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UNIVERSIDADE UNG

Ana Vitória da Silva Calmon – RA 28270970


Aparecida de Souza Correa – RA 28282823
Daniela Aparecida de Queiroz Barros – RA 28292439
Franciele Minorelli – RA 28285386
Francielle Jones da Silva – RA 28283384
Gislaine Rosa Ferreira de Figueroa – RA 28282147
Lais Sampaio Moreira – RA 28301204
Luiz Gustavo Pereira de Melo – RA 28285290
Maria Aparecida Nunes Sampaio Jones –RA 28182723

Transtornos relacionados a traumas e estressores - “Transtorno de Estresse


Pós-traumático”

SÃO PAULO

2021
TEPT – Conceito, aspectos diagnósticos, tratamento

O trauma é percebido pela comunidade cientifica como uma experiência de


caráter universal. Episódios de exposição a violência na infância, somado a fatores
de ordem genética podem potencializar o sujeito a uma maior suscetibilidade de
desenvolver transtornos como, por exemplo, o TEPT.
Em contrapartida, alguns estudos empíricos sugerem que, o TEPT estaria
mais relacionado a natureza do trauma, ou seja, um trauma atual por menor
gravidade que pareça, pode desengatilhar um sentido atribuído a um evento do
passado. Sugerindo assim, que o TEPT tenha uma relação mais direta com a
subjetividade do que com fatores genéticos. Neurologicamente, pesquisas
demonstram que pessoas com TEPT tem redução do volume do hipocampo,
hipoatividade da área de Broca.
O Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT) até a penúltima edição do
DSM, estava incluído nos transtornos de ansiedade. A partir do DSM-5, passou a
figurar na categoria dos transtornos relacionado a trauma e estressores junto com o
transtorno de apego reativo, o transtorno de interação social desinibida, o transtorno
de estresse agudo e o transtorno de adaptação.
No contexto da caracterização dos sintomas, deve-se avaliar que o
surgimento tem que surgir dentro de seis meses após o evento traumático e dentre
os sintomas destaca-se: revivenciar o evento por meio de memorias ou sonhos,
alteração negativa do humor e das cognições, hiper vigilância, alteração do sono,
despersonalização e desrealização.
Dentre as principais linhas de tratamento, está a psicoterapia individual, que
pra o TEPT, deve seguir um protocolo de personalização para cada caso. A atenção
clínica deve estar atenta dentre outros fatores, ao alto índice de risco de suicídio, e
as altas taxas de desistência do tratamento que são apontadas na literatura como de
até 50%, sobretudo, se não houver uma forte aliança terapêutica.
Outro ponto relevante na atenção clínica de pacientes com TEPT, se dá pela
inferência das relações transferências, e que podem interferir no tratamento e gerar
mecanismos contratransferências. Estudos apontam pelo menos quatro tipos, que
são elas: a transferência da figura de trauma para o terapeuta, a transferência de
memórias de trauma para o contexto do tratamento; a transferência de funções
intrapsíquicas distorcidas pelo trauma para o terapeuta; e a transferência do senso
de onipotência para o terapeuta
A perspectiva terapêutica que vem apresentando maior validade de respostas
para o TEPT é a Terapia Cognitivo-comportamental (TCC), interpessoal, dinâmica e
eclética. A validade dessas respostas é mais bem observada na TCC, devido sua
proposta técnica de confrontação do paciente com suas memórias traumáticas, com
suas cognições e crenças distorcidas.
Para o tratamento do TEPT de subcategoria dissociativa, as terapias
ancoradas no método de abordagem psicodinâmica, tem apresentado boas
respostas. Nessa categoria de TEPT, ocorre uma supermodulação emocional, em
função de uma inibição dos sistemas pré-frontal e límbico. Estudos demonstraram
que o uso de terapia dinâmica tem demonstrado melhoria na redução dos sintomas
evitativos, enquanto que a hipnoterapia e dessensibilização sistêmica apresentaram
melhores respostas na redução dos sintomas intrusivos.

Critérios diagnósticos

Os critérios diagnósticos a devem ser aplicados em adultos, adolescentes e


crianças acima de 6 anos de idade e apresentar um ou mais de cada sintoma. Aos
menores de 06 anos serão considerados com algumas observações.
A .Exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou
violência sexual nas seguintes formas: quando vivenciar diretamente o evento
traumático, testemunhar pessoalmente o evento traumático ocorrido com outras
pessoas. Saber que o evento traumático ocorreu com familiar ou amigo próximo em
casos concretos de ameaça de morte o evento deverá ser violento ou acidental.
Quando o indivíduo for exposto repetida e extrema a detalhes aversivos do trauma,
neste caso relacionados ao trabalho como nos casos de socorristas e policiais.
Quando em crianças menores de 06 anos saber que o evento traumático ocorreu
com pai /mãe ou cuidador.

