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Conceitos básicos - Prof.ª Celina


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Conceitos básicos
Noções iniciais

Prof.ª Celina

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Tópicos da aula

- Como interpretar uma obra de arte

- O que é arte?
- Definições importantes
- Arte e sociedade
- Política
- Mercado
- Crítica
- Função social da arte + Arte e
realidade
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Como interpretar imagens


E obras de arte como um todo na hora da prova

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Imagens?
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Publicidade Obra de arte Fotografia Tirinha Charge

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Passo a passo

Signos presentes na imagem em si


S i g n o s p r e s e n t e s n a i m a g e m e m s i . Signos externos.

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O que é arte?
Definições possíveis

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Como definir arte?


“O que é ainda mais importante, prova-nos que aquilo a que chamamos
"obras de arte" não é fruto de uma atividade misteriosa, mas são objetos
feitos por seres humanos para seres humanos. (...) Lembremos que cada
uma de suas características é o resultado de uma decisão pessoal do artista;
que este pode ter meditado sobre elas e decidido alterá-las repetidas
vezes(...), pois a maioria das pinturas e esculturas que hoje se alinham ao
longo das paredes dos nossos museus e galerias não se destinava a ser
exibida como Arte. Foram feitas para uma ocasião definida e um propósito
determinado, que estavam na mente do artista quando meteu mãos à
obra.” (Ernest Gombrich)

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Uma possível definição

Ø Antes de mais nada, a arte é uma atividade humana, ou


seja, seres humanos são capazes de produzir arte.

Ø São manifestações de ordem estética: trabalha-se ou


ressignifica-se alguma matéria de modo a despertar a
percepção do outro e provocar algo nele.

Ø As definições antigas do que é arte não servem para


definir a arte no século XXI.

Ø No contemporâneo, já vimos diversas expressões


artísticas que não se enquadram nos limites tradicionais.

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Quando Marcel Duchamp colocou um mictório


assinado em exposição no museu, não havia Quando vemos um vaso num museu, que foi
nenhuma técnica manual envolvida na feito para ser uma urna funerária e não um
produção do objeto. Ele deixou de ser arte por objeto artístico, ele deixa de ser arte por não
isso? ter sido criado com essa intenção?

Artes
Prof.ª Celina Gil e Prof. Marco Túlio
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A resposta para todas essas perguntas


é não!
A arte não pode mais ser definida a partir do que pensávamos antes. Então como podemos pensar arte hoje em
dia?
A partir de alguns parâmetros não sobre o que ela é, mas sobre o que a arte pode ser:
Ø A arte pode ser um conjunto de obras de algum período histórico, povo ou movimento;
Ø Pode ser a habilidade de executar uma obra a partir do uso de uma técnica ou da ressignificação de um
objeto;
Ø Pode ser um reflexo dos seres humanos de seu tempo, dando pistas acerca do que eles pensavam e sentiam
sobre seu tempo;
Ø Pode ser um objeto criado para a fruição estética, sem uma utilidade prática cotidiana, como outros objetos
de design. A arte tem função de transcender o material, não de servir ao mundo da praticidade e do
utilitarismo;
Ø Pode ser uma atividade humana realizada por artistas, conjugando percepções e ideias em um objeto para a
apreciação do outro – e atualmente para a participação do outro também;
Ø Ou pode ser, com afirma Gombrich, nada além Conceitos
de um - Prof.ª Celina cultural, uma vez que regras sobre a arte
fenômeno
básicos
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Deixar-se tocar pela arte


Ø Uma das questões exploradas por Gombrich no texto “Introdução - Sobre Artes e Artistas”, no livro A
História da Arte, é justamente o que define arte, o que esperamos da arte e o que é preciso para se
deixar tocar por uma obra de arte.

Ø Antes de adentrar nos estudos de arte, é fundamental pensar sobre esses pontos para que você chegue
com a mente aberta:
Ø “Uma coisa que realmente não existe é aquilo a que se dá o nome de Arte. Existem somente artistas.”

Ø “Na verdade, Arte com A maiúsculo passou a ser algo de um bicho-papão e de um fetiche.”

Ø “Muitas pessoas gostam de ver em quadros o que também lhes agradaria ver na realidade. Isso é uma
preferência muito natural. Todos gostamos de beleza na natureza e somos gratos aos artistas que a
preservaram em suas obras.”

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Deixar-se tocar pela arte


• “Mas essa propensão para admirar o tema bonito e atraente é passível de se converter num obstáculo se nos
levar a rejeitar obras que representam um tema menos atraente.”

• “De fato, não tardaremos em descobrir que a beleza de um quadro não reside realmente na beleza de seu
tema.”

• “Assim como alguns preferem pessoas que usam poucas palavras e gestos, deixando algo para ser adivinhado,
também há os que gostam de pinturas ou esculturas que deixem alguma coisa sobre que se possa conjeturar e
meditar.”

• “Existem duas coisas, portanto, que nos devemos perguntar sempre se acharmos falhas na exatidão de um
quadro. Uma é se o artista não teria suas razões para mudar a aparência daquilo que viu. (...) A outra é que nunca
deveríamos condenar uma obra por estar incorretamente desenhada, a menos que tenhamos a profunda
convicção de estarmos certos e o pintor errado.”

• “Não existe maior obstáculo à fruição de grandes obras de arte do que a nossa relutância em descartar hábitos
e preconceitos.”
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Definições importantes
Parece bobo, mas não é

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Grupos de definições

Elementos
Técnicas
formais

Conceitos Gêneros

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Elementos formais
Cor, forma, linha, luz, matiz, ponto, superfície, textura, tom, volume.

