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SÚMULAS STF

Atualização: 24/8/2021

Súmula 736-STF: Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o
descumprimento de normas trabalhistas relativos à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores.
• Válida.

Súmula 735-STF: Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere medida liminar.
• Importante.
• Concursos de Advocacia Pública.

Segundo o STF, se a decisão é interlocutória, isso significa que a causa ainda não foi decidida. Logo, tal
situação não se enquadra no art. 102, III, da CF/88 (“julgar, mediante recurso extraordinário, as causas
decididas em única ou última instância”) (STF RE 606305 AgR).
O STJ, em sintonia com o disposto na Súmula nº 735 do STF entende que, via de regra, não é cabível
recurso especial para reexaminar decisão que defere ou indefere liminar ou antecipação de tutela, em
razão da natureza precária da decisão, sujeita à modificação a qualquer tempo, devendo ser confirmada
ou revogada pela sentença de mérito. Apenas violação direta ao dispositivo legal que disciplina o
deferimento da medida autorizaria o cabimento do recurso especial, no qual não é possível decidir a
respeito da interpretação dos preceitos legais que dizem respeito ao mérito da causa (AgRg no AREsp
346.420/SP, julgado em 17/10/2013).

Súmula 734-STF: Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se
alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.
• Importante.

Súmula 733-STF: Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no processamento de
precatórios.
• Importante.
• A decisão proferida no processamento de precatório, apesar de ser tomada pelo Poder Judiciário, tem
natureza administrativa (Súmula 311-STJ). O RE destina-se apenas a impugnar decisões de cunho
jurisdicional.

Súmula 732-STF: É constitucional a cobrança da contribuição do salário-educação, seja sob a Carta de


1969, seja sob a Constituição Federal de 1988, e no regime da Lei 9.424/96.
• Válida.

Súmula 731-STF: Para fim de competência originária do Supremo Tribunal Federal, é de interesse geral
da magistratura a questão de saber se, em face da LOMAN, os juízes têm direito à licença-prêmio.
• Válida.

A fim de garantir a imparcialidade, a CF/88 determina que, se a causa for de interesse de todos os
membros da magistratura, ela deverá ser julgada originariamente pelo próprio STF:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I — processar e julgar, originariamente:
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela
em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou
indiretamente interessados;

Vale ressaltar que recentemente o STF decidiu que: Não é competente para julgar originariamente ação
intentada por juiz federal postulando a percepção de licença-prêmio com fundamento na simetria existente
entre a magistratura e o Ministério Público. STF. 2ª Turma. AO 2126/PR, rel. orig. Min. Gilmar Mendes,
red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 21/2/2017 (Info 855).
Em virtude dessa decisão, surgiu a dúvida se a súmula estaria superada. Nos precedentes que deram
origem à súmula, os autores (magistrados) queriam discutir se, analisando o texto da LOMAN, ainda
teriam direito à licença-prêmio ou não. Assim, a causa de pedir envolvia a LOMAN. Já nesta decisão
divulgada no Info 855 os autores (magistrados) discutem se, analisando o princípio da simetria, podem ter
direito a mesma licença-prêmio que é concedida aos membros do MPU. Enfim, em tese, existe uma
pequena diferença entre as situações.

Súmula 730-STF: A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos
pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada
se não houver contribuição dos beneficiários.
• Importante.

Imunidade tributária consiste na determinação de que certas atividades, rendas, bens ou pessoas não
poderão sofrer a incidência de tributos. Trata-se de uma dispensa constitucional de tributo. A imunidade é
uma limitação ao poder de tributar, sendo sempre prevista na própria CF.
O art. 150, VI, da CF/88 prevê que as instituições de assistência social, sem fins lucrativos, e que atendam
os requisitos previstos na lei gozam de imunidade tributária quanto aos impostos. Em outras palavras,
essas instituições de assistência social não pagam impostos. Vejamos a redação do dispositivo
constitucional:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais
dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei.

