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Introdução

A explosão demográfica e o surgimento de novas tecnologias para a manutenção do


mundo contemporâneo têm transformado o nosso habitat em depósito de inúmeras
substâncias de composição desconhecida e com grande capacidade de sinergismo.

Dentre estas substâncias, destacam-se os poluentes orgânicos persistentes – POPs, que


consistem em compostos orgânicos de distintos usos e formulações químicas, que
recebem o mesmo tratamento diante da similaridade de seus efeitos à saúde humana e
ao ambiente.

Neste sentido, o objetivo do presente trabalho consiste em identificar as características e


o perfil toxicológico dos POPs, destacando seus potenciais impactos ao meio ambiente e
à saúde humana, bem como, analisar a iniciativa internacional referente à construção de
uma sistemática de controle destas substâncias.
 Objectivos

 Objectivo Geral

Neste sentido, o objetivo do presente trabalho consiste em identificar as características e


o perfil toxicológico dos POPs, destacando seus potenciais impactos ao meio ambiente e
à saúde humana

 Objectivo específico

Analisar a iniciativa internacional referente à construção de uma sistemática de controle


destas substâncias.

Metodologia

Para subsidiar o presente estudo, utilizou-se das técnicas de pesquisa documental e


pesquisa bibliográfica, com análise de dispositivos normativos, além de trabalhos
técnicos e científicos a respeito das características e efeitos à saúde humana advindos
dos poluentes orgânicos persistentes (POPs),
Os poluentes orgânicos persistentes

Os poluentes orgânicos persistentes designados por POPs, são substâncias químicas de


síntese muito tóxicas produzidas para utilização na agricultura, para a indústria ou que
resultam, como subprodutos, de processos industriais. Estas substâncias são muito
estáveis, isto é, resistem à degradação sob condições naturais e, uma vez dispersas no
ambiente, propagam-se através dos elementos (vento, chuva e água) ou de vetores
animais, a distâncias consideráveis das suas fontes. Os POP, também se caracterizam
por serem bioacumuláveis, isto é, uma vez absorvidas pelos seres vivos expostos ao ar,
água solo ou alimentos, estas substâncias têm a capacidade de se acumularem nos seus
tecidos gordos sendo, geralmente, hidrofóbicas. Nos animais de níveis tróficos
superiores, os POP podem atingir concentrações muito mais elevadas do que as que se
verificam nos organismos de que se alimentam, sendo este efeito denominado bio
magnificação. Uma vez na cadeia alimentar, os POP vão sendo acumulado e podem pôr
em risco a saúde humana para além do ambiente.

A tendência para muitas destas substâncias (como DDT e dioxinas) se acumularem


nos tecidos gordos, resulta na ocorrência de teores significativos no leite de
amamentação humano, podendo também passar através da placenta para os fetos em
desenvolvimento. São conhecidos vários problemas resultantes dos POP ao nível quer
do desenvolvimento e reprodução, quer da supressão do sistema imunitário, e quer no
desenvolvimento de diversos tipos de cancro.

Os POP constituem, assim, um risco importante devido à sua toxicidade para animais e
pessoas, à sua persistência no ambiente e nos tecidos gordos dos organismos vivos, à
sua capacidade de se difundirem a longas distancias no ar e água e à sua propensão para
acumular nas cadeias alimentares. A contaminação de alimentos como peixe e produtos
lácteos tornou-se comum em todo o mundo.

A eliminação dos POP foi acordada por um tratado das Nações Unidas, a Convenção de
Estocolmo, ratificado pela UE em 2004. É o primeiro acordo global que tem por
objectivo banir uma classe inteira de produtos químicos por causa dos seus efeitos
directos na saúde humana, tendo sido selecionados, sendo oito dos quais pesticidas,
considerados como prioritários.

Os compostos orgânicos poluentes podem atingir os oceanos via drenagem urbana


e/ou transporte atmosférico. Uma vez no oceano, os POPs são distribuídos e
transferidos através da coluna d’água, biota e sedimento (Fig. 2). Existe uma
evaporação significativa da superfície do oceano para a atmosfera. Também podem
sofrer processos de dispersão, degradação e concentração similar aos demais poluentes
como o petróleo e os metais pesados.