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Elementos formais
Cor
Ø É uma percepção visual a partir da luz.
Ø A cor de um objeto é definida a partir da
frequência de onda que ele reflete, ou seja, os
comprimentos de onda que ele não consegue
absorver.
Ø As cores podem ser primárias – amarelo, azul e
vermelho; secundárias – verde (união de azul e
amarelo), laranja (união de amarelo e vermelho)
e roxo ou violeta (união de vermelho e azul); ou
terciárias – vermelho-arroxeado (união de
vermelho e roxo) e vermelho-alaranjado (união
de vermelho e laranja); amarelo-esverdeado
(união de amarelo e verde) e amarelo-alaranjado
(união de amarelo e laranja); azul-arroxeado
(união de azul e roxo) e azul-esverdeado (união
de azul e verde).
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Elementos formais
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Linha
Ø Um dos elementos essenciais nas artes.
Ø A linha é obtida a partir de u
Ø ma série de pontos, um depois do outro. É obtida quando
se arrasta o instrumento sobe a superfície, deixando um
rastro.
Ø Dependendo do modo como é organizada na superfície,
pode denotar diferentes expressividades, como fluidez,
dinamismo, direção, movimento, tensão, ilusões de ótica,
texturas etc.
Ø Pode ser reta, curva, ondulada, vertical, horizontal,
inclinada, convergente, divergente, paralela,
perpendicular, entre outros.
Ø Cada um desses usos gera uma expressividade diferente.

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Elementos formais
Forma Luz
Ø O modo como identificamos os elementos. Ø A luz, aliada à sombra, é o que faz com que
Uma forma pode ser figurativa, quando vejamos um objeto no espaço – seja ele
representa um elemento de maneira definida. tridimensional ou bidimensional. Ela pode ser
natural ou artificial, trazendo diferentes
expressividades cada uma delas.
Ø Pode ser abstrata, quando se constitui de
formas indefinidas, como manchas;
geométricas, quando é formada a partir de um Ø A luz projetada também cria sombra própria
conjunto de pontos com determinada e sombra projetada. Em diversas escolas de
propriedade (ex.: um conjunto de pontos arte, a luz será essencial para a criação de
equidistantes de uma origem, forma um verossimilhança ou imitação do real. É um
círculo), plana ou espacial. dos primeiros elementos a serem explorados
e aprimorados quando se desenha utilizando
técnicas como lápis e grafite.

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Elementos formais
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Matiz Ponto
Ø Característica que define e distingue uma cor Ø Graficamente, é um “pingo” feito sobre uma
de outra. superfície. É a menor unidade possível em
um desenho ou traçado sobre superfície. É
Ø Verde e amarelo, por exemplo, são matizes. um dos elementos essenciais nas artes.
Ø O brilho das cores é dado pela intensidade do Ø Pode servir para delinear uma imagem,
matiz, que pode ser forte (saturada) ou fraca formando o pontilhado ( ); para
(dessaturada). sombrear uma imagem e gerar volume (a
partir do agrupamento de muitos pontos,
gerando claro e escuro); ou mesmo criar
Tom desenhos completos a partir da alteração de
cor e concentração.
Ø Refere-se à quantidade de luz presente em uma
cor. Ø Essa última ideia será a base para o
Pontilhismo ou para as imagens a partir de
Ø Escalas tonais mais escuras são aquelas em que pixels.
houve acréscimo de preto ao matiz.
Ø Escalas tonais mais claras são aquelas em que
houve acréscimo de branco ao matiz.

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Elementos formais
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Superfície
Ø Espaço em que se executa uma técnica de modo a criar
uma obra de arte.
Ø Pode ser uma tela, um muro, uma parede, um tecido etc.

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Elementos formais
Textura
Ø A textura é o aspecto de uma superfície. Ela
pode ser lisa, ondulada, áspera, rugosa etc.

Ø Pode não ter necessariamente um volume, ou


seja, pode não ser táctil, mas sim provocar uma
sensação visual, quando realizadas a partir da
intervenção de instrumentos manipulados sobre
superfícies: diversos riscos, de diferentes cores,
sobre um papel, por exemplo.

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Elementos formais
Volume
Ø É aquilo que determina a tridimensionalidade
de uma obra de arte, seja essa
tridimensionalidade real, ou seja, em um objeto
físico; ou criada a partir de um jogo de luz e
sombra, para criar a ilusão de
tridimensionalidade numa produção
bidimensional.

Ø Se refere tanto ao modo como o objeto se


coloca no espaço quanto ao modo como a luz
incide sobre esse objeto, dando-lhe contornos.

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Conceitos
Abstrato, bidimensional, contraste e semelhança, distorção (deformação),
estilização, equilíbrio, figura e fundo, figurativo, harmonia, movimento, perspectiva,
proporção, ressignificação, ritmo, simetria, tridimensional, unidade

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Abstrato Bidimensional
• Fazer artístico que não representa objetos ou • Característica daquilo que possui apenas duas
elementos na maneira como eles se dimensões: altura e largura.
apresentam no mundo, na realidade à nossa
volta, mas sim a partir de formas que não • Técnicas como o desenho, a pintura e a gravura
remetem necessariamente à realidade. utilizam de suportes bidimensionais.

• Pode aparecer em composições com formas • O desafio que muitas vezes se colocou foi como
geométricas, respingos de tinta etc., em maior criar ilusão de tridimensionalidade num suporte
ou menos grau. bidimensional.

• Foca muitas vezes no mundo interior e na • Muitas escolas artísticas utilizaram de técnicas
subjetividade dos artistas. como as de luz e sombra para criar essa ilusão.
• Perspectiva, distorção e simetria são outras
estratégias para criar a ilusão de
tridimensionalidade.
• Outras escolas não se preocuparão com isso,
assumindo a visualidade bidimensional sem se
preocupar com artifícios para criar volume em
superfícies planas.

