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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
COMPLEXO ESCOLAR FEMININO SANTA MADALENA

TRABALHO INVESTIGATIVO DE
ECONOMIA

TEMA

ESTADO INTERVENCIONISTA E O ESTADO LIBERAL

Elaborado pelo Grupo nº 1

Classe: 11ª

Turma: A

Curso: Ciências Económicas e Jurídicas

Período: Vespertino

Professor: Alberto Domingos

CABINDA, FEVEREIRO DE 2022

I
LISTA DOS PARTICIPANTES

Nº 01 – Albertina Madeca

Nº 04 – Idalina Mambo

Nº 07 – Maria Varela

I
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho pelosnossos pais, irmãos pela dedicação, força, coragem e
apoio que nos têm dado. Por estarem presentes em todos os momentos.

II
AGRADECIMENTO

Agradecemos a Deus, soberano e poderoso, pela vida, saúde e força.

Aos nossos pais que desde a tenra idade apostaram na nossa formação, aoProfessor
Alberto, aos colegas e a todos que de forma directa ou indirecta têm dado os seus
contributos.

III
ÍNDICE

DEDICATÓRIA...............................................................................................................II

AGRADECIMENTO......................................................................................................III

INTRODUÇÃO.................................................................................................................1

ESTADO INTERVENCIONISTA E O ESTADO LIBERAL..........................................2

1.1 – O ESTADO INTERVENCIONISTA...................................................................2

1.1.1 - O Termo Intervencionismo............................................................................2

1.1.2 - O funcionamento do Estado Intervencionista................................................3

1.1.3 - Críticas ao intervencionismo..........................................................................4

1.1.4 - Intervencionismo versus liberalismo..............................................................5

1.2 – O ESTADO LIBERAL.........................................................................................6

1.2.1 - Surgimento do Estado Liberal........................................................................6

1.2.2 - Características do Estado liberal....................................................................7

1.2.3 - Estado liberal, Estado social de direito e Estado de bem-estar social............8

1.2.4 - Estado neoliberal............................................................................................8

CONCLUSÃO...................................................................................................................9

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................10

IV
INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa de forma clara debruçar-se sobre a Estado Intervencionista e


Estado Liberal. O trabalho faz menção ainda aos elementos que compõem os mesmos
estados e ilustrando alguns exemplos.

A produção deste trabalho foi na ideia de compreender detalhadamente cada ponto ora
destacados no parágrafo anterior que serão desenvolvidas mais adiante.

1
ESTADO INTERVENCIONISTA E O ESTADO LIBERAL

1.1 – O ESTADO INTERVENCIONISTA.

O Estado Intervencionistapropõe que o Estado tome medidas interventivas na


Economia, com o objectivo de proporcionar o desenvolvimento econômico e melhores
condições de renda e emprego para a classe trabalhadora. 

Algumas das medidas tomadas são a elevação ou diminuição de impostos, fixação de


câmbio fixo ou flutuante e definição de regras de trabalho, como o salário mínimo, por
exemplo. 

O intervencionismo é o contrário do liberalismo, já que este propõe a intervenção


mínima do Estado. Ou seja, no cenário liberal, o mercado é livre para se regular sozinho
sem nenhuma imposição estatal.  

1.1.1 - O Termo Intervencionismo

O termo intervencionismo se refere ao conjunto de práticas e ideologias políticas-


económicas onde o Estado interfere na economia do país. Essa intervenção do Estado
pode ser por meio de vários mecanismos, como políticas monetárias, fiscais e cambiais. 

Ilustração nº 1- O procedimento do Estado Intervencionista.

O ponto chave do intervencionismo é a influência e alteração do comportamento do


mercado por meio de medidas tomadas pelo Estado. Os objectivos dessa intervenção é
proporcionar a diminuição da desigualdade, melhoria de renda e emprego à classe
trabalhadora e estímulo para o desenvolvimento econômico. 

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Portanto, a base do intervencionismo está na crença de que, sem o Estado, a economia
não é capaz de se desenvolver. Logo, o papel do Estado intervencionista, seria procurar
o equilíbrio entre os interesses individuais e colectivos. Para isso, ele precisa tomar
medidas e coordenar actividades essenciais para a sociedade, sem ser socialista.

Exemplo: Durante a Grande Depressão, o intervencionismo ganhou corpo nos EUA, por
meio do New Deal de F. D. Roosevelt. Como diversos sectores foram afectados
na crise, o Estado teve que intervir e tomar medidas para que a economia
pudesse se restabelecer. 

1.1.2 - O funcionamento do Estado Intervencionista.