As entidades de previdência privada alegaram que tinham direito a essa imunidade porque poderiam ser
enquadradas como “entidades de assistência social”, considerando que auxiliam o Estado no desempenho
da “previdência social”.
O que o STF entendeu sobre isso? O STF afirmou que a análise do tema deveria ser dividida da seguinte
forma:
As entidades de previdência privada podem ser:
ABERTAS:
São acessíveis a qualquer pessoa que as queira contratar para fazer um plano de previdência privada. Ex:
previdência privada do Banco Bradesco, do Banco Itaú etc. NÃO gozam de imunidade tributária,
considerando que possuem fins lucrativos.
FECHADAS
São mantidas por grandes empresas ou grupos de empresa para oferecer planos de previdência privada
aos seus funcionários. Essas entidades são normalmente chamadas de “fundos de pensão” e não
possuem finalidade lucrativa. Essas entidades fechadas podem ser:
b.1) com contribuição do beneficiário: o beneficiário paga uma parte e a empresa (chamada de
“patrocinador”) paga o restante para a formação do fundo. Ex: Previ (o Banco do Brasil paga uma parte e
os funcionários do banco pagam o restante). NÃO gozam de imunidade tributária.
b.2) sem contribuição do beneficiário: apenas a empresa contribui para a formação do fundo, não havendo
dinheiro do beneficiário. Ex: Previbosch (no qual a empresa Bosch contribui exclusivamente para a
formação do fundo que garante o plano de previdência de seus funcionários). GOZAM de imunidade
tributária.

Portanto, somente serão imunes as entidades fechadas de previdência social privada e nas quais não haja
contribuição dos beneficiários.
Por que essa distinção? A principal diferença entre a previdência social e a assistência social é que a
previdência social é contributiva (o beneficiário tem que, antes de receber o benefício, contribuir para o
sistema), enquanto que a assistência social não é contributiva (o beneficiário não precisa contribuir para
receber o benefício).
Logo, o STF construiu a teoria de que essas entidades de previdência social somente poderiam ser
equiparadas a entidades de assistência social se fosse eliminada a circunstância que diferencia uma da
outra, qual seja, a necessidade de contribuição do beneficiário.
Assim, se uma entidade de previdência social privada oferece o benefício da aposentadoria sem a
necessidade de contribuição dos beneficiários, isso significa que ela atua como se fosse uma entidade de
assistência social. Desse modo, merece o mesmo tratamento tributário das entidades de assistência
social.

Súmula 729-STF: A decisão ADC-4 não se aplica à antecipação de tutela em causa de natureza
previdenciária.
• Válida.
• A tutela antecipada no CPC 2015 é tratada no Livro V (arts. 294 a 311), que é denominado de "Da Tutela
Provisória". Tutela provisória é aquela concedida antes da tutela definitiva, em caráter provisório, com
base em uma cognição sumária. A tutela provisória será sempre substituída por uma tutela definitiva, que
a confirmará, a revogará ou a modificará. A tutela provisória é o gênero do qual decorrem duas espécies:
1) Tutela provisória de urgência; 2) Tutela provisória de evidência. A tutela provisória de urgência divide-se
em: 1.1) Tutela cautelar; 1.2) tutela antecipada (satisfativa).

Súmula 728-STF: É de 3 dias o prazo para a interposição de recurso extraordinário contra a decisão do
Superior Tribunal Eleitoral, contado, quando for o caso, a partir da publicação do acórdão, na própria
sessão do julgamento, nos termos do art. 12 da Lei nº 6.055/74, que não foi revogado pela Lei nº 8.950/94.
• Válida.
Súmula 727-STF: Não pode o magistrado deixar de encaminhar ao Supremo Tribunal Federal o agravo de
instrumento interposto da decisão que não admite recurso extraordinário, ainda que referente a causa
instaurada no âmbito dos juizados especiais.
• Válida. No entanto, devem ser feitos alguns esclarecimentos.

