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PORTIFÓLIO
TEMA; O INDÍGENA ENQUANTO TITULAR DE DIREITOS E DEVERES
TUTORA EAD
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................4
2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................5
3 CONCLUSÃO......................................................................................................11
4 REFERÊNCIAS...................................................................................................13
1 INTRODUÇÃO
A diversidade étnica brasileira é uma característica peculiar que faz do Brasil um país
multicultural, graças ao patrimônio cultural dos diversos grupos sociais formadores da sociedade
nacional. Dentre as contribuições desses grupos destacam-se as das nações indígenas, povos
considerados nativos uma vez que originariamente constituíram comunidades locais nas terras
brasileiras, pelas quais lutaram arduamente contra a ação arrebatadora dos colonizadores
europeus. Apesar do extermínio sofrido muitas populações indígenas resistiram e atualmente
seus integrantes são reconhecidos como sujeitos de direitos, que devem ser promovidos e
protegidos pela ordem jurídica nacional, em razão da tutela do patrimônio cultural da humanidade,
da qual faz parte a identidade indígena.
Nesse sentido, o presente trabalho volta-se para análise dessas populações indígenas (ou
tradicionais), em especial no tocante aos direitos fundamentais a elas reconhecidos, ou seja, a
abordagem realizada pauta-se no estudo dos interesses e reivindicações dos índios instituídos
legalmente observando-se a evolução histórica do arcabouço jurídico indigenista tanto no plano
constitucional, quanto no infraconstitucional. Dessa forma, o procedimento metodológico
empregado consistiu no estudo bibliográfico de obras referenciais à temática, tendo como método
de abordagem a hermenêutica jurídica pelo qual se aplicou os critérios hermenêuticos na
interpretação das regras jurídicas e jurisprudências utilizadas.
2 DESENVOLVIMENTO
O tratamento jurídico brasileiro conferido aos povos indígenas por muito tempo
esteve atrelado à concepção de que estes constituíam entrave ao desenvolvimento nacional em
razão de não se rederem aos objetivos políticos e econômicos predominantes, ou seja, conforme
o período histórico brasileiro observa-se que a legislação indígena ao invés de promover a tutela
dos interesses das sociedades indígenas, se fundamenta basicamente na estigmatização destas,
tratando-as de forma preconceituosa sem se importar efetivamente no atendimento de suas
necessidades, peculiaridade que esteve presente em todo o processo legislativo indigenista
desde o período colonial até o século XX, no qual em 1988 a Constituição Federal promulgada
rompeu com essa concepção até então adota.
De modo geral, pela análise dos documentos jurídicos constituídos no período retro mencionado
e como salienta BELFORT (2006) a legislação indígena esteve pautada em três paradigmas, o do
extermínio, o da integração e, só depois do advento da Constituição Federal de 1988, o de
reconhecimento de direitos originários e ampliação de garantias.
1) Um dos conceitos basilares do Direito Civil refere-se à capacidade civil, que pode ser definida como a autorização
legal para a prática legítima e válida dos atos da vida civil. A legislação vigente traz hipóteses de capacidade,
incapacidade absoluta e incapacidade relativa. Nesse sentido, os indígenas são plenamente capazes, ou sua
capacidade civil sofre restrições? Explique:
O índio adaptado à civilização deve emancipar-se para que possa realizar os atos da vida civil e deixará de ser
considerado incapaz, quando preencher os requisitos estabelecidos no artigo 9° do Estatuto do Índio: -Idade mínima
de 21 anos,
2). Paralelamente à capacidade civil, os indígenas possuem personalidade jurídica? São titulares de direitos?
Explique:
Art.5º Aplicam-se aos índios ou silvícolas as normas dos artigos 145 e 146, da Constituição Federal, relativas à
nacionalidade e à cidadania.
Parágrafo único. O exercício dos direitos civis e políticos pelo índio depende da verificação das condições especiais
estabelecidas nesta Lei e na legislação pertinente.
