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Introdução
A história da teologia cristã é marcada por várias lutas. Algumas dessas lutas se deram
no campo das palavras e muitas outras de armas nas mãos. Estamos falando de um
período de mais de dois mil anos, onde muitos homens deram suas vidas em defesa de
sua fé e de sua compreensão bíblica.
Para seu melhor estudo, a teologia cristã foi dividida em períodos, os quais são:
Para nosso melhor estudo estaremos dividindo nossa disciplina em duas partes:
• História da Teologia Cristã I - O Período Patrístico: Os Pais Apostólicos até Agostinho
• História da Teologia Cristã III - O Período Moderno: Desde a Reforma até o Presente
A história da teologia não se inicia no começo. Isto é, a teologia cristã começou muito
tempo depois de Jesus Cristo ter caminhado na terra com seus discípulos e mesmo
depois de ter morrido o último discípulo e apóstolo.
O último apóstolo de Jesus a morrer foi João “o amado”, que morreu por volta de 90,
embora a data exata seja incerta. João é o pivô da história da teologia cristã, porque sua
morte marcou um momento decisivo.
Com a sua morte, o cristianismo entrou numa nova era, para a qual não estava
inteiramente preparado. Já não seria possível solucionar debates doutrinários, ou
quaisquer que fossem, apelando para um apóstolo.
Enquanto os apóstolos viviam, não havia necessidade da teologia no mesmo sentido que
depois de sua morte. A teologia nasceu à medida que os herdeiros dos apóstolos
começaram a refletir sobre os ensinamentos de Jesus e deles a fim de explicá-los em
novos contextos e situações, e de resolver controvérsias quanto à crença e conduta
cristãs.
O que podemos afirmar é que a história da Teologia Cristã começa no século II, cerca de
cem anos depois da morte e ressurreição de Cristo, com o inicio da confusão entre os
cristãos no Império Romano, tanto dentro quanto fora da Igreja. Os desafios internos
principais eram semelhantes a cacofonia de vozes que muitos cristãos em nossos dias
chamariam de "seitas", ao passo que os desafios externos eram semelhantes as vozes
que muitos hoje chamariam "céticos". É dessas vozes desafiadoras que surgiu a
necessidade e os primórdios da ortodoxia - uma declaração definitiva daquilo que é
teologicamente correto.
Esses desafios à mensagem apostólica e à autoridade dos sucessores nomeados pelos
apóstolos tiveram tanto sucesso em criar caos e confusões que se tornou imprescindível o
desenvolvimento de uma reflexão teológica formal para combatê-los.
Bibliografias:
OLSON, Roger E. História da Teologia Cristã: 2000 anos de tradição e reformas. São
Paulo: Editora Vida.
HÄGGLUND, Bengt. História da Teologia. Porto Alegre: Editora Concórdia.
AULA 1
• 1 – O Gnosticismo
• 2 – O Montanismo
• 3 – Filósofo Celso
1 – O GNOSTICISMO
No século XX, diversos grupos e indivíduos que se proclamam “cristãos da Nova Era”
ressuscitaram a mensagem gnóstica do século II. George Trevelyan e Elizabeth Clare
Prophet são dois nomes entre estes que propagam a Nova Era.
2 – O MONTANISMO
Sempre e onde quer que a profecia for elevada a uma posição igual, ou superior, ás
Escrituras, lá estará o montanismo em ação.
3 – FILÓSOFO CELSO
• Celso deixou absolutamente claro que os cristãos de sua época criam em Jesus Cristo e
adoravam esse homem como um Deus.
Em resposta à adoração dos cristãos por Jesus, Celso escreveu que “é impossível que
Deus tenha descido à terra pois, se o fizesse, teria de mudar sua natureza”. Foi esse o
desafio de Celso. Portanto, a principal “contribuição” de Celso ao cristianismo foi o desafio
de pensar cuidadosamente sobre duas declarações aparentemente conflitantes e, de
alguma forma, torná-las coerentes.
1 - OS PAIS APOSTÓLICOS
Quando falamos nos Pais Apostólicos, geralmente nos referimos a alguns autores cristãos
do fim do primeiro século e do inicio do segundo, cujos escritos chegaram até nós.
