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Há 17 anos, o Curso BR é referência nacional


na preparação para Concursos Públicos e
Exames da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Pensando na praticidade e acessibilidade de uma


nova ferramenta de ensino, o Curso BR oferece um novo
material em formato Digital.

Aproveite a praticidade do material digital e


estude onde e quando quiser.

“Muito obrigado pela preferência e bons estudos.”

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SUMÁRIO

4 LÍNGUA PORTUGUESA
203 MATEMÁTICA
321 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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Língua Portuguesa

Interpretação de texto
O hábito da leitura é fundamental durante a preparação para qualquer concurso público.
Mas para uma disciplina específica é ponto chave para que os candidatos consigam o maior
número de acertos.

A interpretação de textos, tão comum em provas de Português, sempre foi um tópico de grande
dificuldade para os candidatos a concursos públicos ou vestibulares.

As pessoas têm pouca disposição de mergulhar no texto, conseguem lê-lo, mas não aprofundam
a leitura, não extraem dele aquelas informações que uma leitura superficial, apressada, não
permite.

Ao tentar resolver o problema, as pessoas buscam os materiais que julgam poder ajudá-las.

Caem, então, no velho vício de ler teoria em excesso, estudar coisas que nem sempre dizem
respeito à compreensão e interpretação dos textos e no final, cansadas, não fazem o essencial:
ler uma grande quantidade de textos — e tentar interpretá-los.

Interpretar um texto é penetrá-lo em sua essência, observar qual é a ideia principal, quais os
argumentos que comprovam a ideia, como o texto está escrito e outras nuanças. Em suma,
procurar interpretar corretamente um texto é ampliar seus horizontes existenciais.

Compreensão

A base conceitual da interpretação de texto é a compreensão. A etimologia, ainda que não seja
um recurso confiável para estabelecer o significado das palavras, pode ser útil aqui, para mostrar
a diferença entre compreender e interpretar. “Compreender” vem de duas palavras latinas:
“cum”, que significa “junto” e “prehendere” que significa “pegar”.

Compreender é, portanto, “pegar junto”.

Essa ideia de juntar é óbvia em uma das principais acepções do verbo compreender: ser
composto de dois ou mais elementos, ou seja, abarcar, envolver, abranger, incluir.

Vejamos alguns exemplos para ilustrar essa acepção:

• O ensino da língua compreende o estudo da fala e da escrita.

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• A gramática tradicional compreende o estudo da fonologia, da morfologia, da sintaxe e


da semântica.

• A leitura compreende o contato do leitor com vários textos.

Saber ler corretamente

Ler adequadamente é mais do que ser capaz de decodificar as palavras ou combinações


linearmente ordenadas em sentenças. O interessado deve aprender a “enxergar” todo o contexto
denotativo e conotativo. É preciso compreender o assunto principal, suas causas e
consequências, críticas, argumentações, polissemias, ambiguidades, ironias, etc.

Ler adequadamente é sempre resultado da consideração de dois tipos de fatores: os


propriamente linguísticos e os contextuais ou situacionais, que podem ser de natureza bastante
variada. Bom leitor, portanto, é aquele capaz de integrar estes dois tipos de fatores.

Erros de Leitura

Extrapolar

Trata-se de um erro muito comum. Ocorre quando saímos do contexto, acrescentando-lhe ideias
que não estão presentes no texto. A interpretação fica comprometida, pois passamos a criar
sobre aquilo que foi lido. Frequentemente, relacionamos fatos que conhecemos, mas que eram
realidade em outros contextos e não naquele que está sendo analisado.

Reduzir
Trata-se de um erro oposto à extrapolação. Ocorre quando damos atenção apenas a uma parte
ou aspecto do texto, esquecendo a totalidade do contexto. Privilegiamos, desse modo, apenas
um fato ou uma relação que podem ser verdadeiros, porém insuficientes se levarmos em
consideração o conjunto das ideias.

Contradizer
É o mais comum dos erros. Ocorre quando chegamos a uma conclusão que se opõe ao texto.
Associamos ideias que, embora no texto, não se relacionam entre si.

Nas provas de concursos públicos, o candidato deve ter o hábito de fazer leituras diárias, pois é
através dela que o indivíduo terá um vocabulário mais amplo e um conhecimento aprimorado
da língua portuguesa. Praticar a leitura, faz com que a interpretação seja mais aguçada e o
concurseiro possa entender os enunciados de outras questões no decorrer de sua prova. Ao
estudar, se houverem palavras não entendidas, procure no dicionário. Ele será seu companheiro
na hora das dúvidas.

Em questões que cobram a interpretação de textos como, por exemplo, aquelas que existem
textos de autores famosos ou de notícias, procure entender bem o enunciado e verificar o que

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está sendo cobrado, pois é preciso responder o que exatamente está sendo cobrado no texto e
não aquilo que o candidato pensa.

Ao ler um texto procure atingir dois níveis de leitura: leitura informativa e de reconhecimento e
leitura interpretativa.

No primeiro caso, deve-se ter uma primeira noção do tema, extraindo informações importantes
e verificando a mensagem do escritor.

No segundo tipo de leitura, é aconselhável grifar trechos importantes, palavras-chaves e


relacionar cada parágrafo com a ideia central do texto.

Geralmente, um texto é organizado de acordo com seus parágrafos, cada um seguindo uma
linha de raciocínio diferente e de acordo com os tipos de texto, que podem ser narrativo,
descritivo e dissertativo. Cada tipo desses, possui uma forma diferente de organização do
conteúdo.

Tipos de textos

A narração consiste em arranjar uma sequência de fatos na qual os personagens se


movimentam num determinado espaço à medida que o tempo passa.
O texto narrativo é baseado na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito. Seus
elementos são: narrador, enredo, personagens, espaço e tempo.
Dessa forma, o texto narrativo apresenta uma determinada estrutura:
Esquematizando temos:
– Apresentação;
– Complicação ou desenvolvimento;
– Clímax;
– Desfecho.
Protagonistas e Antagonistas: A narrativa é centrada num conflito vivido pelos personagens.
Diante disso, a importância dos personagens na construção do texto é evidente.
Podemos dizer que existe um protagonista (personagem principal) e um antagonista
(personagem que atua contra o protagonista, impedindo-o de alcançar seus objetivos). Há
também os adjuvantes ou coadjuvantes, esses são personagens secundários que também
exercem papéis fundamentais na história.
Narração e Narratividade: Em nosso cotidiano encontramos textos narrativos; contamos e/ou
ouvimos histórias o tempo todo. Mas os textos que não pertencem ao campo da ficção não são
considerados narração, pois essas não têm como objetivo envolver o leitor pela trama, pelo
conflito. Podemos dizer que nesses relatos há narratividade, que quer dizer, o modo de ser da
narração.
Os Elementos da Narrativa: Os elementos que compõem a narrativa são:
– Foco narrativo (1º e 3º pessoa);
– Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante);
– Narrador (narrador- personagem, narrador observador).
– Tempo (cronológico e psicológico);
– Espaço.

Exemplo de Texto Narrativo:

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Conta à lenda que um velho funcionário público de Veneza noite e dia, dia e noite rezava e
implorava para o seu Santo que o fizesse ganhar sozinho na loteria cujo valor do premio o faria
realizar todos seus desejos e vontades. Assim passavam os dias, as semanas, os meses e anos.E
nada acontecia. Até que no dia do Santo, de tanto que seu fiel devoto chorava e implorava, o
Santo surgiu do nada e numa voz de desespero e raiva gritou:

Pelo menos meu filho compra o bilhete!!!

Descritivo

“Descrição é a representação verbal de um objeto sensível (ser, coisa, paisagem), através da


indicação dos seus aspectos mais característicos, dos pormenores que o individualizam, que o
distinguem.”
Descrever não é enumerar o maior número possível de detalhes, mas assinalar os traços mais
singulares, mais salientes; é fazer ressaltar do conjunto uma impressão dominante e singular.
Dependendo da intenção do autor, varia o grau de exatidão e minúcia na descrição.
Diferentemente da narração, que faz uma história progredir, a descrição faz interrupções na
história, para apresentar melhor um personagem, um lugar, um objeto, enfim, o que o autor
julgar necessário para dar mais consistência ao texto.
Texto descritivo é, então, desenhar, pintar, usando palavras em vez de tintas. Um bom exercício
para levar a criança a vivenciar o texto descritivo e pedir que ela olhe em volta e escreva ou fale
o que está vendo, descrever objetos como, sua mochila, estojo, etc. Ou que ela conte como é o
coleguinha ao lado, (nessa é bom ter cuidado, pois elas costumam achar defeitos horrorosos).
Algumas das características que marcam o texto descritivo são:
•presença de substantivo, que identifica o que está sendo descrito.
•adjetivos e locuções adjetivas.
•presença de verbos de ligação.
•há predominância do predicado verbal, devido aos verbos de ligação e aos adjetivos.
•emprego de metáforas e comparações, para auxiliar na “visualização” das características que se
deseja descrever.
Essa é a explicação básica e resumida de “como ensinar texto descritivo para crianças”.
Lembrando que ao descrever seres vivos, as características psicológicas e comportamentais,
também fazem parte da descrição.

Exemplo de texto descritivo:

“A árvore é grande, com tronco grosso e galhos longos”. É cheia de cores, pois tem o marrom, o
verde, o vermelho das flores e até um ninho de passarinhos. O rio espesso com suas águas
barrentas desliza lento por entre pedras polidas pelos ventos e gastas pelo tempo.

Dissertativo

Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Assim, o texto
dissertativo pertence ao grupo dos textos expositivos, juntamente ao texto de apresentação
científica, o relatório, o texto didático, o artigo enciclopédico. Em princípio, o texto dissertativo
não está preocupado com a persuasão e sim, com a transmissão de conhecimento, sendo,
portanto, um texto informativo.

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Os textos argumentativos, ao contrário, têm por finalidade principal persuadir o leitor sobre o
ponto de vista do autor a respeito do assunto. Quando o texto, além de explicar, também
persuade o interlocutor e modifica seu comportamento, temos um texto dissertativo-
argumentativo. O texto dissertativo argumentativo tem uma estrutura convencional, formada
por três partes essenciais.

Introdução (1o parágrafo): Apresenta a ideia principal da dissertação, podendo conter uma
citação, uma ou mais perguntas (contanto que sejam respondidas durante o texto), comparação,
pensamento filosófico, afirmação histórica, etc.
Desenvolvimento (2o aos penúltimos parágrafos): Argumentação e desenvolvimento do tema,
na qual o autor dá a sua opinião e tenta persuadir o leitor, sem nunca usar a primeira pessoa
(invés de “eu sei”, use “nós sabemos” ou “se sabe”).
Conclusão (último parágrafo): Resumo do que foi dito no texto e/ou uma proposta de solução
para os problemas nele tratados.
Exemplo de texto dissertativo:

Uma nova ordem

Nunca foi tão importante no País uma cruzada pela moralidade. As denúncias que se sucedem,
os escândalos que se multiplicam, os casos ilícitos que ocorrem em diversos níveis da
administração pública exibem, de forma veemente, a profunda crise moral por que passa o País.
O povo se afasta cada vez mais dos políticos, como se estes fossem símbolos de todos os males.
As instituições normativas, que fundamentam o sistema democrático, caem em descrédito. Os
governantes, eleitos pela expressão do voto, também engrossam a caldeira da descrença e,
frágeis, acabam comprometendo seus programas de gestão.
Para complicar, ainda estamos no meio de uma recessão que tem jogado milhares de
trabalhadores na rua, ampliando os bolsões de insatisfação e amargura.
Não é de estranhar que parcelas imensas do eleitorado, em protesto contra o que vêem e
sentem, procurem manifestar sua posição com o voto nulo, a abstenção ou o voto em branco.
Convenhamos, nenhuma democracia floresce dessa maneira.
A atitude de inércia e apatia dos homens que têm responsabilidade pública os condenará ao
castigo da história. É possível fazer-se algo, de imediato, que possa acender uma pequena
chama de esperança.
O Brasil dos grandes valores, das grandes ideias, da fé e da crença, da esperança e do futuro
necessita, urgentemente da ação solidária, tanto das autoridades quanto do cidadão comum,
para instaurar uma nova ordem na ética e na moral.

Lembre-se

Não existe texto difícil, existe texto mal interpretado.


O texto é como uma colcha de retalhos. O candidato deve dividi-lo em partes, ver as ideias mais
importantes em cada uma e enxergar a coerência entre elas.

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Questões de Concursos

1 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo


Prazer sem humilhação

O poeta Ferreira Gullar disse há tempos uma frase que gosta de repetir: “A crase não existe
para humilhar ninguém". Entenda-se: há normas gramaticais cuja razão de ser é emprestar
clareza ao discurso escrito, valendo como ferramentas úteis e não como instrumentos de tortura
ou depreciação de alguém.
Acho que o sentido dessa frase pode ampliar-se: “A arte não existe para humilhar
ninguém", entendendo-se com isso que os artistas existem para estimular e desenvolver nossa
sensibilidade e inteligência do mundo, e não para produzir obras que separem e hierarquizem as
pessoas. Para ficarmos no terreno da música: penso que todos devem escolher ouvir o que
gostam, não aquilo que alguém determina. Mas há aqui um ponto crucial, que vale a pena
discutir: estamos mesmo em
condições de escolher livremente as músicas de que gostamos?
Para haver escolha real, é preciso haver opções reais. Cada vez que um carro passa com o
som altíssimo de graves repetidos praticamente sem variação, num ritmo mecânico e hipnótico,
é o caso de se perguntar: houve aí uma escolha? Quem alardeia os infernais decibéis de seu som
motorizado
pela cidade teve a chance de ouvir muitos outros gêneros musicais? Conhece muitos outros
ritmos, as canções de outros países, os compositores de outras épocas, as tendências da música
brasileira, os incontáveis estilos musicais já inventados e frequentados? Ou se limita a comprar
no mercado o que está vendendo na prateleira dos sucessos, alimentando o círculo vicioso e
enganoso do “vende porque é bom, é bom porque vende"?
Não digo que A é melhor que B, ou que X é superior a todas as letras do alfabeto; digo que
é importante buscar conhecer todas as letras para escolher. Nada contra quem escolhe um
“batidão" se já ouviu música clássica, desde que tenha tido realmente a oportunidade de ouvir e
escolher compositores clássicos que lhe digam algo. Não acho que é preciso escolher, por
exemplo, entre os grandes Pixinguinha e Bach, entre Tom Jobim e Beethoven, entre um forró e a
música eletrônica das baladas, entre a música dançante e a que convida a uma audição mais
serena; acho apenas que temos o direito de ouvir tudo isso antes de escolher. A boa música, a
boa arte, esteja onde estiver, também não existe para humilhar ninguém.

(João Cláudio Figueira, inédito)

A diversidade de épocas e de linguagens em que as artes se manifestam

• a) representa uma riqueza cultural para quem foi contemplado com uma inata e especial
sensibilidade.

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• b) obriga o público a confiar no mercado, cujos critérios costumam respeitar tal


diversidade.

• c) não interessa ao gosto popular, que costuma cultivar as exigências artísticas mais
revolucionárias.

