O trabalho em sala de aula

􀀀 Contexto (p. 18)

Explore a charge e o texto citado de Amartya Sem com os estudantes, chamando a atenção para os diversos
aspectos da pobreza, aspectos de saúde, educação, renda e deficiências que podem acompanhar um indivíduo
por toda a sua vida. Ressalte que muitos índices que são utilizados, por vezes, estabelecem números que
generalizam determinados aspectos da realidade – que é a situação explorada pela charge.
■ Atividades
1. Espera-se que os estudantes percebam que a desigualdade socioeconômica expressa uma injusta repartição
da renda nacional entre a população, o que dificulta o acesso a bens e serviços básicos por parte das camadas
sociais menos favorecidas.

2. Tradicionalmente a pobreza é medida por indicadores econômicos, como o PIB per capita, que é um
indicador médio e não reflete adequadamente a desigualdade socioeconômica. Além disso,
independentemente da renda per capita do país, o Estado pode intervir com políticas compensatórias para
minimizar a privação de capacidades básicas dos grupos sociais mais vulneráveis.

3. Como denuncia a charge, o fato de haver mendigos e moradores de rua expressa a desigualdade
socioeconômica e a privação de capacidades básicas. Embute também uma crítica ao desigual acesso à
educação: quando um deles pergunta como funciona o IDH, o outro responde que não sabe como funciona
nem o ABC, ou seja, é analfabeto.

O analfabetismo, como aponta Amartya Sen, priva a pessoa de uma capacidade básica, o que contribui para
inibir o desenvolvimento humano.
Essas atividades contemplam o trabalho com as Competências gerais 1 e 7.
Ambas enfatizam a valorização dos conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo social, assim
como o exercício da cidadania e da empatia. Espera-se que os estudantes entendam a importância dos órgãos
de pesquisas oficiais, tendo claro que os dados são retratos da sociedade e que devem servir como base para
o desenvolvimento de políticas públicas em diferentes áreas.

Desigualdade e diferença
O tema das desigualdades possibilita que os estudantes pensem, de imediato, em termos econômicos.
Entretanto, é importante discutir o assunto em termos mais amplos. Incentive-os a pensar em
interconexões
possíveis entre o mundo da diferença e o mundo da desigualdade: oportunidades desiguais de trabalho,
acesso desigual (ou restrições desigualadoras) à educação e à cultura, hierarquias e privilégios de diversos
tipos e preconceitos.
Para que os estudantes materializem a ideia de desigualdade, solicite a eles que imaginem uma pessoa de
uma classe social muito diferente da deles e que digam todas as desigualdades existentes entre eles. Essas
desigualdades devem extrapolar a questão financeira e abordar questões de desigual acesso a educação,
saúde, cultura, direitos, etc.