por
Nome do estagiário:
Marcus Vinícius de Brito Silva
CPF: E-mail:
047.849.944-24 mvdebritosilva@gmail.com
Instituição de ensino:
Universidade de Pernambuco – Escola Politécnica de Pernambuco
Curso: Período/Ano:
Engenharia Elétrica Eletrotécnica 8º período/2020
Professor(a) Orientador(a): Gerente da Divisão de Estágio:
Antônio Samuel Neto Prof. Francisco José Costa Araújo
II. DADOS DA UNIDADE CONCEDENTE
Unidade concedente:
Duratex S.A. – Divisão Deca – Unidade Louças Recife
Ramo de atuação:
Fabricação de material sanitário de cerâmica
Supervisor(a) de estágio: CREA:
Saulo Rodrigo Dias Pimentel 1810866740
Setor da empresa em que foi realizado o estágio:
Manutenção
Período de realização do estágio:
16/03/2020 – 16/09/2020
Número de horas diárias do estágio: Total de horas diárias do estágio:
6h 774h (129 dias úteis)
SUMÁRIO
1. OBJETIVOS ........................................................................................................ 5
1.1. Objetivos gerais........................................................................................... 5
1.2. Objetivos específicos.................................................................................. 5
2. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7
3. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES ................................................................. 12
4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ...................................................................... 13
4.1. Gestão de Ordens de Serviço .................................................................. 13
4.2. Planejamento de ações de manutenção do Sistema de Proteção contra
Descargas Atmosféricas .................................................................................... 20
4.2.1. Fundamentação teórica ...................................................................... 20
4.2.2. Revisão de pontos significativos de mudança com o advento da
nova Norma ABNT NBR 5419:2015................................................................. 23
4.2.3. Avaliação e readequação do SPDA da LR às novas exigências
normativas ........................................................................................................ 26
4.3. Acompanhamento de rotinas de funcionamento da Manutenção ........ 33
4.4. Atualização de dados técnicos do parque de máquinas da unidade ... 37
4.5. Dimensionamento e implantação de Kanban de peças reservas para
equipamentos críticos ........................................................................................ 41
4.6. Levantamento de oportunidades de melhorias acerca de redução de
custos................................................................................................................... 45
5. RESULTADOS ALCANÇADOS ........................................................................ 53
6. PONTOS POSITIVOS E FACILIDADES DO ESTÁGIO .................................... 54
7. PONTOS NEGATIVOS E FACILIADES DO ESTÁGIO..................................... 55
8. CONCLUSÃO .................................................................................................... 56
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 57
10. DECLARAÇÃO FINAL DA EMPRESA ............................................................. 59
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1. OBJETIVOS
2. INTRODUÇÃO
Figura 1. Distribuição das unidades fabris da Divisão Deca (Duratex S.A.) ao longo do Brasil. Fonte:
https://www.duratex.com.br/pt/quem-somos/a-duratex. Editado pelo autor.
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A LR foi adquirida em 2008 pela Duratex e conta com as marcas Deca e Belize. A
unidade ocupa uma área total de quase 80.000 m², dos quais um pouco menos de
35.000 m² destinam-se às atividades de produção, com média anual de 2,8 milhões
de peças. A planta da fábrica está dividida, essencialmente, em cinco agrupamentos
de edificação (Figura 2): Administrativo, Fábrica de Massas, Área de Recuperação de
Materiais (A.R.M.), Produção, Portaria e Prédio de Apoio, estando sediadas, neste
último, a Engenharia e a Manutenção.
O setor de Manutenção é responsável por gerenciar e organizar atividades de
manutenção, instalação, reparação e reformas em máquinas e equipamentos,
possuindo – como o layout da fábrica sugere – estreita relação com o setor de
Engenharia, com o qual atua conjuntamente em trabalhos de impacto sobre o fluxo
produtivo da fábrica (a exemplo de alterações da disposição física de máquinas ou
execução de projetos de baixa complexidade) e serviços que envolvam itens de
segurança do trabalho e construção civil. Cabe, ainda, à Manutenção, a administração
e o controle sobre o consumo de insumos como água, energia elétrica e gás.
2
3
6
4
1: Administrativo
2: Fábrica de Massas
3: A.R.M.