• d) constitui uma vantagem para quem se habilita a escolher de acordo com o próprio
gosto.

• e) cria uma impossibilidade de opções reais, razão pela qual cada um de nós aprimora
seu gosto pessoal.

2 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo

O autor da crônica se reporta ao emprego da crase, ao sentido da arte em geral e ao da música


clássica em particular. A tese que articula esses três casos e justifica o título da crônica é a
seguinte:

• a) É comum que nos sintamos humilhados quando não conseguimos extrair prazer de
todos os níveis de cultura que se oferecem ao nosso desfrute.

• b) Costumamos ter vergonha daquilo que nos causa prazer, pois nossas escolhas
culturais são feitas sem qualquer critério ou disciplina.

• c) A possibilidade de escolha entre os vários níveis de expressão da linguagem e das


artes não deve constranger, mas estimular nosso prazer.

• d) Tanto o emprego da crase como a audição de música clássica são reveladores do mau
gosto de quem desconsidera o prazer verdadeiro dos outros.

• e) Somente quem se mostra submisso e humilde diante da linguagem culta e da música


clássica está em condições de sentir um verdadeiro prazer.

3 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo

Considere as seguintes afirmações:

I. Têm significação equivalente, no 2° parágrafo, estes dois segmentos: estimular e desenvolver


nossa sensibilidade e separem e hierarquizem as pessoas.
II. O autor se refere ao som altíssimo do que toca num carro que passa para ilustrar o caso de
quem, diante de tantas opções reais, fez uma escolha de gosto discutível.
III. O que importa para a definição do nosso gosto é que se abram para nós todas as opções
possíveis, para que a partir delas escolhamos a que de fato mais nos apraz.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em

• a) II e III.

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• b) III.

• c) II.

• d) I e III.

• e) I.

4 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo

Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:

• a) clássicos que lhe digam algo (4º parágrafo) = eruditos que lhe transmitam alguma
coisa.

• b) instrumentos de tortura ou depreciação (1º parágrafo) = meios de aviltamento ou


rejeição.

• c) ritmo mecânico e hipnótico (3º parágrafo) = toque automático e insone.

• d) alardeia os infernais decibéis (3º parágrafo) = propaga os pérfidos excessos.

• e) alimentando o círculo vicioso (3º parágrafo) = nutrindo a esfera pecaminosa.

5 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo

Pátrio poder

Pais que vivem em bairros violentos de São Paulo


chegam a comprometer 20% de sua renda para manter seus
filhos em escolas privadas. O investimento faz sentido? A
questão, por envolver múltiplas variáveis, é complexa, mas, se
fizermos questão de extrair uma resposta simples, ela é
"provavelmente sim". Uma série de estudos sugere que a
influência de pais sobre o comportamento dos filhos, ainda que
não chegue a ser nula, é menor do que a imaginada e se dá por
vias diferentes das esperadas. Quem primeiro levantou essa
hipótese foi a psicóloga Judith Harris no final dos anos 90.
Para Harris, os jovens vêm programados para ser
socializados não pelos pais, como pregam nossas instituições e
nossa cultura, mas pelos pares, isto é, pelas outras crianças
com as quais convivem. Um dos muitos argumentos que ela usa
para apoiar sua teoria é o fato de que filhos de imigrantes não
terminam falando com a pronúncia dos genitores, mas sim com
a dos jovens que os cercam.
As grandes aglomerações urbanas, porém, introduziram

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um problema. Em nosso ambiente ancestral, formado por


bandos de no máximo 200 pessoas, o "cantinho" das crianças
era heterogêneo, reunindo meninos e meninas de várias idades.
Hoje, com escolas que reúnem centenas de alunos, o(a)
garoto(a) tende a socializar-se mais com coleguinhas do mesmo
sexo, idade e interesses. O resultado é formação de nichos com
a exacerbação de características mais marcantes. Meninas se
tornam hiperfemininas, e meninos, hiperativos. O mau aluno
encontra outros maus alunos, que constituirão uma subcultura
onde rejeitar a escola é percebido como algo positivo. O mesmo
vale para a violência e drogas. Na outra ponta, podem surgir
meios que valorizem a leitura e a aplicação nos estudos.
Nesse modelo, a melhor chance que os pais têm de
influir é determinando a vizinhança em que seu filho vai viver e
a escola que frequentará.
(Adaptado de: SCHWARTSMAN, Hélio. Folha de São Paulo,
7/12/2014)

À pergunta O investimento faz sentido? o próprio autor responde: “provavelmente sim”. Essa
resposta se justifica, porque

• a) as grandes concentrações humanas estimulam características típicas do que já foi


nosso ambiente ancestral.

• b) a escola particular, mesmo sendo cara, acaba por desenvolver nos alunos uma
subcultura crítica em relação ao ensino.

• c) a escola, ao contrário do que se imagina, tem efeitos tão poderosos quanto os que
decorrem da convivência familiar.

• d) as influências dos pares de um educando numa escola pública são menos nocivas do
que os exemplos de seus pais.

• e) a qualidade do convívio de um estudante com seus colegas de escola é um fator


determinante para sua formação.

6 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo

Com a frase O resultado é formação de nichos com a exacerbação de características mais


marcantes (3º parágrafo) o autor está afirmando que a socialização nas escolas se dá de modo a

• a) criar grupos fortemente tipificados.

• b) dissolver os agrupamentos perniciosos.

• c) promover a competitividade entre os grupos.

• d) estabelecer uma hierarquia no interior dos grupos.

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• e) incentivar o desempenho dos alunos mais habilitados.

7 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo

Considere as seguintes afirmações:


I. A hipótese levantada pela psicóloga Judith Harris é a de que os estudantes migrantes são
menos sensíveis às influências dos pais que às de seus professores.
II. O fato de um mau aluno se deixar atrair pela amizade de outro mau aluno prova que as
deficiências da vida familiar antecedem e determinam o mau aproveitamento escolar.
III. Do ponto de vista do desempenho escolar, podem ser positivos ou negativos os traços de
afinidade que levam os estudantes a se agruparem.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em

• a) I e III.

• b) I.

• c) III.

• d) II e III.

• e) I e II.

8 - FGV - 2015 - TJ-BA - Analista Judiciário

Texto 1 – “A história está repleta de erros memoráveis. Muitos foram cometidos por pessoas
bem-intencionadas que simplesmente tomaram decisões equivocadas e acabaram sendo
responsáveis por grandes tragédias. Outros, gerados por indivíduos motivados por ganância e
poder, resultaram de escolhas egoístas e provocaram catástrofes igualmente terríveis.” (As piores
decisões da história, Stephen Weir)

A primeira frase do texto 1, no desenvolvimento desse texto, desempenha o seguinte papel:

• a) aborda o tema de “erros memoráveis”, que são enumerados nos períodos seguintes;

• b) introduz um assunto, que é subdividido no restante do texto;

• c) mostra a causa de algo cujas consequências são indicadas a seguir;

• d) denuncia a história como uma sequência de erros cometidos por razões explicitadas a
seguir;

• e) faz uma afirmação que é comprovada pelas exemplificações seguintes.

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GABARITO

1-D 2-C 3-B 4-A 5-E 6-A 7-C 8-B

FONOLOGIA

Fonética e Grafema

A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono ( "som, voz") e log, logia ( "estudo",
"conhecimento") . Significa literalmente " estudo dos sons" ou "estudo dos sons da voz".

O homem, ao falar, emite sons. Cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar esses sons
no ato da fala. Essas particularidades na pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética.

Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de estabelecer uma distinção de
significado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a
distinção entre os pares de palavras:

amor - ator
morro - corro
vento - cento

Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a
imagem acústica que você, como falante de português, guarda de cada um deles. É essa
imagem acústica, esse referencial de padrão sonoro, que constitui o fonema. Os fonemas
formam os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparecem representados entre
barras. Assim: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.

Fonema e Letra

1) O fonema não deve ser confundido com a letra. Na língua escrita, representamos os fonemas
por meio de sinais chamados letras. Portanto, letra é a representação gráfica do fonema. Na
palavra sapo, por exemplo, a letra s representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a
letra s representa o fonema /z/ (lê-se zê).

2) Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o
caso do fonema /z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x:

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Exemplos:

zebra
casamento
exílio

3) Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra x, por exemplo,
pode representar:

- o fonema sê: texto


- o fonema zê: exibir
- o fonema chê: enxame
- o grupo de sons ks: táxi

4) O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas.

Exemplos:

tóxico fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: tóxico


1234567 123456
galho fonemas: /g/a/lh/o/ letras: ga lho
12 3 4 12345

5) As letras m e n, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos:

compra
conta

Nessas palavras, m e n indicam a nasalização das vogais que as antecedem.

Veja ainda:

nave: o /n/ é um fonema;


dança: o n não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras a e n.

6) A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.

Exemplos:

hoje fonemas: ho / j / e / letras: hoje


1 2 3 1234

Os fonemas da língua portuguesa são classificados em:

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1) Vogais

As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que


passa livremente pela boca. Em nossa língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas.
Assim, isso significa que em toda sílaba há necessariamente uma única vogal.

Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entreaberta. As vogais podem ser:

a) Orais: quando o ar sai apenas pela boca.

Por Exemplo:
/a/, /e/, /i/, /o/, /u/.

b) Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais.

Por Exemplo:

/ã/: fã, canto, tampa


/ /: dente, tempero
/ /: lindo, mim
/õ/ bonde, tombo
/ / nunca, algum

c) Átonas: pronunciadas com menor intensidade.

Por Exemplo:
até, bola

d)Tônicas: pronunciadas com maior intensidade.

Por Exemplo:
até, bola

Quanto ao timbre, as vogais podem ser:

Abertas

Exemplos:

pé, lata, pó

Fechadas

Exemplos:

mês, luta, amor

Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das palavras.

Exemplos:

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dedo, ave, gente

Quanto à zona de articulação:

Anteriores ou Palatais - A língua eleva-se em direção ao palato duro (céu da boca).

Exemplos:

é, ê, i

Posteriores ou Velares - A língua eleva-se em direção ao palato mole (véu palatino).

Exemplos:

ó, ô, u

Médias - A língua fica baixa, quase em repouso.

Por Exemplo:

2) Semivogais

Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. Aparecem apoiados em uma vogal,
formando com ela uma só emissão de voz (uma sílaba). Nesse caso, esses fonemas são
chamados de semivogais. A diferença fundamental entre vogais e semivogais está no fato de
que estas últimas não desempenham o papel de núcleo silábico.

Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: pa-pai. Na última sílaba, o fonema
vocálico que se destaca é o a. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico i não é tão forte quanto
ele. É a semivogal.

Outros exemplos:

saudade, história, série.

Obs.: os fonemas /i/ e /u/ podem aparecer representados na escrita por" e", "o" ou "m".

Veja:

pães / pãis mão / mãu/ cem /c i/

3) Consoantes

Para a produção das consoantes, a corrente de ar expirada pelos pulmões encontra obstáculos
ao passar pela cavidade bucal. Isso faz com que as consoantes sejam verdadeiros "ruídos",
incapazes de atuar como núcleos silábicos. Seu nome provém justamente desse fato, pois, em
português, sempre consoam ("soam com") as vogais.

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Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/

Responda

FUNRIO - 2010 - SEBRAE-PA - Analista Técnico

As alternativas abaixo transcrevem notícias publicadas na coluna de Ancelmo Góis, do jornal O


Globo, em 21/04/2010. Assinale a única que contém um engano ortográfico decorrente de
confusão entre letra e fonema.

• a) A PM do Rio vai iniciar um programa de prevenção de desvio de conduta da tropa.

• b) Mestre Marçal, o saudoso percussionista, entrou num avião e pôs a cuíca no colo.

• c) Em Londres, muito brazuca ficou retido nos aeroportos sem um tostão no bolso.

• d) Um grupo de brasileiros que mora em Milão tem cobrado 300 euros por noite para
abrigar compatriotas.

• e) Os EUA, sede da Copa de 1994, já cabalam votos para voltar a abrigar a competição.

GABARITO

Letra C - A grafia correta é BRASUCA, e não brazuca. A confusão decorre do fato de terem o
mesmo fonema (som). O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), da Academia
Brasileira de Letras, registra apenas brasuca, com s. Lembrem-se: a palavra é derivada de Brasil,
brasileiro.

Sílaba – Divisão Silábica

Sílaba

A palavra amor está dividida em grupos de fonemas pronunciados separadamente: a - mor. A


cada um desses grupos pronunciados numa só emissão de voz dá-se o nome de sílaba. Em
nossa língua, o núcleo da sílaba é sempre uma vogal: não existe sílaba sem vogal e nunca há
mais do que uma vogal em cada sílaba. Dessa forma, para sabermos o número de sílabas de
uma palavra, devemos perceber quantas vogais tem essa palavra.

Atenção: as letras i e u (mais raramente com as letras e e o) podem representar semivogais.

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Classificação das Palavras quanto ao Número de Sílabas

1) Monossílabas: possuem apenas uma sílaba.


Exemplos: mãe, flor, lá, meu

2) Dissílabas: possuem duas sílabas.


Exemplos: ca-fé, i-ra, a-í, trans-por

3) Trissílabas: possuem três sílabas.


Exemplos: ci-ne-ma, pró-xi-mo, pers-pi-caz, O-da-ir

4) Polissílabas: possuem quatro ou mais sílabas.


Exemplos: a-ve-ni-da, li-te-ra-tu-ra, a-mi-ga-vel-men-te, o-tor-ri-no-la-rin-go-lo-gis-ta

Divisão Silábica

Na divisão silábica das palavras, cumpre observar as seguintes normas:

a) Não se separam os ditongos e tritongos.


Exemplos: foi-ce, a-ve-ri-guou

b) Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu.


Exemplos: cha-ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês, quei-xa

c) Não se separam os encontros consonantais que iniciam sílaba.


Exemplos: psi-có-lo-go, re-fres-co

d) Separam-se as vogais dos hiatos.


Exemplos: ca-a-tin-ga, fi-el, sa-ú-de

e) Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç xc.


Exemplos: car-ro, pas-sa-re-la, des-cer, nas-ço, ex-ce-len-te

f) Separam-se os encontros consonantais das sílabas internas, excetuando-se aqueles em


que a segunda consoante é l ou r.
Exemplos: ap-to, bis-ne-to, con-vic-ção, a-brir, a-pli-car

Encontros Vocálicos

Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e semivogais, sem consoantes


intermediárias. É importante reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em sílabas.
Existem três tipos de encontros: o ditongo, o tritongo e o hiato.

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1) Ditongo

É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba. Pode ser:

a) Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal.


Por Exemplo:

sé-rie (i = semivogal, e = vogal)

b) Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal.


Por Exemplo:

pai (a = vogal, i = semivogal)

c) Oral: quando o ar sai apenas pela boca.


Exemplos:

pai, série

d) Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais.


Por Exemplo:

mãe

2) Tritongo

É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e uma semivogal, sempre nessa ordem,
numa só sílaba. Pode ser oral ou nasal.
Exemplos:

Paraguai - Tritongo oral


quão - Tritongo nasal

3) Hiato

É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a sílabas diferentes, uma vez
que nunca há mais de uma vogal numa sílaba.
Por Exemplo:

saída (sa-í-da)
poesia (po-e-si-a)

Encontros Consonantais

O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária, recebe o nome


de encontro consonantal.