B. Sintomas que ocorrem após a exposição do evento traumático. Entre


os sintomas estão as lembranças intrusivas, angustiantes, recorrentes e
involuntárias do evento traumático, em crianças acima de 06 anos podem brincar
com temas que onde são expressos temas do evento e nas menores de 06 anos as
lembranças instrutivas podem não serem angustiantes e serem expressas em
reencenação em brincadeiras.
Apresentam sonhos angustiantes relacionados ao evento traumático e em
crianças podem haver pesadelos sem conteúdo identificados. Ocorrem reações
dissociativas ,o indivíduo que perde a noção do ambiente e age e sente como
estivesse ocorrendo o evento. Em crianças ocorre nas brincadeiras e nas menores
de 06 anos ainda ocorre a perda completa da percepção do ambiente ao seu redor.
Apresentam sofrimentos psicológicos e reações fisiológicas intensos e prolongados
ocorrem quando expostos a sinais que lembrem o evento traumático.
C. Evitação ou esforços que ocorrem após o evento traumático para evitar
recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes e lembranças externas que
provoquem recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca de ou
associados de perto ao evento traumático.
D. Alterações negativas em cognições e no humor associadas ao evento
traumático começando ou piorando depois da ocorrência caracterizado na
incapacidade de recordar algum aspecto importante do evento traumático devido a
amnésia dissociativa, tem crenças ou expectativas negativas persistentes e
exageradas a respeito de si mesmo, dos outros e do mundo .Cognições distorcidas
persistentes a respeito da causa ou das consequências do evento traumático que
levam o indivíduo a culpar a si mesmo ou os outros. Apresenta estado emocional
negativo persistente e a incapacidade de sentir emoções positivas, interesse
diminuída em atividades significativas ,sentimentos de distanciamento e alienação
em relação aos outros. Em crianças menores de 06 anos esses sintomas estão
associados no critério de evitação.
E. Alterações marcantes na excitação e na reatividade associadas ao
evento traumático, evidenciado por dois (ou mais) dos seguintes aspectos
comportamento irritadiço e surtos de raiva sem que haja provocação expressos sob
a forma de agressão verbal ou física, comportamento imprudente ou autodestrutivo,
hipervigilância , resposta de sobressalto exagerada, problemas de concentração e
perturbação do sono. Em crianças menores de 06 anos esses sintomas estão
associados no critério alterações negativas .
F. A perturbação nos critérios B,C,D e E dura mais de um mês. Em crianças
menores de 06 anos esses sintomas estão associados no critério Alterações
marcantes.

G- A perturbação causa sofrimento e prejuízo social, profissional e áreas


importantes da vida do indivíduo, não se deve aos efeitos fisiológicos de uma
substancia
CARACTERISTICAS DIAGNÓSTICAS
São baseadas na apresentação de um ,dois ou mais sintomas apresentado
nos critérios diagnósticos , e que que podem predominar em alguns sintomas mais
em alguns indivíduos do que em outros.
Doenças potencialmente fatal ou de uma condição debilitante não são
consideradas como evento traumático.
Há características associadas que auxiliam o diagnóstico, no caso de crianças
que sofreram abuso sexual podem passar a ter pseudo alucinação auditiva, escuta
dos próprios pensamentos ditos em voz alta em uma ou mais vozes, em geral
apresentam dificuldades na regulagem de suas emoções e manter relacionamento
estáveis e sintomas dissociativos.
O desenvolvimento do TEPT pode ocorrer em qualquer idade a partir do
primeiro ano de vida ,e seus sintomas se manifestam dentro dos primeiros três
meses depois do trauma ,podendo se manifestar tardiamente chamado de
“expressão tardia “.No início os sintomas satisfazem os critérios ,o tempo varia
ocorrendo a recuperação completa em 03 meses até duração dos sintoma até 12
meses e as vezes por mais de 50 anos

Fatores de risco e Prognóstico


Pré- traumáticos: Temperamentais que incluem problemas emocionais na
infância, ambientais incluem status sócio econômicos, baixo grau de instrução,
exposição anterior ao trauma características culturais e genéticos e fisiológicos que
incluem gênero feminino, alguns genótipos podem promotores do risco de
desenvolver TEPT.
Fatores Peri traumáticos: Ambientais incluem gravidade do trauma, lesão
pessoal, violência interpessoal
Fatores pós-traumáticos: Temperamentais incluem avaliações
negativas e ambientais incluem a exposição de eventos que tragam lembranças ao
trauma repetidas vezes
Questões diagnóstica relativas a cultura o risco de TEPT pode diferir entre
grupos culturais em variação da exposição traumática, desde não realização do
funeral após mortes em massa, morar entre criminosos não punidos em contexto
pós conflito, estresses de aculturação em imigrantes
Riscos de suicídios casos de abusos infantil aumentam o risco de suicídio
de uma pessoa. O TEPT está associado a ideação e tentativas de suicídio.
TEPT está associado a níveis elevados de incapacidade funcionais sociais,
profissionais e físicas e profissionais.
O TEPT faz diagnostico diferencial com transtorno de adaptação, outros
transtornos e condições traumáticas, Transtorno de estresse agudo, Transtornos de
ansiedade e transtornos obsessivo compulsivo, Transtorno depressivo maior,
Transtornos dissociativos, Transtornos conversivo, Transtornos psicóticos e Lesão
cerebral traumática.

Referências

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION - APA. Manual diagnóstico e


estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014.

GABBARD, G. Transtornos relacionados a traumas e a estressores e


transtornos dissociativos. In: Psiquiatria Psicodinâmica na prática clínica. Porto
Alegre: Artmed, 1992

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