4: Produção
5: Portaria
6: Manutenção e Engenharia
Figura 2. Vista aérea da LR com indicação dos agrupamentos de edificações da fábrica. Fonte:
https://www.deca.com.br/fabricas/. Editado pelo autor.
Presidente Duratex
Antônio Joaquim de Oliveira
Vice-presidente
Marcelo Izzo
Diretor Industrial
Marco Antônio Milleo
Coordenador de Produção
João Felipe de O. Cangussu
Supervisor de Manutenção
José Carlos de Lima
Analista de Analista
Mecânicos Eletricistas
Processos PCM
Jovens
Estagiários
Aprendizes
Acompanhamento de rotinas de
funcionamento da Manutenção: reuniões
X X X X X X X
de programação, atualização de quadros
de gestão à vista e gestão de indicadores.
Dimensionamento e implantação de
Kanban de peças reservas para X X X X X X X
equipamentos críticos.
Levantamento de oportunidades de
X X X X X X X
melhorias acerca de redução de custos.
4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Dentro do PCM, a fase de planejamento tem como finalidade principal criar e gerenciar
os planos de manutenção, distinguindo-se, quanto à natureza da atividade, em planos
de manutenção preventiva, manutenção preditiva, inspeção sensitiva, lubrificação,
calibração e de melhorias. Cada plano tem uma forma de gerenciamento, execução e
programação específica, porém o objetivo é o mesmo: garantir a confiabilidade e
disponibilidade dos ativos.
Enquanto o planejamento é a fase em que é definido tudo o que deve ser feito para
se manter os ativos disponíveis e confiáveis por um determinado período de termo, a
programação da manutenção é a fase em que se define quando tudo deve ser feito.
Ela é a função de coordenar todas as questões logísticas em torno das questões
relativas à fase de execução do trabalho.
No período pelo qual se estendeu a realização deste estágio, o sistema de PCM da
LR encontrava-se em fase inicial de implantação, de modo que os planos de
manutenção ora viabilizados contemplavam apenas uma das tipologias anteriormente
enumeradas – a manutenção preventiva –, além das atividades rotineiras de
mudanças e reinstalações inerentes aos processos de produção da fábrica, neste
caso enquadradas no que o setor denominou plano de setup. A manutenção preditiva,
que, de certa forma, se utiliza de ferramentas mais sofisticadas para predizer o tempo
de vida útil de uma máquina ou equipamento por meio de ensaios técnicos, eram
visionadas como objeto de planos mais futuros, quando do sólido estabelecimento do
PCM. Isso não é de surpreender, visto que embora a manutenção preditiva reduza a
quantidade de interrupções da produção por ocasião de ações corretivas ou
substituição de peças desnecessárias apenas por efeito de tempo (manutenção
preventiva), ela exige da fábrica a existência de profissionais dedicados à atividade,
com renomada experiência e treinamento especializado, algo difícil de se atender
quando padrões e etapas básicas do planejamento e da programação ainda não foram
completamente bem estabelecidos ou mesmo incorporados à cultura da organização.
Além dos planos de manutenção preventiva, que contemplam atividades periódicas
em equipamentos críticos da produção baseadas em uma falha premeditada em
função do tempo de operação, a Gestão de Ordens de Serviço, ou melhor, a
Programação de Manutenção da LR, ocupava-se de alocar a realização de atividades
de setup e de manutenção corretiva. Para tanto, fazia-se uso tanto de planilhas
eletrônicas do Microsoft Excel quanto da ferramenta de gestão MANTec uma solução
eletrônica que permite desde a criação de planos de manutenção com cronogramas,
emissão e controle de ordens de serviço (OSs) à consulta do histórico de atendimento
e o controle de indicadores de performance. A Figura 4 é uma captura de tela da
janela inicial do MANTec em execução no Windows, onde são exibidas as principais
opções de acesso do programa: PTs, OSs e Ocorrências.
Para bem compreender como se dava o mapeamento das atividades de manutenção,
a estipulação dos tempos de execução e a sua alocação em datas, assim como a sua
distribuição entre o quadro de pessoal, é preciso, primeiro, esclarecer como elas
estavam classificadas. As atividades constantes dos planos de manutenção
preventiva, juntamente com as de setup, compunham o que poder-se-ia chamar de
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Figura 4. Ambiente inicial de navegação do MANTec da LR, com exibição das principais opções de
acesso. Fonte: screenshot do Windows, editado pelo autor e autorizado pela empresa.