Existem basicamente dois tipos de encontros consonantais:

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- os que resultam do contato consoante + l ou r e ocorrem numa mesma sílaba, como


em: pe-dra, pla-no, a-tle-ta, cri-se...

- os que resultam do contato de duas consoantes pertencentes a sílabas diferentes: por-


ta, rit-mo, lis-ta...

Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso,
inseparáveis: pneu, gno-mo,psi-có-lo-go...

Dígrafos

De maneira geral, cada fonema é representado, na escrita, por apenas uma letra.
Por Exemplo:

lixo - Possui quatro fonemas e quatro letras.

Há, no entanto, fonemas que são representados, na escrita, por duas letras.

Por Exemplo:

bicho - Possui quatro fonemas e cinco letras.

Na palavra acima, para representar o fonema | xe| foram utilizadas duas letras: o c e o h.

Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas para representar um único fonema (di =
dois + grafo = letra). Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos que convém
conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos: consonantais e vocálicos.

Dígrafos Consonantais

Letras Fonemas Exemplos


lh lhe telhado
nh nhe marinheiro
ch xe chave
rr Re (no interior da palavra) carro
ss se (no interior da palavra) passo
qu que (seguido de e e i) queijo, quiabo
gu gue (seguido de e e i) guerra, guia
sc se crescer
sç se desço
xc se exceção

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Dígrafos Vocálicos: registram-se na representação das vogais nasais.

Fonemas Letras Exemplos


ã am tampa
an canto
em templo
en lenda
im limpo
in lindo
õ om tombo
on tonto
um chumbo
un corcunda

Observação:

"Gu" e "qu" são dígrafos somente quando, seguidos de "e" ou "i", representam os fonemas /g/
e /k/:guitarra, aquilo. Nesses casos, a letra "u" não corresponde a nenhum fonema. Em algumas
palavras, no entanto, o "u" representa um fonema semivogal ou vogal (aguentar, linguiça,
aquífero...) Nesse caso, "gu" e"qu" não são dígrafos. Também não há dígrafos quando são
seguidos de "a" ou "o" (quase, averiguo).

Ortografia

A ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a forma escrita das palavras. Essa escrita
está relacionada tanto a critérios etimológicos (ligados à origem das palavras) quanto
fonológicos (ligados aos fonemas representados). É importante compreender que a ortografia é
fruto de uma convenção. A forma de grafar as palavras é produto de acordos ortográficos que
envolvem os diversos países em que a língua portuguesa é oficial. A melhor maneira de treinar a
ortografia é ler, escrever e consultar o dicionário sempre que houver dúvida.

A nova ortografia

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Alfabeto
O alfabeto, que antes se compunha de 23 letras, agora se compõe de 26 letras. Há muito
tempo as letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma novidade. Elas já
apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e palavras importadas do idioma inglês,
como:

km – quilômetro,
kg – quilograma
Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.
O alfabeto, graficamente, se apresenta:

A–B–C–D–E–F–G–H–I–J–K–L–M–N–O–P–Q–R–S–T–U–V–W–X–Y
–Z

Trema
Não se usa mais o trema em palavras do português. Ele só vai permanecer em nomes próprios e
seus derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bundchen não vai deixar de usar o
trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso, o “u” lê-se “i”)

Quanto à classificação da sílaba, as palavras podem ser:

•Átonas – quando não há ênfase na pronúncia de uma sílaba.


•Tônicas – quando há ênfase na pronúncia de uma sílaba.
Ex. A palavra “mato” tem duas sílabas: a primeira “ma” – é tônica; a segunda “to” – é átona.

Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras podem ser:

•Oxítonas – quando a sílaba forte encontra-se na última sílaba de uma palavra.


Ex. saci, funil, parabéns, café, calor, bombom.

•Paroxítonas – quando a sílaba forte encontra-se na penúltima sílaba.


Ex. escola, sossego, dormindo, amável.

•Proparoxítonas – quando a sílaba forte encontra-se na antepenúltima sílaba.


Ex. pêndulo, lâmpada, rápido, público, cômico.

Quanto à classificação dos encontros vocálicos:

•Ditongo: encontro de duas vogais numa só sílaba.


Ex. céu, véu, coi-sa, i-dei-a.

•Hiato: encontro de duas vogais em sílabas separadas.

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Ex. fa-ís-ca, i-dei-a, pa-pa-gai-o, ba-i-nha.

* a palavra "ideia" possui ditongo E hiato.

Quanto ao número de sílabas, as palavras podem ser:

•Monossílabas – com apenas uma sílaba.


Ex. mau, mês, vi, um, só

•Dissílabas – com duas sílabas.


Ex. Ca-fé, Ca-sa, mui-to, li-vro, rou-pa, rit-mo

•Trissílabas – palavras com três sílabas.


Ex. Eu-ro-pa, cri-an-ça, ma-lu-co, tor-na-do

•Polissílabas – palavras com quatro ou mais sílabas.


Ex. Pa-ra-pei-to, es-tu-dan-te, u-ni-ver-si-da-de, la-bi-rin-ti-te.

As gramáticas costumam ainda classificar os monossílabos (palavras com apenas uma sílaba) em
dois tipos:

•Monossílabo átono: palavras de uma sílaba fraca, ou seja, pronunciada sem ênfase. Estes
podem ser:
Artigos: o, a, um...

Pronomes Pessoais Oblíquos: se, te, ti, lhe, o, a...

Pronome relativo: que

Conjunção: e, ou, mas, nem...

Preposição: dos, de, à, na...

•Monossílabo tônico: palavras de uma sílaba tônica, ou seja, pronunciadas com ênfase,
que podem ser:
Verbos: li, vi, ter, ser, dê...

Substantivos: sol, mar, flor, dor, mel...

Adjetivos: mau, bom, má...

Pronomes: eu, tu, nós, mim...

Advérbios: lá, cá, bem, já...

Uso hífen ou não?

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A letra “H” é uma letra sem personalidade, sem som. Em “Helena”, não tem som; em
"Hollywood”, tem som de “R”. Portanto, não deve aparecer encostado em prefixos:
•pré-história
•anti-higiênico
•sub-hepático
•super-homem

Então, letras IGUAIS, SEPARA. Letras DIFERENTES, JUNTA.
Anti-inflamatório neoliberalismo
Supra-auricular extraoficial
Arqui-inimigo semicírculo
sub-bibliotecário superintendente

Quanto ao "R" e o "S", se o prefixo terminar em vogal, a consoante deverá ser dobrada:
suprarrenal (supra+renal) ultrassonografia (ultra+sonografia)
minissaia antisséptico
contrarregra megassaia
Entretanto, se o prefixo terminar em consoante, não se unem de jeito nenhum.
•Sub-reino
•ab-rogar
•sob-roda

ATENÇÃO!
Quando dois “R” ou “S” se encontrarem, permanece a regra geral: letras iguais, SEPARA.
super-requintado super-realista
inter-resistente

Continuamos a usar o hífen


Diante dos prefixos “ex-, sota-, soto-, vice- e vizo-“:
Ex-diretor, Ex-hospedeira, Sota-piloto, Soto-mestre, Vice-presidente , Vizo-rei

Diante de “pós-, pré- e pró-“, quando TEM SOM FORTE E ACENTO.


pós-tônico, pré-escolar, pré-natal, pró-labore
pró-africano, pró-europeu, pós-graduação
Diante de “pan-, circum-, quando juntos de vogais.
Pan-americano, circum-escola

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OBS. “Circunferência” – é junto, pois está diante da consoante “F”.


NOTA: Veja como fica estranha a pronúncia se não usarmos o hífen:
Exesposa, sotapiloto, panamericano, vicesuplente, circumescola.

ATENÇÃO!
Não se usa o hífen diante de “CO-, RE-, PRE” (SEM ACENTO)
Coordenar reedição preestabelecer
Coordenação refazer preexistir
Coordenador reescrever prever
Coobrigar relembrar
Cooperação reutilização
Cooperativa reelaborar

O ideal para memorizar essas regras, lembre-se, é conhecer e usar pelo menos uma palavra de
cada prefixo. Quando bater a dúvida numa palavra, compare-a à palavra que você já sabe e
escreva-a duas vezes: numa você usa o hífen, na outra não. Qual a certa? Confie na sua
memória! Uma delas vai te parecer mais familiar.

REGRA GERAL (Resumindo)


Letras iguais, separa com hífen(-).
Letras diferentes, junta.
O “H” não tem personalidade. Separa (-).
O “R” e o “S”, quando estão perto das vogais, são dobrados. Mas não se juntam com consoantes.

Emprego das letras

Emprego das letras K, W e Y

Utilizam-se nos seguintes casos:

a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados.

Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Taylor, taylorista.

b) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados.

Exemplos: Kuwait, kuwaitiano.

c) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso


internacional.

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Exemplos: K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km (quilômetro), Watt.

Emprego de X e Ch

Emprega-se o X:

1) Após um ditongo.

Exemplos: caixa, frouxo, peixe

Exceção: recauchutar e seus derivados

2) Após a sílaba inicial "en".

Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca

Exceção: palavras iniciadas por "ch" que recebem o prefixo "en-"

Exemplos: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro), encher e seus


derivados (enchente, enchimento, preencher...)

3) Após a sílaba inicial "me-".

Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão

Exceção: mecha

4) Em vocábulos de origem indígena ou africana e nas palavras inglesas aportuguesadas.

Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu

5) Nas seguintes palavras:

bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar, rixa, oxalá, praxe, roxo,
vexame, xadrez,xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, etc.

Emprega-se o dígrafo Ch:

1) Nos seguintes vocábulos:

bochecha, bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, chuchu, chute, cochilo, debochar,
fachada, fantoche, ficha, flecha, mochila, pechincha, salsicha, tchau, etc.

Para representar o fonema /j/ na forma escrita, a grafia considerada correta é aquela que ocorre
de acordo com a origem da palavra. Veja os exemplos:

gesso: Origina-se do grego gypsos


jipe: Origina-se do inglês jeep.

Emprega-se o G:

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1) Nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem

Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem

Exceção: pajem

2) Nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio

Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio

3) Nas palavras derivadas de outras que se grafam com g

Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem), vertiginoso (de


vertigem)

4) Nos seguintes vocábulos:

algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete, hegemonia, herege,
megera, monge, rabugento, vagem.

Emprega-se o J:

1) Nas formas dos verbos terminados em -jar ou -jear

Exemplos:

arranjar: arranjo, arranje, arranjem


despejar:despejo, despeje, despejem
gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeando
enferrujar: enferruje, enferrujem
viajar: viajo, viaje, viajem

2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica

Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji

3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j

Exemplos:

laranja- laranjeira loja- lojista lisonja - lisonjeador nojo- nojeira


cereja- cerejeira varejo- varejista rijo- enrijecer jeito- ajeitar

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4) Nos seguintes vocábulos:

berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje, traje,


pegajento

Emprega-se o Z:

1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam z no radical

Exemplos:

deslize- deslizar razão- razoável vazio- esvaziar


raiz- enraizar cruz-cruzeiro

2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos a partir de adjetivos

Exemplos:

inválido- invalidez limpo-limpeza macio- maciez rígido- rigidez


frio- frieza nobre- nobreza pobre-pobreza surdo- surdez

3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar substantivos

Exemplos:

civilizar- civilização hospitalizar- hospitalização


colonizar- colonização realizar- realização

4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita

Exemplos:

cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito, avezita

5) Nos seguintes vocábulos:

azar, azeite, azedo, amizade, buzina, bazar, catequizar, chafariz, cicatriz, coalizão,
cuscuz, proeza, vizinho, xadrez, verniz, etc.

6) Nos vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no contraste entre o S e o Z

Exemplos:

cozer (cozinhar) e coser (costurar)


prezar( ter em consideração) e presar (prender)
traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior)

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Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z. Veja os exemplos:

exame exato exausto exemplo existir exótico inexorável

Emprego de S, Ç, X e dos Dígrafos Sc, Sç, Ss, Xc, Xs

Existem diversas formas para a representação do fonema /S/. Observe:

Emprega-se o S:

Nos substantivos derivados de verbos terminados em "andir","ender", "verter" e "pelir"

Exemplos:

expandir- expansão pretender- pretensão verter- versão expelir- expulsão


estender- extensão suspender- suspensão converter - conversão repelir- repulsão

Emprega-se Ç:

Nos substantivos derivados dos verbos "ter" e "torcer"

Exemplos:

ater- atenção torcer- torção


deter- detenção distorcer-distorção
manter- manutenção contorcer- contorção

Emprega-se o X:

Em alguns casos, a letra X soa como Ss

Exemplos:

auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, sintaxe, texto, trouxe

Emprega-se Sc:

Nos termos eruditos

Exemplos:

acréscimo, ascensorista, consciência, descender, discente, fascículo, fascínio,


imprescindível, miscigenação, miscível, plebiscito, rescisão, seiscentos,
transcender, etc.

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Emprega-se Sç:

Na conjugação de alguns verbos

Exemplos:

nascer- nasço, nasça


crescer- cresço, cresça
descer- desço, desça

Emprega-se Ss:

Nos substantivos derivados de verbos terminados em "gredir", "mitir", "ceder" e "cutir"

Exemplos:

agredir- agressão demitir- demissão ceder- cessão discutir- discussão


repercutir-
progredir- progressão transmitir- transmissão exceder- excesso
repercussão

Emprega-se o Xc e o Xs:

Em dígrafos que soam como Ss

Exemplos:

exceção, excêntrico, excedente, excepcional, exsudar

Observações sobre o uso da letra X

1) O X pode representar os seguintes fonemas:

/ch/ - xarope, vexame

/cs/ - axila, nexo

/z/ - exame, exílio

/ss/ - máximo, próximo

/s/ - texto, extenso

2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci-

Exemplos: excelente, excitar

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Emprego das letras E e I

Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i / pode não ser nítida. Observe:

Emprega-se o E:

1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -oar, -uar

Exemplos:

magoar - magoe, magoes

continuar- continue, continues

2) Em palavras formadas com o prefixo ante- (antes, anterior)

Exemplos: antebraço, antecipar

3) Nos seguintes vocábulos:

cadeado, confete, disenteria, empecilho, irrequieto, mexerico, orquídea, etc.

Emprega-se o I :

1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -air, -oer, -uir

Exemplos:

cair- cai

doer- dói

influir- influi

2) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra)

Exemplos:

Anticristo, antitetânico

3) Nos seguintes vocábulos:

aborígine, artimanha, chefiar, digladiar, penicilina, privilégio, etc.

Emprego das letras O e U

Emprega-se o O/U:

A oposição o/u é responsável pela diferença de significado de algumas palavras. Veja os


exemplos:

comprimento (extensão) e cumprimento (saudação, realização)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

soar (emitir som) e suar (transpirar)

Grafam-se com a letra O: bolacha, bússola, costume, moleque.

