


(CESPE - SEFAZ/RS - Técnico tributário) Considera-se em estado de
necessidade aquele que ofende bem jurídico de terceiros, ainda que
haja outro modo de evitar a lesão.


GABARITO: ERRADO
• Inexistência de dever legal para enfrentar o perigo: aqueles que têm
por lei a obrigação de enfrentar o perigo não podem, como regra, optar
pela saída mais cômoda, deixando de enfrentar o risco, a pretexto de
proteger bem jurídico próprio.
• Proporcionalidade entre bem jurídico sacrificado e bem jurídico
protegido: o Código Penal, que adota uma teoria chamada de unitária,
não permite que o estado de necessidade justifique (exclua a
antijuridicidade) do fato típico praticado se o bem jurídico sacrificado
tiver valor menor do que o bem jurídico protegido. Neste caso,
presentes os demais requisitos anteriores, o Código Penal permite a
aplicação de uma causa de diminuição de pena (art. 24, § 2º, CPB).
• Observação: outra teoria, chamada de diferenciadora, defende que o
estado de necessidade pode atuar como excludente de antijuridicidade
no caso de o bem sacrificado possuir valor menor ou igual ao bem
jurídico protegido ou como excludente de culpabilidade no caso de o
bem sacrificado possuir valor maior do que o bem protegido.


O Código Penal comum não adotou essa teoria, mas o Código Penal
Militar a adotou.
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?


(CESPE - SEFAZ/RS - Técnico tributário) No estado de necessidade
justificante, o bem jurídico sacrificado é de maior valor que o bem
jurídico preservado.


GABARITO: ERRADO
• Questionamentos especiais:


a) estado de necessidade defensivo x estado de necessidade
agressivo: entende-se por defensivo o estado de necessidade quando o
fato típico praticado pelo agente que sob ele agiu atinge bem jurídico
oriundo do provocador do perigo; entende-se por agressivo o estado de
necessidade quando o fato típico praticado pelo agente que sob ele
agiu atinge bem jurídico de pessoa que nada teve a ver com a situação
de perigo.
• b) conhecimento da situação justificante: não se aplica a excludente quando o
sujeito não tem conhecimento de que age para salvar um bem jurídico próprio ou
alheio. O conhecimento acerca da situação de risco é chamado de elemento
subjetivo da excludente de ilicitude.

• c) estado de necessidade com erro na execução: é possível que o agente, no


momento em que pratica o fato para salvar de perigo direito próprio ou alheio,
acabe atingindo, por erro na execução, bem jurídico de terceiro. Neste caso,
aplicando-se o disposto no art. 73 do Código Penal, considera-se cometido o fato
contra a pessoa ou o objeto pretendido, não contra aquele efetivamente atingido
em decorrência do erro.
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?


(PUC/PR - TJ/MS - Analista judiciário) O estado de necessidade
agressivo é aquele em que o agente, para preservar bem jurídico
próprio ou de terceira pessoa, pratica o ato necessitado contra bem
jurídico pertencente a terceiro inocente.


GABARITO: CERTO
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?


(VUNESP - TJ/MS - Juiz) Há estado de necessidade agressivo quando
a conduta do sujeito atinge um interesse de quem causou ou
contribuiu para a produção da situação de perigo.


GABARITO: ERRADO


• (FUNCAB - PJC/MT - Investigador) Roalda vinha dirigindo seu carro quando,
em uma descida, percebeu que vinha em sua direção, na traseira de seu veículo,
um enorme caminhão desgovernado, em face de ter perdido a capacidade de
frenagem. Para salvar a sua vida, Roalda jogou o seu automóvel para o
acostamento, colidindo com uma condução escolar, que estava estacionada
aguardando uma criança. Logo, a conduta de Roalda frente à colisão com o
veículo estacionado constituiu estado de necessidade agressivo.


GABARITO: CERTO
• Legítima defesa.

• "Art. 25: Considera-se em legítima defesa quem, usando


moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual
ou iminente, a direito seu ou de outrem.”
• Compreensão inicial: na legítima defesa, uma pessoa irá se defender
ou defender terceiro de uma agressão humana injusta, atual ou
iminente, a bem jurídico próprio ou alheio. A peculiaridade, neste
ponto, é que apenas o titular do bem jurídico agredido está em situação
de LICITUDE, logo é impossível que alguém aja em legítima defesa
contra quem também estiver em legítima defesa ou em qualquer outra
causa de exclusão de antijuridicidade.
• Da letra da lei, a doutrina extrai os seguintes requisitos (cumulativos e
obrigatórios) para que o agente possa praticar um fato típico, mas
NÃO antijurídico, por haver contexto de legítima defesa (nesta
ordem de aferição): 1) o agente precisa estar diante de agressão (não
basta que seja apenas uma provocação) injusta e atual ou iminente; 2)
possuir a finalidade de autodefesa ou defesa de terceiro; 3)
proporcionalidade na defesa.
• Agressão: entende-se por agressão qualquer conduta humana direcionada,
seja ou não criminosa, a lesar ou por em perigo um bem juridicamente
tutelado;

• Agressão injusta: toda aquela, criminosa ou não, que não é autorizada pelo
direito.