Se a parte interpõe REsp ou RE, o Presidente (ou Vice) do Tribunal de origem (ex: TJ, TRF, Turma
recursal) fará o juízo de admissibilidade do recurso: 1) Se o juízo de admissibilidade for positivo, o REsp
ou RE será enviado ao STJ ou STF; 2) Se o juízo de admissibilidade for negativo, a parte prejudicada
poderá interpor recurso. Qual será?
2.1) Se a inadmissão do Presidente do Tribunal de origem foi com base no inciso I do art. 1.030 do CPC:
cabe agravo interno, que será julgado pelo próprio Tribunal de origem.
2.2) Se a inadmissão foi com fundamento no inciso V do art. 1.030: cabe "agravo em recurso especial e
extraordinário", recurso previsto no art. 1.042 do CPC/2015.
Voltando à súmula, ela permanece válida, no entanto, atualmente, onde se lê "agravo de instrumento",
leia-se "agravo em recurso extraordinário" (art. 1.042). Assim, caso o Presidente do Tribunal de origem
não admita o RE com base no inciso V do art. 1.030, a parte não mais deverá interpor agravo de
instrumento e sim o agravo de que trata o art. 1.042 do CPC/2015. O Presidente (ou Vice) do
Tribunal/Turma Recursal (chamado pela súmula genericamente de "magistrado") não poderá deixar de
encaminhar ao STF o agravo interposto. Isso porque competirá ao STF avaliar se os argumentos do
agravo são procedentes, não podendo o magistrado obstar esta análise mesmo que entenda que o
recurso é manifestamente inadmissível.
"Ainda que o agravo seja absolutamente inadmissível, não é possível ao presidente ou vice-presidente do
tribunal de origem negar-lhe seguimento. Cumpre-lhe apenas determinar a remessa dos autos ao tribunal
superior competente. Nesse sentido, aplica-se o enunciado 727 da Súmula do STF. Quer isso dizer que a
competência para examinar a admissibilidade do agravo em recurso especial ou extraordinário é privativa
do tribunal superior. (...) Caso o presidente ou vice-presidente do tribunal de origem inadmita o agravo em
recurso especial ou extraordinário, cabe reclamação por usurpação de competência (art. 988, I, CPC)."
(DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro da. Curso de Direito Processual Civil. Vol. 3., 13ª ed.,
Salvador: Juspodivm, 2016, p. 382).

Súmula 726-STF: Para efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de
serviço prestado fora da sala de aula.
• Superada, em parte.

A Lei nº 11.301/2006 alterou a Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) e passou a prever
que, para fins de aposentadoria especial de professor (§ 5º do art. 40 e § 8º do art. 201 da CF/88), poderia
ser considerada como função de magistério a atividade de direção de unidade escolar e coordenação e
assessoramento pedagógico (art. 67, § 2º da LDB). O STF julgou que essa alteração legislativa é
constitucional, desde que tais cargos de direção escolar, coordenação e assessoramento pedagógico
sejam exercidos por professores (ADI 3772, julgado em 29/10/2008). Assim, atualmente, é possível a
aposentadoria por tempo de contribuição diferenciada para professores que não estejam em sala de aula,
mas sim em cargos de direção de unidade escolar, coordenação e assessoramento pedagógicos.
Como deve ser lida a súmula 726-STF atualmente: para efeito de aposentadoria com tempo de
contribuição diferenciada para professores, não se computa o tempo de serviço prestado fora da sala de
aula, salvo no caso de professores que estejam desempenhando as atividades de direção de unidade
escolar ou coordenação e assessoramento pedagógico.

Súmula 725-STF: É constitucional o § 2º do art. 6º da L.8.024/90, resultante da conversão do MPr 168/90,


que fixou o BTN fiscal como índice de correção monetária aplicável aos depósitos bloqueados pelo Plano
Collor I.
• Válida, mas sem nenhuma relevância atualmente.

Súmula 724-STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a
qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja
aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.
• Superada pela SV 52, que tem redação ligeiramente mais ampla.

Súmula 723-STF: Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma
da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano.
• Importante.

Súmula 722-STF: São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o
estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento.
• O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 46 com praticamente o mesmo teor,
substituindo esta.

Súmula 721-STF: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa
de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual.
• O entendimento acima continua válido, mas foi aprovada a SV 45 com o mesmo teor.

Súmula 720-STF: O art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama decorra do fato perigo de dano,
derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais no tocante à direção sem habilitação em vias
terrestres.
• Válida.

Súmula 719-STF: A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir
exige motivação idônea.
• Importante.

Súmula 718-STF: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação
idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada.
• Importante.

O juiz pode fundamentar a imposição do regime mais severo devido ao fato do crime praticado ser,
abstratamente, um delito grave? Ex.: o juiz afirma que, em sua opinião, no caso de tráfico de drogas o
regime deve ser o fechado em razão da gravidade desse delito. Isso é possível? NÃO. A opinião do
julgador sobre a gravidade em abstrato do crime NÃO constitui motivação idônea para a imposição de
regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada (Súmula 718-STF).
O que é considerado, então, motivação idônea para impor ao condenado regime mais gravoso? Exige-se
que o juiz aponte circunstâncias que demonstrem que o fato criminoso, concretamente, foi grave. Se as
circunstâncias judiciais do art. 59 forem desfavoráveis, é possível que o juiz se fundamente nesses dados
para impor ao condenado regime inicial mais gravoso que o previsto para a quantidade de pena aplicada.
Nesse sentido: (...) Se as penas-base de ambos os crimes são fixadas acima do mínimo legal em face da
valoração negativa das circunstâncias do art. 59 do Código Penal, não há ilegalidade na imposição de
regime inicial mais gravoso do que o abstratamente previsto de acordo com a quantidade de pena
aplicada. (...) STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1471969/RN, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 20/11/2014).