A maioria destes escritos foram escritos em formas de cartas (homilias), e os mesmos
não tinham a finalidade de serem usados ou transformados em material de estudo
doutrinário.
Os mais importantes destes escritos são os seguintes:
O Didaquê
O Didaquê, também conhecido por O Ensino dos Doze Apóstolos. Nada se sabe a
respeito do autor, mas acredita-se que foi escrito no ano 101 d.C. Contudo alguns
acreditam que foi escrito em uma data anterior a essa.
O Didaquê parece ter sido escrito com o intuito de reforçar a moralidade cristã e
instruir os cristãos a respeito de como tratar os profetas que os procurassem alegando
falar em nome do Senhor.
Segundo o Didaquê o caminho da vida é claramente o caminho do amor a Deus e
ao próximo e da rigorosa observância às regras morais. O caminho da salvação nele
descrito ensina um estilo de vida de fidelidade e obediência aos mandamentos de Deus e
aos ministros cristãos.
O Didaquê, assim como outros pais apostólicos, coloca diante dos cristãos mais
uma moralidade rigorosa em uma visão um tanto legalista do que um evangelho da
liberdade cristã sem a escravidão à lei.
Incluídas no Didaquê, há instruções bastante pormenorizadas a respeito do
batismo e da ceia do Senhor.
O Didaquê descreve como um dos sinais de um falso profeta era que eles
permaneciam no lugar por mais do que dois ou três dias, pediam dinheiro e refeições “no
espírito”, o que provavelmente significava exigir comida em troca das profecias.
Antioquia
Foi fundada por volta do ano 300 a.C., por Seleuco Nicátor, com o nome de
Antiokkeia, (cidade de Antíoco). Tornou-se capital do império selêucida e grande centro
do Oriente helenístico. Conquistada pelos romanos por volta do ano 64 a.C., conservou
seu estatuto de cidade livre e foi a terceira cidade do Império depois de Roma e
Alexandria (no Egito), chegando a abrigar 500 mil habitantes. Evangelizada pelos
apóstolos Pedro, Paulo e Barnabé, tornou-se metrópole religiosa, sede de um patriarcado
e centro de numerosas controvérsias, entre elas, o arianismo, o monofisismo, o
nestorianismo. Era considerada a igreja-mãe do Oriente.
Policarpo (69-159)
Sobre sua infância, família e formação, não temos informações precisas, contudo
há documentos históricos sobre ele. Graças a alguns testemunhos fidedignos, podemos
reconstruir sua personalidade. Foi discípulo do apóstolo João, amigo e mestre de Irineu,
tendo ainda conhecido Inácio, sendo consagrado bispo da igreja de Esmirna.
Quanto aos seus escritos, o único que restou desse antigo pai da igreja foi a
sua epístola aos filipenses, exortando-os a uma vida virtuosa de boas obras e a
permanecerem firmes na fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Seu estilo é informal, com
muitas citações do Velho e do Novo Testamentos.
Faz, ainda, 34 citações do apóstolo Paulo, evidenciando que conhecia bem a carta
desse apóstolo aos filipenses, entre outras epístolas de Paulo. Há, também, os
depoimentos de Eusébio e Irineu, relatando a intimidade de Policarpo com testemunhas
oculares do evangelho. Segundo Tertuliano, Policarpo teria sido ordenado bispo pelas
mãos do próprio apóstolo João.
O martírio de Policarpo
O martírio de Policarpo é descrito um ano depois de sua morte, em uma carta
enviada pela Igreja de Esmirna à Igreja de Filomélio. Esse registro é o mais antigo
martirológio cristão existente. Diz a história que o procônsul romano, Antonino Pius, e as
autoridades civis tentaram persuadi-lo a abandonar sua fé, quando já avançado em idade,
para que pudesse ser livre.
Ele, entretanto, respondeu com autoridade: “Eu tenho servido a Cristo por 86 anos
e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Rei que me salvou?
Eu sou um crente!”.
