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A vida nas grandes cidades m odernas estabelece um a dist ncia enorm e entre
seus habitantes e a nature a. com um as professoras darem às crianças da pr -
escola um gr o de feij o deitado sobre um pedaço de algod o m olhado para que
o aluno tenha ao m enos um a ideia sobre o ciclo de vida vegetal: de outra form a,
ele poderia pensar que vegetais s o fabricados em sacos plásticos ou caixas,
ostentado cores atraentes e c digos de barras. O fato que o habitante de um a
cidade recebe sua form aç o em vista do m undo que espera, e n o de um a
ligaç o com a nature a org nica. Despreparado, candidato à m orte por
inaniç o caso se perca num bosque n o m uito distante de casa: n o reconhece
árvores frut feras e ra es que podem servir de alim ento incapa de m atar
pequenos anim ais im provisando arm as n o sabe tecer com fibras de piteiras e
palm eiras um a proteç o adequada e, sem instrum entos industriais, perde o senso
de locali aç o, n o encontrando o cam inho de volta.
Há toda um a sabedoria desenvolvida ao longo de m il nios, que n s, urbanos,
j ogam os fora pela j anela do nosso confortável apartam ento. A nature a foi
dom inada pelos hum anos com o grupo, n o com o indiv duos isolados. O poder
que sentim os na qualidade de reis dos anim ais nos dá a falsa sensaç o de que
cada um de n s capa de perpetrar as proe as que apenas alguns conseguem
reali ar.
Com o, por exem plo, sobreviver num bosque.
Urbanos por excel ncia, som os dependentes. Dependem os do agricultor que
planta e do boia-fria que colhe do engenheiro que projeta, do operário que
fabrica e do com erciante que vende dependem os da prospecç o de petr leo no
Golfo P rsico, da água dom ada em Itaipu, da lenha das florestas di im adas pelo
pa s todo. Nossas pernas s o as rodas dos nibus e dos trens, nossos olhos s o o
v deo da televis o, nosso hori onte s o os postais que am igos nos im pingem ap s
suas viagens pasteuri adas.
N o, n o da cidade m oderna, m uito m enos da m etr pole que vam os falar
aqui. Quando falam os de revoluç o urbana, n o se pense em cidades com o as
nossas, nem em cidad os com valores sem elhantes aos nossos.
POR QUE surgem as cidades?
URBANIZAÇ O e civili aç o
Durante m uito tem po, e por inspiraç o dos fil sofos racionalistas do s culo
XVIII, a palavra ci ili aç o significou um conj unto de instituições capa es de
instaurar a ordem , a pa e a felicidade, favorecendo o progresso intelectual e
m oral da hum anidade.
Dessa form a, com o j á vim os na introduç o deste livro, haveria um corte
n tido entre pr -civili ados e civili ados. Estes, europeus e alguns de seus
descendentes diretos, e os outros, todos aqueles que por terem cultura e padrões
de com portam ento m uito distinto do nosso constituiriam um a esp cie de hom ens
inferiores, criando ou sociedades prim itivas ou sim plesm ente se situando à
m argem da lei.
Essa concepç o euroc ntrica de m undo (a qual, no lim ite, redu iria a noç o
de civili ado a apenas m eia d ia de povos que tiveram influ ncia na form aç o
do m undo ocidental) encontra seu contraponto num a outra, no extrem o oposto,
que opta por atribuir a qualquer pequeno grupo de indiv duos capa es de am assar
o barro e construir palhoças o conceito de ci ili aç o.
As cidades representam a
grande revoluç o da
hum anidade. Elas perm item
o trabalho organi ado de um
grande n m ero de pessoas
sob um a liderança que vai
adquirindo legitim idade, a
ponto de estabelecer
sanções para os que se
recusam a cum prir as
tarefas estabelecidas.
DO CAOS à cidade
CIDADE e poder
A CIDADE se expande