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Operações:
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10- aumento do capital social em R$ 5.000,00 para
integralização futura;
Resolução:.
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Portanto, já podemos observar que, para sabermos a variação
do capital circulante líquido no período, bastaria calcular a variação
do ativo circulante e do passivo circulante. Isso não é difícil de
analisar em cada uma das transações apresentadas.
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d) redução do passivo exigível a longo prazo.
III – o excesso ou insuficiência das origens de recursos
em relação às aplicações, representando aumento ou
redução do capital circulante líquido;
IV – os saldos, no inicio e no fim do exercício, do
ativo e do passivo circulantes, o montante do capital
circulante Líquido e o seu aumento ou redução
durante o exercício.
A lei silencia quanto a isso, mas não faria sentido termos uma
“origem negativa de recursos”. Por esse motivo, reza a boa
doutrina que, caso o resultado ajustado seja negativo, este deve
ser considerado como aplicação de recursos, apesar de não
constar como um dos itens do artigo 188, II.
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isso é uma aula de revisão. E ainda por cima, on-line!!! Então
temos a preocupação de deixar todos os passos bem claros para
os alunos. Vamos lá:
O lançamento é:
D – Caixa R$ 50.000,00
C – Vendas R$ 50.000,00
D – CMV R$ 35.000,00
C – Estoques R$ 35.000,00
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03- obtenção de empréstimo bancário, com juros de 5%, para
pagamento em 30 parcelas iguais de R$ 4.000,00, iniciando-se em
30 de novembro de 20x4;
O lançamento é:
D – Bancos R$ 120.000,00
O lançamento é:
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D – Hipotecas a Pagar (PELP) R$ 12.000,00
C – Caixa R$ 12.000,00
O lançamento é:
D – Caixa R$ 17.280,00
O lançamento é:
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motivo, a depreciação deve ser expurgada (somada) ao resultado
do exercício para a obtenção do resultado ajustado (art. 188, I-a).
O lançamento é:
D – Caixa R$ 2.000,00
Lançamento:
C – Caixa R$ 700,00
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Lançamento:
14 x R$ 1.000,00 = R$ 14.000,00
11 x R$ 1.000,00 = R$ 11.000,00
Lançamento:
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Resultado do Exercício
5.080,00 17.080,00
12.000,00
RLE R$ 12.000,00
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ORIGENS APLICAÇÕES
(Res.) 14.200,00
95.200 79.000,00 3
Finalmente:
Resposta: Letra C
Um abraço a todos.
Velter e Missagia
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Vejamos o assunto por meio de um exemplo com todos os lançamentos
a ele inerentes.
Lançamentos:
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registro das mercadorias em depósito (Estoque de Terceiros – AC). Pela efetiva
entrega das mercadorias ao comprador (lançamento nº 4), dá-se a saída das
mercadorias (Estoques de Terceiros - AC) e a conseqüente baixa da obrigação
(Mercadorias de Terceiros em Depósito – PC).
2 - FATURAMENTO ANTECIPADO
D – Clientes
C – Vendas
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3 - ICMS - SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
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b) o montante dos valores de seguro, de frete e de outros
encargos cobrados ou transferíveis aos adquirentes ou
tomadores de serviço;
c) a margem de valor agregado, inclusive lucro, relativa às
operações ou prestações subseqüentes. (grifamos).
Da leitura do dispositivo percebe-se que a substituição pode ser “para
frente - antecedente”, “para trás - subseqüente” ou concomitante, inclusive ao
valor decorrente da diferença entre alíquotas interna e interestadual.
O art. 8º versa sobre a base de cálculo do imposto por substituição
tributária, cujo dispositivo é bastante claro, não cabendo comentário adicional.
Na prática, a indústria ou distribuidor recolhe o ICMS devido das
operações seguintes até o consumidor final na substituição para frente e o
vendedor varejista recolhe o tributo devido pelo distribuidor ou o industrial na
substituição para trás.
Descrição
CONTABILIZAÇÃO:
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C – ICMS Próprio a Recolher R$ 3.000,00
D – CPV
C – Estoque R$ 9.800,00
Descrição Valor R$
Valor da Operação - pneus 15.000,00
IPI 3.000,00
ICMS substituição Tributária 3.000,00
Valor Total da Nota Fiscal de aquisição 21.000,00
Obs.:
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Gastos para a obtenção de licença de importação e pagamento de seguro:
R$ 1.450,00
Valores da fatura do despachante aduaneiro (em R$):
Frete R$ 1.500,00
Data do recebimento da fatura do fornecedor estrangeiro: 05/05/2004.
Data do desembaraço: 10/06/2004
Data do pagamento da fatura do fornecedor estrangeiro: 30/09/2004
Taxas do dólar comercial de venda fixada pelo Banco Central (valores
hipotéticos):
05/05/2004 = R$ 2,6594
10/06/2004 = R$ 2,7827
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C – Fornecedores – estrangeiros R$ 79.782,00
b) Impostos recuperáveis:
D – Estoque de mercadorias
C – Importação em andamento R$ 92.557,00
7) Contabilização do frete:
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C – Fretes a Pagar (Passivo Circulante) R$ 1.500,00
Cálculo:
LANÇAMENTOS DE RAZÃO
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Fretes a Pagar Mercadorias - Estoque
1.500,00 (7) (6) 92.557,00
(7) 1.500,00
94.057,00
Incidência
1. Importação de produtos
2. Importação de serviços
Consideram-se importados os serviços prestados por pessoa física ou
jurídica residente ou domiciliada no exterior:
• Executados no País; ou
• Executados no exterior, cujo resultado se verifique no País.
Fato Gerador
Para produtos: a entrada de produto importado em território nacional.
Consideram-se, também, entrados em território nacional os bens que
constem como importados cujo extravio seja apurado pela administração
aduaneira.
Para serviços: o pagamento, o crédito, a entrega ou a remessa de valores
para países estrangeiros.
1. Para produtos:
• data do registro da Declaração de Importação;
• data do lançamento do crédito tributário, no caso de extravio;
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• data do vencimento do prazo de permanência em recinto alfandegado,
se iniciado o despacho aduaneiro.
2. Para serviços:
• data do pagamento, do crédito, da entrega, do emprego ou da remessa
de valores.
Contribuintes
Para Produtos:
O importador, pessoa física ou jurídica que promova a entrada de
produtos estrangeiros em território nacional.
Equiparam-se a importador:
• o destinatário de remessa postal internacional; e
• o adquirente de mercadoria entrepostada.
Para Serviços:
A pessoa física ou jurídica contratante de serviços de residentes ou
domiciliados em país estrangeiro.
Base de Cálculo
Para Produtos:
Valor Aduaneiro (VA)
Para efeitos das contribuições temos que:
VA = BC do II + ICMS + PIS/Pasep-Importação + Cofins-Importação
Alíquotas Básicas
PIS/PASEP-Importação = 1,65%.
COFINS-Importação = 7,6%.
Isenções
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• Objetos de arte.
• Equipamentos importados por instituições científicas ou por cientistas e
pesquisadores.
Não incidência
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6.Operadoras de planos de assistência à saúde (§ 9o do art. 3o da Lei no 9.718,
de 1998);
7.Órgãos públicos, autarquias e fundações públicas federais, estaduais e
municipais e as fundações de ensino e pesquisa do art. 61 do ADCT da CF 1988;
8.Empresas particulares que explorem serviços de vigilância e transporte de
valores na forma da Lei nº 7.102, de 1983;
9.Sociedades cooperativas, exceto as de produção agropecuária e as de
consumo.
Exemplo:
Valor de Aquisição de Máquina: R$ 80.000,00
Valor do ICMS R$ 12.000,00
Cálculo do ICMS recuperável por mês para fins de distribuição nas
contas do AC e ARLP: R$ 12.000,00 / 48 meses = R$ 250,00/mês)
Ativo Circulante: 12 x R$ 250,00 = R$ 3.000,00
ARLP: 36 x R$ 250,00 = R$ 9.000,00
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C - ICMS s/ Imobil. a Recuperar (AC) R$ 250,00
6 – BONIFICAÇÃO EM MERCADORIAS
Em algumas operações com mercadorias (compra e venda) o desconto
concedido ao comprador não é na forma tradicional (diminuição do valor a
desembolsar), mas mediante aumento da quantidade de mercadorias a ele
entregues.
Veja-se que em situações como esta na Nota Fiscal, em vez dos
tradicionais descontos, mantém-se o valor de venda, porém há a entrega de uma
quantidade adicional de mercadorias.
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Atenção!
Em nosso exemplo desconsideramos a incidência tributária. Caso as
mercadorias estejam sujeitas a tributos (ICMS, por exemplo), este deve ser
considerado inclusive na distribuição de amostras!
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É um tal de 0800 pra cá, outro pra lá, trezentos atendentes e ninguém resolve
nada!).
Exemplo
CONTABILIZAÇÃO:
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que a venda é realizada e não apenas quando do recebimento do valor da venda
(pagamento da administradora).
D – mercadorias – compras
C – Cartão de crédito – faturas a pagar R$ 1.300,00
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D - Estoque ou Ativo Imobilizado (AC/AP)
C - Fornecedores (PC)
D - Fornecedores (PC)
C - Bancos conta movimento (AC)
D - Fornecedores (PC)
C - Cheques a Pagar (PC)
9 - AQUISIÇÃO DE SEMOVENTES
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D - Semoventes (AP)
C - Caixa ou Bancos Conta Movimento (AC)
2 – Mercadorias produzidas:
D – Estoque
C – Produtos em elaboração
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Os recursos oriundos de sócios ou acionistas para futuro aumento de
Capital Social podem ter duas destinações contábeis conforme exista a
possibilidade de devolução ao investidor ou não dos recursos por eles
repassados à empresa.
A Lei das Sociedades Anônimas não traz uma posição em relação a esta
hipótese. Entretanto, a legislação fiscal, por meio dos Pareceres Normativos
CST nº 23, de 26.06.81, e CST nº 28, de 21.12.84, que, em síntese, estabelecem
o seguinte:
Ocorrendo a eventualidade de adiantamento para futuro aumento de
capital, qualquer que seja a forma pela qual os recursos tenham sido
recebidos, mesmo que sob a condição para utilização exclusiva em
aumento de capital, esses ingressos deverão ser mantidos fora do
patrimônio líquido, por serem esses adiantamentos considerados
obrigação para com terceiros, podendo ser exigidos pelos titulares
enquanto o aumento de capital não se concretizar.
O patrimônio líquido fica definitivamente aumentado quando, após a
subscrição, ocorrer o recebimento de cada parcela de integralização.
Destarte, em face da legislação fiscal, a classificação dos adiantamentos
para futuro aumento de capital deve ser registrada como exigibilidades (PC ou
PELP).
D – Caixa/Bancos
C – Sócios ou Acionistas (adiantamento para futuro aumento de capital)
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1 – Se os adiantamentos para aumento de capital possuírem destinação
única para incorporação ao capital social, a classificação há de ser em conta
distinta, no grupo patrimônio líquido;
2 – Havendo dúvidas de que os adiantamentos irão se incorporar ao
capital, a sua classificação há de ser em contas do passivo exigível (PC ou
PELP).
Exemplos:
Registros contábeis:
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Chamamos a atenção que pode haver a Reserva para aumento de Capital,
que pode ser uma reserva estatutária se decorrente de previsão no estatuto.
Porém é sempre uma reserva de lucros e sempre fará parte do PL.
Neste sentido, vejamos a seguinte questão:
A Cia. Eira & Eira foi constituída com capital de R$ 750.000,00, por três sócios,
que integralizaram suas ações como segue:
Adão Macieira R$ 300.000,00
Bené Pereira R$ 150.000,00
Carlos Parreira R$ 300.000,00
Após determinado período, a empresa verificou que nas suas operações normais
lograra obter lucros de R$ 600.000,00, dos quais R$ 150.000,00 foram
distribuídos e pagos aos sócios. Os restantes R$ 450.000,00 foram reinvestidos
na empresa na conta Reserva para Aumento de Capital, nada mais havendo
em seu Patrimônio Líquido.
Sabendo-se que esta empresa não tem resultados de exercícios futuros e que suas
dívidas representam 20% dos recursos aplicados atualmente no patrimônio,
podemos afirmar que o valor total de seus ativos é de
a) R$ 1.200.000,00
b) R$ 750.000,00
c) R$ 600.000,00
d) R$ 1.350.000,00
e) R$ 1.500.000,00
Resolução:
O Patrimônio Líquido da empresa é de R$ 1.200.000,00 (R$ 750.000,00 de Capital Social e
R$ 450.000,00 de Reserva de Lucros).
Como as dívidas representam 20% do capital aplicado no patrimônio da empresa, podemos
dizer que o passivo representa 20% do Ativo. Assim:
A – 0,2 A = PL
A – 0,2 A = R$ 1.200.000,00
0,8 A = R$ 1.200.000,00
A = R$ 1.200.000,00 / 0,8
A = R$ 1.500.000,00
Resposta letra “e”.
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relação a demonstração do fluxo de caixa. Mas isto é apenas um palpite, logo
não é interessante que vocês saiam estudando esse assunto, visto que neste
momento devemos concentrar a nossa atenção àquilo que está praticamente
certo. O resto é esperar o Edital!
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
Conta saldo (em R$)
banco 34.000
receita antecipada 25.000
material de consumo 5.500
receita de vendas 50.000
devolução de compras 10.000
energia elétrica a pagar 500
despesa com energia elétrica 700
despesa com salários 5.000
despesa com seguros 680
despesa com aluguel 1.800
despesa antecipada com assinatura de revistas 580
prédios 25.000
veículos 16.000
depreciação acumulada 8.000
capital social 48.000
fretes sobre compras 900
estoque inicial 30.000
despesas financeiras 900
aquisição de mercadorias 50.000
estoque final 60.000
seguro sobre compras 500
duplicatas a receber 5.000
fornecedores 10.000
provisão para contingências 1.900
provisão para devedores duvidosos 890
deduções de receitas 200
receitas financeiras 1.900
deduções sobre vendas 1.000
reservas 5.000
despesas com material de consumo 600
despesas com depreciação 450
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05 - O valor do lucro acumulado após a elaboração da demonstração do
resultado do exercício é de R$ 29.170,00.
Com base nas disposições da Lei n.º 6.404/1976 — Lei das Sociedades por
Ações —, julgue os itens a seguir.
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17 - A legislação societária estabelece que os titulares de ações ordinárias têm
direito a um dividendo mínimo obrigatório de 25% do lucro líquido
ajustado.
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companhias abertas efetuem a reversão de seu valor para efeito de
apuração do resultado líquido do exercício.
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28 - No método de custeio direto ou variável, somente são considerados na
avaliação dos estoques em processo e acabados os custos variáveis, o que
permite uma melhor análise do desempenho da empresa, apesar das
restrições impostas pela legislação tributária.
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37 - Nos casos de incorporação ou fusão, o prazo para exercício do direito de
retirada deve ser contado a partir da efetivação da operação, enquanto o
pagamento do preço de reembolso somente será devido após a publicação
da ata que aprovar o protocolo ou a justificação.
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GABARITO
01 – C 02 – C 03 – E 04 – E 05 – E 06 – E
07 – C 08 – C 09 – E 10 – E 11 – C 12 – C
13 – E 14 – C 15 – C 16 – E 17 – E 18 – C
19 – C 20 – C 21 – E 22 – C 23 – C 24 – E
25 – E 26 – E 27 – E 28 – C 29 – E 30 – C
31 – E 32 – C 33 – E 34 – E 35 – C 36 – E
37 – E 38 – E 39 – E 40 – E 41 – C 42 – C
43 – C 44 – C 45 – C 46 – E 47 – C 48 – C
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Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
Professores: Francisco Velter & Luiz Roberto Missagia
AULA 02
1. INTRODUÇÃO
Em que pese não haver disposição expressa na lei societária sobre a DFC, a nova
lei de falências, Lei no 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, no art. 105, inciso I, alínea
“d”, dispõe que:
Art. 105 - O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender
aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo
sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da
atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos:
I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais
e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com
estrita observância da legislação societária aplicável e compostas
obrigatoriamente de:
a) balanço patrimonial;
a) dividendos distribuídos;
b) aquisição de direitos do ativo imobilizado;
c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo
diferido;
d) redução do passivo exigível a longo prazo;
III – o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às
aplicações, representando aumento ou redução do capital circulante líquido;
IV – os saldos, no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o
montante do capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o
exercício.
A elaboração da demonstração de origens e aplicações de recursos evoluiu ao
longo do tempo e os seguintes pontos foram adotados na pratica contábil: (i)
quando os recursos das operações da empresa apresentarem-se negativos,
eles devem ser demonstrados como uma aplicação de recursos e não como
uma redução na origem de recursos, (ii) os empréstimos dedicados ao
financiamento do imobilizado podem ser apresentados como origens e
aplicações, respectivamente, (iii) a reavaliação deve ser excluída das
empresa que estabeleça a sua política contábil para esses itens da forma mais
adequada;
A diferença de tratamento dos juros e dividendos entre os pronunciamento
americano FASB Statement 95 e o pronunciamento internacional IAS 7
A classificação dos juros e dividendos, que no pronunciamento internacional
IAS 7 permite tratamentos alternativos, recebe uma diretriz específica no
caso do pronunciamento americano. O pronunciamento IAS 7 permite uma
empresa não financeira classificar de forma consistente entre os períodos: (a)
juros (despesas financeiras) e dividendos pagos ou recebidos no tópico
"operacional" ou (b) juros e dividendos pagos como "financiamento", ou seja,
custo da obtenção dos recursos financeiros, e juros (receitas financeiras) e
dividendos recebidos como "investimento", ou seja, retornos sobre
investimento. O pronunciamento SFAS 95, por outro lado: (i) requer que os
juros pagos e os juros e dividendos recebidos devem ser classificados como
fluxo de caixa operacional, (ii) classifica os dividendos pagos como um fluxo
de caixa de "financiamentos", porque são considerados um custo para obter
recursos. Acrescente-se que o SFAS 95 determina que a transação deve ser
classificada na atividade que representar a fonte predominante de fluxos de
caixa para o item, e esta diferença pode fazer com que a empresa
potencialmente varie a classificação para um mesmo tipo de transação.
A premissa subjacente no caso do pronunciamento americano é a
convergência entre o fluxo de caixa operacional e os itens do resultado. O IAS
7 requer divulgar, separadamente, os juros pagos e recebidos e os dividendos
pagos e recebidos e o SFAS 95 permite que os juros e dividendos recebidos
possam ser divulgados em conjunto.
Recomenda-se que a empresa brasileira, particularmente aquelas com
registro em bolsas americanas, estabeleçam e divulguem em nota explicativa
às demonstrações de fluxos de caixa uma política contábil para esses itens.
Uma forma de conciliação entre esses pronunciamentos poderia ser a
demonstração de juros pagos e juros e dividendos recebidos, como item do
fluxo de caixa operacional e os dividendos pagos como item do fluxo de caixa
de financiamento, mantendo-se cada um desses itens demonstrado em
separado.
Divulgação de notas explicativas às demonstrações de fluxo de caixa
O IAS 7 e o SFAS 95 requerem divulgações em notas explicativas sobre certos
tópicos da demonstração de fluxo de caixa:
2. CONCEITO
Embora o nome dado ao demonstrativo seja Fluxo dos Caixas ou Fluxo de Caixa,
a sua demonstração se prende a informar, basicamente, de onde vem e para onde
3. DEFINIÇÕES IMPORTANTES
receitas futuras e fluxos de caixa e que não estão incluídos nos equivalentes de caixa.
Portanto, caracterizam esta atividade os desembolsos efetuados ou as entradas de
recursos originadas nas aquisições ou vendas de participações em outras entidades e
de ativos utilizados na produção de bens ou prestação de serviços ligados ao objeto
social da Entidade. As atividades de investimentos não compreendem a aquisição de
ativos com o objetivo de revenda.
Dessa forma, apenas as transações que afetam o fluxo de caixa devem ser
apresentadas na demonstração dos fluxos de caixa.
A par dos demais princípios contábeis, a DFC fica adstrita ao regime de caixa,
não lhe sendo aplicável o princípio da competência e os demais princípios
fundamentais de contabilidade.
Tanto pelo método direto quanto pelo método indireto deve-se fazer a
conciliação do resultado do exercício com o fluxo de caixa líquido das atividades
operacionais. Todos os ajustes de conciliação entre o resultado e o caixa gerado pelas
atividades operacionais devem ser claramente identificados como itens de conciliação.
EXEMPLOS
9 ativo permanente.
6. FORMAS DE ELABORAÇÃO
9 resgate de debêntures;
9 subscrição de debêntures;
9 recebimento de doações e subvenções.
Pelo exposto, podemos concluir que o fluxo de caixa representa uma poderosa e
imprescindível ferramenta de gestão à disposição do administrador, não só pelo
aspecto financeiro, mas, também, sob o aspecto decisório. Neste contexto, o fluxo de
caixa projetado serve de planejamento e acompanhamento dos ingressos e saídas dos
recursos financeiros, ao passo que o fluxo de caixa realizado serve, para o
administrador, como meio de controle e para o usuário externo serve para análise de
tendência e do comportamento dos ingressos e saídas de recursos do disponível.
7. EXERCÍCIO DESENVOLVIDO
SOLUÇÃO:
PASSIVO
Resultado de Exercícios Futuros ----------- 18.000,00
Percebe-se que o valor referente a PDD do início do período foi excluído para
apurar o saldo final de clientes, isto se deve ao fato de não haver menção de reversão
dessa provisão, presumindo-se, assim, que ela foi utilizada, ou seja, a previsão ou
estimativa inicial de que certa quantia dos clientes não seria recebida foi confirmada.
Desta forma, o valor do Fluxo de caixa gerado pelos clientes pode ser
representado do seguinte modo:
1 – Soma dos valores que poderiam ter sido recebidos de clientes como as
vendas totais, o saldo da conta clientes no início do período, o aumento de REF e os
valores referentes a duplicatas descontadas no período.
Atenção!
Nas provas de concursos dispomos, geralmente, apenas dos
elementos para apurar os valores recebidos de clientes por
este método, ou seja, dispomos dos balanços de dois
períodos mais as receitas de vendas do período considerado.
I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III - demonstração do resultado do exercício; e
IV - demonstração das origens e aplicações de recursos.
...
§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros
quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para
esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. (grifou-
se).
Para o fisco não há exigência desse demonstrativo. No entanto, ele pode ser útil
na análise de solicitação de parcelamentos de débitos bem como meio de verificação
para comprovar se as receitas foram efetivamente registradas. Outro aspecto que
pode gerar algum interesse para o fisco é o concernente a avaliação da CPMF. Noutro
aspecto que ele pode ser extremamente útil é na análise de viabilidade financeira da
empresa, principalmente na habilitação para operar no comércio exterior.
9. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
SOLUÇÃO:
A solução deste exercício é relativamente simples, basta conhecermos a fórmula de
apuração do custo das mercadorias vendidas, senão vejamos:
Para o exercício social de 2001 devemos considerar como estoque inicial o valor do estoque
final do exercício social anterior, como de resto para todas as contas patrimoniais. Neste caso
temos que o estoque inicial (Ei) foi de R$ 65.000,00. O estoque final (Ef) é fornecido no
próprio balanço encerrado em 2001, cujo valor é de R$ 70.000,00. Além destes valores, foi
fornecido o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), no valor de R$ 18.000.000,00.
Assim, partindo do conceito de CMV = Ei + Co – Ef, onde Co representam as compras
líquidas do período, teremos que Co é a única variável que deve ser encontrada. Logo,
substituindo na fórmula os valores já conhecidos, temos:
18.000.000,00 = 65.000,00 + Co – 70.000,00
Co = 18.000.000,00 – 65.000,00 + 70.000,00
Co = R$ 18.005.000,00
Desta forma, a opção correta é a representada pela alternativa “a”.
SOLUÇÃO:
Perceba que foi solicitado o ingresso proveniente das vendas, logo a análise há de ser feita
em relação ao aumento de disponibilidades geradas pelas vendas, que não precisam ser,
necessariamente, as vendas do período considerado!
1999:
Somente por esse fato poderíamos dizer que houve o ingresso de R$ 5.000.000,00. Mas,
não podemos nos esquecer que dos clientes devedores de 1998 não foram recebidos R$
3.000,00 referentes a PDD.
É de se anotar, ainda, que a soma das vendas no período com valores a receber de
clientes do período anterior representa o valor passível de recebimento, considerando-se para
tanto que as vendas tivessem sido realizadas à vista e que os clientes pagariam,
integralmente, seus compromissos, ou seja, haveria a necessidade de reverter a PDD
constituída no período anterior. Porém, como não houve reversão da PDD do período anterior e
as vendas não foram todas à vista, os seus saldos devem ser deduzidos dos valores passíveis
de recebimento, cujo resultado representa o efetivo ingresso de recursos decorrentes de
vendas.
2000:
Seguiremos praticamente o mesmo raciocínio adotado para o ano anterior. No entanto
devemos atentar ao fato de que neste ano foi baixado o valor de R$ 8.000 referentes a perdas
com clientes. Tecnicamente isto quer dizer que, além da PDD que não foi suficiente, a quantia
de R$ 8.000,00 não foi recebida dos clientes.
Desta forma, podemos elaborar o seguinte demonstrativo:
Vendas no período = R$ 25.000.000,00
(+) Clientes (1999) = R$ 13.000.000,00
(-) Clientes (2000) = R$ 22.000.000,00
(-) PDD (1999) = R$ 10.000,00
(-) Perdas (2000) = R$ 8.000,00
Total recebido = R$ 15.982.000,00
2001:
Agora já podemos ir diretamente ao demonstrativo, pois as explicações relativas aos
exercícios sociais anteriores são também aplicadas aqui, com a ressalva de que neste exercício
houve uma reversão de provisão no valor de R$ 4.000,00, cujo valor deverá ser subtraído de
PDD do período anterior.
Vendas no período = R$ 32.000.000,00
(+) Clientes (1999) = R$ 22.000.000,00
(-) Clientes (2000) = R$ 26.000.000,00
(-) PDD (1999) = R$ 12.000,00
(+) Reversão PDD = R$ 4.000,00
Total recebido = R$ 27.992.000,00
Assim, a resposta correta está contemplada na alternativa de letra “e”.
SOLUÇÃO:
Conforme o saldo apresentado em despesas, para o ano de 2000, tem-se que o seu total
foi de R$ 4.500.000,00. Nos é fornecida a informação que 10% delas foram provisionados, isto
quer dizer que os valores provisionados ainda não foram pagos, logo não houve desembolso
ou diminuição das disponibilidades no valor de R$ 450.000,00.
Outra informação que merece ser analisada diz respeito a contas a pagar, visto que elas
não representam um provisionamento de despesas, mas sim o seu reconhecimento ou a sua
apropriação. Percebe-se que nesta rubrica houve um aumento de R$ 130.000,00 do ano de
1999 para o ano de 2000, logo devemos deduzir também este valor do total de despesas para
apurar o efetivo desencaixe pelo pagamento de despesas.
Assim, teremos o seguinte demonstrativo do desembolso por pagamento de despesas:
Despesas do período R$ 4.500.000,00
(-) Despesas provisionadas R$ 450.000,00
(-) Despesas a pagar R$ 130.000,00
Total desembolsado por despesas R$ 3.920.000,00
Desta forma, a resposta correta é a representada pela letra “b”.
Interessante enfatizar que, se no lugar de haver aumento de contas a pagar tivesse havido
diminuição, a diferença teria de ser adicionada as despesas do período na apuração do
desencaixe.
SOLUÇÃO:
Para o exercício social de 2000 devemos considerar como estoque inicial o valor do estoque
final do exercício social anterior. Assim. o estoque inicial (Ei) foi de R$ 30.000,00. O estoque
final (Ef) é fornecido no próprio balanço encerrado em 2000, cujo valor é de R$ 65.000,00.
Além destes valores, foi fornecido o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), no valor de R$
14.500.000,00.
Portanto, partindo do conceito de CMV = Ei + Co – Ef, onde Co representam as compras
líquidas do período, teremos que Co é a única variável que deve ser encontrada. Logo,
substituindo na fórmula os valores já conhecidos, temos:
14.500.00,00 = 30.000,00 + Co – 65.000,00
Co = 14.500.000,00 – 30.000,00 + 65.000,00
Co = R$ 14.535.000,00
Uma vez conhecido o valor total de compras, resta-nos verificar os pagamentos efetuados
aos fornecedores e, para tanto, devemos analisar a conta Fornecedores.
Na análise desta conta, devemos entender o seguinte: se houve aumento no seu saldo de
um período anterior para o de análise, então nem todas as compras do período foram pagas;
se houve diminuição no seu saldo, então no período, além do pagamento de todas as compras
foram pagas compras do período anterior, ou então, foram pagas contas do período anterior
em valor maior do que as não pagas do período atual.
05) (AFRF-2002-Esaf) Das operações listadas a seguir, indique aquela que não tem como
conseqüência alteração nas disponibilidades.
a) diminuições de financiamentos por amortizações
b) novos investimentos de longo prazo
c) aumento de imobilizados por reavaliações
d) créditos concedidos a coligadas e controladas
e) operações com debêntures conversíveis em ações
SOLUÇÃO:
A forma usual de amortizar financiamentos é pelo pagamento, logo o fato da alternativa “a”
gera alteração de disponibilidades, diminuindo-as.
SOLUÇÃO:
Note que no texto, quando definimos o fluxo de caixa pelo método direto, falamos que pelo
método direto da DFC, no fluxo das atividades operacionais, são apresentados os ingressos e
as saídas no disponível em lugar do resultado do exercício ajustado que é utilizado na
demonstração do método indireto. Isto responde a questão, pois pelo método indireto de
apresentação da DFC partimos, efetivamente, do resultado do exercício e o ajustamos por
receitas e despesas operacionais que não representaram ingressos e saídas de
disponibilidades. Logo, a resposta correta é a letra “b”.
SOLUÇÃO:
Conforme definimos no texto, no item 3, as atividades de investimentos
compreendem as transações com os ativos financeiros, as aquisições ou vendas de
participações em outras entidades e de ativos utilizados na produção de bens ou prestação de
serviços ligados ao objeto social da Entidade. As atividades de investimentos não
compreendem a aquisição de ativos com o objetivo de revenda.
Das demonstrações contábeis da Cia. Azulão foram extraídas as contas abaixo com os
seus respectivos saldos:
Período
Contas
2000 2001
Fornecedores 23.000 32.000
CMV 800.000 1.300.000
Compras 750.000 1.200.000
Vendas 2.500.000 6.500.000
Despesas Antecipadas 15.000 240.000
Despesas Totais do Período 1.200.000 4.000.000
Depreciação do Período 320.000 540.000
Tomando como base os dados fornecidos, responda às questões de nº 08 a 10.
08) (AFRF-2002-2-Esaf) O valor pago pelas compras no ano de 2001 foi:
a) 1.300.000
b) 1.200.000
c) 1.191.000
d) 1.101.000
e) 1.091.000
SOLUÇÃO:
O valor total das compras no período foi de R$ 1.200.000,00. Porém, o valor que poderia
ter sido pago no período pelas compras é aquele valor das compras realizadas durante o
período atual mais o saldo das compras do período anterior que não foram pagas,
representadas pela conta Fornecedores. Na mesma linha de raciocínio, devemos excluir, do
valor total que poderia ser pago no período, o valor de compras realizadas a prazo. Então, em
forma de demonstrativo, teremos o seguinte valor pago pelas compras em 2001:
Compras do período = R$ 1.200.000,00
(+) Fornecedores (2000) = R$ 23.000,00
= Total pagável em 2001 = R$ 1.223.000,00
(-) Fornecedores em 2001 = R$ (32.000,00)
= Total compras pagas em 2001 = R$ 1.191.000,00
Assim, a resposta correta é a representada pela letra “c”.
09) (AFRF-2002-2/Esaf) Se o valor do estoque final for 90.000, o estoque inicial será:
a) 190.000
b) 180.000
c) 120.000
d) 100.000
e) 90.000
SOLUÇÃO:
A solução deste exercício é semelhante a do exercício 01, ou seja, devemos aplicar os
conceitos envolvendo o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV).
O CMV, matematicamente, é obtido pela aplicação da seguinte fórmula: CMV = Ei + Co –
Ef.
Ora, das quatro variáveis envolvidas na fórmula possuímos três, ou seja, nos foi fornecido
o valor do CMV, Co e o Ef.
Desta forma, basta substituir os valores das variáveis na fórmula e apurar o valor do Ei:
1.300.000,00 = Ei + 1.200.000,00 – 90.000,00
Ei = 1.300.000,00 + 90.000,00 – 1.200.000,00
Ei = R$ 190.000,00
Desta forma, a opção correta é a representada pela alternativa “a”.