2 – OS APOLOGISTAS
Os Apologistas são caracterizados pela sua defesa aos ataques contra o
Cristianismo proferidos pelos gregos (gnosticismo[1]) e os judeus cristãos (o cristianismo
judaico herético – era conhecido como ebionismo[2]). Por causa dessa defesa receberam
o nome de “apologistas”.
O mais notável destes apologistas foi Justino, cognominado “o mártir”.
Os apologistas ocupam lugar de destaque na história do dogma, não só devido a
sua descrição do cristianismo como a verdadeira filosofia como também por sua tentativa
de elucidar ensinamentos teológicos com o auxílio de terminologia filosófica
contemporânea ( por exemplo: na assim chamada “cristologia do Logos”). O que neles
encontramos, por conseguinte, é a primeira tentativa de definir, de maneira lógica, o
conteúdo da fé cristã, bem como a primeira conexão entre teologia e ciência, entre
cristianismo e filosofia grega.
· Data: Segundo Século (120 - 220).
· Objetivo: Defender o Cristianismo.
· Preeminentes do Ocidente: Tertuliano.
· Preeminentes do Oriente: Justino – o Mártir, Taciano, Teófilo, Aristides e Atenágoras.
Obs2.: Uma fenda que divide toda a teologia cristã desde o início é a que existe
entre os pensadores cristãos que querem enfrentar seus críticos no próprio terreno deles
e debater a fé de forma coerente e mesmo filosófica e os que consideram esse esforço
uma acomodação perigosa aos inimigos da fé. (A questão é: devemos falar a mesma
linguagem “mundana” para alcançarmos os ímpios?).
3 – OS POLEMISTAS
Os Polemistas são caracterizados, pela defesa contra heresias dentro da Igreja.
Obras:
- Adversus Haereses (refutação ao gnosticismo)
- Epideixis (apresenta as doutrinas básicas da proclamação apostólica)
Nota 4: Quando o século II chegava ao fim, surgia uma nova história da teologia. A
localização central geográfica e cultural da história mudou-se para a África do Norte. Das
cidades da África do Norte, como Alexandria e Cartago (na região hoje chamada Tunísia)
surgiram os grandes defensores, intérpretes e organizadores do pensamento e da vida
cristã do século III.
Clemente de Alexandria
Clemente seguiu os passos de Justino, o grande apologista e mártir do século II, e
considerava o cristianismo a verdadeira filosofia que não contradiz nem anula a filosofia
grega, mas a completa.
Certamente, Clemente não tentou reduzir o cristianismo a uma filosofia grega
genérica revestida do evangelho para torná-lo mais agradável e aceitável às mentes
alexandrinas sofisticadas.
Os pormenores da vida de Clemente da Alexandria são cercados de mistério. Sua
ligação com a hierarquia formal da igreja de Alexandria é uma incógnita. Não parece ter
sido ordenado como ministro ou sacerdote e seus escritos rejeitam notoriamente as
considerações sobre a comunidade dos cristãos e, em vez disso, evidenciam a
espiritualidade e a vida intelectual do crente. Sem dúvida alguma, estava contaminado
pelo platonismo médio que formava a filosofia genérica da maioria dos alexandrinos cultos
e pode ter contribuído para o surgimento de um novo tipo de filosofia platônica conhecido
como neoplatonismo.
Mais do que qualquer outro escritor cristão antigo, Clemente de Alexandria dava
valor à integração da fé cristã com a melhor cultura dos seus dias. Seu lema era: “toda a
verdade é a verdade de Deus, venha de onde vier”.
Clemente via na filosofia platônica uma aliada viável para o cristianismo do mundo
pagão. O platonismo tinha um conceito da vida além da morte e de uma dimensão
espiritual para tudo, e, desviava a atenção das pessoas dos prazeres físicos e corporais
para as realidades espirituais e superiores. Por tudo isso, e muito mais, Clemente
encontrou reflexos e paralelismos da verdade cristã no melhor da filosofia grega.
Clemente acreditava que a filosofia ajudaria na luta do cristianismo contra as
heresias. Os falsos ensinos frequentemente surgem do mau entendimento; a filosofia
procura ser lógica e emprega a dialética para testar as alegações da verdade e as
crenças.