Súmula 717-STF: Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença não
transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial.
• Válida.

Súmula 716-STF: Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de


regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
• Importante.
• A jurisprudência é no sentido de que o processo de execução criminal provisória pode ser formado ainda
que haja recurso de apelação interposto pelo Ministério Público pendente de julgamento, não sendo este
óbice à obtenção de benefícios provisórios na execução da pena (STJ RHC 31.222/RJ, julgado em
24/04/2012).

Súmula 715-STF: A pena unificada para atender ao limite de 30 anos de cumprimento, determinado pelo
art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento
condicional ou regime mais favorável de execução.
• Importante.
• Atualmente, onde se lê "30 anos", leia-se: 40 anos.
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 40 anos.
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

Súmula 714-STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público,


condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público
em razão do exercício de suas funções.
• Importante.

Súmula 713-STF: O efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da
sua interposição.
• Válida.

Súmula 712-STF: É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do Júri
sem audiência da defesa.
• Importante.
Súmula 711-STF: A lei penal mais grave (leia-se “mais nova”) aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
• Importante.

Exemplo: Carlos subtrai 50 reais no dia 01/07 do caixa da padaria; no dia 02/07, subtrai mais 50 reais; no
dia 03/07, Carlos não vai trabalhar e nesta data entra em vigor uma nova lei aumentando a pena do furto;
no dia 04/07, Carlos subtrai mais 50 reais. Assim, após 10 dias ele consegue retirar os 500 reais. Desse
modo, perceba que uma parte dos furtos que Carlos praticou foram sob a égide da lei antiga e os demais
furtos ocorreram quando já estava em vigor a lei nova. Indaga-se: Carlos irá responder com base na lei
antiga ou na lei nova? Resposta: Lei nova. Isso porque, com a entrada da nova lei mais gravosa Carlos
poderia ter desistido da prática dos delitos, mas mesmo assim persistiu, de forma que deverá responder
pela nova legislação, ainda que mais severa. Esse é objeto da Súmula 711 do STF. Cuidado: A redação
da súmula dá a entender que a lei mais grave é sempre aplicável. Isso não é correto. Na verdade, o que é
sempre aplicada é a lei penal mais nova, independentemente de ser mais grave ou não. A redação mais
exata da súmula deveria ser: “A lei penal nova mais grave aplica-se...” Vale ressaltar, contudo, que, se em
uma prova, a alternativa transcrever a redação da súmula, ela estará correta.

Súmula 710-STF: No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos
autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem.
• Válida.
• Essa súmula vale também para os prazos recursais. Assim, o início da contagem do prazo para
interposição da apelação conta-se da intimação da sentença, e não da juntada aos autos do mandado
respectivo (STJ HC 217.554/SC, julgado em 19/06/2012).

Súmula 709-STF: Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a
rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.
• Importante.

Súmula 708-STF: É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do
único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro.
• Válida.

Súmula 707-STF: Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contra-razões ao
recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.
• Válida.

Súmula 706-STF: É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção.
• Válida.

Súmula 705-STF: A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor,
não impede o conhecimento da apelação por este interposta.
• Válida.
• Havendo divergência entre o condenado e seu defensor quanto ao desejo de recorrer, deve prevalecer a
vontade de quem detém os conhecimentos técnicos e visualiza a viabilidade recursal, prestigiando-se o
princípio do duplo grau de jurisdição e da ampla defesa (HC 235.498/SP, julgado em 12/06/2012).

Súmula 704-STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a
atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos
denunciados.
• Importante.

