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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA ____________________ DA


COMARCA DE (CIDADE/ESTADO)

RÉU PRESO - URGENTE

Autos nº XXXXXXXXXXXXXXXX

(NOME), (naturalidade, estado civil ou união estável), (profissão), filho de


(Nome da Mãe e do Pai), portador do RG (XXXX) e inscrito sob o CPF nº
(XXX.XXX.XXX-XX), endereço eletrônico (XXXX), residente e domiciliado na
(endereço completo), neste ato representado por seu advogado infra-assinado, com
endereço profissional (endereço completo) e endereço eletrônico (XXXX),
tempestivamente, nos termos do art. 5º, LXVI da CF/88 c/c art. 321 e ss. Do CPP
requerer a concessão de

ARBITRAMENTO DE FIANÇA

pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

1 – DOS FATOS

O Requerente, foi preso e autuado em flagrante delito (fls. XX), e incurso na


pena do artigo 14 da Lei 10.826/2003 sob a imputação de estar portando arma de fogo
de uso permitido sem autorização legal (autos nº XXXX), cuja pena in abstrato é de
reclusão de XX a XX anos e multa, portanto dentro do elenco dos delitos que
comportam a concessão da liberdade provisória vinculada com fiança..
O Requerente conforme documentação em apenso (fls. XX), possui endereço
certo, exerce atividade laborativa lícita, além de ser primário e portador de bons
antecedentes.

2 – DO DIREITO
Dispõe a Constituição Federal que ninguém será levado à prisão ou nela
mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança (art. 5º, LXVI),
e, uma vez preenchidos os requisitos legais e não estando presentes quaisquer dos
impeditivos inscritos no comando normativo dos artigos 323 e 324 do CPP, a concessão
do benefício constitui direito subjetivo do acusado, conforme entendimento esposado
pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, e pelos julgados mais hodiernos que assim
decidiram:

Satisfeitos os pressupostos legais, a prestação de fiança é direito do réu e não


faculdade do Juiz.
(RTJ 116/139)

É oportuno ressaltar que nossa melhor doutrina processual penal bem como
todos Superiores Sodalícios Pátrios proclamam que os impeditivos legais insertos nos
artigos 323 e 324 são taxativos não admitindo interpretação extensiva a circunstâncias
não descritas na norma reguladora das vedações dos benefícios.
A moderna doutrina parte para a concepção que nesses casos de benefícios
legais (liberdade vinculada, suspensão condicional da pena e livramento condicional)
estando presentes as condições exigidas pelo legislador, surge o direito subjetivo do
condenado a esse benefício. A comprovar que não estamos diante de uma faculdade
judicial - benignitas judicii- há o fato de o legislador impor condições; verificadas estas,
a concessão do benefício passa a constituir uma consequência normal.
Vários autores se posicionam a favor de que se trata de um direito subjetivo do
acusado José Frederico Marques, salienta :

Desde que se encontrem atendidos os pressupostos legais tem o réu direito à


liberdade provisória: trata-se de direito público subjetivo, emanado do "status
libertatis" do acusado, e que é corolário do disposto na Constituição Federal.
(José Frederico Marques “Elementos de Direito Processual Penal” – Forense
– 1965 – pág. 167/168)

Como é sabido, ocorreu o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade


pelo plenário do STF, cuja decisão declarou a inconstitucionalidade dos artigos do
Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03), que tornavam crime inafiançável o porte
ilegal e disparo de arma de fogo, e o que negava a liberdade provisória para os acusados
de posse, porte e comércio ilegal de armas, tendo como relator o Ministro RICARDO
LEWANDOWSKI: Assim sendo, com o novo entendimento da Suprema Corte, passa a
ser afiançável o delito pelo qual o Requerente foi preso, tornando viável a concessão do
benefício ora pleiteado.
Diante do exposto, e conforme ficou demonstrado, pela documentação acostada
ao presente pedido, o requerente possui todos os requisitos objetivos e subjetivos para
que lhe seja deferido o benefício pleiteado, e não se encontra presente qualquer das
hipóteses ensejadoras de sua custódia processual no termo do artigo 311 e seguintes do
CPP, dando ampla garantia ao Juízo da persecução criminal.

3 – DO PEDIDO

Espera, o Requerente, seja o presente pedido de ARBITRAMENTO DE


FIANÇA NO MÍNIMO LEGAL, visto que o mesmo se encontra em estado de
miserabilidade recebido e deferido inaudita altera pars, mandando que se expeça o
competente ALVARÁ DE SOLTURA, se comprometendo, desde já, a cumprir
fielmente todas condições que lhes for impostas.

Termos em que,
Pede-se deferimento.

(Cidade/Estado), (XX) de (mês) de 20(XX).

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(NOME)
OAB/XX (XXXX)

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