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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

UNIDADE DESCENTRALIZADA DE ARAXÁ


Diretoria de Ensino Superior
Coordenação de Engenharia de Automação Industrial
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APRESENTAÇÃO DO CURSO

A química é uma ciência experimental e se ocupa especialmente das


transformações das substâncias, de sua composição e das relações entre estrutura e
composição.
O curso de Química Experimental tem como objetivo proporcionar ao aluno a
oportunidade para trabalhar com autonomia e segurança em um laboratório de química.
Procura-se para isto, não apenas desenvolver a habilidade no manuseio de reagentes e
aparelhagens, mas também criar condições para uma avaliação crítica dos experimentos
realizados. Estes se encontram diretamente ligados aos tópicos discutidos nas aulas
teóricas, propiciando-se assim a sedimentação do conhecimento em Química Geral.
Os princípios fundamentais nos quais a química se apóia são baseados em fatos
experimentais. Portanto, as experiências deverão ser executadas com cuidado para que
suas conclusões sejam realmente consideradas exatas.
A capacidade de observação, a imaginação, o cuidado na montagem dos
aparelhos e outros fatores, desempenham um papel muito importante para o bom
desenvolvimento de seus trabalhos experimentais.
Para o bom andamento das atividades práticas, será necessário o conhecimento
prévio das normas de utilização e de segurança do laboratório de química. Lembre-se que
não pode haver bom resultado onde a dedicação não acompanha a execução.

DINÂMICA DAS AULAS PRÁTICAS


• Leitura com antecedência, pelos alunos, do assunto a ser abordado na
aula.
• Discussão inicial, com o professor, dos aspectos teóricos e práticos
relevantes.
• Execução pelos alunos dos experimentos utilizando guias práticos.
• Interpretação e discussão dos resultados juntamente com o professor.
• Apresentação dos resultados em relatório.
Como trabalho complementar, os alunos são estimulados a responder aos
questionários referentes a cada um dos assuntos estudados, visando a sedimentar os
conhecimentos adquiridos e se preparar para os testes programados para o curso. Além
disso, listas de exercícios suplementares serão fornecidas no decorrer do semestre.

UNIDADES DE ENSINO
1. Material de Laboratório
2. Técnicas Básicas no Laboratório de Química
3. Propriedades Gerais dos Materiais
4. Soluções
5. Química Analítica Qualitativa: Funções químicas
6. Reações Químicas, Equações e Cálculos Estequiométricos
7. Métodos de Análise, Purificação e Caracterização em Química
8. Eletroquímica
9. Química Aplicada

AVALIAÇÃO DOS ALUNOS


Ao longo do curso, os alunos serão avaliados com provas e relatórios, sendo
distribuídos o total de 100 pontos. Procura-se avaliar
• a correção e a clareza na redação de relatórios;
• o desempenho na execução do levantamento bibliográfico;
• a capacidade para trabalhar com independência e eficiência no
laboratório;

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• o aproveitamento na associação de conceitos teóricos e práticos
exigidos nos testes e exercícios escritos.

MODELO DE RELATÓRIO

Os relatórios devem ser redigidos pelos alunos considerando que outras pessoas,
além do professor, estão interessadas em obter informações sobre os fatos observados. A
princípio, esses leitores não conhecem o resultado previsto de cada experiência e
precisam ser convencidos da validade dos dados e conclusões apresentadas. Dessa
forma, é importante que todas as etapas do experimento sejam descritas e discutidas de
modo claro e conciso.

O relatório deve conter


• IDENTIFICAÇÃO do aluno, especificando-se também a turma, o dia da semana, o
horário da aula e o professor.
• INTRODUÇÃO. Apresentação do assunto, procurando demonstrar sua importância e
interesse. Descrição sucinta dos objetivos da experiência.
• PARTE EXPERIMENTAL. Nesta parte é importante organizar os eventos ocorridos
durante a aula, descrevendo-se de modo resumido os procedimentos executados e
as observações feitas. Os reagentes devem ser relacionados, colocando-se a marca
e a concentração. Os materiais devem também ser listados, indicando-se o tipo e a
capacidade de cada um, além da quantidade necessária para o experimento. Este
item pode ser dividido em duas partes: (a) Reagentes e Materiais e (b)
Procedimentos.
• REAGENTES. Tratamento dos dados obtidos, construindo-se tabelas ou gráficos,
quando necessário. Os cálculos feitos devem ser incluídos. No caso de sínteses de
compostos, por exemplo, é preciso colocar sempre os dados referentes aos
rendimentos teórico e prático. As mudanças macroscópicas observadas (mudança
de cor, evolução de gás e formação de precipitado) devem ser relatadas. As
reações químicas devem ser descritas na forma de equações químicas
equilibradas, onde figurem os estados físicos dos reagentes e dos produtos.
• DISCUSSÃO E CONCLUSÕES. Os resultados quantitativos devem ser analisados
tanto em relação à precisão quanto à exatidão. Os resultados qualitativos devem
ser explicados baseando-se nos conhecimentos teóricos. A conclusão deve ser uma
apreciação global dos experimentos, avaliando se os objetivos propostos foram
alcançados. Sempre que possível, a conclusão deve ser destacada em um item
separado.
• REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. Relação de todas as fontes consultadas para a
elaboração do relatório.

Observações
Este modelo de relatório é apenas uma sugestão que deve ser adaptada às
necessidades de cada aula prática.

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Atividade 1
• Normas, Segurança e Material de Laboratório
• Apresentação do Curso

INTRODUÇÃO

A química é uma ciência experimental e se ocupa especialmente das


transformações das substâncias, de sua composição e das relações entre estrutura e
composição.
O objetivo desse curso é propiciar aos alunos a consolidação dos conhecimentos
teóricos, bem como promover e ampliar o aprendizado com experimentos interessantes
relacionados com o cotidiano.
Os princípios fundamentais nos quais a química se apóia são baseados em fatos
experimentais. Portanto, as experiências deverão ser executadas com cuidado para
que suas conclusões sejam realmente consideradas exatas.
A capacidade de observação, a imaginação, o cuidado na montagem dos
aparelhos e outros fatores, desempenham um papel muito importante para o bom
desenvolvimento de seus trabalhos experimentais. É importante ressaltar que a
reprodutibilidade e a confiabilidade dos experimentos realizados dependem de como eles
foram executados.
Para o bom andamento das atividades práticas, será necessário o conhecimento
prévio das normas de utilização e de segurança do laboratório de química. Lembre-se que
não pode haver bom resultado onde a dedicação não acompanha a execução.

NORMAS PARA UTILIZAÇÃO DO LABORATÓRIO

O cumprimento das principais normas de trabalho se faz necessário para


minimizar a probabilidade de erros técnicos, que induzem quase inevitavelmente a
graves falhas. Segue abaixo uma compilação dessas normas.

É obrigatório o uso do avental (preferencialmente longo e de manga longa) durante as


aulas práticas.
- Não é permitido o uso de calçados abertos, bermudas ou saias no laboratório.
- Não é permitido fumar, comer ou beber no laboratório.
- Não deixar livros, pastas, roupas etc. sobre as bancadas.
- Procure harmonizar-se durante as aulas práticas, mantendo-se nos limites da bancada
e com o menor índice de barulho possível. Evite conversas paralelas e
desnecessárias.
- Ao lidar com vidraria proceda com cuidado para evitar quebras e cortes perigosos.
- A limpeza da vidraria deverá ser feita imediatamente após seu uso.
- Não introduzir pipetas ou conta-gotas nos frascos de reagentes. Retire para um
béquer a quantidade desejada para evitar contaminação.
- Não recolocar, nos frascos de origem, substâncias deles retiradas, que sobraram ou
foram recuperadas.
- Conservar os frascos sempre fechados.
- Consultar o professor antes de descartar qualquer material na pia.
- Não jogar na pia papel de filtro ou outra substância sólida. Use a lixeira.

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- Todo material novo ou resíduo armazenado no laboratório deve ser devidamente
identificado.
- Não aquecer tubos ou outros frascos quando estiverem molhados. Enxugue-os
previamente.
- Recorra ao professor em caso de dúvidas ou se algo irregular tiver ocorrido.
- Zelar pela limpeza e organização do laboratório.
- No final da aula tudo deve ser deixado em perfeita ordem.
- Lave bem as mãos com água e sabão ao final da atividade prática.
- Antes de deixar o laboratório, verifique se todas as torneiras de gás e água estão
fechadas.

NORMAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO

O laboratório é um dos principais locais de trabalho do químico. Existe um certo


risco associado ao trabalho em laboratórios de um modo geral, uma vez que as pessoas
ficam mais freqüentemente expostas a situações potencialmente perigosas. É dever do
químico, como profissional, zelar pela saúde ocupacional no laboratório, isto é, pela
manutenção da boa qualidade de vida das pessoas no seu ambiente de trabalho. Para
tanto, deve-se planejar o seu trabalho diário, com o intuito de reduzir ao máximo os
riscos de acidentes.
Os principais acidentes em laboratórios de química devem-se a ferimentos
causados pela quebra de peças de vidro ou por contato com substâncias cáusticas,
incêndios com líquidos inflamáveis ou, eventualmente, explosões. Em caso de acidente, o
químico deve saber proceder adequadamente, a fim de minimizar suas conseqüências.
Deve-se conhecer as propriedades toxicológicas das substâncias com que
trabalha, em termos agudos e crônicos e, caso essas propriedades sejam desconhecidas,
deve tomar os cuidados necessários para evitar eventuais intoxicações. Dentro dos
limites do bom senso, ao trabalhar no laboratório, deve-se considerar toda substância
como potencialmente perigosa e evitar contato direto, seja por inalação, ingestão ou
absorção dérmica.
Além da redução dos riscos de acidentes e intoxicação, devemos estar atentos
para a possibilidade de ocorrência de contaminações em suas experiências, por
substâncias que possam interferir nos resultados. Dessa forma, o usuário deve envidar
todos os esforços para manter seu ambiente de trabalho, bancadas, vidrarias, utensílios,
equipamentos e vestuário rigorosamente limpos de substâncias passíveis de causar
interferências.
Sempre que possível, deve-se escolher procedimentos experimentais que evitem
ou minimizem a geração de substâncias potencialmente danosas ao seu meio ambiente,
contribuindo para a preservação da saúde ambiental do nosso planeta. Ao final das
experiências, devemos nos preocupar em como proceder à destinação adequada e o
descarte final dos eventuais resíduos gerados.
Neste contexto, regras elementares de segurança e conduta devem ser
observadas no trabalho de laboratório, a fim de preservar a saúde ocupacional e
ambiental, e reduzir os riscos de acidentes. A seguir são apresentadas as principais
regras para a prevenção de acidentes e as medidas que, se necessárias, devem ser
tomadas para remediá-los.