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Contraste e semelhança
• O contraste é fundamentalmente a distinção entre
elementos que compõe uma composição.
• Assim, elementos opostos com,
consequentemente, significados opostos,
formarão entre si uma relação de contraste.
• Quando pensamos em uma aspectos visuais, essa
distinção pode ocorrer a partir de muitos
elementos.
• Contrastes de cor, por exemplo, entre cores frias e
quentes, podem trazer uma série de significados.
• Já a semelhança ocorre quando os elementos,
cores, formas etc. encontram-se harmônicos, não
gerando tensões entre si.

La Berceuse (Woman Rocking a Cradle; Augustine-Alix Pellicot


Roulin, 1851–1930) 1889, Vincent van Gogh, Metropolitan
Museum of Art, Nova York.

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Distorção (deformação)
• Mudança nas formas ou proporções com a intenção de
transmitir alguma ideia.
• Foi muito utilizada a partir do século XIX, quando os
artistas passam a se dedicar menos a uma mimese do real
e mais a expressões carregadas de subjetividade.

Self-Portrait (1911), Egon Schiele, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

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Conceitos

Estilização Equilíbrio
• Ocorre quando retira-se de uma forma o • Modo como se organizam as formas em
máximo de elementos possíveis, deixando o uma obra de acordo com suas dimensões.
mínimo de informação possível para que ela
possa ser compreendida. • Colocar muitas formas em um canto de
uma tela, por exemplo, seria um sinal de
• Um bom exemplo são os ícones das placas, desequilíbrio na composição.
como os das portas dos banheiros.
• Alguns atributos como ritmo, unidade,
• São convenções compreendidas por todos. proporção e contraste serão determinantes
para definir o equilíbrio de uma obra.

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Figurativo
• Qualidade das obras pautadas na representação de
objetos, espaços e seres em suas formas reconhecíveis, ou
seja, em consonância com aquilo que vemos no mundo
real.
• Foi soberana por muito tempo nas artes, só perdendo
parte de seu espaço com o surgimento da arte abstrata no
século XX.

Saint Rosalie Interceding for the Plague-stricken of Palermo (1624), Anthony


van Dyck, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

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Conceitos

Figura e fundo Harmonia


• A ideia de figura e fundo está ligada à noção • Uma obra harmônica é aquela que parece
de profundidade. “correta” para nossos padrões de belo.
• Por muito tempo, a arte representou as figuras • Uma obra harmônica é bem distribuída,
de modo plano. tendo os elementos colocados na
superfície de modo a direcionar o olhar do
• A partir do século XVII principalmente observador, respeitando proporções.
começam a surgir composições que criam
efeitos de profundidade nas telas, ou seja, que
diferenciam o objeto do espaço atrás dele.

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Movimento Perspectiva
• Uma obra é dotada de movimento quando ela • Técnica de representação de um objeto ou
é capaz de fazer o olhar do observador passar espaço tridimensional em um suporte
de um ponto a outro sobre a superfície, ou bidimensional.
seja, quando não ficamos olhando apenas para
um ponto da obra. • Está especialmente ligada à profundidade
espacial.
• Esse movimento não é aleatório.
• Elementos mais próximos do olhar do
• Depende da composição do artista, que observador devem parecer maiores do que
direciona a atenção do observador para onde aqueles que se encontram distantes do
deseja. observador.
• Se aproxima dos conhecimentos científico-
matemáticos, principalmente a partir do
renascimento.
• Outras áreas, como a geometria e ótica,
também influenciam na construção da
perspectiva.

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Proporção
• Relação entre as partes de uma obra ou
elemento, conjugando seus tamanhos e formas
de modo a alcançar a harmonia.
• Se relaciona diretamente com os padrões
clássicos de beleza.
• A figura humana, por exemplo, possui uma
proporção específica nas definições de beleza
clássica.
• A imagem ao lado mostra o Homem
Vitruviano, de Leonardo Da Vinci, obra
representativa da proporção do corpo humano.

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Ressignificação Simetria
• Quando um artista cria uma obra a partir de • A simetria ocorre quando podemos dividir uma
um objeto que não era originalmente artístico. imagem em seções iguais.
• Significa literalmente dar novo significado a • Quando colocamos a mesma quantidade e
algo que já existe. qualidade de elementos nos dois lados de um
quadro, por exemplo, temos uma imagem
• No contemporâneo, muitas obras de arte simétrica.
partem desse procedimento.

Unidade
• Um fenômeno que ocorre quando todos os
elementos de uma obra trabalham juntos e
fazem sentido no todo.

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Ritmo
• O ritmo é definido pela sucessão de
elementos, formas etc. que se repetem
constantemente em uma obra.
• Essa repetição pode ser constante, crescente,
decrescente e outras categorias.

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Tridimensional
• O mundo é tridimensional, ou seja, as coisas do
mundo são dotadas de altura, largura e
profundidade.
• Tradicionalmente, arquitetura, escultura, modelagem
etc. são obras de arte tridimensionais, mas a pintura
muitas vezes tenta mimetizar a tridimensionalidade
através de artifícios como luz e sombra.

Figure from a Reliquary Ensemble: Seated Female (19th–early 20th century),


Fang peoples, Okak group, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

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Técnicas
Arquitetura, colagem, desenho, escultura, fotografia, gravura, história em
quadrinhos, instalação, modelagem, mosaico, ourivesaria e prataria, performance,
pintura e vitral.

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Técnicas
Arquitetura
• Toda construção ou modificação do ambiente
físico, num processo que inclui tanto o projeto
quanto a execução em si.
• Também pode aparecer aliado a uma época ou
região específica para denotar um estilo (ex.:
Arquitetura gótica).
• Envolve conhecimentos nas áreas da
matemática, artes, ciências sociais, política,
entre outros.

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Técnicas
Colagem
• Composição feita a partir de materiais de texturas
diferentes, tanto sobrepostas quanto lado a lado.
• Consiste na criação de uma nova imagem a partir
da junção de outras.
• Passa a ser vista como possibilidade artística
principalmente a partir do século XX, com a
influência do cubismo, que utilizava muito dessa
técnica.
• Pode ser tanto manual quanto digital.

