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DIREITO COLETIVO DO TRABALHO

Ramo do Direito de Trabalho

Direito Coletivo do Trabalho:


É encarregado de tratar da organização sindical, dos conflitos de trabalho e das formas de
sua organização.

Abrange:

• Organização Sindical;
• As ações e funções dos entes sindicais;
• Os conflitos coletivos e suas formas de solução;
• A representação não sindical ou mista de trabalhadores na mesma empresa.

Objetivo:
• Geração de normas jurídicas;
• Pacificação de conflitos de natureza sócio coletivo;

Liberdade Sindical (art. 8º, VIII da CF)


• Organização: Para defesa dos interesses coletivos (Princípio da autonomia coletiva).
• Sindicalização: Conferida a cada pessoa de ingressar ou sair do sindicato sem
discriminação.
• Administração: Sem interferência do Estado na sua atividade em conformidade com
o interesse comum.

Obs: A liberdade Sindical Brasil não é plena (art 8º, da CF, quando limita por base
territorial.

Organização Sindical Brasileira


Características
• Sistema Confederativo (Sindicatos, Federações e Confederações);
• Autonomia relativa perante o Estado;
• Representação por categoria e por profissão;
• Bilateralidade de agrupamentos (trabalhadores e empregadores);
• Unicidade Sindical - Base territorial – área geográfica de atuação do sindicato, não
podendo ser inferior à área de um Município (art 8º, II da CF);

Estrutura

Sindicatos: Municipais, intermunicipais, estaduais, interestaduais e Nacionais (art. 533


CLT); Obs: Os distritais não foram recepcionados pela Constituição Federal de 1988)

Federações: (art. 534 CLT);


• Grupo de atividades idênticas;
• Congrega no mínimo 5 sindicatos;
• Base territorial é o Estado.

Confederações (art. 535 CLT);


• Mesmo ramo de atividade;
• Pelo menos 3 federações.

SINDICATOS

• É a associação de pessoas físicas ou jurídicas que exercem atividade profissional ou


econômica para defesa dos Direitos e interesses coletivos ou individuais da
categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
• Pessoa jurídica de Direito provado.

Prerrogativas (art. 513, CLT)


• Representação;
• Celebrar Convenções Coletivas;
• Eleger e designer seus representantes;
• Colaborar com o Estado na solução dos problemas sociais;
• Impor contribuições.

Deveres (art. 514, CLT)

• Colaborar com o Estado no desenvolvimento da solidariedade social;


• Prestar assistência judiciária;
• Assistência social se possível;
• Fundar cooperativas de consumo e crédito – (trabalhadores).

Funções

Função assistencial, que é atribuição conferida pela lei ou pelos estatutos aos sindicatos
para prestar serviços aos seus representados, contribuindo para o desenvolvimento integral
do ser humano.

Função de arrecadação, mediante a qual o sindicato impõe contribuições, a aprovada pela


Assembleia e fixada por lei, nos termos do art. 8º, IV da CF/88, mensalidades sindicais e
descontos assistenciais, aquelas fixadas nos estatutos e estes em convenções coletivas ou
sentenças normativas.

Função de colaboração com o Estado, no estudo e solução dos problemas que se


relacionam com a categoria (art. 513, "d") e no desenvolvimento da solidariedade social
(art. 514, "a"). Essa função se mantém e não é incompatível com a autonomia sindical
assegurada pela CF/88, no seu art. 8º, I.

Função de representação, perante as autoridades administrativas e judiciais, dos interesses


coletivos da categoria ou individuais dos seus integrantes, o que leva a atuação do sindicato
como parte nos processos judiciais em dissídios coletivos destinados a resolver os conflitos
jurídicos ou de interesses, e nos dissídios individuais de pessoas que fazem parte da
categoria, exercendo a substituição processual, caso em que agirá em nome próprio na
defesa do Direito alheio, ou a representação processual, caso em que agirá em nome do
representante e na defesa do interesse deste.

CATEGORIAS

Categoria Econômica (art. 511 § 1º da CLT)


• Grupo de empregadores;
• Mesma base territorial;
• Exercem atividades idênticas, similares ou conexas;
• Vínculo de solidariedade econômica;

Categoria Profissional (art. 511 § 2º da CLT)

• Grupo de trabalhadores;
• Mesma base territorial;
• Similitude de condições de vida, oriunda da profissão ou trabalho em comum;
• Situação de emprego na mesma atividade econômica, similar ou conexas;

Categoria Profissional diferenciada (art. 511 § 3º da CLT)

Funções ou profissões diferenciadas por força de estatuto profissional especial.

