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foi multiplicado pela duplicação da população do EUA naquele
período. Neste contexto, a Sociologia americana estabeleceu por
conta própria “como uma disciplina [com] sucesso” (Oberschall,
1972: 187), saindo de 4 professores oferecendo cursos em 1880,
para 225 professores e 59 departamentos em 1900 (Morgan, 1983:
43), ainda, para “quase a totalidade das maiores universidades e
faculdades tendo um departamento de Sociologia independente” em
1947 (Wirth, 1947, 279).
Assegurar e expandir neste contexto significava que a comunidade
sociológica se tornou permeada pela expectativa e arranjos de
poder. A universidade, seja pública ou privada, dependia do apoio
econômico de poderosas corporações e grupos governamentais
alinhados com o capitalismo. Sob estas circunstâncias, a
administração universitária, faculdades consolidadas, fundações
de pesquisa trabalham para manter a distância dos problemas
políticos. Mesmo no meio da reforma Progressiva (Progressive
reform), o professor Richard T. Ely referiu-se ao presidente da
Universidade de Chicago dizendo “o movimento dos trabalhadores
podem ter toda razão, mas nós recebemos dinheiro das corporações
e eu estou com os capitalistas a todo momento.” (citado por Sclar,
1995: 295). Muitas universidades pressionadas por seus membros
mais radicais, incluindo os cientistas sociais Henry Carter Adams,
Edward W. Bemis, John R. Commmos, Richard T. Ely, E.A. Ross, W.I.
Thomas e Thorstein Veblen (Deegan, 1988; Fitzpatrick, 1990; Ross,
1991; Sklar, 1995; M. Smith, 1994). Por exemplo, após ter sido
demitido da Universidade Cornell por apoiar abertamente os
trabalhadores no Massacre Haymarket (1886), Adams advertiu seus
seguidores cientistas sociais para “evitar assuntos controversos
e tornarem-se especialistas técnicos para legisladores e comissões
regulatórias” (M. Smith, 1994, 23). O economista Edward Bemis,
após sua demissão da Universidade de Chicago e da Faculdade
Agrícola do Estado do Kansas, se comprometeu com uma reforma com
o prefeito de Cleveland e desenvolveu um modelo de sistema de
águas para cidade (Campbell, 1988). Dentro da cultura acadêmica,
estas pressões foram retrabalhadas para formar um conjunto de
critérios pela academia legítima dentro da qual os sociólogos
acadêmicos tinham que se conformar: um objeto distinto de outras
disciplinas, uma expertise neutra, uma retórica consistente com o