No intervencionismo, o Estado acredita que a economia não é capaz de caminhar


sozinha. Dessa forma, ele se interpõe constantemente tomando medidas que acredita
serem as mais adequadas. Sendo assim, ele pode tomar algumas atitudes tais como: 

 Regulação do comércio de bens e serviços;

 Subsídio para sectores ou empresas específicas;

 Regulamentação dos meios de produção;

 Proibição da produção de determinadas mercadorias;

 Regulação de questões referentes ao trabalho como os períodos e a remuneração;

 Agências reguladoras nos mais diversos sectoreseconómicos;

 Controle da quantidade de moeda por meio do aumento ou diminuição


do dinheiro em circulação;

 Por fim, existe ainda a adopção de regimes tributários diferenciados para


comercialização interna, exportação ou importação.

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Ilustração nº 2- Os actos do Estado Intervencionista

Essas ferramentas usadas na intervenção do Estado, podem causar diversos cenários,


como por exemplo, o controle ou aumento da inflação e a expansão de crédito. Sendo
que as ferramentas a serem utilizadas dependem dos objectivos que o Estado pretende
atingir. 

1.1.3 - Críticas ao intervencionismo.

A principal crítica feita ao intervencionismo é que a intromissão do estado atrapalha a


economia. Isso porque, com o excesso de controle, o Estado dificulta o
empreendedorismo, a criação de riqueza e a livre iniciativa.

Também existe a crítica de que o monopólio natural, isto é, as áreas que são destinadas
aos serviços de utilidade pública como fornecimento de água tratada e energia, não
deveriam ser controladas pelo Estado.

A solução proposta seria que esses sectores deixassem de ser do regime de monopólio e
fossem para o regime concorrencial. Portanto, o ideal seria deixar que as empresas
privadas fossem as responsáveis pela administração desses sectores.

Entretanto, o ideal seria que essas empresas operarem sem a regulação estatal
proporcionada pelas agências reguladoras estaduais ou federais. Pois, com essa
regulamentação, a empresa e a agência entram em consenso e as duas passam a

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funcionar visando apenas os seus próprios interesses e desconsiderando os interesses
dos consumidores. 

Em resumo, quando um sector passa para o regime concorrencial, a empresa privada


que assumiu a direcção passa a operar com uma reserva de mercado, que não permite a
entrada de concorrência.

Segundo os críticos, essa reserva existe, pois, o Estado se propõe não apenas a regular
como também a prestar socorro a estas empresas. Neste cenário, a empresa não precisa
se aprimorar, ser eficiente nem proporcionar bons serviços, pois sempre conta com o
apoio do governo e não terá concorrência. 

Por fim, existe ainda a crítica de que o intervencionismo defende uma ideia que não é
cumprida. Em outras palavras, o intervencionismo defende que o Estado deve intervir
para proporcionar o desenvolvimento econômico. No entanto, é preciso considerar que
os políticos agem, muitas vezes, com interesses próprios e não o contrário. 

1.1.4 - Intervencionismo versus liberalismo.

O intervencionismo acredita que o Estado deve usar mecanismos de controle para que a
economia se desenvolva. Por outro lado, o liberalismo acredita que o Estado não deve
intervir e que a economia é perfeitamente capaz de se regular sozinha. 

O liberalismo está baseado no conceito de liberdade individual e mercantil. Dessa


maneira, o objectivo é que o individual seja priorizado frente ao colectivo, o que
proporciona uma sociedade justa e igualitária. As principais características do
liberalismo são:

Ilustração nº 3- Modo de actuação do Estado Liberal

 Estado Mínimo (Redução da actuação do Estado);

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 Lei da oferta e procura como mecanismo de regulação do mercado;

 Individualismo e valorização do trabalho;

 Redução das barreiras económicas;

 Livre concorrência de mercado.

No liberalismo, a função do Estado é somente proporcionar serviços básicos como


saúde, educação e justiça. Todos os outros serviços devem ser livres para se auto-
regularem, de acordo com a lei da oferta e procura.

1.2 –O ESTADO LIBERAL

Estado liberal (ou Estado liberal de direito) é um modelo de governo baseado no


liberalismo desenvolvido durante o Iluminismo, entre os séculos XVII e XVIII.

O liberalismo se opôs ao governo controlador e centralizador do Estado absolutista, que


tinha como principais características o acúmulo de riquezas, o controle da economia e
uma relação de autoritarismo entre o governo e o povo.

O Estado liberal, também chamado de Estado liberal de direito, é voltado para a


valorização da autonomia e para protecção dos direitos dos indivíduos, garantindo-lhes
a liberdade de fazer o que desejarem desde que isso não viole o direito de outros.

Economicamente, o Estado liberal é fruto directo dos interesses da burguesia. Seu


principal estudioso foi Adam Smith, que acreditava que o mercado é livre quando regula
a si próprio sem qualquer interferência estatal. É o modelo oposto ao Estado
intervencionista, marcado por uma regulação exaustiva de todas as áreas da economia,
incluindo o sector privado.

