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PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA

BLOCO INCOSCIÊNCIA
TH 2

Exame de Motricidade
Introdução: Técnica do Exame:
O exame neurológico tem um racicocínio • Um teste fidedigno deve tentar eliminar
etiológico e o diagnóstico topográfico. a discrepância de força entre paciente e
• Raciocínio etiológico: procurar as examinador (ex.: um homem jovem
causas dos sintomas. examinado uma mulher idosa);
• Diagnóstico topográfico: a partir de • Os musculos são mais fortes quando
uma alteração qualquer, identificar onde maximamente encurtados;
está a lesão no sistema nervoso que é • O efeito de alavanca – uma alanca longa
capaz de produzir aqueles determinados pode sobrepujar qualquer músculo, por
sintomas. Permite que as invetigações maior que seja a diferença de força entre
posteriores sejam feitas adequadamente. o examinador e o paciente.
o Identificar os o Quanto > a alavanca > a força
sintomas/alterações clínicas dos do examinador.
pacientes; Escala de força do MRC:
o Juntar com os conhecimentos
neuroanatômicos. Corresponde a quantificação da alteração da
1. Avaliação da força muscular: força, ou seja, é a quantificação do grau de
• O exame da força avalia a contração fraqueza muscular.
muscular voluntária;
0 Nenhuma contração
• A força é avalida por confrontação: o
examinador compara sua força com a do
paciente. 1 Contração visível ou
• Força normal: é definida como a palpável porém não
incapacidade do examinador de mover suficiente para mover a
uma articulação contra a vontade do articulação.
paciente; 2 Movimenta a articulação
o O paciente deve resistir a força quando eliminada a
do examinador, completamente; gravidade.
• Força alterada: é quando o 3 Movimenta a articulação
examiandor consegue alterar a posição contra a gravidade, porém
não vence a resistência do
do paciente, mesmo contra a vontade do
examinador.
paciente. Pode ser um ângulo mínimo.
4 Vence parcialmente a
o Há um problema nas diferenças resistência do examinador.
de forças (F=M.A)/ação e reção 5 Força normal, vence
(3º Lei de Newton). Para completamente a resistência
diminuir essas diferenças, do examinador.
existem “métodos” Os níveis 0,1,3,4 referem-se à alterações,
demonstrados a seguir: apenas o grau 5 é completamente normal.

• A escala de força não é linear.


o A diferença entre uma força
grau 0 para grau 1 não é a
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mesma da entre uma grau 2 para • O indíviduo deve manter as palmas para
3. cima, como se segurasse uma bandeija;
• Somente uma força grau 5 é normal; • O braço começa cair e há uma rotação
• Força grau 4 é fraqueza moderada, 3 interna palmar, o que indica um
para baixo uma fraqueza grave. momento de pronação (sinal da
o Força grau 4 nas mãos, você já fraqueza).
não é capaz de abutuar uma
camisa, segurar uma xícara;
o Força grau 3, o paciente ainda
consegue andar (levanta o pe
contra gravidade) – pessoa que
anda com bengala ou andador.
o Força 2 e 1: cadeira de roda
Técnica do exame:
Tônus Muscular
• É importante fixar a parte proximal do
Definição de Tônus Muscular:
mebro quando se testa a parte distal;
• Deve-se, na medida do possível, testar a É a tensão permanente do músculo, mesmo
ação isolada de um único músculo de quandoe m repouso. Devido ao tônus, os
cada vez. músculos apresentam uma pequena
Teminologia resistência ao movimento passivo das
articulações, mesmo quando relaxados.
Termo Significado
• É a tensão muscular presente mesmo em
Paresia Diminuição da força. (de repouso.
1 a 4) • Devido ao tônus, os músculos normais
Plegia Ausência completra da têm uma pequena resistência ao
força, paralisia. movimento passivo, mesmo quando
Hemiparesia Paresia em um dos lados relaxados.
do corpo. o Evita danos das articulações.
Paraparesia Paresia em ambos os o Confere manuntenção da
membros inferiores; postura e equilíbrio.
Tetraparesia Paresia nos 4 membros. • O tônus depende da eferência dos fusos
Monoparesia Paresia em um único neuromusculares e de uma eferência alfa
membro e gama normais.
• Examiandor faz alterações passivas nos
músculos.
Manobra Deficitária de MMSS e MMI: • Os individuos devem manter os
membros relaxados.
• São testes para detectar perdas de forças • Tonus muscular pequeno = resistência
sutis. pequena.
• Paresia sutis podem não ser detctados • Tonus depende do reflexo dos fusos
pelo exame de força usual; neuromusculares (recptores de
• O desvio pronador na manobra estiramento)
deficitária (teste de Mingazzini) indica Anormalidade do Tônus
paresia de origem central (lesão do trato
córtico-espinhal); • Hipotonia: pode ocorrer em lesões do
• O teste de rolar dos antebraos também neurônio motor inferior, doenças
pode ser útil. musculares, em lesões da via aferente
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(funículo posterior), em lesões o Ocasionalemte, você pode