- Leia sempre o rótulo dos frascos antes de utilizar as substâncias neles contidas.
- Não executar experimentos por conta própria, pois a reações desconhecidas podem
produzir resultados desagradáveis.
- Não misturar substâncias ao acaso.
- Evitar levar as mãos à boca ou aos olhos.
- Ao trabalhar com gases ou substâncias tóxicas utilize a “capela”.
- Ao trabalhar com material aquecido utilize pinças e/ou luvas de amianto.
- Ao aquecer uma substância em tubo de ensaio não apontar a extremidade para si ou
para outras pessoas, pois respingos do líquido podem ser ejetados do tubo.

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- Substâncias inflamáveis só podem ser manuseadas em local distante da chama.
- Não cheirar um reagente diretamente. Os vapores devem ser abanados em direção ao
nariz, minimizando a quantidade inalada.
- Nunca provar o sabor das substâncias.
- Nunca despejar água num ácido, mas sim o ácido sobre a água. Além disso, o ácido
dever ser adicionado lentamente, com agitação constante.
- Não se deve aquecer bruscamente nenhum sólido ou líquido.
- Comunicar imediatamente ao professor qualquer acidente ocorrido.
- Lembrar que a atenção adequada ao trabalho evita a grande maioria dos acidentes. É
muito importante executar uma atividade com segurança e consciência.

PRIMEIROS SOCORROS

- Se qualquer substância cair na pele, remover o excesso com papel toalha e lavar o
local com bastante água.
- Cortes ou ferimentos leves devem ser lavados com água e sabão, e em caso de
sangramento, estancá-lo.
- Queimaduras
1- Provocadas por calor devem ser lavadas e cobertas com vaselina;
2- Provocadas por ácido devem ser retirado o excesso do ácido com papel toalha, em
seguida lavar com bastante água e com solução saturada de bicarbonato de
sódio;
3- Provocadas por bases devem ser retirado o excesso da base com papel toalha, em
seguida lavar com água e solução de ácido bórico;
4- Provocadas por álcoois devem ser lavadas com água e com ácido acético 1%;
5- Provocadas por fenóis devem ser lavadas com etanol.
- Intoxicações: procurar local com ar puro para respirar. Nas intoxicações com ácidos
beber leite de magnésia ou solução de bicarbonato de sódio.
- Se os olhos forem atingidos por qualquer substância, lavá-los com bastante água.
- Se derramar ácido ou base na roupa, lavar imediatamente no chuveiro de emergência
a parte afetada.
- Fogo
1- Sobre bancadas: deve ser controlado com areia ou extintor de incêndio;
2- Sobre roupas: deve ser abafado com panos grandes (de preferência molhados).

MATERIAL DE LABORATÓRIO

PRINCIPAIS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO LABORATÓRIO


QUÍMICO

O químico trabalha no laboratório com utensílios e equipamentos feitos dos mais diversos
materiais: vidro, metal, cerâmica, plástico. Cada material tem suas limitações físicas e
químicas, e cada utensílio de laboratório tem certa finalidade. O uso inadequado de
utensílios no laboratório, desrespeitando suas peculiaridades, pode resultar não somente
num fracasso do experimento com perda parcial ou total do material, mas também em
acidentes desagradáveis com danos pessoais.

MATERIAIS PLÁSTICOS

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Alguns utensílios de laboratório podem ser feitos de materiais como, por exemplo,
polietileno ou polipropileno, que possuem as seguintes características
• elasticidade;
• boa resistência mecânica química, inclusive ácido fluorídrico;
• polietileno e polipropileno são sensíveis a solventes orgânicos aquecidos, tais
como benzeno ou tolueno, sofrendo dissolução parcial;
• transparência limitada;
• sensibilidade térmica (não devem ser aquecidos nem colocados na estufa de
secagem a temperaturas acima de 110 oC);
• a maioria dos materiais plásticos é combustível.

MATERIAL REFRATÁRIO
São materiais que resistem temperaturas elevadas (acima de 400 oC). O material
refratário mais utilizado no laboratório químico é a porcelana, além de outros materiais
cerâmicos. O material cerâmico é frágil!

MATERIAIS METÁLICOS
De modo geral, os metais comuns são facilmente corroídos por diversos agentes
químicos, principalmente pelos ácidos. Portanto, deve-se evitar o contato dos objetos
metálicos com ácidos e outros agentes oxidantes corrosivos.

VIDRARIA
O material mais utilizado em laboratórios químicos é o vidro. O vidro comum é
basicamente um silicato sintético de cálcio e de sódio em estado não cristalino (estado
vítreo), obtido por fusão de uma mistura de sílica (SiO2), carbonato de sódio (Na2CO3) e
carbonato de cálcio (CaCO3) em proporções variáveis. Já o vidro usado no laboratório
(boro-silicato) contém alguns outros componentes (óxidos de boro e alumínio) que
proporcionam maior resistência química, mecânica e térmica. Um vidro de composição
parecida é o chamado vidro pirex, de uso doméstico.
As qualidades mais apreciadas do vidro são
• transparência perfeita;
• boa resistência química;
• resistência térmica razoável, até 300 oC.
O vidro apresenta as seguintes limitações
• fragilidade;
• sensibilidade a choques térmicos;
• deformação, amolecimento ou derretimento a temperaturas elevadas (acima de
400 oC).

VIDRO BORO-SILICATO
Entre centenas de vidros comerciais produzidos, o vidro boro-silicato tipo Pyrex ® é o que
mais se adapta como material para a maioria das aplicações em laboratório. A
composição média do vidro boro-silicato como concentração percentual em relação ao
peso é a seguinte:

SiO2 = B2O3 = 13% Al2O3 =


81% Na2O = 4% 2%
Flúor, cloro, sulfatos e antimônio podem estar presentes na faixa de 0,05 a 0,5%.
Com as devidas precauções, ele suporta todas as temperaturas de uso normal em
laboratório e é resistente ao ataque químico. Seu baixo coeficiente de expansão permite
que seja fabricado com paredes mais grossas, possibilitando boa resistência mecânica e
razoável resistência ao calor. Além disso, é um vidro que pode ser fabricado mais

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facilmente que a maioria dos outros tipos, o que o torna mais econômico. Enfim, é o tipo
de vidro para as aplicações em laboratório.
Alguns corantes podem ser acrescentados ao vidro para fins específicos. Um exemplo
clássico é o vidro âmbar, fabricado com a corante à base de prata para produtos químicos
sensíveis à radiação. Outro exemplo é o vidro fabricado com a adição de corante
vermelho para a proteção contra radiação ultravioleta.

RECOMENDAÇÕES PARA SEGURANÇA MÁXIMA


Materiais de vidro com paredes grossas, tais como jarras, cubas, garrafões e
dessecadores não devem ser aquecidos em chama direta, placa aquecedora ou outras
fontes de calor similares.
Nunca olhe por cima de qualquer recipiente que esteja sendo aquecido. Uma reação pode
fazer com que o conteúdo seja ejetado, atingindo o rosto do observador.
O vidro é quimicamente atacado por ácido fluorídrico, ácido fosfórico aquecido e soluções
fortemente alcalinas quando aquecidas. Assim, nunca utilize vidro como recipiente para
estas soluções.
Para se evitar quebras durante a fixação de material de vidro a suportes, não permita
contato direto metal-vidro e não utilize força excessiva para apertar as garras.

Queimaduras podem ser causadas por calor e também por luz ultravioleta, raios
infravermelhos, agentes desidratantes (soda cáustica, por exemplo) e materiais
extremamente frios. Use óculos de segurança e reduza ao mínimo seu tempo de
exposição às radiações fora da faixa da luz visível. Nunca toque gelo seco ou gases
liquefeitos sem a devida proteção para as mãos.
Lave sempre com muita água a parte externa de recipientes que contenham ácidos antes
de abri-los. Nunca coloque a tampa sobre locais onde outras pessoas possam ter contato
com o resíduo do ácido.
Cuidados especiais devem ser tomados quando se trabalha com mercúrio. Mesmo uma
quantidade minúscula de mercúrio no fundo de uma gaveta, pode envenenar todo o
ambiente de uma sala. A toxidez do mercúrio é cumulativa e a sua habilidade em se
misturar com um grande número de metais é bastante conhecido. Depois de um acidente
envolvendo mercúrio, toda área deve ser verificada cuidadosamente a fim de não deixar
nenhuma partícula fora do recipiente. Todo recipiente de mercúrio deve ser muito bem
tampado.
Pingos de ácidos, materiais cáusticos ou soluções fortemente oxidantes, se em contato
com a pele ou roupas, devem ser lavados imediatamente com muita água corrente.
Quando trabalhando com materiais voláteis, lembre-se que o calor causa expansão e o
confinamento da expansão pode causar explosão. Lembre-se também que o perigo existe
mesmo sem a aplicação externa de calor.
Ácido perclórico é particularmente perigoso porque explode em contato com materiais
orgânicos. Não o coloque em contato com mesas ou bancadas de madeira. Mantenha os
frascos de ácido perclórico em bandejas de vidro ou cerâmica que tenham um volume
suficiente para conter todo o ácido no caso de quebra do frasco. Quando trabalhando
com ácido perclórico, use sempre roupa de proteção.

