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Trata-se da “Cena do Sapateiro”, do Auto da Barca do Inferno,

de Gil Vicente. As personagens são: Sapateiro, Diabo, Anjo

e Fidalgo, que se encontram no cais das barcas, para o

julgamento das almas. A personagem tipo é o Onzeneiro

e traz um avental e umas formas, elementos distintivo,

que simbolizam a sua profissão e os pecados que cometeu

ao longo da sua vida. O Diabo acusa o Sapateiro de morrer

excomungado, roubar os seus clientes durante 30 anos e

tentar compensar isso com falsas práticas religiosas como

ir à missa, fazer ofertas e orar pelos defuntos. O Anjo reforça

o facto de ele roubar o seu povo e não viver corretamente.

O Sapateiro defende-se dizendo que morreu confessado

e comungado e afirma que todas as suas práticas religiosas eram

verdadeiras e isso devia chegar para entrar na barca do Anjo.

Inevitavelmente, o destino do Sapateiro é o Inferno e, com esta cena,

o autor pretende criticar a falsa religiosidade e a desonestidade.

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