Os compostos orgânicos poluentes estão entre os chamados compostos orgânicos


aromáticos (isto é, que contém um ou mais anéis de benzeno). Por conta disto, tais
hidrocarbonetos se tornam mais estáveis, o que lhes confere uma meia vida prolongada
nos compartimentos ambientais e biológicos

Classificação

Para serem classificados como poluentes orgânicos persistentes, os contaminantes


devem: Persistir no meio ambiente, por possuir meia-vida longa; Ter a habilidade de se
mover rapidamente na água e no ar; Acumular-se na gordura do corpo, no sangue e
outros fluidos corporais (bioacumulação);

Propriedades e Características

De um modo geral, as propriedades e características dos compostos orgânicos poluentes


consistem em sua:

 Persistência, ou seja, sua resistência à degradação fotolítica, química e


biológica;
 lipossolubilidade e semi-volatilidade, que culminam em sua possibilidade de
se transportar por longas distâncias por meio da “destilação global”;
 Capacidade de se biomagnificação, condizente à sua acumulação ao longo da
cadeia alimentar, elevando sua concentração segundo o aumento do nível
trófico.

Estas características se tornam ainda mais pronunciadas quando um ou mais átomos


de hidrogênio é substituído por algum halogênio (flúor, cloro, bromo ou iodo.

Este conjunto de características reflete uma combinação extremamente perigosa ao ser


humano e ao meio ambiente pois em decorrência desta persistência e mobilidade, os os
compostos orgânicos poluentes que são POPs, se encontram em todas as regiões do
mundo.
A capacidade de biomagnificação importa também na respectiva transmissão desta
substancia durante a gravidez e lactação, de modo que a exposição possa afetar períodos
de vulnerabilidade quando estão se desenvolvendo em especial, o sistema

nervoso e imunológico

Perfil toxicológico dos POPs

Estes contaminantes emergentes, mesmo em doses baixas, produzem em animais e seres


humanos, toxicidade nos sistemas reprodutivos, nervoso e imunológico, podendo
também causar câncer, efeitos estes ocasionados, principalmente, por sua ação como um
desruptor endócrino no organismo.

De acordo com Argemi, Cianni e Porta (2005, p.291) a descrição de alterações em


funções reprodutivas pela demonstração de exposição a produtos químicos de com
atividade hormonal, em especial o estrogênio, fez surgir o que hoje se conhece como
"Desregulação endócrina".

Bila e Dezotti (2007, p.652) indicam que as substâncias denominadas desreguladores


endócrinos consistem em uma “categoria recente de poluentes ambientais que
interferem nas funções do sistema endócrino” gerando efeitos em sua saúde,
crescimento e reprodução, mesmo no caso de exposição em concentrações muito baixas.

Dentre os efeitos destacados pela literatura, temos: a redução na eclosão de ovos de


pássaros, peixes e tartarugas, feminização de peixes machos, afetação ao sistema
reprodutivo em peixes, repteis, pássaros e mamíferos, e alterações em sistemas
imunológicos de mamíferos marinhos. No caso de seres humanos também pode haver
redução na quantidade de esperma, aumento de câncer na mama, testículo e próstata
(BILA, DEZOTTI; 2007, p.652).

Do mesmo modo, muitas evidências, observadas em animais, reforçam a ação de


desruptor endócrino pelos POPs, como nos casos de desenvolvimento e função anormal
da glândula tireoide em pássaros e peixes e a diminuição da fertilidade em peixes,
moluscos, pássaros e mamíferos (RICHARDSON, 2003).

Segundo estudos realizados pela ATSDR (Agência Americana de Substâncias Tóxicas


e Registro de Doenças), certos grupos populacionais, tais como, pescadores, índios,
grávidas, crianças, idosos, homens e mulheres em idade fértil, dentre outros, tem
demonstrado elevada exposição e suscetibilidade fisiológica intrínseca em relação aos
POPs (HICKS et al, 2000).

Por consequência de suas características físico-químicas, é praticamente impossível


anular a presença dos POPs no ambiente. No entanto, apesar de ainda não se dispor de
informações acerca de seu processo de degradação, o fato de não serem compostos
mutagénicos gera a possibilidade de se trabalhar em relação aos reflexos de sua
exposição.

Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes

As particularidades dos POPs fazem deles substâncias perigosas para todo o planeta,
sendo que a possibilidade de seu transporte no meio ambiente influenciou a construção
de uma Convenção específica para sua regulação como medida para evitar a poluição
transfronteiriça.

Em 1997, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) por
intermédio da Resolução 19/13C, recomendou a criação de um Comitê
Intergovernamental Negociador (INC) encarregado da discussão a respeito da
repercussão planetária advinda das  características dos POPs. Este comitê exerceu suas
funções durante 3 anos (1998-2000) e estruturou a construção

A Convenção de Estocolmo foi elaborada ao longo de três anos de um instrumento


legal internacional com a finalidade reduzir e eliminar o uso e as emissões dos POPs
(ACPO, 2006, p.3).