1.2.1 - Surgimento do Estado Liberal

O Estado liberal surgiu após a Revolução Francesa, que foi movida por ideais
liberalistas inspirados nas obras de John Locke. O filósofo inglês, considerado pai do
liberalismo, entendia que os indivíduos nasciam com o direito natural à vida, à liberdade
e à propriedade privada. Esse pensamento teve por consequência a ideia de que o Estado
não poderia mais intervir nesses assuntos.

Para Locke, a relação do povo com o governo acontece através de um Contrato


Social pelo qual a sociedade abre mão de alguns direitos a fim de que o Estado se
encarregue de manter a ordem social. Assim, o liberalismo inspirou esse modelo de

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estado voltado para a garantia das liberdades individuais ao mesmo tempo que regula os
interesses da sociedade.

Quando a monarquia absolutista perdeu o poder e a burguesia assumiu o controle da


revolução, os privilégios de nascimento das famílias reais foram substituídos pela força
do capital. Consequentemente, houve um natural favorecimento da classe burguesa, que
passou a se beneficiar com a falta de intervenção estatal e a explorar as novas
possibilidades do livre mercado.

1.2.2 - Características do Estado liberal

As principais características do Estado liberal são:

Liberdade individual

Em um Estado liberal os indivíduos possuem liberdades que não podem sofrer


interferências do governo. Assim, os indivíduos podem se envolver em qualquer
actividadeeconómica, política ou social em qualquer nível, desde que não viole os
direitos de outrem.

Igualdade

Em um Estado liberal, a igualdade é obtida através do respeito ao individualismo de


cada pessoa. Isso significa que todos devem ser tratados da mesma forma, independente
do género, idade, religião ou raça, observando-se sempre suas diferenças a fim de
proporcionar a todos as mesmas oportunidades.

Tolerância

A tolerância é consequência da igualdade com que o governo trata os indivíduos no


Estado liberal, no qual todos têm a oportunidade de serem ouvidos e respeitados,
mesmo durante greves e manifestações.

Liberdade da mídia

A mídia opera de forma imparcial e não está vinculada ao governo nos Estados liberais.
Dessa forma, os meios de comunicação podem publicar informações de forma livre e
não tendenciosa, especialmente sobre assuntos políticos.

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Livre mercado

Nos Estados liberais predomina a chamada “mão invisível do mercado” que consiste na
ausência de intervenção do governo na economia. Assim, qualquer indivíduo pode
exercer actividadeseconómicas e, dessa forma, o mercado se autorregula.

1.2.3 - Estado liberal, Estado social de direito e Estado de bem-estar social

O Estado liberal é o estado garantidor dos chamados direitos de primeira geração, que


são de carácter individual e negativo, uma vez que exigem a abstenção do Estado. Esses
direitos são considerados fundamentais e estão relacionados à liberdade, aos direitos
civis e políticos.

O Estado social de direito é aquele que se ocupa dos direitos de segunda geração, que
exigem atitudes efectivas do Estado. São os direitos culturais, económicos e sociais.

O Estado de bem-estar social (welfarestate) é a postura social e económicaadoptada


pelo governo com o objectivo de diminuir as desigualdades sociais através de políticas
de distribuição de renda, medidas assistencialistas e fornecimento de serviços básicos.

1.2.4 - Estado neoliberal

O Estado neoliberal é marcado pela figura do Estado como mero regulador da


economia.

Exemplo: O modelo se estabelecido em diversos países na década de 70, após a chamada


“crise do liberalismo” quando a ausência de intervenção estatal resultou em um
desequilíbrio na lei da oferta e da procura e culminou na crise económica de 1929.

A Grande Depressão, como também é conhecida a crise de 1929, demonstrou que


a total falta de regulamentação do mercado levou ao crescimento desenfreado da
indústria e à consequente quebra da economia. Nesse contexto, o neoliberalismo
atribuiu ao Estado o papel mínimo de regulador da economia, respeitando sempre
o livre mercado e a concorrência.

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CONCLUSÃO

É concluído diante do exposto,quepodemos compreender que a intervenção do Estado


no domínio econômico é acto que restringe, condiciona ou suprime a iniciativa privada
em determinada área económica, tendo como finalidade o desenvolvimento nacional e a
justiça social, assegurando os direitos e garantias individuais.

O fracasso do mercado e a necessidade de recriá-lo com um Estado que garantisse a


livre competição e eliminasse a desigualdade, fruto do liberalismo econômico, como já
mencionado, foram factores determinantes para intervenção estatal na economia.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BOBBIO, Norberto. Igualdade e liberdade. 4ª ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000.

2. DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 16ª ed. São
Paulo: Saraiva, 1991.

3. LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 15ª ed. São Paulo:


Saraiva, 2011.

4. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36ª ed. São Paulo:
Malheiros, 2010.

5. SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 36ª ed. São
Paulo: Malheiros, 2013.

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