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12 dialetos brasileiros que


enriquecem a língua
portuguesa
Bateu uma curiosidade? Conheça as características e algumas expressões
dos diferentes dialetos falados no Brasil.

ESCRITO POR MARINA MANTOVANINI 20/12/2020

A língua oficial do Brasil é o português, mas quantas vezes você achou que
estava em outro país por não conseguir entender perfeitamente a fala de
pessoas que cresceram em um estado ou até mesmo em uma cidade diferente
da sua? De Norte a Sul da nação, há uma infinidade de variações linguísticas
com uma acentuadas diferenças.

Mas o que são variações linguísticas? De forma simples, as variações


linguísticas são a capacidade de uma língua de se transformar de acordo com
diferentes contextos. As variações linguísticas podem ser diatópicas
(regionais), diacrônicas (históricas), diastráticas (sociais) ou diafásicas
(estilísticas). Os dialetos pertencem à categoria de variações diatópicas, pois
se referem às características do idioma – pronúncia (sotaque), vocabulário,
gramática – em determinada região. Por exemplo, as palavras “aipim”,
“mandioca” e “macaxeira” designam o mesmo alimento, porém o emprego
delas varia conforme a região.

Nesse caldeirão linguístico, os dialetos do Rio de Janeiro e de São Paulo são os


mais presentes nos meios de comunicação. Já a diversidade de variações
linguísticas do Nordeste junto com os dialetos amazônicos constituem o
chamado português brasileiro setentrional.

Dentro dessa imensidão de diferenças, selecionamos alguns dialetos para você


conhecer um pouco mais sobre a diversidade linguística do Brasil. Vale
ressaltar que não se trata de uma lista exaustiva: o Brasil, com suas dimensões
continentais, é riquíssimo em variações linguísticas. Além disso, é bom não
generalizar: nós reconhecemos que alguns dos exemplos citados não são
usados por todos os habitantes da região indicada. Os socioletos, ou dialetos
sociais, são as variedades da língua em diferentes grupos sociais. Por exemplo,
há variações de acordo com a idade: os adolescentes de determinada região
podem ter gírias locais que não são usadas pelos adultos que residem nessa
mesma região, mas também nem pelos adolescentes de outras regiões.

Baiano: Também conhecido como baianês, o baiano foi um dos primeiros


dialetos brasileiros. E se você acha que seus falantes vivem apenas no estado
da Bahia, você vai se surpreender. O baianês também é o falado em Sergipe,
no extremo norte de Minas Gerais e no leste de Goiás e Tocantins.
E aê, meu rei!? = Olá, amigo!

Colé de mêrmo? = Como vai você?

Aooonde! = Não mesmo!

Tá me comediando é? = Está me fazendo de bobo?

Se plante! = Fique na sua!

Brasiliense: Esse dialeto, também chamado de candango, é resultado do fluxo


migratório, que começou em 1955, por conta da construção de Brasília.
Encontrado na cidade e na área metropolitana, é uma mistura das variações
linguísticas do mineiro e goiano, com nuances nordestinas.

Aff = Ave maria

Baú = Ônibus

Vou de camelo = Vou de bicicleta

Hoje eu tô com uma lombra = Hoje eu tô com uma preguiça

Caipira: Com uma fonética marcada pelo “R” retroflexo, por trocar o “LH” por
“I”, e por não flexionar o verbo, sem obedecer a concordância numérica, o que
faz com que ele fique sempre no singular, o caipira é falado no interior do
estado de São Paulo, leste e sul do Mato Grosso do Sul, sul de Minas Gerais, sul
de Goiás, norte do Paraná e zonas rurais do sul do Rio de Janeiro. A influência
desse dialeto vem da língua indígena Tupi.

Nói, nóis = Nós

Muié = Mulher
Ele é um coió = Ele é um bobo

Nóis fumo = Nós fomos

Us carmânti = Os calmantes

Num mi alembro = Não me lembro

Carioca: Falado na região metropolitana do Rio de Janeiro e em áreas


próximas, o dialeto carioca é conhecido pelo sotaque com muita semelhança
ao português lusitano. Todo mundo sabe que é um carioca falando por conta
do S chiado e das vogais abertas. Os dialetos dos africanos escravizados
também foram uma influência no carioquês.

Tô bolado = Tô preocupado

Coé = Qual é

Esse projeto fluiu = Esse projeto deu certo

Maneiro = Muito legal

Mermão = Aglutinação de “meu irmão”

Gaúcho: Com grande influência do espanhol e um pouco do Guarani e de


outras línguas indígenas, o dialeto guasca (gaúcho) é falado
predominantemente no Rio Grande do Sul, e em parte do Paraná e de Santa
Catarina.

