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E CARTUNS
André Valente (UERJ, FACHA, IBMEC)
cessionem>cessão
Obs.: Confundem-se homofonicamente
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André Valente
2) A Antonímia
s; apresen-
É o emprego de significantes diferentes com significados oposto
ou por meio
ta-se com prefixo de sentido negativo, prefixos de sentido oposto
de heterônimos, entre os casos principais.
Ex. leal/desleal: emigração/imigração; triste/alegre
diferentes tipos dz
Palmer, entre outros, ressalva que a antonímia apresenta
eradas em
oposição. Palavras como adjetivos podem, por exemplo, ser consid
pode opor-se =
termos de grau, relativamente à qualidade que indicam. Larga
wide) e mars
forma estreita e admitir gradações: larga (wide), muito larga (very
larga do que outra (wid err).
than anothe
morrer. Para
Há autores que contestam oposições clássicas como nascer X
pensa um
eles, poder-se-ia falar aqui em início € fim de processo, 0 que
caso de antonímia. O a
Ta
3) Paronímia
emprego de
Pouco explorada nos compêndios, a paronímia corresponde ao
estudos semânticos.
significantes parecidos com significados diferentes. Nos
Aspectos semânticos em charges e cartuns
Trabalhos diversos
a) “Cabeça” é um dos signos verbais mais polissêmicos da Língua Portu-
guesa.
Do slogan político BRIZOLA NA CABEÇA (Campanha para Governador
do Estado do Rio de Janeiro, em 1982) ao texto de Luís Fernando
Veríssimo
“O Caçador de Cabeças” sobre nossas “cabeças” políticas, destaca
-se o uso da
polissemia.
Tal aspecto semântico também está presente no seguinte anúncio: “Para se
proteger da AIDS, use a parte mais importante de seu corpo: a cabeça”. Encon-
tra-se ainda, na seguinte passagem (Jornal do Brasil, 2/71/97): “Ninguém
me-
lhor que o Sexy Simbol Marcelo Novaes para protagonizar um
comercial de
camisinha. A partir do dia 15, o Hugo da novela Zazá aparece no vídeo sugerin-
do: o preservativo Prosex protege no ato e o que é bom mesmo é colocar
isso na
cabeça: usar camisinha”,
Também está presente na tirinha GATÃO DE MEIA-IDADE. » de Miguel Pai-
va (Jornal do Brasil, 20/5/95). Diz o personagem: “Ela me trata como um
obje-
to sexual e pronto! Tudo bem... Mas eu não sou, só isso, puxa vida! Não sei mais
com qual cabeça pensar...”
b) Um jornal popular c sensacionalista (do Rio de Janeiro) criou a seguinte
manchete:
PASTOR MATOU A VELHINHA. Aqui se observa que a polissemia de
pastor” é gerada pela omissão de termo. Também não bastaria dizer “PASTOR
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Antonímia em antigo anúncio publicado (em Veja) no dia Mundial das Co-
municações Sociais (26 de maio). O anúncio vinha encimado pela oposição
“FALAR É FÁCIL X FAZER É QUE É DIFÍCIL”. Sob a primeira parte (falar é
fácil), vinha o emprego, repetido em várias linhas, da expressão “blábláblá”:
sob a segunda (fazer é que é difícil), a imagem de Cristo na cruz.
d) Há uma combinação de polissemia e homonímia na tira de Ikenga, em
que se dá o seguinte diálogo entre uma professora e dois alunos:
Atenção pra chamada!... Jacozinho
Presente tia!
— Janjão!
—...Presente, tia!
.. Podem me dizer o que faziam fora da turma?
—... Tava comendo merenda, tia!
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— “Boris, a próxima reunião de cópula, digo de cúpula, será aqui. Você entra
“== a vodca e eu com o charuto”.
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e) Quanto à paronímia, destaco o trabalho de Laerte em que se vê a assocz=-
ção entre a forma verbal portuguesa e a inglesa para denunciara corrupção ex
tente em Brasília.
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