Neste sentido, em reunião diplomática realizada em 22 de maio de 2001 realizada na


Suécia, a comunidade internacional aprovou, a Convenção de Estocolmo sobre
Poluentes Orgânicos Persistentes, visando a eliminação do uso e produção destes
compostos, definindo regras relacionadas ao seu comércio, descarte e vigilância.

Os compostos orgânicos poluentes identificados e enfrentados pela Convenção,


conhecidos como os “12 sujos”, pertencem a três categorias:

 Praguicidas, onde se incluem: aldrin, clordano, DDT, dieldrin, endrin,


heptacloro, hexaclorobenzeno (HCB), mirex, toxafeno;
 Produtos químicos industriais, abrangendo: o hexaclorobenzeno  e as
bifenilas policromadas (PCBs);
 Subprodutos químicos, produzidos não intencionalmente, como as
dioxinas e os furanos

O principio da precaução é adotado pela Convenção de Estocolmo como preceito


orientador dos rumos tomados para o aprimoramento deste sistema internacional.

Nesta perspectiva, a Convenção mantém aberto o canal para inclusão de novas


substancias químicas no âmbito do mecanismo de controle estatuído. Qualquer parte
deste instrumento internacional pode submeter ao Secretariado da Convenção indicando
os dados relativos à persistência, bioacumulação e potencial de transporte no meio
ambiente. A matéria é então enviada para um Comitê especifico encarregado de analisar
a questão mediante critérios específicos delineados pela Convenção

 Pesticidas

Foram intencionalmente espalhados no meio ambiente como meio de controlar pragas e


aumentar a produção de alimentos (DDT, Aldrin, Clordano, Dieldrin, Endrin,
Heptacloro, Mirex, Toxafeno, Clordecona, alfa-Hexaclorociclohexano, beta-
Hexaclorociclohexano, Lindano (gama- Hexaclorociclohexano) e Endosulfan) Os
pesticidas começaram a ser usados em larga escala após a II Guerra Mundial tanto na
protecção de culturas agrícolas como em prevenção de doenças (malária).

 Dioxinas (PCDD)

As dioxinas fazem parte da lista do Anexo C de POPs não intencionais da Convenção


de Estocolmo. Três famílias de compostos químicos compartilham estruturas químicas e
características biológicas semelhantes e, por isso, estão intimamente relacionadas:
dibenzo-p-dioxinas cloradas (CDD, dioxinas), dibenzofuranos clorados (CDF, furanos)
e determinadas bifenilas policloradas (PCB). O termo dioxina também é usado
comumente para a dioxina mais estudada e uma das mais tóxicas: a 2,3,7,8-
tetraclorodibenzo-p-dioxina (TCDD).
 Furanos (PCDF)

Os furanos fazem parte da lista do Anexo C de POPs não intencionais da Convenção de


Estocolmo. Três famílias de compostos químicos compartilham estruturas químicas e
características biológicas semelhantes e, por isso, estão intimamente relacionadas, quer
sejam: dibenzo-p-dioxinas cloradas (CDD, dioxinas), dibenzofuranos clorados (CDF,
furanos) e determinadas bifenilas policloradas (PCB). Dibenzofuranospoliclorados
ocorrem com 75 isômeros diferentes. Existem 38 tetraclorodibenzofuranos possíveis
isômeros, mas apenas um isômero que contém cloro nas posições 2,3,7 e 8, que possui
alta toxicidade e por isso é o furano mais estudado. O termo furano é usado comumente
para o isômero 2,3,7,8 ou tetraclorodibenzofurano ou PDCF. Furanos são
estruturalmente semelhantes às dioxinas e compartilham muitos dos seus efeitos
tóxicos.

Usos e Aplicações

As medidas de controle dos POPs incidem numa lista de 12 compostos químicos,


agrupados em três categorias. A lista inclui 8 pesticidas (aldrina, clordano, DDT,
dieldrina, endrina, heptacloro, mirex e toxafeno), 2 químicos industriais (PCBs e
hexaclorobenzeno, este também usado como pesticida) e 2 subprodutos involuntários de
processos industriais de combustão (dioxinas e furanos). O uso e aplicações possíveis de
cada composto estão descritos na tabela abaixo.

Usos e aplicações dos 12 POPs cobertos pela Convenção de Estocolmo

Substância Aplicação

Aldrina Produzido como pesticida para controle de insetos do solo.

Rodenticida e insecticida usado nas culturas de algodão arroz e


Endrina
milho.

Dieldrina Insecticida usado na fruta, solo e sementes.

