Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
4
EMBRAER: A LÍDER MUNDIAL EM JATOS REGIONAIS
4
energizar seus funcionários. A Embraer instituiu um programa de incentivo que distribuía aos
25% dos dividendos pagos aos acionistas.
Os prejuízos foram estancados com relativa rapidez, mas o lucro líquido permaneceu em
torno de zero, devido a pesada carga de endividamento. No final de 1977, a Embraer obteve
mais dinheiro dos acionistas, controlando e elevando a contribuição para 520 milhões. A
Embraer também conseguiu fonte de financiamento mais barata, reduzindo a taxa de juros de
33% para 8% em 1999. Porém, para obter sucesso a única perspectiva da Empresa era o ERJ
145, um jato regional de cinquenta assentos e dois motores, que começou a ser desenvolvido em
1989.
O desenvolvimento do novo jato custaria em torno de 300 milhões e ele atenderia a
crescente demanda por voos curtos. Apesar das dificuldades, a Empresa finalizou a produção do
novo ERJ 145 em 1995, com o empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDS),
que emprestou 115 milhões, além da “ajuda” de quatro parceiros estrangeiros, que foram pagos
de acordo com as vendas dos jatos.
O ERJ 145, estava à frente dos seus concorrentes e foi responsável por 60% das receitas
da Embraer em 1997. No ano seguinte, a Embraer se reergueu. Ela também lançou duas versões
do ERJ 145, foram elas: o ERJ 135 (composto por 37 assentos) e o ERJ 140 (composto por 44
assentos).
A demanda do mercado estava voltada para a venda de aeronaves regionais com mais
assentos, por isso a Embraer se comprometeu de completar a sua linha com jatos de 70 a 110
assentos. Foi então, que em 2002, a Embraer desenvolveu o ERJ 170, superando todos as
aeronaves de grandes empresas estrangeiras, como a Bombardier e a Fairchild.
Logo após foram lançadas as aeronaves maiores, sendo elas a ERJ 190 - 200 (composta
por 108 assentos) e a ERJ 190 – 100 (composta por 98 assentos). Foi realizada uma análise de
fluxo de caixa descontado, e mesmo com o custo de produção alto para o desenvolvimento
destas aeronaves, o resultado foi positivo. Este resultado mostrou que a Embraer assumiria a
liderança das vendas nos seguimentos de 80 passageiros e de 81 a 110.
Para a Embraer pôr os projetos em desenvolvimento, foi preciso escolher os
fornecedores que compartilhassem os riscos. Os compartilhamentos dos riscos eram
obrigatórios. De acordo com o texto, os fornecedores recebiam um montante fixo, que era
previamente acordado, por uma unidade vendida, ajustado pela variação de índices de custos
4
relacionados à indústria aeronáutica, e mais uma parte das receitas da renda de componentes de
reposição.
Uma disputa entre a Bombardier e a Embraer envolvendo os financiamentos às
exportações, evoluiu a ponto de se constituir importante fonte de tensão entre o Brasil e Canadá.
A Bombardier persuadiu o Governo Canadense a disparar procedimentos na OMC, alegando
que o PROEX diminuiria custos para a exportação das aeronaves a juros subsidiários.
A Embraer então, entrou com recurso alegando que o governo canadense subsidiaria as
exportações das aeronaves da Bombardier. Os Governos brasileiro e canadense deram entrada
com pedidos para que a OMC decidisse sobre as regras quanto ao subsidio de exportações das
aeronaves das duas Empresas. A comissão decidiu que as duas Empresas teriam que diminuir os
financiamentos por parte do Governo canadense e pela PROEX.
Em outubro de 1999, a Embraer anunciou que venderia 20% das suas ações para um
grupo composto por companhias francesas de setores aeroespacial e de defesa. A Empresa
precisava conquistar ainda maior escala para se desenvolver. Restaram para a CBS 69% das
ações e o preço negociado implicava em valorar a Embraer em cerca de 2,4 bilhões.
De acordo com Romualdo Monteiro de Barros, Diretor executivo da Embraer, a
Empresa estava se transformando de fabricante de aeronaves militares em fornecedora de
sistemas de defesa inteligentes. A Embraer também investiu em transferência de software e
tecnologias de sistemas para o setor de defesa, passou também a se envolver com outros
sistemas para a defesa naval e terrestre.
Portanto, pode se perceber a importância da Estratégia Empresarial dentro da
organização, os líderes e gestores precisam conhecer a Empresa, saber como tudo começou e
onde a Empresa quer chegar futuramente. Por isso um bom planejamento estratégico, define
bem os passos que a Empresa quer chegar, a curto, médio e longo prazo.