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Técnicas

Desenho
• Nome genérico para traço linear, de forma
pictórica, realizado em diversos suportes e a partir
de diversas ferramentas, para expressar alguma
ideia, podendo ser técnica ou estética.
• Deve levar em consideração a escolha das cores e
texturas da superfície e a forma do desenho em si,
que pode ser por contorno/linear, com volumes ou
não, fazendo uso de luz e sombra.

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Técnicas
Escultura
• Criação artística que consiste na manipulação de
matérias de diversas naturezas para a criação de
uma obra tridimensional.

• Diversas técnicas podem ser empregadas em sua


criação, como esculpir ou talhar – ambas
envolvendo a retirada de matéria de um bloco uno
–, modelar – que envolve a adição de materiais
para criar uma forma – ou fundir – quando se
esculpe em metais.

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Técnicas
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Fotografia
• Técnica de criar imagens a partir da exposição à luz
de uma superfície sensível.
• Foi utilizada inicialmente mais para fins de registro
e científicos do que artísticos, a fotografia logo se
torna uma nova possibilidade nas artes.
• Pode ser tanto analógica quanto digital, colorida
ou preto e branca.
• Depende de um equipamento fotográfico para
ocorrer.

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Gravura
• Geralmente produzida com objeto cortante que
cria motivo em uma superfície, chamada de matriz,
que pode ser madeira, metal, pedra ou tecido.
• Tem a imagem invertida da que será vista na
gravura, obra em papel que será gerada pelo
processo de gravação.
• Os tipos mais comuns de gravura são xilogravura –
gravação em superfície de madeira – litogravura –
prensa que pode sobrepor camadas de cor – e
serigrafia – tela criada em tecido fino.

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História em Quadrinhos
• Arte de narrar histórias por meio produções que
envolvem textos verbais e não verbais.
• Possuem os elementos básicos das narrativas.
• Uso de recursos gráficos, como balões e molduras,
para indicar diferentes intenções.
• Foi inspiração para produções da Pop Art.

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Instalação
• Termo incorporado nos anos 1960 para designar
obras que utilizam o espaço como potência,
ativando o espaço como parte da obra de arte.
• Possibilita a participação do espectador, que pode
entrar ou interagir com a obra, tendo papel mais
ativo sobre ela.
• Pode combinar diversas linguagens e técnicas na
sua construção.

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Modelagem
• Técnica que consiste em moldar materiais,
transformando-os de maleáveis a objetos
tridimensionais.
• É uma técnica que permanece sendo muito
artesanal.
• É uma das técnicas mais antigas utilizadas pelo
homem, acessada principalmente na construção de
elementos de uso cotidiano.

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Mosaico
• Arte ornamental cujo principal aparecimento está
nos revestimentos de pisos, paredes e tetos.
• Causa efeito suntuoso, podendo representar
padrões ou formas figurativas.
• Deve-se levar em conta o local em que foi
aplicado, em relação com a arquitetura, e as
técnicas de elaboração – tipo de fragmento,
tamanho etc.

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Ourivesaria e Prataria
• Produções que usam metais como suporte, tanto
na fabricação de objetos cotidianos como na
criação de obras de arte.
• Incluem elementos figurativos e ornamentos, além
de dialogar com a arquitetura.

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Performance
• Nome genérico para designar apresentações de
canto, dança, mímica, teatro, entre outros.
• Na segunda metade do século XX, surge um novo
gênero artístico chamado simplesmente
“performance”, ligado aos movimentos de
vanguarda, que consiste em ações pensadas de
intervenção e atuação no espaço.
• Também envolve as práticas de body art.

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Pintura
• Nome genérico para técnica de aplicar pigmento –
principalmente líquido – sobre uma superfície.
• É uma técnica bidimensional em que se atribuem
cores, tons, textura etc., criando uma imagem.
• Pode aparecer em diferentes técnicas, como
aquarela, pintura a óleo, acrílica ou guache. .

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Vitral
• Trabalho com vidro, considerado por muito tempo
uma arte aplicada.
• Seu desenvolvimento é muito marcante
principalmente durante a Baixa Idade Média, nas
catedrais góticas, em que causam um efeito
sensorial místico intenso.
• Também se torna popular no fim do século XIX, por
conta da Art Nouveau, movimento que revisita o
vitral com uma nova estética.

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Gêneros
Cenas do cotidiano, Cenas históricas, Cenas mitológicas, Cenas religiosas, Natureza
morta, Paisagem, Retrato

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Gêneros
Cenas do cotidiano
Se refere a obras que fazem referência ou tratam situações da vida
cotidiana. Ao longo do tempo, quão mais afastada da religiosidade
a arte se tornava – ou seja, conforme se secularizava – mais crescia
o interesse em retratar cenas do dia a dia. Além de espaços
públicos e domésticos, o mundo do trabalho será um objeto de
interesse da arte. Festas comunitárias, no campo e na cidade,
também serão retratadas aqui. Costumam ser imagens com
grande riqueza de detalhes e que apresentam personagens
“anônimos”.
Scena in a Courtyard (1660), Ludolf de Johgh, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

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Gêneros
Cenas históricas
Se refere a obras que representam fatos históricos de modo geral. Alguns
teóricos apontarão que as cenas mitológicas e religiosa também seriam
históricas, mas estritamente falando, são obras que registram eventos
políticos e históricos, como guerras, batalhas, feitos notáveis e
personagens notáveis. Costumam ser obras de grandes dimensões e eram
frequentemente realizadas sob encomenda. São empregadas também
em momentos em que se deseja reforçar as ideias de nação e constituição
de um povo.
The Battle of Vercellae (1725), Giovanni Battista Tiepolo, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

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Gêneros

Cenas mitológicas
Representações de personagens ou cenas mitológicas greco-romanas.
As cenas mitológicas fazem parte de uma longa tradição na história da
arte. Grosso modo, chama-se mitologia grega todo um conjunto de
narrativas sobre deuses e heróis. São mitos fundadores do
pensamento religioso – e até mesmo filosófico – grego, sendo base
para muito da cultura ocidental.