Insecticida usado no controlo de fogos, formigas e em várias


Clordano
culturas.

Usado como insecticida no combate, aos mosquitos que


DDT transmitem a malária e a febre amarela, e no combate aos
piolhos do tifo.
Utilizado como insecticida de contacto contra insectos do solo
Heptacloro
e formigas.

Fungicida. Aparece também como subproduto na indústria


Hexaclorobenzeno
química.

Insecticida e retardante de chamas em plástico, borrachas e


Mirex
componentes eléctricos.

Insecticida acaricídio, especialmente utilizado contra larvas e


Toxafeno
algodão.

Policlorobifenilos Usado em condensadores, transformadores, em líquidos


(PCBs) refrigeradores.

Subproduto da combustão, especialmente de plásticos; da


Dioxina manufaturação de produtos com cloro e de processos
resultantes da produção de papel.

Furanos Subprodutos relacionado com dioxinas.

Efeitos na Saúde e no Ambiente

Os POPs são encontrados em todo o globo. Sendo agentes químicos semivoláteis e


insolúveis em água, são transportados a longas distâncias. Esta volatilidade é maior no
equador do que em climas moderados e frios, acabando por ser aprisionados nas regiões
mais frias do planeta como os pólos e regiões montanhosas. Altos níveis destes
poluentes já foram detectados em regiões árticas, locais onde nunca foram utilizados
para quaisquer fins. Sendo hidrofóbicos, em ambientes aquáticos só se encontram
dissolvidos em tecidos de seres vivos ou em matéria orgânica, onde atingem
concentrações muito maiores do que no meio envolvente (moléculas apolares como os
POPs só se solubilizam em compostos com propriedades semelhantes). A natureza
persistente dos POPs é demonstrada pela baixa taxa de degradação no solo,
especialmente em regiões frias. O tempo de meia-vida destes produtos está
contabilizado em décadas. Uma outra propriedade destes compostos é a sua lipofilia, ou
seja, solubilidade em tecidos adiposos, o que leva a acumulações na gordura corporal e
fígado dos animais a eles expostos. Alguns destes compostos além de bioacumular, têm
tendência para biomagnificar, ou seja aumentar a sua concentração ao longo das cadeias
tróficas.

Apesar de todos os POPs serem tóxicos para os humanos, a sua toxicidade varia sendo
a endrina o mais tóxico enquanto que o heptacloro ou o hexaclorobenzeno não
demonstram tanta toxicidade. Os primeiros indícios de toxicidade nos humanos foram
observados nos anos 60. Desde aí já foram detectados muitos efeitos negativos, entre os
quais: tumores, infertilidade, efeitos adversos nos rins e fígado, doenças
cardiovasculares, mudanças comportamentais como fadiga, depressão, tremores,
convulsões, etc

A exposição humana aos POPs pode causar malformações do feto, câncer e danos aos
sistemas nervoso, endócrino, reprodutivo e imunológico. Alguns POPs, particularmente
DDT, dioxinas e bifenilas policloradas, são considerados interferentes endócrinos, ou
seja, são substâncias químicas que podem interferir na produção ou na atividade de
hormônios no sistema endócrino humano. A exposição aos poluentes orgânicos
persistentes também pode causar alteração no desenvolvimento, na aprendizagem e no
comportamento, alergias, hipersensibilidade e diminuição da coordenação motora.
Mulheres, bebês, crianças e idosos parecem ser especialmente vulneráveis a
determinados efeitos dos POPs. A seguir, as substâncias (ou grupos de substâncias) e
seus efeitos específicos sobre a saúde humana.

O homem pode estar exposto aos contaminantes de diferentes fontes e por diversas vias,
biomonitorização humana possibilita estimar a quantidade de contaminantes absorvida e
retida no corpo decorrente da integração entre as vias e as fontes de contaminação com
o organismo. Vários fatores influenciam os possíveis danos à saúde e a gravidade dos
efeitos, como a via, dose e duração da exposição, a presença de outras substâncias e as
características do indivíduo.
Conclusão

Neste presente trabalho de química orgânica conclui-se que apesar de serem utilizadas
desde longos tempos, as substâncias químicas vem sendo crescentemente aplicadas em
diferentes atividades humanas de modo que a convivência com estes elementos se
mostra irrefutável. Os Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) retratam uma classe de
substâncias químicas que em razão de suas propriedades de persistência,
biomagnificação, lipossolubilidade e semi-volatilidade se transformam em um problema
planetário que exige dos estados uma ação cooperativa direcionado ao seu controle e
eliminação.
Referência bibliográfica

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