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22-Aug-19

Reino Unido
63,4%
EUA
67,3%

Japão 24,2%

Ana Paula Hayashi


Doutoranda e Mestre em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP
Membro do Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada & Nutrição da USP
Brasil 54,1%
Bacharel em Nutrição e Especialista em Obesidade, Emagrecimento e Saúde pela UNIFESP
WHO, 2014

1 2

- a cada ano são 1 milhão de novos casos de obesidade no país


- a cada 15 anos dobra a taxa de casos de obesidade
(Ministério da Saúde)

Fontes: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Estudo Nacional da Despesa Familiar 1974-1975 e Pesquisa Fontes: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Estudo Nacional da Despesa Familiar 1974-1975 e Pesquisa
de Orçamentos Familiares 2008-2009; Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição, Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição 1989. de Orçamentos Familiares 2008-2009; Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição, Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição 1989.
(1) Exclusive as áreas rurais das Regiões Norte e Centro-Oeste. (2) Exclusive a área rural da Região Norte. (1) Exclusive as áreas rurais das Regiões Norte e Centro-Oeste. (2) Exclusive a área rural da Região Norte. IBGE,2010

3 4

“Genes poupadores” “Derivação genética”


Visão adaptativa Visão não adaptativa
➢ American Journal of Human ➢ John Speakman (2007)
Genetics - Neel et al. (1962)

5 6

1
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Fatores
Hábitos genéticos e
alimentares ambientais

Fatores
Sedentarismo culturais e
sociais

Fatores Alterações
psicológicos e metabólicas
emocionais

7 8

▪ Desempenho Esportivo
COMO SABEMOS QUE O
▪ Estética PACIENTE PRECISA
EMAGRECER?
▪ Saúde

9 10

Indivíduo A Indivíduo B Indivíduo C


Classificação IMC (Kg/m2) Risco de comorbidades Peso: 108 kg Peso: 103 kg Peso: 110 kg
Estatura: 1,80 m Estatura: 1,75 m Estatura 1,77 m
Baixo peso < 18,5 Baixo*
IMC: 33,33kg/m² IMC 32 kg/m² IMC: 35 kg/m²
Normal 18,5-24,9 Médio
5% GC 19% GC 30% GC
Sobrepeso 25 – 29,9 Aumentado

Obesidade classe I 30 – 34,9 Moderado

Obesidade classe II 35 – 39,9 Severo

Obesidade classe III  40,0 Muito severo

* Risco para doenças infecciosas, tuberculose, alguns tipos de câncer, doenças respiratórias e digestivas

É o suficiente?
11 12

2
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(ABESO, 2010)

13 14

Grupo Sexo Circunferência abdominal (cm)

Europeus Homem ≥ 94
Mulher ≥ 80
Sul-asiáticos Homem ≥ 90
Mulher ≥ 80
Chineses Homem ≥ 90
Mulher ≥ 80
Japoneses Homem ≥ 85
Mulher ≥ 90
Centro e sul- Usar medidas sul-asiáticas até que estejam
americanos disponíveis referências específicas
Africanos sub-saarianos Usar medidas europeias até que estejam
disponíveis referências específicas
(ABESO, 2010)
International Diabetes Federation (2005)

15 16

Homens Mulheres

ALTO
RENDIMENTO Considerações específicas

Ackland et al. 2012

17 18

3
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▪ Esportes gravitacionais
Atletismo com saltos, saltos de esqui, ciclismo, corrida longa distância,...

▪ Esportes com categoria de peso


Esportes de combate, levantamento de peso, remo, ...

▪ Esportes estéticos
Ginástica artística, patinação artística, nado sincronizado, ...

(Sundgot-Borgen et al. 2014)

19 20

Existe peso ou %GC ideal?

21 22

Teddy Riner Rafael Silva

23 24

4
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▪ Emagrecimento = melhora de desempenho para o atleta?


ESTÉTICA
▪ Nível do atleta (atleta vs. fisicamente ativos)
E Qual o nosso papel como
profissionais da saúde?

▪ Sempre reduzir %GC?


SAÚDE
▪ Esportes com categoria de peso: peso ou emagrecimento?