SOLUÇÃO:
O ativo circulante do período solicitado é obtido diretamente no Balanço de 19x9
Contas 19x9
Disponibilidades 4.000
Estoques 4.000
Clientes 42.000
Prov. p/Devedores Duvidosos (300)
Duplicatas Descontadas (6.200)
Total 43.500,00
SOLUÇÃO:
O parágrafo segundo do art. 178 da Lei nº 6.404/76, dispõe que:
Desta forma, segundo a lei, o passivo compreende o PC, PELP, REF e o PL. Logo, para
resolvermos o nosso exercício devemos considerar essa disposição legal.
Contas 19x8 19x9
Empréstimos de L. Prazo 10.000 16.000
Capital Social 30.000 40.000
Reservas de Lucros 500 1.000
Lucros Prejuízos Acumulados 3.000 2.000
Total 43.500 59.000
Desta forma, a resposta correta está representada pela letra “a”.
15) SERPRO/2001-ESAF - Com base unicamente nos dados fornecidos pode-se identificar
que:
a) foi efetuado um pagamento de dividendos na ordem de 3.500
b) a Liquidez Imediata apresenta uma acentuada queda em 19x9
c) ocorreram perdas com clientes na ordem de 300 em 19x8
d) houve um aumento de capital com aporte de recursos dos sócios
e) as atividades de investimento geraram um aumento nas disponibilidades
SOLUÇÃO:
Conforme se depreende da análise dos Balanços de 19x8 e 19x9, havia dividendos a pagar no
final de 19x8 no valor de 1.000,00 e no final de 19x9 no valor de 3.500. Como no exercício de 19x9
foi destinado o valor de 3.500,00 a título de dividendos, é de se concluir que o dividendo total
distribuído foi de, no mínimo, 4.500,00. Logo a alternativa “a” está errada.
O índice de liquidez imediata representa o quociente entre as disponibilidades e o passivo
circulante. Assim, o índice, em 19x8, era de 2.000,00/17.000,00 = 0,1176 ou 1/8,5. No exercício
de 19x9 o mesmo índice apresenta o valor de 4.000,00/26.000,00 = 0,1538 ou 1/6,5. Ora, 1/6,5 é
maior do que 1/8,5, logo o índice cresceu e a alternativa “b” está errada.
A PDD constituída em 19x8 foi de 250,00. Não foi informado que houve reversão de parte ou de
toda essa provisão e tampouco que houve alguma baixa da conta clientes por perdas, logo a perda
com devedores duvidosos no exercício social de 19x8 foi de apenas 250,00. Assim, a alternativa “c”
está errada.
No exercício social de 19x9 houve um aumento do capital social na ordem de 10.000,00.
Analisando a origem desse aumento, constata-se que 1.000,00 vieram de lucros acumulados e os
outros 9.000,00 vieram de recursos externos, isto é, dos sócios. Logo a alternativa “d” está correta.
As atividades de investimento compreendem os seguintes valores:
Alienação de imobilizado
(+) Alienação de investimentos
(+) Resgate de investimentos temporários
(-) Integralização de capital em sociedade investida
(-) Aquisição de imobilizado
(-) Aquisição de investimentos
(-) Aplicação no Diferido
Se apurarmos os valores, percebe-se que os investimentos absorveram recursos de
disponibilidades, pois não houve alienação de Ativo Permanente. Houve, isto sim, aquisição
de Permanente. Logo a alternativa “e” está errada.
SOLUÇÃO:
SOLUÇÃO:
As despesas pagas, em 19x9, podem ser apuradas basicamente pela DRE, devendo-se ter
o cuidado de excluir os valores que não representam saídas de disponibilidades como
depreciação e devedores duvidosos. Outro aspecto que merece atenção é o aumento em
contas a pagar de R$ 2.000,00.
Assim, teremos o seguinte demonstrativo de despesas pagas em 19x9:
Despesas administrativas 70.000
Despesas financeiras 8.700
Despesas de vendas 31.500
(-) Aumento de c/ a pagar (2.000)
Total = 108.200
Desta forma, a resposta correta é a letra “c”.
Com base unicamente nos dados fornecidos, responder às questões de números 01 a 07.
01) (AFRF-2003) O valor dos ingressos de caixa gerado pelas vendas no período examinado
foi:
a) 159.500
b) 150.000
c) 141.200
d) 139.500
e) 139.200
02) (AFRF-2003) Examinando os dados, verifica-se que a empresa pagou aos fornecedores o
valor de:
a) 89.500
b) 86.500
c) 85.000
d) 82.000
e) 75.500
03) (AFRF-2003) Com base nos dados identificados, pode-se afirmar que a saída de caixa
para o pagamento de despesas foi:
a) 52.700
b) 50.700
c) 44.700
d) 45.500
e) 43.700
05) (AFRF-2003) Com os dados fornecidos e aplicando o método indireto para elaborar o
fluxo de caixa, pode-se afirmar que a contribuição do resultado ajustado para a formação
das disponibilidades é:
a) 21.300
b) 12.000
c) 17.500
d) 20.500
e) 6.000
06) (AFRF-2003) O valor dos itens de Investimentos que contribuíram para a variação das
disponibilidades é:
a) (5.500)
b) (5.000)
c) (500)
d) 5.000
e) 5.500
11) (INSS-CESPE-2003) O fluxo de caixa pode ser demonstrado pelos métodos direto ou
indireto. Enquanto o primeiro, partindo da receita de vendas, reconstrói a demonstração de
resultado de exercício de cima a baixo quanto ao fluxo de caixa, a fim de determinar o
caixa líquido gerado pelas atividades operacionais, o segundo método, também conhecido
como método da reconciliação, parte do lucro líquido e, por meio de remoção de quaisquer
itens que não afetem o fluxo de caixa, ajusta-se para o regime de caixa. O método indireto
é considerado mais vantajoso do que o método direto por que evidencia as eventuais
diferenças entre o lucro líquido e o dinheiro líquido gerado nas atividades operacionais.
16) A Lei nº 10.303/01, ao alterar a Lei nº 6.404/76, tornou obrigatória a DFC para as
companhias abertas que tenham suas ações negociadas no mercado secundário, cuja
divulgação deve ser auditada por auditor independente registrado na CVM.
18) O fluxo de caixa projetado ganha ênfase quando o objetivo da empresa é o planejamento
a curto e médio prazos.
19) O fluxo de caixa realizado, quando elaborado por diversos períodos sucessivos, além da
função do controle orçamentário, permite análise de tendência, sendo, portanto,
ferramenta importante para a elaboração do fluxo de caixa projetado.
20) O moderno administrador de empresas pode planejar seus pagamentos e terá em suas
mãos a programação financeira a longo prazo se elaborar o fluxo de caixa projetado. No
entanto, a programação financeira a curto prazo somente será obtida se elaborar o fluxo de
caixa realizado.
21) A DFC evidencia as origens e aplicações de recursos que alteram o disponível ao passo
que a DOAR evidencia as origens e aplicações de recursos que alteram o capital circulante
líquido.
22) O fluxo de caixa pode ser apresentado pelo método direto ou indireto. Em ambos os
métodos de apresentação ou elaboração, recomenda-se a segmentação por atividades por
haver melhor compreensão do seu conteúdo.
25) Entre as atividades de financiamentos temos a captação de recursos junto aos acionistas
ou cotistas e seu retorno em forma de lucros ou dividendos, a captação de empréstimos
ou outros recursos, sua amortização e remuneração, bem como o recebimento de doações
ou subvenções.
26) Quando, pela sua natureza, pagamentos e recebimentos pareçam ser classificáveis tanto
nas atividades operacionais, nas atividades de investimentos ou nas atividades de
financiamentos, deve-se levar em conta a atividade preponderante da Entidade para a
correta classificação da atividade no fluxo de caixa.
29) A conciliação entre o resultado e o fluxo de caixa líquido gerado pelas atividades
operacionais visa fornecer informações sobre os efeitos líquidos das transações
operacionais e de outros eventos que afetam o resultado.
30) As informações contidas numa demonstração dos fluxos de caixa, quando elaborada
criteriosamente, substituem com vantagens as demais demonstrações contábeis,
dispensando-se, neste caso, a sua elaboração e divulgação.
31) A par de a DFC não ser de elaboração obrigatória, a doutrina ainda não está pacífica sobre
qual é o método mais vantajoso, havendo aqueles que apontam o método direto como o
mais recomendado e outros vêem vantagens no método indireto.
33) Na elaboração da DFC pelo método indireto parte-se do resultado do exercício que deve
ser ajustado mediante adição das despesas que não representaram saídas de caixa e
diminuído das receitas que não geraram ingressos de recursos em disponibilidades.
34) O aumento de contas a pagar como: Salários, Aluguéis, Telefone, etc., ficam excluídos do
resultado ajustado, devendo ser considerados apenas os resultados de exercícios futuros e
as depreciações no lucro ajustado.
35) Na DFC, pelo método direto, tem-se como vantagem a possibilidade de visualizar o item
de maior contribuição para a formação do caixa líquido.
37) Além dos valores recebidos de clientes, incluem-se nas atividades operacionais os
recebimentos de dividendos e lucros de subsidiárias.
38) Numa empresa que possui como objeto social a incorporação imobiliária, a venda de
imóveis a prazo será lançada na DFC como atividade operacional.
40) O caixa gerado pelas vendas em dado período deve considerar a diminuição do saldo da
conta clientes do período anterior e o aumento do saldo da conta clientes do período atual,
bem como o valor da PDD constituída no final do período atual.
41) O fluxo de caixa gerado pelo aumento de resultados de exercícios futuros somente deve
ser reconhecido como disponibilidade com a ocorrência do fato gerador da receita, pois do
contrário estaremos desrespeitando o princípio da competência.
44) Em certas circunstâncias ou de modo genérico, poder-se-ia dizer que os ajustes que se
fazem necessários ao resultado do exercício, para obter o lucro ajustado, consistem em
considerar os aumentos do ativo circulante como aplicações de recursos e os aumentos do
passivo circulante como sendo origens de recursos.
45) A demonstração do fluxo de caixa pelo método indireto se assemelha em quase todos os
aspectos à elaboração da DOAR, sendo que a diferença consiste em considerar, também,
as variações ocorridas no capital circulante líquido.
Aula 03
Caros alunos(as), para o concurso de AFRFB não há mais a divisão por áreas. No
entanto, no edital temos o “inquietante” item 15 – Legislação societária atualizada e
normas da CVM.
Considerando que quando havia as áreas de especialização, na área de auditoria
quase a metade da prova era sobre o tema Avaliação de Investimentos (14 questões
em um total de 30) e mais 9 questões sobre Fluxo de Caixa. Por isso, entendemos
que em relação ao item 15 podem aparecer duas ou três questões na prova desse
concurso que se aproxima e mais uma ou duas questões sobre a DFC, que já vimos
na aula 02. Assim, entre DFC e o item 15, acreditamos que possam ser cobradas até
5 questões!
Desta forma, não há outro jeito a não ser estudar a matéria com todo cuidado!
No estudo dessa matéria, tomamos o cuidado de trazer a legislação societária,
da CVM e a legislação fiscal pertinente, além de no final transcrevermos a íntegra da
norma da CVM (Instrução 247/96).
Apresentaremos o tema em três aulas (Aula 03, 04 e 05), apresentando ao final
de cada aula questões de provas da Esaf e de outras instituições sobre o assunto.
1 – ASPECTOS INICIAIS
Uma administração empresarial eficiente envolve, entre outros aspectos, o
adequado gerenciamento dos recursos financeiros de modo a otimizá-los. Isto se faz
necessário pelo fato de os recursos financeiros representarem, geralmente, o fator de
produção mais escasso, e em conseqüência o mais caro, especialmente em nosso País
onde as taxas de juros praticadas tem sido, historicamente, elevadíssimas.
Diante de tal situação o administrador moderno deve buscar a melhor solução de
rentabilidade para os recursos de sua empresa, alocando-os no objeto social de sua
entidade, aí incluídos os estoques de mercadorias, matérias-primas, vendas a prazo,
ativo permanente – imobilizado e diferido.
Se, porém, a entidade apresentar riqueza própria em excesso ou excesso de
disponibilidades, mesmo que temporários, deverá aplicá-los em investimentos que,
dependendo da natureza e freqüência dessas sobras, podem ser temporários ou
permanentes, pois deixar esses recursos ociosos, sem nada produzir, seria
considerado desperdício inadmissível e indicativo de administração deficiente.
Por estes aspectos apresentados é que as empresas, mesmo que não seja seu
objeto social principal, aplicam os excessos de recursos, temporários ou permanentes,
em investimentos que podem assumir natureza diversa, porém sempre objetivando a
melhor alocação destes e buscando rentabilidade, que é, em última análise, o objetivo
principal de qualquer empreendimento empresarial.
Ordem: ato mediante o qual o cliente determina a uma corretora que compre ou
venda valores mobiliários, ou registre operação, em seu nome e nas condições que
especificar;
Oferta: ato mediante o qual a corretora ou o operador especial apregoa ou
registra a intenção de comprar ou vender valores mobiliários;
Participante com Liquidação Direta: instituição financeira detentora de título
de membro de compensação que realiza e liqüida operações para sua carteira própria
ou para fundos sob sua administração.
4 – INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS
4.1 - CONCEITO
Em economia de preços crescentes e taxas de juros atrativas, os investimentos
em títulos e valores mobiliários a curto e médio prazo se constituem em boas
alternativas para alocar as disponibilidades que não serão necessárias durante o
período de aplicação. As principais opções no mercado financeiro e no de capitais para
aplicação dos excessos de recursos são:
) Aplicações Temporárias em Ações
) Aplicações Temporárias em Ouro
) Bônus do Tesouro Nacional - BTN
) Certificado de Depósito Bancário (RDB/CDB)
) Commodities
) Depósitos a Prazo Fixo
) Fundo de Aplicação Financeira - FAF
) Fundo de Curto Prazo
) Fundo de Investimentos de Renda Fixa ou Variável
) Letras de Câmbio
) Letras Financeiras do Tesouro - LFT
Desta forma, pode-se conceituar investimento temporário como sendo a
alocação de recursos ou disponibilidades temporárias em aplicações de caráter não
permanentes, isto é, aqueles investimentos que possuem o caráter e a intenção de
realização, classificáveis no ativo circulante ou no ativo realizável a longo prazo.
Art. 183.
...
§1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor de
mercado:
...
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de
realização mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e
demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro;
c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a
terceiros.
Percebe-se que, segundo a lei, também as contas do passivo terão seu valor
atualizado quando conhecidos os riscos ou quando calculáveis os seus valores, como é
o caso dos juros, variações cambiais e monetárias.
5 – INVESTIMENTOS PERMANENTES
Conforme disposição do art. 179 da Lei nº 6.404/1976, as participações
permanentes em outras sociedades e os bens e direitos de qualquer natureza, não
classificáveis no ativo circulante ou no ativo realizável a longo prazo, e que não se
destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa, são classificados
no Ativo Permanente no subgrupo INVESTIMENTOS.
Observa-se que os bens e direitos a serem classificados nesse subgrupo não
podem ser classificáveis no ativo circulante ou realizável a longo prazo, ou seja, não
devem possuir a característica de realização e não devem constituir-se em meios à
consecução da atividade econômica da empresa, pois, neste último caso, deverão ser
classificados no Ativo Permanente - Imobilizado.
Da inteligência do dispositivo societário em análise, infere-se que estamos diante
de dois tipos de Investimentos classificáveis no subgrupo investimentos: “as
participações permanentes em outras sociedades” e os “direitos de qualquer
natureza, não classificáveis no ativo circulante ou longo prazo”.
As participações permanentes em outras sociedades são os investimentos
efetuados pala aquisição de ações ou quotas do capital social de outras empresas,
com intenção de permanência. Essas participações societárias, quando em
sociedades controladas ou em sociedades coligadas, cujo investimento seja relevante
e haja o exercício de influência administrativa, têm tratamento legal próprio definido
nos arts. 248 a 250 da lei das sociedades por ações e regulamentado pela Instrução
CVM nº 247/96.
Os bens e direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante ou
realizável a longo prazo, e que não se destinem à manutenção da atividade da
companhia ou da empresa compreendem os investimentos que não se constituem em
meios necessários à consecução da finalidade da entidade. São exemplos de
investimentos dessa natureza os direitos de propriedade sobre obras de artes, as
antigüidades e os imóveis não de uso, os quais apresentam, geralmente, uma
expectativa de realização em valores que ultrapassam o custo de aquisição. Convém
frisar que a expectativa de realização é apenas para fins de avaliação, pois os bens do
ativo permanente não possuem na realização a sua característica, sendo a principal
característica deste grupo a intenção de permanência.
Para satisfazer uma das finalidades da contabilidade, que é a evidenciação de
todos os fatos contábeis, e para possibilitar interpretação e análise exata das
demonstrações financeiras, os bens e direitos de qualquer natureza, não classificáveis
no ativo circulante e realizável a longo prazo, e que não se destinem à manutenção da
atividade da companhia ou da empresa devem ser agrupadas em subcontas próprias.
Adotando essa prática se obtém a identificação de cada bem ou direito de imediato,
mesmo por ocasião da baixa ou saída destes do Ativo Permanente.
Investimentos
Participações permanentes em outras sociedades
AVALIADAS PELO MÉTODO DO CUSTO DE AQUISIÇÃO
Participações permanentes em outras empresas
Ações da Cia. SEMPREBEM
Ações da Cia. BELOMONTE
( - ) provisão para perdas prováveis
Quotas de Capital da Empresa PAMONHA Ltda.
Investimentos Incentivados
EMBRAER
FINAM
FINOR
FISET
5.1 – CONCEITO
Os investimentos permanentes são as aplicações de recursos em participações
no capital social de outras sociedades e em direitos de qualquer natureza não
classificáveis no ativo realizável (circulante e longo prazo) e que não se destinem à
manutenção da atividade da empresa.
O caráter que os distingue dos investimentos temporários ou realizáveis é
exatamente a intenção de permanência que deve estar manifestada. Esta intenção
é normalmente manifestada no momento da aquisição do investimento e
materializada pelo simples registro no grupo do Ativo Permanente no subgrupo
Investimento, porém ela pode ser manifestada em momento posterior com inscrição
no mesmo subgrupo.
ATENÇÃO!!!
No método de avaliação de investimentos pelo CUSTO, o aumento do
Patrimônio Líquido na investida, pela geração de lucros ou reservas,
mesmo a reserva por reavaliação de ativos, não deve se traduzir em
alteração na participação societária da investidora. Porém, a redução do
PL da investida há de ser registrada pela sociedade investidora sob a
forma de provisão para perdas, quando esta redução ou perda estiver
comprovada como permanente.
EXEMPLO 1:
A Companhia Tambaqui, com boa situação financeira, resolveu aplicar parcela de
seus recursos, de forma permanente, na empresa Tucunaré Ltda., cujo capital social é
de R$ 20.000,00, representado por 20.000 quotas. A aquisição, à vista, da Cia
Tambaqui se limitou a 1.500 quotas ao custo unitário de R$ 1,10, isto é, com ágio de
R$ 0,10 por quota e mais uma taxa de corretagem de R$ 50,00.
Assim, os valores despendidos pela Cia Tambaqui foram:
1.500 quotas x R$ 1,00 = R$ 1.500,00
Ágio de R$ 0,10 por quota = R$ 150,00
Corretagem = R$ 50,00
Total = R$ 1.700,00
Esse fato deverá ser contabilizado pela Cia Tambaqui da seguinte forma:
Investimento na empresa Tucunaré Ltda.
a Caixa/Bancos R$ 1.700,00
Perceba que o valor despendido a título de ágio foi integrado ao valor do
investimento, bem como o foi o valor da corretagem. Na aquisição de investimento
pelo método do custo é assim que se procede!
EXEMPLO 2:
A Cia Salmão adquiriu da Cia Trutas 500 ações, pagando à vista o montante de
R$ 5.000,00. O capital da Cia Trutas é composto por 6.000 ações, com valor
individual de R$ 10,00. Desta forma, o lançamento contábil da operação, na Cia
Salmão, será:
Investimento na Cia Trutas
a Caixa/Bancos R$ 5.000,00
Observe que não houve ágio/deságio e outros custos de aquisição, logo o valor
a ser registrado como custo de aquisição é apenas o gasto efetivamente realizado na
aquisição deste investimento.
EXEMPLO 3:
A Cia Pica Pau adquiriu da Cia Colibri a quantia de 12.000 ações pelo preço de R$
9.000,00. O capital da Cia Colibri é de R$ 100.000,00, representado por 100.000
ações. Houve, portanto, um deságio na operação de R$ 3.000,00.
O lançamento contábil na Cia Pica Pau será:
Investimentos na Cia Colibri
a Caixa/Bancos R$ 9.000,00
Importante notar que o valor do deságio foi considerado como diminuição de
custo de aquisição, sendo registrado apenas o valor líquido do investimento adquirido.
Portanto, para investimentos que serão avaliados pelo método do custo, todos
os gastos realizados para sua aquisição o integrarão, não se fazendo o destaque do
ágio ou do deságio quando existirem, isto é, o investimento será registrado pelo valor
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 19
Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 03 – AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS -I
Professores: Francisco Velter & Luiz Roberto Missagia
Por pertinente, cabe destacar que, por ocasião da reversão desta provisão, esta
reversão se constituirá em receita não-operacional.
Atenção!
Outro aspecto a analisar é o caso em que a investidora recebe
dividendo quando a aquisição do investimento conta com menos de
06 (seis) meses.
detentores de ações ou quotas. Pode, também, aumentar o valor nominal das ações já
existentes. Em ambos os casos, não há custo para a sociedade investidora.
Conforme disposto nos arts. 592 a 594 do Decreto nº 3.000/1990 - Regulamento
do Imposto de Renda (RIR/99), as empresas tributadas com base no lucro real
poderão optar por aplicações em incentivos fiscais, com parte do Imposto de Renda
devido:
“Opção na Declaração
Art. 592. A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá
optar pela aplicação de parcelas do imposto de renda devido, nos
termos do disposto neste Capítulo, em incentivos fiscais especificados
nos arts. 609, 611 e 613 (Decreto-lei nº 1.376, de 12 de dezembro de
1974, art. 1º).
Art. 593. O valor do imposto recolhido na forma dos arts. 454 e 455,
mantidas as demais disposições sobre a matéria, integrará o cálculo
dos incentivos fiscais destinados ao FINOR, FINAM e FUNRES (Lei nº
8.541, de 1992, art. 11).
Art. 594. Os incentivos a que se refere este Capítulo não se aplicam
aos impostos devidos por lançamento de ofício ou suplementar,
observado ainda o disposto no § 11 do art. 394 (Lei nº 4.239, de
1963, art. 18, § 5º, alínea "a", e Decreto-lei nº 756, de 1969, art. 1º,
§ 6º).”
Tentamos, com esse exemplo, de forma singela, demonstrar o princípio deste método
de avaliação de investimentos. Contudo, o método da equivalência patrimonial apresenta
algumas particularidades próprias e se configura, no todo, em operações mais complexas
do que a acima apresentada. Nos tópicos seguintes procuraremos explicar suficientemente
os aspectos específicos deste método de avaliação, de modo que você possa resolver, com
segurança, quaisquer questões de provas envolvendo o assunto.
A par dessa introdução modesta, podemos conceituar o método da equivalência
patrimonial como sendo aquele em que os investimentos da sociedade investidora são
avaliados tendo como referência o percentual de participação no capital social da sociedade
investida aplicado sobre o Patrimônio Líquido desta mesma sociedade investida,
consignando, com isso, os resultados e quaisquer variações patrimoniais na sociedade
investida a partir do momento de sua geração, independentemente de o resultado ser
positivo ou negativo e de haver ou não distribuição de dividendos ou lucros.
7.1.2 – COLIGADA
O conceito legal de Sociedade Coligada nos é fornecido pelo § 1º, do art. 243 da lei
das sociedades anônimas que assim dispõe:
percentual de ações preferenciais, uma sociedade que participa com 10% do capital
votante dessa outra empresa será considerada coligada por equiparação. No entanto,
sua participação no capital social da sociedade investida será de apenas 5%.
Outro aspecto a merecer nossa atenção diz respeito à participação indireta,
fazendo surgir, também, a figura da coligada por equiparação. Nesse particular,
tomemos o seguinte exemplo:
A empresa Aspa S/A detém 25% do capital social da empresa Corintos S/A,
sem controlá-la. Salienta-se que as ações possuídas por Aspa S/A são todas do tipo
ordinárias, ou com direito a voto. Corintos S/A é coligada de Aspa S/A. A Empresa
Corintos S/A participa do capital votante da empresa Búfalo S/A com 40%, sem
controlá-la. É de salientar que o capital de Búfalo S/A é composto de ações ordinárias
e preferenciais, logo a participação de Corintos S/A em Búfalo S/A pode representar
apenas em 20% do capital total, sendo certo de que a participação de Corintos S/A no
capital total de Búfalo S/A é menor do que 40% . Mesmo assim, Búfalo S/A é coligada
de Corintos S/A. A participação indireta de Aspa S/A no capital votante de Búfalo
S/A é de 10% (25% de 40% ou 0,25 x 0,4 = 0,10, ou seja 10%), logo Búfalo S/A é
coligada de Aspa S/A por equiparação indireta. É interessante notar que a participação
indireta de Aspa S/A no capital total de Búfalo S/A é menor do que 10%, mas como já
o dissemos, não nos interessa a participação no capital total. Interessa-nos, na
análise da equiparação, apenas, a participação direta ou indireta no capital votante.
Esquematicamente, a participação societária total e participação societária no
capital votante se apresenta da seguinte forma:
25% 25%
20% 40%
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01) (AFTN-1994-2-Esaf) nas sociedades anônimas devem ser avaliados pelo custo de
aquisição menos a provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa
perda estiver comprovada como permanente, os investimentos em: (com adaptações).
a) marcas, patentes e outros bens intangíveis
b) participações permanentes no capital social de outras sociedades, exceto as controladas e
coligadas que tenham seus investimentos avaliados pelo método da equivalência
patrimonial
c) veículos, móveis e utensílios, equipamentos e instalações
d) ativos diferíveis durante a fase anterior ao início das operações
e) estoques dos imóveis destinados à revenda ou utilizados no processo produtivo.
02) (AFTN-96-Esaf) Segundo o texto da Lei Societária, os direitos e títulos de crédito não
classificáveis como Investimentos Permanentes devem ser avaliados pelo:
a) Custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor
b) Valor de reposição ou valor de mercado, dos dois o menor
c) Valor de realização ou pelo custo histórico, dos dois o menor
d) Custo de aquisição deduzidas as despesas para realização
e) Valor corrigido de realização ou valor reposição corrigido
Utilizando apenas as informações contidas na tabela abaixo, responda às questões 07 e 08. Excluído: 30
Quadro de composição acionária da CIA ITARARÉ nas companhias Mauá e Rondon: Excluído: 31
Composição do Capital
Empresas Cia. Cia. Outros Total
Itararé Caxias Acionistas de ações
Cia. Mauá 2.000 4.000 4.000 10.000
Cia. Rondon 16.000 2.000 2.000 20.000
Cia. Caxias 35.000 ------ 15.000 50.000
07) (AFRF-2001-Esaf) A Cia. Itararé tem uma participação total nas investidas na seguinte
ordem:
a) 67% na Cia. Rondon, 30% na Cia. Caxias e 40% na Cia. Mauá
b) 70% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 38% na Cia. Mauá
c) 70% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 20% na Cia. Mauá
d) 87% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 48% na Cia. Mauá
e) 10% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 40% na Cia. Mauá
08) (AFRF-2001-Esaf) O percentual de participação indireta da Cia. Itararé nas empresas Mauá e
Rondon é:
a) 18% na Cia. Mauá e 77% na Cia. Rondon
b) 28% na Cia. Mauá e 20% na Cia. Rondon
c) 28% na Cia. Mauá e 7% na Cia. Rondon
d) 8% na Cia. Mauá e 28% na Cia. Rondon
e) 7% na Cia. Mauá e 70% na Cia. Rondon
09) (AFRF-2001-Esaf) De acordo com a Instrução 247/96 da CVM, são consideradas participações
societárias equiparadas às coligadas quando uma sociedade participa da outra
a) com 5% ou mais do capital votante e mais de 20% do Exigível a Longo Prazo sem, entretanto,
ocorrer dependência financeira
b) com 5% do capital votante sem, entretanto, controlá-la, independentemente da participação
total do capital da investida
c) com 10% ou mais do capital total da investida sem, entretanto, controlá-la,
independentemente da participação total no Exigível da investida
d) com 10% ou mais do capital votante exercendo o controle econômico e administrativo,
independentemente da participação total do capital da investida
e) com 10% ou mais do capital votante sem, entretanto, controlá-la, independentemente da
participação total do capital da investida
11) (AFRF-2001-Esaf) O critério da avaliação contábil a ser aplicado aos títulos de crédito, e
a quaisquer valores mobiliários não classificados como Investimentos Permanentes é:
a) Custo ou mercado dos dois o menor
b) Custo histórico como base de valor
c) Custo corrente ou o de reposição
d) Custo de Realização acrescido dos rendimentos
e) Custo original como base de valor
CIA A
20% 30%
60%
20%
CIA. E OUTROS
25% 55%
CIA. I
21) (AFRF-2002-2-Esaf) Se a participação societária da Cia. Ita na Cia. Itacolomi for de 20%
do capital total, a participação dessa empresa na Cia. Itajubá é:
a) considerada indireta no valor de 45%.
b) nula porque a Cia. Itajubá não é ligada à Cia. lta.
c) considerada direta no valor de 20%.
d) evidenciada em notas explicativas.
e) nula por não haver relação direta entre elas.
23) (AFRF-2003) São atributos necessários para identificar a existência dos ativos
Permanente Investimento
a) constituírem direitos de qualquer natureza, essência ou forma destinados à continuidade da
empresa.
b) representarem direitos de qualquer natureza, essência ou forma destinados ao
desenvolvimento da atividade principal da empresa.
c) não possuírem a característica de realização e não se destinarem à manutenção da
atividade da empresa.
d) serem destinados ao desenvolvimento da atividade principal da empresa e à capacidade de
transformação em moeda.
e) somente representarem direitos não destinados à utilização no desenvolvimento da
atividade principal da empresa.
GABARITOS
01 – B 02 – A 03 – E 04 – C 05 – E
06 – E 07 – D 08 – C 09 – E 10 – C
11 – A 12 – E 13 – D 14 – B 15 – D
16 – B 17 – D 18 – C 19 – B 20 – E
21 – D 22 - A 23 - C
Aula 04
Atenção!!!
Veja que o valor dos créditos decorrentes de empréstimos ou outros
direitos só entram no cálculo para se estabelecer a relevância, mas o valor
contábil do investimento não contempla essas somas.
EXEMPLO 1
Consideremos que a investidora Tubarão S.A., cujo Patrimônio Líquido é de R$
100.000,00 e que vende habitualmente a prazo, indistintamente a qualquer cliente que
comprove capacidade de pagamento, possua as seguintes participações societárias em
suas coligadas:
Empréstimo
Valor do para futuro Duplicatas a Duplicatas a
Investida
investimento aumento de receber pagar
capital
Tambaqui R$ 10.500,00 R$ 1.500,00
Tucunaré R$ 5.000,00 R$ 7.000,00
Truta R$ 4.000,00 R$ 15.000,00
b) No conjunto
Os investimentos efetuados nas sociedades Tambaqui e Tucunaré continuam sendo
relevantes, pois a análise do conjunto dos investimentos não lhes tira aquela condição
adquirida quando analisadas isoladamente.
Perceba que o somatório dos investimentos, ou valor contábil dos investimentos, é
de R$ 19.500,00. A esse valor devemos adicionar o montante de R$ 7.000,00, relativo ao
empréstimo para aumento de capital. Assim, o valor dos investimentos, com a finalidade
específica de analisar a relevância, é de R$ 26.500,00. Logo, o investimento na sociedade
Truta passa a ser relevante, pois o somatório dos investimentos em coligadas e
controladas ultrapassam a 15% do PL da sociedade investidora.