Exemplo: João e Pedro são Desembargadores e estão respondendo a uma ação penal no STJ (art. 105, I,
"a", da CF/88) por crime que teriam praticado conjuntamente. João se aposenta.
Com a aposentadoria, cessa o foro por prerrogativa de função? SIM. O foro especial por prerrogativa de
função não se estende a magistrados aposentados. Desse modo, após se aposentar, o magistrado (seja
ele juiz, Desembargador, Ministro) perde o direito ao foro por prerrogativa de função, mesmo que o fato
delituoso tenha ocorrido quando ele ainda era magistrado. Assim, deverá ser julgado pela 1ª instância
(STF. Plenário. RE 549560/CE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 22/3/2012. Info 659).

Neste caso, mesmo com a aposentadoria de um dos réus, o STJ poderá se dizer competente e continuar
a julgar os dois? SIM. A regra geral é a de que, cessando o exercício do cargo com a aposentadoria, haja
um desmembramento dos processos e o réu que perdeu o foro por prerrogativa de função seja julgado
pela 1ª instância.
No entanto, excepcionalmente, o Tribunal pode reconhecer que existe conexão entre os fatos e entender
que será útil ao deslinde da causa que os dois réus continuem a ser julgados conjuntamente. Neste caso,
não haverá desmembramento e o réu sem foro privativo será julgado também no Tribunal juntamente com
o réu que tem foro por prerrogativa de função.
Quem decide se haverá o julgamento conjunto ou o desmembramento? É o próprio Tribunal competente
para a causa (em nosso exemplo, o STJ). A decisão pela manutenção da unidade de julgamento ou pelo
desmembramento da ação penal é do Tribunal competente para julgar a autoridade e esta escolha está
sujeita a questões de conveniência e oportunidade.
Se o réu que não tem foro por prerrogativa de função for julgado pelo Tribunal, isso não irá ofender o
princípio do juiz natural? Em nosso exemplo, o fato de João, mesmo não sendo mais autoridade, ser
julgado pelo STJ, não ofende a Constituição Federal? NÃO. Este é o teor da Súmula 704 do STF.

Súmula 703-STF: A extinção do mandato do Prefeito não impede a instauração de processo pela prática
dos crimes previstos no art. 1º do DL 201/67.
• Importante.
• Vide Súmula 164 do STJ.

Súmula 702-STF: A competência do Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aos crimes de
competência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao
respectivo tribunal de segundo grau.
• Válida.

Crime comum praticado por Prefeito:


a) Crime estadual: a competência será do TJ.
b) Crime federal: a competência será do TRF.
c) Crime eleitoral: a competência será do TRE.

OBS: MP sempre será julgado pelo TJ, independente da espécie do crime. Ver!

Súmula 701-STF: No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público contra decisão proferida
em processo penal, é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo.
• Importante.

Súmula 700-STF: É de 5 dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do juiz da execução
penal.
• Válida (art. 586 do CPP).

Súmula 699-STF: O prazo para interposição de agravo, em processo penal, é de 5 dias, de acordo com a
Lei 8.038/90, não se aplicando o disposto a respeito nas alterações da Lei 8.950/94 ao Código de
Processo Civil.
• Aprovada em 24/09/2003, DJ 09/10/2003.
• Superada.

O agravo de que trata esta súmula é aquele interposto contra a decisão do Presidente ou Vice-Presidente
do Tribunal de origem que inadmite o recurso especial ou extraordinário.
Segundo a súmula, em um processo criminal, se a parte interpusesse RE ou REsp e o Tribunal de origem
inadmitisse algum deles, caberia agravo e este deveria ser interposto no prazo de 5 dias.
Este prazo de 5 dias era previsto no art. 28 da Lei nº 8.038/90 (Art. 28. Denegado o recurso extraordinário
ou o recurso especial, caberá agravo de instrumento, no prazo de cinco dias, para o Supremo Tribunal
Federal ou para o Superior Tribunal de Justiça, conforme o caso.).
Como o CPC/1973 previa o prazo de 15 dias, antes da súmula ser editada ficou uma dúvida: aplica-se o
CPC ou o art. 28 da Lei nº 8.038/90?
O STF, a fim de pacificar o tema, editou a súmula para afirmar: não se aplica o prazo do CPC, mas sim o
prazo especial do art. 28 da Lei nº 8.038/90. O prazo do CPC só vale para os processos cíveis e no caso
dos feitos criminais existe esta regra específica.
Ocorre que o art. 28 da Lei nº 8.038/90 foi agora expressamente revogado pelo novo CPC. Logo, o
argumento de que havia um prazo especial para os agravos envolvendo recurso extraordinário em matéria
criminal caiu por terra.
Em virtude disso, ainda há polêmica, mas prevalece que a súmula está superada.
Qual será o prazo a ser aplicado, então? Em um processo penal, se a parte interpõe RE ou Resp e o
Tribunal de origem inadmite o recurso, caberá agravo em quantos dias?