Ensinos de Clemente
· O verdadeiro gnóstico - Uma das áreas mais contravertidas da teologia de Clemente
é o seu ideal do cristão como “o verdadeiro gnóstico” ou “o gnóstico perfeito”. Clemente
chegou a ponto de declarar que o verdadeiro gnóstico cristão pode “se tornar Deus” nesta
vida, despindo-se do “desejo” e tornando-se “impassível, livre da ira”. Ele queria dizer que
essa pessoa se reveste da imagem de Deus e se torna realmente boa, embora somente
sob a forma de um ser criado e dependente de Deus. Ele tinha em mente a idéia da
divinização, a idéia de que o alvo da salvação é compartilhar da natureza divina refletindo
a imagem de Deus e alcançando a imortalidade.
· Jesus Cristo - Clemente enxergava Jesus Cristo não apenas como um homem que
ensinava coisas boas e que teve a morte de um mártir como Sócrates, mas como a
encarnação da Sabedoria divina, e, de certo modo, o próprio Deus.
· Corpo físico – Ele tratava o corpo e a matéria como uma “natureza inferior” e os
contrastava nitidamente com a natureza “superior e melhor” da alma, que descrevia como
a parte racional do indivíduo. Nesse ponto ele difere do gnosticismo, pois nega
expressamente que a matéria ou o corpo são iníquos. São apenas inferiores ao espírito e
a alma. Essa idéia da humanidade e da criação é, naturalmente, mais platônica do que
bíblica. Platão e seus seguidores enfatizavam o lado espiritual da pessoa como superior e
melhor do que o lado físico e equiparavam-no com a razão.
· Deus – As idéias de Clemente a respeito de Deus e da imagem de Deus no ser
humano revelam sua instrução grega. Repetidas vezes, Clemente reitera a opinião de que
Deus não tem paixões e que é assim que o verdadeiro gnóstico deve ser. As paixões e os
desejos são limitantes por natureza e Deus, de acordo com Clemente e com a filosofia
grega predominante naquele tempo, é livre por natureza de todas as limitações das
criaturas, inclusive de paixões (desejos e emoções).
Uma pergunta óbvia para a interpretação de Clemente a respeito da natureza divina é:
como se explica a ira de Iavé? Se Deus não tem partes nem paixões, por que as
Escrituras hebraicas descrevem-no como irado, zangado e vingativo? Clemente
respondeu: “antropomorfismos!”.[1] Quando perguntado sobre a ira de Jesus ao virar a
mesa ou outra manifestação de sentimentos. Clemente responde que são manifestações
do homem Jesus.
Obras:
· Contra Marcião – Marcião foi um mestre entre os cristãos de Roma no século II que
tentou forçar uma separação permanente entre o cristianismo e tudo quanto era hebraico,
inclusive o Deus de Israel (Iavé) e o Pai de Jesus Cristo. Marcião também tentou definir
um cânon de Escrituras cristãs, limitado a escritos gentios. Alguns dos seu pensamentos
a respeito da humanidade e da criação tinham uma pitada de gnosticismo e Tertuliano
nada poupou no seu ataque contra os ensinos de Marcião.
· Contra Práxeas – Práxeas foi, talvez, o primeiro teólogo cristão que tentou explicar a
doutrina da Trindade com detalhes sistemáticos. Ao fazê-lo, porém, parece que obliterou
com suas explicações a verdade ontológica da trindade das pessoas Divinas. Isto é,
Práxeas negou que os cristãos cressem em três identidades, ou até mesmo relações,
dentro do único ser. A teoria de Práxeas posteriormente veio a ser chamada “modalismo”
e foi revivificada por outro mestre posterior do cristianismo em Roma chamado Sabélio.
Orígenes (185-254)
Nasceu de pais cristãos em 185 ou 186 da nossa era, provavelmente em
Alexandria. Era escritor cristão de vasta erudição, de expressão grega e, inicialmente,
com ação em sua cidade natal. Estudou letras e aprendeu de cor textos bíblicos com seu
pai, que foi morto por ocasião da repressão do imperador Sétimo Severo às novas
religiões.
