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Lei de Base do Sistema Nacional de Saúde

Capitulo 1
das Disposições Gerais

Artigo 29º Benefícios

1. A Lei pode especificar as prestações garantidas aos beneficiários do Serviço


Nacional de Saúde ou excluir do objecto dessas prestações cuidados não
justificados pelo estado de saúde.

2. Só em circunstâncias excecionais em que seja impossível garantir em Angola o


tratamento das condições exigíveis de segurança e em que seja possível faze-lo
no estrangeiro, o SNS suporta as respectivas despesas.

3. Tal decisão será sempre submetida a parecer prévio da Junta Nacional de Saúde
nos termos da Lei.

A lei esclarece os beneficiários e exclui os cuidados não justificadas, excecionalmente


nas circunstâncias em que não se pode dar uma resposta local, o SNS suporta os
respectivos encargos para o exterior em busca de resposta médica, a decisão ora presente
requer o monitoramento da JNS nos termos da lei.

Dos pacientes da Junta Nacional de Saúde, 60% são direta ou indiretamente ligados a
patologias do fórum oncológico.

Estimativas da International Agency for Research on Câncer (IARC), da Organização


Mundial da Saúde (OMS) estimam que em Angola são diagnosticados 9.200 casos
novos de cancro/ano, com uma mortalidade estimada de 7100/ano, o que representa um
índice de mortalidade de 77,17%, muito acima dos 50% observados em países
desenvolvidos (Fonte: Globocan 2008 ). Consta ainda das doenças mais frequentes a
JNS as Doenças Renais e Cardíacas com necessidade cirúrgicas ou de transplante.

Justifica-se pelo desconhecimento. Porém indícios indicam que a falta de investimento,


gestão célere e idónea juntamente com a falta de infraestruturas, recursos materiais e
humanos ligados a desconfiança e descredito do SNS aumenta o numero de solicitações
na JNS.
Uma outra inquietação social que tem gerado uma acesso debate e controverso sobre os
critérios ao acesso a JNS é a questão da “equidade social” onde de forma clara se expõe
a desigualdade social ora visível, onde se decide quem morre e quem vive de forma
imediata distinguidos a prior pelas condições económicas disponíveis de cada paciente.

Segundo augusto Lourenço (Presidente da Junta Nacional de Saúde) em entrevista ao


Jornal de Angola, explica que uma das condições para o doente beneficiar da junta
médica é não haver tratamento no pais, e que o Estado Angolano já investiu 900 bilhões
de kwanzas para custear a assistência medica no exterior, porém adianta que este valor
tem vindo a diminuir a medida em que muitas doenças já são tratadas no pais. Para tal é
necessário que o doente venha acompanhado de um relatório médico, feito por um
hospital idóneo, onde consta o quadro clinico do paciente, quais as limitações do
Hospital em relação a solução da patologia, e fundamentar a proposta de evacuação.

A seguir o doente passa por uma peritagem onde é avaliado pela comissão técnica da
Junta Nacional de Saúde, considerando o cumprimento dos tramites legais.
Artigo 30º Gestão das Unidades de Saúde

1. A gestão das unidades de saúde deve obedecer, na medida do possível, a regras


de gestão empresarial, a lei pode permitir a realização de experiencias inovadoras
de gestão, submetidas a regras por ela fixada.

2. Nos termos a estabelecer por lei, pode ser autorizada a entrega, através de
contratos de gestão, de hospitais ou centros de saúde e serviços complementares
de diagnóstico a outras entidades ou em regime de convenção a grupos de
médicos e outros profissionais do ramos da saúde.

As unidades de saúde possuem uma gestão autónoma e flexível a implementação de


novos modelos de gestão, baseando-se na disponibilidade técnica, administrativas e
infraestruturas existentes com base na solicitação das mobilidades mais frequentes.
Assim sendo o nível de flexibilidade na Gestão das Unidades de Saúde é um reflexo do
que é permitido por lei por conveniência de serviço e necessidade.
Artigo 31º Hospitais

1. Os hospitais poderão ter nos termos, a definir na lei, personalidade jurídica e


autonomia administrativa e financeira.

A personalidade jurídica hospitalar e a autonomia administrativa e financeira serve


principalmente para dar respostas in loco dos serviços ou necessidades mais urgentes
não previstos por lei ou sem domínio do poder central, esta liberdade administrativa,
permite que o impacto seja imediato as populações mais vulneráveis e com menor
procedimentos burocráticos para o acesso a saúde.
Artigo 32º Apoio ao Sector Privado

1. O estado apoia o desenvolvimento do sector privado de prestação de cuidados de


saúde, em função das vantagens sociais decorrentes das iniciativas em causa e
em concorrência com o sector público.

2. O apoio pode traduzir-se nomeadamente na facilitação da mobilidade do pessoal


do Serviço Nacional de Saúde que deseja trabalhar sector privado e na criação de
incentivos a criação de unidades privadas.

O sector privado serve como suplemento dos serviços não existentes ou insuficientes no
sector publico, no entanto este mesmo apoio suplementar não deve servir como
argumento ao não investimento ou falta de profissionalismo apresentado pelo sector
publico, o sector publico a pior deve encaminhar ao sector privado os pacientes em casos
extremamente excecionais onde os recursos já foram esgotados do ponto de vista
humano e técnico.
Artigo 33º instituições privadas de fim não lucrativo com objectivos de saúde

1. As instituições privadas de fim não lucrativo com objectivos específicos de saúde


intervém na ação comum a favor da saúde colectiva e dos indivíduos de acordo
coma legislação que lhes será própria e apresente lei.

2. As instituições privadas de fim não lucrativo ficam sujeitas no que respeitas as


atividades de saúde ao poder orientador e de inspeção dos serviços competentes
do Ministério da Saúde sem prejuízo da independência de gestão.

3. Para além do que consta no nº2 do artigo 30º, os serviços de saúde destas
instituições podem ser subsidiados financeiramente e apoiados tecnicamente
pelo estado.

Tem como principal foco a saúde colectiva com base na lei vigente, os mesmos órgãos
estão sujeitas ao poder orientador de inspeção do MINSA, porém com autonomia na
gestão interna.

Existe ainda a hipótese do estado subvencionar financeiramente e tecnicamente, as


instituições privadas de fim não lucrativo.

O desenvolvimento dos cuidados terciários, pela abrangência nacional de que se


revestem, deverá basear-se na complementaridade entre estas instituições e outras
iniciativas privadas. Tal como preconizado na Estratégia de Desenvolvimento a Longo
Prazo, “Angola 2025”.

A rede terciária poderá estar aberta à iniciativa privada, passando a situar-se no quarto
patamar de prioridade nacional, sempre em regime de Parcerias Público-Privada (PPP),
dando-se prioridade às especialidades onde se registam maiores evacuações de doentes
para o estrangeiro (Uma forma de reduzir o fluxo de pacientes que solicitam a Junta
Médica diante da JNS).

Deste modo, é de se estimular o desenvolvimento no sector privado de instituições de


assistência hospitalar terciária sem miscigenações entre o pessoal de quadros para não
deturpar a qualidade do serviço prestado entre os diferentes níveis institucionais.

No entanto, o sector privado de assistência terciária e secundária, não constitui para já


uma complementaridade ao SNS, por deficiente regulamentação.

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