A propósito, o VALOR CONTÁBIL do investimento é determinado conforme a seguir
demonstrado:
(+) valor registrado corrigido monetariamente
(+) saldo do ágio não amortizado
(- ) saldo do deságio não amortizado
(- ) provisão para perdas prováveis, se houver
(=) VALOR CONTÁBIL DO INVESTIMENTO
(+) créditos decorrentes de empréstimos ou outros direitos não operacionais
(=) BASE DE CÁLCULO, PARA FINS DE SE ESTABELECER A RELEVÂNCIA
EXEMPLO 2
A Cia Tucunaré, cujo Patrimônio Líquido é de R$ 80.000,00, possui as seguintes
participações societárias:
- R$ 8.100,00 na coligada Cia Salmão
- R$ 3.500,00 na controlada Cia Truta
Analisando esses investimentos, conclui-se que os dois investimentos da Cia
Tucunaré são relevantes, pois os investimentos em sociedades controladas são
sempre relevantes e o investimento de R$ 8.100,00 na Cia Salmão, isoladamente, é
relevante, visto que R$ 8.100,00 é superior a 10% do seu Patrimônio Líquido.
Perceba que o investimento na Cia Truta é inferior a 10% do PL da Cia Tucunaré.
Entretanto, por se tratar de controlada, o investimento na Cia Truta há de ser
avaliado pelo MEP, conforme disposto no art. 248 da Lei nº 6.404/76 e corroborado
pelos arts. 1º e 5º da Instrução CVM nº 247/96. Por isso, quando se trata de
controlada não há razão de se determinar a relevância do investimento, a não ser
para verificar se os investimentos em coligadas são relevantes quando analisados em
conjunto com os investimentos em controladas.
EXEMPLO 3
A Cia Colibri, cujo Patrimônio Líquido é de R$ 30.000.000,00, possui os seguintes
participações societárias:
menos 10% do capital total ou, ainda, somando-se ações com direito a voto e preferenciais
que perfaçam 15% do capital social! Assim, de qualquer forma a redação do art. 248 é
imprópria, quer por não fazer referência ao capital votante, quer porque o percentual ali
constante foi alterado.
No nosso entender, aquele dispositivo deveria ter a redação alterada, substituindo-se
o trecho “ ... ou de que participe com 20% (vinte por cento) ou mais do capital social,...”
por “... ou que tenha o direito de eleger um representante do conselho de administração
conforme definido nos §§ 4º ao 8º do art. 141, ...”, visto que, com a nova redação do art.
141 até mesmo os acionistas preferenciais possuem o poder exercer esse direito e para
isto necessitam de apenas 10% das ações representativas do capital social. Observa-se,
entretanto, que os acionistas detentores da maioria do capital votante continuam com o
direito de eleger a maioria dos administradores.
Desta forma, entendemos que se um investidor possuir 15% do capital social de
outra empresa, nos termos do art. 141 da lei, ele terá o direito de eleger um representante
do conselho de administração e seu suplente e o conseqüente exercício de influência.
Entretanto, como o art. 248 da lei não foi alterado até a edição deste livro, aquela
regra também está valendo, o que pode gerar sérias discussões se o assunto for cobrado
em provas!
Outra questão que ficou assente diz respeito ao parágrafo 7º, pois nele está grafado
que os acionistas controladores (detentores de mais de 50% das ações com direito a voto)
têm o direito de eleger mais do que 50% dos membros do conselho de administração, o
que é bastante sensato, pois se alguém possui a maioria do capital votante é razoável que
ele possa traçar os destinos do empreendimento.
Vale enfatizar que, pela nova Instrução, apenas os lucros não realizados são
eliminados na apuração do Resultado da Equivalência Patrimonial. Os prejuízos
decorrentes de transações com a investidora, controladas e coligadas, não devem ser
eliminados no cálculo da equivalência patrimonial.
Ressalte-se que, para adoção deste procedimento, o patrimônio líquido da
sociedade investida deverá ser determinado com base nas demonstrações contábeis
levantadas na mesma data das demonstrações contábeis da sociedade investidora.
Entretanto, admite-se uma defasagem de no máximo 60 dias, isto é, as sociedades
investidas poderão elaborar seus demonstrativos contábeis em prazo de até 60 dias
antes dos demonstrativos da sociedade investidora. O que não é possível é a
sociedade investidora elaborar seus demonstrativos antes da sociedade investida, pois
o resultado desta última há de constar nos demonstrativos daquela investidora. Outra
possibilidade de utilização de períodos não idênticos de apuração e levantamento das
demonstrações é quando a adoção desta prática possibilite a apresentação de
informações de melhor qualidade, sendo que neste caso há de ser efetuado uma
referência em nota explicativa dessa divergência de datas.
Empresa B Empresa C
Empresa A Controlada de C Controladora de B
venda
com
lucro
venda
com
lucro
Empresa D
EXEMPLO:
Se uma coligada X vender para a investidora Y o total de R$ 20.000,00 em
matérias-primas, durante determinado exercício, e se estas matérias-primas tiveram
um custo de R$ 12.000,00 incluídos os tributos, ela (X) teve uma rentabilidade de
40% sobre o preço de venda.
Atenção!!!
Os prejuízos apurados no decorrer da avaliação pelo MEP (resultado
negativo na Equivalência Patrimonial) são considerados despesas
operacionais, no entanto as demais perdas relativas ao investimento são
consideradas despesas não operacionais.
permanentes até o valor do investimento, tornando o seu valor contábil nulo, terá de
constituir uma provisão no passivo exigível, caso o valor do compromisso ultrapasse o
valor do investimento. Ora, se a sociedade investida apresenta passivo a descoberto e
a investidora assumiu compromisso formal de honrar obrigações de sua afiliada, então
é praticamente certo que o terá de fazer, pois a falência da investida é, praticamente,
inevitável.
Salienta-se que nesta hipótese, o PL da investida se torna negativo após a
participação societária. Outro aspecto a considerar é que a sociedade investida pode
ser uma controlada do tipo subsidiária integral, onde a controladora possui relação
direta com a investida. Nesse caso, a sua falência sem que os compromissos sejam
honrados acarretaria à controladora prejuízos morais e de credibilidade irreversíveis.
Atenção!
Em que pese os ajustes não transitarem por resultado na sociedade
investida, visto que são registrados diretamente em conta de Lucros
ou Prejuízos Acumulados, transitarão por resultado na sociedade
investidora, e serão receita operacional para esta sociedade.
Lançamento na investidora:
Lançamento na investida:
formas de realização mais comuns são pela alienação, baixa por perecimento, depreciação,
amortização e exaustão.
conta investimento e crédito na conta que originou o recurso para tal aumento de
participação societária.
Exemplo:
A Cia. FUNDOSPERDIDOS, que possuía capital de R$ 2.000.000,00, resolveu
aumentar seu Capital Social em R$ 3.000.000,00 com emissão de novas ações
previamente autorizado pela Assembléia Geral. A Controladora TOPA-TUDO S/A, com
participação de 40% no Capital Social (maioria do capital votante) da Cia.
FUNDOSPERDIDOS, exerceu o seu direito plenamente e na exata proporção de sua
participação no Capital Social, isto é, subscreveu 40% das novas ações, cujos
recursos tiveram origem da conta Bancos Conta Movimento. O lançamento contábil
pertinente na sociedade investidora TOPA-TUDO S/A deve ser o seguinte:
Débito: Ativo Permanente – Investimentos
Participação em sociedades controladas
Cia. FUNDOSPERDIDOS R$ 1.200.000,00
Crédito: Bancos conta movimento
BANCO FUNDO FALSO S/A R$ 1.200.000,00
É interessante notar que esse ganho de capital representa uma receita não
operacional, pois foi gerado por alteração do percentual na participação acionária e
não da atividade operacional da sociedade investida, ou seja, não teve origem nos
resultados obtidos pela investida. Desta forma, ele representa um ganho pelo fato de
outras sociedades ou acionistas não terem exercido o seu direito de subscrição e por
isso eles perderam essa quantia, logo houve um ganho de capital, que é sempre não
operacional.
Porém, o mesmo efeito não ocorre com relação à Contribuição Social Sobre o
Lucro, pois esta exclusão não está prevista em lei para essa contribuição. Assim, o
ganho decorrente da variação percentual de investimento deve ser computado na
apuração da CSLL, ao passo que a perda pode ser deduzida da sua base de cálculo.
Acabamos de demonstrar a hipótese de haver ganho pela variação do
percentual de participação no capital social da sociedade investida. Entretanto, pode
ocorrer de haver perda de capital por essa variação. A perda é possível e encontra
justificativa se a sociedade investidora subscrever ações em quantidade menor do
que a participação percentual no capital social da sociedade investida e se esta
possuir outros valores no PL além do Capital Social.
Em ocorrendo este fato, haverá diminuição no percentual de participação o que
acarretará perda de capital, de forma inversa ao exemplo apresentado.
Essa perda será registrada na sociedade investidora mediante lançamento a
crédito de investimento e a débito de conta de resultado não operacional como
perda de capital.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01) (AFTN-96-Esaf) Quando a Participação Societária for relevante, o efeito gerado por prejuízos
apurados na investida deve ser registrado pela empresa controladora da seguinte forma:
a) Lucros / Prejuízos Acumulados
a Participações Societárias
b) Participações Societárias
a Lucros / Prejuízos Acumulados
c) Lucros / Prejuízos Acumulados
a Participação nos Resultados de Coligadas e Controladas
d) Participação nos Resultados de Coligadas e Controladas
a Lucros / Prejuízos Acumulados
e) Participação nos Resultados de Coligadas e Controladas
a Participações Societárias
02) (AFTN-96-Esaf) Nas participações Societárias relevantes, os dividendos pagos pelas investidas
são tratados como:
a) Receitas não operacionais
b) Resultados de exercícios futuros
c) Receitas operacionais do período
d) Redução do valor dos investimentos
e) Resultado positivo de equivalência
Outras informações:
I- para apuração dos resultados de 1994, das empresas, falta apenas a avaliação dos
Investimentos Permanentes.
II - a Cia PARÁ detinha 60% do capital da Cia. SERGIPE e constituía-se na única participação
societária da empresa .
III - a inflação no período foi ZERO
IV - até o exercício contábil de 1993 os investimentos não eram avaliados pela equivalência
patrimonial Com base nas informações anteriores, identifique a resposta correta para as
questões de números 03 a 05.
07) (AFTN-98-Esaf) A Cia. Continental é uma empresa de capital aberto com investimentos em 4
outras empresas, sendo o valor contábil de seus investimentos, em 31.12.19x7, o seguinte:
Na Cia. A R$ 50.000 - representa 8% do capital da empresa "A";
Na Cia. B R$ 100.000 - representa 15% do capital da empresa "B";
Na Cia. C R$ 150.000 - representa 25% do capital da empresa "C";
Na Cia. D R$ 500.000 - representa 40% do capital da empresa "D".
09) (ESAF/98-Esaf) A empresa Dona S/A possui capital social formado por 2 milhões de ações.
Nós, a empresa Sócia S/A, possuímos 30% desse capital e avaliamos o nosso investimento pelo
método da Equivalência Patrimonial.
No fim do exercício social a empresa Dona S/A, tendo apurado lucro líquido de R$ 300.000,00,
resolveu contabilizar a distribuição de dividendos calculados em 40% deste lucro. O nosso
Contador, ao ser comunicado deste fato, promoveu o seguinte lançamento no Diário da empresa
Sócia S/A, para registrar o dividendo a ela distribuído:
a) Equivalência Patrimonial
a Investimentos Permanentes
a Ações da Empresa Dona S/A
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 90.000,00
b) Dividendos a Receber
a Receitas de Dividendos
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 36.000,00
c) Investimentos Permanentes / Ações da Empresa Dona S/A
a Receita da Equivalência Patrimonial
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 90.000,00
d) Dividendos a Receber
a Receitas de Dividendos
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 90.000,00
e) Dividendos a Receber
a Investimentos Permanentes
a Ações da Empresa Dona S/A
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 36.000,00
No fim do exercício de 1999 a S.A. Armamentos Gerais contabilizou um lucro líquido anual de
R$ 20.000,00 e destinou 25% desse lucro para dividendos na forma do lançamento abaixo:
12) (AFRF-2001-Esaf) De acordo com a Instrução CVM 247/96, para determinação do cálculo do
valor do Investimento e o respectivo cálculo da equivalência patrimonial não são excluídos
a) os prejuízos decorrentes de transações com a investidora, coligadas e controladas
b) os resultados obtidos em transações realizadas com controladas indiretas e coligadas
equiparadas
c) todos os resultados apurados em venda de imobilizados e transferência de realizáveis ocorrida
entre controladas, coligadas e a investidora
d) os lucros apurados em operações de venda de Imobilizados das empresas coligadas efetivas
para a investidora
e) quaisquer resultados obtidos em transações efetuadas entre investidora, coligadas e
controladas
13) (AFRF-2001-Esaf) De acordo com a Instrução 247/96 da CVM, são consideradas participações
societárias equiparadas às coligadas quando uma sociedade participa da outra
a) com 5% ou mais do capital votante e mais de 20% do Exigível a Longo Prazo sem, entretanto,
ocorrer dependência financeira
b) com 5% do capital votante sem, entretanto, controlá-la, independentemente da participação
total do capital da investida
c) com 10% ou mais do capital total da investida sem, entretanto, controlá-la,
independentemente da participação total no Exigível da investida
d) com 10% ou mais do capital votante exercendo o controle econômico e administrativo,
independentemente da participação total do capital da investida
e) com 10% ou mais do capital votante sem, entretanto, controlá-la, independentemente da
participação total do capital da investida
15) (AFRF-2001-Esaf) De acordo com a Lei das S/A. no 6.404/76, Art. 247, considera-se relevante
o investimento:
a) Em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é igual a 5% do valor do
patrimônio líquido da companhia investidora.
b) No conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor corrente é igual ou superior a
20% do valor do patrimônio líquido da companhia investidora.
c) Em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é igual ou superior a 10% do
valor do patrimônio líquido da companhia investidora.
d) No conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor de mercado é igual ou superior
a 25% do valor do patrimônio líquido da companhia investidora.
e) Em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor de realização é igual ou superior a 15%
do valor do patrimônio líquido da companhia investidora.
a) despesa de R$ 390.000,00
b) despesa de R$ 330.000,00
c) receita de R$ 330.000,00
d) despesa de R$ 290.000,00
e) receita de R$ 290.000,00
24) (AFRF-2003) Se a empresa utilizar o critério linear para apropriação dos rendimentos
gerados por esta operação, é correto afirmar que:
a) o valor proporcional ao Imposto de Renda Retido na Fonte deve ser computado em conta
corretiva do ativo.
b) em 31.12.20x1 a empresa deverá ter registrado como resultado do exercício, em conta de
Receitas Financeiras, 2/5 dos rendimentos contratados.
c) os rendimentos contratados somente serão apropriados ao resultado da empresa na ocasião
do vencimento da aplicação.
d) a empresa deverá registrar como Resultado de Exercícios Futuros o valor total dos
rendimentos contratados na ocasião da contratação e efetivação da operação.
e) a Demonstração do Resultado do Exercício encerrado em 31.12.20x1 dessa empresa deverá
ser afetado por receitas financeiras correspondentes a 19,01% dos rendimentos.
25) (AFRF-2003) Em 31.12.20x1 o valor de mercado dos títulos que lastreiam essa aplicação
temporária era de R$ 532.000 e as despesas de negociação e corretagem R$ 2.000. Em
casos como este o procedimento contábil a ser efetivado seria:
a) computar o rendimento efetivo de R$ 27.000, já deduzido do Imposto de Renda retido na
fonte, registrando o valor apurado em conta do ativo.
26) (AFRF-2003) Com base nas informações acima, indique o valor mínimo que a Cia. Boreal
deveria pagar para tornar-se a controladora da empresa transportadora.
a) R$ 4.500.000
b) R$ 3.000.010
c) R$ 3.000.000
d) R$ 2.250.010
e) R$ 1.500.000
28) (AFRF-2003) Indique a opção que não corresponde a procedimentos exigidos pela
Instrução CVM 247/96 para a determinação da base de cálculo da equivalência patrimonial.
a) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia investidora que corresponda à
inclusão no custo de aquisição de ativos imobilizados no balanço patrimonial da controlada.
b) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à
inclusão no custo de aquisição de estoques de matérias-primas no balanço patrimonial da
investidora.
c) O lucro não realizado incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à
inclusão no custo de aquisição de bens não de uso no balanço patrimonial de outra empresa
coligada.
d) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à
inclusão no custo de aquisição de ativos imobilizados no balanço patrimonial da investidora.
e) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à
inclusão no custo de aquisição de ativos imobilizados no balanço patrimonial de outra
controlada.
29) (AFRF-2003) Entre as afirmativas a seguir, indicar aquela que faz parte dos
procedimentos efetuados pela investidora para a determinação do valor da equivalência
patrimonial.
a) Reconhecer os efeitos decorrentes de classe de ações com direito preferencial ou não de
dividendo fixo, dividendo cumulativo e com diferenciação na participação de lucros.
b) Reconhecer os efeitos decorrentes de classe de ações com direito preferencial de dividendo
fixo, dividendo cumulativo e com diferenciação na participação de lucros.
c) Eliminar os efeitos decorrentes da diversidade de critérios contábeis, excetuando, quando se
referir a investimento no exterior.
d) Verificar os efeitos decorrentes de eventos não relevantes ocorridos no caso das
demonstrações
contábeis de mesma data e efeitos postecipados.
e) Admitir a exclusão do montante correspondente às participações recíprocas quando estas
apresentarem caráter eventual e irrelevância.
GABARITOS
01 – E 02 – D 03 – B 04 – A 05 – E
06 – C 07 – A 08 – C 09 – E 10 – C
11 – C 12 – A 13 – E 14 – D 15 – C
16 – E 17 – E 18 – C 19 – A 20 – B
21 – B 22 – D 23 - E 24 - B 25 - D
26 - D 27 - E 28 - A 29 - B 30 - D
Aula 05
Agora é para concluir o assunto! Para isto, não poderia ser diferente. Temos
ainda os aspectos mais complicados sobre a avaliação de investimentos (tratamento
do ágio e deságio e investimentos no exterior).
Ao final da aula transcrevemos a íntegra da Instrução CVM 248/96, que trata da
Avaliação de Investimentos e da Consolidação das demonstrações financeiras. Não
acreditamos que a consolidação seja cobrada, mas é sempre interessante a sua leitura
para que não haja surpresa!
AÇÕES DA AÇÕES DA
CIA TUCUNARÉ CIA TAMBAQUI CAIXA/BANCOS
50.000,00 40.000,00 55.000,00
38.000,00
ÁGIO DESÁGIO
5.000,00 2.000,00
ATIVO
...
PERMANENTE
INVESTIMENTOS
- PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS PERMANENTES
Avaliados pelo método da equivalência patrimonial
Ações da Cia Tucunaré R$ 50.000,00
Ágio nas ações da Cia Tucunaré R$ 5.000,00
Ações da Cia Tambaqui R$ 40.000,00
(-) Deságio nas ações da Cia Tambaqui ( R$ 2.000,00)
Salientamos que o deságio é conta retificadora do ativo e deve estar registrado logo
abaixo do investimento a que estiver retificando, não podendo ser compensado com o ágio
pago em outro investimento.
Um fato a ser ressaltado é que, até pouco tempo atrás, se imaginava que o ágio ou o
deságio só poderiam ocorrer em transações diretas entre empresas. Hoje, entretanto, já
existe o entendimento, inclusive da CVM, de que o ágio ou o deságio podem também
surgir em decorrência de uma subscrição de capital, quer na constituição de empresa
nova, quer no aumento do capital social.
EXEMPLO 1:
A Cia Sucuri efetuou investimento em participação societária na Cia Cascavel, cujo
Patrimônio Líquido é de R$ 2.300.000,00. A participação societária da Cia Sucuri é de 30%
do Patrimônio Líquido da Cia Cascavel, cujo investimento é relevante para a investidora e a
participação de 30% no Capital Social da investida lhe assegura influência administrativa. A
Cia Cascavel possuía em seu ativo imobilizado um terreno com valor contábil de R$
200.000,00, entretanto, por ocasião da operação de participação societária, o referido
imóvel foi avaliado, corretamente, pelo valor de mercado por R$ 300.000,00. A diferença
entre o valor contábil e o valor de mercado gerou um custo adicional (ágio) no
investimento da Cia Sucuri no valor de R$ 30.000,00 (30% de R$ 100.000,00).
O pertinente registro contábil pela aquisição de investimento em participação
societária na Cia Sucuri é o seguinte:
ATIVO PERMANENTE
PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS PERMANENTES
Ações da Cia Cascavel R$ 690.000,00
Ágio nas ações da Cia Cascavel R$ 30.000,00
Algum tempo após a aquisição do investimento pela Cia Sucuri, a Cia Cascavel
realizou o bem (no caso de terreno a realização ocorre no momento da alienação, visto que
não é passível de depreciação). Com esse fato, o ágio deve ser amortizado pelo seguinte
lançamento contábil:
Amortização de ágio
a Ágio nas ações da Cia Cascavel R$ 30.000,00
Salienta-se que a conta “Amortização de Ágio” representa uma despesa, no caso
despesa operacional.
EXEMPLO 2:
Supondo que a Cia Flores investiu na Cia Rosas com aquisição de 10% do Capital
votante desta, o que representa o valor de R$ 2.500.000,00. Este investimento se
caracteriza relevante à Cia Flores e lhe assegura o exercício de influência na administração
da Cia Rosas. Por ocasião da transação, a Cia Rosas possuía em seu imobilizado uma
máquina, cujo valor contábil era de R$ 68.000,00 e que foi avaliado, para fins de
alienação, pelo valor de R$ 80.000,00. Desta forma, a Cia Flores pagou ágio no valor de R$
1.200,00 na aquisição do investimento (10% de R$ 12.000,00). No laudo de avaliação
ficou estabelecido que a vida útil remanescente da referida máquina era de 6 anos.
Portanto, o ágio terá de ser amortizado à razão de R$ 200,00 por ano, em virtude de
depreciação (realização do ágio), conforme demonstrado nos lançamentos a seguir.
Esse procedimento é efetuado até que todo ágio seja amortizado pela realização do
bem por depreciação, quando, então, desaparece a conta do Ágio na sociedade
investidora.
EXEMPLO 3:
A Cia Sucupira adquiriu investimento relevante da Cia Canjica, adquirindo 12% do
Patrimônio Líquido desta. Esta participação assegura à investidora o direito de eleger um
membro do conselho de administração da sociedade investida. A Cia Canjica possui em seu
ativo permanente um investimento em terreno registrado contabilmente por R$
100.000,00. Alguns anos após a aquisição deste terreno pela Cia CAnjica, mas antes da
alienação societária, o Estado construiu, em terreno contíguo, um presídio de segurança
máxima para albergar reclusos de alta periculosidade. Em face dessas circunstâncias, o
terreno foi avaliado, para fins de alienação, pelo valor de R$ 50.000,00. Desta forma, a Cia
Sucupira obteve deságio de R$ 6.000,00 na aquisição de seu investimento. O valor
patrimonial das ações adquiridas pela Cia Sucupira atinge o montante de R$ 700.000,00.
Desta forma, os lançamentos pertinentes à aquisição e a amortização do deságio, por
ocasião da efetiva alienação do referido terreno, na Cia Sucupira, são:
Por outro lado, nos casos de ágio ou deságio sem fundamentação econômica
justificada, a CVM determina que o ágio seja imediatamente reconhecido como perda
no resultado do exercício, enquanto que o deságio somente poderá ser amortizado
quando da baixa por alienação ou perecimento do investimento.
Por fim, foi estabelecido, ainda, um prazo máximo de 10 (dez) anos para
amortização do ágio/deságio decorrente de perspectiva de rentabilidade futura. Já o
ágio decorrente da diferença entre o valor de mercado dos bens e respectivo valor
contábil não possui prazo determinado para realização ou amortização, o que é
bastante plausível, visto que se decorrer, por exemplo, da diferença de preço de um
terreno, que não é passível de depreciação, o valor poderá ser realizado após longo
prazo. Já o ágio decorrente da aquisição de investimento, cujo sociedade investida
possua contrato de direito de exploração, concessão ou permissão delegadas pelo
poder público devem ser amortizados no prazo previsto no referido contrato.
Os saldos do ágio ou do deságio que ainda não estiverem amortizados na
elaboração do balanço patrimonial devem ser apresentados no ativo permanente, em
contas distintas, somados ao investimento em caso de ágio e subtraídos do
investimento se se tratar de deságio. É o que prevê o art. 15 da Instrução CVM.
Art. 13 - Para efeito de contabilização, o custo de aquisição de
investimento em coligada e controlada deverá ser desdobrado e os
valores resultantes desse desdobramento contabilizados em subcontas
separadas:
I - Equivalência patrimonial baseada em demonstrações contábeis
elaboradas nos termos do art. 10; e
II - Ágio ou deságio na aquisição ou na subscrição, representado pela
diferença para mais ou para menos, respectivamente, entre o custo de
aquisição do investimento e a equivalência patrimonial.
Art. 14 - O ágio ou deságio computado na ocasião da aquisição ou
subscrição do investimento deverá ser contabilizado com indicação do
fundamento econômico que o determinou.
§ 1º - O ágio ou deságio decorrente da diferença entre o valor de
mercado de parte ou de todos os bens do ativo da coligada e
controlada e o respectivo valor contábil, deverá ser amortizado na
proporção em que o ativo for sendo realizado na coligada e controlada,
por depreciação, amortização, exaustão ou baixa em decorrência de
alienação ou perecimento desses bens ou do investimento.
§ 2º - O ágio ou o deságio decorrente da diferença entre o valor pago
na aquisição do investimento e o valor de mercado dos ativos e
passivos da coligada ou controlada, referido no parágrafo anterior,
deverá ser amortizado da seguinte forma. (NR)*
a) - o ágio ou o deságio decorrente de expectativa de resultado futuro
no prazo, extensão e proporção dos resultados projetados, ou pela
baixa por alienação ou perecimento do investimento, devendo os
resultados projetados serem objeto de verificação anual, a fim de que
sejam revisados os critérios utilizados para amortização ou registrada a
baixa integral do ágio; e
b) - o ágio decorrente da aquisição do direito de exploração, concessão
ou permissão delegadas pelo Poder Público no prazo estimado ou
contratado de utilização, de vigência ou de perda de substância
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 6
Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 05 – AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS -III
Professores: Francisco Velter & Luiz Roberto Missagia
Investimentos
a Resultado positivo na equivalência Patrimonial
(outras receitas operacionais)
Perceba que com o lançamento contábil acima estaremos aumentando o valor
contábil do investimento na sociedade investidora. Já o lançamento a seguir, que se
refere ao reconhecimento de resultado negativo avaliado pela equivalência
patrimonial, causa redução no valor do investimento!
Investimentos
a Variações cambiais ativas
(Aumento de investimento no Exterior por variação cambial)
ou
Variações cambiais passivas
a Investimentos
(pela redução do investimento no exterior por variação cambial)
EXEMPLO:
A empresa Abaslargas S/A possui participação acionária na empresa Chuvagrossa
S/A. A Cia Barrofrio, que detém participação acionária na empresa Abaslargas S/A, é
incorporada pela empresa Chuvagrossa S/A. Como resultado dessa transação, as
empresas Abaslargas S/A e Chuvagrossa S/A passaram a ser sócias recíprocas uma da
outra.
Ressalte-se que essa participação recíproca deve ser eliminada por ocasião da
avaliação do investimento.
202 da lei societária, eles devem ser adicionados ao primeiro dividendo declarado pela
sociedade investidora, se esta foi a origem da reserva.
Assim, para reforçar o nosso estudo, quando a investidora receber dividendos de suas
controladas ou coligadas uma parcela do investimento estará sendo realizada. Por isso, no
momento do seu recebimento ou reconhecimento devemos baixar a parcela realizada do
investimento mediante crédito na conta de investimento e débito na conta da aplicação dos
recursos advindos desta realização, isto é, debitamos uma conta do AC e creditamos
Investimentos. Devemos reconhecer essa mesma realização na conta de Reserva de
Lucros a Realizar, quando existente, para adicionar o valor assim realizado ao primeiro
dividendo declarado. Porém, neste último caso, não será realizado nenhum lançamento
pois os lucros realizados, quando decorrentes do dividendo mínimo obrigatório,
permanecerão na conta de reserva até que seja declarado novo dividendo ou o seu valor
seja absorvido por prejuízos de exercícios subseqüentes!
empresas sediadas no próprio País. O grande problema com que se depara uma
empresa nessas circunstâncias é exatamente a necessidade de dispor das
demonstrações contábeis dessas coligadas e controladas no Exterior expressas em
moeda nacional e elaboradas segundo critérios contábeis que guardem uniformidade
com os praticados no Brasil. De fato, tais coligadas e controladas terão sua
contabilidade e demonstrações contábeis oficiais desenvolvidas e aplicadas,
atendendo às normas e à legislação do país onde operam e, logicamente, expressas
na respectiva moeda.
Assim, o grande problema na avaliação destes investimentos consiste em
estabelecer critérios que devem ser adotados no tratamento contábil de
Investimentos no Exterior e na Conversão das Demonstrações Contábeis de Outras
Moedas para a moeda nacional.
A equalização deste problema é complexa, principalmente porque o assunto é
novo em nosso País, já que a exportação de capital é fato recente em nossa
economia. Porém, em termos internacionais, em face da maior experiência na
exportação de capitais, há inúmeros estudos e normas sobre a conversão de
demonstrações contábeis para outras moedas.
Ressalte-se que, com a crescente globalização da economia, o assunto tende a
crescer de importância, principalmente nos concursos públicos para a área fiscal.
7.14.3 - APLICABILIDADE
A legislação brasileira, principalmente as normas reguladoras emitidas pela CVM,
especificam que tipos de investimentos devem ser avaliados pelo método de
equivalência patrimonial. Essas normas são, também, aplicáveis aos investimentos
em empresas no Exterior. Assim, as participações societárias em controladas e as
relevantes em coligadas no exterior devem ser avaliadas pelo método da equivalência
patrimonial e devem, também, ser incluídas no processo de consolidação das
demonstrações contábeis.
É de ressaltar que o termo relevante empregado na definição de investimentos
que devem compor as demonstrações consolidadas não deve ser confundido com o
conceito de investimento relevante adotado para fins de equivalência patrimonial.
Esse critério de relevância é aplicado apenas para fins de consolidação das
demonstrações contábeis, pois a Lei nº 6.404/1976, em seu art. 249 determina que a
companhia aberta que tiver mais de 30% do valor do seu patrimônio líquido
representado por investimentos em sociedades controladas deverá elaborar e
divulgar, juntamente com suas demonstrações financeiras, demonstrações
consolidadas. A Instrução CVM nº 247/96, a partir do art. 21, dispõe no mesmo
sentido. Portanto, enfatiza-se, não se deve confundir a relevância aqui referida com o
investimento relevante para fins de aplicação do MEP.
As filiais, agências, sucursais ou dependências de empresas brasileiras situados
no exterior que, por exigência da legislação alienígena, adquirirem personalidade
jurídica própria, constituem-se em subsidiária integral da empresa brasileira, logo
serão avaliadas pelo MEP. Todavia, quando não se caracterizam como empresas
juridicamente independentes, devem ter seus ativos, passivos e resultados,
integrados à contabilidade da matriz no Brasil como qualquer outra filial, agência,
sucursal ou dependência mantida no próprio País, consoante o disposto pelo princípio
da entidade.
I. Quando o valor contábil do investimento em cada coligada for igual ou superior a 10%
(dez por cento) do patrimônio líquido da investidora; ou
II. Quando o valor contábil dos investimentos em controladas e coligadas, considerados
em seu conjunto, for igual ou superior a 15% (quinze por cento) do patrimônio líquido
da investidora.
§ 1º - O valor contábil do investimento em coligada e controlada abrange o custo de aquisição
mais a equivalência patrimonial e o ágio não amortizado, deduzido do deságio não amortizado
e da provisão para perdas.
§ 2º - Para determinação dos percentuais referidos nos incisos I e II deste artigo, ao valor
contábil do investimento deverá ser adicionado o montante dos créditos da investidora contra
suas coligadas e controladas.
DOS INVESTIMENTOS A SEREM AVALIADOS PELO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA
PATRIMONIAL
Art. 5º - Deverão ser avaliados pelo método da equivalência patrimonial:
I. O investimento em cada controlada; e
II. O investimento relevante em cada coligada e/ou em sua equiparada, quando a
investidora tenha influência na administração ou quando a porcentagem de
participação, direta ou indireta da investidora, representar 20% (vinte por cento) ou
mais do capital social da coligada.
Parágrafo único. Serão considerados exemplos de evidências de influência na administração da
coligada:
a. participação nas suas deliberações sociais, inclusive com a existência de
administradores comuns;
b. poder de eleger ou destituir um ou mais de seus administradores;
c. volume relevante de transações, inclusive com o fornecimento de assistência técnica ou
informações técnicas essenciais para as atividades da investidora;
d. significativa dependência tecnológica e/ou econômico-financeira;
e. recebimento permanente de informações contábeis detalhadas, bem como de planos de
investimento; ou
f. uso comum de recursos materiais, tecnológicos ou humanos.