25 26

27 28

A cada +5kg/m² no IMC, aumenta em 30% taxa


de mortalidade geral ✓ R$166 milhões/ano – doença isquêmica do
coração
Associado a outros fatores de risco, essa taxa
aumentou: ✓ R$ 30 milhões/ano – Câncer de mama
➢ 40% doença vascular
➢ 60 a 120% diabetes ✓ R$ 27 milhões/ano – DM
➢ 10% neoplasias
✓ R$ 32 milhões/ano – Cirurgias Bariátricas pelo
Redução de expectativa de vida: SUS
IMC >30kg/m² e <40kg/m²: 2 e 4 anos
IMC >40kg/m²: 8 e 10 anos

Tese de doutorado Michele Lessa – Universidade de Brasília (2013)

29 30

5
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Insulina
90% dos DM2
apresentam excesso 100 x Glicose
de gordura corporal IR α α

Membrana plasmática
β β

p p
Tirosina p IRSs
PI3q

Homens Mulheres Akt


Serina p GLUT-4
Sharma & Chetty (2005)

31 32

Citocinas
Insulina
inflamatórias

Ácidos graxos
IR Glicose IR
α α α α
β β β β
Membrana plasmática Membrana plasmática

↑ fosforilação em ↓fosforilação em Genes


↑ Acil-CoA serina do IRS-1 IRS-1 tirosina do IRS-1 JNK IRS-1 inflamatórios Citoplasma
↑ DAG ↓Fosforilação em
PI3q ↓ativação da PI3q IKK tirosina do IRS-1 Ativação do NFƙB
↑ Ativ de ↓ativação da Akt GLUT-4 IƙB
Akt
Serina/Treonina quinase Degradação Núcleo
(IKKβ e JNK)

33 34

Decréscimo
do estado
energético
Insulina celular

Exercício físico IR Glicose


α α
β β
Membrana plasmática

p
PTP- p IRS-1
1B AMPK
PI3q
IKK
p Akt
JNK GLUT-4

35 36

6
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• 3234 pessoas com intolerância à glicose (média IMC:34kg/m²)


GRUPOS
PLACEBO METFORMINA MUDANÇA ESTILO DE VIDA
800mg – 2x/d -7% peso corporal
Nutrição
Min 150min exercício/semana

↓31% incidência DM ↓58% incidência DM

• Mudança no estilo de vida mais efetiva em prevenir o desenvolvimento de DM2

37 38

RISCO CARDIOVASCULAR
fígado

vesícula biliar

IMC foi associado


com 17 dos 22 tipos

Manson et al (1995)

39 40

TECIDO ADIPOSO É
TUDO IGUAL?

41 42

7
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PROTEÍNA MITOCONDRIAL (UCP-1)


"TRANSFORMAR" A ENERGIA ACUMULADA EM CALOR
Tecido subcutâneo possui

✓ Não apresenta o complexo enzimático


necessário para a síntese de ATP

✓ Calor é gerado a partir da energia liberada


pela oxidação de AG

✓ Proteína desacopladora (UCP-1)

✓ Catalisa um vazamento de prótons do


espaço intermembranas para a matriz
mitocondrial, contra o seu gradiente de
concentração

✓ Dissipa energia contida no gradiente


BRANCO (unilocular) MARROM (multilocular)
eletroquímico que seria utilizada para
“reserva energia” “queima energia” sintetizar ATP

43 44

Risco coronariano:
>102cm H e >88cm M

Cintura/quadril:
>0,9 H e >0,8 M

45 46

O tamanho dos estoques de gordura variam muito


(5-60% do peso corporal total)

Subcutâneo
>80% TA

Independente Correlação com


complicações metabólicas

Visceral

10-20% Homens
5-10% Mulheres

47 48

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Distribuição de gordura influenciada por


- hormônios (testosterona vs. estrogênio)
- genética

Visceral vs. Subcutânea


→ DMII, DCV e Câncer

Subcutânea abdominal vs. coxo-femoral


→ Resistência à insulina

49 50

51 52

Há pessoas obesas que não


apresentam anormalidades
metabólicas!
TECIDO ADIPOSO É
TUDO IGUAL?

▪ Todos os obesos são iguais?

▪ Existe obeso saudável?

Bluher M (2012)

53 54

9
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✓Hipertensão
✓Diabetes
10 a 45% (Gonçalves et al, 2016)
✓Glicemia e insulinemia de jejum
✓Inflamação low-grade
Por que tanta discrepância? ✓Dislipidemia

Geral: até 2 fatores de risco

(Velho et al 2010, Eur J Clin Nutr)

55 56

Circunferência da cintura elevada ≥ 85 cm M; 90 cm H

Hipertensão PA > 130/85 mmHg

Glicemia ≥110mg/dL

HDL <40mg/dL

Rey-Lopez et al 2014, Obes Rev

57 58

Hipótese:

➢ Jeito mais saudável para acumular


gordura seria atraves da expansao de
gordura subcutanea Gordura Gordura
Subcutânea Visceral
Células brancas e Células brancas e
beges grandes
➢ mas quando esta capacidade é
Estimuladas pelo Perfil inflamatório
diminuida ou perdida, é preciso frio e exercício e risco
recorrer a outros compartimentos aumentado para
doenças