Por outro lado, as atividades corretivas surgiam por demanda essencialmente externa
à Manutenção, pelo pessoal da Produção ou de qualquer outro setor, possuindo
caráter imprevisível, escopo mal definido e urgência variável. Não podiam, portanto,
ser planejadas com antecedência, necessitando para tanto, primeiro, avaliação in
loco, e em seguida, verificação da disponibilidade de material e de mão-de-obra
aplicáveis. Esse segundo grupo de atividades era resultado direto do registro de
ocorrências de falha, interrupção, pane ou quebra de um ou mais componentes dos
sistemas produtivos, de segurança, alimentação ou monitoramento da fábrica, feito no
MANTec, e sob o título de Pedido de Trabalho (PT). Na Figura 5, é possível enxergar
como as informações de um PT ficam dispostas para consulta pelo usuário
programador. Para atividades corretivas, consequentemente, não era possível a
geração de uma OS sem que houvesse sua vinculação a uma PT, salvo em exceções
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autorizadas pelo Supervisor de Manutenção, já que o MANTec, por si só, não impunha
essa restrição.
Figura 6. Planilha eletrônica do MS Excel utilizada na programação da manutenção da LR, com filtros
ativos para data e área das atividades. Fonte: screenshot do Windows, editado pelo autor e
autorizado pela empresa.
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Figura 10. Fluxo de calor no processo de formação de uma tempestade do tipo fria.
Fonte: OBO BETTERMANN, Lightning protection guide.
Outros efeitos climáticos podem insurgir sobre as camadas de ar e fazer com que
estas rumem ainda mais rapidamente para maiores altitudes, chegando a atingir
velocidades de até 100km/h e resultando, por fim, na formação de nuvens do tipo
cúmulo-nimbo, as quais tipicamente apresentam-se com diâmetro de 5 a 10km e
distantes de 5 a 12km do nível do solo. Em seguida, processos de segregação de
cargas elétrica como fricção e atrito, por exemplo, tornam-se responsáveis pela
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Figura 11. Mecanismo de descarga piloto Figura 12. Mecanismo de descarga piloto
ascendente. Fonte: DEHN, Lightning descendente. Fonte: DEHN, Lightning
protection guide. protection guide.
Figura 13. Conexões entre as partes da ABNT NBR 5419. Fonte: NBR 5419-1:2015
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Para o fim a que se destina, essas inspeções devem ser realizadas por profissional
habilitado e capacitado a exercer esta atividade, com emissão de laudo detalhado que
aponte as medições realizadas, as condições de estado observados e indiquem as
ações porventura necessárias à adequação do sistema. Nesse sentido, foram
contratados pela LR , em setembro de 2019 (anteriormente à realização deste
Estágio), em caráter de emergência, os serviços de inspeção e emissão de laudo de
avaliação de SPDA em conformidade com a Norma vigente.
O trabalho foi realizado pela empresa Gravatec Engenharia e Manutenção e contou
com a participação de um Engenheiro Eletricista, um Técnico em Eletrotécnica e um
Arquiteto, tendo compreendido:
inspeção e identificação dos pontos de descida existentes;
Este escopo está compatível com o que também preconiza a Norma ANBT NBR 5419-
3:2015 em seu subitem 7.3.2, segundo o qual, durante as inspeções periódicas, é
particularmente importante checar os seguintes itens:
a) deterioração e corrosão dos captores, condutores de descida e conexões;
A Norma indica ainda, como possibilidade, que parte do procedimento do ensaio para
medição de continuidade elétrica das armaduras pode ser aplicado aos condutores do
sistema de aterramento do SPDA a fim de comprovar a continuidade elétrica dos
trechos sob ensaio. Dessa forma, é possível ter em mãos parâmetros para
determinação da integridade física do eletrodo de aterramento e de suas conexões,
devendo os valores de validação, neste caso, serem compatíveis com parâmetros
relacionados ao tipo de material usado (resistividade do condutor relacionada ao
comprimento do trecho ensaiado).