cerebelares. palpar o músculo para definir o
• Hipertonia: não é uniforme, variando volume e a consistência
com a velocidade do movimento passivo muscular;
dos membros (maior resistência quanto o Voce pode medir também;
maior a velocidade). o Geralmente é feito visualmente.
o Espasticidade: hipertonia • Pode ser avaliada por inspeção, palpação
decorrente de lesões da via e medida.
córtico-espinhal ( Sd. N. motor
Anormalidades
superior);
o Em geral a espasticidade é
• Atrofia ou hipotrofia
maior nos reflexores dos MMSS
• Hipertrofia
e nos extensores dos MMII.
• Pseudo-hipertrofia: substituição da
• Hipertonia de rigidez (extrapiramidal):
decorrente de doenças que afetam os núcleos massa muscular por gordura
da base, como ocorrem no Parkinsonismo;
o O grau de rigidez não varia com a
velocidade, sendo constante do
início ao fim do movimento.
o Pode haver sobreposição com
tremor, gerando um aspecto de
rigidez em “roda denteada” durante
o exame.
• Espasticidade: tipo de hipertonia presente
em lesões do neurônio motor superior.
• Rigidez: tipo de hipertonia presente em
lesões dos núcleos da base.
• Flacidez: o mesmo que hipotonia;
• Clono: série de contrações ritmicas Reflexos tendinosos profundos:
involuntárias induzidas pela distensão
passiva súbita de um músculo. • Outros nomes: reflexos miotáticos ou
reflexos ósteo-tendinosos;
Exame do tônus • Reflexos vivos: normais; aesar da
velocidade da resposta e da amplitude do
• O paciente deve estar relaxado, pode ser útil
movimento serem altas, há ausência de
tentar distraí-lo conversando com o mesmo.
• Avaliar por movimentos lentos e rápidos em
sinais inequivocadamente patológicos,
toda a amplitude de movimentação da como a presença de clono inesgotáveis,
articulação. aumento da zona reflexógena ou
• Se um músculo normal é apalpado em disseminação do reflexo para músculos
repouso ou durante a execução de adjacentes. O reflexo vivo só é
movimentos passivos, percebe-se que ele interepretado como patoógico na
não está completamente flácido, mas possui presença de assimetria importante entre
um certo grau de tensão. O tônus é os membros, e dentro do contexto dos
examinado sobretudo nos membros outros achados do exame neurológico.
superiores e inferiores, através da
• Reflexos hiperativos: patológicos
movimentação passiva sobre 2 ou mais
articulações adjacentes simultaneamente. • Bater com martelo na patela do
indivíduo.
Volume e contorno dos músculos • Quando um músculo normal é alongado
passivamente, suas fibras resistem à
• Trofismo dos músculos - avaliado pelo extensão contraindo-se;
volume e contorno dos músculos
(inspeção muscular);
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• Tem função protetoria, ajudam a +3 Aumentado Velocidade ou


contrabalançar qualquer forças (vivo), porém ampliação
inesperadas, por exemplo, ao caminhar não aumentadas
ou ficar em pé. necessáriamente
• É um reflexo monossináptico (aferência patológico
+4 Exaltado Presença de
pela fuso neuro muscular e eferência
(hipertativo), aumento da
pelo motoneurônio alfa); sempre área
patológico reflexógena
ou
disseminação
do reflexo
para outros
músculos.
(mais
músculos são
fletidos).
Sinais Associados:
Sinal de clono:

• reflexo invountário (medular); envia • Série de contrações ritmicas


mensagem para o córtex de modo que involuntárias induzidas pela distensão
torna-se consciente passiva súbita de um músculo ou tendão;
• o reflexo é utilizado para olhar a saúde • Pode ser esgotável ou inesgotável;
da via • É um sinal de lesão do trato córtico-
• se o reflexo acontece a via está integra; espinhal (Sd. Neurônio Motor Superior).
• se há uma interrupção de via, ao bater o
Sinal de Babinski
martelo, nada acontece.
• Existem impulsos que vieram do • É a alteração do reflexo plantar
encéfalo para medula que são capazes de • No reflexo cutâneo plantar normal, a
moduar a intensidade do reflexo estimulação da pele da planta do pé
• Síndrome do neurônio superior há uma causa uma flexão dos dedos
perda do reflexo de modo que o reflexo • Nas lesões do trato córtico-espinhal, a
é aumentado. mesma estimulação causa uma extensão
Exame dos reflexos tendinosos: dos dedos, principalmente no hálux
(dedão);
• Testa-se com a percussão do tensão do • Ao reflexo cutâneo plantar em extensão
músculo; dá-se o nome de sinal de Babinski
• Aplica-se um golpe seco sobre o tendão, • O sinal de babinski pode estar presente
que estira o músculo, e deve-se bservar ou ausente - não deve-se dizer “sinal de
a contração, sua velocidade e amplitude. Babinski positivo ou negativo.
• O sinal de babisnki pode estar presente
0 Abolido
em criança - a mielinização do trato
+1 Presente porém Veocidade e
córttico-espinhal termina próximo do
diminuído amplitude
final do 1º ano de vida.
diminuídas,
pode ser • Indica uma alteração do neurônio motor
somemte superior (corpo neuronal ou axônio);
palpável.
+2 Normal
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Reflexos examinados: • Resposta: consiste na contração do


tríceps sural, com flexão plantar do pé.
1. Reflexo bicipital
• Pesquisa: realizada com o antebraço do
paciente em semiflexão e apoiado, com a mão em
supinação. Percute-se o tendão do bíceps na
dobra do cotovelo, com interposição do polegar
ou indicador do examinador.
• Resposta: contração do bíceps, com
flexão e supinação do antebraço.

5. Reflexo cutâneo plantar


• Pesquisa: é pesquisado através da
estimulação, com instrumento pontiagudo, da
borda externa da planta do pé, no sentido póstero-
anterior. O estímulo deve ser firme o bastante
para evocar uma resposta, porém não forte o
2. Reflexo do tríceps braquial suficiente para ser doloroso. Ele deve começar na
• Pesquisa: evocado percutindo o tendão base do calcanhar e subir pela lateral do pé com
do tríceps braquial imediatamente acima do uma velocidade lenta o suficiente para a resposta
olécrano da ulna. O antebraço deve estar num se desenvolver, evitando-se estímulos muito
ângulo aproximado de 90 graus com o braço, rápidos ou demasiadamente demorados e
repousando na coxa do paciente ou apoiado pelo incômodos. Se a resposta ainda não for visível ao
examinador. chegar-se à base dos artelhos, o estímulo pode ser
• Resposta: contração do tríceps, com continuado em direção à base do hálux, sem no
extensão do antebraço. entanto, atingi-la.
3. Reflexo patelar • Resposta: a resposta normal consiste na
• Pesquisa: este reflexo pode ser contração dos músculos flexores dos
pesquisado de duas formas diferentes: com o pododáctilos ou na ausência de qualquer
paciente sentado e as pernas pendentes ou com o movimento dos dedos. A inversão da resposta
paciente deitado, com o joelho semifletido e normal, com a extensão dos dedos,
apoiado na mão do examinador. Percute-se o principalmente do hálux, é uma resposta
tendão patelar. patológica que indica lesão do neurônio motor
• Resposta: consiste na contração do superior. À presença do reflexo cutâneo plantar
músculo quadríceps femoral, com extensão da em extensão dá-se o nome de sinal de Babinski.
perna. Diz-se que o sinal de Babinski está presente ou
ausente, devendo-se evitar os termos positivo ou
negativo. O sinal de Babinski pode estar presente
em lactentes até o final do primeiro ano de vida,
pela imaturidade da mielinização do trato
piramidal.
Exame motor no coma

A força pode ser estimada por:

• Movimentos espontâneos;
4. Reflexo aquileu ou do tríceps sural
• Pesquisa: pode ser pesquisado em duas • Posição de uma extremidade;
posições diferentes: paciente sentado, com as • Retração após um estímulo doloroso;
pernas pendentes, sendo o tendão aquileu • Velocidade e postura da queda de um
ligeiramente distendido pela dorsiflexão passiva membro;
do pé pelo examinador, ou com o paciente em • Assimetrias são mais valorizadas
decúbito dorsal, com uma das pernas cruzada
sobre o joelho oposto e o pé mantido em posição
de ligeira flexão dorsal pelo examinador, que
apoia a parte anterior da planta do pé.

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