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UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO


PEDAGOGIA

EDUCAÇÃO PARA VALORIZAÇÃO DO


MULTICULTURALISMO NAS MATRIZES HISTÓRICAS
E CULTURAIS BRASILEIRAS

2021
Tema Contemporâneo Transversal previsto na Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) – Educação
Para Valorização do Multiculturalismo nas Matrizes
Históricas e Culturais Brasileiras

Projeto apresentado no 7º semestre do


curso de licenciatura em pedagogia.

2021
Sumário
Introdução......................................................................................................................4

Uma reflexão sobrea atuação do pedagogo frente ao trabalho desenvolvido em

comunidade sobre as concepções de multiculturalismo..............................................5

Projeto de Intervenção Interdisciplinar..........................................................................8

Considerações Finais..................................................................................................10

Referencias bibliográficas...........................................................................................11
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INTRODUÇÃO

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter


normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens
essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e
modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus
direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua
o Plano Nacional de Educação (PNE). É responsabilidade das escolas garantir que
seus alunos receberão, em sala de aula, as competências gerais estabelecidas pelo
documento. Dessa forma, o cenário educacional nacional se torna mais justo e
igualitário para todas as crianças.
Para que os alunos de todo o país tenham acesso a uma formação integral,
o Ministério da Educação (MEC) definiu que as instituições de ensino devem
incorporar em seus planos pedagógicos os temas transversais, como ética, saúde,
meio ambiente, orientação sexual, trabalho, consumo, pluralidade e cultura. O
interessante é que os temas transversais não estão relacionados a uma ou outra
disciplina específica: eles são pertinentes para o aprendizado de diferentes áreas,
contribuindo para a formação integral dos alunos.

O tema abordado neste PTG (Produção Textual interdisciplinar em Grupo)


será elaborar um projeto de intervenção voltado as crianças dos anos iniciais do
ensino fundamental e a comunidade em torno da escola com a finalidade de
integração com a novidade inserida nas salas de aulas a partir de 2021.
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Uma reflexão sobrea atuação do pedagogo frente ao trabalho


desenvolvido em comunidade sobre as concepções de
multiculturalismo

O multiculturalismo é um tema atual que está presente nas discussões em


que trata a formação docente, visto que a sociedade tem demonstrado
preocupações com perspectivas inclusivas às diversidades. Este trabalho enfoca a
problemática da diversidade cultural nas escolas, as consequências dessa interação
de culturas bem como os desafios que se colocam aos professores. Aborda as
estratégias que os Professores podem utilizar ou já utilizam em relação às suas
práticas educativas para facilitar uma maior integração de alunos de diversas
origens culturais nos estabelecimentos de ensino. Um conhecimento aprofundado da
escola e do meio em que está se insere, deve ser o princípio para garantir uma boa
educação multicultural, onde a informação relativa aos alunos dessa escola possa
ser utilizada na organização da mesma, valorizando a pedagogia diferenciada e a
flexibilidade curricular, imprescindíveis para a aprendizagem e sucesso escolar
pretendidos pelos docentes e pela própria escola.

O multiculturalismo é um tema muito atual e pertinente, tanto na sociedade


como na escola. O multiculturalismo se transformou em uma ideologia escolar. Com
a rapidez de informações e a facilidade no que diz respeito à interação entre os
indivíduos, que caracterizam o mundo globalizado, as relações interetnicas vêm
sendo estabelecidas e repercutindo no ambiente escolar. No Brasil, o interesse pelo
tema nas escolas cresce conforme as orientações e reformulações pelas quais
passam a Educação Básica e apontam para uma concepção de currículo que
considere o caráter multicultural da nossa sociedade (CANDAU, 2005). No contexto
político brasileiro observa-se a abordagem do princípio fundamental da dignidade da
pessoa humana, sob a ótica do multiculturalismo, expressamente previsto no artigo
1o, inc. III, da Constituição Federal de 1988, entre outros capítulos, que também
abordam a questão da diversidade. As políticas públicas, recentemente
implementam diretrizes legais e parâmetros curriculares que incorporam a
diversidade cultural e/ou linguística e que trazem, para o interior da escola questões
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antes silenciadas ou dissimuladas, visto que segundo Silva e Brandim (2008), o


Brasil, era acostumado a representar-se com a imagem de paraíso racial, de
“harmoniosa” convivência inter-racial, quando na verdade sempre escondeu ou
omitiu as dores e sofrimentos de grupos culturais como os negros e indígenas,
vítimas da miséria e da opressão branca.