O bispo de Alexandria passou a Orígenes a direção da Escola Catequética, sendo
então sucessor de Clemente. Estudou na escola neoplatônica de “Ammonios”. Viajou a
Roma, em 212, onde ouviu ao sábio cristão Hipólito. Em 215, organizou em Alexandria
uma escola superior de Exegese Bíblica. Devido ao seu vasto conhecimento, viajava
muito e ministrava ao público nas igrejas.
O fato de se haver castrado por devoção lhe criou dificuldades com alguns bispos,
que contrariavam o sacerdócio dos eunucos. Em 232, transferiu-se para Cesaréia, na
Palestina, onde se dedicou exaustivamente aos seus estudos. Sobreviveu aos tormentos
de que foi vítima sob o domínio do imperador Décio (250-252). Posteriormente a esta
data, morreu em Tiro, não se sabendo exatamente quando.
Era considerado o membro mais eminente da escola de Alexandria e estudioso dos
filósofos gregos. Acreditava que a alma preexiste e está subordinada à metempsicose
(mudança da alma, transmigração da alma e um corpo para outro corpo). Aqui vemos
nele uma tese tipicamente pitagórica e platônica, sendo abandonada depois pelo
cristianismo oficial. Todavia, é relembrada ainda hoje por aqueles que a defendem como
doutrina cristã: os espíritas.
Cipriano (200-258)
Tharsius Caecilius Cyprianus. Converteu-se em 246 d.C. e, três anos depois, foi
nomeado bispo de Cartago, no norte da África.
Durante dez anos, conduziu seu rebanho sob a perseguição do imperador Décio,
uma das mais cruéis. Foi também o grande sustentáculo moral e espiritual da cidade de
Cartago no período em que esta foi atacada por uma epidemia. Além disso, escreveu e
batalhou pela unidade da Igreja.
Seu nome está ligado a uma grande controvérsia a respeito do batismo e da
ordenação efetuada por hereges. No entender de Cipriano, essas cerimônias não valiam,
pelo fato de os oficiantes estarem em desacordo com a ortodoxia. Assim, deveriam ser
rebatizados e reordenados todos os que entrassem pela verdadeira Igreja. Estevão, bispo
de Roma, discordou com ele e isso gerou um cisma, uma vez que Cipriano, além de
rejeitar a autoridade do bispo romano, convocou um concílio no norte da África para
resolver a questão.
Seus escritos consistem em tratados de caráter pastoral e de cartas, 82 ao todo,
das quais 14 eram dirigidas a ele mesmo e as restantes tratavam de questões de sua
época.
Como mártir, morreu decapitado em 14 de setembro de 258 d.C, durante a
perseguição do imperador Valeriano
4 – OS TEÓLOGOS
Os Teólogos são caracterizados pela aplicação da Teologia em áreas filosóficas e
científicas.
Cesaréia
Fundada pelo rei Herodes no século I a.C. em um porto comercial fenício e grego
denominado Torre de Straton, Cesaréia foi assim denominada pelo monarca em
homenagem ao imperador romano César Augusto.
A cidade foi detalhadamente descrita pelo historiador judeu Flávio Josefo. Era uma
cidade murada, com o maior porto na costa oriental do Mediterrâneo chamado
“Sebastos”, nome grego do imperador Augusto.
Jerônimo (325-378)
Erudito das Escrituras e tradutor da Bíblia para o latim. Sua tradução, conhecida
como a Vulgata, ou Bíblia do Povo, foi amplamente utilizada nos séculos posteriores
como compêndio para o estudo da língua latina, assim como para o estudo das
Escrituras.
Nascido por volta do ano 345 em Aquiléia (Veneza), extremo norte do Mar
Adriático, na Itália, Jerônimo passou a maior parte da sua juventude em Roma, estudando
línguas e filosofia. Apesar de a história não relatar pormenores de sua conversão, sabe-
se, porém, que ele foi batizado quando tinha entre 19 e 20 anos. Depois disso, ele
embarcou em uma peregrinação pelo Império que levou vinte anos.