SUGESTÕES DE LIMPEZA E ARMAZENAGEM DE VIDRARIA DE LABORATÓRIO

Procedimentos corretos de um bom laboratório exigem vidraria bem limpa porque


qualquer trabalho, por mais cuidadoso que seja executado, resultará em erro ao se
utilizar vidraria suja. Em todos os casos a vidraria deve estar fisicamente limpa, na
maioria dos casos deve estar quimicamente limpa e, em muitos casos, deve estar
bacteriologicamente limpa e esterilizada.
Toda vidraria deve estar absolutamente livre de gordura. O critério mais seguro de
limpeza é a lavagem uniforme das superfícies com água destilada. Isto é especialmente
importante em vidraria utilizada para medidas de volumes de líquidos. Gordura ou outro
tipo de material contaminante impedem que as paredes do vidro fiquem uniformemente

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molhadas. Isto, por sua vez, altera o volume residual que adere às paredes do vidro e isto
afeta o volume entregue. Além disso, em pipetas e buretas o mesnisco sofrerá distorções
e os ajustes não poderão ser feitos. A presença de pequenas quantidades de impurezas
pode também alterar o menisco.
Lave a vidraria imediatamente após o uso. Se uma lavagem completa não for possível,
coloque-a de molho em água. Caso isso não seja feito, a remoção dos resíduos poderá se
tornar impossível.
Alguns tipos especiais de precipitados exigem remoção com ácido nítrico, água régia ou
ácido sulfúrico fumegante. Estas substâncias são muito corrosivas e devem ser usadas
somente quando estritamente necessário.
Ao lavar um recipiente pode-se usar sabão, detergente ou pó de limpeza (com ou sem
abrasivo).
Não permita que ácidos entrem em contato com recipientes recém-lavados antes de
enxaguá-los muito bem e se certificar que o sabão (ou detergente) foi completamente
removido. Se isso acontecer, uma camada de graxa poderá se formar.
A melhor maneira de remover gordura é ferver com uma solução fraca de carbonato de
sódio. Acetona ou outros solventes para gordura podem ser utilizados. Soluções alcalinas
fortes não devem ser usadas. Graxa de silicone é mais facilmente removível de machos,
conchas e de torneiras pela ação do clorofórmio ou de solventes clorados. Ácido sulfúrico
fumegante, por 30 minutos, também pode ser usado. Lembre-se sempre que é muito
importante remover toda e qualquer solução utilizada na limpeza.
A remoção de todo e qualquer resíduo de sabão, detergente e outros materiais de
limpeza faz-se absolutamente necessária antes da utilização dos materiais de vidro.
Depois de lavar, enxágüe os materiais de vidro com água corrente. Para melhor enxaguar
pipetas e buretas utilize uma mangueira.

Enxágüe a vidraria numa grande vasilha com água destilada para em seguida enxaguá-la
em um filete de água destilada para se evitar perdas.
Nunca aqueça diretamente material de vidro utilizado para medidas volumétricas. Tal
material não deve ser secado à temperatura superior a 80 oC.
A temperatura de secagem de materiais de vidro não deve exceder a 140 oC.
Seque tubos de ensaios, buretas, pipetas e provetas deixando-as em pé sobre uma folha
de papel toalha absorvente, limpa e dobrada. Isso evita que resíduos de sujeira fiquem
nas bocas dos tubos.
Proteja o material de vidro com um chumaço de algodão, uma rolha de cortiça, um
pedaço de papel grosso ao redor da tampa ou colocando o material em um armário à
prova de pó.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BESSLER, K. E.; NEDER, A. V. F. Química em tubos de ensaio: uma abordagem para


principiantes. São Paulo: Edgard Blücher, 2004.
CORNING. Catálogo de Vidraria para Laboratório, 1988.
GONÇALVES, D.; WAL, E.; ALMEIDA, R. R. Química Orgânica Experimental. São Paulo:
McGraw-Hill, 1988.
MANO, E. B.; SEABRA, A. P. Práticas de Química Orgânica. 3 ed. São Paulo: Edgard
Blücher, 1987.
MAYO, D. W.; PIKE, R. M.; TRUMPER, P. K. Microscale Organic Laboratory, 3 ed. Nova
Iorque: John Wiley & Sons, 1994.
SOARES, B. G.; SOUZA, N. A.; PIRES, D. X. Química Orgânica – Teoria e Técnicas de
Preparação, Purificação e Identificação de Compostos Orgânicos. Rio de Janeiro:
Guanabara, 1988.
VOGEL, A. I. Química Orgânica – Análise Orgânica Qualitativa, v. 1, 2 e 3.

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Atividade 2 – Determinação de Propriedades Físicas

OBJETIVOS
- Investigar a natureza das diversas substâncias por determinação de suas
propriedades físicas.

INTRODUÇÃO AO ASSUNTO
As diferentes ligações químicas levam a interações interatômicas/intermoleculares
distintas. Como conseqüência, as diversas substâncias químicas apresentam
propriedades físicas características.
Assim, os sólidos iônicos apresentam interações elestrostáticas entre os íons tão
fortes que a fusão só é possível a temperaturas muito elevadas e sua vaporização só a
temperaturas altíssimas. Entretanto, é preciso considerar a presença de solvente nos
sólidos, o que normalmente alarga a faixa de fusão. Por esse motivo, a temperatura de
fusão (Tf) constitui um dos critérios de pureza mais utilizados para substâncias sólidas.
Para as substâncias líquidas, geralmente utiliza-se como critérios de pureza a
temperatura de ebulição (Te) e o índice de refração.
Os compostos com ligações covalentes apresentam em geral temperaturas de
fusão (Tf) e de ebulição (Te) menores, uma vez que as interações intermoleculares são
bem mais fracas: dipolo-dipolo nos compostos polares (ligações covalentes polares) e
dipolo-dipolo induzido nos compostos apolares (ligações covalentes apolares ou momento
dipolo nulo).
A solubilidade, isto é, a possível dissolução (de um sólido) ou miscibilidade (de um
líquido) em um líquido qualquer, também é influenciada pelo tipo de interação molecular
existente. Substâncias polares e apolares se dissolvem em solventes quimicamente
semelhantes. Portanto, a dissolução ou não de uma substância em um determinado
solvente indica a sua natureza química.
A cristalização é um processo físico usado para purificar ou separar sóldios com
base em sua solubilidade, sendo favorecida para sólidos iônicos, onde as forças
eletrostáticas facilitam a formação de cristais.
Além das propriedades físicas já mencionadas, também são importantes a
densidade, o aspecto físico (cor, por exemplo), a viscosidade, dentre outras.

MATERIAL

Vidrarias e equipamentos
- Balões volumétricos de 50 mL - Béqueres de 50 mL
- Balança - Vidros de relógio
- Tubos de ensaio e estante para tubos - Placa aquecedora
- Espátula - Lupa
- Provetas de 100 mL com tampa - Funil de separação
- Provetas de 50 mL - Erlenmeyers de 250 mL
- Pipetas de 10 mL

Reagentes e Solventes
- Água destilada - Ácido acético
- Álcool etílico comercial - Acetona
- Álcool etílico P.A. - Benzeno
- Ácido benzóico - Amostras comerciais de gasolina
- Clorofórmio - Cloreto de sódio
- Acetato de sódio - Sacarose

PROCEDIMENTOS
1 – Densidade
a) Pese um balão volumétrico (50 mL, VB) limpo e seco (MB).

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b) Coloque a substância problema (álcool etílico P.A.) no balão até completar o volume.
c) Determine a massa do balão com o líquido (MT).
d) Calcule a densidade utilizando a fórmula: d = (MT-MB)/VB
e) Repita o procedimento para a outra amostras.
2 – Solubilidade e Polaridade
a) Coloque em 3 tubos de ensaio numerados de 1 a 3, uma ponta de espátula de ácido
benzóico.
b) Adicione a cada tubo, respectivamente, 5 mL de água (tubo 1), 5 mL de etanol (tubo
2), 5 mL de clorofórmio (tubo 3).
c) Agite vigorosamente os tubos e observe a solubilidade a temperatura ambiente.
d) Repita o procedimento para os demais sólidos (acetato de sódio, cloreto de sódio e
sacarose).
e) Construa uma tabela com os resultados.
3- Miscibilidade
a) Em um tubo de ensaio coloque 2 mL de água.
b) Adicione 1 mL de ácido acético. Agite e observe.
c) Repita o procedimento para os demais líquidos (etanol, acetona e clorofórmio).
d) Construa uma tabela com os resultados.
4– Cristalização
a) Pese 1 g de ácido benzóico em um béquer de 50 mL.
b) Adicione 15 mL de clorofórmio e agite até a solubilização total.
c) Aqueça a mistura (com o béquer tampado com vidro de relógio) em uma placa
aquecedora até a secura.
d) Observe se os cristais obtidos apresentam a mesma forma de cristalização anterior
(grumos, agulhas, leques etc.).
e) Repita o procedimento utilizando outros solventes (etanol e acetona).
5– Determinação do álcool na gasolina
a) Determine a densidade da gasolina pelo método do balão. Anote.
b) Em uma proveta graduada de 100 mL adicione 50 mL da amostra de gasolina.
c) Complete o volume da proveta com solução saturada de cloreto de sódio.
d) Feche bem a proveta e agite vigorosamente.
e) Deixe em repouso até a separação das camadas líquidas imiscíveis.
f) Faça a leitura do volume de gasolina na proveta (Vg).
g) Separe as fases imiscíveis utilizando um funil de separação.