Venus e Adonis (1630), Peter Paul Rubens, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

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Gêneros
Cenas religiosas
Também chamadas de cenas sacras, são aquelas que representam assuntos
ou personagens da religião cristã. Grande parte da arte que costuma ser
abordada em provas é a Ocidental e, por muitos séculos, quem fomentou a
arte foi a Igreja Católica. Assim, as representações de cenas da mitologia
cristã se tornaram muito frequentes. Entre alguns tópicos frequentes estão
passagens do Velho Testamento, a Virgem Maria com menino Jesus, a Santa
Ceia e a Crucifixão de Cristo.
The Flight to Egypt (?), Luca Giordano, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

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Gêneros

Natureza morta
Representações de objetos inanimados. Ainda que tenham sido
frequentes na pintura ao longo do tempo, é só no século XVI que
deixam a posição de cenário ou detalhe para se tornarem temas
centrais de quadros. Costumam ser representados alimentos,
flores, livros, instrumentos musicais etc. A ideia é que se possa
representar as coisas tal como são vistas por nossos olhos.

Apples (1878), Paul Cézanne, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

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Gêneros
Paisagem
Obras, principalmente pinturas, que retratam espaços
naturais ou ao ar livre. Pressupõe uma maior presença
da natureza do que de construções humanas. Se
populariza sobremaneira a partir do século XVIII e terá
seu apogeu no século XIX, também por conta de
inovações tecnológicas: a invenção da bisnaga de
tinta, que permitia a pintura ao ar livre, fazendo com
que artistas pudessem ir para a natureza pintar, não
ficando restritos aos estúdios.

Mewport Rock (1872), John Frederick Kensett, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

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Gêneros
Retrato
Representações de um indivíduo ou grupo de indivíduos, elaboradas
na maior parte das vezes a partir de modelos vivos. Mais
recentemente, utilizaram-se também fotografias como base para a
criação de retratos. Era muito ligado à ideia de mimesis, imitação: era
importante ser capaz de reproduzir perfeitamente o modelo num
momento em que não existiam fotografias – o que tornou o gênero
popular nas academias e escolas de artes. Apesar de já serem
existentes no século XIV, é com a ascensão da burguesia no século XV
que o gênero se populariza. Os autorretratos, pinturas de si próprios
feitas pelos artistas, também serão muito populares.

Portrait of a Man (1650), Velázquez, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

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Arte e Sociedade
Política, mercado e crítica

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Arte e política
• A relação entre arte e política deve ser observada sempre
a partir de algumas ideias que temos sobre arte. Qual o
papel atribuímos às obras de arte que norteariam essa
relação?
• A arte pode ser provocativa. Pode, por exemplo, criticar
movimentos da sociedade contemporânea a ela ou
produzir críticas contra uma pessoa ou governo em
especial.
• Uma obra que busque despertar o senso crítico tem como
objetivo ampliar os horizontes de pensamento, fazendo
com que, muitas vezes, nos questionemos acerca do
mundo como ele é. Por isso, diversos governos
autoritários ao longo da história promoveram censura às
artes.
• Ao longo da história, obras de arte foram censuradas por
diversas razões, mas principalmente dois conteúdos
provocavam maior número de proibições: questões Fonte: Unsplash. Disponível em <https://unsplash.com/photos/uydt8hNz3hE> Acesso em 04/05/20.
morais ou críticas diretas ao governo/governante da - Prof.ª Celina
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Arte e política

• Algumas obras que tratamos como clássicas


sofreram oposição em sua época.
• A Capela Sistina de Michelangelo, por
exemplo, foi considerada imoral por muitos
por apresentar pessoas peladas na parede que
representava o Juízo Final. Um pupilo de
Michelangelo chegou a pintar panos sobre as
personagens do afresco para cobrir seus
órgãos genitais.
• No século XIX, Gustave Courbet teve sua obra
“A origem do mundo”, que representava um
órgão sexual feminino proibida de ser exposta
e só foi parar nas paredes dos museus em
1995. Hoje em dia, obras de conteúdo
“potencialmente ofensivas” são retiradas das Conceitos básicos - Prof.ª Celina
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Arte engajada
• Durante o século XX, houve uma larga produção de obras de arte que se posicionaram contrárias a
governos autoritários ao redor do mundo.
• Principalmente regimes totalitários na América Latina, África e Oriente Médio foram alvo de oposição
dos artistas – muitos dos quais acabaram exilados ou perseguidos por suas produções.
• No Brasil, a censura às obras incidiu principalmente sobre a música, fazendo com que alguns artistas
populares até hoje – como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil – fossem obrigados a deixar
o país.
• A arte produzida por opositores de regimes políticos é frequentemente
referida como arte engajada, quando se propõe a produzir conteúdos
subversivos ou até mesmo revolucionários para os padrões de sua época.

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Exemplo contemporâneo

Pussy Riot
Um exemplo contemporâneo de artistas que se opõe frontalmente a
governos ou lideranças políticas de maneira sistemática é o grupo Pussy
Riot, de origem russa. O grupo formado apenas por mulheres faz shows e
performances contra as políticas discriminatórias do governo russo e o
presidente Vladimir Putin. O grupo ficou muito conhecido pelo uso das
balaclavas – espécie de gorro de lã que deixa só os olhos de fora –
coloridas.

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Arte como propaganda

• A arte também já serviu de propaganda e instrumento político de


legitimação de governos ao longo da história.

• A sustentação de um governo depende não só de suas ações como também


de apoio popular.

• Esse apoio pode ser construído através da arte e da cultura, usando das
bens culturais como propaganda do governo.