Art.6º Serão respeitados os usos, tradições costumes das comunidades indígenas e seus efeitos, nas relações de
família, na ordem de sucessão, no regime de propriedade nos atos ou negócios realizados entre índios, salvo se
optarem pela aplicação do direito comum.
Parágrafo único. Aplicam-se as normas de direito comum às relações entre índios não integrados e pessoas
estranhas à comunidade indígena, executados os que forem menos favoráveis a eles e ressalvado o disposto nesta
Lei.
As Terras Indígenas cobrem uma porção significativa da Amazônia brasileira e são fundamentais para a
reprodução física e sociocultural dos povos indígenas. Os benefícios e serviços prestados por estas áreas ao clima
e desenvolvimento sustentável do bioma, contudo, ainda são pouco reconhecidos. Para piorar, terminamos 2017
com a notícia triste de que o desmatamento aumentou em algumas dessas terras. Para tentar equilibrar um pouco
esse jogo, listamos neste artigo algumas boas razões para mostrar porque aumentar a proteção das Terras
Indígenas é, também, ajudar a preservar a Amazônia.
Esta característica lhes confere um papel fundamental na prevenção e no controle do desmatamento, tanto pela
extensão de suas áreas - com elevados índices de conservação ambiental e com os maiores remanescentes
florestais do país - quanto pelos modos tradicionais de vida dos povos indígenas, caracterizados por uma relação
harmônica com os ecossistemas. Em várias regiões, as Terras Indígenas fazem parte de mosaicos ou corredores de
áreas protegidas ainda mais extensos, articuladas com Unidades de Conservação e Territórios Quilombolas, que
bloqueiam o avanço do desmatamento e promovem outros modelos de ocupação e de governança. Hoje, as
Terras Indígenas e Unidades de Conservação cobrem mais de 42% da Amazônia Brasileira.
2). Que medidas podem ser adotadas como alternativas ao desmatamento, pelo agronegócio, visando viabilizar sua
expansão, mas sem prejuízo irreversível ao meio-ambiente e às comunidades locais?
Agrônomos e biólogos e diversas pesquisas científicas alertam: questões ambientes como desmatamento,
mudanças climáticas e o uso excessivo de agrotóxicos vão causar prejuízos à produção rural em menos tempo do
que se imagina – alguns dos efeitos já podem ser sentidos se hoje a bancada ruralista é a principal força
pressionando o Congresso para flexibilizar a proteção ambiental, é consenso entre agrônomos e pesquisadores
que o futuro do agronegócio depende da preservação ambiental.
Como alternativa tem-se buscado um processo de desenvolvimento que tenha como base um crescimento
econômico qualitativamente distinto e que possibilite a manutenção ou aumento, ao longo do tempo, do
conjunto de bens econômicos, ecológicos e socioculturais, sem o que o desenvolvimento econômico não é
sustentável, ou seja, é necessário aliar, de forma interdependente ao crescimento econômico, justiça social e
conservação dos recursos naturais. Considera-se que o estabelecimento dessa interdependência favorece a
igualdade de oportunidades, possibilitando um aumento do número de pessoas com uma maior formação
intelectual, e a consequente maximização do crescimento econômico.
O desenvolvimento sustentável tem como eixo central a melhoria da qualidade de vida humana dentro dos limites
da capacidade de suporte dos ecossistemas e, na sua consecução, as pessoas, ao mesmo tempo que são
beneficiários, são instrumentos do processo, sendo seu envolvimento fundamental para o alcance do sucesso
desejado. Isto se verifica especialmente no que se refere à questão ambiental, na medida em que as populações
mais pobres, ao mesmo tempo que são as mais atingidas pela degradação ambiental, em razão do desprovimento
de recursos e da falta de informação, são também agentes da degradação.
"O artigo 26 do CPB prevê que a pessoa só responde pelo crime se tiver consciência do ato e da compreensão do
delito. Esse é o caso do índio." De acordo com o advogado, antes da Constituição de 1988, os índios isolados
eram considerados inimputáveis.