➢ doenças metabólicas acontecem

59 60

10
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Hipótese:
Após atingir limiar de armazenamento dos adipócitos
→ lipotoxicidade e liberação de adipocinas. ➢ Adipocitos mais afastados dos vasos sanguíneos

➢ Menos irrigados

➢ Hipóxia estimula a presença de citocinas e


quimiocinas para reverter e atrair macrófagos

➢ Cross-talk = ciclo vicioso

Normal Alterações metabólicas

61 62

63 64

88 cm

10 a 45% (Gonçalves et al, 2016)

OBESOS METABOLICAMENTE EUTRÓFICOS METABOLICAMENTE


SAUDÁVEIS ALTERADOS

HOMENS
29,2% 30,1%
MULHERES
35,4% 21,1%
(Wildman et al., 2008)

Zhang et al (2008)

65 66

11
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UM OBESO PODE SER


➢ Etapa transitória?
SAUDÁVEL????
➢ 50% obesidade metabolicamente saudável alteração (10 anos)?

➢ Comparação com eutróficos metabolicamente alterados

➢ Comparação com eutróficos metabolicamente saudáveis

(Muñoz-Garach et al, 2016)

67 68

TENTAR MUDAR O FOCO ...

69 70

“Fat phobia”

71 72

12
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Hiperplasia
ADIPOGÊNESE
 número de células

Hipertrofia
LIPOGÊNESE  volume das células
Acúmulo de TG

Atrofia
LIPÓLISE  volume das células
 de TG
obesity reviews (2011)

73 74

ADIPÓCITOS L-CARNITINA
TG

75 76

CoASH
Ácidos Graxos Acil-CoA graxo

Para fornecer AG para


Membrana Acil-CoA outros tecidos, o TAG
mitocondrial CPT I sofre hidrólise pela LHS
Sintetase
externa

Carnitina Acilcarnitina

Membrana Acil-
carnitina
mitocondrial
Translocase
interna
CPT II

Matriz
mitocondrial
β-oxidação Acil-CoA CoASH

77 78

13
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ADIPÓCITOS L-CARNITINA
TG

➢ 28 estudos com mais de 29 mil pacientes

➢ orlistat, lorcaserina, naltrexona + bupropiona, pentamina + topiramato e liraglutida

➢ Sucesso tratamento = 10%PC


Pessoas que atingiram a meta:
- 9% Placebo
- 54% pentamina+topiramato
- 20-34% demais

➢ MÉDIA DE PERDA DE PESO DEPOIS DE 1 ANO = 4,9KG → 400G POR MÊS

79 80

▪ É fácil que eles tenham ação?


▪ Promovem de fato o emagrecimento?
→ Qual a melhor estratégia?
▪ Riscos?
▪ Curto ou Longo prazo?

81 82

▪ Tipo
▪ Intensidade
▪ Duração

83 84

14
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✓ 24 sujeitos

✓ Eutróficos, obesos e obesos diabéticos tipo II

✓ 13 semanas de treinamento físico aeróbio

✓ 5x/semana – 60 min a 60% do VO2 pico

Lee et al (2005)
Lee et al (2005)

85 86

✓ Nenhuma alteração do peso corporal

✓ Não houve dieta associada!!

✓ Perda de 6% da adiposidade

✓ Redução visceral (17%)

Lee et al (2005)

87 88

89 90

15
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Quem é
essa
pessoa?

Ross & Janiszewski (2007)

91 92

Aeróbio Força

▪ Capaz de promover o ▪ Alto gasto energético?


emagrecimento
▪ Redução de peso?
▪ Tempo
▪ Preservação/aumento MM
▪ Se a restrição energética for muito
▪ Aumento TMB
grande (> 700 Kcal/d), o exercício
não consegue preservar a MM
LIPÍDIOS

(Van Loon 2004)

93 94

✓ 27 mulheres obesas
▪ Tempo sedentário Vs. Risco metabólico ✓ 16 semanas (400 Kcal/sessão – 5x/semana):
• Controle

▪ Há risco metabólico se houver muito tempo sedentário, • Baixa intensidade


mesmo se atingir os 150 min exercício moderado/sem • Alta intensidade
(Center for Disease Control’s Physical Activity Guidelines for Americans) ✓ Pequena alteração do PC

Controle Baixa Alta


▪ Melhora dos níveis sanguíneos: Lipídios e glicose intensidade intensidade

Irving et al (2008)
(Owen et al 2010 e Matthews et al. 2012)

95 96

16
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sedentários 19,2km/sem 19,2km/sem 32km/sem ▪ Mulheres eutróficas e saudáveis!