Crisóstomo (344-407)
Criado em Antioquia, seus grandes dotes de graça e eloqüência, como pregador,
levaram-no a ser chamado a Constantinopla, onde se tornou patriarca (ou arcebispo).
Como os outros apologistas, harmonizou o ensinamento cristão com a erudição grega,
dando novos significados cristãos a antigos termos filosóficos, como a caridade.
Em seus sermões, defendia uma moralidade que não fizesse qualquer transigência
com a conveniência e a paixão, e uma caridade que conduzisse todos os cristãos a uma
vida apostólica de devoção e de pobreza comunal. Essa piedosa mensagem, entretanto,
tornou-o impopular na corte imperial, e também entre alguns membros do clero de
Constantinopla, por isso acabou sendo banido e morreu no exílio.
Agostinho (354-430)
Aurélio Agostinho nasceu no ano de 354, na cidade de Tagaste de Numídia,
província romana ao norte da África, atual região da Argélia. Agostinho iniciou seus
estudos em sua cidade natal, seguindo depois para Cartago. Ensinou retórica e
gramática, tanto no Norte da África como na Itália. Ficou conhecido como o filósofo e
teólogo de Hipona. Polemista capaz, pregador de talento, administrador episcopal
competente e teólogo notável, criou uma filosofia cristã da história que continua válida até
hoje em sua essência.
Inspirado no tratado filosófico denominado “Hortensius”, de Cícero, converteu-se
em ardoroso pesquisador da verdade, abraçando o maniqueísmo. Com vinte anos,
perdeu o pai e tornou-se o responsável pelo sustento da família. Ao resolver que iria para
Roma, sua mãe foi contra, então teve de enganá-la na hora da viagem. De Roma, foi para
Milão, onde novamente passou a lecionar retórica.
Influenciado pelos estóicos, por Platão e pelo neoplatonismo, também estava entre
os adeptos do ceticismo. Em Milão, porém, conheceu Ambrósio, que o converteu ao
cristianismo. Depois disso, voltou ao norte da África, onde foi ordenado sacerdote e, mais
tarde, consagrado bispo de Hipona. Combateu a heresia maniqueísta que antes defendia
e participou de dois grandes conflitos religiosos: o Donatismo e o Pelagianismo. Sua obra
mais conhecida é a autobiografia “Confissões”, escrita, possivelmente, no ano 400. Em “A
cidade de Deus” (413-426) formulou uma filosofia teológica da história.
Abaixo segue uma lista com os nomes de alguns dos chamados “pais da
igreja” por ordem de nascimento:
Inácio: Bispo de Antioquia na Síria, I e II século.
Policarpo: Bispo de Esmirna, 70-155.
Justino, o Mártir: Apologista de Samaria, 100-165.
Irineu: Polemista antignóstico de Esmirna, 130-200.
Clemente: Escritor de Alexandria, 155-220.
Tertuliano: Escritor e Apologista de Cartago, 160-230.
Orígenes: Escritor e Teólogo de Alexandria, 185-254.
Cipriano: Polemista anti-novaciano de Cartago, 246-258.
Eusébio: Historiador da Igreja, 265-339.
Jerônimo: Tradutor da Bíblia para o Latim, a Vulgata, 325-378.
Crisóstomo: Expositor e Orador de Antioquia, 347-407.
Agostinho: Filósofo e Teólogo de Hipona, Norte da África, 354-430.
John Wycliff: Reformador e Tradutor da Bíblia para o Inglês, 1328-1384.
John Huss: Professor e Reformador da Boêmia, 1372-1415.
Martinho Lutero: Reformador da Alemanha, 1483-1546.
William Tyndale: Reformador e Tradutor do Novo Testamento, 1494-1536.
João Ferreira de Almeida: Tradutor da Bíblia para o Português, 1691.
[6] Homooúsios (doutrina que afirma que Cristo tem a mesma substância do Pai) cria
uma nova discussão cristológica. Como se relaciona a divindade de Cristo com sua
humanidade? Como pode aquele que é verdadeiro Deus ser também homem ao mesmo
tempo?