A educação constitui um dos principais mecanismos de transformação de


pensamentos e posturas. Na realidade brasileira a escola deveria ser um ambiente
estimulador de valores e hábitos que respeitassem as características e as diferenças
de cada grupo sociocultural que compõe nosso país. Ademais, uma das
possibilidades para acabar com as desigualdades educacionais do Brasil está em
enfrentá-las e trabalhá-las dentro do próprio ambiente escolar. Contudo, notamos
que a escola, como ela está posta, não tem conseguido acabar com a naturalização
do preconceito e da desigualdade. A escola deve ser lugar de debates, reflexões e
diálogo, ela deve ser um ambiente multicultural.

Diante deste cenário, o docente tem um papel muito importante a


desempenhar neste âmbito intercultural, pois a sua atitude, prática e formação
influenciam no processo educativo, podendo favorecer ou mesmo criar obstáculos
ao desenvolvimento cognitivo, social e 16394 emocional dos alunos como também
ao desenvolvimento de competências e capacidades de cada um.

De acordo com Moreira e Candau, (2003, p. 161), “a escola sempre teve


dificuldade em lidar com a pluralidade e a diferenças. Tende a silenciá-las e
neutralizá-las. Sente-se mais confortável com a homogeneização e a padronização”.
No entanto, abrir espaços para a diversidade, a diferença e para o cruzamento de
culturas constitui o grande desafio que está chamada a enfrentar.

Falar sobre a diversidade e tentar incluí-la nos currículos implica


consequentemente na compreensão e no reconhecimento das lutas, das
reivindicações e as necessidades de determinados grupos que de certa forma estão
ou estavam curricularmente esquecidos ou desconsiderados. Para Gomes:

“Por isso, a inserção da diversidade nos currículos implica compreender as


causas políticas, econômicas e sociais de fenômenos como etnocentrismo, racismo,
sexismo, homofobia e xenofobia. Falar sobre diversidade e diferença implica
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posicionar-se contra os processos de colonização e dominação. É perceber como,


nesses contextos, algumas diferenças foram naturalizadas e inferiorizadas sendo,
portanto, tratadas de forma desigual e discriminatória. É incorporar no currículo, nos
livros didáticos, no plano de aula, nos projetos pedagógicos das escolas os saberes
produzidos pelas diversas áreas e ciências articulados com os saberes produzidos
pelos movimentos sociais e pela comunidade (2008, p. 25).”

É preciso que a diversidade seja incorporada nas propostas curriculares e


metodológicas das escolas. Consequentemente é preciso superar as condições
curriculares que consideram a diversidade, mas que hierarquicamente a colocam em
uma condição de segundo plano. Sua incorporação não deve acontecer também
como um modismo, mas sim ser compreendida ideologicamente e politicamente pela
educação.

A preocupação escolar entorno desta questão, deve ser a de considerar as


diversas manifestações culturais, e construir uma ponte entre estas e a realidade do
cotidiano dos alunos. Abordar desta forma a cultura e a diversidade é dar
oportunidade de voz e vez a cada sujeito, é colocá-los a par de reflexões acerca das
multiplicidades e do próprio “eu”. Trabalhar tais conteúdos, embutidos em valores,
em representações e práticas sociais é trabalhar a própria realidade, é realizar o que
tanto se defende na educação: atribuir significado ao aprendizado e possibilitar a
humanização do processo educativo.

O multiculturalismo é o reconhecimento das diferenças, da individualidade,


“do jeito de ser” de cada sujeito. No Brasil, o convívio multicultural não deveria
representar uma dificuldade, afinal, nosso país é resultado de uma mistura híbrida
entre negros, brancos e índios, cada um com seus costumes, seus valores, seu
modo de vida, e forma de adapta-se umas às outras. Para tanto, para viver esse
multiculturalismo é preciso que se reconheça e se respeite as diferenças próprias de
cada indivíduo. O reconhecimento da diferença é ponto de partida para que se
estabeleça uma convivência igualitária e justa entre os sujeitos. O multiculturalismo,
como campo teórico, se constitui numa tentativa de compreender o processo de
construção das diferenças dentro da diversidade cultural que se apresenta em
sociedades plurais. Trata-se, portanto, de um currículo de caráter inclusivo e
emancipatório, traçado entre lutas e reivindicações.
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Projeto de Intervenção Interdisciplinar


Educação Para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e
culturais brasileiras