40-55% VO²max 65-80% VO²max 65-80% VO²max

▪ 3x/sem - 15 semanas

▪ Mesmo Gasto Energético por sessão de treino


HIIE – 20min/min SSE – 40 min/min
Vs.
sprint 8s x 12s 60% VO2pico

Para discussão:

▪ Qual o benefício desse tipo de exercício?

Corrida ▪ É para todos?

6 meses ▪ Aderência intermitente vs. contínuo

(n=330) ▪ Mais uma estratégia


Trapp et al (2008)

97 98

POSSÍVEIS VANTAGENS ...

✓Maior secreção de catecolaminas – maior efeito na gordura


✓46 obesos sedentários - 12 semanas, mesma dieta (isocalórica) abdominal (?)
✓ Grupos: HIIT, ½ HIIT (calorias) ou MICT (intensidade moderada
✓Melhora mais expressiva da capacidade cardiorrespiratória
e contínuo) – 3x por semana

✓Mesmo gasto energético durante exercício em menor tempo


✓ Redução Gordura Corporal, CC, PC, aumento de MM, melhora
cardiovascular
✓Maior adesão ao treinamento – menor monotonia, menor tempo da
SEM DIFERENÇAS ENTRE OS GRUPOS sessão (impacto)
KING et al (2016)

99 100

EXISTE UM EXERCÍCIO Restrição energética pela dieta


→ Queda de 6 a 40% da TMB

IDEAL PARA O (Weyer et al, 2000)

EMAGRECIMENTO? ✓

Aumento do gasto energético total
Maior perda da massa gorda
✓ Aumento ou preservação da massa magra
✓ Manutenção do peso

101 102

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Recordatório Habitual
Café da manhã: 1 fatia de pao integral com
requeijão (ou c 2 fatias de peito de peru e
queijo) + 80ml de café com leite
Lanche da manha: fruta ou iogurte ou as vezes
só toma café. Sente fome.
Almoço: 3 colheres de sopa de arroz, 1
concha de feijão (não todos os dias) + 1 file
▪ Mulher, 38 anos, possui uma filha de 9 anos médio de frango + ¼ de prato de legumes.
Tem vontade de comer doce.
▪ Objetivo: emagrecimento
Lanche da tarde: as vezes come frutas secas
▪ Faz funcional 2x por semana (sem quantidade certa)
Jantar: igual almoço
▪ GE = 2396.93 Kcal
▪ 1,64m 54kg 25% gordura corporal

Subescapular Biceps Triceps Peitoral Axilar Abdominal Supra ilíaca Supra espinal Coxa Panturrilha Soma das
Dobras (Axilar) dobras
9 8 15 5 11 17 11 15 25 15 131

Peitoral Biceps D Biceps E Biceps D Biceps E AbdominalCintura Coxa D Coxa E Pant D Pant E Quadril
Circunferências contraido contraido
83.5 26 26 26.5 26.5 78.5 67 51.5 50.5 34.5 33.5 96

103 104

▪ Controle Vs. Dieta Vs. Exercício Vs. Exercício sem perda de peso
▪ Déficit de 500kcal
▪ ↓6,5% peso: Dieta = Exercício

105 106

X
500 Kcal/d Ross et al (2000)

Alimento e
Exercício Déficit 700 Kcal/d
Quanto seria? dieta ou exercício físico

Perda de 7,6 Kg PC
10Km 500Kcal
em 3 meses

Não houve diferença DÉFICIT ENERGÉTICO DE 500 A 1000 Kcal/d


entre os grupos ATIVIDADE FÍSICA – 60 a 180 min/dia em intensidade
moderada a intensa

7 A 21 horas/sem!
107 108

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Compensação
exata da
ingestão
energética

Compensadores x Não compensadores


(Hopkins et al, 2010) (Hopkins et al, 2010)

109 110

PAPEL DO EXERCÍCIO FÍSICO

Efeito na manutenção do peso perdido

Para minimizar o reganho é necessário:


80 min/d exercício moderado
ou 35 min/d exercício vigoroso

Wandde et al (1993)
Schoeller et al (1997)

111 112

“Marque qual você considera ser o consumo saudável e necessário para


cada um destes alimentos”

1) Açúcar
2) Pães
3) Arroz
4) Batata frita Respostas:
5) Carne branca
6) Carne Vermelha
A. Consumir habitualmente
7) Feijões B. Consumir raramente
8) Frutas C. Não consumir
9) Legumes e verduras
10) Leite integral
11) Macarrão
12) Queijos
13) Óleos

113 114

19
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Ok, precisa de dieta, mas


qual?