Art. 6º - Deverá deixar de ser avaliado pelo método da equivalência patrimonial, sem prejuízo
do disposto no artigo 12, o investimento em sociedades coligadas e controladas com efetiva e
clara evidência de perda de continuidade de suas operações ou no caso em que estas estejam
operando sob severas restrições a longo prazo que prejudiquem significativamente a sua
capacidade de transferir recursos para a investidora.
Art. 7º - O investimento em sociedade coligada e controlada cuja venda por parte da
investidora, em futuro próximo, tenha efetiva e clara evidência de realização, continuará sendo
avaliado pelo método da equivalência patrimonial até a data-base considerada para a venda.
Art. 8º - O investimento em coligada que, por redução do valor contábil do investimento,
deixar de ser relevante, continuará sendo avaliado pela equivalência patrimonial, caso essa
redução não seja considerada de caráter permanente, devendo todos os seus reflexos ser
evidenciados, segregadamente, em nota explicativa.
Parágrafo único. Na hipótese de descontinuidade do investimento, principalmente aquelas
previstas nos artigos 6º e 7º, os saldos das reservas de reavaliação constituídas pela
investidora deverão ser revertidos em contrapartida ao respectivo valor contábil do
investimento.
§ 3º - O prazo máximo para amortização do ágio previsto na letra "a" do parágrafo anterior não
poderá exceder a dez anos;(NR)*
§ 4º - Quando houver deságio não justificado pelos fundamentos econômicos previstos nos
parágrafos 1º e 2º, a sua amortização somente poderá ser contabilizada em caso de baixa por
alienação ou perecimento do investimento.
§ 5º - O ágio não justificado pelos fundamentos econômicos, previstos nos parágrafos 1º e 2º,
deve ser reconhecido imediatamente como perda, no resultado do exercício, esclarecendo-se
em nota explicativa as razões da sua existência.
Art. 15 - Na elaboração do balanço patrimonial da investidora, o saldo não amortizado do ágio
ou deságio deve ser apresentado no ativo permanente, adicionado ou reduzido,
respectivamente, à equivalência patrimonial do investimento a que se referir.
DA DIFERENÇA RESULTANTE DA AVALIAÇÃO BASEADA NO MÉTODO DA
EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
Art. 16 - A diferença verificada, ao final de cada período, no valor do investimento avaliado
pelo método da equivalência patrimonial, deverá ser apropriada pela investidora como:
I. Receita ou despesa operacional, quando corresponder:
a. a aumento ou diminuição do patrimônio líquido da coligada e controlada, em
decorrência da apuração de lucro líquido ou prejuízo no período ou que
corresponder a ganhos ou perdas efetivos em decorrência da existência de
reservas de capital ou de ajustes de exercícios anteriores; e
b. a variação cambial de investimento em coligada e controlada no exterior.
II. Receita ou despesa não operacional, quando corresponder a eventos que resultem na
variação da porcentagem de participação no capital social da coligada e controlada;
III. Aplicação na amortização do ágio em decorrência do aumento ocorrido no patrimônio
líquido por reavaliação dos ativos que lhe deram origem; e
IV. Reserva de reavaliação quando corresponder a aumento ocorrido no patrimônio líquido
por reavaliação de ativos na coligada e controlada, ressalvado o disposto no inciso
anterior.
Parágrafo único. Não obstante o disposto no artigo 12, o resultado negativo da equivalência
patrimonial terá como limite o valor contábil do investimento, conforme definido no parágrafo
1º do artigo 4º desta Instrução.
DA RESERVA DE LUCROS A REALIZAR E DOS DIVIDENDOS E BONIFICAÇÕES EM
AÇÕES RECEBIDOS PELA INVESTIDORA
Art. 17 - Para fins de constituição da reserva de lucros a realizar, somente poderá ser
considerado como lucro a realizar o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial sobre
o conjunto dos investimentos, apurado nos termos dos incisos I e II, do artigo 16.
Art. 18 - As bonificações recebidas sem custo pela investidora, quer sejam por emissão de
novas ações, quer sejam por aumento do valor nominal das ações, não devem ser objeto de
contabilização na conta do investimento na coligada e controlada.
Parágrafo único. Em decorrência do previsto no caput deste artigo, deverá ser revertida para a
conta de lucros ou prejuízos acumulados a correspondente parcela que tiver sido destinada
para reserva de lucros a realizar, a que se refere o artigo 17.
Art. 19 - A parcela revertida da reserva de lucros a realizar para a conta de lucros ou prejuízos
acumulados, se não absorvida por prejuízos, deverá ser considerada no cálculo, em separado,
do dividendo obrigatório no exercício em que for feita a reversão. O excedente poderá ser
destinado para :
I. Aumento de capital;
Art. 23 - Poderão ser excluídas das demonstrações contábeis consolidadas, sem prévia
autorização da CVM, as sociedades controladas que se encontrem nas seguintes condições:
I. Com efetivas e claras evidências de perda de continuidade e cujo patrimônio seja
avaliado, ou não, a valores de liquidação; ou
II. Cuja venda por parte da investidora, em futuro próximo, tenha efetiva e clara evidência
de realização devidamente formalizada.
§ 1º - Em casos especiais justificados, poderão ser ainda excluídas da consolidação, mediante
prévia autorização da Comissão de Valores Mobiliários, as sociedades controladas cuja
inclusão, a critério da CVM, não represente alteração relevante na unidade econômica
consolidada ou que venha distorcer essa unidade econômica.
§ 2º - No balanço patrimonial consolidado, o valor contábil do investimento na sociedade
controlada excluída da consolidação deverá ser avaliado pelo método da equivalência
patrimonial.
§ 3º - Não será considerada justificável a exclusão, nas demonstrações contábeis consolidadas,
de sociedade controlada cujas operações sejam de natureza diversa das operações da
investidora ou das demais controladas.
DA ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS
Art. 24 - Para a elaboração das demonstrações contábeis consolidadas, a investidora deverá
observar, além do disposto no artigo 10, os seguintes procedimentos:
I. Excluir os saldos de quaisquer contas ativas e passivas, decorrentes de transações
entre as sociedades incluídas na consolidação;
II. Eliminar o lucro não realizado que esteja incluído no resultado ou no patrimônio líquido
da controladora e correspondido por inclusão no balanço patrimonial da controlada.
III. Eliminar do resultado os encargos de tributos correspondentes ao lucro não realizado,
apresentando-os no ativo circulante/realizável a longo prazo - tributos diferidos, no
balanço patrimonial consolidado.
Parágrafo único. No processo de consolidação das demonstrações contábeis, não poderá ser
efetuada a compensação de quaisquer ativos ou passivos pela dedução de outros passivos ou
ativos, a não ser que exista um direito de compensação e a compensação represente a
expectativa quanto à realização do ativo e à liquidação do passivo.
Art. 25 - A participação dos acionistas não controladores, no patrimônio líquido das sociedades
controladas, deverá ser destacada em grupo isolado, no balanço patrimonial consolidado,
imediatamente antes do patrimônio líquido.
Art. 26 - O montante correspondente ao ágio ou deságio proveniente da aquisição/subscrição
de sociedade controlada, não excluído nos termos do inciso I do artigo 24, deverá:
I. Quando decorrente da diferença prevista no parágrafo 1º do artigo 14, ser divulgado
como adição ou retificação da conta utilizada pela sociedade controlada para registro do
ativo especificado; e
II. Quando decorrente da diferença prevista no parágrafo 2º do artigo 14:
a. ser divulgado em item destacado no ativo permanente, quando representar
ágio; e
b. ser divulgado em conta apropriada de resultados de exercícios futuros, quando
representar deságio.
Art. 27 - A parcela correspondente à provisão para perdas constituída na investidora deve ser
deduzida do saldo da conta da controlada que tenha dado origem à constituição da provisão,
ou apresentada como passívo exigível, quando representar expectativa de conversão em
exigibilidade.
Parágrafo único. A auditoria referida no caput deste artigo deverá incluir o exame das
demonstrações contábeis de todas as controladas, abertas ou fechadas, incluídas na
consolidação, realizado por auditor registrado nesta Comissão.
Art. 36 - As demonstrações contábeis consolidadas, assim como as notas explicativas e
quadros analíticos, referidos nesta Instrução, integram, em cada exercício social, as
demonstrações contábeis da companhia aberta investidora ou da sociedade de comando de
grupo de sociedades que inclua companhia aberta.
Art. 37 - A companhia aberta filiada de grupo de sociedades deve indicar, em nota explicativa
às suas demonstrações contábeis, o órgão e, se possível, a data de publicação das
demonstrações contábeis consolidadas da sociedade de comando de grupo de sociedades a
que estiver filiada.
Art. 38 - Os ajustes iniciais, decorrentes das alterações introduzidas por esta Instrução,
deverão ser registrados como receita ou despesa de equivalência patrimonial, no resultado não
operacional, com divulgação do fato e os valores envolvidos em nota explicativa.
§ 1º - Aplica-se, ainda, o disposto no caput deste artigo aos investimentos que, por se
tornarem relevantes, passarem a ser avaliados pelo método da equivalência patrimonial.
§ 2º - O disposto neste artigo não implicará reelaboração das demonstrações contábeis
individuais ou consolidadas relativas ao exercício social anterior.
Art. 39 - As companhias abertas deverão manter em boa ordem, pelo prazo de 3 (três) anos e
por quaisquer meios adequados, a guarda dos papéis de trabalho e memórias de cálculo
relativos à elaboração de suas demonstrações contábeis consolidadas.
Parágrafo único. O descumprimento ao disposto aos artigos 1º, 21, 32 e 35 desta Instrução
será considerado falta grave, para fins do artigo 11 da LEI Nº 6.385, de 07 de dezembro de
1976, ensejando a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente.
Art. 40 - Todas as disposições relativas às sociedades coligadas, contidas nesta Instrução,
aplicam-se ainda às sociedades equiparadas conforme definição contida no parágrafo único do
artigo 2º.
Art. 41 - Esta Instrução entra em vigor na data de sua publicação, aplicando-se às
demonstrações contábeis relativas aos exercícios sociais a se encerrarem a partir de 1º de
dezembro de 1996, quando ficarão revogadas as Instruções CVM nº 01, de 27 de abril de
1978, nº 15, de 03 de novembro de 1980, nº 30, de 17 de janeiro de 1984, o artigo 2º da
Instrução CVM nº 170, de 03 de janeiro de 1992, e as demais disposições em contrário.
Parágrafo único. Adaptam-se à presente Instrução as demais normas da CVM que tratam
dessa matéria.
Original assinado por
FRANCISCO DA COSTA E SILVA
PRESIDENTE
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01) (AFTN-96-Esaf) A figura contábil do ágio pode ocorrer por origens e circunstâncias diversas,
entre elas a expectativa:
a) De rentabilidade futura da Participação Societária adquirida
b) Das despesas futuras da Participação Societária adquirida
c) De o valor do Imobilizado Líquido da empresa investida tender para zero
d) De prejuízos futuros da Participação Societária adquirida
e) De o Patrimônio Líquido da empresa investida ser negativo
03) (AFTN-96-Esaf) Quando uma empresa controlada faz reavaliação de seus bens, a empresa
investidora deve registrar:
a) O fato apenas juridicamente e evidenciá-lo nas Notas Explicativas na ocasião da publicação do seu
balanço
b) Contabilmente a parcela correspondente ao percentual de participação como contrapartida de
receita realizada no período
c) Contabilmente a parcela correspondente ao percentual de participação como contrapartida de
receita de exercícios futuros
d) Contabilmente a parcela correspondente ao percentual de participação como contrapartida de
reserva de reavaliação
e) Contabilmente a parcela correspondente ao percentual de participação de redução do valor do
investimento
04) (TCU-1998-CESPE) De acordo com a Instrução CVM n.º 247, de 27 de março de 1996, que
dispõe, entre outras coisas, a respeito da avaliação de investimentos em sociedades coligadas e
controladas, julgue os itens abaixo.
1. O valor contábil do investimento relevante e influente em coligada ou controlada abrange o custo
de aquisição mais a equivalência patrimonial e o ágio não-amortizado, deduzidos o deságio não-
amortizado e a provisão para perdas.
2. O investimento em controlada deve ser avaliado pelo método da equivalência patrimonial.
3. É considerada exemplo de evidência de influência na administração da coligada a significativa
dependência tecnológica e/ou econômico-financeira.
4. O investimento em sociedade coligada ou controlada, cuja venda por parte da investidora, em
futuro próximo, tenha efetiva e clara evidência de realização, deixará de ser avaliado pelo método
da equivalência patrimonial, imediatamente após a decisão de venda.
5. O investimento em coligada que, por redução do valor contábil do investimento, deixar de ser
relevante, deixará de ser avaliado pela equivalência patrimonial, mesmo que a redução não seja
considerada de caráter permanente.
05) (AFTN-98-Esaf) O valor do ágio pago por Alfa, por ocasião da aquisição das ações da Cia.
Beta, foi de
a) R$ 100.000,00
b) R$ 30.000,00
c) R$ 90.000,00
d) R$ 80.000,00
e) R$ 60.000,00
08) (AFTN-98-Esaf) O valor nominal unitário das ações adquiridas da Cia. Beta foi de
a) R$ 8,00
b) R$ 9,00
c) R$ 2,00
d) R$ 6,00
e) R$ 3,00
09) (AFTN-98-Esaf) O valor do ágio amortizado, ao final do exercício de 19x8, pela Cia. Alfa foi de
a) R$ 10.000,00
b) R$ 90.000,00
c) R$ 70.000,00
d) R$ 30.000,00
e) R$ 60.000,00
20) (AFRF-2002-2-Esaf) O valor nominal unitário das ações da Cia. Itaipu é R$2,00; em
março de 2002 a empresa aumenta o seu capital ordinário em 60.000 ações ordinárias para
subscrição apenas no mercado primário. A Cia. Itararé subscreve e integraliza nessa
operação o valor de R$60.000,00; esse fato contábil gera:
a) um fato contábil misto aumentativo na contabilidade da investida.
b) um percentual de participação maior da investidora na investida.
c) a identificação da perda do controle indireto da Cia. Ita.
d) o reconhecimento de uma perda de capital pela investidora.
e) o registro de um ganho de capital pela Cia. Itararé.
21) (AFRF-2002-2-Esaf) Cia. Itamaracá tem como atividade o transporte de cargas e foi
constituída apenas para prestar esse tipo de serviço às empresas do grupo. Nesse caso a
divulgação desse fato em notas explicativas:
a) não é necessária se as empresas do grupo estiverem obrigadas a consolidar suas
demonstrações.
b) é obrigatória por ferir possíveis interesses de acionistas minoritários e afetar a tributação do
Imposto de Renda.
c) é facultativa desde que esta decisão não afete o fato gerador para o cálculo do ICMS e do
Imposto sobre a Renda.
d) não é necessária por eventualmente vir a gerar transferências não remuneradas entre as
partes relacionadas.
e) é indispensável por se tratar de operação entre partes relacionadas e afetar a tributação.
22) (AFRF-2002-2-Esaf) Por decisão das diretorias das empresas do grupo ficou estabelecido
como período de exercício contábil para todas as empresas o ano civil. Na verificação da
ocorrência de uma venda de um bem imobilizado, com lucro, da Cia. Itacolomi para a Cia.
Itararé e, ao final do período contábil de ambas, a compradora ainda mantinha em seu
patrimônio esse bem. O resultado apurado nessa operação é classificado contabilmente
como:
a) resultado de investimento.
b) ganho de capital.
c) resultado não-realizado.
d) perda de capital.
e) lucro das operações.
24) (AFRF-2003) A Cia. ABC adquire 2% do total de ações da Cia. Lavandisca. Na ocasião da
operação, o preço acordado envolvia o valor das ações e dividendos adquiridos, relativos a
saldos, de Reservas e Lucros Acumulados, pré-existentes e ainda não distribuídos.
No momento em que ocorrer o efetivo pagamento dos dividendos referentes a esses itens, o
tratamento contábil dado a esse evento deverá ser:
a) creditar o valor correspondente a esse dividendo em conta de receita não operacional em
contrapartida do registro do ingresso do recurso no caixa.
b) ajustar o resultado do exercício e creditar o valor correspondente a esse dividendo em conta
de deságio em aquisição de investimentos permanentes em contrapartida do registro do
ingresso do recurso no caixa.
c) lançar o valor correspondente a esse dividendo a crédito da conta participação societária em
contrapartida do registro do ingresso do recurso no caixa.
d) registrar os dividendos recebidos como receita operacional em contrapartida ao lançamento
de débito na conta caixa.
e) considerar o valor recebido como receita não operacional e debitando em contrapartida da
conta ágio em investimentos societários.
GABARITOS
01 – A 02 – A 03 – D 04 – C,C,C,E,E 05 – A
06 – E 07 – C 08 – D 09 – A 10 – A
11 – D 12 – B 13 – D 14 – B 15 – A
16 – E 17 – D 18 – C 19 – D 20 – D
21 – A 22 - C 23- E E C C E 24 - C 25 - A
26 - B 27 - C
07) (AFRF-2001-Esaf) A Cia. Itararé tem uma participação total nas investidas na seguinte ordem:
a) 67% na Cia. Rondon, 30% na Cia. Caxias e 40% na Cia. Mauá
b) 70% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 38% na Cia. Mauá
c) 70% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 20% na Cia. Mauá
d) 87% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 48% na Cia. Mauá
e) 10% na Cia. Rondon, 70% na Cia. Caxias e 40% na Cia. Mauá
Resolução:
Para facilitar a visualização da participação acionária, é conveniente passar as informações do
quadro para um gráfico, em que representaremos a participação de uma empresa em outro
traçando setas no sentido da participação:
ITARARÉ
20% 80%
MAUÁ RANDON
70%
40% 10%
CAXIAS
Percebe-se que a ITARARÉ possui participação direta de 20% na Mauá, de 80% na Randon e
de 70% na Caxias. Entretanto, a Caxias possui investimento de 40% na Mauá e de 10% na
Randon, o que constitui investimento indireto na ITARARÉ naquelas duas empresas.
Desta forma, o investimento da Itararé na Randon é de 80% mais 10% de 70%, ou seja, mais
7%. Isto totaliza 87%. É de notar que 10% = 10/100 e 70% = 70/100.
A participação na Caxias é apenas a direta de 70%.
A participação na Mauá é de 20% de forma direta e mais 28% de forma indireta (40% de
70%), totalizando 48%.
Assim, a resposta correta é a letra “d”.
08) (AFRF-2001-Esaf) O percentual de participação indireta da Cia. Itararé nas empresas Mauá e Rondon é:
a) 18% na Cia. Mauá e 77% na Cia. Rondon
b) 28% na Cia. Mauá e 20% na Cia. Rondon
c) 28% na Cia. Mauá e 7% na Cia. Rondon
d) 8% na Cia. Mauá e 28% na Cia. Rondon
20% 30%
60%
20%
CIA. E OUTROS
25% 55%
CIA. I
Resolução:
a) A CIA G é subsidiária integral da CIA B, pois a CIA B possui 100% do capital de G, logo é
controlada direta.
b) A participação de A em C é de 60%, donde pode-se concluir que C é controlada de ª Porém,
a participação de A em I é apenas indireta, cujo valor pode ser assim apurado: olhando de
frente para a figura, pela direita temos a participação de: 30% de 30% de 20%, ou seja:
0,3 x 0,3 x 0,2 = 0,018 x 100 = 1,8%.
Agora pelo centro, a participação é de 60% de 70% de 20%, ou seja, 0,6 x 0,7 x 0,2 =
0,084 x 100 = 8,4%.
Ainda pela esquerda, com participação de 20% de 10% de 25%, ou seja, 0,2 x 0,1 x 0,25 =
0,005 x 100 = 0,5%.
Então, a participação de A em I é de 1,8% + 8,4% + 0,5% = 10,7%, o que não caracteriza
o controle.
c) Acabamos de calcular a participação indireta de A em I, que é de 10,7%.
d) Percebam que a empresa A não possui participação direta em H. A participação é indireta e
se dá por intermédio das Cias. C e D.
A participação por meio da Cia C é de 42% (70% de 60%)
A participação por intermédio de D é de 9% (30% de 30%).
Logo, a participação indireta de A em H é de 51%. É a resposta correta.
e) A participação indireta de A em H já vimos que é de 51%. A participação de A em F é de
apenas 2%.
16) (AFRF-2002-Esaf) Sendo o percentual de participação da Cia. A na Cia B relativo ao capital total, pode-se
afirmar que
Resolução:
O investimento de A em B é de 20%. Não sabemos a composição acionária de B, logo a
participação pode ser em ações sem direito a voto. Entretanto, uma coisa é certa: A Cia B é
coligada de A. Conforme vimos em nossas aulas, a relevância se mede em relação ao PL da
investidora. Como não dispomos desses dados, fiquemos com a resposta da letra “b”.
17) (AFRF-2002-Esaf) Sendo o percentual de participação da Cia. A na Cia. B relativo ao capital total, pode-se
afirmar que
a) a Cia. I é equiparada a controlada de “D”.
b) a Cia. B participa indiretamente de “I” com 7%.
c) a participação de “A” em “B” é relevante em “I”.
d) a Cia. A participa indiretamente de “I” com 10,7%.
e) a Cia. H participa indiretamente de “I” com 10,7%.
Resolução:
Se voltarmos à questão 15) veremos que a Cia A participa indiretamente em I com 10,7%.
Resposta correta letra “d”.
Resolução:
Novamente, para facilitar a visualização, devemos fazer o gráfico da relação de investimentos:
ITARARÉ
30% 45%
ITACOLOMI
A participação indireta da Itararé na Itaipu ocorre por meio da Itacolomi. Então, 30% de 80%
resulta em 24%.
A resposta correta é a letra “b”.
Itararé e Itacolomi, indique o percentual máximo de participação direta, no capital da empresa Itacolomi, que a
Cia. Ita poderia ter:
a) 100%
b) 88%
c) 52%
d) 40%
e) 20%
Resolução:
Como a Itararé possui 80% das ações da Itacolimi, a ITA poderá ter, no máximo, 20% do
capital dessa empresa. Resposta correta letra “e”.
Resolução:
A participação societária direta e indireta em controladas e coligadas deve ser evidenciada em
notas explicativas, salvo se a empresa elaborar demonstrações consolidadas.
Resposta correta letra “d”.
Saldos Saldos
Ajustados Ajustados
Ativo Circulante 12.000 5.000
Ativo Realizável a Longo Prazo 18.000 ---
Ativo Permanente
Investimentos 30.000 ---
Imobilizado Líquido 110.000 49.000
Passivo Circulante 25.000 15.000
Passivo Exigível a Longo Prazo 15.000 5.000
Patrimônio Líquido:
Capital 80.000 50.000
Reservas 10.000 1.000
Lucros/Prejuízos Acumulados 20.000 (14.000)
Despesas Operacionais 60.000 45.000
Receitas Operacionais 80.000 42.000
Outras informações:
I- para apuração dos resultados de 1994, das empresas, falta apenas a avaliação dos Investimentos Permanentes.
II - a Cia PARÁ detinha 60% do capital da Cia. SERGIPE e constituía-se na única participação societária da empresa .
III - a inflação no período foi ZERO
IV - até o exercício contábil de 1993 os investimentos não eram avaliados pela equivalência patrimonial. Com base nas
informações anteriores, identifique a resposta correta para as questões de números 03 a 05.
03) (AFTN-96-Esaf) Aplicando o método da equivalência patrimonial, o valor correto dos Investimentos Permanentes na Cia
PARÁ seria:
a) $ 30.000
b) $ 20.400
c) $ 9.600
d) $ 22.000
e) $ 1.800
Resolução:
O valor do investimento será apurado pela aplicação de 60% sobre o Patrimônio Líquido da Cia
SERGIPE.
O PL da Cia Sergipe, considerando que no período teve prejuízo de R$ 3.000,00 (42.000 –
45.000), será de:
Capital social R$ 50.000,00
+ Reservas R$ 1.000,00
(-) P. Acumulados R$ 17.000,00
Patrimônio Líquido R$ 34.000,00
Aplicando o percentual de participação (60%), teremos que o investimento da empresa PARÁ
na Sergipe vale R$ 20.400,00.
Resposta correta letra “b”.
04) (AFTN-96-Esaf) O resultado apurado na aplicação da equivalência patrimonial deveria ser lançado pela Cia. PARÁ como:
a) Lucros/ Prejuízos Acumulados - Ajustes de Exercícios Anteriores 7.800
Outras Despesas Operacionais - Lucros e Prejuízos de Participações em outras Companhias 1.800
a Investimentos 9.600
b) Provisão para Perdas com Investimentos Permanentes 9.600
a receitas não Operacionais - Ganhos c/ Investimentos 7.800
a Investimentos 1.800
c) Lucros / Prejuízos Acumulados - Ajustes de Exercícios Anteriores 1.800
Outras Despesas Operacionais - Lucros e Prejuízos de Participações em outras Companhias 7.800
a Investimentos 9.600
d) Ganhos / Perdas com Alienação de Investimentos 7.800
Despesas não-operacionais - Lucros e Prejuízos de Participações em outras Companhias 1.800
a Investimentos 9.600
e) Investimentos 1.800
Despesas não-operacionais - Lucros e Prejuízos de Participações em outras Companhias 7.800
a Ganhos e Perdas c/ Investimentos 9.600
Resolução:
Percebam que a participação da Cia Pará no capital da Cia Sergipe é de 60% e que o Capital
Social da Cia Sergipe é de R$ 50.000,00. Isto nos leva a concluir que a Cia Pará investiu R$
30.000,00.
Até aqui, tudo tranqüilo?!
Muito bem, na questão anterior apuramos que o investimento, em 31/12/1994, vale apenas
R$ 20.400. Logo, a Cia Pará está arcando com resultado negativo de R$ 9.600,00.
Outro aspecto que deve ser considerado é que o investimento não vinha sendo avaliado pela
EP até o ano de 1993. Aí o bicho começa a pegar. Mas, vamos em frente.
Uma coisa já deve ter ficado certo. Como o investimento passou a ser avaliado pelo MEP e ele
vale apenas R$ 20.400,00, o investimento deve ser creditado no valor de R$ 9.600,00. Mas
a contrapartida não deve ser toda no resultado do exercício, pois no ano de 1994 o prejuízo
da Cia Sergipe foi de apenas R$ 3.000,00 e, se aplicado o percentual de participação
(60%), apenas R$ 1.800,00 deve ter como contrapartida o resultado do exercício atual.
Os outros R$ 7.800,00 se referem a prejuízos que a Cia Sergipe teve em exercícios anteriores.
Os ajustes de exercícios anteriores na Cia Pará hão de ser realizados diretamente em conta
de Lucros ou Prejuízos Acumulados, em função do princípio da competência.
Desta forma, o lançamento correto está representado pela letra “a”.
05) (AFTN-96-Esaf) Considerando o valor apurado na equivalência patrimonial, o Resultado do Exercício de 19x4 da Cia.
PARÁ é:
a) $.24.200
b) $.10.400
c) $.12.200
d) $.22.200
e) $.18.200
Resolução:
Confrontando as receitas e despesas do exercício, temos:
Receitas operacionais R$ 80.000,00
(-) Desp. Operacionais R$ 60.000,00
(-) Resultado da EP R$ 1.800,00
= Resultado do Exercício R$ 18.200,00
Resposta correta letra “e”.
09) (ESAF/98-Esaf) A empresa Dona S/A possui capital social formado por 2 milhões de ações.
Nós, a empresa Sócia S/A, possuímos 30% desse capital e avaliamos o nosso investimento pelo método da Equivalência
Patrimonial.
No fim do exercício social a empresa Dona S/A, tendo apurado lucro líquido de R$ 300.000,00, resolveu contabilizar a
distribuição de dividendos calculados em 40% deste lucro. O nosso Contador, ao ser comunicado deste fato, promoveu o
seguinte lançamento no Diário da empresa Sócia S/A, para registrar o dividendo a ela distribuído:
a) Equivalência Patrimonial
a Investimentos Permanentes
a Ações da Empresa Dona S/A
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 90.000,00
b) Dividendos a Receber
a Receitas de Dividendos
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 36.000,00
c) Investimentos Permanentes / Ações da Empresa Dona S/A
a Receita da Equivalência Patrimonial
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 90.000,00
d) Dividendos a Receber
a Receitas de Dividendos
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 90.000,00
e) Dividendos a Receber
a Investimentos Permanentes
a Ações da Empresa Dona S/A
Pelo valor que nos cabe como acionista R$ 36.000,00
Resolução:
Essa questão poderá ter pego alguns de surpresa. Mas, se ordenarmos as coisas como devem
ser, certamente, nunca mais cairão em ciladas como esta.
19) (AFRF-2002-Esaf) A empresa Juruá S/A, controladora do Grupo Solimões, evidencia, em um determinado
período, os valores de 140 milhões como Participações Societárias e 250 milhões como total de Patrimônio Líquido.
No mesmo período, essa empresa possui 5% do capital preferencial da Cia. Rio Negro, que é de 90.000.
Com base nas informações anteriores, identifique o procedimento contábil correto a ser aplicado nessas
circunstâncias.
a) os dividendos, quando pagos pela investida, devem ser registrados como receita.
b) as alterações ocorridas no Patrimônio Líquido da investida são simultaneamente reconhecidas na investidora.
c) a empresa investida é reconhecida como equiparada à empresa Coligada no processo de Consolidação.
d) na distribuição dos lucros da investida, os dividendos provisionados representam ingressos de Disponibilidades.
e) na avaliação dessa participação societária, aplica-se a equivalência patrimonial.
RESOLUÇÃO:
Percebam que o investimento da empresa Juruá S/A na Cia. Rio Negro não é relevante e tão
pouco a Cia. Rio Negro é sua coligada, logo o investimento deve ser avaliado pelo Método do
Custo de Aquisição. Por esta forma de avaliação de investimentos os dividendos, quando
recebidos, devem ser lançados diretamente como receita operacional.
Resposta correta letra “A”.
23) (AFRF-2003) I. A Cia. Boa Vista, companhia atuante no mercado imobiliário, em 20.10.20x1 faz uma aplicação
financeira em Títulos e Valores Mobiliários de R$ 500.000, resgatável em 180 dias pelo valor de R$ 590.000,
com Imposto de Renda Retido na Fonte de 10%;
II. O imposto retido é compensável com o Imposto de Renda devido sobre o lucro apurado no período fiscal;
III. O período contábil da empresa, estabelecido em seu estatuto, abrange o intervalo de tempo entre 01.01 a
31.12 de cada ano.
Em 31.12.20x1 o valor de mercado dos títulos que lastreiam essa aplicação temporária era de R$ 532.000 e as
despesas de negociação e corretagem R$ 2.000. Em casos como este o procedimento contábil a ser efetivado
seria:
a) computar o rendimento efetivo de R$ 27.000, já deduzido do Imposto de Renda retido na fonte, registrando o valor
apurado em conta do ativo.
b) debitar em conta de ativo o ajuste de R$ 32.000 correspondente ao valor de mercado dos títulos a crédito de conta
de receita financeira.
c) evidenciar em notas explicativas o ganho efetivo de R$ 30.000 em função do custo de oportunidade da empresa em
relação a essa aplicação.
d) efetuar o provisionamento de R$ 6.000 para atender o ajuste ao valor de mercado, forma de avaliação aplicada a
este tipo de ativo.
e) registrar o ganho de R$ 4.000 resultantes da comparação entre o valor pago na data do balanço e o valor contábil
da aplicação.
RESOLUÇÃO:
Percebam que, de 20/10/x1 até 31/12/x1 são 72 dias. Como o rendimento previsto para 180
dias é de R$ 90.000,00, então o rendimento diário será de R$ 500,00 (R$ 90.000,00 / 180
dias). Assim, para o período de 72 dias teremos de considerar o rendimento de R$ 36.000,00
(72 d x R$ 500,00 / d). Desta forma, no final de X1 o investimento deverá ser avaliado por R$
536.000,00. No entanto, o valor de mercado é de apenas 532.000,00 e o valor de realização
de R$ 530.000,00, visto que a empresa teria de pagar corretagem de 2.000,00 para alienar
esse investimento. Como o investimento foi avaliado por R$ 536.000,00 e o valor de
realização, leia-se valor de mercado, é de apenas 530.000,00, deve-se constituir uma provisão
de 6.000,00!
Resposta correta letra “D”.