Perguntas deste teor já haviam brotado no período inicial da história da igreja,
especialmente no conflito com os docetistas e na rejeição dos ebionitas. As tendências
heréticas, implícitas nessas escolas de pensamento reapareceram em novas formas
durante as assim chamadas controvérsias cristológicas, que tiveram lugar de destaque no
desenvolvimento do dogma a partir de meados do quarto século.
[7] Apolinário não aceitava a tese de que o Filho (Logos) sendo da mesma substância do
Pai aparecer em forma humana. Como poderia ser Deus e homem ao mesmo tempo?
Apolinário acreditava que Cristo tinha apenas uma natureza e uma hipóstase
(subsistência, uma realidade permanente). Para ele a natureza do logos foi transmutada
em carne, assumindo uma qualidade divina. Apolinário enfatizava a divindade de Cristo
perdendo de vista sua verdadeira humanidade.
A oposição a Apolinário partiu especialmente dos capadocianos e da escola de Antioquia.
No conflito contra ele, a oposição salientava que a verdadeira humanidade de Cristo tem
de significar que ele não só tinha corpo humano, mas também alma humana, pois corpo e
alma juntos é que formam a essência da humanidade. Sem a razão humana o homem
não é mais homem.
“Todos são de um, por unidade de substância, embora ainda esteja oculto o
mistério da dispensação que distribui a unidade em uma Trindade, colocando em sua
ordem os três: Pai, Filho e Espírito Santo; três contudo,... não em substância, mas em
forma, não em poder, mas em aparência, pois eles são de uma só substância e de uma
só essência e de um poder só, pois é de um só Deus que esses graus, formas e aspectos
são reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo.”
Modalismo moderno
Restauração do modalismo. O sabelianismo ganhou espaço por mais ou menos
cem anos em Roma, Ásia Menor, Síria e Egito. Em 263 A.D., Dionísio de Alexandria
enfrentou o próprio Sabélio, derrotando o sabelianismo. Depois disso o cristianismo
passou a repudiar o sabelianísmo, e o combate a essa heresia continuou até que ela
desapareceu completamente da história. Depois de muitos séculos, esse ensinamento
retornou das profundezas do Inferno, por John G. Schepp, fundador da seita “Só Jesus”,
em 1913. Temos no Instituto Cristão de Pesquisas (ICP) uma lista de mais de quinze
seitas modalístas. Não é possível, aqui, um comentário sobre todas elas, mas
apresentaremos apenas as principais:
Só Jesus
Fundada por John 8. Schepp em 1913, ensina que o batismo salva, igual à doutrina
da Congregação Cristã no Brasil, e deve ser realizado só em nome de Jesus. Seus
adeptos não seguem a fórmula batismal de Mateus 28.19:
“Em nome do Pai, e do Filho, e do Espfrito Santo”. Essa seita provocou muitas
divisões nas igrejas evangélicas da época. Ela mesma depois se dividiu em várias
facções, entre as quais a Igreja Pentecostal Unida do Brasil, presente em outros países,
que também é modalista e batiza só em nome de Jesus. (Não confundir com a Igreja
Unida.)
Tabernáculo da Fé
Fundado por William Marrion Branham (1906-1965), chamado por seus adeptos de
“o profeta do século e mensageiro do Apocalipse”, William Marrion Branham, como os
demais funda dores de seitas, arroga para si a mesma autoridade dos profetas e
apóstolos da Bíblia e nega a doutrina bíblica da Trindade. Seus adeptos são modalistas,
pois seguem o ensino de seu líder, e o batismo nas águas é realizado só em nome de
Jesus.
Voz da Verdade
Igreja que utiliza o mesmo nome do conjunto Voz da Verdade. Suas músicas são
cantadas sem restrição alguma na maioria de nossas igrejas. Muitos ainda não se deram
conta dessa gravidade. Eles são uma seita e atacam a doutrina bíblica da Trindade, e seu
batismo nas águas é realizado em nome de Jesus. Seus hinos que enfatizam a divindade
de Jesus constituem a doutrina unicista, e estão “sacrificando o Pai”, como disse
Tertuliano, dos modalistas de sua época.
[ii] Concílios:
1245 1º de Lião
1274 2º de Lião
1311 C. de Viena
1512 5º de Latrão