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PRÓTESE III – 25/02/2022

ANATOMIA E FISIOLOGIA DO EDÊNTULO


➢ Turano, Telles e Zarb

Requisitos para o tratamento:


❖ Empatia pelo problema alheio.
❖ Conhecimento pleno do alcance e limitações das técnicas que podem ser utilizadas para reabilitá-los.

➢ Consequências do edentulismo:
❖ Biológicas
❖ Estéticas
❖ Funcionais
❖ Psicológicas
❖ Edentulismo é considerado uma doença física de acordo com a OMS, 2011.

• Tecido ósseo:
 Contínua reabsorção óssea após a extração dos dentes
 Crônico, progressivo e irreversível
 No momento que extrai o dente, o osso começa a ser absorvido.
 Para manter o tecido ósseo, uso enxerto (biomaterial)
 Causa prejuízos na função oral e, consequentemente, no uso e confecção das próteses
 Sem osso = sem retenção

• Tecido ósseo – maxila


 Perda óssea às custas da parede vestibular (espessura)
 2 a 4 mm no 1° ano – hoje saiu um consenso que não pode ter tanta perda óssea no primeiro ano
 0,1mm nos anos seguintes
• Tecido ósseo – mandíbula
 Perda óssea nas paredes V e L (altura)
 4 a 6 mm no 1° ano
 0,4 mm nos anos seguintes
 Se houver muita perda óssea, pode acontecer de o NAI ficar visível.

Reabsorção varia de acordo com cada paciente e é dependente de fatores anatômicos, metabólicos e
mecânicos
Mulher reabsorve osso mais rápido pelo processo hormonal (menopausa), osteopenia (diminuição inicial
da densidade óssea), osteoporose

• Tecido mole
 Diminuição da gengiva inserida
 Mucosa flácida
 Estética:
❖ Ausência de suporte labial – perda do vermelhão do lábio
❖ Perde dentes = perde dimensão vertical de oclusão reduzida
❖ Aprofundamento do sulco nasolabial
❖ Concavidade do perfil: aumento do ângulo nasolabial/pseudo prognatismo (falsa flacidez)
 Acomodação da língua:
❖ Musculatura intrínseca da língua se reorganiza para ocupar o espaço que era ocupado pelos
dentes.

➢ Exame geral do paciente:

“O tempo que se gasta em conduzir o interrogatório inicial, evitará muitos desapontamentos e


frustrações, tanto para dentista como para a paciente”

➢ Anamnese:
Queixa principal:
 Motivo que levou o paciente buscar o tratamento.
 Quando a queixa principal é pertinente: deve ser atendida, não pertinente: explicar ao paciente
no inicio do tratamento para não gerar expectativas frustradas.
Identificação do paciente
História médica:
 Algumas alterações sistêmicas desenvolvem sinais e sintomas clínicos na cavidade bucal:
✓ Deficiência vitamínica ou nutricional – consequências: xerostomia e perda da
sensibilidade gustativa, perda de peso, debilidade geral, difícil regeneração tecidual e
severa reabsorção tecidual pelo baixo teor de calcio. Deve ser realizado tratamento
sistêmico.
✓ Diabetes – consequências: xerostomia, tendencia a obesidade, redução da tolerância dos
tecidos a prótese, mais suscetível a traumas de reabsorção óssea
✓ Uso de medicamentos – antidepressivos, diuréticos, anti-hipertensivos, antipsicóticos,
podem causar xerostomia ou hipossalivação. Anticoagulantes podem causar algum
sangramento
História odontológica:
 Questões de interesse:
Razão da extração, opinião dos familiares que usam prótese, tempo que ficou sem dentes,
expectativas com o tratamento

• Quando o paciente for portador de PT:


Opiniões e experiencias anteriores devem ser ouvidas e levadas em consideração
➢ Exame do paciente:

Estalido não é sinal de doença, mas pode ser que tenha futuramente
Dores de cabeça podem ser sintomas de DTM
Dois tipos de DTM:
✓ miofascial (é quando tem dor, muscular, a PT pode resolver esse problema)
✓ intra-articular (deslocamento, mandíbula travou, tumor etc.)
Problemas articulares podem alterar a posição de repouso e/ou seu arco de fechamento
Dificulta a reprodução e execução dos registros intermaxilares
Reconhecer as condições das áreas de interferência protética

• Exame clinico
 Avaliação intra bucal:
❖ Freios – as vezes à necessidade de remoção cirúrgica.
❖ Mucosa bucal: traumatismo, câmara de sucção, sobre extensão da área basal, prótese mal
adaptada
❖ Relação intermaxilar:
✓ Tuberosidade volumosa: pode ser que o paciente tenha pouco espaço para
acomodar a base da prótese
✓ Rebordo alveolar alto: pode comprometer estética, falta de espaço pra prótese
❖ Língua:
✓ verificar a normalidade dos tecidos e movimentação da língua.
✓ Influencia a estabilidade da prótese inferior.
✓ Pacientes edentados há muitos anos, tem postura errática da prótese e demora
um pouco mais pra se acostumar
❖ Saliva:
✓ Remove resíduos de alimentos e metabolitos microbianos
✓ Tem ação antimicrobiana, antifúngica e antivirótica
✓ Inicia a digestão
✓ Faz a lubrificação e proteção das mucosas
Saliva tem papel importante na retenção da PT

Formula de Stanitz F= 2A x C/E


F = força de retenção / A = área de contato /
C = coeficiente de tensão superficial / E = espessura do liquido
Saliva fluida: maior efeito de capilaridade entre a base da prótese e a mucosa. E é menor e a saliva mais
fluida = maior retenção
Saliva viscosa: película espessa entre a base da prótese e a mucosa é mais fácil de ser rompida. E é maior e
a saliva mais espessa = menor retenção
 Área chapeável ou basal:
❖ Áreas da mandíbula e da maxila que serão recobertas pela base da prótese (onde a prótese
se assenta).
❖ Extensão da área chapeável: quanto MAIOR a área, MENOR a unidade de força por área.
❖ Os fenômenos físicos de adesão, coesão e pressão atmosférica serão mais fortes,
favorecendo o suporte.
❖ Cuidados – relação direta com o prognóstico:
✓ Torus mandibular/palatino
✓ Processo Geni
✓ Tamanho do arco

→ Área chapeável – mandíbula:


 O prognostico é pior por ter menor área chapeável
 Rebordo alveolar em toda extensão – incluindo papilas piriformes
 Linha obliqua externa – inserção das fibras do masseter
 Fundo de sulco
 Limite do assoalho da boca em toda extensão até linha obliqua interna (linha obliqua mieloide

1. Zona principal de suporte


2. Zona de fecho periférico
3. Zona secundaria de suporte
4. Zona de dicagem
5. Zona de alivio – linha obliqua interna

→ Área chapeável – maxila:


 Rebordo em toda extensão,
 Paredes V do rebordo alveolar ate fundo de sulco,
 Abóboda P em toda extensão até o limite palato duro/mole,
 Contorno de inserções musculares e bridas V.

1. Zona principal de suporte – carga mastigatória


2. Zona secundaria de suporte
3. Zona de vedamento periférico posterior – parte mais importante. É nessa parte que eu vedo, evita que
entra ar. Necessário boa moldagem
4. Zona de alivio de forças de oclusao – zonas que não pode receber pressão.
 Extra bucal: simetria facial, assimetria (outras patologias, como tumores)
❖ Amplitude da abertura e a tensão dos músculos orbiculares do lábio: verificar o grau de
dificuldade que iremos enfrentar no ato da moldagem
❖ Dimensão vertical da oclusão: avalio a estética (de forma métrica, seguindo os três terços
da face), e função (fadiga do músculo, dor).
❖ Queilite angular: acumulo de saliva no canto da boca, colonização de c. albicans, causando
feridas.
❖ Linha média: seguir a linha média geral (da testa ao centro do mento), para a prótese ficar
reta.
❖ Perfil facial: ausência de suporte labial, perde dimensão vertical de oclusão reduzida,
aprofundamento do sulco nasolabial
❖ Avaliação de como se instalou o processo degenerativo
❖ Prognostico da prótese