A questão ainda é polêmica, mas prevalece que o prazo é de 15 dias, nos termos do art. 1.003, § 5º e do
art. 1.070 do CPC/2015.
Nesse sentido: STJ. 6a Turma. AgRg no AREsp 840.620/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
21/11/2017. STF. 1ª Turma. ARE 1057146 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 22/09/2017.
O CPC/2015 previu que os prazos devem ser contados somente em dias úteis (art. 219). Esta regra vale
também para o agravo envolvendo processos criminais? NÃO. Não se aplica o art. 219 do CPC/2015,
considerando que existe regra específica no processo penal determinando que todos os prazos serão
contínuos, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado (art. 798 do CPP).

Resumindo: a Súmula 699 do STF está superada. Isso porque depois do novo CPC o prazo para
interposição de agravo contra a decisão do Tribunal de origem que inadmite o recurso especial ou
extraordinário, mesmo em processo penal, é de 15 dias, conforme determina o art. 1.003, § 5º do
CPC/2015. Apesar disso, este prazo é corrido porque não existe contagem em dias úteis no processo
penal.

Importante fazer um último alerta:


Esta súmula 699 do STF não tem nada a ver com agravos internos interpostos contra decisões
monocráticas de Ministros do STF e STJ.
No caso de agravo interposto contra decisão monocrática do Ministro Relator no STF e STJ, em recursos
ou ações originárias que versem sobre matéria penal ou processual penal, o prazo continua sendo de 5
dias, nos termos do art. 39 da Lei nº 8.038/90 (não se aplicando o art. 1.070 do CPC/2015).
Para maiores informações sobre este último agravo, veja STF. Decisão monocrática. HC 134554 Rcon,
Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 10/06/2016 (Info 830); STJ. 3ª Seção. AgRg nos EDcl nos EAREsp
316.129-SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 25/5/2016 (Info 585).

Súmula 611-STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a
aplicação de lei mais benigna.
• Válida.
• LEP/Art. 66. Compete ao Juiz da execução: I — aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer
modo favorecer o condenado.

Súmula 605-STF: Não se admite continuidade delitiva nos crimes contra a vida.
• Superada.
• A súmula está incorreta porque foi editada antes da Lei nº 7.209/84.
• Em 1984, houve uma reforma da Parte Geral do Código Penal, materializada pela Lei nº 7.209.
• A Reforma de 1984 passou a permitir, expressamente, a continuidade delitiva em crimes dolosos,
conforme se verifica no parágrafo único do art. 71 do CP.
• Logo, para a doutrina e jurisprudência, o presente enunciado, apesar de não formalmente cancelado,
está incorreto, uma vez que é possível a continuidade delitiva em crimes contra a vida.

Súmula 604-STF: A prescrição pela pena em concreto é somente da pretensão executória da pena
privativa de liberdade.
• Superada.
• De fato, a prescrição da pretensão executória é calculada pela pena em concreto. No entanto, ela não é
a única. A prescrição intercorrente e a prescrição retroativa também são calculadas pela pena em
concreto. Logo, não se pode dizer que a prescrição pela pena em concreto somente ocorre no caso de
pretensão executória.

Súmula 592-STF: Nos crimes falimentares, aplicam-se as causas interruptivas da prescrição, previstas no
Código Penal.
• Válida.
• Vide art. 182 da Lei nº 11.101/2005 (atual Lei de Falências).

Súmula 568-STF: A identificação criminal não constitui constrangimento ilegal, ainda que o indiciado já
tenha sido identificado civilmente.
• Superada.