QUESTÕES
1) A cristalização depende do solvente. Explique.
2) Por que adiciona-se álcool anidro à gasolina e não álcool hidratado?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

VOGEL, A.I. Química Orgânica – Análise Orgânica Qualitativa, Volumes 1 e 2.


SHRINER, R.L. Identificação Sistemática dos Compostos Orgânicos – Manual de
Laboratório.
SILVA, G.D.F. Práticas de Química Orgânica (UFMG).
SOLOMONS, T.W.G. Organic Chemistry, 6 ed.
TARANTO, M.A. Práticas de Química Orgânica (CEFET-MG).

Química Experimental
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS
UNIDADE DESCENTRALIZADA DE ARAXÁ
Diretoria de Ensino Superior
Coordenação de Engenharia de Automação Industrial
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Atividade 3: Destilação Simples – Purificação de Solventes Orgânicos

OBJETIVOS
- Introduzir a técnica de destilação simples.
- Mostrar a aplicação dessa técnica na purificação de solventes orgânicos.

INTRODUÇÃO AO ASSUNTO
Apesar do grande progresso das Sínteses Orgânicas, que dia a dia cria novos
produtos, a Análise Orgânica continua tendo uma importância muito grande. De fato, a
Análise controla e orienta os passos da Síntese, já que a primeira vai isolando e
identificando os novos produtos. Portanto, podemos dizer que o desenvolvimento e o
entrosamento cada vez maiores dos Processos de Síntese e de Análise Orgânica
permitiram o enorme desenvolvimento da Química Orgânica.
A análise é de grande importância na Química Orgânica pois dificilmente as
substâncias orgânicas encontram-se puras. De fato, quando a substância é proveniente
do reino vegetal ou animal, geralmente faz parte de uma mistura complexa. E mesmo
quando a substância é preparada sinteticamente, através de uma reação feita em
laboratório ou na indústria, freqüentemente apresenta impurezas ou subprodutos, sendo
necessária a separação e purificação do produto desejado.
As principais técnicas de purificação utilizadas em Química Orgânicas são a
destilação, a recristalização e a cromatografia. A destilação é recomendada para a
purificação de líquidos. A destilação simples consiste na vaporização seguida de
condensação do vapor formado. É utilizada para a purificação de um líquido,
principalmente quando ele contém um sólido de difícil filtração. Em Sínteses Orgânicas, a
técnica de destilação simples é muito utilizada para a purificação de solventes orgânicos.
MATERIAL
Vidrarias e equipamentos
- Suporte universal - Condensador reto
- Garras - Tubos de látex ou de silicone
- Manta de aquecimento com - Alonga
termostato - Balões de fundo redondo (1L e 500
- Balão de fundo redondo de 500 mL mL)
- Pérolas de vidro ou de porcelana - Funil de vidro
- Cabeça de destilação - Béquer de 500 mL
- Termômetro - Espátula

Reagentes e Solventes
- Sulfato de cobre
- Água destilada
PROCEDIMENTOS
Em um balão de fundo redondo de 1 L, adicione 200 mL de solução aquosa de
sulfato de cobre. Faça a montagem para a destilação simples. Inicie o processo de
destilação. Despreze a fração inicial (~ 20 mL) e troque rapidamente o balão de coletor.
Observe e anote a temperatura de 30 em 30 segundos. Anote também a temperatura de
ebulição (Te) do solvente. Não permita a secagem total do sistema, deixando cerca de 20
mL de resíduo no balão de destilação.
Faça uma tabela com os dados obtidos e construa um gráfico de T (oC) x t (min).

QUESTÕES

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1) Compare a Te da água na literatura com o valor lido experimentalmente. Explique.
2) Interprete o gráfico T (oC) x t (min).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VOGEL, A.I. Química Orgânica – Análise Orgânica Qualitativa, Volumes 1 e 2.
SHRINER, R.L. Identificação Sistemática dos Compostos Orgânicos – Manual de Laboratório.
SILVA, G.D.F. Práticas de Química Orgânica (UFMG).
TARANTO, M.A. Práticas de Química Orgânica (CEFET-MG).
Atividade 4: Cromatografia
OBJETIVOS
- Introduzir a técnica de cromatografia.
- Mostrar a aplicação dessa técnica na separação dos componentes de misturas.
- Determinação da polaridade relativa das substâncias analisadas.

INTRODUÇÃO AO ASSUNTO
Em 1906, o botânico russo Mikhail Tswett inventou uma técnica, a cromatografia,
para separar as substâncias que dão a cor (pigmentos) de uma folha. A palavra
cromatografia, de origem grega, significa "escrever com cor" (chromatus quer dizer cor e
graphein, escrever).
Hoje, a cromatografia é empregada em muitas áreas da ciência, tais como análise do
ambiente para avaliar a pureza do ar, da água e do solo; determinação de pesticidas e
contaminantes nos alimentos; determinação de drogas no sangue ou na urina; análise
dos componentes de medicamentos, perfumes, tintas, óleos, alimentos, combustíveis etc.
Uma grande variedade de técnicas modernas, tanto analíticas quanto preparativas,
são denominadas de cromatografia. O que elas possuem em comum é a propriedade de
fracionar uma mistura complexa de substâncias em função das características químicas
de cada componente da mistura, o que faz com que eles interajam diferencialmente com
a fase estacionária e com a fase móvel.
Existem quatro tipos principais de cromatografia: cromatografia líquida (CL),
cromatografia gasosa (CG), cromatografia em camada delgada (CCD) e cromatografia em
papel (CP).
Um leito cromatográfico pode ser construído de várias formas, mas ele sempre
consistirá, basicamente, de duas fases: a fase estacionária e a fase móvel. A fase
estacionária (que pode ser sólida, líquida ou pode consistir de uma mistura de um sólido
com um líquido) é finamente dividida e fixada a um suporte. A fase móvel (que pode ser
líquida ou gasosa) preenche os interstícios da fase estacionária e deve ser capaz de fluir
através desta fase. Nesse processo, vários mecanismos de distribuição podem ser
empregados: a distribuição pode ser uma simples partição entre dois líquidos imiscíveis;
pode ser um equilíbrio de adsorção entre uma fase estacionária adsorvente e uma fase
líquida móvel; ou um equilíbrio de troca iônica entre uma fase estacionária trocadora de
íon e uma fase móvel constituída por uma solução de um eletrólito.

Cromatografia em papel
A cromatografia em papel (CP) é uma técnica de partição líquido-líquido, estando um
deles fixado a um suporte sólido. Baseia-se na diferença de solubilidade das substâncias
em questão entre duas fases imiscíveis, sendo geralmente a água um dos líquidos. O
solvente é saturado em água e a partição se dá devido à presença da água ligada à
celulose (papel de filtro). Este método, embora menos eficiente que a cromatografia em
camada delgada (CCD), é muito útil para a separação de compostos polares, sendo
largamente usado em bioquímica.
O fator de retenção (Rf), é a razão entre a distância percorrida pela substância em
questão e a distância percorrida pela fase móvel, cada substância possui um Rf
característico (Figura 2).
A Figura 1 ilustra um esquema de montagem experimental.

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Figura 1 - Montagem experimental.

Figura 2 – Cromatograma.

PARTE EXPERIMENTAL

A) CROMATOGRAFIA EM PAPEL

Materiais e Reagentes
- tiras de papel de filtro;
- canetas esferográficas de diferentes cores;
- cuba cromatográfica;
- mistura de álcool comercial e água destilada (2:8);
- béquer de 100 mL;
- proveta de 25 mL;
- lápis, régua e clips.

Procedimento
Transfira, com o auxílio de um béquer, a mistura álcool/água para a cuba
cromatográfica até atingir a altura de aproximadamente 1 cm. Tampe a cuba
cromatográfica e reserve.
Marque, utilizando régua e lápis, uma altura de 2 cm da base. Desenhe um círculo
de aproximadamente 0,5 cm de diâmetro, preenchendo-o totalmente com a tinta da
caneta. Repita esse procedimento (no mesmo papel de filtro) para as demais cores de
tinta, garantindo uma distância (1,5 cm) de um círculo para outro.
Enrole a tira de papel de maneira a formar um cilindro e prenda com clips
(extremo superior).

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Coloque o cilindro de papel (com os círculos desenhados) na cuba cromatográfica,
tomando o cuidado de não encostar o papel nas paredes e não submergir os círculos na
solução. Tampe a cuba e observe.
Deixe o sistema em repouso até a solução atingir a extremidade superior do papel.
Retire o papel da cuba e marque imediatamente (com lápis) a altura que a solução
atingiu.
Calcule o Rf de cada “mancha”.

Questões
1) O que você observou com relação aos círculos desenhados?
2) E acima deles, o que ocorreu?
3) O que representa cada “mancha” acima dos círculos desenhados inicialmente?

B) CROMATOGRAFIA EM GIZ

Materiais e Reagentes
- giz inteiro (bastões);
- confeitos (balas) coloridos;
- cuba cromatográfica;
- béquer de 100 mL;
- proveta de 25 mL;
- espátula metálica;
- vidro de relógio;
- pinça;
- água destilada;
- frasco lavador (pisseta);
- bastão de vidro fino.