Realizada a análise de risco sobre a área de 79.282,m² da fábrica, concluiu-se que
apenas 38.257,57m² correspondiam a área construída com necessidade de proteção
por SPDA. O sistema original foi concebido para atender o nível de proteção (Np) III e
seus componentes externos foram dimensionados através do Método das Malhas (ou
Gaiola de Faraday).
1. Compressores
3. Requeima
4. Qualidade
5. Classificação
6. Docas
7. Fundição
8. Esmaltação
9. Matrizaria
10. Expedição
Figura 14. Planta baixa da LR com detalhes para as subdivisões em blocos do prédio da Produção
da LR em função do fluxo produtivo. Fonte: GRAVATEC (2019), Laudo Técnico GT051719.
Figura 15. Planta baixa da LR com apontamento das caixas de passagem do SPDA detectadas no
bloco construtivo da Expedição da LR. Fonte: GRAVATEC (2019), Laudo Técnico GT051719
Figura 16. Ponto de inspeção da caixa de passagem do condutor de descida PL-01/21 do bloco
construtivo da Expedição da LR. Fonte: GRAVATEC (2019), Laudo Técnico GT051719
Figura 17. Detalhe do cabo de descida PL-01/21 do bloco construtivo da Expedição da LR. Fonte:
GRAVATEC (2019), Laudo Técnico GT051719
Caixa de
N PT OS Setor Acesso Observação
Passagem
Verificar disponibilidade
de espaço para plataforma
4 20750 48253 Expedição PI-01/21 Plataforma
próximo ao Banheiro da
Expedição
Verificar disponibilidade
de espaço para plataforma
5 20752 48281 Expedição PI-02/21 Plataforma
próximo à Saída da
Expedição
Verificar disponibilidade
6 20804 48249 Expedição PI-03/21 Plataforma de espaço para plataforma
próximo à Quadra 13
Verificar disponibilidade
de espaço para plataforma
7 20805 48250 Expedição PI-04/21 Plataforma
próximo à Quadra 7 –
Hidrante H
Verificar disponibilidade
8 20806 48251 Expedição PI-05/21 Plataforma de espaço para plataforma
próximo à Quadra 12
Verificar disponibilidade
de espaço para plataforma
9 20753 48284 Expedição PI-06/21 Plataforma
próximo à Quadra 12 –
Hidrante H
disseminação de dados e ideias entre todos aqueles ligados à gestão do setor, com
fins de extinguir a monopolização do conhecimento e da informação e, desta forma,
estimular o trabalho em equipe. Afinal, as demandas de cada integrante da
Manutenção, assim como de qualquer outro setor de uma empresa, não são
autossuficientes e se encerram em si mesmas, mas, pelo contrário, vivem em um
sistema de interpendência do qual dependem para serem plenamente atendidas. A
ideia das reuniões eram, em suma, despertar o que os administradores chamam de
senso de dono em todos os mantenedores, fazendo com que se sentissem
responsáveis pelo desenvolvimento da Manutenção como um todo e não somente
pelas suas atividades segregadas.
Figura 18. Sala de Gestão da Manutenção da LR. Fonte: registro do autor, autorizado pela empresa.
transparente. A Gestão à Vista pode ser considerada uma grande aliada para os
processos de comunicar e engajar os colaboradores, já que, como o próprio nome diz,
informações relevantes são colocadas à vista dos colaboradores e gestores,
permitindo o acompanhamento de indicadores da área, status de projetos e tendência.
A LR, enquanto indústria, se utiliza de muitas das ferramentas mais conhecidas da
Gestão à Vista, como o Kanban e os dashboards. O sistema Kanban utiliza cartões
para indicar o andamento dos fluxos de produção. Esses cartões contêm orientações
sobre uma determinada tarefa, por exemplo, “a executar”, “em andamento” ou
“finalizado”. A utilização de um sistema Kanban permite um controle detalhado de
produção com informações sobre quando, quanto e o que produzir. Já os dashboards
são painéis que englobam informações sobre uma série de indicadores e podem até
mesmo incentivar uma competição sadia entre as equipes, através da comparação de
desempenhos alcançados.