Grafam-se com a letra U: camundongo, jabuti, Manuel, tábua

Emprego da letra H

Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético. Conservou-se apenas como
símbolo, por força da etimologia e da tradição escrita. A palavra hoje, por exemplo, grafa-se
desta forma devido a sua origem na forma latina hodie.

Emprega-se o H:

1) Inicial, quando etimológico

Exemplos: hábito, hesitar, homologar, Horácio

2) Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh

Exemplos: flecha, telha, companhia

3) Final e inicial, em certas interjeições

Exemplos: ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum!, etc.

4) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo elemento, se etimológico

Exemplos: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem, etc.

Observações:

1) No substantivo Bahia, o "h" sobrevive por tradição. Note que nos substantivos
derivados como baiano, baianada ou baianinha ele não é utilizado.

2) Os vocábulos erva, Espanha e inverno não possuem a letra "h" na sua composição. No
entanto, seus derivados eruditos sempre são grafados com h. Veja:

herbívoro, hispânico, hibernal.

Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas

1) Utiliza-se inicial maiúscula:

a) No começo de um período, verso ou citação direta.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Exemplos:

Disse o Padre Antonio Vieira: "Estar com Cristo em qualquer lugar, ainda que seja
no inferno, é estar no Paraíso."

"Auriverde pendão de minha terra,


Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que à luz do sol encerra
As promessas divinas da Esperança…"
(Castro Alves)

Observações

- No início dos versos que não abrem período, é facultativo o uso da letra maiúscula.

Por Exemplo:

"Aqui, sim, no meu cantinho,


vendo rir-me o candeeiro,
gozo o bem de estar sozinho
e esquecer o mundo inteiro."

- Depois de dois pontos, não se tratando de citação direta, usa-se letra minúscula.

Por Exemplo:

"Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, mirra." (Manuel
Bandeira)

b) Nos antropônimos, reais ou fictícios.

Exemplos:
Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote.

c) Nos topônimos, reais ou fictícios.

Exemplos:
Rio de Janeiro, Rússia, Macondo.

d) Nos nomes mitológicos.

Exemplos:
Dionísio, Netuno.

e) Nos nomes de festas e festividades.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Exemplos:
Natal, Páscoa, Ramadã.

f) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais.

Exemplos:
ONU, Sr., V. Ex.ª.

g) Nos nomes que designam altos conceitos religiosos, políticos ou nacionalistas.

Exemplos:
Igreja (Católica, Apostólica, Romana), Estado, Nação, Pátria, União, etc.

Observação: esses nomes escrevem-se com inicial minúscula quando são empregados em
sentido geral ou indeterminado.

Exemplo:
Todos amam sua pátria.

Emprego FACULTATIVO de letra maiúscula:

a) Nos nomes de logradouros públicos, templos e edifícios.

Exemplos:
Rua da Liberdade ou rua da Liberdade
Igreja do Rosário ou igreja do Rosário

2) Utiliza-se inicial minúscula:

a) Em todos os vocábulos da língua, nos usos correntes.

Exemplos:
carro, flor, boneca, menino, porta, etc.

b) Nos nomes de meses, estações do ano e dias da semana.

Exemplos:
janeiro, julho, dezembro, etc.
segunda, sexta, domingo, etc.
primavera, verão, outono, inverno

c) Nos pontos cardeais.

Exemplos:
Percorri o país de norte a sul e de leste a oeste.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Estes são os pontos colaterais: nordeste, noroeste, sudeste, sudoeste.

Observação: quando empregados em sua forma absoluta, os pontos cardeais são


grafados com letra maiúscula.

Exemplos:
Nordeste (região do Brasil)
Ocidente (europeu)
Oriente (asiático)

Emprego FACULTATIVO de letra minúscula:

a) Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica.

Exemplos:
Crime e Castigo ou Crime e castigo
Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas
Em Busca do Tempo Perdido ou Em busca do tempo perdido

b) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em nomes sagrados e que


designam crenças religiosas.

Exemplos:
Governador Mário Covas ou governador Mário Covas
Papa João Paulo II ou papa João Paulo II
Excelentíssimo Senhor Reitor ou excelentíssimo senhor reitor

c) Nos nomes que designam domínios de saber, cursos e disciplinas.

Exemplos:
Português ou português
Línguas e Literaturas Modernas ou línguas e literaturas modernas
História do Brasil ou história do Brasil
Arquitetura ou arquitetura

Acentuação gráfica

Na Língua Portuguesa, todas as palavras possuem uma sílaba tônica que recebe a maior inflexão
de voz. Nem todas, porém, são marcadas pelo acento gráfico.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Quanto à classificação da sílaba, as palavras podem ser:

QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA

1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, "ÊM", "ÉM", "ÊNS", seguidas ou não de
“S”, inclusive as formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou “LA(s)”. Também recebem acento
as oxítonas terminadas em ditongos abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”

Exemplo:

Chá Mês nós

Gás Sapé cipó

Dará Café avós

Pará Vocês compôs

vatapá pontapés só

Aliás português robô

dá-lo vê-lo avó

recuperá-los Conhecê-los pô-los

guardá-la Fé compô-los

réis (moeda) Véu dói

méis céu mói

pastéis Chapéus anzóis

ninguém parabéns Jerusalém

Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que seja um caso de hiato. Por
exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-lo” são acentuadas porque as vogais “i” e “u”
estão tônicas nestas palavras.

2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:

•L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.

•N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.

•R – câncer, caráter, néctar, repórter.

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•X – tórax, látex, ônix, fênix.

•PS – fórceps, Quéops, bíceps.

•Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.

•ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.

•I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.

•ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.

•UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.

•US – ânus, bônus, vírus, Vênus.

Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes (semivogal+vogal):


Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.

3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.

Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisântemo, público, pároco,
proparoxítona.

QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS

4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:

•Formarem sílabas sozinhos ou com “S”

Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.

IMPORTANTE

Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, se todos são “i” e “u”
tônicas, portanto hiatos?

Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos de “ruim”, “cair” e
“Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente. Essas consoantes já soam forte por
natureza, tornando naturalmente a sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso.

5. Trema

Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai permanecer em nomes
próprios e seus derivados, de origem estrangeira, como Bundchen, Muller, mulleriano (neste
caso, o “u” lê-se “i”)

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6. Acento Diferencial

O acento diferencial permanece nas palavras:

pôde (passado), pode (presente)


pôr (verbo), por (preposição)

Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do verbo está no singular ou
plural:

SINGULAR PLURAL

Ele tem Eles têm

Ele vem Eles vêm

Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como: conter, manter, intervir,
deter, sobrevir, reter, etc.

Questões de Concursos

1 - COSEAC - 2015 - CLIN - Gari e Operador de Roçadeira

Leia o texto abaixo e responda ao que se pede.

Existe no Oceano Pacífico uma ilha feita de duas montanhas. É como se alguém tivesse colado
dois grandes montes de terra no meio do mar. A maior chama-se Tristeza e a menor, Alegria.

Dizem que há muitos anos atrás a Alegria era maior e mais alta que a Tristeza. Dizem também
que, por causa de um terremoto, parte da Alegria caiu no mar e afundou, deixando a montanha
do jeito que está hoje.

Ninguém sabe se isso é mesmo verdade. Verdade é que ao pé desses dois cumes, exatamente
onde eles se encontram, moram uma menina chamada Aleteia e sua avó.

Aleteia e a avó são como as montanhas: duas pessoas que estão sempre juntas.

Hoje Aleteia é menor, mais baixa que sua avó; acontece que daqui a algum tempo, ninguém
sabe quando, Aleteia vai acordar e estará mais alta que a avó. Aleteia vai crescer e eu acho que,

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quando esse dia chegar, elas ainda estarão juntas. Igual às montanhas da ilha.

Um dia Aleteia perguntou: “Vovó, quem fez o mundo?”, e sua avó respondeu: “Deus”.

- Todo ele?
- Sim, todo.
- Sozinho?
- Sim, sozinho.

Aleteia saiu da sala com aquela conversa na cabeça. Não estava convencida. Pensou muito a
respeito do assunto. Para raciocinar melhor, saiu para caminhar e caminhou muito pela ilha.
Pensava sozinha, pensava em voz alta e começou a dividir seus pensamentos com as coisas que
lhe apareciam pelo caminho: folhas, árvores, pedras, formigas, grilos, etc. Deus tinha criado o
mundo sozinho?

(KOMATSU, Henrique. A menina que viu Deus. p.3-6, formato eletrônico, fragmento.)

No trecho “Existe no Oceano Pacífico uma ilha feita de duas montanhas.”, a palavra grifada segue
a mesma regra de acentuação que:

• a) árvores.

• b) vovó.

• c) também.

• d) estará.

2 - IESES - 2014 - IFC - Técnico em Segurança do Trabalho

Qual das alternativas contém a frase em que todas as palavras estão corretamente acentuadas?

• a) Foram distribuidas pública e gratuítamente as amostras de remédio.

• b) A juíza, irresoluta, julgou improcedentes as acusações contra a púdica adolescente.

• c) Os lêvedos contém grande quantidade de proteína.

• d) O prêmio Nobel foi entregue ao avaro e polêmico diretor.

3 - UPENET - 2014 - PM-PE - Oficial da Polícia Militar

TEXTO

A importância da participação da família no desenvolvimento da criança é indiscutível, mas,


neste século, os pais deixaram de lado a educação dos filhos, já que esperam que tudo venha da

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escola. Sem a transmissão de valores, a criança tem dificuldade em processar mentalmente


estímulos, de relacionar fatos e estabelecer a importância entre eles. Deixa, portanto, de
aprender com os erros do passado. O processo de mediação pode estar presente em qualquer
situação do dia a dia. Numa viagem de férias, uma mãe estará mediando o aprendizado de seu
filho, ao juntar ao lazer algumas histórias sobre o local, ao chamar a atenção para a arquitetura
ou o comportamento das pessoas.

MORAES, Rita. Deixe-me pensar. Isto é, 30 jun.1998. (Adaptado)

Observe os termos abaixo sublinhados. Em seguida, assinale a alternativa que apresenta a


justificativa CORRETA para o acento existente no termo sublinhado.

• a) "A importância da participação da família no desenvolvimento da criança..." -


paroxítona terminada em hiato.

• b) "...a criança tem dificuldade em processar mentalmente estímulos..." - a tonicidade


recai na penúltima sílaba.

• c) "Numa viagem de férias, uma mãe estará mediando o aprendizado..." - proparoxítona


terminada em ditongo.

• d) "A importância da participação da família no desenvolvimento da criança


é indiscutível..." - paroxítona terminada em “l”.

• e) "...mas neste século, os pais deixaram de lado a educação dos filhos..." - a tonicidade
recai na penúltima sílaba.

4 - FCC - 2014 - TJ-AP - Técnico Judiciário - Área Judiciária e Administrativa

Uma história em comum

Os povos indígenas que hoje habitam a faixa de terras que vai do Amapá ao norte do Pará
possuem uma história comum de relações comerciais, políticas, matrimoniais e rituais que
remonta a pelo menos três séculos. Essas relações até hoje não deixaram de existir nem se
deixaram restringir aos limites das fronteiras nacionais, estendendo-se à Guiana-Francesa e ao
Suriname.

Essa amplitude das redes de relações regionais faz da história desses povos uma história rica
em ganhos e não em perdas culturais, como muitas vezes divulgam os livros didáticos que
retratam a história dos índios no Brasil. No caso específico desta região do Amapá e norte do
Pará, são séculos de acúmulo de experiências de contato entre si que redundaram em inúmeros
processos, ora de separação, ora de fusão grupal, ora de substituição, ora de aquisição de novos
itens culturais. Processos estes que se somam às diferentes experiências de contato vividas pelos

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distintos grupos indígenas com cada um dos agentes e agências que entre eles chegaram, dos
quais existem registros a partir do século XVII.

É assim que, enquanto pressupomos que nós descobrimos os índios e achamos que, por esse
motivo, eles dependem de nosso apoio para sobreviver, com um pouco mais de conhecimento
sobre a história da região podemos constatar que os povos indígenas dessa parte da Amazônia
nunca viveram isolados entre si. E, também, que o avanço de frentes de colonização em suas
terras não resulta necessariamente num processo de submissão crescente aos novos
conhecimentos, tecnologias e bens a que passaram a ter acesso, como à primeira vista pode nos
parecer. Ao contrário disso, tudo o que esses povos aprenderam e adquiriram em suas novas
experiências de relacionamento com os não-índios insere-se num processo de ampliação de
suas redes de intercâmbio, que não apaga - apenas redefine - a importância das relações que
esses povos mantêm entre si, há muitos séculos, “apesar” de nossa interferência.

(Adaptado de: GALLOIS, Dominique Tilkin; GRUPIONI, Denise Fajardo. Povos indígenas no
Amapá e Norte do Pará: quem são, onde estão, quantos são, como vivem e o que pensam? São
Paulo: Iepé, 2003, p.8-9)

Acentuam-se devido à mesma regra os seguintes vocábulos do texto:

• a) também, mantêm, experiências.

• b) indígenas, séculos, específico.

• c) acúmulo, importância, intercâmbio.

• d) políticas, história, Pará.

• e) até, três, índios.

5 - FGV - 2014 - TJ-RJ - Técnico de Atividade Judiciária

TEXTO – QUANTO FALTA PARA O DESASTRE?

Verão de 2015. As filas para pegar água se espalham por vários bairros. Famílias carregam baldes
e aguardam a chegada dos caminhões-pipa. Nos canos e nas torneiras, nem uma gota. O rodízio
no abastecimento força lugares com grandes aglomerações, como shopping centers e
faculdades, a fechar. As chuvas abundantes da estação não vieram, as obras em andamento
tardarão a ter efeito e o desperdício continuou alto. Por isso, São Paulo e várias cidades vizinhas,
que formam a maior região metropolitana do país, entram na mais grave crise de falta d’água da
história. (Época, 16/06/2014)

A correção na acentuação gráfica faz parte do cuidado com a norma culta na redação de um

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texto; a opção que apresenta um vocábulo do texto 3 que é acentuado graficamente por razão
distinta das demais é:

• a) famílias;

• b) país;

• c) rodízio;

• d) água;

• e) desperdício.

6 - CETRO - 2014 - IF-PR - Assistente de Alunos

De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e quanto à acentuação, assinale a


alternativa correta.

• a) Todos estão em rítmo de festa.

• b) O estacionamento é gratuíto.

• c) Não gostaria de executar este trabalho sózinho.

• d) Resolvemos viver em harmonía.

• e) Perdeu o fôlego de tanto correr.

7 - CETRO - 2014 - IF-PR - Pedagogo

De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e quanto à acentuação e ao contexto,


assinale a alternativa correta.

• a) Tenho que trocar o fluído do freio.

• b) Convidei os colegas de trabalho para tomar um cafézinho.

• c) Atente-se para todos os ítens do Edital.

• d) Pouco ocorreu neste interím.

• e) Não conseguimos entender esta barbárie.

8 - CETRO - 2014 - IF-PR - Auxiliar de Biblioteca

De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e quanto à acentuação, assinale a


alternativa correta.

• a) Minha mãe fez um delicioso bolo de amêixa.

• b) Ele não acredita nisso. É um cético.