Procedimento
Transfira, com o auxílio de um béquer, a água destilada para a cuba
cromatográfica até atingir a altura de aproximadamente 1 cm. Tampe a cuba
cromatográfica e reserve.
Coloque uma pastilha de confeito no vidro de relógio e adicione algumas gotas de
água destilada para a extração do pigmento.
Utilizando a espátula metálica, faça uma ranhura no bastão de giz, cerca de 2 cm
acima da base. Preencha essa ranhura com o pigmento extraído. Enrole a tira de papel de
maneira a formar um cilindro e prenda com clips (extremo superior).
Coloque o giz (posição vertical) na cuba cromatográfica, tomando o cuidado de
não submergir o pigmento na solução. Tampe a cuba e observe.
Deixe o sistema em repouso até a solução atingir a extremidade superior do
bastão.
Retire o giz da cuba e observe.
Repita esse procedimento utilizando pastilhas de outras cores.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PALOSCHI, R.; ZENI, M.; RIVEROS, R. Experimentos Cromatográficos. Química Nova na


Escola, n. 7, p. 35-41, 1998.
COLLINS, C. H.; BRAGA, G. L.; PIERINA, S. B. Introdução a métodos cromatográficos. 4 ed.,
Campinas: Editora da Unicamp, 1990.
SILVA, G.D.F. Práticas de Química Orgânica (UFMG).

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Atividade 5 – Soluções (Parte 1): Preparo de soluções

OBJETIVO
Dar aos alunos condições de preparar diferentes tipos de soluções de uso comum
em laboratório.

INTRODUÇÃO AO ASSUNTO
Solução: mistura homogênea formada por duas ou mais substâncias (soluto e solvente)
cuja composição pode variar continuamente dentro de certos limites.
Soluto: componente minoritário na mistura.
Solvente: componente majoritário na mistura; substância que dissolve o soluto e que dá
corpo á solução. Geralmente o solvente utilizado em química analítica é a água.
Soluções líquidas: o solvente é um líquido. São as mais comuns. Temos três tipos de
soluções líquidas.
1 – Sólido em líquido. Ex: açúcar em água.
2 – Líquido em líquido. Ex: álcool em água.
3 – Gás em líquido. Ex: cloreto de hidrogênio em água.
Concentração: é a massa de soluto existente em um determinado volume ou massa de
solução. De acordo com a concentração, as soluções podem ser classificadas em:
1 – gramas por litro (g/L)
2 – percentuais (% p/p ou %p/v)
3 – molares (mol/L)
4 – molais
5 – normais (Eq/L)

MATERIAL

Vidrarias e equipamentos Reagentes e Solventes

- Balança - Água destilada


- Balões volumétricos de 50 e 100 mL - Dicromato de potássio P.A.
- Vidros de relógio - Hidróxido de sódio P.A.
- Espátulas - Cloreto de sódio P.A.
- Papel de filtro - Iodeto de potássio P.A.
- Provetas de 10, 25 e 50 mL
- Pipetas de 10 mL
- Pêra de borracha
- Béqueres de 50 e 100 mL
- Funil de vidro
- Bastão de vidro

PROCEDIMENTOS
1 – Soluções gramas/litro ou concentração comum
C = m (g) / V (L)
Essa notação é usada para indicar a massa de soluto em gramas por volume de
solução em litros.
EXPERIMENTO 1: Preparar 50 mL de uma solução aquosa de dicromato de potássio
(K2Cr2O7) a 15 g/L.
Técnica
a) Calcular a massa do soluto.
b) Pesar o soluto em um vidro de relógio.
c) Transferir* o soluto para um béquer.

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d) Dissolver o soluto, com o auxílio do bastão de vidro, em aproximadamente metade do
volume da solução a ser preparada.
e) Transferir* a mistura para o balão volumétrico, com o auxílio de um funil de vidro.
f) Completar o volume da solução observando a regra do menisco e homogeneizar.
g) Transfira** a solução preparada para um recipiente adequado.
h) Rotule a solução final incluindo todas as especificações importantes como sua fórmula
química, concentração, nome do responsável e data.
* Em química analítica as transferências durante o preparo das soluções devem ser
quantitativas.
** Essa transferência deve ser feita de modo a não alterar a concentração da solução.

2 – Soluções percentuais
Temos dois tipos: volumétrica e ponderal.
2.1 - Percentual volumétrica: é aquela que encerra determinado peso de soluto em 100
mL de solução.
% p/v = massa do soluto (g) / volume da solução (100 mL)
EXPERIMENTO 2.1: Preparar 50 mL de uma solução aquosa de hidróxido de sódio a 0,4%
p/v.
Técnica (item 1)
2.2 - Percentual ponderal: é aquela que possui determinada massa de soluto em 100 g de
solução.
% p/p = massa do soluto (g) / massa da solução (100 g)
EXPERIMENTO 2.2: Preparar 50 g de uma solução aquosa de cloreto de sódio a 10% p/p.
Técnica
a) Pesar o soluto.
b) Calcular a massa do solvente: m (solvente) = m (solução) – m (soluto)
c) Pesar ou medir ao solvente.
d) Dissolver o soluto na quantidade exata de solvente.

3 - Soluções molares
Molaridade (M) = no de mol do soluto (n) / volume da solução (L)
EXPERIMENTO 3: Preparar 50 mL de uma solução aquosa de iodeto de potássio (KI) a 0,1
mol/L.
Técnica (item 1)

4 – Soluções molais
São aquelas que encerram 1 mol do soluto em 1000 g de solvente.
Molalidade = no de mol do soluto (n) / massa do solvente (kg)
PROBLEMA 1: Calcular a molalidade da solução preparada no experimento 2.2.
Dados: massa atômica Na = 23 u; Cl = 35,5 u.

5 – Normalidade
É a relação entre o número de equivalentes-grama de soluto e o volume da
solução em litros.
Normalidade (N) = no de Eq do soluto (n) / volume da solução (L)
O equivalente-grama (Eq) é calculado para cada substância de acordo com o tipo
de reação em questão (neutralização ácido/base, oxi-redução, complexação etc.).
PROBLEMA 2: Calcular a massa de soluto necessária para preparar 50mL de solução
aquosa a 0,2 normal de permanganato de potássio (KMnO4), como agente oxidante em
meio ácido.
Dados: massa atômica K = 39 u; Mn = 55 u; O = 16 u.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VOGEL, A.I. Química Analítica Qualitativa. 5. ed. rev. São Paulo: Mestre Jou, 1981.
VOGEL, A.I. Química Orgânica – Análise Orgânica Qualitativa, Volumes 1 e 2.

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Diretoria de Ensino Superior
Coordenação de Engenharia de Automação Industrial
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SHRINER, R.L. Identificação Sistemática dos Compostos Orgânicos – Manual de
Laboratório.
SILVA, G.D.F. Práticas de Química Orgânica (UFMG).
SOLOMONS, T.W.G. Organic Chemistry. 6 ed.
TARANTO, M.A. Práticas de Química Orgânica (CEFET-MG).

Atividade 6 – Soluções (Parte 2): Diluição e mistura de soluções

OBJETIVOS
- Mostrar aos alunos como são preparadas as soluções de H2SO4, HNO3, HCl, H3PO4,
NH4OH, CH3COOH e outros produtos químicos comercializados em estado líquido e em
alta concentração.
- Determinar a concentração de uma solução resultante da mistura de duas soluções com
concentrações e volumes conhecidos.

INTRODUÇÃO AO ASSUNTO
Em um laboratório, muitas vezes é necessário transformar a concentração de uma
solução em outra.

Diluição: redução da concentração de uma solução, por meio da adição de solvente.

Para podermos fazer a diluição de uma solução concentrada, devemos primeiramente


examinar atentamente os dados que são fornecidos pelo rótulo do frasco. Podemos
observar dois casos:
a) o rótulo fornece a molaridade ou normalidade;
b) o rótulo fornece a concentração percentual em peso e a densidade.

A – O primeiro caso é mais simples. Se foi dado a molaridade, basta transformá-la em


normalidade usando a fórmula M = N/X. Em seguida, aplicamos a fórmula VN = V´N´,
onde:
V = volume a ser medido da solução concentrada
N = normalidade da solução concentrada
V´ = volume da solução diluída a ser preparada
N´ = normalidade da solução diulída a ser preparada
Ou seja, soluções de mesma normalidade se equivalem volume a volume.

EXEMPLO:
Preparar 500 mL de uma solução 0,2 N de H 2SO4 a partir de uma solução 6 N do mesmo
ácido.
Resolução Aplica-se diretamente a fórmula VN = V´N´
V x 6 = 500 x 0,2
V = 16,6 mL

B – O segundo caso pode trazer pequenas dificuldades no início. Isto ocorre pelo fato de
trabalharmos com densidade e percentagem em peso. Neste caso também devemos
transformar a concentração dada no rótulo em normalidade. Depois aplicamos a fórmula
VN = V´N´.

PROBLEMA 1:
Preparar 500 mL de uma solução 0,1 N de HCl a partir de uma solução concentrada cujo
rótulo indica: 36,5% p/p e densidade igual a 1,185 g/mL.

As soluções preparadas com o mesmo soluto e o mesmo solvente, podem ser misturadas,
resultando desta mistura uma solução de concentração diferente das iniciais. A
concentração é calculada usando-se a fórmula NfVf = N1V1 + N2V2 + N3V3 + ... +
NnVn, sendo:

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Nf = normalidade final
Vf = volume final
N1, N2, N3 ... Nn = normalidade das soluções iniciais
V1, V2, V3 ... Vn = volume das soluções iniciais
O volume final é a soma dos volumes das soluções iniciais: Vf = V1 + V2 + V3 + ...
+ Vn

PROBLEMA 2:
Foram misturados 300 mL.de solução 0,3 N de NaOH com 700 mL de solução 0,5 N de
NaOH. Calcular a normalidade e a molaridade da solução final.