28) (AFRF-2003) Indique a opção que não corresponde a procedimentos exigidos pela Instrução CVM 247/96 para a
determinação da base de cálculo da equivalência patrimonial.
a) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia investidora que corresponda à inclusão no custo de
aquisição de ativos imobilizados no balanço patrimonial da controlada.
b) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à inclusão no custo de
aquisição de estoques de matérias-primas no balanço patrimonial da investidora.
c) O lucro não realizado incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à inclusão no custo de
aquisição de bens não de uso no balanço patrimonial de outra empresa coligada.
d) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à inclusão no custo de
aquisição de ativos imobilizados no balanço patrimonial da investidora.
e) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à inclusão no custo de
aquisição de ativos imobilizados no balanço patrimonial de outra controlada.
Resolução:
A base de cálculo da equivalência patrimonial está definida no art. 9º da Instrução CVM nº
247:
Art. 9º - O valor do investimento, pelo método da equivalência patrimonial, será
obtido mediante o seguinte cálculo:
I - Aplicando-se a percentagem de participação no capital social sobre o valor do
patrimônio líquido da coligada e da controlada; e
II - Subtraindo-se, do montante referido no inciso I, os lucros não realizados,
conforme definido no § 1º deste artigo, líquidos dos efeitos fiscais.
§ 1º - Para os efeitos do inciso II deste artigo, serão considerados lucros não
realizados aqueles decorrentes de negócios com a investidora ou com outras
coligadas e controladas, quando:
a) - o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada e
correspondido por inclusão no custo de aquisição de ativos de qualquer natureza
no balanço patrimonial da investidora; ou
b) - o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada e
correspondido por inclusão no custo de aquisição de ativos de qualquer natureza
no balanço patrimonial de outras coligadas e controladas.
§ 2º - Os prejuízos decorrentes de transações com a investidora, coligadas e
controladas não devem ser eliminados no cálculo da equivalência patrimonial.
§ 3º - Os lucros e os prejuízos, assim como as receitas e as despesas
decorrentes de negócios que tenham gerado, simultânea e integralmente,
efeitos opostos nas contas de resultado das coligadas e controladas, não
serão excluídos para fins de cálculo do valor do investimento.
Desta forma, na alternativa “c” há uma inversão das companhias, pois o lucro a que se refere
a CVM é o das controladas e coligadas e não da controladora que estiver no ativo de suas
filiadas.
Alternativa correta letra “c”.
29) (AFRF-2003) Entre as afirmativas a seguir, indicar aquela que faz parte dos procedimentos efetuados pela
investidora para a determinação do valor da equivalência patrimonial.
a) Reconhecer os efeitos decorrentes de classe de ações com direito preferencial ou não de dividendo fixo, dividendo
cumulativo e com diferenciação na participação de lucros.
b) Reconhecer os efeitos decorrentes de classe de ações com direito preferencial de dividendo fixo, dividendo
cumulativo e com diferenciação na participação de lucros.
c) Eliminar os efeitos decorrentes da diversidade de critérios contábeis, excetuando, quando se referir a investimento
no exterior.
d) Verificar os efeitos decorrentes de eventos não relevantes ocorridos no caso das demonstrações contábeis de
mesma data e efeitos postecipados.
e) Admitir a exclusão do montante correspondente às participações recíprocas quando estas apresentarem caráter
eventual e irrelevância.
Resolução:
A presença de classes de ações com direito preferencial de dividendo fixo, dividendo
cumulativo e com diferenciação na participação de lucros altera o valor do Patrimônio Líquido
da sociedade investida. Desta forma, a existência desse fato deve ser observado pela
investidora na determinação da equivalência patrimonial.
Percebe-se que a alternativa “D” representa transcrição literal da alínea “a” do dispositivo,
sendo a resposta correta.
O percentual de participação da Itararé na Itaipu é de 65%. Como o valor nominal das ações é de R$
2,00 e a Itararé subscreveu o valor de R$ 60.000,00, então ela subscreveu apenas 50% das novas
ações, não exercendo o seu direito pleno que era a subscrição de 65%. Este fato pode gerar perda de
capital para a investidora se o PL da Itaipu for composto de outros valores positivos que não seja o
capital social. Percebam que, tecnicamente, não há resposta correta, porém, como a única possibilidade
neste caso é considerar a existência de valores positivos no PL, então a resposta correta é a letra “d”.
25) (AFRF-2003) A Cia. Jovial, controlada da Cia. Época, em um determinado exercício reconhece como ajustes de
exercícios os efeitos relevantes decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil. Neste caso, a controladora
que avalia seu investimento pelo método de equivalência patrimonial, deverá:
a) registrar o efeito correspondente à sua participação em seu resultado como item operacional.
b) proceder à realização de assembléia extraordinária e dar conhecimento aos acionistas minoritários do fato ocorrido
na controlada.
c) apenas efetuar a evidenciação do fato em notas explicativas e constar em ata de assembléia extraordinária.
d) lançar também como Ajustes de Exercícios Anteriores o valor proporcional à sua participação societária.
e) apenas fazer a evidenciação do fato em notas explicativas, tendo em vista que o fato não afeta o seu resultado.
Resolução:
O art. 16 da Instrução CVM 247 prevê que:
Art. 16 - A diferença verificada, ao final de cada período, no valor do
investimento avaliado pelo método da equivalência patrimonial, deverá ser
apropriada pela investidora como:
I - Receita ou despesa operacional, quando corresponder:
a) - a aumento ou diminuição do patrimônio líquido da coligada e controlada, em
decorrência da apuração de lucro líquido ou prejuízo no período ou que
corresponder a ganhos ou perdas efetivos em decorrência da existência de
reservas de capital ou de ajustes de exercícios anteriores; e
b) - a variação cambial de investimento em coligada e controlada no exterior.
Desta forma, o ajuste de exercícios anteriores efetuados em coligadas e controladas, que
naquelas sociedades são lançados diretamente em conta de lucros ou prejuízos acumulados,
devem ser reconhecidos como resultado da equivalência patrimonial, como receita operacional.
Resposta correta letra “a”.
CONSOLIDAÇÃO DAS
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A Lei das sociedades anônimas, por meio dos arts. 249 e 275, dispõe sobre a
necessidade da elaboração de demonstrações contábeis consolidadas por parte das
companhias abertas que deverá seguir as normas emanadas pelo art. 250 da mesma lei.
Nesses dispositivos, a lei prevê que a companhia aberta que tiver mais de 30% do valor
do seu patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades controladas e o
grupo de sociedades deverão elaborar e divulgar, juntamente com suas demonstrações
financeiras, demonstrações consolidadas nos termos do art. 250.
Dispõem, ainda, aqueles dispositivos que a CVM poderá expedir normas sobre as
sociedades cujas demonstrações devam ser abrangidas na consolidação bem como incluir na
consolidação sociedades que não sejam controladas, desde que sejam dependentes financeira
ou administrativamente da companhia. A CVM poderá autorizar, em casos especiais, a
exclusão de uma ou mais sociedades controladas.
No caso de grupo de sociedades, a sociedade de comando estará sempre obrigada a
elaboração de demonstrações consolidadas, independentemente de ser sociedade anônima ou
outro tipo societário.
Desta forma, no contexto da vida empresarial contemporânea, no qual as empresas
estão formando grupos econômicos constituídos por diversos segmentos industriais,
comerciais, financeiros e de prestação de serviços, há a necessidade de as empresas de
comando ou controladoras evidenciarem de forma clara e transparente todas as transações
efetuadas e principalmente as realizadas com relação a outras empresas do mesmo grupo
econômico. Assim, com fundamento no princípio da entidade, surge a necessidade da
consolidação das demonstrações contábeis.
Antes de adentrarmos nos conceitos mais técnicos e para que possamos entendê-los
adequadamente, poder-se-ia dizer que consolidação das demonstrações financeiras se
constitui no trabalho de eliminar toda e qualquer transação realizada entre os componentes do
grupo empresarial para que o grupo possa apresentar um demonstrativo único. É como se
fosse uma família em que o filho realizasse uma venda ao seu pai e obtivesse lucro nessa
venda. Esse lucro deve ser eliminado do patrimônio da família, pois a família, como unidade
econômica (entidade autônoma), não ganhou, ainda, absolutamente nada.
A consolidação de balanços, como é mais conhecida, é um demonstrativo que ganha
importância cada vez maior em face da crescente busca de capital por parte das empresas
junto ao mercado de ações.
As demonstrações financeiras não consolidadas das empresas pertencentes a um grupo
empresarial perdem muitas informações, não sendo, muitas vezes, adequadas na análise da
tomada de decisões por parte dos acionistas minoritários e público em geral que são a razão
principal da consolidação.
Por meio da consolidação das demonstrações financeiras podemos conhecer a efetiva
posição financeira da empresa controladora juntamente com as suas controladas e sociedades
dependentes.
Muitos grupos empresariais são constituídos por suas atividades serem complementares
umas das outras. É exatamente neste contexto que devemos analisar as demonstrações
financeiras, pois representam um conjunto de atividades empresariais. Esta análise somente
será válida quando realizada com base nas demonstrações consolidadas.
Percebe-se que a lei deu amplos poderes à CVM para regulamentar e inclusive inserir
outras companhias ou casos no rol das empresas que devem consolidar suas demonstrações
contábeis.
Percebe-se que a CVM, dentro de sua competência normativa, alargou a abrangência das
empresas que devem apresentar, obrigatoriamente, a consolidação para toda e qualquer
controlada, não importando o percentual do PL da investidora representado pelo investimento,
afastando, desta forma, a limitação dos 30% estabelecidos pela lei.
Assim, com base na lei e na norma da CVM, estão obrigados à elaboração das
demonstrações contábeis consolidadas e outras imposições:
1– A companhia aberta que possua investimentos em controladas;
2– Outras sociedades cuja inclusão tenha sido determinado pela CVM, desde
que sejam dependentes financeira ou administrativamente da
companhia, como é o caso de Entidades de Propósito Específico - EPE;
Recentemente, por meio da Instrução nº 408, a CVM incluiu mais uma exigência a ser
observada, tanto na Consolidação quanto na avaliação de investimentos pelo MEP.
O patrocinador ou a entidade em cujo benefício a EPE foi criada pode transferir ativos à
EPE, obter o direito de executar serviços ou de usar os ativos por ela possuídos , enquanto
outras partes, consideradas "fornecedores de capital", podem prover os recursos para
financiamento da Entidade de Propósito Específico, cobrando por esses recursos uma espécie
de aluguel, tarifa ou mesmo uma participação nos resultados. Uma companhia que mantém
transações com uma Entidade de Propósito Específico, normalmente o instituidor ou o
patrocinador, pode substancialmente controlar a EPE.
5 – CONCEITOS BÁSICOS
6 – PROCEDIMENTOS DE CONSOLIDAÇÃO
O CFC disciplinou os procedimentos de consolidação preconizando a adoção das
seguinte regras:
A consolidação é o processo de agregar saldos de contas e/ou de grupos de
contas de mesma natureza, de eliminar saldos de transações e de participações
entre entidades que formam a unidade de natureza econômico-contábil e de
segregar as participações de não-controladores, quando for o caso.
A controladora deve consolidar as demonstrações contábeis de entidade
controlada a partir da data em que assume seu controle, individual ou em
conjunto.
Os ajustes e as eliminações decorrentes do processo de consolidação devem ser
realizados em documentos auxiliares, não originando nenhum tipo de
lançamento na escrituração das entidades que formam a unidade de natureza
econômico-contábil.
Quando o controle for exercido de forma conjunta, os saldos das contas devem
ser agregados às demonstrações contábeis consolidadas de cada controladora,
na proporção da participação destas no capital social da controlada.
No caso de uma das entidades controladoras passar a exercer direta ou
indiretamente o controle da entidade sob controle conjunto, a controladora final
deve passar a consolidar integralmente os elementos do patrimônio da
controlada.
As entidades que formam a unidade de natureza econômico-contábil devem
segregar, em contas específicas, as transações realizadas entre si.
As demonstrações contábeis das entidades controladas, para fins de
consolidação, devem ser levantadas na mesma data ou até no máximo 60
(sessenta) dias antes da data das demonstrações contábeis da controladora.
Quando demonstrações contábeis com datas diferentes são consolidadas, devem
ser efetuados ajustes que reflitam os efeitos de eventos relevantes nas
entidades, que ocorrerem entre aquelas datas e a data-base das demonstrações
contábeis da unidade de natureza econômico-contábil.
6.2.1.2 - INVESTIMENTOS
Patrimônio Líquido R$
Capital Social 980.000,00
Reservas de Capital 196.000,00
Reservas de Lucros 147.000,00
Lucros Acumulados 98.000,00
Total 1.421.000,00
Considerando, por hipótese, que 49% das 500.000 ações não pertencem à Controladora
(que está fazendo a consolidação), logo devemos aplicar essa mesma percentagem sobre as
demais contas do patrimônio líquido, pois esse valor pertence ou é de direito dos acionistas
minoritários ou não controladores. Teremos, então, a seguinte situação:
Não é demais repetir que o valor de R$ 696.290,00 deverá constar no Balanço Patrimonial
Consolidado fora do Patrimônio Líquido, logo acima deste e abaixo de Resultados de Exercícios
Futuros.
Devemos atentar ao fato de que a eliminação dos valores pertencentes aos acionistas
minoritários e aos acionistas não controladores deve ser realizada mesmo quando existem
lucros não realizados no patrimônio líquido das controladas, o que afetará o resultado da
controladora, mas não poderá afetar a participação minoritária (ou não controladores), pois o
lucro estará não realizado na relação de controlada e controladora, mas estará realizado para
os demais acionistas.
Assim, esses minoritários têm direito de participar no resultado das controladas de que
são sócios, ainda que haja lucro decorrente de operações com a controladora, pois esse lucro
será eliminado para apurar o valor pertencente ao grupo econômico, mas não para apurar a
participação dos minoritários ou não controladores. Aliás, este é um dos principais objetivos da
consolidação e apuração da participação dos acionistas minoritários.
Exemplo:
Na venda de estoques, com lucro, da controlada à sua controladora, com incidência de
Imposto de Renda, e se esses estoques não forem vendidos pelo adquirente (parcial ou
22 INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS
Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 06 – CONSOLIDAÇÃO
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totalmente), a parcela do lucro não realizado deve ser eliminada na consolidação, bem como a
proporção do imposto de renda incidente sobre esse lucro.
Os lançamentos de eliminação do Imposto (ajustes) são os seguintes:
Como a empresa Piau S/A faz sua escrituração de forma regular, ela debitou e creditou
os valores do IPI e do ICMS nas contas próprias. A controladora Asteca S/A pode não ter
vendido todo esse estoque adquirido de sua controlada, o que acarreta os seguintes efeitos,
considerando que não houve a venda da metade do estoque:
Débito Crédito
Faturamento Bruto 28.000,00
a IPI 3.000,00
a ICMS 4.500,00
a CPV 14.000,00
a Estoques (lucros não realizados) 6.500,00
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
A empresa LM era subsidiária integral da Cia ABC, que também possuía 60% do capital da
Cia XY. Em 31.12.19x1 os balanços patrimoniais da Cia ABC e de suas controladas eram os
seguintes :
A empresa LM era subsidiária integral da Cia. ABC, que também possuía 60 % do
capital da Cia. XY. Em 31/12/19X1 os balanços patrimoniais da Cia. ABC e de suas
controladas eram os seguintes:
Controladora Controlada Controlada
ABC LM XY
ATIVO CIRCULANTE
Disponibilidades 1.000 15.000 22.000
Valores a receber 25.000 5.000 34.000
Estoques 45.000 - 20.000
ATIVO PERMANENTE
INVESTIMENTOS
Participações Societárias Cia. LM 20.000 - -
Participações societárias Cia. XY 60.000 - -
IMOBILIZADO LÍQUIDO 100.000 10.000 54.000
TOTAL DO ATIVO 251.000 30.000 130.000
PASSIVO CIRCULANTE
Valores a pagar 16.000 - 5.000
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Empréstimos Bancários 35.000 10.000 25.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 200.000 20.000 100.000
TOTAL PASSIVO + PL 250.000 30.000 130.000
09) (AFTN-96-Esaf) Em 10/10/19x2, a Cia. Amazonas vende à vista para a sua subsidiária
integral, Cia Solimões , um imobilizado pelo valor de $ 15.000.000, obtendo um lucro na
operação de $ 3.500.000. Em 31/12/19x2, por ocasião da Consolidação das
Demonstrações Contábeis, o procedimento de eliminação do lucro não realizado
intercompanhias seria :
a) Terrenos
a Lucros Não-Realizados Intercompanhias $ 3.500.000
b) Resultado Operacional
a Terrenos $ 3.500.000
26 INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS
Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 06 – CONSOLIDAÇÃO
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c) Lucro na Alienação de Imobilizados
a Terrenos $ 3.500.000
d) Terrenos
a Lucros na Alienação de Imobilizados $ 3.500.000
e) Terrenos
a Ajustes de Lucros Não-Realizados Intercompanhias $ 3.500.000
12) (AFTN-98-Esaf) O imposto de renda oriundo de lucro ainda não realizado, referente a
operações efetuadas entre as empresas em consolidação, deverá ser
a) lançado contra estoques, quando proveniente de transações de mercadorias
b) considerado e pago quando for o caso
c) eliminado para posterior tributação
d) lançado contra impostos a compensar no Passivo Circulante
e) lançado contra impostos a compensar no Exigível a Longo Prazo
15) (AFRF-2001-Esaf) De acordo com a Instrução CVM 247/96, poderão ser excluídas da
obrigatoriedade de Consolidação de Demonstrações Financeiras:
a) todas as companhias abertas que tiverem mais de 30% do seu patrimônio líquido
representado por investimentos em controladas
b) sociedades controladas que apresentarem efetivas e claras evidências de perda de
continuidade
21) (AFRF-2001-Esaf) Após a consolidação dos Balanços, o valor dos Lucros Acumulados é:
a) 80.000
b) 40.000
c) 50.000
d) 30.000
e) 140.000
22) (AFRF-2001-Esaf) Após a consolidação dos Balanços, o valor total das Exigibilidades é:
a) 95.000
b) 265.000
c) 255.000
d) 170.000
e) 295.000
23) (AFRF-2001-Esaf) - Após a consolidação dos Balanços, o valor total das Contas a
Receber é
a) 120.000
b) 140.000
c) 260.000
d) 80.000
e) 20.000
29) (AFRF-2003) A empresa Chuí S.A. possui investimentos na empresa Oiapoque S.A.,
tendo, de acordo com as determinações da Lei das Sociedades por Ações, a
obrigatoriedade de efetuar a consolidação. No ano de 2002 a empresa Chuí adquiriu da
empresa Oiapoque R$100.000,00 de fios elétricos para reformar suas instalações.
Pressupondo que este lucro será eliminado e nunca mais realizado, podese:
a) eliminar agora o Imposto de Renda e a contribuição social sobre ele incidente.
b) excluir definitivamente o Imposto de Renda e a contribuição social pois não são devidos.
c) excluir o Imposto de Renda e manter a contribuição social como despesa do período.
30 INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS
Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 06 – CONSOLIDAÇÃO
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d) manter o Imposto de Renda e eliminar a contribuição social das demonstrações.
e) manter o Imposto de Renda e a contribuição social pois ambos são despesas do período.
Com base no que dispõe a Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/1976) e os atos
normativos da CVM, a propósito da consolidação de demonstrações financeiras e outros
aspectos relativos às demonstrações contábeis, marque (C) para CERTO e (E) para
ERRADO nas questões nºs 31 a 48.
GABARITO
01 – A 02 – E 03 – E 04 – A 05 – B
06 – C 07 – D 08 – A 09 – C 10 – E
11 – A 12 – C 13 – C 14 – C 15 – B
16 – A 17 – E 18 – B 19 – B 20 – A
21 – D 22 – B 23 – A 24 – C 25 – B
26 – D 27 – E 28 – A 29 - E 30 - C
31 – E 32 – C 33 – C 34 – E 35 – C
36 – E 37 – C 38 – E 39 – C 40 – E
41 – C 42 – C 43 – C 44 – C 45 – E
46 – C 47 – A 48 – E
REORGANIZAÇÃO DE SOCIEDADES
1. INTRODUÇÃO
2. FORMAS DE CONCENTRAÇÃO
A Lei das sociedades anônimas, no art. 223, prevê três formas de concentração societária
com tratamento jurídico próprio: A Incorporação, Fusão e Cisão:
Art. 223. A incorporação, fusão ou cisão podem ser operadas entre sociedades
de tipos iguais ou diferentes e deverão ser deliberadas na forma prevista para
a alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais.
§ 1º Nas operações em que houver criação de sociedade serão observadas as
normas reguladoras da constituição das sociedades do seu tipo.
§ 2º Os sócios ou acionistas das sociedades incorporadas, fundidas ou
cindidas receberão, diretamente da companhia emissora, as ações que lhes
couberem.
§ 3º Se a incorporação, fusão ou cisão envolverem companhia aberta, as
sociedades que a sucederem serão também abertas, devendo obter o
Assim, se determinado estatuto estabelece que poderá ser alterado somente com a
aprovação unânime dos integrantes do quadro social é dessa forma que o processo de
reorganização deve ser conduzido.
3. TRANSFORMAÇÃO
Após constituída uma sociedade sob determinado tipo societário, pode ela mudar de tipo,
passando, por exemplo, de LTDA para Sociedade Anônima e vice-versa. Não se trata de
concentração de sociedades, visto que muda apenas a sua forma jurídica.
É interessante a regra contida no parágrafo único do art. 220, pois ele estabelece que os
preceitos a obedecer na transformação são os que regem a constituição e o registro do tipo
societário a ser adotado pela sociedade. Vale dizer, se a sociedade passar de Sociedade por
Quotas de Responsabilidade Limitada para Sociedade Anônima, todo procedimento deverá ser
o estabelecido na Lei nº 6.404/76, além das Instruções pertinentes ao assunto emitidas pela
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), se a sociedade resultante for uma sociedade de capital
aberto.
A primeira vista, a operação parece ser muito simples. Entretanto, a lei impõe alguns
freios à sua efetivação, pois estabelece que deve haver o consentimento de todos os sócios
ou acionistas. Ressalva, contudo, a aprovação de forma linear pelos sócios ou acionistas
quando haja expressa disposição nos atos constitutivos no sentido de possibilitar a
transformação, isto é, o estatuto ou o contrato social da sociedade podem prever que a
Se a lei assegurou garantias aos sócios ou acionistas, com mais razão o fez em relação
aos credores quando estipula, no art. 222, que a transformação jamais prejudicará o direito
dos credores, devendo o tipo resultante oferecer as mesmas garantias do tipo anterior à
satisfação integral dos créditos anteriores à transformação. Assim, se uma sociedade que
antes da transformação conferia responsabilidade ilimitada aos sócios e se esta sociedade
adotou, por transformação, tipo societário que restrinja a responsabilidade dos sócios ou
acionistas, estes continuarão a responder pelas obrigações assumidas pela sociedade, antes da
transformação, de forma ilimitada em caso de dissolução ou insolvência da sociedade de tipo
diferente decorrente da transformação.
4.1. PROTOCOLO
Segundo a Lei das Sociedades por Ações, as condições de incorporação, fusão ou cisão
constarão de protocolo firmado pelos órgãos da administração ou dos sócios das empresas
interessadas no processo.
A Lei n° 6.404/76, no seu artigo 226, exige laudo pericial, para avaliação dos ativos das
sociedades envolvidas no processo de reorganização. A sociedade que tiver patrimônio
absorvido por outra deverá levantar balanço específico para esse fim, no qual os bens e
direitos serão avaliados pelo valor contábil ou de mercado, nos termos do art. 8º da lei, na
mesma data e com os mesmos critérios de avaliação para todas as empresas envolvidas no
processo.
4.2. JUSTIFICAÇÃO
Os aspectos que constarão da justificativa estão previstos nos incisos I a IV, do art. 225
da Lei nº 6.404/76:
Art. 225. As operações de incorporação, fusão e cisão serão submetidas à
deliberação da assembléia geral das companhias interessadas mediante
justificação, na qual serão expostos:
I - os motivos ou fins da operação, e o interesse da companhia na sua
realização;
II - as ações que os acionistas preferenciais receberão e as razões para a
modificação dos seus direitos, se prevista;
III - a composição, após a operação, segundo espécies e classes das ações,
do capital das companhias que deverão emitir ações em substituição às que
se deverão extinguir;
IV - o valor de reembolso das ações a que terão direito os acionistas
dissidentes.
Pelo que dispõe no art. 226, a seguir transcrito, denota-se que a participação em
processo de reorganização de sociedades, quando há passivo a descoberto, é vedada.
Reembolso
Art. 45. O reembolso é a operação pela qual, nos casos previstos em lei, a
companhia paga aos acionistas dissidentes de deliberação da assembléia-
geral o valor de suas ações.
§ 1º O estatuto pode estabelecer normas para a determinação do valor de
reembolso, que, entretanto, somente poderá ser inferior ao valor de
patrimônio líquido constante do último balanço aprovado pela assembléia-
geral, observado o disposto no § 2º, se estipulado com base no valor
econômico da companhia, a ser apurado em avaliação (§§ 3º e 4º).
§ 2º Se a deliberação da assembléia-geral ocorrer mais de 60 (sessenta) dias
depois da data do último balanço aprovado, será facultado ao acionista
dissidente pedir, juntamente com o reembolso, levantamento de balanço
especial em data que atenda àquele prazo.
Nesse caso, a companhia pagará imediatamente 80% (oitenta por cento) do
valor de reembolso calculado com base no último balanço e, levantado o
balanço especial, pagará o saldo no prazo de 120 (cento e vinte), dias a
contar da data da deliberação da assembléia-geral.
§ 3º Se o estatuto determinar a avaliação da ação para efeito de reembolso, o
valor será o determinado por três peritos ou empresa especializada, mediante
laudo que satisfaça os requisitos do § 1º do art. 8º e com a responsabilidade
prevista no § 6º do mesmo artigo.
§ 4º Os peritos ou empresa especializada serão indicados em lista sêxtupla ou
tríplice, respectivamente, pelo Conselho de Administração ou, se não houver,
pela diretoria, e escolhidos pela Assembléia-geral em deliberação tomada por
maioria absoluta de votos, não se computando os votos em branco, cabendo
a cada ação, independentemente de sua espécie ou classe, o direito a um
voto.
§ 5º O valor de reembolso poderá ser pago à conta de lucros ou reservas,
exceto a legal, e nesse caso as ações reembolsadas ficarão em tesouraria.
O credor anterior a operação de incorporação e fusão, e por ela prejudicado, tem direito
de pleitear a anulação judicial da operação. O prazo fatal para o exercício deste direito se
extingue 60 dias depois de publicados os atos da definitividade da operação. Para evitar esse
percalço, a companhia poderá consignar em pagamento a importância que prejudicará a
anulação ou poderá oferecer garantia à execução o que suspenderá a anulação do ato.
Entretanto, o ato de cisão parcial pode amenizar essa obrigação dos sucessores,
estabelecendo que estas respondam somente pelas obrigações que lhes forem transferidas,
afastando a solidariedade com as demais sociedades envolvidas no processo. Nesse caso,
porém, os credores anteriores à cisão podem se opor à ressalva, desde que o façam dentro de
90 dias da publicação dos atos de cisão, mediante notificação às sociedades participantes do
processo.
Art. 233. Na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades que
absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas
obrigações da companhia extinta. A companhia cindida que subsistir e as que
absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas
obrigações da primeira anteriores à cisão.
Parágrafo único. O ato de cisão parcial poderá estipular que as sociedades que
absorverem parcelas do patrimônio da companhia cindida serão responsáveis
apenas pelas obrigações que lhes forem transferidas, sem solidariedade entre
si ou com a companhia cindida, mas, nesse caso, qualquer credor anterior
poderá se opor à estipulação, em relação ao seu crédito, desde que notifique
a sociedade no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data da publicação dos
atos da cisão.
5.1. CONCEITO
Até o momento vimos o processo de reorganização de forma genérica e nos aspectos que
são comuns entre suas modalidades. Doravante veremos cada uma das formas de
reorganização de modo mais minucioso, começando pela incorporação.
Incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra
que lhes sucede em todos os direitos e obrigações, vale dizer, na incorporação, a empresa
sucedida extingue-se, totalmente, dando lugar a outra (sucessora) que lhes sucede em todos
os direitos e obrigações.
Birita Ltda.
Cansaço S.A.
Os ativos e passivos das sociedades incorporadas (Birita Ltda. e Cansaço S.A.) são
transferidos para o patrimônio da incorporadora Aquários S.A.
PC 6.400,00
PELP 4.800,00
a Conta de Incorporação 11.200,00
Com o lançamento acima foi encerrado o ativo e o passivo da empresa Biribá Ltda. A
conta “Conta de Incorporação” é transitória e possui o objetivo específico de receber as
contrapartidas dos ativos e passivos da sociedade incorporada e será “zerada” pela descarga
desses valores nas respectivas contas na sociedade incorporadora.
Assim, a sociedade Biribá Ltda não possui mais contas de ativo e de passivo. Possui
apenas as contas transitórias de incorporação, que serão “zeradas” tendo como contrapartida
as contas de ativo, passivo e patrimônio líquido da empresa Anônimos S.A., a sociedade
incorporadora, cujos lançamentos apresentaremos a seguir.
Desta forma, considerando que o ativo permanente imobilizado seja composto por
equipamentos, a empresa Anônimos S.A. terá a seguinte estrutura no ativo permanente:
Ativo Permanente
Investimentos
Ágio R$ 6.400,00
Imobilizado
Equipamentos R$ 30.400,00
PC 6.400
PELP 4.800
a Conta de Incorporação 11.200
Entretanto, o processo de incorporação não está concluído, pois resta destinar o ágio
pago na aquisição do investimento. Lembrando que o ágio possui fundamento econômico na
subavaliação dos bens do ativo permanente imobilizado da extinta empresa Biribá Ltda.
ATIVO PASSIVO
AC 36.800 PC 19.200
ARLP 51.200 PELP 12.800
AP – IMOBILIZADO 51.200 PL 107.200
TOTAL 139.200 TOTAL 139.200
Para finalizar o presente tópico cabe uma observação com relação ao ágio, visto que se o
mesmo tivesse sido amortizado entre a aquisição do investimento e a incorporação, o valor do
Patrimônio Líquido teria diminuído em R$ 6.400, pois a amortização do ágio representa
despesa para a investidora, reduzindo o PL.
Desta forma, para que haja uma justa relação de substituição das ações dos acionistas, é
necessário que os patrimônios envolvidos sejam adequada e criteriosamente avaliados,
decorrendo deste procedimento a correta atribuição de ações aos acionistas da empresa
incorporada pela versão do Patrimônio Líquido à empresa incorporadora e o conseqüente
aumento do Capital Social desta última.
Com o objetivo de assegurar uma justa relação de substituição das ações dos acionistas,
recomenda-se que pelo menos os seguintes procedimentos sejam observados:
5 – O preço de emissão das novas ações representativas do novo capital social tomará
por base o valor patrimonial apurado a valores de mercado ou valor contábil, conforme o
critério adotado na versão do patrimônio para a sociedade resultante;
6 - É vedada a adoção, nas relações de substituição das ações dos acionistas não
controladores, da cotação de bolsa das ações das companhias envolvidas, salvo se essas ações
integrarem índices gerais representativos de carteira de ações admitidos à negociação em
bolsas de futuros.
O valor nominal das ações, nas duas empresa, é de R$ 1,00. Portanto, os acionistas da
Cia. ABASLARGAS possuem 600.000 ações e os acionistas da Cia. BONSNEGÓCIOS possuem
500.000 ações, em face do capital social das empresas ser, respectivamente, de R$
600.000,00 e R$ 500.000,00.
Para o cálculo da justa relação de substituição das ações serão tomados os dois
patrimônios líquidos avaliados a valores de mercado. O processo consiste na soma dos dois
patrimônios líquidos e estabelecer o percentual com que cada empresa participa do Patrimônio
Líquido resultante.
R$ %
Patrimônio Liquido Ajustado de Cia. ABASLARGAS 1.225.000,00 67,06
Patrimônio Liquido Ajustado de Cia. BONSNEGÓCIOS 601.677,00 32,94
Patrimônio Líquido Total 1.826.677,00 100
Desta forma, os antigos acionistas da Cia. BONSNEGÓCIOS farão jus a 32,94% das ações
e os antigos acionistas da Cia. ABASLARGAS farão jus a receber 67,06% das ações. Ressalte-
se que o objetivo da avaliação dos dois patrimônios é exatamente o de estabelecer a
participação de cada grupo de acionistas no novo capital social, não sendo necessário que se
adote o valor avaliado na formação do novo patrimônio, porém, repete-se, a relação calculada
há de permanecer na distribuição das ações.