UNICIDADE SINDICAL

É a proibição de existência de mais de uma organização sindical de qualquer grau, em uma


mesma base territorial de determinada categoria (No Brasil não há pluralidade sindical).

FONTES DE RECEITA DOS SINDICATOS

Contribuição sindical (art. 579 e 580 da CLT)

• Compulsória (sindicalizado ou não);


• Para empregados – 1 dia de trabalho por ano;
• Para empregadores – Conforme o capital da empresa;

Contribuição confederativa (art. 8º, IV da CF)


• Fixada pela Assembleia do sindicato;
• Finalidade de custear o sistema confederativo;
• Independente de contribuição sindical;
• Devida pelos filiados ao sindicato (súmula 666 do STF);

Contribuição assistencial
• Fixada em acordo ou convenção coletiva de trabalho;
• Tem por finalidade custear a negociação coletiva (despesas eventuais);
• Devida por que é filiado (anual).

Mensalidade
Fixada nos estatutos dos sindicatos;
Finalidade de custear os serviços assistenciais prestados pelos sindicatos.

FORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS

Autodefesa
• Ocorre quando a própria parte, sem interferência de ninguém, profere sua defesa. É
o caso da greve e do Lockout (greve patronal).

Autocomposição
• As próprias partes se compõem, sem intervenção de terceiros;
• Melhor meio de solução de conflitos; (Solução pacífica).

Negociação coletiva/norma coletiva


• Acordo coletivo de trabalho: sindicato e empresas;
• Convenção coletiva de trabalho: Sindicato dos trabalhadores e sindicatos dos
empregadores;

Mediação
• Presença de um terceiro;
• Escolhido de comum acordo;
• Tenta solucionar sem o poder de imposição coercitiva;
• Conduzir à realização de um acordo.

Heterocomposição

Existe a intervenção de um terceiro

Arbitragem (Lei 9.307/96)


• Uma ou mais pessoas ou um órgão decide o conflito;
• Há a imposição da solução aos litigantes;
• Decisão chama-se laudo arbitral (compromisso arbitral);
• Tem força de decisão irrecorrível;
• Pode ser executada na justiça.

Jurisdição
• Dissídio Coletivo – Processo que vai dirimir os conflitos coletivos do
trabalho por meio do pronunciamento do Poder Judiciário Trabalhista.
• Ajuizados pelos Sindicatos
• Após serem esgotadas as formas de negociações coletivas
• Sentença com força de Lei – Sentença Normativa.
• Competência dos Tribunais Regionais do Trabalho e Tribunal Superior do
Trabalho

Centrais sindicais (Lei 11.648/08)


Texto última aula.

COMPLEMENTAÇÃO:

Convenção Coletiva
• Deliberação da Assembleia Geral para esse fim;
• Por escrito;
• Registro na Delegacia Regional do Trabalho;
• Entra em vigor 3 dias após a data de entrega da Via na DRT;
• Vigora no máximo 2 anos;
• Não podem contrariar normas de ordem pública, relativas a moral e a liberdade
sindical;
• Acordo divergente de Convenção Coletiva aplica-se a mais favorável - Teoria do
Conglobamento;
• Contratos individuais divergentes de Acordo ou Convenção Coletiva podem gerar
multa ao empregado e ao empregador;
• Eficácia na base territorial;
• O não cumprimento. Ação de cumprimento pelo sindicato, requerendo multa
“ASTREINTE”;

Estrutura dos sindicatos

Diretoria – órgão executivo (3 a 7 membros);


Assembleia Geral – órgão deliberativo;
Conselho fiscal – órgão fiscalizador;

Obs.:
• Associados Direito de votar e ser votado, inclusive os aposentados. Art. 8 da CF.
• Fundação do sindicato – apenas registro no Ministério do trabalho
• Exceção: Na criação do Sindicato Interestadual e Nacional há necessidade da
autorização do Ministro do trabalho;
• Havendo Convenção, Acordo ou Sentença Normativa em vigor, o prazo para
instauração do dissídio coletivo de modo que o novo instrumento possa ter vigência
no dia imediato a esse termo é de 60 dias anteriores ao respectivo termo final; (Art.
616, § 3º da CLT);

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