• Essa mistura entre arte e política foi muito profícua na primeira metade do
século XX, principalmente durante o período das Primeira e Segunda
Guerras Mundiais.
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Exemplos Arte Nazista Arte Soviética


Baseada em suas Após a Revolução
interpretações de mundo Russa, em 1917, havia
centradas na eugenia e na uma necessidade de
superioridade da raça ariana, a garantir que a população
arte nazista vendia um mundo apoiasse uma mudança
idílico e clássico. Representava tão brusca de governo. A
a Alemanha como uma nação cultura e as artes serviram
forte. pra por um lado reforçar
Diferente da arte de os ideias da revolução e
vanguarda do período, a arte nazista fugia das por outro criar um novo
abstrações e representavam o mundo de movo de fazer arte, com referenciais diferentes
maneira mais naturalista. dos anteriores.

A escola de arte Bauhaus foi perseguida Havia o incentivo à formação de grupos


pelo regime por se opor ao ideal de arte do como o Proletkult (em português Cultura
regime. Era parte do que eles chamavam de Proletária), com o objetivo de incentivar uma
arte degenerada. literatura de cunho social acessível ao povo.

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Cinema como arte e política


O encouraçado Potemkin (1925) O triunfo da vontade (1935) O Grande Ditador (1940)
Dir.: Sergei M. Eisenstein Dir.: Leni Riefenstahl Dir.: Charles Chaplin

Filme do principal cineasta Filme dirigido pela principal Na mesma época, o cinema
soviético que retrata a história de cineasta alemã. Documentário, o americano produz filmes que se
uma rebelião ocorrida em um filme influenciou a linguagem da opõe ao regime nazista,
navio de guerra, em 1905. Os publicidade no futuro. Intercala garantindo o apoio popular à
oficiais se rebelaram por conta cenas cotidianas dos membros guerra travada na época –
das más condições de trabalho. do partido e soldados com prática usada até hoje em
discursos do próprio Hitler. momentos de embate político.
O objetivo do filme é mostrar,
pela comparação, que o governo O objetivo do filme é mostrar a Em “O Grande Ditador”, Chaplin
soviético garantia melhores lealdade do povo alemão para faz uma sátira à figura de Hitler,
condições para os trabalhadores. com o partido nazista. como um líder atrapalhado.
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Intercâmbio entre culturas


• Quando se pensa em contato entre culturas diferentes, há algumas questões envolvidas, principalmente a
ideia de Apropriação cultural
• Apropriação Cultural acontece quando uma pessoa de uma cultura hegemônica adota aspectos de uma
cultura que não é a sua, usando esses elementos sem a devida referência.
• Ela também se caracteriza pelo uso de elementos que eram originalmente fonte de opressão de um grupo
por um outro dominante.
• Isso pode ocorrer principalmente em contextos de colonização.
• Muitas vezes, os grupos colonizadores se apropriam de elementos sem compreender seu verdadeiro
significado cultural.
• Dentre os elementos mais comuns a terem seus usos questionado, encontramos acessórios e trajes, símbolos,
culinária e expressões artísticas.

(Post inspirado em: https://www.megacurioso.com.br/polemica/98787-20-fatos-para-voce-entender-o-que-e-apropriacao-cultural.htm)

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Exemplo

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E qual a
problemática
envolvida?

• O problema não é você individualmente usar algo que


acha bonito, mas quando um elemento de um grupo
minoritário é "sequestrado" e passa a ser associado a
outro grupo.
• Quando isso acontece, esse novo grupo é considerado
inovador ou criativo, enquanto o grupo que usava
originalmente pode ter sido marginalizado pelo mesmo
elemento.
• Nos anos 50 nos EUA, por exemplo, o jazz era
considerado música de negros e visto de maneira
negativa.
• Quando músicos brancos começaram a gravar nesse
ritmo, o jazz acabou se tornando uma música
considerada refinada.
• A apropriação cultural, então, é um modo de reforçar
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desequilíbrio social entre pessoas de CPF
grupos
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Apropriação X Intercâmbio X Assimilação

Assimilação Cultural ocorre


Apropriação Cultural é quando há uma
Intercâmbio Cultural ocorre
necessariamente uma obrigatoriedade por parte de
quando diferentes culturas
relação de dominação, povos oprimidos de
promovem trocas mútuas.
opressão. performar a cultura de seu
opressor.

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Arte e mercado
Como se valora uma obra de arte?
Uma obra de arte pode ser valorada a partir de elementos objetivos e elementos subjetivos.

Objetivos Subjetivos
• Materiais e ferramentas (tinta, tela, • Valor da mão de obra, ou seja, valor
papel etc); da hora do artista;
• Ateliê ou estúdio; • A importância do artista no cenário
• Despesas de marketing e divulgação; cultural;
• Comissões das galerias de arte ou • A notoriedade do tema ou técnica;
merchands. • Estado de conservação da obra;
• Assinatura e comprovação de
veracidade;
• Exclusividade ou ineditismo.

Não é sobre estética ou gosto necessariamente!


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Arte e mercado

Arte de vanguarda
Arte acadêmica
Arte que busca ruptura com os
Produções ditadas por uma escola sistemas estabelecidos. Pode ser
ou academia mais focada em uma produção individual ou de um
reprodução da técnica do que na grupo.
criação de algo novo ou de estilo
pessoal. São artistas eu costumam estar “à
frente de seu tempo”.

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Arte e Mercado “Arte erudita” X “Arte popular” X “Arte de Massa”


Essa é uma oposição reproduzida com frequência pelo senso comum, como se um tipo
de arte fosse “superior” a outro. A contraposição se baseia em diversos fatores. Vamos entender os
significados de cada uma dessas expressões.
Arte erudita é aquela produzida por e para uma elite, seja ela econômica ou intelectual. É um
tipo de produção que frequentemente demanda conhecimentos em diferentes áreas para ser
melhor compreendida. É mais facilmente encontradas em galerias e museus, além de contar com a
apreciação da crítica.
Arte popular é a que possui interfaces com o folclore e demais representações da cultura
popular. Costuma manter sua ligação com tradições locais e com ancestralidades. É produzida pelo
povo para o povo, dialogando com elementos do cotidiano. Muitas vezes representa motivos
místicos ou sagrados e cenas cotidianas.