Figura 20. Recorte do Dashboard de cumprimento de programação da Manutenção da LR, para a 35ª
semana do ano (agosto/2020). Fonte: planilha de programação da LR, autorizado pela empresa.
presente. Para isso, é preciso o recolhimento de dados técnicos dos itens produtivos
como um todo, ao que se exemplifica: modelo, marca, data de fabricação ou aquisição,
número de série, país de origem, dimensões, peso ou quaisquer outros detalhamentos
que se façam necessários em função da natureza do item.
Para cada tipo de material, os tipos de informações e a maneira como devem ser
apresentadas variam em função de padronizações internacionais e nacionais ditadas
por órgãos normativos, como a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a
Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC) e o Instituto Alemão de Normatização
(DIN). Quando se trata de dispositivos eletroeletrônicos como um todo, os dados
técnicos costumam ser compilados em datasheets, e como não raramente são
utilizados em conjunto sob a forma de um sistema complexo, é taxativa, também, a
presença de desenhos técnicos como diagramas e esquemas de ligação, controle e
comando.
Se ter em mãos todo esse arsenal de informações a respeito dos itens da planta
industrial parece trabalhoso, mantê-los organizados e em conformidade com a
realidade encontrada diretamente na planta, demanda, em realidade, um esforço
muito maior. Isto porque, como já dito em outra oportunidade deste relatório, as
instalações industriais não são estáticas e perpétuas em si, mas ao longo do tempo,
comportam-se de maneira análoga à de um ser vivo, expandindo-se, evoluindo,
regredindo, alterando-se, enfim, por ocasião de novas demandas, paradigmas e
perspectivas produtivas. Assim sendo, e como consequência natural das intervenções
da Manutenção, inclusive, o maquinário industrial sofre constantes adaptações,
conversões e atualizações, quer de arranjo, quer de componentes e função em
sistemas, diminuindo cada vez mais a representatividade e o significado dos desenhos
técnicos e datasheets que o representam.
Na rotina de funcionamento da Manutenção, os manuais de operação e
funcionamento, os diagramas elétricos e os datahseets, quando alinhados com o
estado real de máquinas e sistemas, são verdadeiras relíquias nas mãos do corpo
técnico que atua em campo, principalmente nas tarefas de análise de falhas, pois além
de listarem todos os componentes individuais da máquina, que devem ser verificados
pelo mecânico ou eletricista em suas tentativas de entender a causa-raiz de uma
anormalidade, eles comumente apresentam listas dos principais problemas e
soluções de funcionamento da máquina, códigos de peças de reposição (spare parts),
contatos com fornecedores e mesmo instruções e periodicidade de manutenções
preventivas e calibrações, como é o caso de sensores e instrumentos de medição.
Todos esses recursos ajudam na redução do tempo de atuação necessário para a
resolução de uma ocorrência do Plantão, por exemplo, e garantem a qualidade e a
vida útil do maquinário previstas pelo fabricante ou projetista, ou seja, aumentam a
eficiência da Manutenção, ao direcionar o tempo de trabalho para ações mais
assertivas.
Na LR, uma parte majoritária da documentação técnica pertinente ao maquinário
produtivo da fábrica data de mais de uma década. Nesse ínterim, é impossível precisar
os tipos de falhas apresentadas por uma máquina, assim como o é mensurar as
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Figura 22. Parte interna do painel de controle e comando de uma APR após rearranjo físico. Fonte:
registro do autor.
Tal como os fabricantes fazem com suas máquinas e peças de deposição, no SAP
ERP, cada item ou material de estoque é identificado por um código único, gerado de
forma automática pelo sistema. Quando um novo item devia ser adicionado à base de
dados do software na LR, criava-se uma solicitação interna junto ao Centro de
Serviços Compartilhados (CSC) – uma gerência da Duratex S.A. responsável, entre
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Figura 25. Recorte de uma solicitação CSC de inclusão de material ao PDM de inversores de
frequência. Fonte: screenshot do Windows. Autorizado pela empresa.
tensão e corrente de alimentação e qual a potência do motor a ser por ele controlado.