Olhar de revesgueio = Olhar atravessado

Preteou o olho da gateada = A coisa ficou complicada

Te some da minha frente = Sai da minha frente


Tri afú = Muito legal

Toca ficha = Segue em frente

Mineiro: O dialeto montanhês, que ocorre principalmente nas regiões central


e leste de Minas Gerais, apareceu após a decadência da mineração, quando o
estado sofreu um isolamento. Contudo, o montanhês também sofreu
influência do dialeto caipira, de São Paulo.

Quét’ s’criança! = Mãe pedindo às crianças que se calem

Conta Z’óra? = Que horas são?

As’fruta ‘tão ‘pudrecen tud’ = Todas as frutas estão apodrecendo

Blusdifri = Blusa de frio

Sa passado = Sábado passado

Nordestino: Falado em Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do


Norte, na porção sul do Ceará, e em algumas regiões da Bahia, do Piauí e do
Maranhão, é o dialeto com maior números de falantes. São mais de 53 milhões
de pessoas e, por conta disso, ele inclui subdialetos, como o da Zona da Mata,
do interior nordestino, e do Meio-Norte.

Mainha! Ó ele me arengando! = Mãe, olha ele me perturbando!

Arreda = Sai da frente

Agora, avalie o tamanho da encrenca = Agora, imagine o tamanho da encrenca

Vou acochar bem os parafusos = Vou apertar bem os parafusos

Dar o grau = caprichar


Nortista: Falado pela maioria dos habitantes da Bacia Amazônica (Acre,
Amazonas, Roraima e Amapá e parcialmente no Pará, excluindo-se a região de
Carajás), a amazofonia sofreu forte influência dos portugueses. A
característica mais marcante é o uso do “tu” nas conjugações em segunda
pessoa.

Gala seca = Idiota

Baixa da Égua = Local distante

Ficar de bubuia = Ficar tranquilo

Tá lá, cheiroso! = De forma alguma!

Tu é leso, é? = Você tá doido, é?

Paulistano: Muito usado nos meios de comunicação, o dialeto paulistano é


falado na Macrometrópole de São Paulo (com exceção de alguns municípios
que utilizam o dialeto caipira).

Se pá = Talvez

Bater um fio = Dar um telefonema

Fica na moral = Fica quieto, calado

Uma pá de vezes = Muitas vezes

Foi descoberta muita corrupa no governo de Sampa = Foi descoberta muita


corrupção no governo de São Paulo

Recifense: O dialeto recifense é típico da Região Metropolitana do Recife e da


Mesorregião da Mata Pernambucana, no estado de Pernambuco. Sua marca é
o chiado e a quantidade de palavras criadas pelos falantes desse dialeto.
Deixar de pantim = Deixar de besteira

Com os quatro pneus arriados = Estar muito apaixonado por alguém

Fi de rapariga = uma maneira de insultar alguém

Gera = Farra

Avoar no mato = Jogar fora

Sertanejo: Falado no sudoeste, centro-sul e leste do Mato Grosso, noroeste do


Mato Grosso do Sul, no centro-norte de Goiás, e em pequenas porções do
oeste de Minas Gerais, é um desdobramento do dialeto caipira. Além disso, a
construção do sertanejo vem da interação de falantes dos dialetos mineiro,
sulista e nordestino.

Dar pinote = Fugir correndo

Ela se emperiquitou toda = Ela se arrumou toda

Tchá por Deus = Expressão de espanto ou indiferença

Sulista: Esse dialeto, que possui muitas características particulares, é


predominante no Paraná, em praticamente todo o estado de Santa Catarina,
no noroeste do Rio Grande do Sul e no extremo-sul do estado de São Paulo.

Cupincha = Camarada

Pila = Dinheiro

Você está borracho = Você está bêbado

Vou na padaria comprar um cacetinho = Vou na padaria comprar um pão


francês
Diferença entre língua, dialeto e idioma

A comunicação é a finalidade maior de uma língua, idioma ou dialeto: é por


meio dela que ocorrem as interações sociais, mas saber a diferença entre eles
é entender melhor como cada nação cria suas ferramentas para se comunicar.

Língua: nada mais é do que um instrumento de comunicação. Segundo a


definição do dicionário Michaelis, a língua é um conjunto de palavras ou signos
vocais e regras combinatórias estabelecidas, de que fazem uso os membros de
uma comunidade para se comunicar e interagir, ou seja é ela que estabelece as
interações sociais.

Idioma: é a língua que identifica uma nação, é a língua própria de um povo. No


Brasil, o idioma oficial é o português. Existem países, como a Suíça, por
exemplo, em que três idiomas são considerados oficiais, o alemão, o italiano e
o francês.

Dialeto: é uma forma particular de uma língua que é peculiar a uma região ou a
um grupo social específico. O dialeto é geralmente interpretado
geograficamente (dialeto regional), mas também tem relação ao contexto
social da pessoa (dialeto de classe) ou ao ofício (dialeto ocupacional).

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