Pessoas conseguem controlar seu


próprio peso independente da
genética ou fisiologia.

115 116

Adipócito Pâncreas

Estômago

CENTRO DA CENTRO DA
SACIEDADE FOME
Intestino
Insulina

Leptina GLP-1
PYY
(Duodeno e Jejuno)

Grelina

CCK

Hipotálamo Núcleo do trato solitário

117 118

HIPOTÁLAMO

COMPOSIÇÃO DA DIETA
NEUROPEPTÍDEOS OREXÍGENOS NEUROPEPTÍDEOS ANOREXÍGENOS

NPY AgRP POMC CART

Ativação do α-MSH
Jejum Prolongado ↑Grelina
↓Ingestão alimentar ✓ Saciação: ✓ Saciedade:
CHO > proteína > gordura proteína > gordura> CHO

Após Ingestão Rápida absorção + supressão grelina Estímulo da CCK e do GLP-1


↑Leptina e insulina = Saciação = Saciedade
CCK, PYY, GLP-1

119 120

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➢ Adultos com obesidade


✓ Captação de glicose
↑ Insulina ✓ Estimula armazenamento pelo TA
➢ 1 semana em unidade metabólica (controle de ingestão e GE)
✓ Inibe utilização de gordura pelo TA ➢ Low-carb Vs. Low-fat
➢ Mesma quantidade de Kcal e proteínas
➢ Cross-over

Resultados:
• Low-carb → maior utilização de gordura como fonte energético
• Apesar disso, a perda de gordura corporal foi maior durante a Low-fat
↓ Insulina ✓ Menor armazenamento • Explicação: Mecanismos que regulam a massa adiposa vão muito além da
✓ Maior utilização de gordura
simples secreção de insulina em resposta a alimentação

(Hall el al, 2015)

121 122

COMPOSIÇÃO DA DIETA
IG Beterraba = 91
✓ AIG – queda brusca glicemia FOME
➢ 4 semanas Em 100g de beterraba=10g carboidrato
➢ Low-carb Vs. Low-fat ÍNDICE GLICÊMICO ✓ BIG e MIG Estado de saciedade mais prolongado
➢ Mesma quantidade de Kcal (-300Kcal) e proteínas Então para 50g de carboidrato eu precisaria de 500g
de beterraba
Pão branco ou glicose = 100%

Resultado: 1 colher de sopa = ~21g de beterraba


Alimentos com AIG
• Ambas resultaram em ↓ GC IG> 85
Então para 500g ~24colheres de sopa de beterraba
Alimentos com MIG
IG > 60 e < 80

Alimentos com BIG


(Hall el al, 2016) IG< 60 (Thomas et al, 2007)

123 124

VOLUME E DENSIDADE VOLUME E DENSIDADE

•Distensão do estômago?
↓ 20%
Estudo ↑consumo de água:
Adicionada na preparação
(↓26% consumo energético no almoço)
Vs.
Comida+água (separada/bebida)

•Aspectos cognitivos e sensoriais?

(Rolls et al, 2009)

125 126

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FREQUÊNCIA DAS REFEIÇÕES

✓ Aumento metabolismo, controle glicemia, redução da fome e aumento da


saciedade, redução do peso corporal ????

✓ > 3 refeições ao dia – nenhum efeito na ingestão (apetite/saciedade) ou perfil


hormonal

✓ < 3 refeições ao dia – menor saciedade

✓ Faltam estudos
(Leidy e Campbell, 2011)

127 128

129 130

Dieta Atkins Dieta “balanceada”

Características <20g CHO/d 1200 a 1500 Kcal para mulheres


1500 a 1800 Kcal para homens
25% gordura, 15% proteína, 60% carboidrato
Alterações - 6 meses:Perda de peso 4% maior, LDL diminuiu
mas o déficit energético também foi
maior

- Maior recuperação de peso Baixa Gordura Baixa Gordura Alta Gordura Alta Gordura
Média Proteína Alta Proteína Média Proteína Alta Proteína
20% gordura 20% gordura 40% gordura 40% gordura
15% proteína 25% proteína 15% proteína 25% proteína
65% carboidrato 55% carboidrato 45% carboidrato 35% carboidrato

▪ 811 adultos com sobrepeso


▪ 2 anos acompanhamento
▪ Aos 6 meses: média de -6Kg = 7% peso inicial
(Foster et al 2003, N Engl J Med) ▪ Reganho após 12 meses