MATERIAL
Vidrarias e equipamentos
- Balões volumétricos de 50 mL - Pêra de borracha
- Pipetas de 2, 5 e10 mL - Béqueres de 50 e 100 mL
- Provetas de 10, 25 e 50 mL - Funil de vidro
- Buretas de 25 mL - Bastão de vidro

Reagentes e Solventes

- Água destilada
- Solução aquosa de ácido clorídrico 1 mol/L
- Solução aquosa de ácido sulfúrico 4 mol/L
- Solução aquosa de hidróxido de sódio 10% p/p
- Solução aquosa de permanganato de potássio P.A.

PROCEDIMENTOS
EXPERIMENTO 1: Preparar 50 mL de uma solução aquosa de ácido sulfúrico 0,2 mol/L a
partir de uma solução 4 mol/L do mesmo ácido.
Técnica
i) Calcular o volume da solução concentrada necessário para preparar a solução em
questão.
j) Colocar água destilada no balão volumétrico até aproximadamente metade de sua
capacidade.
k) Medir o volume calculado da solução concentrada utilizando uma pipeta graduada.
l) Adicionar a solução concentrada no balão volumétrico, lentamente e sob agitação.
m) Completar o volume, observando a regra do menisco.
n) Homogeneizar e rotular a solução.

EXPERIMENTO 2.1: Preparar 50 mL de uma solução aquosa de cloreto de sódio a 0,9% p/v
(concentração do soro fisiológico) a partir de uma solução 0,5 N do mesmo sal.
Técnica (experimento 1)
Obs. Como o volume a ser medido da solução original será grande, deve-se utilizar uma
bureta.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

VOGEL, A.I. Química Analítica Qualitativa. 5. ed. rev. São Paulo: Mestre Jou, 1981.
VOGEL, A.I. Química Orgânica – Análise Orgânica Qualitativa, Volumes 1 e 2.
SHRINER, R.L. Identificação Sistemática dos Compostos Orgânicos – Manual de
Laboratório.

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SOLOMONS, T.W.G. Organic Chemistry. 6 ed.
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Atividade 7: Reações químicas – Obtenção e Caracterização do Iodo

OBJETIVOS
- Realizar uma reação de oxirredução para a obtenção de um composto inorgânico
(iodo molecular).
- Verificar suas propriedades físicas e químicas.

INTRODUÇÃO AO ASSUNTO
O uso de reações químicas pelo homem é prática muito antiga e comum aos povos.
Temos os exemplos do fogo, das fermentações, da metalurgia, entre outros. Atualmente,
a necessidade de produtos obtidos de reações químicas é muito grande e é intensa a
pesquisa na área.

PARTE EXPERIMENTAL

ADVERTÊNCIA: o iodo e seus vapores produzem queimaduras e manchas na pele e na


roupa. Seus vapores são venosos e, quando inalados, mesmo em pequenas quantidades,
irritam as mucosas. Evite qualquer contato desnecessário.

A) OBTENÇÃO DO IODO
- Pesar 2 g de iodeto de potássio (KI).
- Pesar 2 g de bióxido de manganês (MnO2).
- Misturar em um gral o KI e o MnO2.
- Triturar a mistura.
- Colocar a mistura no balão de reação.
- Diluir 10 mL de ácido sulfúrico concentrado com 10 mL de água destilada (adicionar,
cuidadosamente, o ácido na água; processo exotérmico).
- Adicionar a solução aquosa diluída de ácido sulfúrico no balão de reação, fechar o
sistema e aquecer.
- Durante a reação, o frasco coletor (erlenmeyer) deve ser resfriado continuamente
com água de torneira.

B) CARACTERIZAÇÃO DO IODO
- Observar, durante a reação, a cor dos vapores de iodo. Anotar.
- Observar a cor dos cristais de iodo no frasco coletor. Anotar.
- Adicionar 100 mL de água no frasco coletor. Observe que o iodo não se dissolve em
água.
- Adicionar 2 g de KI no frasco coletor. Observe que agora o iodo se dissolve.
- Coloque, em 2 tubos de ensaio, 1 mL da solução de iodo obtida no item anterior.
- Ao primeiro tubo de ensaio, adicione 1 mL de clorofórmio (CHCl 3). Agite, observe e
anote o resultado.
- Ao segundo tubo de ensaio, adicione 1 mL de benzeno (C6H6). Agite, observe e anote
o resultado.
- Adicione em um tubo de ensaio 1 gota da solução de iodo, 2 mL de água e 1 mL da
dispersão de amido. Observe a coloração.
- Coloque em um tubo de ensaio 1 mL da solução de iodo. Adicione solução de
tiossulfato de sódio (Na2S2O3), gota a gota, até ocorrer o descoramento da solução.

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Atividade 8: Espontaneidade das Reações de Oxi-redução

OBJETIVO
- Comprovação da ocorrência de reações de oxi-redução utilizando-se a série de
potenciais de oxidação.

INTRODUÇÃO AO ASSUNTO
Muitas reações químicas que ocorrem ao nosso redor, e em nós mesmos, tais como a
cromagem e a niquelagem de peças metálicas, a corrosão dos metais, a respiração e a
digestão, ocorrem por meio de transferência de elétrons entre as espécies reagentes.
O grau de desenvolvimento de um país está diretamente relacionado com o consumo
de energia (elétrica, de combustíveis fósseis ou renováveis, nuclear, química etc.) e a
demanda por energia e recursos energéticos é cada vez maior.
Desta forma, já se testam veículos movidos a hidrogênio (obtido pela eletrólise da
água), até recentemente usado apenas em foguetes de pesquisa espacial.
Outras substâncias de uso doméstico, hospitalar e industrial (cloro e hidrogênio) são
obtidas por eletrólise, por exemplo, da água do mar.

MATERIAL

- Béqueres (100 mL) - Lâminas metálicas de ferro, chumbo, cobre e


zinco

REAGENTES
- Solução aquosa de CuSO4 1 mol/L - Solução aquosa de FeCl2 1 mol/L
- Solução aquosa de Pb(NO3)2 1 mol/L - Solução aquosa de ZnSO4 1 mol/L

PROCEDIMENTO

1 - Em um béquer contendo solução de CuSO4, introduza parcialmente uma lâmina de


ferro previamente lixada. Observe e anote. Em outro béquer, contendo solução de FeCl 2,
introduza parcialmente uma lâmina de cobre lixada. Observe e anote.

2 – Mergulhe parcialmente uma lâmina de zinco em uma solução de Pb(NO3)2 contida no


béquer. Observe e anote. Em outro béquer, contendo pedaços de chumbo, adicione
solução de ZnSO4. Observe e anote.

QUESTÕES
1) Qual a equação da reação que ocorre na experiência 1?
2) Consultando os potenciais normais de oxidação, calcule o potencial da reação
espontânea na experiência 1.
3) Qual a equação da reação que ocorre na experiência 2?
4) Sabendo-se que os potenciais de oxidação de Zn e Pb são, respectivamente, + 0,76 V
e + 0,13 V, calcule o potencial da reação espontânea na experiência 2.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VOGEL, A.I. Química Analítica Qualitativa. 5. ed. rev. São Paulo: Mestre Jou, 1981.
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Atividade 9: Equilíbrio Químico

OBJETIVO
- Estudar o deslocamento do equilíbrio químico.

INTRODUÇÃO AO ASSUNTO
As florestas são sorvedouros naturais de gás carbônico que, por meio da fotossíntese,
devolvem oxigênio à atmosfera. Um equilíbrio saudável seria obtido aumentando-se as
florestas e áreas verdes. Ao contrário, haveria um equilíbrio desfavorável diminuindo ou
eliminando as áreas verdes, aumentando o número de veículos e indústrias ou ambos.

MATERIAL

- Suporte para tubos de ensaio - Pipeta graduada de 10 mL (1)


- Tubos de ensaio (6)

REAGENTES

- Solução aquosa de K2CrO4 0,1 mol/L - Solução aquosa de HCl 1 mol/L


- Solução aquosa de K2Cr2O7 0,1 mol/L - Solução aquosa de NaOH 1 mol/L
- Solução aquosa de Ba(NO3)2 1 mol/L

PROCEDIMENTO

1 – Aos tubos 1, 2 e 3, adicione 2 mL de solução aquosa de K 2CrO4 0,1 mol/L, e aos tubos
4, 5 e 6, adicione 2 mL de solução aquosa de K2Cr2O7 0,1 mol/L.

2 – Ao tubo 1 adicione solução de HCl 1 mol/L até ocorrer mudança de cor.

3 – Ao tubo 4 adicione solução aquosa de NaOH 1 mol/L até ocorrer mudança de cor.

4 – Ao tubo 2 adicione 2 gotas de solução de Ba(NO 3)2 1 mol/L. Anote a cor do


precipitado.

5 – Ao tubo 3 adicione 1 gota de solução de NaOH 1 mol/L e duas gotas de solução de


Ba(NO3)2 1 mol/L. Anote o resultado.

6 – Ao tubo 5 adicione 2 gotas de solução de Ba(NO3)2 1 mol/L. Anote o resultado.

7 - Ao tubo 6 adicione 1 gota de solução de HCl 1 mol/L e 2 gotas de solução de


Ba(NO3)2 1 mol/L. Anote o resultado.

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Atividade 10: Cinética Química

OBJETIVO
- Verificar alguns fatores que influenciam as velocidades de reações químicas.

INTRODUÇÃO AO ASSUNTO
A cinética química estuda a velocidade das reações químicas e os fatores que nela
interferem. Podemos observar sua influência em processos do nosso dia-a-dia, como
fermentação da massa de pães, a formação da ferrugem, a combustão de derivados do
petróleo e a decomposição de alimentos e de vários tipos de materiais presentes no lixo.
Os principais poluentes atmosféricos da combustão, nos motores automotivos
(álcool, gasolina e diesel), são os NOx (NO, NO2 etc.) e o CO. Tais gases devem ser
transformados rapidamente em outros, que sejam atóxicos ou de menor toxidez, e para
isso são utilizados os catalisadores. Os equipamentos projetados para fazer essas
conversões apresentam grandes superfícies de contato revestidas com metais
catalisadores (Pt, Pd e Rh). Dessa forma, os produtos da combustão são transformados
em componentes naturais do ar atmosférico (N2, O2, H2O e CO2).