Além de dados técnicos, a solicitação de inclusão de material do CSC exigia a
inserção de informações sobre a natureza contábil e patrimonial do item, a fim de
defini-lo como item estocável em almoxarifado, item de fabricação própria ou item
imobilizado, nomenclatura utilizada para itens de alto valor econômico e com alta
expectativa de vida útil, dentre os quais se figura, por exemplo, um motor elétrico de
alta potência. Tratava-se, portanto, de uma atividade de certo rigor técnico, que não
podia ser executada por alguém que não soubesse, ao menos, como recolher as
informações necessárias por meio de catálogos, manuais ou mesmo inspeções locais
no parque de máquinas, e, por esse emotivo, foram fruto de bastante aprendizado
tanto técnico quanto administrativo durante a realização do estágio neste relatório
documentado.
Criados os códigos ERP para as peças de reposição de um equipamento crítico, a
última etapa para incorporá-los como um item de almoxarifado da LR de reposição
contínua era a solicitação específica por meio do preenchimento de um formulário
online. Através dele, definia-se sobre qual dos setores de produção o item teria
impacto, o que exatamente o tornaria um item estratégico, isto é, qual a sua atuação
sobre o equipamento ou máquina do qual fazia parte, se o seu consumo seria
esporádico ou regular e qual a sua estimativa de preço. Uma vez que envolviam a
gestão de custos e da disposição do almoxarifado, as informações desse formulário
eram preenchidas comumente sob orientação do Supervisor de Manutenção ou do
Analista de Processos.
A inclusão de um item de almoxarifado como item estratégico da LR dava início
automático um processo de compra por meio da automação do SAP ERP, a fim de
que o quantitativo definido e aceito pelo CSC fosse atendido pela primeira vez,
ocorrendo o mesmo, também, sempre que detectado pelo sistema uma diferença
maior que o estipulado para o estoque real e o estoque estratégico definido para o
item. Em caso fortuito dos materiais não serem repostos de forma automática, sua
remessa atrasar ou sua demanda superar a inicialmente prevista quando do
preenchimento do formulário de estoque estratégico, eram realizadas tratativas por e-
mail com o pessoal da gerência de Suprimentos.
1.600
1.400
Máxima
1.200
Média
1.000
Contratada vigente
800
Contratada nova
600
400
200
000
Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Figura 28. Demandas máximas e médias do consumo de energia da LR fora da ponta, 2020
R$80.466,42
Multa
R$18.826,58
R$19.316,94
R$92.150,36
R$490,36
Nos gráficos dos relatórios, o fator de carga está representado de forma inversamente
proporcional à área retangular em azul claro das barras: quanto maior elas são,
menores são os fatores de carga individuais dos respectivos meses, de maneira que
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5. RESULTADOS ALCANÇADOS
8. CONCLUSÃO
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
10. ALVES, Normando V. B. A nova ABNT NBR 5419: preciso adequar a minha
instalação? haverá choro e ranger de dentes. O Setor Elétrico, Campinas, v. 1, n.
136, p. 1-1, maio 2017. Disponível em: https://www.osetoreletrico.com.br/nova-abnt-
nbr-5419-preciso-adequar-minha-instalacao-havera-choro-e-ranger-de-dentes/.
Acesso em: 02 ago. 2020.
11. INSTRUTEMP (ed.). NBR 5419: você está preparado?. 2015. Disponível em:
https://instrutemp.com.br/nbr-5419-voce-esta-preparado/. Acesso em: 02 ago. 2020.
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13. GOMES, Pedro César Tebaldi. O que é gestão à vista e como implementar na
sua empresa. 2015. Disponível em: https://www.opservices.com.br/gestao-a-vista/.
Acesso em: 03 ago. 2020.
15. CYRINO, Luis. Estoque da Manutenção: PCM no controle. 2016. Disponível em:
https://www.manutencaoemfoco.com.br/estoque-da-manutencao/. Acesso em: 25
ago. 2020.
16. DIAS, Ricardo. Enquadramento tarifário: qual o melhor? azul ou verde?. 2020.
Disponível em: https://www.cubienergia.com/enquadramento-tarifario-azul-verde/.
Acesso em: 17 set. 2020.
20. ASTEFANELLO, Lucas. Consumo ponta e fora ponta: o que é e por que conhecer.
2019. Disponível em: https://beenergy.com.br/consumo-ponta-e-fora-ponta-o-que-e/.
Acesso em: 23 set. 2020.