Súmula 525-STF: A medida de segurança não será aplicada em segunda instância, quando só o réu tenha
recorrido.
• Aprovada em 03/12/1969, DJ 10/12/1969.
• Polêmica.
• A maioria da doutrina e da jurisprudência afirmava que a Súmula 525 não mais subsistiria porque “foi
editada quando vigia o sistema duplo binário, isto é, quando havia possibilidade de aplicação simultânea
de pena privativa de liberdade e de medida de segurança. A reforma penal de 1984 autoriza a substituição
da pena privativa de liberdade por medida de segurança ao condenado semi-imputável que necessitar de
especial tratamento curativo, aplicando-se o mesmo regramento da medida de segurança para
inimputáveis (art. 97 e 98).” (STJ HC 187.051/SP, Rel. julgado em 06/10/2011).
Ocorre que, em julgado de 2012, a 2ª Turma do STF aplicou a referida Súmula e afirmou que, se o réu foi
condenado a uma pena e somente a defesa recorreu, o Tribunal não poderá aplicar medida de segurança
sem que isso tenha sido pedido, por representar reformatio in pejus. Veja: “(...) Determinação de exame de
sanidade mental, determinada de ofício em recurso exclusivo do réu, que a não requereu.
Inadmissibilidade. Coisa julgada sobre aplicação da pena. Decisão, ademais, viciada por disposição ultra
petita e reformatio in peius. HC concedido. Aplicação da súmula 525 do Supremo. Votos vencidos. Não é
lícito aplicar medida de segurança em grau de recurso, quando só o réu tenha recorrido sem requerê-la.”
(HC 111769, julgado em 26/06/2012).
Deve-se ter cuidado com o tema porque a decisão do STF foi por maioria e o Min. Cezar Peluso, que
conduziu a tese, já se aposentou.
O STJ continua entendendo que a súmula está superada. Nesse sentido: STJ. 5ª Turma. HC 184.940/SP,
Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 23/06/2015.

Súmula 524-STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de
Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
• Importante.
• Art. 18 do CPP.

Súmula 520-STF: Não exige a lei que, para requerer o exame a que se refere o art. 777 do Código de
Processo Penal, tenha o sentenciado cumprido mais de metade do prazo da medida de segurança
imposta.
• O raciocínio transmitido pela súmula continua válido, mas agora o tema é tratado pelos arts. 175 e 176
da Lei nº 7.210/84 (LEP), que possuem praticamente a mesma redação dos arts. 775 e 777 do CPP.
• Em suma, o que quer dizer a súmula: o exame de cessação da periculosidade poderá ser feito a
qualquer tempo, ou seja, mesmo que não encerrado o prazo mínimo de duração da medida de segurança,
desde que essa antecipação seja requerida, de forma fundamentada, pelo Ministério Público, pelo
interessado, por seu procurador ou defensor.

Súmula 499-STF: Não obsta a concessão do "sursis" condenação anterior a pena de multa.
• Válida.
• Depois que a súmula foi editada, essa regra foi inserida expressamente no § 1º do art. 77 do CP.

Súmula 497-STF: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na
sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.
• Importante.

Súmula 445-STF: A Lei 2.437, de 07.03.1955, que reduz prazo prescricional, é aplicável às prescrições em
curso na data de sua vigência (01.01.56), salvo quanto aos processos então pendentes.
• Superada.

Súmula 422-STF: A absolvição criminal não prejudica a medida de segurança, quando couber, ainda que
importe privação da liberdade.
• Válida.
• A sentença que aplica medida de segurança ao réu é considerada como absolutória imprópria (art. 386,
parágrafo único, III, do CPP).

Súmula 264-STF: Verifica-se a prescrição intercorrente pela paralisação da ação rescisória por mais de
cinco anos.
• Aprovada em 13/12/1963.
• O prazo é de 2 anos. Assim, verifica-se a prescrição intercorrente pela paralisação da ação rescisória por
mais de DOIS anos.

Súmula 154-STF: Simples vistoria não interrompe a prescrição.


• Válida.
• Vide art. 202 do CC-2002.

Súmula 153-STF: Simples protesto cambiário não interrompe a prescrição.


• Superada.
• Vide art. 202, III, do CC-2002.

Súmula 150-STF: Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação.


• Válida.
• A palavra “ação” está empregada com o sentido de “pretensão”.

Súmula 147-STF: A prescrição de crime falimentar começa a correr da data em que deveria estar
encerrada a falência ou do trânsito em julgado da sentença que a encerrar ou que julgar cumprida a
concordata.
• Superada.
• Lei nº 11.101/2005: art. 182. A prescrição dos crimes previstos nesta Lei reger-se-á pelas disposições do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 — Código Penal, começando a correr do dia da
decretação da falência, da concessão da recuperação judicial ou da homologação do plano de
recuperação extrajudicial.

Súmula 146-STF: A prescrição da ação penal regula-se pela pena concretizada na sentença, quando não
há recurso da acusação.
• Válida.

Súmula 145-STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação.
• Aprovada em 13/12/1963.
• Importante.

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