MATERIAL
- Suporte para tubos de ensaio - Pipeta graduada de 10 mL (1)
- Tubos de ensaio (11) - Proveta de 25 mL

REAGENTES

- Solução aquosa de KMnO4 1 mol/L - Solução aquosa de HCl 2 mol/L


- Solução aquosa de H2SO4 4 mol/L - Zinco em pó
- Solução aquosa de FeSO4 0,1 mol/L - H2O2 10 volumes
- Solução aquosa de HOOCCOOH 0,1 - MnO2 em pó
mol/L - Solução aquosa de IO3- 0,02 mol/L
- Zinco metálico
- Solução aquosa de HSO3- 0,02% (0,2 g de HSO3- , 4,0 g de amido, 5 mL de H2SO4 1
mol/L e água destilada até completar 1 litro de solução)

PROCEDIMENTO

Numere os tubos de ensaio de 1 a 11.

A – EFEITO DA NATUREZA DOS REAGENTES

Tubo 1
– Adicione 1 mL da solução aquosa de KMnO4 1 mol/L.
– Em seguida, adicione 1 mL de solução aquosa de H2SO4 4 mol/L e, posteriormente, 3
mL de solução aquosa de FeSO4 0,1 mol/L.
– Observe e anote o tempo gasto para que a solução de KMnO4 mude de cor.

Tubo 2
– Adicione 1 mL da solução aquosa de KMnO4 1 mol/L.
– Em seguida, adicione 1 mL de solução aquosa de H2SO4 4 mol/L e, posteriormente, 3
mL de solução aquosa de HOOCCOOH 0,1 mol/L.

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– Observe e anote o tempo gasto para que a solução de KMnO4 mude de cor.
→ Compare os resultados obtidos nos tubos 1 e 2.

B – EFEITO DA SUPERFÍCIE DE CONTATO NA VELOCIDADE DE REAÇÃO

Tubo 3
- Em um vidro de relógio, pese um fragmento de zinco metálico e anote a massa
encontrada.
- Transfira o fragmento de zinco para o tubo de ensaio.
- Adicione 2 mL da solução aquosa de HCl 2 mol/L.
- Observe e anote o resultado.

Tubo 4
- Em um vidro de relógio, pese a mesma massa de zinco em pó do experimento
anterior.
- Transfira o zinco em pó para o tubo de ensaio.
- Adicione 2 mL da solução aquosa de HCl 2 mol/L.
- Observe e anote o resultado.
→ Compare os resultados obtidos nos tubos 3 e 4.

C – EFEITO DO CATALISADOR

Tubo 5
- Adicione 10 mL de H2O2 10 volumes.

Tubo 6
- Adicione 10 mL de H2O2 10 volumes.
- Em seguida, adicione uma pequena quantidade de MnO2 em pó.
- Observe e anote o ocorrido.
→ Compare os resultados obtidos nos tubos 5 e 6.

D – EFEITO DA VARIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO

Tubo 7
- Adicione 10 mL de solução aquosa de IO3- 0,02 mol/L.
- Em seguida, adicione 10 mL da solução aquosa de HSO3- 0,02% e marque o tempo
desde o momento da adição dessa solução até o aparecimento de cor.

Tubo 8
- Adicione 8 mL de solução aquosa de IO3- 0,02 mol/L e 2 mL de água destilada.
- Em seguida, adicione 10 mL da solução aquosa de HSO3- 0,02% e marque o tempo
desde o momento da adição dessa solução até o aparecimento de cor.

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Tubo 9
- Adicione 6 mL de solução aquosa de IO3- 0,02 mol/L e 4 mL de água destilada.
- Em seguida, adicione 10 mL da solução aquosa de HSO3- 0,02% e marque o tempo
desde o momento da adição dessa solução até o aparecimento de cor.

Tubo 10
- Adicione 4 mL de solução aquosa de IO3- 0,02 mol/L e 6 mL de água destilada.
- Em seguida, adicione 10 mL da solução aquosa de HSO3- 0,02% e marque o tempo
desde o momento da adição dessa solução até o aparecimento de cor.

Tubo 11
- Adicione 2 mL de solução aquosa de IO3- 0,02 mol/L e 8 mL de água destilada.
- Em seguida, adicione 10 mL da solução aquosa de HSO3- 0,02% e marque o tempo
desde o momento da adição dessa solução até o aparecimento de cor.

→ Compare os resultados obtidos nos tubos 7, 8, 9, 10 e 11.

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Atividade 11: Análise Orgânica Qualitativa

OBJETIVOS
- Identificação e diferenciação de alguns grupos funcionais da Química Orgânica.

INTRODUÇÃO AO ASSUNTO
Os hidrocarbonetos são substâncias orgânicas constituídas apenas por carbono e
hidrogênio. De acordo com o tipo de ligação química, os hidrocarbonetos podem ser
classificados como alcanos (apresentam apenas ligações simples → hidrocarbonetos
saturados), alquenos, alquinos e hidrocarbonetos aromáticos (apresentam ligações
múltiplas → hidrocarbonetos insaturados).
Os alcoóis apresentam fórmula geral R-OH, onde R representa um grupo alquila. Já
os fenóis, apresentam fórmula geral Ar-OH, onde Ar representa um grupo aromático.
Embora os alcoóis e os fenóis apresentem o mesmo grupo funcional (hidroxila: -OH), as
diferenças estruturais entre os grupos R e Ar levam à reatividades diferentes. Por
exemplo, os fenóis são mais ácidos do que os alcoóis devido ao efeito de ressonância.
Aldeídos e cetonas são compostos orgânicos que apresentam em suas estruturas
o grupo funcional C=O, denominado carbonila. Nos aldeídos uma das valências do
carbono é preenchida obrigatoriamente pelo hidrogênio e a outra por um radical alquila
ou arila, cujas fórmulas gerais são RCHO ou ArCHO, respectivamente. Entretanto, o
aldeído mais simples (aldeído fórmico, formaldeído, formalina, formol ou metanal)
apresenta a fórmula HCHO. Nas cetonas as duas valências do carbono são preenchidas
por grupos alquila ou arila, apresentando fórmulas gerais:

R Ar R
O O O
R' Ar' Ar
cetona alifática cetona aromática cetona mista

Os ácidos carboxílicos apresentam em sua estrutura o grupo –COOH. Tratam-se de


ácidos orgânicos fracos como, por exemplo, o ácido acético (CH 3COOH) presente no
vinagre. Os ácidos carboxílicos podem sofrer uma série de reações químicas devido à
presença de carbonila e hidroxila em sua estrutura. Esta propriedade faz com que eles
sejam muito úteis em sínteses orgânicas, sendo utilizados como material de partida na
síntese de ésteres, aminas, amidas, nitrilas, alcoóis, dentre outros compostos.
Sabendo-se que cada uma dessas classes de compostos orgânicos apresenta
reações químicas específicas. Assim, algumas dessas reações serão utilizadas como
testes de caracterização.

MATERIAL
- Suporte para tubos de ensaio
- Tubos de ensaio
- Pipetas graduadas de 10 mL

REAGENTES

- Solução aquosa de KMnO4 1 mol/L


- Óleo vegetal (de amêndoas)
- Solução aquosa de H2SO4 4 mol/L
- Extrato de cravo (eugenol)
- Solução de I2 (1%) em tetracloreto de carbono (CCl4)
- Extrato de canela (aldeído cinâmico)
- Solução aquosa de NaOH a 10% (p/v)

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- Álcool etílico comercial
- Solução aquosa de NH4OH comercial
- Fenol
- Solução aquosa de CH3COOH a 10% (p/v)
- Ácido benzóico
- Solução aquosa de K2Cr2O7 0,1 mol/L
- Acetona
- Solução aquosa de FeCl3 10% (p/v)
- Solução aquosa de NaHCO3 a 10% (p/v)
- Solução aquosa de AgNO3 a 10% (p/v)

A – ANÁLISE DE HIDROCARBONETOS

TESTE DE BAYER (Teste para insaturação)


Tubo 1
- 1 mL de óleo vegetal
- 2 gotas da solução de permanganato de potássio
- Agite e observe a descoloração da solução.
Tubo 2
- 1 mL de óleo vegetal
- 2 gotas da solução de permanganato de potássio
- 0,5 mL da solução de hidróxido de sódio
- Agite e observe a formação de um precipitado marrom

TESTE COM BROMO EM TETRACLORETO DE CARBONO (Utilize esse teste para confirmar o
resultado anterior)
Tubo 3
- 1 mL de óleo vegetal
- 2 gotas da solução de bromo em tetracloreto de carbono
- Agite e observe a descoloração da solução.

B – ANÁLISE DE ALCOÓIS

TESTE DE JONES (Álcoóis primários e secundários versus alcoóis terciários)

Tubo 4
- 1 mL de álcool etílico
- 1 mL de solução de dicromato de potássio
- 5 gotas de ácido sulfúrico concentrado
- Agite e observe a mudança de cor da solução.

OXIDAÇÃO DE ALCOÓIS COM PERMANGANATO DE POTÁSSIO EM MEIO ÁCIDO


(confirmação do teste anterior)

Tubo 5
- 1 mL de álcool etílico
- 1 mL de solução de permanganato de potássio
- 5 gotas de ácido sulfúrico concentrado
- Agite e observe a descoloração da solução.

