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GABARITO – QUARTA LISTA DE EXERCÍCIOS CQ209

Assunto: Cinética Química

1. Este é um problema aparentemente trivial que aparece com freqüência no laboratório. Basta aplicar a
equação de Arrhenius:

k   E  1 1  lnk k 
ln 2   a       a E  R  1 2 11 . Como a taxa dobra, se não alterarmos outras
 k1  R  T1 T2  T1  T2  
condições (tais como as concentrações) a constante dobra. Portanto,

 a E  8,314J  mol 1  K 1 
ln 2
aE = 52,9 kJ.mol-1
298K  1
 308K 
1
 ou

2. Metz, problema 10.52, página 217. Aplicação simples e direta do gráfico de Arrhenius.

Antes é preciso converter os dados. Não esqueça de converter a temperatura para K:

T, K 702 720 733 735 736


103 / T, K-1 1,4245 1,3888 1,3643 1,3605 1,3587
ln k -14,051 -12,860 -12,167 -12,058 -11,884

T, K 756 760 780 794 795


103 / T, K-1 1,3228 1,3158 1,2821 1,2594 1,2579
ln k -10,680 -10,597 -9,688 -8,874 -8,680

Como apenas a energia de ativação foi pedida, o gráfico correspondente a estes dados é

-8

-9

-10

-11
ln k

-12

-13

-14

1,24 1,26 1,28 1,30 1,32 1,34 1,36 1,38 1,40 1,42 1,44
3 -1
10 / T, K
( coef. angular ) = -31400  500 K ; multiplicando pela constantes dos gases, vem:

aE = 261  4 kJ.mol-1 que é a energia de ativação da reação.

Não foi pedido aqui, mas... o fator de freqüência também é direto:

ln A = ( coef. linear ) = 30,8  0,7  A  2,381014 s-1

3. Metz, problema 10.72, página 221. Basta usar as fórmulas da teoria de taxas de reação.

Para começar precisamos calcular a massa reduzida do sistema:


M Cl M ICl

 
35,453g  mol 1 162,357g  mol 1
 29,1g  mol 1

M Cl  M ICl  1
 
35,453g  mol  162,357g  mol 1

( Cl + ICl ) = (2,00 Å) + (4,65 Å) = 6,65 Å  ( Cl + ICl )2 = 44,22 Å2

Combinando os valores dados na equação k 


  B 
2
RT   E
 N Av .   exp  a   p ,
A

10 3
2  RT 

e prestando atenção às unidades, vem k = 7,24107 p

Comparando o valor calculado com o experimental, achamos p = 0,005 o que sugere que a reação
ocorre apenas em um terminal (cloro). Se o átomo de cloro livre se choca com o átomo de iodo da
diatômica, a reação ocorre, mas os produtos são iguais aos reagentes.

4. Metz, problema 10.11, página 204. Basta aplicar o gráfico de Arrhenius a cada reação

Antes é preciso converter os dados. A tabela resultante é:

T, K 293 298 303 306,5


103 / T, K-1 3,413 3,356 3,300 3,263
ln kf 11,097 11,849 12,306 12,713
ln kr 3,296 4,290 4,277 4,511

O gráfico resultante 12,8


para a reação direta é
12,6
mostrado ao lado:
12,4

(coef. lin.) = 47  2 12,2

12,0
ln kf

(coef. angular) = -10500  700 K


11,8

11,6

Multiplicando por –R, vem 11,4

11,2
aE = 87  6 kJ.mol-1
11,0
E para a reação reversa:
3,26 3,28 3,30 3,32 3,34 3,36 3,38 3,40 3,42
3 -1
10 / T, K
(coef. linear) = 29  9
4,6
(coef. ang.) = -7300  2700 K
4,4

Multiplicando por –R, vem


4,2

aE = 61  22 kJ.mol-1 4,0

ln kr
3,8

3,6

3,4

3,2

3,26 3,28 3,30 3,32 3,34 3,36 3,38 3,40 3,42


3 -1
10 / T, K

É bom observar que para a reação reversa os pontos estão um pouco espalhados, logo a Estatística tem
de ser feita com mais cuidado. Neste caso, são 11,4% de probabilidade de que este resultado seja uma
coincidência.