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• c) Não quero mais ficar aquí.

• d) Aquela mulher parece uma vibôra.

• e) Mesmo com idade avançada, ainda tem vigôr.

9 - IAT - 2014 - Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes - PE - Engenheiro Cartógrafo

Analise as seguintes afirmativas:


I. De acordo com o que prescreve a norma- padrão, outra redação possível para a frase “A
economia brasileira já faz isso há séculos” é “A economia brasileira já faz isso faz séculos”.

II. A frase “Restaura-se pneus” está correta quanto à concordância verbal.

III. As palavras “só”, “já” e “três” recebem acento com base na mesma regra de acentuação
gráfica.

Estão corretas as afirmativas:

• a) I, apenas.

• b) I e II, apenas.

• c) II e III, apenas.

• d) I e III, apenas.

10 - IAT - 2014 - Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes - PE - Engenheiro Cartógrafo

Analise as afirmativas a seguir:

I. Os seguintes vocábulos são acentuados devido à mesma justificativa: "cinquentenário";


"império"; “rápida” e “tráfego”.

II. De acordo com as regras de acentuação, o seguinte grupo de palavras foi acentuado pela
mesma razão: “amiúde”; “cafeína”; “graúdo”; “sanduíche”.

III. As seguintes palavras foram corretamente grafadas: “revindicações"; “desidiram”; “greve”;


“reajuste”; “parcela”; “adicional”; “aumento” e “benefícios”.

Estão corretas as afirmativas:

• a) I, apenas.

• b) I e II, apenas.

• c) II, apenas.

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• d) II e III, apenas.

GABARITO

1-A 2-D 3-D 4-B 5-B 6-E 7-E 8-B 9-D 10 - C

Estrutura e Formação das Palavras

Observe as seguintes palavras:

escol-a
escol-ar
escol-arização
escol-arizar
sub-escol-arização

Observando-as, percebemos que há um elemento comum a todas elas: a forma escol-. Além
disso, em todas há elementos destacáveis, responsáveis por algum detalhe de significação.
Compare, por exemplo, escola e escolar: partindo de escola, formou-se escolar pelo acréscimo
do elemento destacável -ar.

Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas palavras que selecionamos, podemos
depreender a existência de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos
formadores é uma unidade mínima de significação, um elemento significativo indecomponível, a
que damos o nome de morfema.

Radical

Há um morfema comum a todas as palavras que estamos analisando: escol-. É esse morfema
comum – o radical – que faz com que as consideremos palavras de uma mesma família de
significação – os cognatos. O radical é a parte da palavra responsável por sua significação
principal.

Afixos

Como vimos, o acréscimo do morfema –ar cria uma nova palavra a partir de escola. De maneira
semelhante, o acréscimo dos morfemas sub- e –arização à forma escol-
criou subescolarização. Esses morfemas recebem o nome de afixos.

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Quando são colocados antes do radical, como acontece com sub-, os afixos recebem o nome
deprefixos. Quando, como –arização, surgem depois do radical os afixos são chamados
de sufixos. Prefixos e sufixos, além de operar mudança de classe gramatical, são capazes de
introduzir modificações de significado no radical a que são acrescentados.

Desinências

Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos,
amáveis, amavam. Essas modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado em
número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem se
modificarmos o tempo e o modo do verbo (amava, amara, amasse, por exemplo).

Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam as flexões das palavras. Esses
morfemas sempre surgem no fim das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há
desinências nominais e desinências verbais.

• Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos nomes. Para a indicação de gênero, o
português costuma opor as desinências -o/-a:
garoto/garota; menino/menina

Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema –s, que indica o plural em oposição
à ausência de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/meninos;
menina/meninas.
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assume a forma -es:
mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.

• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais pertencem a dois tipos distintos.
Há aqueles que indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que
indicam o número e a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais):

cant-á-va-mos cant-á-sse-is

cant:
cant: radical

radical
-á-: vogal temática -á-: vogal temática

-va-: desinência modo-temporal (caracteriza o -sse-:desinência modo-temporal (caracteriza o


pretérito imperfeito do indicativo) pretérito imperfeito do subjuntivo)

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-mos:desinência número-pessoal (caracteriza a -is: desinência número-pessoal (caracteriza a


primeira pessoa do plural) segunda pessoa do plural)

Vogal temática

Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais, surge sempre o morfema –a.
Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função é
ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se
acrescentam as desinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vogais temáticas.

• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas finais, como em mesa, artista,
busca, perda, escola, triste, base, combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, escola, por exemplo, não
sofrem esse tipo de flexão. É a essas vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de
plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó,
caqui, por exemplo) não apresentam vogal temática.

• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam três grupos de verbos a que se dá o
nome de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira
conjugação; aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm
vogal temática -i pertencem à terceira conjugação.

primeira conjugação segunda conjugação terceira conjugação

govern-a-va estabelec-e-sse defin-i-ra

atac-a-va cr-e-ra imped-i-sse

realiz-a-sse mex-e-rá ag-i-mos

Vogal ou consoante de ligação

As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja,
para facilitar ou mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Temos um exemplo de
vogal de ligação na palavra escolaridade: o -i- entre os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão

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vocal da palavra. Outros exemplos: gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira,


chaleira, tricota.

Formação das Palavras

Existem dois processos básicos pelos quais se formam as palavras: a derivação e


a composição. A diferença entre ambos consiste basicamente em que, no processo de derivação,
partimos sempre de um único radical, enquanto no processo de composição sempre haverá
mais de um radical.

Derivação

Derivação é o processo pelo qual se obtém uma palavra nova, chamada derivada, a partir de
outra já existente, chamada primitiva. Observe o quadro abaixo:

Primitiva Derivada
mar marítimo, marinheiro, marujo
terra enterrar, terreiro, aterrar
Observamos que "mar" e "terra" não se formam de nenhuma outra palavra, mas, ao contrário,
possibilitam a formação de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo. Logo, mar e
terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas.

Tipos de Derivação

Derivação Prefixal ou Prefixação

Resulta do acréscimo de prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado. Veja os
exemplos:

crer- descrer
ler- reler
capaz- incapaz

Derivação Sufixal ou Sufixação

Resulta de acréscimo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração de significado ou
mudança de classe gramatical.

Por Exemplo:

alfabetização

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No exemplo acima, o sufixo -ção transforma em substantivo o verbo alfabetizar. Este, por sua
vez, já é derivado do substantivo alfabeto pelo acréscimo do sufixo -izar.

A derivação sufixal pode ser:

a) Nominal, formando substantivos e adjetivos.

Por Exemplo:

papel - papelaria
riso - risonho

b) Verbal, formando verbos.

Por Exemplo:

atual - atualizar

c) Adverbial, formando advérbios de modo.

Por Exemplo:

feliz – felizmente

Derivação Parassintética ou Parassíntese

Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra
primitiva. Por meio da parassíntese formam-se nomes (substantivos e adjetivos) e verbos.

Considere o adjetivo " triste". Do radical "trist-" formamos o verbo entristecer através da junção
simultânea do prefixo "en-" e do sufixo "-ecer". A presença de apenas um desses afixos não é
suficiente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua não existem as palavras "entriste",
nem "tristecer".

Exemplos:

Palavra Inicial
Prefixo Radical Sufixo Palavra Formada

mudo e mud ecer emudecer


alma des alm ado desalmado

Derivação Regressiva

Ocorre derivação regressiva quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas
por redução.

Exemplos:

comprar (verbo) beijar (verbo)


compra (substantivo) beijo (substantivo)

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Para descobrirmos se um substantivo deriva de um verbo ou se ocorre o contrário, podemos


seguir a seguinte orientação:

- Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o verbo palavra primitiva.

- Se o nome denota algum objeto ou substância, verifica-se o contrário.

Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo indicam ações, logo, são
palavras derivadas. O mesmo não ocorre, porém, com a palavra âncora, que é um objeto. Neste
caso, um substantivo primitivo que dá origem ao verbo ancorar.

Por derivação regressiva, formam-se basicamente substantivos a partir de verbos. Por isso,
recebem o nome de substantivos deverbais. Note que na linguagem popular, são frequentes os
exemplos de palavras formadas por derivação regressiva. Veja:

o portuga (de português)


o boteco (de botequim)
o comuna (de comunista)

Ou ainda:

agito (de agitar)


amasso (de amassar)
chego (de chegar)

Observação: o processo normal é criar um verbo a partir de um substantivo. Na derivação


regressiva, a língua procede em sentido inverso: forma o substantivo a partir do verbo.

Derivação Imprópria

A derivação imprópria ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou
supressão em sua forma, muda de classe gramatical. Neste processo:

1) Os adjetivos passam a substantivos

Por Exemplo:

Os bons serão contemplados.

2) Os particípios passam a substantivos ou adjetivos

Por Exemplo:

Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso.

3) Os infinitivos passam a substantivos

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Por Exemplo:

O andar de Roberta era fascinante.


O badalar dos sinos soou na cidadezinha.

4) Os substantivos passam a adjetivos

Por Exemplo:

O funcionário fantasma foi despedido.


O menino prodígio resolveu o problema.

5) Os adjetivos passam a advérbios

Por Exemplo:

Falei baixo para que ninguém escutasse.

6) Palavras invariáveis passam a substantivos

Por Exemplo:

Não entendo o porquê disso tudo.

7) Substantivos próprios tornam-se comuns.

Por Exemplo:

Aquele coordenador é um caxias! (chefe severo e exigente)

Observação: os processos de derivação vistos anteriormente fazem parte da Morfologia porque


implicam alterações na forma das palavras. No entanto, a derivação imprópria lida basicamente
com seu significado, o que acaba caracterizando um processo semântico. Por essa razão,
entendemos o motivo pelo qual é denominada "imprópria".

Composição

Composição é o processo que forma palavras compostas, a partir da junção de dois ou mais
radicais. Existem dois tipos:

Composição por Justaposição

Ao juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética.

Exemplos:

passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor

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Observação: em "girassol" houve uma alteração na grafia (acréscimo de um "s") justamente para
manter inalterada a sonoridade da palavra.

Composição por Aglutinação

Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus


elementos fonéticos.

Exemplos:

embora (em boa hora)


fidalgo (filho de algo - referindo-se à família nobre)
hidrelétrico (hidro + elétrico)
planalto (plano alto)

Observação: ao aglutinarem-se, os componentes subordinam-se a um só acento tônico, o do


último componente.

Redução

Algumas palavras apresentam, ao lado de sua forma plena, uma forma reduzida. Observe:

auto - por automóvel


cine - por cinema
micro - por microcomputador
Zé - por José

Como exemplo de redução ou simplificação de palavras, podem ser citadas também as siglas,
muito frequentes na comunicação atual. (Se desejar, veja mais sobre siglas na seção "Extras" ->
Abreviaturas e Siglas)

Hibridismo

Ocorre hibridismo na palavra em cuja formação entram elementos de línguas diferentes.

Por Exemplo:

auto (grego) + móvel (latim)

Onomatopeia

Numerosas palavras devem sua origem a uma tendência constante da fala humana para imitar
as vozes e os ruídos da natureza. As onomatopeias são vocábulos que reproduzem
aproximadamente os sons e as vozes dos seres.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Exemplos:

miau, zum-zum, piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc.

Prefixos

Os prefixos são morfemas que se colocam antes dos radicais basicamente a fim de modificar-
lhes o sentido; raramente esses morfemas produzem mudança de classe gramatical.

Os prefixos ocorrentes em palavras portuguesas se originam do latim e do grego, línguas em


que funcionavam como preposições ou advérbios, logo, como vocábulos autônomos. Alguns
prefixos foram pouco ou nada produtivos em português. Outros, por sua vez, tiveram grande
utilidade na formação de novas palavras. Veja os exemplos:

a- , contra- , des- , em- (ou en-) , es- , entre- re- , sub- , super- , anti-

Prefixos de Origem Grega

a-, an-: Afastamento, privação, negação, insuficiência, carência. Exemplos:

anônimo, amoral, ateu, afônico

ana- : Inversão, mudança, repetição. Exemplos:

analogia, análise, anagrama, anacrônico

anfi- : Em redor, em torno, de um e outro lado, duplicidade. Exemplos:

anfiteatro, anfíbio, anfibologia

anti- : Oposição, ação contrária. Exemplos:

antídoto, antipatia, antagonista, antítese

apo- : Afastamento, separação. Exemplos:

apoteose, apóstolo, apocalipse, apologia

arqui-, arce- : Superioridade hierárquica, primazia, excesso. Exemplos:

arquiduque,arquétipo, arcebispo, arquimilionário

cata- : Movimento de cima para baixo. Exemplos:

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cataplasma, catálogo, catarata

di-: Duplicidade. Exemplos:

dissílabo, ditongo, dilema

dia- : Movimento através de, afastamento. Exemplos:

diálogo, diagonal, diafragma, diagrama

dis- : Dificuldade, privação. Exemplos :

dispneia, disenteria, dispepsia, disfasia

ec-, ex-, exo-, ecto- : Movimento para fora. Exemplos:

eclipse, êxodo, ectoderma, exorcismo

en-, em-, e-: Posição interior, movimento para dentro. Exemplos:

encéfalo, embrião, elipse, entusiasmo

endo- : Movimento para dentro. Exemplos:

endovenoso, endocarpo, endosmose

epi- : Posição superior, movimento para. Exemplos:

epiderme, epílogo, epidemia, epitáfio

eu- : Excelência, perfeição, bondade. Exemplos:

eufemismo, euforia, eucaristia, eufonia

hemi- : Metade, meio. Exemplos:

hemisfério, hemistíquio, hemiplégico

hiper- : Posição superior, excesso. Exemplos:

hipertensão, hipérbole, hipertrofia

hipo- : Posição inferior, escassez. Exemplos:

hipocrisia, hipótese, hipodérmico

meta- : Mudança, sucessão. Exemplos:

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metamorfose, metáfora, metacarpo

para- : Proximidade, semelhança, intensidade. Exemplos:

paralelo, parasita, paradoxo, paradigma

peri- : Movimento ou posição em torno de. Exemplos:

periferia, peripécia, período, periscópio

pro- : Posição em frente, anterioridade. Exemplos:

prólogo, prognóstico, profeta, programa

pros- : Adjunção, em adição a. Exemplos:

prosélito, prosódia

proto- : Início, começo, anterioridade. Exemplos:

proto-história, protótipo, protomártir

poli- : Multiplicidade. Exemplos:

polissílabo, polissíndeto, politeísmo

sin-, sim- : Simultaneidade, companhia. Exemplos:

síntese, sinfonia, simpatia, sinopse

tele- : Distância, afastamento. Exemplos:

televisão, telepatia, telégrafo

Prefixos de Origem Latina

a-, ab-, abs- : Afastamento, separação. Exemplos:

aversão, abuso, abstinência, abstração

a-, ad- : Aproximação, movimento para junto. Exemplos:

adjunto,advogado, advir, aposto

ante- : Anterioridade, procedência. Exemplos:

antebraço, antessala, anteontem, antever

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ambi- : Duplicidade. Exemplos:

ambidestro, ambiente, ambiguidade, ambivalente

ben(e)-, bem- : Bem, excelência de fato ou ação. Exemplos:

benefício, bendito

bis-, bi-: Repetição, duas vezes. Exemplos:

bisneto, bimestral, bisavô, biscoito

circu(m) - : Movimento em torno. Exemplos:

circunferência, circunscrito, circulação

cis- : Posição aquém. Exemplos:

cisalpino, cisplatino, cisandino

co-, con-, com- : Companhia, concomitância. Exemplos:

colégio, cooperativa, condutor

contra- : Oposição. Exemplos:

contrapeso, contrapor, contradizer

de- : Movimento de cima para baixo, separação, negação. Exemplos:

decapitar, decair, depor

de(s)-, di(s)- : Negação, ação contrária, separação. Exemplos:

desventura, discórdia, discussão

e-, es-, ex- : Movimento para fora. Exemplos:

excêntrico, evasão, exportação, expelir

en-, em-, in- : Movimento para dentro, passagem para um estado ou forma,
revestimento. Exemplos:

imergir, enterrar, embeber, injetar, importar

extra- : Posição exterior, excesso. Exemplos:

extradição, extraordinário, extraviar

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i-, in-, im- : Sentido contrário, privação, negação. Exemplos:

ilegal, impossível, improdutivo

inter-, entre- : Posição intermediária. Exemplos:

internacional, interplanetário

intra- : Posição interior. Exemplos:

- intramuscular, intravenoso, intraverbal

intro- : Movimento para dentro. Exemplos:

introduzir, introvertido, introspectivo

justa- : Posição ao lado. Exemplos:

justapor, justalinear

ob-, o- : Posição em frente, oposição. Exemplos:

obstruir, ofuscar, ocupar, obstáculo

per- : Movimento através. Exemplos:

percorrer, perplexo, perfurar, perverter

pos- : Posterioridade. Exemplos:

pospor, posterior, pós-graduado

pre- : Anterioridade . Exemplos:

prefácio, prever, prefixo, preliminar

pro- : Movimento para frente. Exemplos:

progresso, promover, prosseguir, projeção

re- : Repetição, reciprocidade. Exemplos:

rever, reduzir, rebater, reatar

retro- : Movimento para trás. Exemplos:

retrospectiva, retrocesso, retroagir, retrógrado

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

so-, sob-, sub-, su- : Movimento de baixo para cima, inferioridade. Exemplos:

soterrar, sobpor, subestimar

super-, supra-, sobre- : Posição superior, excesso. Exemplos:

supercílio, supérfluo

soto-, sota- : Posição inferior. Exemplos:

soto-mestre, sota-voga, soto-pôr

trans-, tras-, tres-, tra- : Movimento para além, movimento através. Exemplos:

transatlântico, tresnoitar, tradição

ultra- : Posição além do limite, excesso. Exemplos:

ultrapassar, ultrarromantismo, ultrassom, ultraleve, ultravioleta

vice-, vis- : Em lugar de. Exemplos:

vice-presidente, visconde, vice-almirante

Quadro de Correspondência entre Prefixos Gregos e Latinos

PREFIXOS
PREFIXOSGREGOS SIGNIFICADO EXEMPLOS
LATINOS
a, an des, in privação, negação anarquia, desigual,
inativo
anti contra oposição, ação contrária antibiótico,
contraditório
anfi ambi duplicidade, de um e anfiteatro, ambivalente
outro lado, em torno
apo ab afastamento, separação apogeu, abstrair

di bi(s) duplicidade dissílabo, bicampeão


dia, meta trans movimento através diálogo, transmitir
e(n)(m) i(n)(m)(r) movimento para dentro encéfalo, ingerir,
irromper
endo intra movimento para dentro, endovenoso,
posição interior intramuscular
e(c)(x) e(s)(x) movimento para fora, êxodo, excêntrico,
mudança de estado estender

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epi, super, hiper supra posição superior, epílogo, supervisão,


excesso hipérbole, supradito
eu bene excelência, perfeição, eufemismo, benéfico
bondade
hemi semi divisão em duas partes hemisfério, semicírculo
hipo sub posição inferior hipodérmico, submarino
para ad proximidade, adjunção paralelo, adjacência
peri circum em torno de periferia, circunferência
cata de movimento para baixo catavento, derrubar
si(n)(m) cum simultaneidade, sinfonia, silogeu,
companhia cúmplice

Sufixos

Sufixos são elementos (isoladamente insignificativos) que, acrescentados a um radical, formam


nova palavra. Sua principal característica é a mudança de classe gramatical que geralmente
opera. Dessa forma, podemos utilizar o significado de um verbo num contexto em que se deve
usar um substantivo, por exemplo.

Como o sufixo é colocado depois do radical, a ele são incorporadas as desinências que indicam
as flexões das palavras variáveis. Existem dois grupos de sufixos formadores de substantivos
extremamente importantes para o funcionamento da língua. São os que formam nomes
de ação e os que formam nomes de agente.

Sufixos que formam nomes de ação

-ada - caminhada -ez(a) - sensatez, beleza


-ança - mudança -ismo - civismo
-ância - abundância -mento - casamento
-ção - emoção -são - compreensão
-dão - solidão -tude - amplitude
-ença - presença -ura - formatura

Sufixos que formam nomes de agente

-ário(a) -secretário -or - lutador


-eiro(a) - ferreiro -nte - feirante
-ista - manobrista

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Além dos sufixos acima, tem-se:

Sufixos que formam nomes de lugar, depositório

-aria - churrascaria -or - corredor


-ário - herbanário -tério - cemitério
-eiro - açucareiro -tório - dormitório
-il - covil

Sufixos que formam nomes indicadores de abundância, aglomeração, coleção

>-aço - ricaço -ario(a) - casario, infantaria


-ada - papelada -edo - arvoredo
-agem - folhagem -eria - correria
-al - capinzal -io - mulherio
-ame - gentame -ume - negrume

Sufixos que formam nomes técnicos usados na ciência

-ite bronquite, hepatite (inflamação)


-oma mioma, epitelioma, carcinoma (tumores)
-ato, eto, ito sulfato, cloreto, sulfito (sais)
-ina cafeína, codeína (alcaloides, álcalis artificiais)
-ol fenol, naftol (derivado de hidrocarboneto)
-ite amotite (fósseis)
-ito granito (pedra)
-ema morfema, fonema, semema, semantema (ciência linguística)
-io - sódio,
potássio,
selênio (corpos
simples)

Sufixo que forma nomes de religião, doutrinas filosóficas, sistemas políticos

budismo
-ismo kantismo
comunismo

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SUFIXOS FORMADORES DE ADJETIVOS


a) de substantivos

-aco - maníaco -ento - cruento


-ado - barbado -eo - róseo
-áceo(a) - herbáceo, liláceas -esco - pitoresco
-aico - prosaico -este - agreste
-al - anual -estre - terrestre
-ar - escolar -ício - alimentício
-ário - diário, ordinário -ico - geométrico
-ático - problemático -il - febril
-az - mordaz -ino - cristalino
-engo - mulherengo -ivo - lucrativo
-enho - ferrenho -onho - tristonho
-eno - terreno -oso - bondoso
-udo - barrigudo

b) de verbos

SUFIXO SENTIDO EXEMPLIFICAÇÃO

-(a)(e)(i)nte ação, qualidade, estado semelhante, doente,


seguinte

-(á)(í)vel possibilidade de praticar ou sofrer uma ação louvável, perecível, punível

-io, -(t)ivo ação referência, modo de ser tardio, afirmativo,


pensativo

-(d)iço, - possibilidade de praticar ou sofrer uma ação, movediço, quebradiço,


(t)ício referência factício

-(d)ouro,- ação, pertinência casadouro, preparatório


(t)ório

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SUFIXOS ADVERBIAIS

Na Língua Portuguesa, existe apenas um único sufixo adverbial: É o sufixo "-mente", derivado do
substantivo feminino latino mens, mentis que pode significar "a mente, o espírito, o intento".Este
sufixo juntou-se a adjetivos, na forma feminina, para indicar circunstâncias, especialmente a de
modo.

Exemplos:

altiva-mente, brava-mente, bondosa-mente, nervosa-mente, fraca-mente, pia-mente

Já os advérbios que se derivam de adjetivos terminados em –ês (burgues-mente, portugues-


mente, etc.) não seguem esta regra, pois esses adjetivos eram outrora uniformes.

Exemplos:

cabrito montês / cabrita montês.

SUFIXOS VERBAIS

Os sufixos verbais agregam-se, via de regra, ao radical de substantivos e adjetivos para formar
novos verbos.

Em geral, os verbos novos da língua formam-se pelo acréscimo da terminação-ar.

Exemplos:

esqui-ar; radiograf-ar; (a)doç-ar; nivel-ar; (a)fin-ar; telefon-ar; (a)portugues-ar.

Os verbos exprimem, entre outras ideias, a prática de ação. Veja:

-ar: cruzar, analisar, limpar


-ear: guerrear, golear
-entar: afugentar, amamentar
-ficar: dignificar, liquidificar
-izar: finalizar, organizar

Observe este quadro de sufixos verbais:

SUFIXOS SENTIDO EXEMPLOS

-ear frequentativo, durativo cabecear, folhear

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-ejar frequentativo, durativo gotejar, velejar

-entar factitivo aformosentar, amolentar

-(i)ficar factitivo clarificar, dignificar

-icar frequentativo-diminutivo bebericar, depenicar

-ilhar frequentativo-diminutivo dedilhar, fervilhar

-inhar frequentativo-diminutivo-pejorativo escrevinhar, cuspinhar

-iscar frequentativo-diminutivo chuviscar, lambiscar

-itar frequentativo-diminutivo dormitar, saltitar

-izar factitivo civilizar, utilizar

Observações:

Verbo Frequentativo: é aquele que traduz ação repetida.

Verbo Factitivo: é aquele que envolve ideia de fazer ou causar.

Verbo Diminutivo: é aquele que exprime ação pouco intensa.

Radicais Gregos

O conhecimento dos radicais gregos é de indiscutível importância para a exata compreensão e


fácil memorização de inúmeras palavras. Apresentamos a seguir duas relações de radicais
gregos. A primeira agrupa os elementos formadores que normalmente são colocados
no início dos compostos, a segunda agrupa aqueles que costumam surgir na parte final.

Radicais que atuam como primeiro elemento

Forma Sentido Exemplos


Aéros- ar Aeronave
Ánthropos- homem Antropófago
Autós- de si mesmo Autobiografia
Bíblion- livro Biblioteca
Bíos- vida Biologia
Chróma- cor Cromático
Chrónos- tempo Cronômetro
Dáktyilos- dedo Dactilografia
Déka- dez Decassílabo

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Démos- povo Democracia


Eléktron- (âmbar) Eletricidade Eletroímã
Ethnos- raça Etnia
Géo- terra Geografia
Héteros- outro Heterogêneo
Hexa- seis Hexágono
Híppos- cavalo Hipopótamo
Ichthýs- peixe Ictiografia
Ísos- igual Isósceles
Makrós- grande, longo Macróbio
Mégas- grande Megalomaníaco
Mikrós- pequeno Micróbio
Mónos- um só Monocultura
Nekrós- morto Necrotério
Néos- novo Neolatino
Odóntos- dente Odontologia
Ophthalmós- olho Oftalmologia
Ónoma- nome Onomatopeia
Orthós- reto, justo Ortografia
Pan- todos, tudo Pan-americano
Páthos- doença Patologia
Penta- cinco Pentágono
Polýs- muito Poliglota
Pótamos- rio Potamologia
Pséudos- falso Pseudônimo
Psiché- mente Psicologia
Riza- raiz Rizotônico
Techné- arte Tecnografia
Thermós- quente Térmico
Tetra- quatro Tetraedro
Týpos- figura, marca Tipografia
Tópos- lugar Topografia
Zóon- Animal Zoologia

Radicais que atuam como segundo elemento:

Forma Sentido Exemplos


-agogós Que conduz Pedagogo
álgos Dor Analgésico
-arché Comando, governo Monarquia
-dóxa Que opina Ortodoxo

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-drómos Lugar para correr Hipódromo


-gámos Casamento Poligamia
-glótta;
Língua Poliglota, glossário
-glóssa
-gonía Ângulo Pentágono
-grápho Escrita Ortografia
-grafo Que escreve Calígrafo
-grámma Escrito, peso Telegrama, quilograma
-krátos Poder Democracia

-lógos Palavra, estudo Diálogo


-mancia Adivinhação Cartomancia
-métron Que mede Quilômetro
-nómos Que regula Autônomo
-pólis; Cidade Petrópolis
-pterón Asa Helicóptero
-skopéo Instrumento para ver Microscópio
-sophós Sabedoria Filosofia
-théke Lugar onde se guarda Biblioteca

Radicais Latinos

Radicais que atuam como primeiro elemento:

Forma Sentido Exemplo


Agri Campo Agricultura
Ambi Ambos Ambidestro
Arbori- Árvore Arborícola
Bis-, bi- Duas vezes Bípede, bisavô
Calori- Calor Calorífero
Cruci- cruz Crucifixo
Curvi- curvo Curvilíneo
Equi- igual Equilátero, equidistante
Ferri-, ferro- ferro Ferrífero, ferrovia
Loco- lugar Locomotiva
Morti- morte Mortífero
Multi- muito Multiforme
Olei-, oleo- Azeite, óleo Oleígeno, oleoduto
Oni- todo Onipotente
Pedi- pé Pedilúvio

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Pisci- peixe Piscicultor


Pluri- Muitos, vários Pluriforme
Quadri-,
quatro Quadrúpede
quadru-
Reti- reto Retilíneo
Semi- metade Semimorto
Tri- Três Tricolor

Radicais que atuam como segundo elemento:

Forma Sentido Exemplos


-cida Que mata Suicida, homicida
-cola Que cultiva, ou habita Arborícola, vinícola, silvícola
-cultura Ato de cultivar Piscicultura, apicultura
-fero Que contém, ou produz Aurífero, carbonífero
-fico Que faz, ou produz Benefício, frigorífico
-forme Que tem forma de Uniforme, cuneiforme
-fugo Que foge, ou faz fugir Centrífugo, febrífugo
-gero Que contém, ou produz Belígero, armígero
-paro Que produz Ovíparo, multíparo
-pede Pé Velocípede, palmípede
-sono Que soa Uníssono, horríssono
-vomo Que expele Ignívomo, fumívomo
-voro Que come Carnívoro, herbívoro

Questões de Concursos

1 - FUNDATEC - 2012 - PROCERGS - Técnico de Nível Médio

Qual das palavras abaixo foi formada pelo mesmo processo de formação da
palavra divertido (linha 07)?

• a) Incapaz

• b) Realizado.

• c) Amaciar.

• d) Pesca.

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• e) Envergonhada.

2 - IESES - 2013 - SEPLAG-MG - Gestor Governamental

CANTO DE PÁSSARO, LINGUAGEM DE GENTE

Por: Sofia Moutinho.