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C – ANÁLISE DE FENÓIS
Tubo 6

- Dissolva uma pequena quantidade (ponta de espátula) de fenol em 1 mL de água


- Adicione 2 gotas de solução de cloreto férrico
- Agite e observe a mudança de cor da solução.

D – ANÁLISE DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS


Tubo 7

- 1 mL de solução de ácido acético


- 1 mL de solução de bicarbonato de sódio
- Agite e observe a liberação de gás.

E – ANÁLISE DE ALDEÍDOS

REAGENTE DE TOLLENS

Tubo 8

- 1 mL de solução de nitrato de prata


- 0,5 mL de hidróxido de amônio
- Agite a mistura.
- 1 mL de extrato de canela
- Agite e observe a formação de prata metálica. Se necessário, aqueça a mistura em
banho-maria.

OXIDAÇÃO SULFOCRÔMICA

Tubo 9

- 1 mL de solução de dicromato de potássio


- 5 gotas de ácido sulfúrico concentrado
- 1 mL de extrato de canela
- Agite e observe a mudança de cor da solução.

F – ANÁLISE DE CETONAS

OXIDAÇÃO SULFOCRÔMICA (exaustiva)

Tubo 10
- 1 mL de solução de dicromato de potássio
- 5 gotas de ácido sulfúrico concentrado
- 1 mL de acetona
- Agite e aqueça a mistura em banho-maria
- Observe a mudança de cor da solução.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

VOGEL, A.I. Química Orgânica – Análise Orgânica Qualitativa, Volumes 1 e 2.


SHRINER, R.L. Identificação Sistemática dos Compostos Orgânicos – Manual de
Laboratório.
SILVA, G.D.F. Práticas de Química Orgânica (UFMG).
SOLOMONS, T.W.G. Organic Chemistry, 6 ed.
TARANTO, M.A. Práticas de Química Orgânica (CEFET-MG).
VOGEL, A.I. Química Analítica Qualitativa, 5 ed. rev., 1981.

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Atividade 12 – Fermentação
OBJETIVO
- Mostrar a fermentação e sua relação com a produção de álcool e gás carbônico.

INTRODUÇÃO AO ASSUNTO
O etanol, álcool etílico ou simplesmente “álcool”, é conhecido desde a antiguidade
como um componente essencial de bebidas usadas em eventos sociais. Embora utilizado
como estimulante, na realidade ele age como depressor do sistema nervoso central e
como anestésico. O etanol é um dos alcoóis mais importantes do ponto de vista
industrial. Além disso, é utilizado em grande escala como combustível para veículos.
Parte do etanol é produzida por hidratação do etileno, utilizando-se ácido fosfórico como
catalisador. No Brasil, a maior parte do etanol é produzida por meio da fermentação de
carboidratos.

MATERIAL REAGENTES
- Fermento biológico (20 g)
- Kitasato com tampa (1)
- Açúcar cristal (180 g)
- Tubo de látex
- Água fervida e resfriada (250 mL)
- Pipeta (1)
- Solução aquosa de hidróxido de sódio a 10%
- Funil de vidro
- Solução alcoólica de fenolftaleína a 0,1%
- Placas de Petri (2)
- Palitos de fósforo
- Béqueres de 100 mL (1), 250 mL (1) e 600
mL (1)

PROCEDIMENTO
- Coloque no béquer água destilada (30 mL), fenolftaleína (3 gotas) e solução aquosa
de hidróxido de sódio (gotas) até que a solução apresente coloração rosa.
- Pese 180 g de açúcar no béquer de 250 mL e 20 g de fermento biológico na placa de
Petri de plástico.
- Dissolva o açúcar em água destilada (250 mL) e transfira a solução resultante para o
kitasato com o auxílio de um funil. Em seguida, acrescente o fermento biológico,
tampe e agite.
- Coloque a pipeta na saída do kitasato utilizando o tubo de látex como conexão.
- Introduza a saída da pipeta no béquer contendo hidróxido de sódio. Observe e anote.
Após o experimento, transfira uma pequena quantidade de fermentado (contido no
kitasato) para a placa de Petri de vidro. O etanol formado irá produzir uma chama
efêmera e de pouca intensidade, mas que irá fortalecer o conceito de álcool combustível
(a concentração do etanol na água, antes da destilação, está em faixa que não permite
manutenção de chama).

QUESTÕES
1) O que foi observado inicialmente na extremidade da pipeta inserida no béquer?
2) Que tipo de reação ocorreu no interior do kitasato?
3) Após algum tempo de borbulhamento no béquer, o que foi observado? Justifique sua
resposta.
4) Como os produtos formados no interior do kitasato poderiam ser separados?

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Atividade 13 – Química Aplicada: O Caso Celobar®

OBJETIVOS
Mostrar aos alunos:
- uma reação de preparação de um composto inorgânico, denominada Síntese
Inorgânica;
- a importância do conhecimento sobre reações químicas, cálculos
estequiométricos e equilíbrios químicos (solubilidade, Kps, princípio de Le Chatelier).

INTRODUÇÃO AO ASSUNTO
Carbonato de bário é um exemplo de sólido cujo ânion, formado pela ionização de
um ácido fraco, torna-o solúvel na presença de ácido clorídrico. A intoxicação de vários
indivíduos com bário há alguns anos deveu-se ao emprego indevido desse sal em exames
de contraste. Geralmente, é utilizado um contraste comercial para exames radiológicos
que consiste em uma suspensão aquosa de sulfato de bário insolúvel no suco gástrico.
Entretanto, a contaminação de um lote do produto com carbonato de bário ocasionou a
morte de dezenas de pessoas. Neste experimento, a relação entre a solubilidade de
ambos os sais e suas constantes de solubilidade é demonstrada e discutida.
Sais como o sulfato de bário e o carbonato de bário são pouco solúveis em meio
aquoso neutro (pH 7): aproximadamente 2,45 mg/L (1,05 x 10-5 mol/L) e 17,8 mg/L (9,00
x 10-5 mol/L), a 25 o, respectivamente. O Celobar® é uma suspensão aquosa de sulfato de
barrio de concentração 1 g/mL e a dosagem recomendada para adultos é de 30 mL.
Considerando-se as baixas solubilidades citadas, em condições normais essa dosagem
não seria suficiente para atingir a dose mínima letal de 2 a 3 mg de bário por quilo de
tecido.
Por que, então, a contaminação do com carbonato de bário provocou a morte de
um número significativo de pessoas?
Apresentamos, a seguir, um procedimento experimental simples que ajuda a
elucidar o caso Celobar®.

MATERIAL

VIDRARIAS E EQUIPAMENTOS

- Balança - Pêra de borracha


- Balões volumétricos de 50 e 100 mL - Béqueres de 100 e 250 mL
- Vidros de relógio - Funil de vidro
- Espátulas - Tubos de ensaio
- Papel de filtro - Estante para tubos de ensaio
- Provetas de 25 e 50 mL - Bastão de vidro

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REAGENTES E SOLVENTES

- Água destilada - Carbonato de sódio P.A.


- Solução aquosa de ácido clorídrico 0,5 - Sulfato de magnésio P.A.
mol/L
- Cloreto de bário P.A.

PROCEDIMENTOS
Preparo das soluções

SOLUÇÃO DE CLORETO DE BÁRIO (BaCl2)


Pese 1,25 mg de cloreto de bário, transfira para um béquer de 100 mL e adicione
50 mL de água destilada. Agite até a dissolução completa do sal.

SOLUÇÃO DE CARBONATO DE SÓDIO (Na2CO3)


Pese 0,20 g de carbonato de sódio, transfira para um béquer de 100 mL e adicione
25 mL de água destilada. Agite até a dissolução completa do sal. Identifique como
Solução 1.

SOLUÇÃO DE SULFATO DE MAGNÉSIO (MgSO4)


Pese 1,20 g de sulfato de magnésio, transfira para um béquer de 100 mL e
adicione 50 mL de água destilada. Agite até a dissolução completa do sal. Identifique
como Solução 2.
Em seguida, transfira 25 mL dessa solução para um outro béquer de 100 mL e
reserve. Identifique como Solução 3.

Preparo das suspensões de carbonato de bário e sulfato de bário


Adicione 25 mL da solução de cloreto de bário à Solução 1 e os outros 25 mL à
Solução 2. Agite e observe a formação de um precipitado branco em cada uma delas.
Deixe as soluções em repouso por aproximadamente 15 minutos para a decantação dos
precipitados. Em seguida, transfira cuidadosamente, o líquido sobrenadante presente nos
dois béqueres para o béquer de 250 mL (descarte), procurando conservar a maior massa
possível de sólido dentro dos mesmos.

Teste da solubilidade dos precipitados em meio ácido (HCl 0,5 mol/L)


Transfira uma pequena amostra do precipitado do béquer identificado como
Solução 1 para um tubo de ensaio (1) e do precipitado do béquer identificado como
Solução 2 para outro tubo de ensaio (2). Adicione aproximadamente 5 mL de solução de
HCl 0,5 mol/L em cada tubo de ensaio e agite. Observe se ocorre a solubilização dos
precipitados.

QUESTÕES

1) Escreva as equações químicas relativas a cada procedimento realizado.


2) Quais são os precipitados formados durante a realização do experimento?
3) Qual o gás formado na dissolução do precipitado na presença de ácido clorídrico?
4) Por que, então, a contaminação do com carbonato de bário provocou a morte de
um número significativo de pessoas?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SENE, J. J. et al. Equilíbrio Químico de Sais Pouco Solúveis e o Caso Celobar®. Química
Nova na Escola, No. 24, 43-45, 2006.
TUBINO, M.; SIMONI, J. A. Refletindo sobre o Caso Celobar®. Química Nova, Vol. 30, No. 2,
505-506, 2007.

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VOGEL, A.I. Química Analítica Qualitativa. 5. ed. rev. São Paulo: Mestre Jou, 1981.

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