O importante aqui é que você não deve hierarquizar essas produções. A arte erudita não é
“melhor” que a popular”. Hoje em dia, o estudo das artes contempla todas essas expressões.

Arte de massa é aquela produzida para alcançar o grande público. Convenciona-se chamar
como arte de massa aquela produzida no século XX, seguindo as análises da Escola de Frankfurt. Seu
principal objetivo é ser compreendida imediatamente, ou seja, não é uma produção que incentiva a
reflexão. Por isso, é frequentemente associada a indústria cultural. É produzida por pessoas com
domínio dos meios de produção para o povo, por isso, muitas vezes se aproxima do conceito de
alienação e às produções contemporâneas audiovisuais, como televisão e cinema.
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Relação entre artistas e poder constituído


• Um dos modos de relacionar-se com o poder, para além das críticas sociais ou questionamento de sistemas é
através da cooperação.
• Isso ser dá principalmente a partir dos incentivos públicos a artes:
Século 19 – A vinda da Corte Real portuguesa para o país deu origem à criação de mecanismos culturais.
Bibliotecas, teatros e casas de ópera começaram a integrar o cenário da colônia, como acontecia na Europa.
Década de 1930 – governo Getúlio Vargas passou a ver o investimento como forma de propaganda. Nos 20
anos seguintes, a atuação com caráter privado começou a se consolidar.
Ano de 1986 – Período de redemocratização, criação da Lei Sarney. Considerada pioneira, instituía mecanismos
de incentivo fiscal para atividades artísticas. Foi revogada em 1990, mas substituída em 1991 pela Lei Federal de
Incentivo à Cultura ou apenas Lei Rouanet.

O meio mais utilizado para fomentar o mercado cultural é o mecenato. As pessoas físicas e jurídicas oferecem
recursos que são usados como patrocínio para as realizações. Em troca, é comum que recebam contrapartidas,
como o incentivo fiscal dado pelo governo e outras vantagens.

(Disponível em <https://arteemcurso.com/blog/qual-e-a-realidade-do-incentivo-a-cultura-no-brasil/>)

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Discussões
A formação de Quais as
O Estado deveria
público no Brasil é consequências da
financiar a cultura e
de responsabilidade dependência de
a arte?
de quem? editais?

Como preservamos
Quem consome arte Arte e cultura são
a Cultura e a Arte
no Brasil? equivalentes?
no Brasil?

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O que é crítica de arte
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Em sentido estrito, a noção de crítica de arte diz respeito a análises e juízos de valor emitidos
sobre as obras de arte que, no limite, reconhecem e definem os produtos artísticos como tais.
Envolve interpretação, julgamento, avaliação e gosto.
A crítica de arte nesse sentido específico surge no século XVIII, num ambiente caracterizado pelos
salões literários e artísticos, acompanhando as exposições periódicas, o surgimento de um público
e o desenvolvimento da imprensa.
Nesse momento, observam-se as primeiras tentativas de distinguir mais nitidamente crítica de
arte e história da arte, que aparecem como domínios distintos: o historiador voltado para a arte
do passado e o crítico comprometido com a análise da produção do seu tempo.
A despeito desse esforço em marcar diferenças, as dificuldades em estabelecer limites claros entre
os dois campos se mantêm até hoje.
Embora distintos, os campos da história e da crítica de arte encontram-se imbricados; afinal o
juízo crítico é sempre histórico, na medida em que dialoga com o tempo, e a reconstituição
histórica, inseparável dos pontos de vista que impõem escolhas e princípios. As meditações sobre
o belo, no domínio da estética, alimentam as formulações da crítica e da história da arte.
Disponível em <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3178/critica-de-arte>
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Arte e Realidade
Arte como imitação, Função social da arte, arte e técnica e indústria cultural.

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Arte e realidade

Arte como imitação do real


Mímesis
• A arte como imitação (mimesis) é a teoria criada
para definir as obras produzidas pelo Homem em
que são imitadas perspectivas da Natureza e a ação
do Homem.
• A palavra mimesis é grega e é traduzida por
imitação.
• A teoria da arte como imitação tem dois objetivos:
reproduzir algo fielmente; compreender que tanto
melhor é uma obra que mais fielmente reproduza
aquilo que imita.

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Função social da arte


Utilitária, ou seja, não Remeter à realidade,
Para que serve arte?
como um fim em si tanto a partir da cópia
Fruição estética, ou seja,
mesmo, mas um meio quanto da ressignificação,
ser bela.
para alcançar alguma buscando reavaliar
finalidade. criticamente o mundo.

Memória, nos permitindo


Ritual, como forma de Educar, ensinando algo resguardar do
ligação com o metafísico, para aqueles que a esquecimento acerca de
por exemplo. apreciam. algo que gostamos.
Conserva e documenta.

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Arte e técnica
O obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica
• Esse é o título de um dos textos mais famosos do pensador Walter
Benjamin. Esse texto é fundamental para compreender muitas das
questões em torno da produção de arte do século XX, principalmente
após a Segunda Guerra. O texto foi publicado em 1955.
• É importante pontuar que sempre foi possível reproduzir uma obra.
Segundo Benjamin:
Em sua essência, a obra de arte sempre foi reprodutível. O que os
homens faziam sempre podia ser imitado por outros homens. Essa
imitação era praticada por discípulos, em seus exercícios, pelos mestres,
para a difusão das obras, e finalmente por terceiros, meramente
interessados no lucro. Em contraste, a reprodução técnica da obra de
arte representa um processo novo, que se vem desenvolvendo na
história intermitentemente, através de saltos separados por longos
intervalos, mas com intensidade crescente.