Adaptado de: http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2013/02/canto-de-passaro-linguagem-de-
gente
Acesso em 20 de outubro de 2013

Pássaros e humanos estão bem distantes na história evolutiva, mas compartilham uma
habilidade rara entre outros animais: a linguagem falada. Não, você não leu errado. Para muitos
cientistas, inclusive o neurobiólogo Erich Jarvis, da Universidade Duke (Estados Unidos), não
existe diferença biológica entre o canto de alguns pássaros e a fala humana.

O pesquisador e sua equipe acabam de anunciar, no encontro anual da Sociedade Americana


para o Progresso da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), realizado nesta semana em Boston, que
identificaram em mandarinsdiamante e beija-flores um grupo de 40 genes ligados ao
controle da fala semelhantes aos encontrados em humanos.

Jarvis estuda as bases biológicas da linguagem há 20 anos. Na maior parte de suas pesquisas,
examina o comportamento e o cérebro desses dois pássaros e de papagaios – os três têm em
comum a capacidade de aprender a vocalizar sons (sejam eles típicos da espécie ou não).
Segundo o pesquisador, o que acontece no cérebro dessas aves quando cantam é muito similar
ao que ocorre
em nosso cérebro quando falamos.

Os resultados do estudo anunciado durante a conferência ainda não foram publicados, mas
depois de analisar moléculas geradas por genes ativos em mais de 4.700 amostras de tecido
cerebral de mandarins-diamante e beija-flores – alguns do Brasil – e compará-las às do
cérebro humano, Jarvis está seguro de suas conclusões.

“Nossos resultados apontam que comportamentos e conexões neurais associados à fala e ao


canto estão ligados a traços genéticos compartilhados por humanos e alguns pássaros que
estão separados de nós por três milhões de anos na história da evolução”, diz. “Isso é incrível,
pois nem nossos parentes mais próximos, como os chimpanzés, têm essa habilidade de aprender
e reproduzir
sons”.

Para o cientista, a habilidade teria evoluído independentemente em humanos, pássaros e outros


animais que aprendem sons, como as baleias e os golfinhos.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Nada de especial nos humanos


Jarvis tem uma visão sobre a linguagem bem diferente do senso comum e da dos linguistas.
Para ele, a linguagem nada mais é do que “a capacidade de controlar os movimentos da laringe
para reproduzir sons". Sendo assim, o pesquisador explica que não há diferença entre o canto
dos pássaros e a fala humana.

“As definições de fala e linguagem falada são diferentes para a neurologia e a linguística ou
psicologia comportamental”, explica. “Quando se trata de cérebro, linguagem e fala são a
mesma coisa. O que diferencia os humanos e esses pássaros dos demais animais é a habilidade
de imitar sons. A capacidade de entender a linguagem não é única dos humanos; cães e até
galinhas podem entender a linguagem e te obedecer quando você diz 'senta'."

Para Jarvis, a diferença entre os beija-flores, mandarins-diamante e humanos está apenas na


complexidade da linguagem. “Acredito que esses pássaros têm um nível de linguagem mais
complexo do que o imaginado; nós não percebemos porque é um trabalho duro medir a
complexidade da vocalização de tantas espécies. Mas, dito isso, eles ainda estão muito longe da
complexidade que a linguagem humana adquiriu.”

A psicóloga Janet Werker, da Universidade da Columbia Britânica (Canadá), que estuda a


aquisição da linguagem em bebês, acredita que os resultados de Jarvis podem fomentar a
compreensão sobre a evolução da linguagem humana.

Werker aponta que enquanto a maioria das espécies, inclusive as estudadas por Jarvis, usa sons
para atrair parceiros para o acasalamento, somente os humanos usam a
linguagem majoritariamente para a comunicação.

“É possível que no início da nossa história evolutiva usássemos, assim como esses pássaros, a
fala e o canto como atrativos sexuais e depois passamos a usar como forma de comunicação
também”, sugere. “O interessante é tentar descobrir como se deu essa mudança.”

Após a leitura das assertivas em que se analisa o processo de formação de algumas palavras
empregadas no texto, assinale V para verdadeiro e F para falso. Em seguida, assinale a alternativa
que contenha a ordem correta de cima para baixo:

( ) A palavra ”vocalizar” (3º parágrafo) é escrita com ‘z’, pois verbos formados a partir de palavras
que não têm ‘s’ na última sílaba são escritos com ‘z’ (- izar).
( ) A palavra “acasalamento” (penúltimo parágrafo) é um exemplo de derivação parassintética,
pois foram agregados radical e prefixo à palavra inicial.
( ) O plural do nome do pássaro: “mandarins- diamante” também estaria correto sob a forma:
mandarins-diamantes.
( ) Na palavra “independentemente” (6º parágrafo), o prefixo ‘im-’ assume a forma ‘in-‘ por estar
diante de uma palavra começada por ‘d

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

A ordem correta é:

• a) F – V – F – F

• b) V – V – V – F

• c) V – F – V – F

• d) F – F – F – V

3 - IESES - 2013 - SEPLAG-MG - Gestor Governamental

Assinale a única opção em que todos os verbos apresentam variação no radical quando
conjugados:

• a) dizer, fazer, crescer.

• b) vencer, buscar, partir.

• c) mascarar, poder, passar.

• d) fingir, examinar, enviesar.

4 - FUNDEP - 2010 - TJ-MG - Oficial de Apoio Judicial

Considerando o processo de formação de palavras, assinale a alternativa em que se encontra


um prefixo e um sufixo.

• a) Reconstrução

• b) Idealizadas

• c) Diariamente

• d) Heroicizadas

5 - FUNCAB - 2010 - IDAF-ES - Analista de TI

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.

O processo de licenciamento de Angra III foi mais uma demonstração de como estamos
despreparados para conceber uma sociedade que, efetivamente, seja a base para a preservação
do planeta. Falas de autoridades públicas, de editoriais e até de alguns ambientalistas
defenderam esse tipo de energia com argumentos de que se trata de uma energia limpa, já que
não agrava o efeito estufa, e que o Brasil precisa reforçar sua matriz energét ica para se
desenvolver a taxas cada vez maiores. Sem contar o absurdo de chamar de energia limpa a

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

fissão nuclear e o seu perigoso lixo atômico, fica evidente que poucos se perguntam sobre as
consequências ambientais de se defender cada vez mais o desenvolvimento. Para frear o drama
ambiental planetário que se avizinha, precisamos é de menos desenvolvimento e de menos
consumo de energia e de recursos naturais.
Entrou na moda a expressão desenvolvimento sustentável. Empresários verdes,
ambientalistas, setores sociais variados agora adoram usar esse termo ecológico. Mas a
realidade é que qualquer desenvolvimento, por menor que seja, não é sustentável. A não ser que
sejam estancados o crescimento populacional planetário e essa busca desesperada para
atingirmos o modelo consumista predatório da natureza das naçõesmais ricas.
De que maneira participamos do ciclo perverso que começa na extração dos recursos
naturais, passa pela produção e distribuição e chega até ao consumidor? Conhecer a cadeia que
rege o consumo fica muito claro em vídeo, que circula pela internet, realizado pela ativista Annie
Leonard, o original Story Of Stuff. Essa animação bem construída explica a desastrosa cadeia que
começa devastando o meio ambiente até chegar ao inconsequente consumidor.
Já se foi o tempo em que se alimentar e vestir era algo complementar à vida do indivíduo.
Hoje em dia, esses hábitos se tornaram uma corrida insana para quem quer que seja se sentir
alguém. Os manipuladores da indústria da moda não se cansam de alternar tendências, para que
a cada estação tenhamos que renovar o guarda-roupa da cabeça aos pés . Com os
eletrodomésticos e eletrônicos em geral, a coisa fica mais cabeluda. Mal aprendemos a utilizar
um novo laptop- e já explode no mercado outro mais repleto de possibilidades! Para resistir à
pressão do mercado, é preciso muita força de vontade. E como nem todo mundo tem, aí eles
fazem a festa! Dessa forma, subvertemos a lei natural e o ser humano passa a valer menos que o
sistema por ele criado. Carros, sapatos, computadores descartáveis, uma corrida desenfreada em
busca do último modelo para alimentar a cadeia de
objetos descartáveis para pessoas descartáveis.
Mas o que fazer e como fazer para parar esse movimento destrutivo? Conhecer os
ensinamentos de grandes filósofos como Platão, Buda, Jesus, Gandhi e tantos outros que
dedicaram suas vidas para mostrar que a verdadeira realidade se encontra no interior do ser
humano. O grande vazio é que nos faz comer demais, comprar demais, amar demais sem
conseguir suprir a fome existencial. Para esses líderes espirituais, uma maior consciência do
nosso Eu Superior se refletirá num contato mais próximo com a natureza, produzindo uma
sociedade mais consistente e feliz. E sem dúvida faz parte dessa busca sermos capazes de viver
uma vida mais frugal.

(RESENDE, Célia & LIMA, Ronie. JB Ecológico: 07 / 01/ 2008, p. 54)

Com relação ao comentário sobre o significado do sufixo destacado nas palavras, há evidente
equívoco em:

• a) preservação - extração (ato de X, em que X é um verbo).

• b) ambiental - populacional (relativo a X, em que X é um substantivo).

• c) consumidor - manipulador (agente de X, em que X é um verbo).

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

• d) sustentável - descartável (provido ou cheio de X, em que X é um substantivo).

• e) realidade - possibilidade (qualidade de X, em que X é um adjetivo).

GABARITO

1-B 2-C 3-A 4-A 5-D

Classes de Palavras

A parte da gramática que estuda as classes de palavras é a MORFOLOGIA (morfo = forma, logia
= estudo), ou seja, o estudo da forma. Na morfologia, portanto, não estudamos as relações
entre as palavras, o contexto em que são empregadas, ou outros fatores que podem influenciá-
la, mas somente a forma da palavra.

São 10 classes de palavras: substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, conjunção, interjeição,


preposição, artigo, numeral e pronome.

Vamos aos estudos!

Colômbia, bola, medo, trovão, paixão, etc. Essas palavras estão dando nome a lugar, objeto,
sensação física, fenômenos da natureza, emoções, enfim as coisas em geral. Esses nomes são
chamados SUBSTANTIVOS.

Assim, podemos dizer que substantivo é a palavra que dá nome aos seres. Eles podem ser
classificados da seguinte forma:

Concretos
Quando tratam de coisas reais, ou tidas como reais.
homem, menino, lobisomem, fada.

Abstratos
Quando tratam de estados e qualidades, sentimentos e ações.
vida (estado), beleza (qualidade), felicidade (sentimento), esforço (ação).

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Simples
Quando formados por um só radical.
flor, tempo, chuva...

Compostos
Quando possuem mais de um radical.
couve-flor, passatempo, guarda-chuva...

Primitivos
Quando não derivam de outra palavra da língua portuguesa.
pedra, ferro, porta...

Derivados
Quando derivam de outra palavra da língua portuguesa.
pedreira, pedreiro, ferreiro, portaria...

Comuns
Quando se referem a seres da mesma espécie, sem especificá-los.
país, cidade, pessoa...

Próprios
Quando se referem a seres, pessoas, entidades determinados. São escritos sempre com inicial
maiúscula.
Brasil, Santos, João, Deus...

Coletivos
Quando se referem a um conjunto de seres da mesma espécie.
álbum (fotografias, selos), biblioteca (livros), código (leis)...
Flexionam-se em gênero para indicar o sexo dos seres vivos. (quanto aos seres inanimados a
classificação é convencional).

Masculino
Quando podem ser precedidos dos artigos o ou os.

Feminino
Quando podem ser precedidos dos artigos a ou as.
Existem ainda substantivos que são uniformes em gênero:

Epicenos
Quando um só gênero se refere a animais macho e fêmea.
jacaré (macho ou fêmea)...

Sobrecomuns
Quando um só gênero se refere a homem ou mulher.
a criança (tanto menino quanto menina)

Comuns de dois gêneros


Quando uma só forma existe para se referir a indivíduos dos dois sexos.
o artista, a artista, o dentista, a dentista...

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Flexionam-se em número para indicar a quantidade (um ou mais seres).

Singular
Quando se refere a um único ser ou grupo de seres.
homem, povo, flor...

Plural
Quando se refere a mais de um ser ou grupo de seres.
homens, povos, flores...
Existem ainda substantivos que só se empregam no plural.
férias, pêsames, núpcias...
Flexionam-se em grau para se referir ao tamanho e também emprestar significado pejorativo,
afetivo, etc.
Normal: gente, povo...
Aumentativo: gentalha, povão (com sentido pejorativo)
Diminutivo: gentinha, povinho (com sentido pejorativo)

Adjetivos
Adjetivos são palavras que caracterizam o substantivo atribuindo-lhes qualidades, estados,
aparência, etc.
Quanto à classificação podem ser:

-Simples
Quando formados por apenas um radical.
claro, escuro...

- Compostos
Quando formados por dois ou mais radicais.
amarelo-claro, azul-escuro...

-Primitivos
Quando não derivados de outra palavra em língua portuguesa.
bom, feliz...

-Derivados
Quando derivados de outros substantivos ou verbos.
bondoso, amado...

Existem ainda os adjetivos pátrios, que se referem à origem ou nacionalidade.


brasileiro, paulistano, santista...

Os adjetivos flexionam-se um gênero, número e grau.

Quanto ao gênero, podem ser:

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- Uniformes
Quando uma única forma é usada tanto para concordar com substantivos masculinos quanto
com femininos.
menino feliz, menina feliz...

-Biformes
Quando se flexionam para concordar com o substantivo que qualificam.
menino bonito, menina bonita...

Quanto ao número, podem ser singular ou plural para acompanhar o substantivo que
qualificam.

menina bonita - meninas bonitas


pessoa feliz - pessoas felizes

Flexionam-se em grau para expressar a intensidade das qualidades do substantivo ao qual se


referem.

Quanto ao grau, podem ser comparativos ou superlativos.

O grau comparativo pode designar:

igualdade: Sou tão bonita quanto ela.

superioridade: Sou mais bonita que ela.

inferioridade : Ela é menos bonita do que eu.

O grau superlativo pode ser absoluto ou relativo.

absoluto analítico: Ela é muito bonita.

absoluto sintético: Ela é belíssima.

relativo de superioridade

analítico: Ela é a mais bonita de todas.

sintético: Esta vila é a maior de todas.

relativo de inferioridade: Ela é a menos bonita de todas nós.

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Pronomes
Pronome é a classe de palavras que substitui uma frase nominal. Inclui palavras como ela, eles e
algo. Os pronomes são reconhecidos como uma parte do discurso distinta das demais desde
épocas antigas. Essencialmente, um pronome é uma única palavra (ou raramente uma forma
mais longa), com pouco ou nenhum sentido próprio, que funciona como um sintagma nominal
completo.

O pronome é a palavra que acompanha ou substitui o substantivo, relacionando-o com uma das
pessoas do discurso.

Quando um pronome substitui o substantivo ele é chamado de pronome substantivo.

Os pronomes classificam-se em vários tipos.

PRONOMES PESSOAIS são termos que substituem ou acompanham o substantivo. Servem para
representar os nomes dos seres e determinar as pessoas do discurso, que são:

1ª pessoa............a que fala


2ª pessoa............com quem se fala
3ª pessoa............de quem se fala

Eu aprecio tua dedicação aos estudos. Será que ela aprecia também?
Os pronomes pessoais classificam-se em retos e oblíquos:

São pronomes retos, quando atuam como sujeito da oração.