PLANO PARA O PROJETO


TEMA DO PROJETO:O MULTICULTURALISMO E SUA IMPORTÂNCIA NA
EDUCAÇÃO INFANTIL

JUSTIFICATIVA:
A potencialização do trabalho com a realidade do aluno para que assim o
mesmo venha a se inserir dentro da sociedade como um cidadão de bem.
OBJETIVOS:
Abordar a questão do conhecer, do interagir, do descobrir, do crescer,
bem como o estudo da diversidade existente e suas particularidades.
GERAL:
Desenvolver habilidades sociais e criticas, estimular o interesse nos
desafios globais e percepção do mundo através do outro.
ESPECÍFICOS:
Transformar através da educação o mundo em que essas crianças estão
inseridas, ensinar que fazem parte dessa realidade e que contribuem para uma
sociedade mais justa e igualitária.
METODOLOGIA:
I. Apresentar aos alunos a proposta de projeto;
II. Comunicar regras e limites;
III. Contextualizar as matérias abordadas em conjunto;
IV. Dar início as interações;
V. Construir um momento de reflexão de todo material abordado.

RECURSOS:
Projeto I – De onde vem minhas tradições?
Ano: Ensino Fundamental (1º ao 5º ano)
Objetivo: conhecer a origem familiar e os costumes
Habilidades: comparar costumes e tradições das populações, no bairro e entre as
famílias das crianças, reconhecendo a importância do respeito.
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Atividade: Responder Questionário


1. De onde vieram seus familiares?
2. Existe algum habito que foi passado de geração em geração na sua família?
(comida, festa, coleção)
3. Após a apresentação dos colegas, qual tradição diferente você mais gostou?
4. Existe alguma tradição em nossa escola

AVALIAÇÃO:
Será através de questionário participativo, onde cada aluno deverá escrever
seu ponto de vista em relação aos costumes e tradições que mais o envolveram;
1. Qual tradição você mais gostou?
2. Qual tradição você queria que todos tivessem?

3. No seu bairro tem alguma tradição?


4. O que você faria se pudesse começar uma tradição hoje?

REFERÊNCIAS:
SIQUEIRA. Eliane, Nova Escola, 09 de abril de 2021,
https://novaescola.org.br/plano-de-aula/5752/de-onde-vem-minhas-tradicoes
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nossa sociedade vive um tempo histórico de profundas transformações, nos


modelos de convivência e coexistência de diversas culturas, num mesmo território O
aluno do Século XXI precisa de se desenvolver de forma global, por isso o processo
de ensino-aprendizagem deve acontecer de forma global – que contemple os
aspetos cognitivos, afetivos, socioculturais e da comunicação. A interação do sujeito
com o ambiente, com as experiências de vida e com a cultura são fundamentais. O
professor deve ser uma agente da mudança devendo, por isso, deve estar ciente do
seu papel perante a nova realidade, social, tecnológica e cultural.

A influência do “mundo global” leva a que o professor esteja preparado para


saber lidar com esse desafio. Os conteúdos tem que ser dados, mas deve procurar
que isso aconteça de forma motivadora, a escola deve ensinar a que o aluno crie o
seu próprio conhecimento, ajudá-lo a pesquisar e a saber “organizar” essa
informação. O professor deve, assim, utilizar metodologias diferenciadas no sentido
de motivar o aluno.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOURDIEU, PIERRE. A economia das trocas simbólicas. 5. ed. São Paulo: Perspectiva,
2004. Escritos de educação. Rio de Janeiro: Vozes, 1998.

CANDAU, V. M. F. Multiculturalismo e educação: desafios para a prática pedagógica. In:


MOREIRA, A.F.B. e CANDAU, V.M. (Orgs.). Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas
pedagógicas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

FREIRE, P. Educação e mudança. 24 Editora, Rio de Janeiro, Brasil. HALL, Stuart. A


identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A,1999.

GOMES, Nilma Lino. Indagações sobre currículo: diversidade e currículo / organização do


documento Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. –
Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.

HANZE. Amélia, O principio da interdisciplinaridade da transversalidade, Brasil escola,


Disponivel em <https://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/o-principio-da-
interdisciplinaridade-transversalidade.htm> acessado em nove de abril de 2021.

SOPHIA, Gestao Escolar, disponivel em


<https://www.sophia.com.br/blog/gestao-escolar/saiba-qual-e-o-papel-dos-temas-
transversais-na-educacao> acessado em nove de abril de 2021.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, BNCC, disponível em


<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase> acessado em nove de abril de 2021.

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