131 132

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Cronicamente ➔ BALANÇO
ENERGÉTICO NEGATIVO

(Dansinger et al, 2005)

133 134

- Pacientes perdem cerca de 10% PC

- 2/3 recuperam o peso em até 1 ano

- Quase 100% (ou mais) em até 5 anos

(Kausman, 1998)

135 136

137 138

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• Tem embasamento científico? Dietas restritivas em animais:


• São eficazes na promoção de perda de peso e manutenção do novo peso atingido? ➢↓ GET
• Tem algum efeito sobre a composição do peso perdido (massa gorda vs. massa ➢↓ GER /kg de massa magra
➢Uso mais eficiente da energia dos alimentos na realimentação e
magra)? recuperação de peso
• Qual o efeito sobre o status de micronutrientes, parâmetros metabólicos (glicemia,
sensibilidade à insulina, pressão arterial, lipidemia, etc)? Em humanos:
➢Mulheres obesas – 12 sem dieta líquida (690-830Kcal/dia)
• Elas reduzem o risco de doenças crônicas?
➢↓12,5kg
• Elas afetam a fome, o apetite e o bem-estar psicológico?
➢↓ 26% GER/kg de massa magra
• Quais os efeitos a longo prazo da regulação do consumo e do gasto energético?
• Quais os perigos envolvidos na prática de dietas? (Harrington et al 1983, Physiol Behav; Van Dale et al 1987, Int J Obes; Blanc et
al 2003, J Clin Endocrinol Metab; Hambly et al 2005, Obes Res; )

139 140

Keys et al. (1950): Homens eutróficos


sob restrição alimentar

➢ 6 meses até perderem 25% do peso


corporal

➢ 39% no GER absoluto e de 16% no


GER/kg de tecido metabolicamente ativo
GERA
➢ Após fase de reganho (12 sem):
Peso readquirido na forma de gordura
EPISÓDIOS COMPULSÃO

➢ “obesidade pós inanição” – preferência


do organismo para repor GC (memória
orgânica)

141 142

CICLADORES
Dieta
▪ Em modelo animal: Explicação fisiológica não basta:
↑ da eficiência no armazenamento de energia (maior ganho de peso/kcal consumidas)
▪ Alterações de sinais secretórios são verificados em quem
faz dieta, mas nem sempre quem os têm apresenta
▪ Em humanos: compulsão
→Ex-atletas modalidades que possuem ciclos de alteração no peso: Peso abaixo do
Ganharam mais peso ao longo dos anos Outro ponto falho: compulsão gerada pela restrição é vista
Maior porcentagem de obesos Set-point ▪ em sujeitos que não perderam peso e/ou não fizeram
restrições extremas
→Mulheres pós menopausa:
Maior % gordura
Maior circunferência abdominal
↑ fome fisiológica: ↑ sinais secretórios
Menor GER/kg de peso
Organismo tenta restaurar peso (salivação e secreção de motilina - em resposta à
→ Coorte 15 anos: biologicamente mais viável visão e ao aroma de alimentos)
Fator de risco para todas as causas de mortalidade
↑ Risco DCV ↓ insulina e leptina (sinais de FOME)
(Brownell et al 1986, Physiol Behav; Saarni et al 2006, Int J Obes; Rzehak et al
2007, Eur J Epidemiol; Strychar et al 2009, J Am Diet Assoc)
(Keesey,1980;Nisbett,1972)

143 144

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Se alguém dissesse…
➢ Se somos privados do prazer da comida em um contecto social, ou do conforto que elas
nos dá, leva à sensação de privação emocional

➢ Dieta substitui o CONTROLE INTERNO da ingestão (fome/saciedade) por um


CONTROLE EXTERNO, planejado e determinado cognitivamente, o que pode causar
desregulação no controle normal da ingestão

➢ Esses controles externos também causam frustração (devido a negação dos alimentos
favoritos) e stress (por constantemente se opor a uma necessidade biológica) (Kausman,
2004)

(Keesey,1980;Nisbett,1972)

145 146

Patton et al (2004):
– Dieta requer que a pessoa ignore as pressões internas para regulação do peso corporal Coorte populacional de adolescentes na Austrália
– Dieta aumenta a preocupação sobre os alimentos Dieta restritiva severa ↑18x o RR de desenvolver TA
– Divisão em alimentos bons e ruins Dieta restritiva moderada ↑ 5x
– Cada vez mais a pessoa depende de controles cognitivos severos

– Qualquer coisa que quebre este controle pode gerar compulsão ou exageros
– Frustração e stress quebram este controle

Polivy & Herman, 1985; Kausman, 2004

147 148

➢ TRANSTORNO DA COMPULSÃO ALIMENTAR PERIÓDICA ➢ Quem são os candidatos para cirurgia bariátrica?