1 – Todo Patrimônio Líquido contábil das duas empresas, antes da avaliação, formará o
Capital Social resultante;
2 - Todo Patrimônio Líquido das duas empresas, após a avaliação, formará o Capital
Social resultante;
Seguindo no nosso exemplo, vamos supor que o critério adotado, constante no protocolo
e aprovado por ambas as assembléias, seja o da soma de linha por linha, considerando-se os
valores após a avaliação. Assim, o Capital Social resultante, após a versão dos valores da Cia.
BONSNEGÓCIOS para a Cia. ABASLARGAS será de R$ 1.100.000,00.
O valor nominal das novas ações poderá ter por base o valor patrimonial a valores de
mercado ou outro valor qualquer. O que importa é que seja guardada a relação percentual
acima calculada para a conferência das novas ações. Para simplificar, considerando que o
Capital Social será de R$ 1.100.000,00, consideramos que o valor nominal de cada ação seja
de R$ 1,00. Desta forma, os antigos acionistas da Cia. ABASLARGAS receberão 737.660 ações
(67,06%) e os antigos acionistas da Cia. BONSNEGÓCIOS receberão 362.340 ações (32,94%).
Diversas são as razões que podem levar uma controlada a incorporar a sua controladora,
girando o negócio resultante sob sua denominação e marca. De forma meramente ilustrativo,
tomemos como exemplo a hipótese em que a controlada seja uma empresa que apresenta
prejuízos fiscais e a controladora uma empresa que apresenta lucro fiscal. A legislação do
Imposto de Renda garante à sucessora praticamente todos os direitos das sucedidas, com
exceção de a sucessora poder compensar prejuízos fiscais de sua sucedida. Nestas condições,
será vantajoso para o grupo societário que a controladora se extinga e migre o seu patrimônio
para a estrutura da controlada, pois desta forma a sociedade resultante (controlada) poderá
compensar os seus prejuízos fiscais com os resultados positivos gerados em exercícios futuros
pelo patrimônio da controladora.
3 - o número, espécie e classe das ações que serão atribuídas em substituição dos
direitos de sócio que se extinguirão, os critérios utilizados para determinar as relações de
substituição e as razões pelas quais a operação é considerada eqüitativa para os acionistas da
companhia;
9 - a solução a ser adotada quanto às ações ou quotas do capital de uma das sociedades
possuídas por outra;
12 - o valor de reembolso das ações a que terão direito os acionistas dissidentes, se for o
caso;
16 - todas as demais condições a que estiver sujeita a operação, bem como outras
informações relevantes referentes a planos futuros na condução dos negócios sociais,
notadamente no que se refere a eventos societários específicos que se pretenda promover na
companhia; e
Os laudos definitivos deverão ser disponibilizados aos acionistas assim que finalizados,
mediante aviso publicado nos jornais utilizados habitualmente pela companhia, até a data de
publicação do anúncio de convocação da assembléia geral que irá deliberar sobre os mesmos.
1 - nas contas representativas dos bens que lhes deram origem – quando o fundamento
econômico tiver sido a diferença entre o valor de mercado dos bens e o seu valor contábil,
uma vez que os bens agora estão em patrimônio único;
O registro do ágio quando o fundamento econômico tiver sido a diferença entre o valor
de mercado dos bens e o seu valor contábil terá como contrapartida reserva especial de ágio
na incorporação, constante do patrimônio líquido.
Bens – Ativo Permanente
a Reserva Especial de ágio - PL
A reserva especial de ágio somente poderá ser incorporada ao capital social, na medida
da amortização do ágio que lhe deu origem, em proveito de todos os acionistas. Entretanto, o
protocolo de incorporação de controladora por companhia aberta controlada poderá prever
que, nos casos em que a companhia vier a auferir benefício fiscal, em decorrência da
amortização do ágio decorrente da expectativa de rentabilidade futura, a parcela da reserva
especial de ágio na incorporação correspondente a tal benefício poderá ser objeto de
capitalização em proveito do acionista controlador. Na ocorrência desta hipótese, observado o
disposto no art. 170 da Lei no 6.404/76, será sempre assegurado aos demais acionistas o
direito de preferência e, se for o caso, as importâncias por eles pagas serão entregues ao
controlador. A capitalização desta parcela da reserva especial referida, correspondente ao
benefício fiscal, somente poderá ser realizada ao término de cada exercício social e na medida
em que esse benefício represente uma efetiva diminuição dos tributos pagos pela companhia.
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 24
Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 07 – Reorganização Societária – Parte I
Professores: Francisco Velter & Luiz Roberto Missagia
Após a incorporação, o ágio ou o deságio continuará sendo amortizado e será
considerado realizado na medida desta amortização, conforme previsto na Instrução CVM nº
247/96.
A companhia deverá efetuar e divulgar, ao término de cada exercício social, análise sobre
a recuperação do valor do ágio, ainda que decorrente de expectativa de resultados futuros ou
da aquisição do direito de exploração, concessão ou permissão delegadas pelo Poder Público, a
fim de que sejam registradas as perdas de valor do capital aplicado quando evidenciado que
não haverá resultados suficientes para recuperação desse valor ou que sejam revisados e
ajustados os critérios utilizados para a determinação da sua vida útil econômica e para o
cálculo e prazo da sua amortização.
Nas operações de incorporação de companhia aberta por sua controladora, ou desta por
companhia aberta controlada e na operação de fusão de controladora com controlada, o
cálculo da relação de substituição das ações dos acionistas não controladores deverá excluir o
saldo do ágio pago na aquisição da controlada.
No cálculo das relações de substituição das ações dos acionistas não controladores, que
se extinguirão, estabelecidas no protocolo da operação, deve ser reconhecida a existência de
espécies e classes de ações com direitos diferenciados, sendo vedado favorecer, direta ou
indiretamente, uma outra espécie ou classe de ações.
É vedada a adoção, nas relações de substituição das ações dos acionistas não
controladores e, por extensão, das ações dos acionistas controladores, da cotação de bolsa das
ações das companhias envolvidas, salvo se essas ações integrarem índices gerais
representativos de carteira de ações admitidos à negociação em bolsas de futuros. Percebe-se
que o critério há de ser único, isto é, se é vedado a adoção da cotação de bolsa para os
acionistas não controladores, este é também o critério para os acionistas controladores.
4 - a adoção, nas relações de substituição das ações dos acionistas não controladores, da
cotação de bolsa das ações das companhias envolvidas, que não integrem índices gerais
representativos de carteira de ações admitidos à negociação em bolsas de futuros;
Os dividendos atribuídos às ações detidas pelos acionistas não controladores não poderão
ser diminuídos pelo montante do ágio amortizado em cada exercício.
6.1. CONCEITO
A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade
nova, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações. Ficam, portanto, extintas as
sociedades fundidas.
Conforme visto pelo texto legal, a fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais
sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações.
Imaginando a fusão de três empresas. A Cia. ANDAS, a Cia. COMES e a empresa BEBES
Ltda. As três empresas unem seus patrimônios para formar a Cia. VIVOS.
Cia. ANDAS
+
Cia. COMES Cia. VIVOS
+
BEBES Ltda.
O primeiro aspecto a analisar é que com a fusão é criada uma nova empresa ou
companhia. Assim, como toda empresa que começa suas atividades, o marco inicial é a
formação do capital inicial. No caso de fusão, os acionistas ou sócios não necessitam
subscrever e integralizar capital social, pois este vem das sociedades que se extinguem.
Outro fato que merece ser mencionado no concernente ao processo de fusão diz respeito
a possibilidade de os patrimônios serem unidos tomando por base os valores contábeis das
participantes ou a valores de mercado.
Imaginemos que os sócios ou acionistas das empresas Laranja S/A e Limão Ltda.
resolveram fundir seus patrimônios para criar a sociedade Cítricos S/A, que será a sociedade
nova e será criada para esse fim. As empresas que se extinguirão possuem, de forma
resumida, a seguinte estrutura patrimonial nos balanços levantados para essa finalidade e o
conseqüente patrimônio da sociedade Cítricos S/A:
Empresa Empresa Empresa
Laranja S/A Limão Ltda. Cítricos S/A
Ativos 1.135.742,00 847.521,00 1.983.263,00
Passivos 783.694,00 538.451,00 1.322.145,00
Patrimônio Líquido 352.048,00 309.070,00 661.118,00
Por fim, cabe salientar que se houver participação societária entre as empresas
envolvidas no processo, devemos eliminá-lo em contrapartida do Patrimônio Líquido
correspondente a esse investimento.
Para que seja observada uma justa distribuição na participação aos futuros sócios ou
acionistas é necessário que os patrimônios sejam avaliados a valores de mercado. Para tanto,
os patrimônios devem ser avaliados por peritos ou empresa especializada nomeados em
assembléia para tal fim. É de ressaltar que os sócios ou acionistas de uma empresa indicam os
peritos ou empresa que irão avaliar o patrimônio da outra empresa. Eles não podem aprovar o
laudo da empresa em que sejam sócios ou acionistas.
O número de ações que competirá a cada acionista será proporcional ao patrimônio que
detinha na empresa extinta computado no patrimônio total.
Desta forma, consta no Patrimônio Líquido apenas o valor do Capital Social com o devido
aumento pela absorção desses outros valores do PL.
B - Balanço das empresas fusionadas antes do evento
Para encerrar as empresas que tiveram seus patrimônios fundidos e para a constituição
da nova empresa, são necessários os seguintes lançamentos contábeis:
C.1 - Na empresa GOIABA S.A.
a. Pelo encerramento das contas do ativo
Conta de Dissolução (fusão) 287.350,00
a Diversos
a AC 98.000,00
a ARLP 42.000,00
a A. Permanente 147.350,00
Para registrar a constituição da nova empresa, que foi precedida da subscrição do Capital
Social, são necessários os seguintes lançamentos:
1.1. CONCEITO
A definição legal do processo de cisão provém do caput do art. 229 da Lei nº 6.404, de
30 de outubro de 1976, que assim dispõe:
Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do
seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já
existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o
seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.
Depreende-se desse dispositivo legal, em seu aspecto conceitual, que a cisão difere do
processo de incorporação e do processo de fusão, visto que na cisão poderá haver vários
sucessores ou apenas um único. Outra importante diferença diz respeito a extinção da
sociedade cindida, que não necessita ser, necessariamente, consumada. Desta forma, além de
haver a possibilidade de resultar apenas um sucessor, quando a cisão será parcial, poderão
haver vários sucessores, quando a cisão poderá ser parcial ou total se houver a extinção da
sociedade cindida.
Aspecto interessante ocorre quando há extinção da sociedade cindida, pois neste caso as
sociedades que absorveram o patrimônio responderão de forma solidária pelas obrigações da
companhia cindida, isto é, se uma delas não honrar as obrigações herdadas da companhia
cindida, as demais terão de fazê-lo, mas somente na proporção do patrimônio recebido. Se,
porém, a companhia cindida não se extinguir as sucessoras são obrigadas solidárias para com
ela pelas obrigações que esta tinha antes da cisão, isto quer dizer que, se a companhia cindida
não puder honrar os compromissos assumidos antes da cisão e que, no processo de cisão,
ficaram sob sua responsabilidade, as sociedades resultantes ou as que receberam parcelas do
patrimônio terão que assumir estes compromissos na proporção dos patrimônios recebidos.
No entanto, essa solidariedade poderá ser excluída em caso de cisão parcial desde que
esta intenção conste no protocolo e seja aprovada pela assembléia geral que deliberar sobre a
cisão. Além deste aspecto não poderá haver oposição dos credores anteriores a cisão.
Entretanto, a oposição dos credores será individual, isto é, se algum credor não se opor ao
afastamento da solidariedade em relação aos seus créditos, mediante notificação desta
oposição à sociedade no prazo de 90 dias a contar da efetivação da cisão, ele não poderá
invocar a solidariedade, prevalecendo, para ele, a estipulação ou a deliberação da assembléia.
A lei trata da cisão parcial, além dos aspectos já analisados, nos parágrafos 2º e 3º do
art. 229, ao dispor que:
§ 2º. Na cisão com versão de parcela do patrimônio em sociedade nova, a
operação será deliberada pela assembléia geral da companhia à vista de
justificação que incluirá as informações de que tratam os nºs do art. 224; a
assembléia, se a aprovar, nomeará os peritos que avaliarão a parcela do
patrimônio a ser transferida, e funcionará como assembléia de constituição da
nova companhia.
§ 3º. A cisão com versão de parcela de patrimônio em sociedade já existente
obedecerá às disposições sobre incorporação (art. 227).
Conforme vimos, a cisão pode ser total ou parcial. Na cisão total a empresa cindida
desaparece, enquanto que na cisão parcial a empresa cindida remanesce, porém com
patrimônio menor, pois repassa parcela do seu patrimônio às empresas sucessoras. Assim,
supondo que a empresa SYNO S.A. passe pelo processo de cisão, sendo criadas duas empresas
novas para absorverem parcelas do seu patrimônio, poderemos ter as seguintes situações:
ESPÉCIE SOCIEDADE ORIGINAL RESULTANTES
AÇOS S.A.
Cisão Parcial SYNO S.A. SYNO S.A.
COBRAS SOLTAS S.A.
AÇOS S.A.
Cisão Total SYNO S.A.
COBRAS SOLTAS S.A.
Vejamos o exemplo de uma cisão parcial com criação de uma nova empresa.
Por ocasião da decisão dos acionistas, pela operação de cisão, a empresa possuía o
seguinte patrimônio:
Tomando por base este balanço, que teoricamente apresenta valores de mercado, os
acionistas decidiram que a nova empresa receberia parcelas proporcionais do ativo e do
passivo. Desta forma, após a cisão, cada empresa permanece com uma parcela dos bens,
direitos e obrigações proporcional ao percentual que lhe foi atribuído pelo processo de cisão.
Isto nos faz imaginar que existe uma contabilidade segregada para tais ativos e passivos e,
como conseqüência, dos resultados e do patrimônio líquido.
É recomendável que todas as reservas e outras contas que integram o patrimônio líquido
sejam capitalizadas antes de efetuar o processo de cisão. Este processo objetiva a conversão
da parcela do patrimônio líquido da sociedade cindida em capital social na sociedade
resultante, afinal a sociedade resultante é uma sociedade nova e como tal deverá possuir em
seu patrimônio líquido somente o capital social.
Porém, se não houver essa capitalização das contas do Patrimônio Líquido, elas serão
transferidas na proporção da cisão.
Caso interessante diz respeito a reserva de reavaliação, pois ela constará no patrimônio
da empresa que receber os bens reavaliados como tal, isto é, teremos no patrimônio líquido da
sociedade que receberá os bens a conta de reserva de reavaliação.
Observe que neste caso os valores do patrimônio líquido foram capitalizados antes do
processo de cisão e que o percentual transferido para a empresa nova foi de 25% do valor dos
bens, direitos obrigações e, como conseqüência, o mesmo percentual do patrimônio líquido.
a) ágio e deságio, quando o fundamento econômico tiver sido a diferença entre o valor
de mercado dos bens e o seu valor contábil, devem ser contabilizados nas contas
representativas dos bens que lhe deram origem. No caso de ágio, a contrapartida será uma
reserva especial de ágio no patrimônio líquido;
Atenção!
Perceba que a contabilização, no processo de incorporação, se
diferencia em razão de a incorporadora ser a controlada ou a
controladora. No caso de controladora ser incorporada pela sua
controlada, o deságio vai para Resultados de Exercícios Futuros!
Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários
definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela
referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que
relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data.
...
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão,
transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos
tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado
fusionadas, transformadas ou incorporadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de
pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva
atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio,
sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra,
por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial,
industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma
ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos
tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data
do ato:
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 7
Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 08 – Reorganização Societária – Parte II
Professores: Francisco Velter & Luiz Roberto Missagia
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria
ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou
iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no
mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
Com relação ao pagamento do imposto devido, o art. 861 do RIR/99 estabelece que: O
pagamento do imposto correspondente a período de apuração encerrado em virtude de
incorporação, fusão ou cisão e de extinção da pessoa jurídica pelo encerramento da liquidação
deverá ser efetuado até o último dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência do evento.
Ressalta, ainda que neste caso não poderá ser aplicada a forma de pagamento em até três
parcelas, isto é, o prazo é fatal e o pagamento deve ser efetuado em uma única vez, ou seja,
em cota única.
3. FORMAS DE EXTINÇÃO
As sociedades são constituídas para exercer o objeto social inscrito nos seus atos
constitutivos, enquanto que a dissolução é o marco final do exercício dessa destinação.
Consoante as disposições da Lei das S.A., a dissolução poderá ser operada de forma
amigável, judicial ou por ato do Poder Executivo. Será amigável quando os sócios ou acionistas
acordam, pacificamente, o encerramento da sociedade, quer por disposição estatutária ou
contratual, quer por meio de um distrato firmado entre os interessados. Já a dissolução judicial
depende de prévia provocação do poder judiciário por parte dos interessados e se opera por
meio de sentença definitiva, com base na comprovação dos motivos alegados.
Assim, estamos diante de um processo que se inicia com a dissolução, que pode ser
voluntária ou compulsória (judicial ou por ato de Autoridade Administrativa), seguido da
liquidação, que consiste na realização do ativo e na satisfação do passivo com distribuição de
eventuais sobras, culminando com a extinção da sociedade que consiste no desaparecimento
da personalidade jurídica, pela prática dos atos necessários para tal junto aos órgãos de
registros competentes.
Portanto, entende-se por dissolução da sociedade o ato pelo qual se tem como extinta ou
terminada a existência legal da sociedade civil ou comercial. Pode decorrer de vários motivos,
isto é, da vontade unânime dos sócios ou por imposição da própria lei.
a) Formas de Dissolução
I) De Pleno Direito:
quando provado que não pode preencher o seu fim em ação proposta por acionistas que
representem 5% ou mais do capital social;
b) Efeitos
3.2. LIQUIDAÇÃO
O liquidante poderá ser destituído, a qualquer tempo, pelo órgão que o tiver nomeado.
b) Liquidação Judicial
arquivar e publicar a ata da assembléia geral, ou certidão de sentença, que tiver liberado
ou decidido a liquidação;
fazer levantar, de imediato, em prazo não superior ao fixado pela assembléia geral, ou
pelo juiz, o balanço patrimonial da companhia;
exigir dos acionistas, quando o ativo não bastar para a solução do passivo, a
integralização de suas ações;
convocar a assembléia geral, nos casos previstos em lei ou quando julgar necessário;
O liquidante convocará a assembléia geral a cada 6 (seis) meses, para prestar-lhe contas
dos atos e operações praticados no semestre e apresentar-lhe o relatório e o balanço do
estado de liquidação; a assembléia geral pode fixar, para essas prestações de contas, períodos
menores ou maiores que, em qualquer caso, não serão inferiores a 3 (três) nem superiores a
12 (doze) meses.
A satisfação do Passivo:
Se o ativo for superior ao passivo, o liquidante poderá, sob sua responsabilidade pessoal,
pagar integralmente as dívidas vencidas.
A assembléia geral pode deliberar que antes de ultimada a liquidação, e depois de pagos
todos os credores, se façam rateios entre os acionistas, à proporção que se forem apurando os
haveres sociais.
É facultado à assembléia geral aprovar, pelo voto de acionistas que representem 90%
(noventa por cento), no mínimo, das ações, depois de pagos ou garantidos os credores,
condições especiais para a partilha do ativo remanescente, com a atribuição de bens aos
sócios, pelo valor contábil ou outro por ela fixado.
Da prestação de Contas:
Da responsabilidade na Liquidação:
Encerrada a liquidação, o credor não satisfeito só terá o direito de exigir dos acionistas,
individualmente, o pagamento de seu crédito, até o limite da soma, por eles recebida, e de
propor contra o liquidante, se for o caso, ação de perdas e danos. O acionista executado terá
direito de haver dos demais a parcela que lhes couber no crédito pago.
3.3. EXTINÇÃO
A extinção é o ato final do processo e consiste, basicamente, em dar baixa dos atos
constitutivos e dos registros nos órgãos competentes em nível federal, estadual e municipal.
Neste último caso, não há devolução do patrimônio aos sócios, uma vez que este passa a
fazer parte de uma outra empresa que sucede a extinta em seus direitos e obrigações. Os
sócios recebem da sucessora as ações que lhe couberem em função da incorporação, fusão ou
cisão.
4. CONSÓRCIO
Por fim, não há que se comparar o consócio com grupo de sociedades, que geralmente
possui amplo espectro de atuação, visto que o consórcio é constituído para a execução de fim
específico e determinado, encontrando-se sublinhado, como principal matriz legal, na lei das
SA.
A lei das SA trata do consórcio nos arts. 278 e 279. Conforme aquele dispositivo legal,
infere-se que o consórcio possui caráter mercantil e objetiva somar recursos operacionais e/ou
financeiros, surgindo, assim, o consórcio operacional e o consórcio instrumental, conforme
sejam os objetivos a consecução de um fim específico ou a execução de determinados
serviços, obras e concessões.
6. NORMATIZAÇÃO DA CVM
DO ÂMBITO E FINALIDADE
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01) (AFTN-1996-Esaf) A operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por
outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações, é chamada de
a) Fusão
b) Consórcio
c) Incorporação
d) Cisão
e) Monopólio
03) (AFRF-2001-Esaf) De acordo com a Lei 6.404/76 - Lei das S/A., incorporação é
operação pela qual
a) se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova que lhes sucederá em todos
os direitos e obrigações.
b) uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e
obrigações.
c) a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades,
constituídas para esse fim, ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver
versão de todo o seu patrimônio, e dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.
d) se unem duas ou mais sociedades sem formar uma sociedade nova.
e) a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, sem
extinguir a sociedade cindida.
17) (AFTN-1998-Esaf) Indique, nas opções abaixo, aquela que não guarda relação quanto à
dissolução de uma companhia.
a) quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação proposta por acionistas que
representem 1% do capital social
b) quando anulada a sua constituição, em ação proposta por qualquer acionista
c) em caso de falência, na forma prevista na respectiva lei
d) pelo término do prazo de duração estabelecido para suas atividades
e) nos casos previstos no estatuto
20) (AFRF-2002-Esaf) A operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar
uma nova é denominada
a) fusão
b) incorporação
c) cisão
30) (AFRF-2002-Esaf) De acordo com a Lei 6.404/76 - Lei das S/A., incorporação é
operação pela qual
a) se unem duas ou mais sociedades sem formar uma sociedade nova.
b) se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova que lhes sucederá em todos
os direitos e obrigações.
c) a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades,
constituídas para esse fim, ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver
versão de todo o seu patrimônio, e dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.
d) uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e
obrigações.
e) a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, sem
extinguir a sociedade cindida.
31) (AFRF-2003) É fator condicional para a efetivação das condições aprovadas, de operação
de fusão se os peritos nomeados determinarem que o valor dos patrimônios líquidos vertidos
para a formação do novo capital social seja:
a) inferior a 20% do capital preferencial das empresas envolvidas.
b) pelo menos, igual ao montante do capital a realizar.
c) no máximo 50% do capital ordinário anterior de cada uma das empresas.
d) inferior ao total do capital preferencial anterior de cada uma das empresas.
e) totalmente integralizado e superior a 50% do capital ordinário.
32) (AFRF-2003) A Cia. Alternativa emitiu debêntures 1998, que ainda estavam em
circulação em 2000, ano em que essa empresa passa por um processo de cisão. Com
relação à integridade dos direitos dos debenturistas, pode-se afirmar que:
a) os sócios dissidentes do processo de cisão responderão pelo prazo de 5 anos pelo valor de
resgate das debêntures.
b) a responsabilidade pelo resgate das debêntures somente poderá ser repassada aos
acionistas ordinários que permanecerem nas novas sociedades.
c) os sócios dissidentes do processo de cisão responderão pelo prazo de 10 anos pelo valor de
resgate das debêntures.
d) tanto a sociedade cindida quanto aquelas que absorveram parcelas de seu patrimônio
respondem solidariamente pelo resgate das debêntures.
e) apenas as novas sociedades surgidas do processo de cisão serão responsáveis pelo resgate
das debêntures na proporção registrada em seus passivos.
33) (AFRF-2003) Em casos de liquidação de sociedades não é dado poder ao liquidante, sem
a expressa autorização de assembléia, de:
a) alienar bens móveis e imóveis da empresa em liquidação.
b) receber e dar quitação em recebíveis da empresa em liquidação.
c) convocar assembléia geral a cada 6 meses para prestar contas das operações praticadas.
d) representar a companhia e praticar todos os atos necessários à liquidação.
e) prosseguir na atividade social, ainda que, para facilitar o processo de liquidação, sem a
expressa autorização da assembléia geral.
36) (Petrobras-CESPE-2004) Fusão é uma operação pela qual se unem duas ou mais
sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e
obrigações. Cisão refere-se à transferência total do patrimônio da companhia para uma ou
mais sociedades, constituídas para esse fim, ou já existentes, extinguindo-se sempre a
companhia cindida.
GABARITO
01 – C 02 – C 03 – B 04 – C E E E C 05 – D
06 – E 07 – B 08 – B 09 – C C E E E 10 – C C E C E
11 – C E E E E 12 – C C E E C 13 – E 14 – D 15 – A
16 – B 17 – A 18 – C 19 – C 20 – A
21 – B 22 – A 23 – B 24 – D 25 – A
26 – C 27 – E 28 – A 29 – E 30 – D
31 - B 32 - D 33 - E 34 – E 35 – C
36 – E 37 – C 38 – C
1. CONCEITO
3. TIPOS DE ANÁLISE
PASSIVO
Circulante 160.000 263.460 285.000
Fornecedores 56.000 83.260 100.000
Salários a pagar 5.000 7.000 4.000
Títulos a pagar 36.000 129.200 125.000
Aluguéis a pagar 3.000 - 5.000
Dividendos 11.000 8.000 11.000
Empréstimos 49.000 45.000 40.000
Patrimônio Líquido 214.000 412.000 509.000
Capital Social 100.000 268.000 359.000
Reservas de Capital 50.000 72.000 72.000
Reservas de Lucros 10.000 24.000 51.000
Lucros Acumulados 54.000 48.000 27.000
Total 374.000 675.460 794.000
Demonstração do Resultado do
2002 2003 2004
Exercício
vendas brutas 250.000 340.000 420.000
tributos sobre as vendas (46.250) (62.900) (77.700)
vendas líquidas 203.750 277.100 342.300
custo das mercadorias vendidas (91.688) (119.600) (148.520)
lucro bruto 112.063 157.500 193.780
despesas com pessoal (12.000) (14.300) (16.300)
despesas com materiais e serviços (8.000) (9.000) (9.800)
despesas com aluguéis e seguros (12.000) (13.450) (17.800)
depreciação (3.500) (5.800) (6.400)
amortização do diferido (300) (450) (500)
receitas financeiras 1.000 3.400 5.700
de aplicação das disponibilidades 300 2.000 2.800
de empréstimos de longo prazo 700 1.400 2.900
despesas financeiras (2.400) (4.600) (6.400)
lucro antes de IR e CSLL 74.863 113.300 142.280
IR e CSLL (25.453) (36.960) (46.952)
lucro líquido 49.409 76.340 95.328
Percebe-se que o ativo total cresceu mais do que o AC nesses períodos com
base em 2002. No entanto, em 2004 se comparado a 2003, o AC cresceu mais do
que o AT.
Período Índice
01/01/2002 a 31/12/2002 1,0000
01/01/2003 a 31/12/2003 1,0500
01/01/1998 a 31/12/1998 1,1130
100% X R$ 404.628,57
AC-2003 = = 139.04%
R$ 291.000,00
100% X R$ 470.799,64
AC-2004 = = 161,78%
R$ 291.000,00
Ativo Disponível
LI =
Passivo Circulante
R$ 15.00,00
LI = = 0,0569
R$ 263.460,00
R$ 188.000,00 =
LS =
R$ 160.000,00 1,175
Ativo Circulante
LC =
Passivo Circulante
AC + ARLP
LG =
PC + PELP
a) Índice de Imobilização do PL
Ativo Permanente
IPL =
Patrimônio Líquido
Ativo Permanente
IRP =
PELP + PL
Exigível Total
ICT =
Patrimônio Líquido
Passivo Circulante
ICE =
Exigível Total
Passivo Circulante
IECP =
Ativo Total
PL
CP/CT =
Capital de Terceiros (PC + PELP)
Identifica a garantia ao capital de terceiros oferecida pelo capital próprio, ou seja,
quanto para cada $ 1,00 de capital de terceiros há de próprio, como garantia.
Lucro Líquido
IRPL =
PL médio
PL inicial + PL final
PL médio=
2
Ex: 31/12/2004
R$ 412.000,00 + R$ 509.000,00
PLm =
2
95.328,00
IRPL = = 0,207
460.500,00
Lucro Líquido
IRA =
Ativo Total
Vendas Líquidas
IGA =
Ativo Total Médio
Ex: 2003
277.100,00
IGA = = 0,528
524.730,00
Lucro Líquido
IML =
Vendas Líquidas
Lucro Operacional
IMO =
Vendas Líquidas
CMV
IRE =
Estoque médio
EI+EF
Estoque Médio =
2
Ex:
No ano de 2003
98.000 + 135.580
Em = = 116.790,00
2
Rotação:
119.600,00
IRE-2003 = = 1,024
116.790,00
n° dias no período
Prazo de Rotação=
Rotação dos estoques
Em 2003:
365
Prazo= = 356 dias
1,024
Obs: A informação de vendas brutas a prazo não está, via de regra, nas
Demonstrações.
Assim:
Vendas Brutas a Prazo
2002 R$ 230.000,00
2003 R$ 290.000,00
Em 2003:
178.000 + 267.000
Clientes Médio= = 222.500
2
290.000,00
Rotação= = 1,30
222.500,00
365
Prazo = = 280 dias
1,30
Ou seja, os clientes levam, em média, 9 meses 10 dias para liquidar suas dívidas.
Compras aPrazo
IPCP=
Média de Contas a Pagar
Ex:
56.000 + 83.260
Fornecedores Médio= = 69.630,00
2
125.000
Giro de Fornecedores= = 1,79
69.630,00
365
Prazo = = 203 dias
1,79
Ou seja, a empresa levou em média 6.5 meses para pagar aos fornecedores em
2003.
Ex:
Em 2003:
280
IPR = = 1,37
203
É a comparação dos índices obtidos pela entidade com a média dos índices
alcançados pelas demais empresas do mesmo setor de atividade com
características semelhantes.
- Índices de Liquidez
- Índices de Rentabilidade
- Índice de Rotação dos Estoques
- Índice do Prazo Médio de Contas a Receber (quanto maior o índice, menor o
prazo para recebimento)
Ex. 2003.
GAF = 1,54
EXERCÍCIOS
46 – Considerando-se que o grau de liquidez corrente da Cia. Beta, obtido em 2003, foi
igual a 1,3, pode-se afirmar que para cada:
(A) R$ 130,00 de Ativo Circulante, a empresa deve R$ 100,00.
(B) R$ 130,00 de Ativo Circulante, o Passivo Circulante é de R$ 100,00.
(C) R$ 130,00 de disponibilidades, a empresa deve R$ 100,00.
(D) R$ 100,00 de Ativo Circulante, o Passivo Circulante é de R$ 130,00.
(E) R$ 100,00 de Ativo Total, a empresa deve R$ 130,00.
Gabarito: 44 – E, 45 – A; 46 – B
31
O exame detalhado das demonstrações financeiras e a crítica às suas respectivas contas,
realizados pelo analista das demonstrações antes de iniciar seu trabalho, são conhecidos
por:
(A) avaliação das demonstrações.
(B) análise prévia das demonstrações.
(C) padronização das demonstrações.
(D) estudo prévio da empresa.
(E) verificação da classificação das contas.
32
Na análise horizontal encadeada do estoque de comprimidos antitérmicos “Febril” do
Hospital São Gregório, foi apurada a seguinte situação:
1998 1999 2000 2001 2002
Comprimido Febril 100% 105% 85% 80% 90%
Na avaliação analítica dos indicadores acima, pode-se afirmar que o estoque do
comprimido Febril, em 2002:
(A) apresenta um aumento de 10% em relação a 2001.
(B) apresenta um aumento de 12,5% em relação a 2000.
(C) corresponde a 90% do estoque de 1998.
(D) corresponde a 72% do estoque de 2001.
(E) corresponde a 15% do estoque de 1999.
33
C, C, A
AFRF – 1998
18- A empresa Simplificada, para conhecimento do mercado, publicou as seguintes
informações sobre seu patrimônio:
- não há recursos realizáveis a longo prazo;
- o quociente de solvência é 2,5 mas apenas R$ 10.000,00 são exigibilidades de longo
prazo;
- estas, as exigibilidades não circulantes, contidas no Grupo Patrimonial chamado
“Passivo Exigível a Longo Prazo", têm um coeficiente de estrutura patrimonial (Análise
Vertical) igual a 0,05;
- 60% dos recursos aplicados estão financiados com capital próprio;
- o quociente de liquidez corrente é de 1,4, enquanto que a liquidez imediata alcança
apenas o índice 0,4.