Dita o art. 26 do Código Penal brasileiro ser isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
2). Na situação narrada, suponha que o tabelião responsável pela lavratura pública tenha conscientemente
contribuído para a prática do negócio nulo, visando impor prejuízo ao fazendeiro e garantir vantagem financeira a
terceiro. Quanto ao notário, houve prática de crime? Explique:
A resposta, apesar das cautelas exigidas, é afirmativa. É sim possível a lavratura de escritura e registro sendo o
negócio jurídico anulável. Se o ato fosse nulo, seria dever do tabelião orientar as partes e negar a lavratura do ato,
assim como ao registrador caberia a qualificação negativa do título nulo. A razão de tal distinção entre negócios
nulos ou negócios anuláveis é que o primeiro é vício de ordem pública, que atinge o negócio deste seu surgimento
e se pronuncia ex ofício; de outro lado, o negócio jurídico meramente anulável nasce válido, e permanecerá hígido
caso a anulabilidade se não seja arguida no prazo e forma legal, tendo em vista que este vício é de interesse
privado, e afasta-se das questões cogentes, de ordem pública.
Apesar da possibilidade de lavratura de escritura pública de negócios jurídicos meramente anuláveis, é dever do
tabelião de notas orientar o interessado, expressamente, sobre a causa de anulabilidade presente no negócio
jurídico, deixando-o ciente de como evitar a causa de anulabilidade e também sobre as consequências de
celebração do negócio com o vício relativo.
Desta forma, no presente texto é vislumbrado aos povos tradicionais o direito à diferença, reconhecendo-se a sua
organização social, costumes e tradições, salvaguardando o direito de serem e permanecerem como índios, sujeitos
de direitos originários, ou seja, anteriormente a instituição do regime proposto pela atual Constituição a
comunidade índia já gozava de direitos justificados por fatos e regras imprevistos pela nova norma constitucional.
2) Se por um lado as comunidades indígenas cada vez mais têm se aberto a influências de outras culturas, buscando
seus benefícios, também é verdade que muito da “cultura brasileira” tem origem e raízes indígenas. Você é capaz de
citar alguns exemplos desta realidade?
Na formação cultural, os índios contribuíram com o vocabulário, o qual possui inúmeros termos de origem indígena,
como pindorama, anhanguera, ibirapitanga, Itamaracá, entre outros. Com o folclore, permaneceram as lendas como
o curupira, o saci-pererê, o boitatá, a iara, dentre outros.
Pensando em termos culinários (a culinária é um valioso elemento cultural de um povo), temos pratos típicos e
ingredientes que provêm da cultura indígena, dos estados nordestinos e do Centro-Oeste brasileiro, por exemplo.
As controvérsias relativas à demarcação de terras indígenas têm como ponto central, justamente o fato de uma dada
porção de terras ser ou não considerada indígena, diante das dificuldades relativas ao entendimento do sentido de
determinados dispositivos constitucionais, será abordado também quanto ao direito à terra dos povos indígenas e
seu processo de demarcação, trazendo os pontos de afetação positivos e negativos de tal medida no que se refere à
proteção e estabilidade aos direitos que são inerentes aos nativos, bem como no âmbito jurídico e social de toda
uma população que já vem sofrendo duras perdas. Neste artigo utilizou-se de um método exploratório através de
técnica bibliográfica simples com o intuito de verificar bibliografia e documentos mais relevantes a fim de obter
como resultado, a confirmação ou não da violação de preceitos fundamentais de nossa Carta Magna, e também
mostrar as facetas que essa alteração à lei trará de forma positiva ou negativa a liberdade dos indígenas e quanto a
demarcação de terras, que sem dúvida é o tema mais relevante no âmbito do Direito Indigenista.
Direito à diferença. É o que reza o caput do artigo 231 da Constituição: São reconhecidos aos índios sua organização
social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,
competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens."