Assim, as energias de ativação são respectivamente 87 kJ.mol-1 para a reação direta (forward) e 61
kJ.mol-1 para a reação reversa. O esboço do diagrama de coordenada de reação é

4. Questão teórica.

A energia de ativação do processo A  B é ( 400 ) – ( 100 ) = 300 kJ.mol-1

A energia de ativação do processo B  A é ( 400 ) – ( 250 ) = 150 kJ.mol-1


A reação A  B é endotérmica, pois o produto ( B ) está acima do reagente ( A )

5. Resposta correta: (b) A elevação de temperatura aumenta a velocidade das reações químicas porque
realmente aumenta todos os fatores apresentados nas alternativas (basta ver as fórmulas), exceto a energia
de ativação.

A energia cinética média das moléculas


A frequência das colisões efetivas.
O número de colisões por segundo entre as moléculas.
A velocidade média das moléculas.

6. Este é um exemplo de intervenção bem-sucedida para restaurar o equilíbrio num sistema já bastante
prejudicado. Existem outros casos clássicos, como o do governo inglês que gastou 50 anos aerando o Rio
Tâmisa, que estava praticamente morto. No Quênia o projeto da Grande Muralha Verde está em curso.
Aqui no Brasil já temos um bom número de biomas que necessitam de intervenção urgente em larga
escala:

A Amazônia em virtude do ataque predatório do garimpo ilegal já está sofrendo um processo de


desertificação. A diversidade da fauna e flora está correndo risco.
O Pantanal já está se transformando numa savana devido às queimadas
A população de javalis já é tão grande que ameaça as plantações no Centro-Oeste.
A Mata Atlântica já está correndo o risco de acabar, em consequência os lençóis freáticos da região estão
ameaçados.

Além disso, temos problemas urbanos antigos que ainda não são abordados seriamente:

O trânsito das cidades (especialmente São Paulo), particularmente quando chove forte
O suprimento irregular de água no Rio de Janeiro
Habitações irregulares nas grandes cidades ( encostas e favelas )

7. O primeiro passo é converter os dados:

t, h 0 1 3 6
DBO, mg.L-1 90 71 50 35
ln DBO 4,50 4,26 3,91 3,56
k = ( coef. angular ) = 0,154 h-1 = 3,7 d-1

A equação cinética para estes dados é DBO  90  e 3, 7 t

A DBO remanescente no final de 5 h é 41,7 mg.L-1

8. A DBO520 (em cinco dias a 20C) de um esgoto é 183 mg.L-1. A constante de primeira ordem do processo
é 0,21 d-1. (a) Qual é a DBO final (ultimate)? (b) Qual será a demanda bioquímica de oxigênio em dez
dias? (c) Se o frasco de DBO tivesse sido incubado a 33C, qual seria a DBO5 ? (3 pontos)

O processo é de primeira ordem, logo

L  L0  1  e   L0 
 kt L

183mg  L1 
 281,5 mg.L-1
1 e  kt
1  exp 0,21d 5d 
1

L  L0  1  e  kt   281,5 mg  L1   exp 0,21d 1 10d   34,5 mg.L-1

Para não ter dúvida, veja o diagrama abaixo:

A demanda bioquímica de oxigênio medida no sistema no tempo zero (L0 – a linha tracejada no topo) é a
carga total da qual desejamos nos livrar. A DBO exercida (curva ascendente) é a carga efetivamente
eliminada (depurada) pelo oxigênio dissolvido. A DBO remanescente (Lt – a curva descendente) é a carga
ainda não eliminada.

Apenas para referência, a DBO de rios geralmente é da ordem de 5 mg.L-1, enquanto a de esgoto doméstico
está na faixa de 200-500 mg.L-1.

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