Considerando que os cálculos da análise supra indicada estão absolutamente corretos,
não havendo nenhuma outra informação a ser utilizada, podemos afirmar que, no
Balanço Patrimonial, o valor
a) das disponibilidades é: R$ 28.000,00
b) do Ativo Circulante é: R$ 120.000,00
c) do Ativo Permanente é: R$ 88.000,00
d) do Passivo Circulante é: R$ 80.000,00
e) do Patrimônio Líquido é: R$ 200.000,00
18- A
Pessoal, as questões seguintes não são todas de análise, mas são bons testes de
contabilidade geral e avançada. Aproveitem!
UnB / CESPE – Câmara dos Deputados Prova 1 – Objetiva – 2.a Parte Concurso Público –
Aplicação: 29/9/2002
Cargo: Analista Legislativo / Assistente Técnico – FC de Consultor Legislativo – Área III –
1 / 13
QUESTÃO 76
Acerca de contabilidade de companhia aberta, julgue os itens abaixo.
(1) Os recursos aplicados no ativo diferido serão amortizados periodicamente, em prazo
não-superior a dez anos, a partir do início da operação normal ou do exercício em
que passem a ser usufruídos os benefícios deles decorrentes, devendo ser registrada
a perda do capital aplicado, quando abandonados os empreendimentos ou atividades
a que se destinavam ou comprovado que essas atividades não poderão produzir
resultados suficientes para amortizá-los.
(2) O aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas avaliações,
registrado no patrimônio líquido, como reserva de reavaliação, somente depois de
realizado poderá ser computado como lucro para efeito de distribuição de dividendos
ou participações.
(3) Os prejuízos acumulados, mesmo consumindo todas as reservas de lucros, não
podem ser absorvidos por reservas de capital.
(4) A depreciação dos diversos itens do ativo imobilizado deve ser apropriada ao
resultado no prazo máximo de vinte anos.
(5) No custo das mercadorias vendidas, devem estar compreendidos os custos de fretes,
seguros e todos os demais custos necessários à aquisição e ao recebimento das
mercadorias, inclusive o ICMS registrado no livro de entradas, para compensar com
o de saída das mercadorias.
QUESTÃO 77
No que se refere a critérios de avaliação de estoques e contabilidade industrial,
julgue os itens seguintes.
(1) A depreciação das máquinas industriais, calculada pelo método linear, e os custos de
supervisão devem ser reconhecidos como custos diretos dos produtos.
(2) Uma indústria de refino de petróleo que produza gasolina, óleo dísel e óleo
combustível deve ter, preferencialmente, um controle de custos com base em um
sistema de custeio por ordens.
(3) A elevação do volume produzido, por meio do aproveitamento otimizado da
capacidade instalada, reduz o custo fixo unitário do produto.
QUESTÃO 78
Com referência às demonstrações contábeis e aos critérios de avaliação de ativos e
passivos, julgue os itens que se seguem.
(1) Na demonstração de lucros ou prejuízos acumulados, serão evidenciadas todas as
movimentações havidas nas reservas de capital durante o período a que ela se
refere.
(2) Para medir a relevância do investimento, o seu valor contábil em coligada e
controlada deve abranger o custo de aquisição mais a equivalência patrimonial e o
ágio não-amortizado, deduzido do deságio não-amortizado e da provisão para
perdas.
(3) No balanço, os direitos e títulos de crédito e quaisquer valores mobiliários não-
classificados como investimentos serão avaliados pelo custo de aquisição ou pelo
valor do mercado, se este for maior.
(4) Deverá deixar de ser avaliado pelo método da equivalência patrimonial o
investimento em sociedades coligadas e controladas com efetivas e claras evidências
de perda de continuidade de suas operações ou no caso em que estas estejam
operando sob severas restrições a longo prazo que prejudiquem significativamente a
sua capacidade de transferir recursos para a investidora.
(5) A demonstração das origens e aplicações de recursos indicará as modificações na
posição financeira da companhia, discriminando, entre as origens dos recursos, o
lucro do exercício, deduzido da despesa de depreciação, amortização ou exaustão e
da variação nos resultados de exercícios futuros.
QUESTÃO 79
Acerca de contabilidade de companhia aberta e reservas, julgue os itens a seguir.
(1) O saldo das reservas de lucros, exceto aquelas para contingências e de lucros a
realizar, não poderá ultrapassar o capital social; atingido esse limite, a assembléia
deliberará acerca da aplicação do excesso na distribuição a credores.
(2) A assembléia geral de uma tal companhia poderá, por proposta dos órgãos da
administração, destinar parte do lucro líquido à formação de provisão para
contingência, com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do
lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado.
(3) A companhia aberta poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que
o saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de capital, exceder em
20% o capital social.
(4) O registro de uma despesa de contingências trabalhistas, em função de ser provável
a perda da disputa na justiça, gera uma despesa não-dedutível, para fins de imposto
de renda da pessoa jurídica, até o pagamento, e leva a um controle na parte B do
LALUR.
QUESTÃO 80
A respeito de dividendos, registros contábeis e livros contábeis, julgue os itens
subseqüentes.
(1) Os livros diário e razão são obrigatórios para empresas que paguem imposto de
renda com base no lucro real e se utilizem do LALUR.
(2) Uma companhia aberta com um lucro líquido de R$ 500.000,00, que tenha registrado
um resultado líquido positivo de equivalência patrimonial de R$ 400.000,00 no
mesmo período, poderá diferir uma parcela do dividendo com a constituição da
reserva de lucros a realizar, considerando uma reserva legal de 5% do lucro líquido,
a não-existência de reserva de contingências e um dividendo mínimo obrigatório de
25% do lucro líquido ajustado, em conformidade com o art. 202 da Lei das S.A.
(3) O lucro, ganho ou rendimento em operações cujo prazo de realização financeira
ocorra após o término do exercício social seguinte poderá ser fundamento para
constituição da reserva de lucros a realizar.
(4) A compra de mercadorias com parte de pagamento à vista e parte a prazo levará a
um crédito na conta de estoques, a outro crédito no disponível e a um débito na
conta de fornecedores, no passivo.
(5) A operação de desconto de um recebível de R$ 1.000,00, mediante o recebimento de
R$ 900,00 da instituição financeira no ato da operação, para liquidação no prazo de
três meses, leva a um registro de débito no disponível de R$ 900,00, crédito no
passivo de empréstimo ou conta retificadora do ativo recebível de R$ 1.000,00 e
débito em despesa financeira do mês da operação de R$ 100,00, em respeito aos
princípios de contabilidade e à aplicação do sistema de competência mensal.
75 76 77 78 79 80
C C E E E C
E C E C E C
C E C E E C
E E C C C E
C E C E C E
Resp.: B
31 = B
32 = E
1 - HISTÓRICO
Onde:
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
C = Compras do Período
EI = Estoque Inicial
EF = Estoque Final
Onde:
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
RCM = Resultado com Mercadorias (Lucro Bruto)
V = Receita de Vendas
As empresas industriais, assim como as demais, têm por objetivo o lucro. Elas o
obtêm transformando matérias-primas em produtos e os vendendo. Este processo,
denominado, processo industrial, exige aplicação de capital por parte da empresa em
instalações, equipamentos, máquinas, que são os meios de produção. Além disso, há
necessidade de gastos com matéria-prima, pagamento de salários e gastos gerais de
Onde:
CPV = Custo dos Produtos Vendidos
Onde:
RB = Resultado Industrial Bruto (Lucro ou Prejuízo)
Uma empresa industrial que não possua um sistema de custos integrado a sua
escrituração comercial poderá vir a enfrentar uma série de problemas, como a
impossibilidade de utilização de métodos eficiente de controle de estoque, tais como
PEPS e UEPS, o que pode gerar distorções na determinação no seu valor, gerando
imposto maior a pagar.
3 - TERMINOLOGIA CONTÁBIL
Vamos definir aqui alguns termos que normalmente geram confusão na cabeça dos
alunos.
Gasto – É o conceito mais genérico. É o sacrifício com que arca a entidade, com a
finalidade de obtenção de um bem ou serviço, representado pela entrega ou promessa de
entrega de bens ou direitos, ou seja, parte do seu ativo (normalmente dinheiro).
Somente existe gasto no ato da passagem para a propriedade da empresa do bem ou
OBS: A matéria-prima adquirida pela indústria, enquanto não utilizada pela produção,
é considerada estoque (ativo circulante). A partir do momento em que for requisitada
pela produção, passa a ser custo.
Despesa - é o gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas,
consumidos com a finalidade de obtenção de receitas, sendo que estes gastos não estão
vinculados à produção. Nem sempre é fácil a distinção entre custos e despesas. Uma
regra simples é que todos os gastos realizados com o produto dentro da fábrica, ou seja,
até que este fique pronto, são custos; a partir daí, tornam-se despesas. As despesas, ao
contrário dos custos, são lançadas diretamente nas contas de resultado.
Desta forma os gastos com embalagens realizados durante o processo produtivo são
considerados custos. Já o acondicionamento do produto posteriormente à produção, é
considerado despesa. São também exemplos de despesas: salários do pessoal de
vendas, escritório e administração; energia elétrica consumida, aluguéis e seguros no
prédio da administração; gasto com combustíveis e refeições do pessoal de vendas etc.
OBSERVAÇÕES:
Exercícios de Fixação
Resolução:
Devemos sempre atentar para o fato de que sob o aspecto contábil a despesa
reduz de imediato o patrimônio líquido, enquanto o custo primeiramente é ativado em
uma conta de ativo circulante, para somente reduzir o patrimônio líquido no momento da
venda do produto.
CP = MD + MOD
OBS: Alguns autores também chamam o custo primário de custo direto, por somente
possuir custos diretos. Porém, sabemos que, caso a empresa produza somente um tipo
de produto, todos os seus custos serão diretos, e portanto não valeria a igualdade entre
custo direto e custo primário.
CT = MOD + CIF
Exercícios de Fixação
2) Dados os valores abaixo apurados pela Indústria de móveis Velssagia S.A., que
produz vários tipos de móveis, no mês de novembro de 20X5, calcule respectivamente o
custo primário, o custo de produção, e o custo de transformação.
a - Energia Elétrica 15.000,00
b - Salários dos supervisores 45.000,00
c - Madeira 300.000,00
d - Salários dos operários 150.000,00
e – Lixas 2.000,00
f – Depreciação de máquinas 20.000,00
Resolução:
Em primeiro lugar, relembremos as fórmulas dos custos:
MOD = Mão-de-Obra Direta
MD = Materiais Diretos
CIF = Custos Indiretos de Fabricação
Assim,
5 - PRODUÇÃO CONJUNTA
Este tipo de produção caracteriza-se por um fluxo comum de produção até certo
ponto, denominado ponto de cisão - e do qual resultam vários produtos daí por diante.
SUBPRODUTOS
São resultantes do mesmo processo produtivo, porém com faturamento não
significativo para a empresa, comparando com a receita dos produtos principais, embora
sua venda seja considerada praticamente certa. Ex: cascos, chifres e ossos do boi.
SUCATAS OU RESÍDUOS
São as sobras do processo produtivo, devido à natureza da matéria-prima (metal,
madeira, plásticos, fibras), resultante de quebras, estoque obsoleto, peças defeituosas
etc. Em seu estado normal, não possuem mercado garantido. Sua venda é considerada
bastante incerta.
6- SISTEMAS DE CUSTEIO
VENDAS BRUTAS
(-) DEDUÇÕES DE VENDAS
(*) No Custeio por Absorção, o CPV contém a totalidade dos custos fixos e variáveis.
VENDAS BRUTAS
(-) DEDUÇÕES DE VENDAS
Vendas Canceladas
Abatimentos e Desc. Incond. Concedidos
Tributos sobre Vendas
(=) VENDAS LÍQUIDAS
(-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (*)
(-) DESPESAS VARIÁVEIS
(=) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
(-) DESPESAS E CUSTOS FIXOS
(=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO
DRE
VENDAS 35.000,00
(-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (*) (21.000,00)
(=) RESULTADO INDUSTRIAL 14.000,00
(-) DESPESAS FIXAS E VARIÁVEIS (9.000,00)
(=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO 5.000,00
CPP = $22.000,00 = CV
Custo Unitário = $22.000,00 / 10.000 = $2,20
CPV = 7.000 x $2,20 = $15.400,00
DRE
VENDAS BRUTAS 35.000,00
(-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (*) (15.400,00)
(-) DESPESAS VARIÁVEIS (4.000,00)
(=) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 15.600,00
(-) DESPESAS E CUSTOS FIXOS (13.000,00)
(=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO 2.600,00
Bom pessoal, tendo em vista que o assunto custos não está explicito no programa,
entendemos que isto será suficiente caso alguma coisa seja cobrado na prova.
1. (CESPE/TCU/1995)
Julgue os itens a seguir:
(1) A existência de duas entidades sob controle comum, ainda que consolidem suas
demonstrações contábeis, não afeta o princípio da entidade, mantendo-se as
respectivas autonomias patrimoniais.
(2) O princípio da continuidade aplica-se tanto à cessação integral quanto parcial
das atividades de uma entidade, bem como em relação ao grau de utilização de
suas instalações, com reflexos no nível de produção.
Resolução:
1) (Correta) A existência de filiais, ou de empresas controladas pela mesma empresa, não
afeta o princípio da entidade, pois cada uma mantém contabilidade em separado, visto que
mantêm autonomia de seus patrimônios. Dessa forma, nem mesmo as demonstrações
consolidadas ferem o princípio da entidade, já que não estabelecem novo patrimônio, apenas
apresentam o resultado e patrimônio consolidado do grupo econômico;
2) (Correta) O princípio da continuidade estabelece que os eventos que podem geram efeitos
relevantes na atividade empresarial devem ser reconhecidos pelas entidades, o que é o caso
da cessação integral ou parcial das operações, assim como o grau de utilização das
instalações. Esse reconhecimento deve ser efetuado, quando for por diminuição das atividades,
por meio da constituição da reserva para contingências a fim de evitar a distribuição de
dividendos.
2. (ESAF/AFRF/2002-1)
Abaixo estão cinco assertivas relacionadas com os Princípios Fundamentais de Contabilidade. Assinale a
opção que expressa uma afirmação verdadeira.
a) A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é obrigatória no
exercício da profissão, mas não constitui condição de legitimidade das Normas
Brasileiras de Contabilidade.
b) O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e
afirma a autonomia patrimonial, exceto no caso de sociedade ou instituição,
cujo patrimônio pode confundir-se com o dos sócios ou proprietários.
c) Da observância do Princípio da Oportunidade resulta que o registro deve ensejar
o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da Entidade,
em um período de tempo determinado.
d) A apropriação antecipada das prováveis perdas futuras, antes conhecida como
Convenção do Conservadorismo, hoje é determinada pelo Princípio da
Competência.
e) A observância do Princípio da Continuidade não influencia a aplicação do
Princípio da Competência, pois o valor econômico dos ativos e dos passivos já
contabilizados não se altera em função do tempo.
Resolução:
Resposta: Letra C
3. (ESAF/AFRF/2003)
Quando o Contador registra, no fim do exercício, uma variação cambial para atualizar a dívida em moeda
estrangeira; quando faz provisão para crédito de liquidação duvidosa; ou quando faz um lançamento de
ajuste do estoque ao preço de mercado está apenas:
a) cumprindo a sua obrigação profissional.
b) executando o regime contábil de competência.
c) cumprindo o princípio fundamental da prudência.
d) satisfazendo o princípio fundamental da entidade.
e) seguindo a convenção do conservadorismo.
Resolução:
A provisão para crédito de liquidação duvidosa (ou provisão para devedores duvidosos – PDD)
e a provisão para ajuste ao valor de mercado são PROVISÕES ATIVAS. Visam cobrir a perda de
ativos, contabilmente. Não são reservas, mas sim lançamentos contábeis para ajustar o valor
dos ativos da empresa à situação real.
A PDD não é mais dedutível da base de cálculo do IR. Seu valor é calculado pela empresa
com base em estimativas sobre créditos relativos a vendas a prazo que possivelmente não
serão pagos no exercício seguinte. Por esse motivo o ativo deve ser ajustado, já que o mesmo
deve refletir, de forma bem próxima à realidade, os valores circulantes com os quais a
empresa poderá contar para o próximo ano.
O mesmo pode se afirmar com relação ao ajuste ao valor de mercado, aplicável a ativos
circulantes da empresa que não mais possuem o valor de venda com que foram registrados
anteriormente.
Já a variação cambial para atualizar uma dívida é um ajuste passivo, quando temos uma
dívida em moeda estrangeira. Esse ajuste deve ser efetuado para “acertar” o valor do passivo
da empresa, que é em reais, mesmo que o pagamento não vá ser efetuado naquele momento.
Não se trata exatamente de uma provisão passiva, mas sim um ajuste passivo ao princípio da
competência.
A conta de provisão ativa é retificadora de ativo, enquanto a provisão passiva é conta normal
de passivo, ou seja, ambas são de natureza CREDORA.
Por tudo o que foi comentado, vemos que as provisões acima, assim com qualquer outra
provisão, atendem basicamente aos princípios contábeis citados abaixo:
a) Competência: pois a despesa com a provisão deve ser lançada no período em que
ocorrer a estimativa de perda (ou obrigação), e não quando a perda se consumar. O
reconhecimento da estimativa de perda é o fato gerador da obrigação ou da redução do
ativo;
Resposta: Letra C
4. (ESAF/AFRF/2002-1)
A firma Comércio Livre Ltda. apurou os seguintes valores, em 31.12.01:
Depósito no banco R$ 150,00
Salários do mês R$ 620,00
Comissões Ativas R$ 450,00
Títulos a Receber R$ 900,00
Aluguéis Passivos R$ 600,00
Produtos para Venda R$ 750,00
Equipamentos R$ 1.000,00
Serviços Prestados a Prazo R$ 1.500,00
Capital Inicial R$ 2.650,00
Duplicatas a Pagar R$ 2.200,00
Lucros Anteriores R$ 120,00
Casa e Terrenos R$ 1.350,00
Receitas de Vendas R$ 1.000,00
Impostos Atrasados R$ 450,00
Ao elaborar Balancete de Verificação e o Balanço Patrimonial com fulcro nas contas e saldos acima, a
empresa encontrará:
Resolução:
Patrimônio Líquido
Salários do mês (620,00)
Comissões Ativas 450,00
Aluguéis Passivos (600,00)
Capital Inicial 2.650,00
Lucros Anteriores 120,00
Receitas de Vendas 1.000,00
Saldos Devedores
Depósito no banco 150,00
Salários do mês 620,00
Títulos a receber 900,00
Aluguéis Passivos 600,00
Produtos para venda 750,00
Equipamentos 1.000,00
Serviços prestados a prazo 1.500,00
Casa e Terrenos 1.350,00
TOTAL = 6.870,00
Ativo Circulante
Depósito no banco 150,00
Títulos a receber 900,00
Produtos para venda 750,00
Serviços prestados a prazo 1.500,00
TOTAL = 3.300,00
Passivo Circulante
Duplicatas a Pagar 2.200,00
Impostos Atrasados 450,00
Total = 2.650,00
ATIVO PERMANENTE
Equipamentos 1.000,00
Casa e Terrenos 1.350,00
TOTAL = 2.350,00
Resposta: Letra E
5. (ESAF/AFRF/2002-1)
A empresa Carnes & Frutas S/A, em 30 de agosto de 2000, obteve um financiamento em cinco parcelas
semestrais iguais de R$ 3.000,00 e repassou, por R$ 20.000,00, uma de suas máquinas, dividindo o crédito
em 10 parcelas bimestrais.
Todos os encargos foram embutidos nas respectivas parcelas e não se verificou nenhum atraso nas quitações.
Devedores e credores admitem compensar débitos e créditos dessas operações em 2002, mas só o farão à
época própria, cabendo à empresa dar ou receber a quitação restante.
Em decorrência desses fatos, se observarmos o balanço de fim de exercício, elaborado com data de 31.12.00,
certamente vamos encontrar
a) valores a receber a curto prazo R$ 16.000,00.
b) valores a receber a longo prazo R$ 4.000,00.
c) valores a pagar a curto prazo R$ 7.000,00.
d) valores a pagar a longo prazo R$ 13.000,00.
e) saldo a compensar a longo prazo R$ 2.000,00.
Resolução:
As operações foram realizadas em 30 de agosto de 2000, então, pelo empréstimo, temos que
os vencimentos serão:
28 fevereiro 2001 R$ 3.000,00
30 agosto 2001 R$ 3.000,00
28 fevereiro 2002 R$ 3.000,00 (Longo Prazo)
30 agosto 2002 R$ 3.000,00 (Longo Prazo)
28 fevereiro 2003 R$ 3.000,00 (Longo Prazo)
Resposta: Letra B
6. (ESAF/GEFAZ-MG/2005)
A Empresa Zinha Ltda. tem em sua carteira de títulos as seguintes contas e respectivos saldos:
Resolução:
Para resolver essa questão, apresentaremos uma tabelinha com todas as informações úteis para o candidato.
Resposta: Letra B
Observações:
1) A ESAF sempre tem considerado que a conta Duplicatas Protestadas se refere a duplicatas
emitidas pela empresa (duplicatas a receber) que o cliente não pagou e a empresa colocou
em protesto. Por isso fica no ativo circulante;
2) A terminação “ a pagar” indica sempre uma conta de passivo;
3) A terminação “ a receber” indica sempre uma conta de ativo;
4) Quando não for dito o prazo, considera-se sempre o curto prazo (ativo circulante ou passivo
circulante);
5) A conta Juros Pagos Antecipadamente, caso se refira a empréstimos (passivo), poderia ser
classificada como conta retificadora do passivo;
6) A conta Juros Recebidos Antecipadamente se classifica no passivo (receitas antecipadas ou
receitas diferidas). Porém, quando referente a valores sobre os quais não caiba devolução em
nenhuma hipótese, seria classificada no grupo Resultado de Exercícios Futuros.
Essas são dicas importantes para aqueles que participam de concursos elaborados pela ESAF!
7. (ESAF/AFRF/2002-1)
A empresa Livre Comércio Ltda. realizou as seguintes operações ao longo do mês de setembro de 2001:
I. venda a vista de mercadorias por R$ 300,00, com lucro de 20% sobre as vendas;
II. pagamento de duplicatas de R$ 100,00, com juros de 15%;
III. prestação de serviços por R$ 400,00, recebendo, no ato, apenas 40%; e
IV. pagamento de títulos vencidos no valor de R$ 200,00, com desconto de 10%.
Analisando as operações acima listadas podemos afirmar que, em decorrência delas,
a) o ativo recebeu débitos de R$ 460,00.
b) o ativo aumentou em R$ 165,00.
c) o patrimônio líquido aumentou em R$ 460,00.
d) o passivo recebeu créditos de R$ 300,00.
e) o passivo diminuiu em R$ 335,00.
Resolução:
Analisaremos cada uma das operações.
I – . venda a vista de mercadorias por R$ 300,00, com lucro de 20% sobre as vendas
D – CAIXA 300
C – VENDAS 300
D – CMV 240
C – MERCADORIAS 240
D – CAIXA 160
D – DUPL. A RECEBER 240
C – RECEITA DE SERVIÇOS 400
Vejamos os razonetes:
Variação do Ativo
I 300 240 I
III 160 115 II
III 240 180 IV
700 535
165
Variação do Passivo
II 100
IV 200
300
Variação do PL
I 240 300 I
II 15 400 III
20 IV
255 720
465
Resposta: Letra B
8. (ESAF/AFRF/2003)
A empresa Comércio Industrial Ltda. comprou 250 latas de tinta ao custo unitário de R$ 120,00, tributadas
com IPI de 5% e ICMS de 12%. Pagou entrada de 20% e aceitou duas duplicatas mensais de igual valor. A
tinta adquirida foi contabilizada conforme sua natureza contábil funcional, com a seguinte destinação:
50 latas para consumo interno;
100 latas para revender; e
100 latas para usar como matéria-prima.
Após efetuar o competente lançamento contábil, é correto afirmar que, com essa operação, os estoques da
empresa sofreram aumento no valor de
a) R$ 31.500,00
b) R$ 30.000,00
c) R$ 28.020,00
d) R$ 27.900,00
e) R$ 26.500,00
Resolução:
Esta questão versa sobre operações com mercadorias. Para solucioná-la devemos saber que o ICMS está
sempre embutido no valor da compra. Além disso, o ICMS será recuperado no caso de as mercadorias serem
destinadas para revenda e para estoque de matérias primas, não sendo recuperado no caso de as mercadorias
serem destinadas para consumo próprio (a LC 87/96 c/ alterações posteriores prevê a recuperação do ICMS
pago sobre mercadorias destinadas a consumo a partir de 2007).
O IPI somente será recuperado no caso de as mercadorias serem destinadas para estoque de matérias primas.
O IPI não faz parte do valor da compra, devendo, por isso, ser adicionado por fora.
Desta forma, o valor final de aquisição de cada unidade é de 126,00 (120 + 5%).
IPI por unidade = R$ 6,00
ICMS p/un. = R$ 14,40 (12% de 120,00)
Temos, portanto, 3 situações:
9. (ESAF/GEFAZ-MG/2005)
O Armazém Central S/A tinha, em exposição, a mercadoria Alfa com movimentação ocorrida na seguinte
ordem cronológica:
• estoque inicial de 80 unidades avaliadas ao custo de R$ 8.000,00;
• uma compra de 80 unidades pelo preço total de R$ 9.600,00; e
• outra compra de 40 unidades pelo preço total de R$ 5.600,00.
Para análise do quesito foram colhidas as seguintes informações:
• as compras foram isentas de tributação;
• as receitas de vendas foram tributadas apenas com ICMS de 20%;
• o estoque final foi de 100 unidades avaliadas pelo critério do custo médio;
• o lucro operacional bruto foi de R$6.600,00;
• as vendas ocorreram entre a primeira e segunda compra.
Com os dados e informações acima alinhados, podemos afirmar que o preço unitário praticado nas vendas foi
de
a) R$ 176,00.
b) R$ 211,20.
c) R$ 218,40.
d) R$ 220,00.
e) R$ 227,50.
Resolução:
O enunciado falou em custo médio. Em princípio, não teríamos como saber se se trata do método da média
fixa ou da média móvel. Porém, por uma questão de bom senso, como o enunciado trouxe a informação de
que as vendas ocorreram entre a primeira e a segunda compra (fato que faz diferença no método da média
móvel, mas não na média fixa). Ademais, a ESAF tem adotado a postura de, quando cita o termo “custo
médio”, estar se referindo à média móvel, e não à média fixa. Então vamos lá:
Primeiramente, vamos apurar a quantidade vendida. Para isso utilizaremos a fórmula do CMV relativamente
às quantidades. Vejamos:
Qtd vendida = EI + C – EF
Qtd vendida = 80 + 120 – 100 = 100
Isso quer dizer que foram vendidas 100 unidades. Agora vamos apurar o custo médio. Como o método foi o
da média móvel, calcula-se o custo da venda somente com o estoque inicial e a primeira compra, já que a
segunda compra ocorreu após a venda. Assim:
V = Vendas Brutas
Vendas Líquidas (VL) = 0,8 x V (descontado o ICMS sobre vendas de 20%)
RCM = VL – CMV
6.600 = 0,8 V – 11.000
0,8 x V = 22.000
Considerando que foram vendidas 100 unidades, o preço unitário de venda foi de:
Resposta: Letra D
10. (ESAF/GEFAZ-MG/2005)
A firma Nossa Mercearia Comercial elaborou a ficha de controle de estoques da mercadoria “alfa”, cuja tributação está
sendo desconsiderada para fins deste exercício, demonstrando os seguintes dados:
Resolução:
É uma questão tradicional sobre ficha de controle de estoque. Basicamente, temos que resolvê-la pelos
métodos PEPS e UEPS para aferir a veracidade das alternativas. Então, vejamos:
V1 = 60 x R$ 30,00 = R$ 1.800,00
V2 = 90 x R$ 30,00 = R$ 2.700,00
V = R$ 1.800,00 + R$ 2.700,00 = R$ 4.500,00
Resposta: Letra E
11. (ESAF/SEFA-PA/2002)
Considere os seguintes dados, relativos à única mercadoria que a empresa revende.
31/01/02 Estoque de 300 unidades a R$ 4,00 cada uma.
10/02/02 Compra de 200 unidades por R$ 1.000,00 (valor de fatura).
15/02/02 Venda de 400 unidades.
20/02/02 Venda de 50 unidades.
25/02/02 Compra de 450 unidades por R$ 2.250,00 (valor de fatura).
28/02/02 Venda de 100 unidades.
01/03/02 Venda de 300 unidades.
Considerando que - o Lucro Bruto sobre Vendas foi de R$ 680,00; - as compras e vendas estão sujeitas ao
ICMS de 20%;
- as despesas operacionais foram de R$ 180,00;
- foi adotado o sistema de avaliação de estoques denominado de custo médio ponderado;
- a provisão para Imposto de Renda foi de R$150,00,
podemos afirmar que, no Balanço de 28.02.2002,
a) a Receita Bruta de Vendas foi de R$ 5.100,00.
b) o Custo de Mercadorias Vendidas foi de R$ 2.880,00.
c) o Custo de Mercadorias Vendidas foi de R$ 3.400,00.
d) a Receita Bruta de Vendas foi de R$ 3.600,00.
e) o Custo de Mercadorias Vendidas foi igual ao Lucro Bruto sobre Venda, isto é, de R$ 680,00.
Resolução:
10.02.02
Valor líquido = $ 1.000,00 x 0,8 = $ 800,00 (ICMS de 20%)
25.02.02
Valor líquido = $ 2.250,00 x 0,8 = $ 1.800,00 (ICMS de 20%)
Resposta: Letra D
12. (ESAF/AFC/2003)
As mercadorias são itens de alta rotação, que sofrem movimentação constante. Por isso, demandam
o uso de critérios matemáticos para sua avaliação. Um desses critérios é o “custo médio
ponderado”. Vejamos o exemplo abaixo:
Se o fluxo físico ocorreu na ordem indicada, o critério de avaliação é a média ponderada móvel e
não houve outras implicações, podemos dizer que o estoque final será de
a) R$ 3.080,00
b) R$ 3.300,00
c) R$ 3.500,00
d) R$ 3.575,00
e) R$ 3.850,00
Resolução:
Resposta: Letra C
13. (ESAF/AFRF/2002-1)
A empresa Zucata S/A, que negocia com máquinas usadas, em 30 de abril, promoveu uma venda dos
seguintes itens:
Resolução:
Se a vida útil do jeep é de 8 anos, e ele está a dois anos na empresa, então ele terá depreciação de
2/8 x $20.000,00 = $5.000,00
Sabemos que os terrenos não sofrem depreciação, então devemos separar os valores atinentes a esse imóvel,
da seguinte forma:
a) Diversos
a Diversos
Abatimentos Concedidos 3.000,00
Bancos c/ Movimento 7.070,00 10.070,00
a Duplicatas a Receber 10.000,00
a Juros Ativos 70,00 10.070,00
b) Diversos
a Diversos
Duplicatas Descontadas 10.000,00
Juros Ativos 70,00 10.070,00
a Bancos c/Movimento 7.070,00
a Abatimentos Concedidos 3.000,00 10.070,00
c) Diversos
a Diversos
Abatimentos Auferidos 3.000,00
Bancos c/ Movimento 7.070,00 10.070,00
a Duplicatas Descontadas 10.000,00
a Juros Ativos 70,00 10.070,00
e) Diversos
a Diversos
Duplicatas a Receber 10.000,00
Juros Ativos 70,00 10.070,00
a Bancos c/Movimento 7.070,00
a Abatimentos Obtidos 3.000,00 10.070,00
Resolução:
Porém, o lançamento de pagamento com juros reflete em receita financeira para a empresa, uma vez que se
trata de cobrança simples. O abatimento concedido pela mesma, por sua vez, representa uma despesa para a
empresa.
O valor que entrará na conta-corrente da empresa é o valor do título (R$ 10.000,00), deduzido do abatimento
concedido (R$ 3.000,00), somado ao valor dos juros recebidos (R$ 70,00), totalizando R$ 7.070,00. Assim, o
lançamento ficará:
Resposta: Letra A
Resolução:
Nas questões que pedem o lançamento, devemos montá-lo por partes, de acordo com cada item, e depois
verificar as alternativas.