• Observação: qualquer bem jurídico pode ser protegido pelo instituto da


legítima defesa, para repelir agressão injusta a ele, sendo irrelevante a
distinção entre bens pessoais e impessoais, disponíveis e indisponíveis,
desde que haja proporcionalidade.
• Atualidade ou iminência da agressão: atual é a agressão que está
acontecendo, isto é, que ainda não foi concluída; iminente é a que está
prestes a acontecer, que não admite nenhuma demora para a repulsa.
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?

• (FCC - DPE/MA - Defensor público) A legítima defesa é meio de exclusão da ilicitude em face de
qualquer injusta agressão, desde que os bens jurídicos atacados sejam o patrimônio, a vida ou a
integridade corporal.

• GABARITO: ERRADO

• (FCC - DPE/MA - Defensor público) A legítima defesa se legitima como forma de exclusão da
antijuridicidade diante de agressão injusta, entendida como aquela realizada mediante
comportamento do agressor que implique em crime doloso.

• GABARITO: ERRADO
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?

(MPE/BA - MPE/BA - Promotor de justiça) A reação defensiva na legítima defesa


não exige que o fato seja previsto como crime, mas deve ser no mínimo um ato
ilícito em sentido amplo.

• GABARITO: CERTO
• Proporcionalidade na defesa: o agente está autorizado a fazer apenas
o necessário, no caso concreto, para que a agressão injusta ao bem
jurídico cesse.
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?

• (VUNESP - PC/BA - Investigador) O reconhecimento da legítima defesa


pressupõe que seja demonstrado que o agente agiu contra agressão injusta atual
ou iminente nos limites necessários para fazer cessar tal agressão.

• GABARITO: CERTO

• (MPE/RS - MPE/RS - Secretário) Entende-se em legítima defesa quem repele


injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

• GABARITO: ERRADO
• Questionamentos especiais.


a) conhecimento da situação justificante: embora a LEI não exija,
não se aplica a excludente quando o sujeito não tem conhecimento de
que age para defender um bem jurídico próprio ou alheio. O
conhecimento acerca da situação de risco é chamado de elemento
subjetivo da excludente de ilicitude (animus defendendi).
• b) legítima defesa com erro na execução: é possível que o agente, no
momento em que repele uma agressão injusta, acabe atingindo, por
erro na execução, bem jurídico de terceiro inocente. Neste caso,
aplicando-se o disposto no art. 73 do Código Penal, considera-se
cometido o fato contra a pessoa ou o objeto pretendido, não contra
aquele efetivamente atingido em decorrência do erro.
• c) legítima defesa sucessiva: é a repulsa do agressor inicial contra o
excesso. Assim, a pessoa que estava inicialmente se defendendo, no
momento do excesso, passa a ser considerada agressora, de forma a
permitir legítima defesa por parte do primeiro agressor.


d) commodus discessus na legítima defesa: não se exige.
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?


(CESPE - TRE/MT - Analista judiciário) A legítima defesa sucessiva é inadmissível como causa
excludente de ilicitude da conduta.

• GABARITO: ERRADO

• (CESPE - AGU - Advogado da união) A legítima defesa é causa de exclusão da ilicitude da


conduta, mas não é aplicável caso o agente tenha tido a possibilidade de fugir da agressão injusta
e tenha optado livremente pelo seu enfrentamento.

• GABARITO: ERRADO
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?


(AROEIRA - PC/TO - Agente) Para salvar sua vida, M. C. mata um cão feroz que,
por instinto, o atacava. Neste caso, M. C. agiu acobertado pela legítima defesa.

• GABARITO: ERRADO
• Estrito cumprimento de dever legal: ocorre quando o agente, seja ou não
funcionário público, é obrigado, pela lei, a praticar determinado fato típico.


Cuidado: lei, aqui, deve ser interpretado amplamente, no sentido de que esse
dever pode constar de leis, decretos, regulamentos ou atos administrativos
fundados em lei, que sejam de caráter geral, e, até mesmo, por força de decisão
judicial.


Atenção: o estrito cumprimento de dever legal é comunicável, nos termos do
artigo 30 do Código Penal.
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?


(CESPE - STJ - Analista judiciário) Situação hipotética: Um policial, ao cumprir
um mandado de condução coercitiva expedido pela autoridade judiciária
competente, submeteu, embora temporariamente, um cidadão a situação de
privação de liberdade. Assertiva: Nessa circunstância, a conduta do policial está
abarcada por uma excludente de ilicitude representada pelo exercício regular de
direito.


GABARITO: ERRADO
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?