• Comer compulsivo ➢ Prevalência:


• TRANSTORNO DA COMPULSÃO ALIMENTAR PERIÓDICA
• Caracterizado por episódios recorrentes de descontrole alimentar na ausência de comportamentos
compensatórios inadequados utilizados para promover a perda ou evitar o ganho de peso 0,7 a 4% - População
8% - Obesidade
➢ SÍNDROME ALIMENTAR NOTURNA 25% - Obesidade Grau II
50% - Obesidade Grau III
• Caracterizada por episódios de hiperfagia entre o horário do jantar e o início do sono e/ou episódio de • SÍNDROME ALIMENTAR NOTURNA
ingestão alimentar durante despertares do sono
1,5% - População
• Redução de apetite pela manhã, hiperfagia noturna e insônia inicial ou dificuldade de reiniciar o sono 27% - Obesidade Grau III
após despertares noturnos

• + de 50% da ingestão calórica diária ocorre após as 19h, associada a dificuldades para adormecer e a ➢ 25% dos candidatos à cirurgia apresentam pelo menos 2 episódios de compulsão
anorexia matinal alimentar por semana

149 150

25
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Vou fazer
dieta!
Estou
feia!
Estou
gorda!
?
Comer para
confortar

Pão Carboidrato Manteiga

Privação Sentir-se
mal

Come um alimento Sentir-se


“proibido” culpada
Comer
demais!

151 152

X
E se eu comer 20 maçãs?

153 154

“não consumir” = 5pts


“Marque qual você considera ser o consumo saudável e necessário para “consumir habitualmente” = 1 pto
“consumir raramente” = 1 pto para batata frita, óleos e açúcar
cada um destes alimentos” 1) Açúcar 3 pts para os demais alimentos
2) Pães
1) Açúcar 3) Arroz
2) Pães 4) Batata frita SCORE = SOMA → 13 a 39
3) Arroz 5) Carne branca
4) Batata frita Respostas: 6) Carne Vermelha ➢ quanto maior a pontuação, pior ou mais restritivo é o conceito de
5) Carne branca 7) Feijões alimentação adequada
6) Carne Vermelha
A. Consumir habitualmente 8) Frutas
7) Feijões B. Consumir raramente 9) Legumes e verduras➢ quanto menor a pontuação, melhor ou mais permissivo é o
8) Frutas C. Não consumir 10) Leite integral conceito de alimentação adequada
9) Legumes e verduras 11) Macarrão
10) Leite integral 12) Queijos
11) Macarrão 13) Óleos
12) Queijos
13) Óleos

155 156

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NÃO PODE
PODE

157 158

159 160

= colher de sopa de açúcar

161 162

27
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▪ Açúcar branco ▪ Agave ▪ Maltodextrina

▪ Açúcar cristal ▪ Caldo de cana ▪ Melado

▪ Açúcar demerara ▪ Dextrose ▪ Melaço

▪ Açúcar de coco ▪ Frutose ▪ Mel

▪ Açúcar de confeiteiro ▪ Galactose ▪ Nectares

▪ Açúcar invertido ▪ Glicose ▪ Palatinose

▪ Açúcar mascavo ▪ Glucose de milho ▪ Sacarose

▪ Açúcar orgânico ▪ Lactose ▪ Xarope de milho (ou HFCS)

▪ Açúcar refinado ▪ Malte ▪ Xarope de milho

163 164

3 colh sopa

Unid M
3 colh sopa

450 Kcal

282 Kcal

165 166

▪ Cultura francesa vs. cultura norte-americana

▪ Estudos acerca de fatores nutricionais associados à obesidade não


devem levar em consideração somente propriedades biológicas da
alimentação, mas também ATITUDES ALIMENTARES.

167 168

28
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“COMO “O QUE”

se come
se come

169 170

Fatores Biológicos

Consumo
Fatores Socioculturais alimentar

Fatores Psicológicos

171 172

PRINCÍPIOS:

✓ ESCOLHER OS OBJETIVOS “CORRETOS” – sobrepeso como sintoma; não fixar um único peso
“correto”

- Quem precisa emagrecer?