• Exames complementares:

 Radiográfico
❖ Dá noção de quanto rebordo ainda tem, estado dos ossos alveolares.
❖ Suporte ósseo
❖ Certificar da possível presença de raízes residuais, cistos, dentes inclusos
❖ Frequência de corpos estranhos em rebordos é normal. Todos os rebordos desdentados

 Modelos de estudo
❖ Visão panorâmica da área chapeável
❖ Mostra com clareza certas partes da boca difíceis de observar clinicamente.

• Exame dos fatores biológicos:

 Fatores gerais
❖ Saúde geral:
✓ Boa disposição do paciente
❖ Idade:
✓ Capacidade de adaptação do paciente em relação à prótese diminui com o avanço
da idade
❖ Estado psíquico:
✓ Receptivo: pacientes cultos, compreensivos e dispostos a cooperar
✓ Indiferente: paciente que vive à margem da sociedade e o meio em que vive não
exige apresentação ou boa aparência
✓ Cépticos: pouco culto, desconfiado e relutam em aceitar a opinião do profissional
✓ Histéricos: pessimista, portadores de algum trauma psíquico
❖ Vícios:
✓ Uso de cachimbos
✓ Onicofagia
✓ Hábitos profissionais: instrumento de sopro, costureiras (agulha), marceneiros
(pregos), chimarrão
• Anatomia do periodonto:
 Normal = prognostico favorável
 Estrangulado = prognostico desfavorável
 Alto = favorável – é o que tem mais retenção
 Baixo = desfavorável
 Lâmina de faca = desfavorável

• Formato do rebordo:
 Ovoide
✓ Resiste ao deslocamento vertical
✓ Boa condição retentiva
✓ Pouca resistência ao deslocamento lateral
 Quadrado
✓ Boa relação vertical entre a base e a mucosa
✓ Resiste aos esforços laterais
 Triangular
✓ Menor esforço para os deslocamentos vertical e lateral
✓ Pior prognostico

 Profundo
 Normal
 Raso
Quanto maior a profundidade do palato, maior a resistência a forças laterais
➢ Relacionamento profissional-paciente:

❖ O sucesso e insucesso das PT dependem desse relacionamento.


❖ Metade dos insucessos podem ser evitados por meio de comunicação
❖ Evitar postura de superioridade
❖ Procurar reconhecer anseios, entender, interpretar, oferecer soluções
❖ Em alguns casos os pacientes não percebem as deformações causadas por PT’s antigas
❖ Explicação lógica, acompanhada de radiografia e modelos de estudo. Falar-mostrar-fazer.
❖ O diagnostico é continuo

➢ Indicações e contraindicações:

 Favoráveis
✓ Rebordo alveolar de forma normal
✓ Fibromucosa resiliente
✓ Movimentos mandibulares regulares
✓ Sem distúrbio da ATM
✓ Bom estado de saúde
 Desfavoráveis:
✓ Rebordos muito reabsorvidos
✓ Freios e bridas proeminentes
✓ Volume excessivo da língua (má adaptação da prótese)
✓ Distúrbios da ATM
✓ Assimetria facial

➢ Plano de tratamento
 Deve levar em consideração todos os detalhes sistêmicos e locais observados durante a
anamnese/exame clínico”.

1. Preparo da boca
2. Obtenção dos modelos de estudo
3. Registro das relações maxilo-mandibulares
4. Oclusão a ser estabelecida
5. Processamento laboratorial das próteses
6. Instruções no uso e cuidados das próteses

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