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Arte e técnica
• O que Benjamin aponta nesse ensaio é que após a possibilidade de
reproduzir uma obra de maneira idêntica, principalmente a partir do
advento da fotografia e, posteriormente do cinema, há um impacto na
própria concepção do que seria arte.

• Primeiro porque a arte deixa de depender da mão do artista e pode


depender apenas de seu olho: criar um enquadramento para uma
fotografia não demanda a mesma habilidade manual que pintar um
quadro, por exemplo.

• O que ele aponta é que “a reprodução técnica atingiu tal padrão de


qualidade que ela não somente podia transformar em seus objetos a
totalidade das obras de arte tradicionais, submetendo-as a
transformações profundas, como conquistar para si um lugar próprio
entre os procedimentos artísticos”.

• Ou seja, a partir de técnicas como a fotografia, qualquer objeto pode


se tornar arte – se fotografado de determinada maneira.

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Arte e técnica
• Benjamin aponta que, inicialmente, as obras de arte eram produzidas a
serviço da “magia”, ou seja, a arte era ritual e, depois, religiosa – basta
lembrar do que vimos desde pintura rupestre até o renascimento. Assim,
imagens possuíam aquilo que ele chamava de valor de culto.
• Quando passamos a ser capazes de produzir e difundir de maneira
industrial as obras de arte, estas perderam aquilo que ele chama de aura.
• Segundo o autor a aura é definida por ser uma “figura singular, composta
de elementos espaciais e temporais: a aparição única de uma coisa
distante, por mais perto que ela esteja”. A aura só seria possível numa obra
única, que não pudesse ser produzida de maneira industrial. É o que a liga
ao seu aspecto ritual, mágico.
• Após as possibilidades de reprodutibilidade técnica, a arte passa a ter valor
de exposição, ou seja, quanto ela pode ser vista e apreciada. Assim, obras
que possam ser mais reproduzidas atendem a essa necessidade de
disponibilidade. A arte, portanto, para Walter Benjamin, ganha uma nova
função.
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Indústria Cultural
• O termo Indústria Cultural foi popularizado enquanto
conceito pela Escola de Frankfurt, principalmente
pelos sociólogos Theodor Adorno (1903 – 1969) e Max
Horkheimer (1895 – 1973).
• A Indústria Cultural seria uma das responsáveis pela
formação do pensamento das sociedades mediadas
pelo consumo e pela massificação.
• A Indústria Cultural é como uma fábrica, que produz
bens culturais padronizados e homogeneizados.
• Esses produtos alienam quem os consomem, pois não
incentivam a reflexão ou o questionamento das
estruturas.
• São apenas entretenimento, com o objetivo de
domesticar as pessoas. CPF 95893539672
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Indústria Cultural
Ø Nos habituamos sempre aos mesmo produtos, o que faz com que propostas mais inovadoras
causem estranhamento e, por isso mesmo, nem sempre sejam capazes de atrair muito
público.
Ø Por gerarem menos lucro, essas produções são vistas como inúteis, ou seja, colocamos na
possibilidade de monetarização o valor da arte.
Ø Outro perigo dessa estrutura é a criação de falsas necessidades: os meios de comunicação e
difusão de cultura incentivam o consumo de modo que a felicidade parece que só pode ser
atingida através dele.
Ø Outro conceito importante para esse assunto é a ideia de cultura de massa.
Ø Chama-se de cultura de massa os produtos da indústria cultural, ou seja, as expressões da
cultura produzidas com o intuito de serem vendidas e gerar lucro.
Ø Seu objetivo é atingir o grande público.
Ø Uma de suas principais características é ser capaz de absorver aquilo que se opõe a ela: sabe
aquele programa que passa na televisão e fala mal de televisão? É isso!
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Indústria Cultural
Ø As principais influências da cultura de massa na literatura partem do cinema e da televisão.
Ø Hoje em dia, é possível ouvir falar também em cultura pop. São expressões, portanto,
intimamente ligadas à ideia de consumo.
Ø Nem tudo é maligno na Indústria Cultural e na produção de arte e cultura no sistema
capitalista.
Ø Para outro pensador da Escola de Frankfurt, Walter Benjamin (1892-1940), a maior difusão da
arte através dos meios de comunicação pode ser uma via de democratização da arte, pois a
cultura alcança um número maior de pessoas.
Ø Outra vantagem é que incentiva trabalhos não comerciais, já que incentiva o acesso às
ferramentas de produção cultural.
Ø No nosso contexto contemporâneo, que lida com a internet, podemos pensar essa tensão
entre alienação e tomada dos meios de produção cultural de maneira mais ampla.
Ø Podemos pensar desde as novas profissões da internet – como youtubers – até a facilidade
de criação e disseminação de notícias falsas no contemporâneo (ambos temas importantes
para a realidade brasileira).
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Mas e a arte nesse contexto?


• Não se pode, obviamente pensar na arte de maneira
descolada do contexto social em que se insere.
• Então a pergunta que cabe ser feita é: como fica a
arte num momento em que as produções artístico-
culturais parecem estar a serviço do sistema.
• Se ao longo do tempo foi dito que o papel da arte
estava não só em expressar a sensibilidade do artista
como também causar incômodo e contestar as
estruturas dadas, com a consolidação da Indústria
Cultural tudo fica um pouco mais difícil.
• A arte passou a ser uma mercadoria de um modo
novo: não se compra uma obra para fins
contemplativos, mas sim como um objeto como
Stencil Kissing Coppers de Banksy. Fonte: Unsplash
qualquer outro, obedecendo leis de oferta e procura
como nunca.
• A sociedade de consume, que transforma tudo em
mercadoria, estaria apagando da arte o seu traço
crítico? Conceitos básicos - Prof.ª Celina
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Obrigada!
@professoracelinagil

Prof.ª Celina

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