O valor da despesa com salários é de R$ 20.000,00, o que gera uma obrigação para a empresa de pagar os
salários do mês. Assim, a empresa deve lançar:
Já a parcela do INSS do empregado não é despesa para a empresa, pois é descontada do próprio salário do
funcionário. Então, para a empresa não há efeito no resultado. Trata-se de um fato permutativo. Porém, como
ela é quem tem a obrigação legal de recolher a contribuição aos cofres públicos, o lançamento a ser feito é
uma transferência da obrigação de pagar o salário para a obrigação de pagar o INSS do empregado.
Já o INSS da empresa representa DESPESA para a mesma, pois ela não desconta do salário do funcionário.
Por esse motivo, deve reconhecer como tal.
16. (ESAF/AFRF/2003)
Ao examinarmos a carteira de cobrança da empresa Gaveteiro S/A., encontramos diversas
duplicatas a receber, algumas ainda a vencer, no valor de R$ 120.000,00; outras já vencidas,
no valor de R$ 112.000,00; mais algumas em fase de cobrança, já protestadas, no valor de R$
111.000,00 e outras descontadas em Bancos, no valor de R$ 98.000,00.
Também havia uma Provisão para Créditos Incobráveis com saldo credor de R$ 4.000,00.
Pelo conhecimento que temos da empresa e de sua carteira de cobrança, sabemos que a
experiência de perda com esses créditos tem sido de cerca de 4%, sendo correto um
provisionamento deste porte.
a) R$ 9.720,00
b) R$ 9.640,00
c) R$ 8.760,00
d) R$ 5.800,00
e) R$ 5.280,00
Resolução:
As duplicatas que foram descontadas pela empresa fazem parte desse total de R$ 343.000,00. Sendo assim,
constituiremos a provisão para devedores duvidosos com base nesse total.
Caixa R$ 15.000,00
Máquinas e Equipamentos R$ 60.000,00
Vendas de Mercadorias R$ 70.000,00
Mercadorias R$ 20.000,00
Receitas Diversas R$ 4.000,00
Compras de Mercadorias R$ 50.000,00
Clientes R$ 40.000,00
Fornecedores R$ 30.000,00
Salários e Ordenados R$ 11.000,00
Despesas de aluguel R$ 13.000,00
Lanches e Refeições R$ 2.000,00
Capital Social R$ 100.000,00
Condução e Transporte R$ 3.000,00
Lucros Acumulados R$ 14.000,00
Despesas de Juros R$ 4.000,00
Observações:
1. O estoque final de mercadorias foi avaliado em R$ 15.000,00.
2. O salário de dezembro de X4, no valor de R$ 1.000,00, será pago somente em janeiro de
X5.
3. Dos aluguéis pagos em X4, R$ 2.000,00 referem-se a despesas de janeiro de X5.
4. Não há implicações de ordem fiscal ou tributária.
a) R$ 99.000,00
b) R$ 100.000,00
c) R$ 101.000,00
d) R$ 102.000,00
e) R$ 114.000,00
Resolução:
CMV = EI + Compras – EF
CMV = 20.000,00 + 50.000,00 – 15.000,00 = 55.000,00
Podemos obter o resultado pelo razonete abaixo:
Resultado do Exercício
Despesas Receitas
CMV 55.000,00
Vendas de Mercadorias 70.000,00
Receitas Diversas 4.000,00
Salários e Ordenados (2) 12.000,00
Despesas de aluguel (3) 11.000,00
Lanches e Refeições 2.000,00
Condução e Transporte 3.000,00
Despesas de Juros 4.000,00
87.000,00 74.000,00
Resultado 13.000,00
Patrimônio Líquido
Prejuízo do Exercício 13.000,00
Capital Social 100.000,00
Lucros Acumulados 14.000,00
13.000,00 114.000,00
Total do PL 101.000,00
Resposta: Letra C
Caixa R$ 60.000,00
Fornecedores R$ 45.000,00
Mercadorias R$ 70.000,00
Duplicatas a Receber R$ 8.000,00
Contas a Pagar R$ 3.000,00
Capital Social R$ 80.000,00
Lucros Acumulados R$ 10.000,00
Após realizar uma venda a prazo de 50% de seu estoque, com lucro de 30% sobre as vendas, a empresa
apresentará saldo de
a) Caixa R$ 110.000,00
b) Fornecedores R$ 95.000,00
c) Duplicatas a Receber R$ 58.000,00
d) Mercadorias R$ 45.500,00
e) Lucros Acumulados R$ 20.500,00
Resolução:
Quando se fala que o lucro obtido foi de 30% sobre as vendas, basta montarmos uma equação onde o lucro
bruto (RCM) seja igual a 30% das vendas brutas.
A venda correspondeu a 50% do estoque. Conforme os dados do enunciado, o estoque era de R$ 70.000,00.
Sendo assim, o custo das mercadorias vendidas corresponde a R$ 35.000,00. Assim:
RCM = V – CMV
Se RCM = 0,3 x V
CMV = 35.000,00 então:
0,3 x V = V – CMV
0,7 x V = 35.000
V = 50.000,00
D – CMV R$ 35.000,00
C – Mercadorias R$ 35.000,00
Vamos às alternativas:
(ERRADA) A conta Caixa não foi movimentada, portanto permanece com o saldo de R$ 60.000,00;
(ERRADA) A conta Fornecedores não foi movimentada, portanto permanece com o saldo de R$ 45.000,00;
(CORRETA) A conta Duplicatas a Receber possuía saldo anterior (devedor) de R$ 8.000,00. Com o débito
de R$ 50.000,00 passará a ter saldo de R$ 58.000,00;
(ERRADA) A conta Mercadorias possuía saldo anterior de R$ 70.000,00 (devedor). Com o crédito relativo à
baixa do estoque de R$ 35.000,00, passará a ter saldo de R$ 35.000,00 devedor.
(ERRADA) Se fosse o caso de incorporarmos o lucro da venda à conta Lucros Acumulados, esta ficaria com
saldo de R$ 25.000,00, pois possuía saldo anterior de R$ 10.000,00 (credor), e a venda propiciou um lucro
de R$ 15.000,00.
Resposta: Letra C
19.(ESAF/AFRF/2003)
As contas que computam os eventos de estoque, compras e vendas, tiveram o seguinte
comportamento em setembro:
Vendas R$ 100.000,00
Compras R$ 60.000,00
ICMS sobre vendas R$ 12.000,00
ICMS sobre compras R$ 7.200,00
ICMS a Recolher R$ 4.800,00
Fretes sobre Compras R$ 5.000,00
Fretes sobre Vendas R$ 7.000,00
Estoque Inicial R$ 30.000,00
Estoque Final R$ 40.000,00
Com base nos valores dados no exemplo, o lucro bruto alcançou o valor de
a) R$ 45.200,00
b) R$ 47.400,00
c) R$ 52.400,00
d) R$ 40.200,00
e) R$ 33.200,00
Resolução:
Compras R$ 60.000,00
(-) ICMS sobre compras R$ 7.200,00
+ Fretes sobre Compras R$ 5.000,00
+ Compras (estoque) R$ 57.800,00
Resposta: Letra D
20. (ESAF/AFRF/2002-1)
Da leitura atenta dos balanços gerais da Cia. Emile, levantados em 31.12.01 para publicação, e dos relatórios
que os acompanham, podemos observar informações corretas que indicam a existência de:
Capital de Giro no valor de R$ 2.000,00
Capital Social no valor de R$ 5.000,00
Capital Fixo no valor de R$ 6.000,00
Capital Alheio no valor de R$ 5.000,00
Capital Autorizado no valor de R$ 5.500,00
Capital a Realizar no valor de R$ 1.500,00
Capital Investido no valor de R$ 8.000,00
Capital Integralizado no valor de R$ 3.500,00
Lucros Acumulados no valor de R$ 500,00
Prejuízo Líquido do Exercício no
valor de R$ 1.000,00
A partir das observações acima, podemos dizer que o valor do Capital Próprio da Cia. Emile é de
a) R$ 5.500,00
b) R$ 5.000,00
c) R$ 4.000,00
d) R$ 3.500,00
e) R$ 3.000,00
Resolução:
Há basicamente 2 formas de resolver esta questão: a primeira pela equação fundamental do patrimônio,
obtendo-se o patrimônio líquido pela diferença entre o ativo e o passivo; a segunda pela soma dos
componentes do PL. Devemos observar os seguintes conceitos:
Capital Alheio = Passivo
Capital de Giro = Ativo Circulante
Capital Social = Capital subscrito pelos sócios (capital nominal)
Capital Fixo = Ativo Fixo = Ativo Permanente Imobilizado
Capital Autorizado = É o valor até onde pode ser aumentado o capital social sem necessidade de alteração
estatutária (art. 168 da Lei das S.A.).
Capital a Realizar = Parcela já subscrita do capital, mas ainda não integralizada pelos sócios.
Capital Investido = Total do Ativo
Capital Integralizado = Parcela do capital subscrito já efetivamente entregue pelos sócios à empresa.
Resposta: Letra E
21. (ESAF/TRF/2003)
No dia 02 de janeiro de 2003, a empresa Participa S.A. adquiriu 80% do capital da empresa Construção
Ltda., tomando o seu controle com intenção de permanência, pelo valor de R$ 90.000,00.
Construção Ltda.
Balanço de 30 de Novembro de 2002
Valores em R$
Capital Social 50.000,00
Reserva de Capital 2.000,00
Reserva Legal 1.000,00
Lucro Líquido do Exercício (janeiro a novembro de 2002) 7.000,00
Com base nos dados da empresa Construção Ltda., acima, assinale o lançamento que corresponde a este fato
contábil.
Valores em R$
Contas Débito Crédito
a) Carteira de Ações (Realizável LP) 90.000,00
a Bancos Conta Movimento 90.000,00
b) Diversos
a Bancos Conta Movimento 90.000,00
a Investimentos Avaliados
c) Diversos
a Bancos Conta Movimento 90.000,00
Investimentos Avaliados pelo PL -
Construção Ltda.
40.000,00
Investimentos - Ágio -Construção Ltda. 50.000,00
O lançamento correto é:
D – Investimentos em Construção Ltda R$ 48.000,00
D – Ágio em Investimentos R$ 42.000,00
C – Bancos Conta Movimento R$ 90.000,00
A resposta apresentada pelo gabarito é a letra “b”. Os valores estão corretos e também aparecem nas colunas
corretas (débito e crédito). Entretanto, no lançamento o investimento aparece com a preposição “a” o que
significa que esta conta seria creditada. Devemos considerar isso como um erro de digitação (a questão não
foi anulada pela banca), pois a conta Investimentos, na realidade, deve ser DEBITADA pelo valor contábil
(R$ 48.000,00) da participação societária, conforme apresentamos o lançamento acima.
Resposta: Letra B
22. (ESAF/TRF/2003)
Em cada círculo está inscrito o nome de uma empresa. A seta indica participação de uma empresa no capital
de outra. No retângulo está o percentual de cada participação.
Alfa
90%
80%
Beta Gama
10%
90%
10%
Lâmina Ômega
Resolução:
O controle é direto quando uma empresa detém diretamente a maioria do capital votante de outra.
O controle é indireto quando uma empresa detém indiretamente, por meio de outra controlada, a maioria do
capital votante.
Assim, Beta e Gama são controladas diretamente por Alfa, pois sua participação no capital social daquelas é
de 80% e 90%, respectivamente.
A empresa Alfa participa de Gama com 90% e esta participa em Omega com 90%, o que resulta em
participação indireta de 81%. Além disso, Alfa participa de Beta com 80% que participa de Ômega com
10%, resultando em participação indireta de mais 8%. Desta forma, a participação indireta de Alfa em
Ômega é de 89%.
Logo, a empresa Alfa controla indiretamente a empresa Omega. A resposta correta é a letra “a”.
23. (ESAF/AFRF/2003)
A empresa de Comércio Geral apresenta, em 30 de setembro, o balancete abaixo descrito:
Contas saldos
Se fosse elaborar o Balanço Patrimonial nessa data, com esses valores, o Contador,
certamente, apuraria:
DRE
Receita de Vendas R$ 2.000,00
Serviços Prestados R$ 1.600,00
(-) Custo das Mercadorias Vendidas (R$ 1.700,00)
(-) Insubsistências Passivas (R$ 900,00)
(-) Juros Passivos (R$ 600,00)
(=) Lucro Líquido R$ 400,00
OBSERVAÇÕES:
1) Insubsistências Passivas são despesas relativas a bens ou direitos do ativo que não mais possam subsistir
(ex: perda pela baixa de títulos incobráveis);
2) A conta Receitas Antecipadas foi considerada como Resultado de Exercícios Futuros, e essa tem sido a
tendência da ESAF. Porém, ela poderia ter sido classificada no Passivo, caso houve a obrigação de prestar
algum serviço ou de entregar mercadoria.
3) Assumimos que a conta Ações de Outras Companhias estaria no Ativo Permanente, uma vez que lá havia
a conta retificadora Provisão para Perdas em Investimentos. Na realidade, esses investimentos só ficam no
ativo permanente se houver interesse da empresa em permanecer com os mesmos.
Resposta: Letra B
24.(ESAF/AFRF/2003)
Assinale abaixo a opção que contém a afirmação incorreta.
SOLUÇÃO:
A questão versa sobre o disposto nos artigos 183 e 184 da Lei das S.A., que dispõem sobre
critérios de classificação de contas no ativo e no passivo. Vamos às alternativas:
Resposta: Letra C
25. (ESAF/ACE/TCU/2002)
A empresa Girafluxo S/A demonstrou o seguinte balanço patrimonial, aqui simplificado, com valores no
início e no fim do exercício social do ano de 2001:
Contas/Grupos saldos 01.01.01 saldos 31.12.01
Disponibilidades R$ 25.000,00 R$ 30.000,00
Créditos R$ 34.000,00 R$ 27.200,00
Estoques R$ 20.000,00 R$ 24.000,00
Despesas Exercício Seguinte R$ 1.000,00 R$ 800,00
Soma R$ 80.000,00 R$ 82.000,00
Créditos de Longo Prazo R$ 5.000,00 R$ 6.000,00
Soma R$ 5.000,00 R$ 6.000,00
Investimentos R$ 27.000,00 R$ 21.600,00
Analisando-se as variações ocorridas entre o início e o fim do exercício considerado, pode-se afirmar que a
elaboração da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos, nos termos da lei, vai evidenciar o
seguinte item:
a) item I – Origens de Recursos R$ 19.500,00.
b) item I – Origens de Recursos R$ 27.000,00.
c) item II – Aplicações de Recursos R$ 31.000,00.
d) item III – Redução de CCL R$ 11.500,00.
e) item III – Aumento do CCL R$ 7.500,00.
Resolução:
A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) é obrigatória para as sociedades anônimas,
por força do disposto no art. 188 da Lei n° 6.404/76, que fixa o objetivo e a estrutura da demonstração, bem
como os valores que nela devem ser computados.
O ativo circulante no início do período era de R$ 80.000,00 e no final do período de R$ 82.000,00. Portanto,
houve uma variação positiva de R$ 2.000,00, no valor do ativo circulante (∆AC = R$ 2.000,00).
O passivo circulante no início do período era de R$ 90.000,00 e passou para R$ 99.500,00. Houve, portanto,
uma variação positiva de R$ 9.500,00 (∆PC = R$ 9.500,00).
Dessa forma, a variação do capital circulante líquido no período (∆CCL = ∆AC - ∆PC) é igual a (- R$
7.500,00) (∆CCL = 2.000,00 – 9.500,00).
Isto quer dizer que as aplicações superaram as origens em R$ 7.500,00
ORIGENS DE RECURSOS
A lei considera origens de recursos os seguintes valores:
a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela variação nos
resultados de exercícios futuros;
b) realização do capital social e contribuições para reservas de capital;
c) recursos de terceiros, originados do aumento do passivo exigível a longo prazo e da alienação de
investimentos e direitos do ativo imobilizado.
Assim, o total das origens representa o somatório dos recursos oriundos das operações, dos recursos próprios
e de terceiros, bem como dos recursos obtidos na realização de ativos de longo prazo, provocando aumento
do Capital Circulante Líquido, quer pelo aumento ou pela diminuição, respectivamente, do ativo ou do
passivo circulantes.
Atenção!!!
De forma mais singular, porém de maior compreensão, podemos resumir as origens como sendo todo valor
que aumenta no Passivo e diminui no Ativo exceto o circulante. Essa dica pode ser melhor visualizada de
forma esquemática, conforme a seguir:
APLICAÇÕES ORIGENS
Aumentos no ativo não circulante Aumentos no passivo não circulante
Reduções no passivo não circulante Reduções no ativo não circulante
Assim, todas as contas do Passivo Exigível a Longo Prazo (PELP), Resultado de Exercícios Futuros (REF) e
Patrimônio Líquido (PL), que não sejam retificadoras, quando terão seus saldos aumentados, configuram
uma origem de recursos na exata dimensão do aumento de seus saldos. Na mesma linha de raciocínio se
enquadram as contas retificadoras de Ativo Realizável a Longo Prazo (ARLP) e Ativo Permanente (AP).
De forma inversa, as contas retificadoras de PELP, REF e PL, bem como as contas de ARLP e AP, quando
terão seus saldos diminuídos, caracteriza-se a origem de recursos na exata extensão da diminuição dos saldos
dessas contas.
Ao esquema acima apresentado devemos adicionar apenas o valor do lucro que não teve destinação nas
contas do PL, isto é, a parcela distribuída ou com proposta de distribuição, relativa ao exercício, que no
presente caso está representado pela conta Dividendos a Pagar.
Dessa forma, analisando as contas do balanço da empresa Girafluxo S.A., observamos que:
Porém, dentro dos objetivos deste livro, vamos apurar o valor das aplicações para comprovar a veracidade
dessa forma simplificada de obtermos esse valor.
APLICAÇÕES DE RECURSOS
Inversamente ao que vimos acima relativo às origens, também de forma esquemática, podemos resumir que
as aplicações são todos aqueles valores que diminuem no Passivo e que aumentam no Ativo que não seja o
circulante. Entretanto. tendo o cuidado de levar em consideração o valor do dividendo distribuído ou a
distribuir (dividendo proposto ou a pagar).
Dessa forma, analisando as contas do balanço da empresa Girafluxo S.A., observamos que as aplicações
foram de:
Obs.: Reparem que não dispúnhamos do valor do lucro do exercício. Porém, como ele foi todo incorporado
ao PL ou destinado a Dividendos a Pagar, foi possível obter as origens de recursos somando ao nosso
esquema o valor dos dividendos tanto às origens, quanto às aplicações.
O Dividendo a Pagar ou Distribuído representa, nos esquemas acima apresentados, uma origem e uma
aplicação de igual valor. A distribuição de dividendos representa uma aplicação de recursos para a empresa.
Porém, o lucro obtido anteriormente, que originou tal distribuição de dividendos, é de fato uma origem para
a empresa.
A banca examinadora apresentou como alternativa correta a letra “C”, que coincide com a solução
apresentada.
Resposta: Letra C
26. (ICMS-SC/98)
A Cia. Peperi negocia toalhas de banho e adota o regime de inventário periódico para controlar seu
estoque. Seus exercícios sociais se encerram a cada 31 de dezembro. Nada do resultado (lucro/prejuízo)
de cada exercício social recebe qualquer destinação. O Balancete de Verificação a seguir fornecido foi
"levantado" em 31/dez./92, imediatamente antes dos lançamentos de apuração do resultado de 1992. Os
valores nele contidos estão corretos.
Companhia PEPERI
Balancete de verificação (31/dez./92)
(imediatamente antes da apuração do resultado de 1992)
Saldos Saldo
Contas
Devedores Credores
Duplicatas a Receber (AC) 5.000
Compras de Mercadorias 14.080
ICMS a Recolher (PC) 140
Com base no que foi informado, pode-se afirmar que em 1992, o valor das "vendas líquidas" e o valor do
"lucro operacional bruto" da Cia. Peperi foram de, respectivamente,
a) $ 31.540 e $ 17.000.
b) $ 30.932 e $ 15.252.
c) $ 31.540 e $ 15.860.
d) $ 30.932 e $ 17.000.
e) $ 34.540 e $ 17.000.
Resolução:
Para calcularmos o valor das vendas líquidas, basta utilizarmos os dados do balancete da seguinte forma:
Vendas Brutas (VB) 41.000
(-) ICMS s/ Vendas (6.460)
(-) Devolução de Vendas (3.000)
(=) Vendas Líquidas (VL) 31.540
Assim, devemos subtrair deste valor todos os demais valores do balancete referentes ao ativo circulante.
O que sobra é o saldo da conta mercadorias (EF).
Resposta: Letra A
27. (ESAF/AFRF/2000)
Em 31 de dezembro o nosso Contador havia montado um rascunho da DOAR (Demonstração de origens e
Aplicações de Recursos) com a seguinte estrutura:
I. Origens 1.800,00
II. Aplicações 2.600,00
III. Redução de CCL 800,00
quando descobriu que o lucro líquido do exercício ainda não fora computado nessa demonstração. Referido
lucro foi assim formado e distribuído:
Resultado do Exercício:
Receitas totais do período 6.000,00
Despesas do período (sem as depreciações) (3.500,00)
Encargos de depreciação do período (400,00)
Lucro líquido antes do imposto de Renda 2.100,00
Provisão para o Imposto de Renda (300,00)
Lucro líquido do exercício 1.800,00
Resolução:
Conforme o artigo 188 da Lei das S.A., as origens e aplicações são:
I - Origens:
Computadas 1.800
(+) Resultado líquido do Exercício 1.800
(+) Despesas de Depreciação 400
4.000
II - Aplicações:
Computadas 2.600
(+) Dividendos propostos 150
2.750
III - Origens - Aplicações = Aumento no CCL = 4.000 - 2.750 = 1.250
Resposta Letra C
28. (ESAF/AFRF/2003)
Fomos chamados a calcular os dividendos a distribuir, no segundo semestre, da empresa Rentábil. A empresa
é uma sociedade anônima e os seus estatutos determinam que os dividendos devem ser o mínimo obrigatório
de acordo com a lei, mas não estabelecem o valor percentual sobre o lucro líquido.
Os valores que encontramos para montar a base de cálculo foram: reserva estatutária de R$ 6.500,00,
participação de administradores no lucro de R$ 7.000,00, participação de empregados no lucro de R$
8.000,00, Provisão para o Imposto de Renda e CSLL de R$ 95.000,00 e lucro líquido, antes do imposto de
renda, de R$ 180.000,00. Ficamos com o encargo de calcular o valor da reserva legal e do dividendo mínimo
obrigatório.
Feitos os cálculos corretamente, podemos afirmar com certeza que o dividendo será no valor de
a) R$ 15.000,00
b) R$ 16.625,00
c) R$ 30.000,00
d) R$ 33.250,00
e) R$ 35.000,00
Resolução:
Partindo-se do lucro antes do imposto de renda na estrutura da DRE, teremos:
Cálculo do Dividendo
Resposta: Letra D
04) O registro de uma provisão para contingências, baseado na opinião do departamento jurídico da
empresa, mostra que seus administradores observaram o princípio contábil da(o):
A) competência.
B) entidade.
C) continuidade.
D) prudência.
E) registro pelo valor original.
05) A Cia. União é uma empresa comercial e apresentava os seguintes dados, em reais, em 2004:
. Saldo inicial de Estoque 350,00
. Saldo final de Estoques 500,00
. Saldo inicial de Fornecedores 450,0
. Saldo final de Fornecedores 500,00
. Receita Bruta de Vendas 2.800,00
. Lucro Bruto 700,00
. Devoluções de Vendas 250,00
Considerando apenas estas informações, pode-se afirmar que as compras desembolsadas no ano,
informadas na Demonstração do Fluxo de Caixa pelo método direto, atingiram, em reais:
A) 1.850,00
B) 1.950,00
C) 2.100,00
07) A empresa Dia-a-Dia S/A apresentou um lucro, após o imposto de renda, no valor de R$ 45.000,00.
Sabendo-se que o estatuto da empresa prevê participações de administradores de 10%, e de
empregados e debenturistas, de 5%, a parcela do lucro atribuída aos empregados, observando-se a Lei
no 6.404/76, será, em reais, de:
A) 1.923,75
B) 2.025,00
C) 2.137,50
D) 2.250,00
E) 2.375,00
08) Uma empresa prestadora de serviços de transporte de carga efetuou os seguintes gastos com
pessoal, em reais:
• Remuneração dos diretores 10.000,00
• Carregadores dos veículos de carga3.500,00
• Pessoal do escritório 2.000,00
• Motoristas dos veículos de carga 4.500,00
O custo dos serviços prestados, em reais, foi de:
A) 4.500,00
B) 6.500,00
C) 8.000,00
D) 14.500,00
E) 18.000,00
09) A Cia. Boas Novas obteve, em 2004, um lucro líquido de R$ 1.200,00, apresentado na Demonstração
do Resultado, onde estão incluídos os seguintes valores, em reais:
. Despesa de Depreciação 60,00
. Resultado Positivo de Equivalência Patrimonial 40,00
. Receitas de Aplicações Financeiras 20,00
A empresa recebeu aluguel antecipado (do ano seguinte, 2005) no valor de R$ 30,00, classificado no
grupo de Resultado de Exercícios Futuros, terminando o ano de 2004 com este saldo.
O lucro líquido ajustado a ser apresentado na Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos da Cia.
Boas Novas será, em reais, de:
A) 1.170,00
B) 1.190,00
C) 1.220,00
D) 1.230,00
E) 1.250,00
10) Uma empresa inicia suas atividades em abril de 2004, com um capital subscrito de R$ 800,00, sendo
75% integralizados no ato e o restante a ser integralizado em quatro parcelas semestrais, iguais e
sucessivas, com a 1a vencendo em outubro de 2004. Ao final do ano de 2004, a empresa apresentou um
prejuízo de R$ 40,00. No segundo ano, obteve um lucro de R$ 60,00. Os saldos do Patrimônio Líquido,
em dezembro de 2004 e dezembro de 2005, respectivamente, em reais, são:
A) 610,00 e 770,00
B) 610,00 e 820,00
11) A Lei no 6.404/76 estabelece que as sociedades anônimas devem informar em nota explicativa:
A) a data de aquisição dos bens do Ativo Imobilizado.
B) a taxa de juros e a quantidade de prestações dos financiamentos obtidos.
C) o número de empregados dos três últimos exercícios.
D) os bancos onde a instituição possui conta corrente.
E) os ajustes de exercícios anteriores.
12) Uma empresa apresenta, no final do ano, um total de Contas Devedoras no valor de R$ 500,00.
Sabe-se que a empresa tem ainda, em reais:
• Contas de Receita 135,00
• Contas de Despesa 140,00
• Contas Devedoras Retificadoras 10,00
• Contas Credoras Retificadoras 20,00
O total do Ativo desta empresa, em reais, é:
A) 330,00
B) 340,00
C) 350,00
D) 465,00
E) 480,00
13) Uma empresa mista, que tem em seu estatuto social previsão de atividades comerciais e de
prestação de serviços, é tributada pelo lucro presumido. Ao final do 1o trimestre de 2005, apresenta as
seguintes contas de resultado, em reais:
• Receita Bruta de Vendas 100.000,00
• Receita de Prestação de Serviços 50.000,00
• Receitas Financeiras 2.000,00
• Despesas Dedutíveis 120.000,00
Considerando apenas as informações apresentadas e sabendo que a alíquota utilizada no método
cumulativo é de 3%, enquanto a alíquota utilizada no método não cumulativo é de 7,6%, a Cofins devida
pela empresa, em reais, é:
A) 4.500,00
B) 4.560,00
C) 5.320,00
D) 5.472,00
E) 11.552,00
14) Uma empresa comercial aplicou R$ 10.000,00 no dia 1o de dezembro de 2003 num Certificado de
Depósito Bancário – CDB, com taxa pré-fixada de 9% e prazo de 18 meses, com o resgate programado
para o dia 31 de maio de 2005. Seguindo as determinações da legislação societária e com base nos
princípios fundamentais de contabilidade, no balanço patrimonial do exercício encerrado em 31 de
dezembro de 2003, a aplicação no CDB deverá ser apresentada pela empresa comercial:
A) integralmente no Ativo Circulante, com saldo líquido de R$ 10.900,00.
B) integralmente no Ativo Realizável a Longo Prazo, com saldo líquido de R$ 10.050,00.
C) integralmente no Ativo Realizável a Longo Prazo, com saldo líquido de R$ 10.900,00.
D) parte no Ativo Circulante e parte no Realizável a Longo Prazo, com saldo total líquido de R$
10.050,00.
E) parte no Ativo Circulante e parte no Realizável a Longo Prazo, com saldo total líquido de R$
10.900,00.
17) Ao encerrar o primeiro trimestre do ano de 2005, a Cia. Comércio, de vestuário em geral, constatou
os seguintes dados:
1 - Receitas Brutas de Vendas no período: R$ 1.500.000,00
2 - Impostos faturados sobre vendas: ICMS, 17%; PIS S/FATURAMENTO, 0,65%; COFINS, 3,00%
3 - Resultado Líquido Antes do Imposto de Renda e Contribuição Social: 20% do total das vendas
4 - Estoque inicial de mercadorias: R$ 960.000,00
5 - Valor do Custo de Mercadorias Vendidas: R$ 1.080.000,00
Com essas informações podemos afirmar que os valores devidos ao Imposto de Renda, com
adicional, e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, calculados na modalidade de Lucro Presumido,
foram, respectivamente, de:
A) 24.000,00 e 27.000,00.
B) 18.000,00 e 16.200,00.
C) 26.000,00 e 16.200,00.
D) 69.000,00 e 27.000,00.
E) 24.000,00 e 16.200,00
19) A empresa controladora ABC possuía 60% da controlada ALFA e 70% da controlada BETA. Os
investimentos nas controladas foram avaliados pelo MEP – Método da Equivalência Patrimonial. Em
31/12/2004 a companhia controladora ABC tinha a receber R$ 4.000,00 da controlada ALFA. Em
31/12/2004 os balanços patrimoniais da companhia ABC e de suas controladas eram os
seguintes:
R$ R$ R$
Controladora Controlada Controlada
ABC Alfa Beta
Ativo Circulante 207.000,00 120.000,00 168.000,00
Disponibilidades 3.000,00 45.000,00 66.000,00
Valores a Receber 75.000,00 15.000,00 102.000,00
Estoques 129.000,00 60.000,00
Ativo Permanente 546.000,00 30.000,00 162.000,00
Investimentos: Participação Societária Cia. Alfa 36.000,00
Investimentos: Participação Societária Cia. Beta 210.000,00
Imobilizado Líquido 300.000,00 30.000,00 162.000,00
TOTAL DO ATIVO 753.000,00 150.000,00 330.000,00
Passivo Circulante 153.000,00 90.000,00 30.000,00
Valores a Pagar 48.000,00 55.000,00 10.000,00
Empréstimos Bancários 105.000,00 35.000,00 20.000,00
Patrimônio Líquido 600.000,00 60.000,00 300.000,00
Capital Social 600.000,00 60.000,00 300.000,00
TOTAL DO PASSIVO E DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 753.000,00 150.000,00 330.000,00
Para efeito de Consolidação das Demonstrações Contábeis, o valor apurado que corresponde às
participações dos acionistas não-controladores (minoritários) é de:
A) R$ 118.000,00
B) R$ 114.000,00
C) R$ 110.000,00
D) R$ 104.000,00
E) R$ 113.000,00
20) Considere que a empresa ALFA detém 55% do Patrimônio Líquido da empresa BETA e que em
31/12/2004 a empresa BETA tinha um Patrimônio Líquido de R$ 500.000,00. Considere ainda que
os investimentos de ALFA em BETA são avaliados pelo MEP - Método da Equivalência Patrimonial - e
que durante o ano de 2004 ocorreram as seguintes operações:
a) em setembro de 2004 a empresa ALFA vendeu R$ 200.000,00 em mercadorias para a empresa
BETA, com uma margem bruta de 30%, e a empresa BETA só vendeu 40% dessas mercadorias para
terceiros;
b) em novembro de 2004 a empresa BETA vendeu, por R$ 300.000,00, mercadorias para a empresa
ALFA e a empresa ALFA vendeu 50% dessas mercadorias para terceiros. O custo dessas mercadorias
para a empresa BETA foi de R$ 230.000,00.
Qual o valor dos investimentos de ALFA em BETA em 31/12/2004, de acordo com a CVM - Comissão
de Valores Mobiliários e de acordo com a Lei 6.404/76, respectivamente?
A) R$ 205.000,00 e R$ 275.000,00
B) R$ 275.000,00 e R$ 205.000,00
C) R$ 240.000,00 e R$ 255.750,00
D) R$ 205.000,00 e R$ 236.500,00
E) R$ 205.000,00 e R$ 255.750,00