2). Considerando a situação narrada, por que o negócio formalizado pela escritura pública foi considerado como
impossível? Explique:
As hipóteses em que é possível prescindir da escritura pública para a validade do negócio jurídico são:
o compromisso de compra e venda de imóveis loteados (Lei nº 6.766/79, art. 26 (urbano); e art. 7º, Dec.Lei 2.375/87
(rural)), a venda e compra de imóvel de qualquer valor com financiamento mediante a contratação da alienação
fiduciária em garantia, o mútuo com alienação fiduciária em garantia imobiliária, nos termos do SFI (Lei nº 9.514/97,
arts. 38 e Parágrafo único do art. 22, com redação dada pela Lei nº 11.076/2004), a compra e venda de imóvel de
qualquer valor com financiamento do SFH (art. 1º da Lei nº 5.049/66, que alterou o art. 61 da Lei nº 4.380/64), e,
naturalmente, qualquer negócio jurídico envolvendo imóvel de valor igual ou inferior a trinta vezes o maior salário
mínimo vigente no País, por força da exceção trazida no artigo 108 do Código Civil.
Por meio do estudo da evolução legal dos direitos indígenas no ordenamento jurídico brasileiro constatou-se que a
tutela dos direitos indígenas fundamentais compreendidos entre aqueles imprescindíveis à sobrevivência com
dignidade desse grupo étnico, se consubstanciou de forma gradativa e em atendimento a determinados objetivos
políticos e econômicos, pelos quais se identifica a formação de três modelos jurídicos indígenas, o exterminacionista,
o integracionista e o de reconhecimento e ampliação de direitos.
Do modelo exterminacionista observou-se que a legislação indígena colonial em nome de uma “ordem indígena”
buscou extinguir os povos tradicionais que não se sujeitaram a espoliação imposta sendo contrários aos interesses
dos colonizadores, se caracterizando pela completa omissão em atender as reivindicações e necessidades indígenas.
O segundo modelo de grande influência, ainda persistindo hodiernamente em normas ultrapassadas como a Lei n.
6.001/73 (Estatuto do Índio), se pauta basicamente numa tutela controversa, ao passo que defende a proteção da
cultura dos índios obriga-os a se adequarem aos moldes civilistas impostos, os quais quando não atendidos coloca os
indígenas sob a tutela estatal executa pela FUNAI, sendo os índios, portanto, absolutamente incapazes para os atos
da vida civil afetando diretamente como analisado a efetividade e o exercício dos direitos indígenas, sujeitos que
atualmente, respeitadas as devidas proporções, na modernidade mostram-se capazes de se autodeterminar.
Destarte, no processo de tutela dos direitos indígenas é notório o avanço adquirido pelas normas jurídicas em busca
do atendimento aos interesses e necessidades prementes das comunidades tradicionais, resguardando-se,
sobretudo o necessário respeito à diferença cultural, que tem corroborado a formação e manutenção da rica
diversidade étnica e cultural brasileira. Entretanto, necessário se faz reconhecer que como entrave a essa evolução
ainda persiste diplomas normativos impregnados pelos princípios integracionistas da população indígena à
sociedade brasileira, quando na verdade se vive um estágio de reconhecimento de que os índios são essencialmente
indivíduos formadores da nação brasileira, conforme sua peculiar organização social.
Desse modo, é imperiosa a análise do Projeto de Lei n 2.057/91 que se encontra em tramitação, devendo esta
ocorrer não só entre os legisladores, mas em conjunto com a população (indígena e não indígena) por meio de uma
discussão sistêmica que primeiramente leve em consideração a opinião e manifestação dos próprios indígenas,
visando-se a urgente aprovação de um diploma legal que se coadune com os atuais preceitos constitucionais de
disciplinamento amplo dos direitos indígenas. Aliado a esse processo deve ainda o Estado dar efetivo cumprimento
às políticas públicas indígenas previstas na lei, sob pena de não se atingir a eficácia da mesma que objetiva a
proteção integral das sociedades indígenas.
REFERÊNCIAS
BELFORT, LUCIA FERNANDA INÁCIA. A proteção dos conhecimentos tradicionais dos povos indígenas, em face da
convenção sobre diversidade biológica. 2006. 139 f.. Dissertação Mestrado – Faculdade de Direito, Universidade de
Brasília, Brasília, 2006.
https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-04/povos-indigenas-conheca-os-
direitos-previstos-na-constituicao.
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/indio_br