(CESPE - PC/MA - Investigador) Durante o cumprimento de um mandado de prisão a determinado
indivíduo, este atirou em um investigador policial, o qual, revidando, atingiu fatalmente o agressor. Nessa
situação hipotética, a conduta do investigador configura estrito cumprimento do dever legal.

• GABARITO: ERRADO

• (PUC/PR - TJ/MS - Analista judiciário) O policial que, munido de mandado de buscas, reage à injusta
agressão e acaba por matar meliante que não atendeu à sua ordem para entregar a arma que possuía e
apontava em sua direção, inclusive efetuando um disparo para alvejá-lo, age em estrito cumprimento de um
dever legal.

• GABARITO: ERRADO
• Exercício regular de um direito: ocorre quando o agente tem o
direito, embora não tenha o dever, de praticar determinado fato típico.

• Cuidado: direito, aqui, deve ser interpretado amplamente, no sentido


de que esse dever pode constar de leis, decretos, regulamentos ou atos
administrativos fundados em lei, que sejam de caráter geral, e, até
mesmo, por força de decisão judicial.
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?


(FUMARC - PC/MG - Delegado) Caio, lutador de boxe, durante uma
luta em que seguia as regras desportivas, atinge região vital de Tício,
causando-lhe a morte. Ante a gravidade da situação fática, a violência
não encontra amparo em nenhuma causa de exclusão da ilicitude,
devendo Caio responder pela morte causada.

• GABARITO: ERRADO
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?


(VUNESP - PC/BA - Investigador) Deve responder pelo crime de constrangimento ilegal aquele
que não sendo autoridade policial prender agente em flagrante delito.

• GABARITO: ERRADO

• (CESPE - TRF 1ª - Oficial de justiça) O oficial de justiça encontra-se em exercício regular de


direito ao cumprir mandado de reintegração de posse de bem imóvel de propriedade de banco
público, com ordem de arrombamento, desocupação e imissão de posse.

• GABARITO: ERRADO
• Ofendículos x armadilha: ofendículos são aparatos visíveis
destinados à defesa da propriedade ou de qualquer outro bem jurídico.
São exemplos as lanças ou cacos de vidros afixados em portões e
muros; as telas ou cercas elétricas acompanhadas do respectivo aviso.
O uso de ofendículos é lícito, desde que sem excessos e, assim, o
responsável não responde por eventuais resultados lesivos que dele
decorram; armadilhas são aparatos ocultos que têm a mesma
finalidade dos ofendículos, contudo não amparados pelo direito.
• Exemplos: telas elétricas desacompanhadas de aviso, armas que
disparam automaticamente quando alguém tenta ingressar em uma
residência. Nesses casos, o responsável responde pelo resultado lesivo
ocasionado por elas.
• Consentimento do ofendido: pode atuar, no caso concreto, como excludente de
ilicitude ou de tipicidade.


Regra: Excluir a ilicitude, quando a existência/inexistência do consentimento da
vítima não afetar o juízo de tipicidade.

• Exemplo: No crime de lesão corporal, ainda que a vítima consinta para com a
lesão (no caso do masoquismo, por exemplo) haverá tipicidade da conduta
(causar lesão corporal) para com o tipo penal do artigo 129 do CPB (ofender a
integridade corporal ou a saúde de outrem).
• Para que o consentimento do ofendido possa excluir a ilicitude são
exigidos os seguintes requisitos, concomitantemente:

• a) ofendido capaz;

• b) bem jurídico disponível

• c) consentimento explícito e anterior ou concomitante à agressão.


• Exceção: Excluir a tipicidade, quando a existência/inexistência do
consentimento da vítima afetar o juízo de tipicidade.


Exemplo: O fato de uma pessoa ter relações sexuais com outra pode
ser típico ou atípico, a depender da existência ou inexistência do
consentimento da vítima. Se o sexo for com consentimento, o fato é
atípico. Se o sexo for sem consentimento, o fato é típico (estupro).
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?


(FUNDEP - MPE/MG - Promotor de justiça) Quando o tipo penal
descreve, expressa ou implicitamente, o dissenso da vítima como
elementar, o consentimento do ofendido, na hipótese, funciona como
causa de exclusão da tipicidade.


GABARITO: CERTO


• Excesso punível: todas as justificantes, como vimos, possuem uma
razão para existir; cessada esta razão, elas desaparecem e o agente
responde por todos os atos que praticar além dela, seja dolosamente ou
culposamente (art. 23, p. único, CPB).
• Como isto já foi cobrado em concursos públicos?


(VUNESP - TJ/SP - Juiz) Quanto às excludentes de ilicitude, o excesso
doloso ou culposo punível aplica-se à legítima defesa e ao estado de
necessidade, enquanto ao estrito cumprimento do dever legal e ao
exercício regular de direito, somente o doloso.


GABARITO: ERRADO

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