✓ FOCO NA SAÚDE/ALIMENTAÇÃO

✓ RECONHECER OS SINAIS DE FOME – diminuir o “non-hungryeating”. Diferenciar fome física de


- Qual a dieta ideal? fome emocional

✓ NÃO ROTULAR OS ALIMENTOS COMO “BONS” OU “RUINS” – eliminar sentimentos de culpa que
só fazem aumentar o consumo

173 174

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✓ ADOTAR FREQÜÊNCIA ADEQUADA DE INGESTÃO ALIMENTAR

✓ ACEITAÇÃO E RESPEITO ÀS DIVERSIDADES DAS FORMAS E TAMANHOS CORPORAIS - pessoas


que amam e/ou aceitam seus corpos tendem a cuidar mais deles, independente do peso

✓ SER FISICAMENTE ATIVO - o peso saudável será atingido naturalmente quando o indivíduo
alimentar-se de maneira saudável e incorporar atividade física regular

Fonte: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/novembro/05/Guia-Alimentar-para-a-pop-brasiliera-Miolo-PDF-Internet.pdf

175 176

177 178

Mudança de Comportamento
Alimentar

Mudar a relação com a comida

Tr abalh ar c om c r en ç as, pen samen to s e


sen ti men to s di sfun c i on ai s

179 180

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181 182

1) Rejeite a mentalidade da dieta ▪ Comer por motivos emocionais é perfeitamente normal

2) Honre sua fome


3) Faça as pazes com a comida ▪ Problema → comportamento passa ser frequente e trazer prejuízos (sentimentos de
tristeza, angústia, fracasso, ganho de peso, descompensação alimentar, etc)
4) Desafie a polícia alimentar
5) Respeite sua plenitude (saciedade)
▪ Identificar→ diferenciar da fome física
6) Descubra o fator satisfação (comer pq gosta)
7) Honre seus sentimentos sem usar comida ▪ Papel do nutricionista:
8) Respeite seu corpo 1) Identificar
9) Exercício – sinta a diferença 2) O que desencadeia
10) Honrar sua saúde 3) Traçar plano de ação

183 184

Evidências

➢Comer com Atenção Plena

Melhora em 86% os Comportamentos


associados à obesidade, como comer
emocional, comer compulsivo e comer
inconsciente
(O’Reilly et al. 2014).

185 186

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REGULARIDADE..

187 188

PEQUENOS
NOVOS HÁBITOS
PODEM FAZER ▪ O que é emagrecimento?

UMA ▪ O que você considera um emagrecimento efetivo?

GRANDE
▪ Qual objetivo? curto ou longo prazo?

▪ Qual tipo de dieta? Restritiva?

DIFERENÇA ▪ Como trabalhar isso com o paciente?

▪ Nutrição Comportamental é mais uma ferramenta!!!

189 190

CHO início
CHO fim
Sanduiche

▪ Estudo cross over CHO início

▪ 16 indivíduos com sobrepeso ou obesidade e DM II


Sanduiche
CHO no início CHO no final Sanduiche
CHO fim
1) Pão + suco de laranja 1) Filé de frango + vegetais Pão + Filé de frango +
10 min 10 min vegetais+ suco de laranja
2) Filé de frango + vegetais 2) Pão + suco de laranja

191 192

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Low fat: 30% of total energy


Standard-pnt: 12–18% of energy
High –protein: 25–35% of energy

“Comer normalmente é ser capaz de comer quando você está com fome e continuar comendo até
você ficar satisfeito. É ser capaz de escolher os alimentos que você gosta e comê-los até
aproveitar o suficiente – e não simplesmente parar de comer porque você acha que deveria.
Comer normalmente é ser capaz de ter cuidado na seleção de alimentos para consumir alimentos
nutritivos, mas sem ser restritivo a ponto de deixar de comer os alimentos prazerosos. Comer
normalmente é se permitir comer às vezes porque você está feliz, triste ou chateado ou apenas
porque é gostoso. Comer normalmente é fazer cerca de três refeições ao dia, ou quatro ou cinco,
ou pode ser escolher comer ao longo do dia. É deixar alguns biscoitos no prato porque você sabe
que pode comer mais amanhã ou então comer mais agora porque eles estão com um sabor
maravilhoso. Comer normalmente é comer em excesso às vezes, e depois se sentir estufado e
desconfortável. E também pode ser comer menos de vezes em quando, e ficar desejando ter
comido mais. Comer normalmente é confiar que seu corpo é capaz de corrigir pequenos deslizes
da sua alimentação. Comer normalmente requer um pouco do seu tempo e atenção, mas também
ocupa o lugar de apenas uma área importante, entre tantas, de sua vida. Em resumo, comer
normalmente é flexível e varia em resposta às nossas emoções, nossa agenda, nossa fome e nossa
proximidade com o alimento.”
– Ellyn Satter, 1987
(> 1,25g/kg de peso corporal)

193 194

33

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