Singular Plural Exemplo


1ª pessoa eu nós Eu estudo todos os dias.
2ª pessoa tu vós Tu também tens estudado?
3ª pessoa ele/ela eles/elas Será que ela estuda também?

São pronomes oblíquos, quando atuam como complemento (objeto direto ou indireto).
Quanto à acentuação, classificam-se em oblíquos átonos (acompanham formas verbais) e
oblíquos tônicos ( acompanhados de preposição):
Pronomes oblíquos átonos: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes.
Desejo-te boa sorte...
Faça-me o favor...
Em verbos terminados em -r, -s ou -z, elimina-se a terminação e os pronomes o(s), a(s) se
tornam lo(s), la(s).Em verbos terminados em -am, -em, -ão e -õe os pronomes se tornam no(s),
na(s).
Pronomes oblíquos tônicos: mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas.
A mim pouco importa o que dizem...
Os pronomes de tratamento tem a função de pronome pessoal e serve para designar as pessoas
do discurso.

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PRONOMES POSSESSIVOS - Indicam posse. Estabelece relação da pessoa do discurso com algo
que lhe pertence.

Singular Plural
1ª pessoa meu(s), minha(s) nosso(s), nossa(s)
2ª pessoa teu(s), tua(s) vosso(s), vossa(s)
3ª pessoa seu(s), sua(s) dele(s), dela(s)

PRONOMES DEMONSTRATIVOS – Indicam a posição de um ser ou objeto em relação às pessoas


do discurso.
1ª pessoa este(s), esta(s), isto.................se refere a algo que está perto da pessoa que fala.
2ª pessoa esse(s), essa(s), isso................se refere a algo que esta perto da pessoa que ouve.
3ª pessoa aquele(s), aquela(s), aquilo...se refere a algo distante de ambos.

Estes livros e essas apostilas devem ser guardadas naquela estante.


Estes - perto de quem fala
essas - perto de quem ouve
naquela - distante de ambos

PRONOMES INDEFINIDOS – São imprecisos, vagos. Se referem à 3ª pessoa do discurso.


Podem ser variáveis (se flexionando em gênero e número) ou invariáveis.
São formas variáveis: algum(s), alguma(s), nenhum(s),nenhuma(s), todo(s), toda(s), muito(s),
muita(s), pouco(s), pouca(s), tanto(s), tanta(s), certo(s), certa(s), vário(s), vária(s), outro(s), outra(s),
certo(s), certa(s), quanto(s), quanta(s), tal, tais, qual, quais, qualquer, quaisquer...
São formas invariáveis: quem, alguém, ninguém, outrem, cada, algo, tudo, nada..
Algumas pessoas estudam diariamente. Ninguém estuda diariamente.

PRONOMES INTERROGATIVOS – São empregados para formular perguntas diretas ou indiretas.


Podem ser variáveis ou invariáveis.
Variáveis: qual, quais, quanto(s), quanta(s).
Invariáveis: que, onde, quem...
Quantos de vocês estudam diariamente? Quem de vocês estuda diariamente?

PRONOMES RELATIVOS – São os que relacionam uma oração a um substantivo que representa.
Também se classificam em variáveis e invariáveis.
Variáveis: o(a) qual, os(as) quais, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s).
Invariáveis:que, quem, onde.
Conseguiu o emprego que tanto queria.

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Verbos
Verbo é a palavra que exprime um fato (geralmente uma ação, estado ou fenômeno da
natureza) e localiza-o no tempo, usados também para ligar o sujeito ao predicado. Mas o verbo
é identificado principalmente por ser a classe de palavras que mais admitem flexões em número,
pessoa, modo, tempo e voz.

Estrutura das Formas Verbais

Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar os seguintes elementos:

a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado essencial do verbo.

Por exemplo:

fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)

b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que pertence o verbo.

Por exemplo:

fala-r

São três as conjugações:

1ª - Vogal Temática - A - (falar)

2ª - Vogal Temática - E - (vender)

3ª - Vogal Temática - I - (partir)

c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tempo e o modo do verbo.

Por exemplo:
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)

d) Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e


o número (singular ou plural).

Por exemplo:
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.)

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Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados ( compor, repor, depor, etc.), pertencem à
2ª conjugação, pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal "e", apesar de haver
desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc.

Formas Rizotônicas e Arrizotônicas

Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos verbos com o conceito de acentuação


tônica, percebemos com facilidade que nas formas rizotônicas, o acento tônico cai no radical do
verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai
no radical, mas sim na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos.

Classificam-se em:

a) Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais de sua conjugação e cuja flexão
não provoca alterações no radical.

Por exemplo:

canto cantei cantarei cantava cantasse

b) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências.

Por exemplo:

faço fiz farei fizesse

c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Classificam-se


em impessoais,unipessoais e pessoais.

Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmente, são usados na terceira pessoa do
singular. Os principais verbos impessoais são:

a) haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações


temporais).

Por exemplo:

Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)


Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)

b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo)

Por exemplo:

Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.


Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia.

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c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover,


ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se
constrói, "Amanheci mal-humorado", usa-se o verbo "amanhecer" em sentido
figurado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser
impessoal para ser pessoal.

Por exemplo:

Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)


Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

d) São impessoais, ainda:

1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo. Ex.: Já passa das seis.
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indicando suficiência.
Ex.: Basta detolices. Chega de blasfêmias.
3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está muito bem assim,
Não fica bem, Fica mal, sem referência a sujeito expresso anteriormente. Podemos,
ainda, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos,
então, pessoais.
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de "ser possível". Por
exemplo:

Não deu para chegar mais cedo.


Dá para me arrumar uns trocados?

Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, se conjugam apenas nas terceiras pessoas, do
singular e do plural.

Por exemplo:

A fruta amadureceu.

As frutas amadureceram.

Observação: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem
figurada:

Teu irmão amadureceu bastante.

Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de animais; eis alguns:

bramar: tigre

bramir: crocodilo

cacarejar: galinha

coaxar: sapo

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cricrilar: grilo

Os principais verbos unipessoais são:

1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário, etc.).

Observe os exemplos:

Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bastante.)


Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.

Observe os exemplos:

Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não vejo
Cláudia)

Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.

Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos.

Por exemplo:

verbo falir

Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do
verbo falar - o que provavelmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.

Por exemplo:

verbo computar

Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa -
formas de sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas
vezes não impedem o uso efetivo de formas verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo
disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento e a popularização da
informática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.

d) Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente,
esse fenômeno costuma ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas
em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).

Observe:

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR

Anexar Anexado Anexo

Dispersar Dispersado Disperso

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Eleger Elegido Eleito

Envolver Envolvido Envolto

Imprimir Imprimido Impresso

Matar Matado Morto

Morrer Morrido Morto

Pegar Pegado Pego

Soltar Soltado Solto

e) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação.

Por exemplo:

Ir Pôr Ser Saber

vou ponho sou sei


vais pus és sabes
ides pôs fui soube
fui punha foste saiba
foste seja

f) Auxiliares

São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo
principal, quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas
nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Por exemplo:
Vou espantar as moscas.

(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora do debate.

(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram cumprimentados por todos


os presentes.

(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)

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Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

g) Pronominais

São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se,
na mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas
reforçando a ideia já implícita no próprio sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja:

1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos,
vos, se. São poucos: abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos
verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já está implícita no radical do verbo.

Por exemplo:

Arrependi-me de ter estado lá.

A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento)
que recai sobre ela mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome
oblíquo átono é apenas uma partícula integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é
conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia reflexiva
expressa pelo radical do próprio verbo.

Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):

Eu me arrependo

Tu te arrependes

Ele se arrepende

Nós nos arrependemos

Vós vos arrependeis

Eles se arrependem

2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai
sobre o objeto representado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito
faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos
diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados, formando o que se
chama voz reflexiva.

Por exemplo: Maria se penteava.

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A reflexibilidade se diz acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra
pessoa.

Por exemplo: Maria penteou-me.

Observações:

1- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais
não possuem função sintática.

2- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são
essencialmente pronominais, são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes,
apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas.

Por exemplo:

Eu me feri. ----- Eu (sujeito)-1ª pessoa do singular


me (objeto direto) - 1ª pessoa do singular

Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato. Em
Português, existem três modos:

Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo: Eu sempre estudo.
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por exemplo: Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido. Por exemplo: Estuda agora, menino.

Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes
(substantivo, adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

a) Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter
valor e função de substantivo.

Por exemplo:

Viver é lutar. (= vida é luta)

É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma


composta).

Por exemplo:

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É preciso ler este livro.


Era preciso ter lido este livro.

b) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do


singular, não apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais,
flexiona-se da seguinte maneira:

2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)


1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
Por exemplo:

Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

c) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio.

Por exemplo:

Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)

Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo)

Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta, uma ação
concluída.

Por exemplo:

Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.

Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.

d) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica
geralmente o resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau.

Por exemplo:

Terminados os exames, os candidatos saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume
verdadeiramente a função de adjetivo (adjetivo verbal).

Por exemplo:

Ela foi a aluna escolhida para representar a escola.

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode
ocorrer em diversos tempos. Veja:

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1. Tempos do Indicativo

Presente - Expressa um fato atual.

Por exemplo:

Eu estudo neste colégio.

Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não
foi completamente terminado.

Por exemplo:

Ele estudava as lições quando foi interrompido.

Pretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao


atual e que foi totalmente terminado.

Por exemplo:

Ele estudou as lições ontem à noite.

Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve início no passado e que
pode se prolongar até o momento atual.

Por exemplo:

Tenho estudado muito para os exames.

Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já


terminado.

Por exemplo:

Ele já tinha estudado as lições quando os amigos chegaram. (forma composta)

Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (forma simples)

Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo
vindouro com relação ao momento atual.

Por exemplo:

Ele estudará as lições amanhã.

Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve ocorrer posteriormente a


um momento atual, mas já terminado antes de outro fato futuro.

Por exemplo:

Antes de bater o sinal, os alunos já terão terminado o teste.

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Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um


determinado fato passado.

Por exemplo:

Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.

Futuro do Pretérito (composto) - Enuncia um fato que poderia ter ocorrido


posteriormente a um determinado fato passado.

Por exemplo:

Se eu tivesse ganho esse dinheiro, teria viajado nas férias.

2. Tempos do Subjuntivo

Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual.

Por exemplo:

É conveniente que estudes para o exame.

Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido.

Por exemplo:

Eu esperava que ele vencesse o jogo.

Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia
de condição ou desejo.

Por exemplo:

Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente terminado num momento


passado.

Por exemplo:

Embora tenha estudado bastante, não passou no teste.

Pretérito Mais-Que-Perfeito (composto) - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já


terminado.

Por exemplo:

Embora o teste já tivesse começado, alguns alunos puderam entrar na sala de exames.

Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em
relação ao atual.

Por exemplo:

Quando ele vier à loja, levará as encomendas.

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Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou


desejo.

Por exemplo:

Se ele vier à loja, levará as encomendas.

Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior ao momento atual mas já


terminado antes de outro fato futuro.

Por exemplo: Quando ele tiver saído do hospital, nós o visitaremos.

Formação dos Tempos Simples

Quanto à formação dos tempos simples, estes dividem-se em primitivos e derivados.

Primitivos:
presente do indicativo
pretérito perfeito do indicativo
infinitivo impessoal

Derivados do Presente do Indicativo:


Presente do subjuntivo
Imperativo afirmativo
Imperativo negativo

Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo:


Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
Pretérito imperfeito do subjuntivo
Futuro do subjuntivo

Derivados do Infinitivo Impessoal:


Futuro do presente do indicativo
Futuro do pretérito do indicativo
Imperfeito do indicativo
Gerúndio
Particípio

Tempos Compostos
São formados por locuções verbais que têm como auxiliares os verbos ter e haver e como
principal, qualquer verbo no particípio. São eles:

01) Pretérito Perfeito Composto do Indicativo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Indicativo e o


principal no particípio, indicando fato que tem ocorrido com frequência ultimamente.

Por exemplo:

Eu tenho estudado demais ultimamente.

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02) Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Subjuntivo e o


principal no particípio, indicando desejo de que algo já tenha ocorrido.

Por exemplo:

Espero que você tenha estudado o suficiente, para conseguir a aprovação.

03) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Indicativo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do


Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Mais-que-perfeito do
Indicativo simples.

Por exemplo:

Eu já tinha estudado no Maxi, quando conheci Magali.

04) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do


Subjuntivo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Imperfeito do
Subjuntivo simples.

Por exemplo:

Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.

Obs.: perceba que todas as frases remetem a ação obrigatoriamente para o passado. A
frase Se eu estudasse, aprenderia é completamente diferente de Se eu tivesse estudado,
teria aprendido.

05) Futuro do Presente Composto do Indicativo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Presente simples do
Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Presente simples do
Indicativo.

Por exemplo:

Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já terei partido.

06) Futuro do Pretérito Composto do Indicativo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Pretérito simples do
Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Pretérito simples do
Indicativo.

Por exemplo:

Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.

07) Futuro Composto do Subjuntivo:

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo simples e
o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Subjuntivo simples.

Por exemplo:

Quando você tiver terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6 Km.

Veja os exemplos:

Quando você chegar à minha casa, telefonarei a Manuel.

Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado a Manuel.

Perceba que o significado é totalmente diferente em ambas as frases apresentadas. No primeiro


caso, esperarei "você" praticar a sua ação para, depois, praticar a minha; no segundo, primeiro
praticarei a minha. Por isso o uso do advérbio "já".

Assim, observe que o mesmo ocorre nas frases a seguir::

Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a Manuel.

Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado a Manuel.

08) Infinitivo Pessoal Composto:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Infinitivo Pessoal simples e o
principal no particípio, indicando ação passada em relação ao momento da fala.

Por exemplo:

Para você ter comprado esse carro, necessitou de muito dinheiro.

Locuções Verbais

Outro tipo de conjugação composta - também chamada conjugação perifrástica - são as


locuções verbais, constituídas de verbos auxiliares mais gerúndio ou infinitivo. São conjuntos de
verbos que, numa frase, desempenham papel equivalente ao de um verbo único. Nessas
locuções, o último verbo, chamado principal, surge sempre numa de suas formas nominais; as
flexões de tempo, modo, número e pessoa ocorrem nos verbos auxiliares. Observe os exemplos:

Estou lendo o jornal.

Marta veio correndo: o noivo acabara de chegar.

Ninguém poderá sair antes do término da sessão.

A língua portuguesa apresenta uma grande variedade dessas locuções, conseguindo exprimir
por meio delas os mais variados matizes de significado. Ser (estar, em algumas construções) é
usado nas locuções verbais que exprimem a voz passiva analítica do verbo. Poder e dever são
auxiliares que exprimem a potencialidade ou a necessidade de que determinado processo se
realize ou não. Veja:

Pode ocorrer algo inesperado durante a festa.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Deve ocorrer algo inesperado durante a festa.

Outro auxiliar importante é querer, que exprime vontade, desejo.

Por exemplo:

Quero ver você hoje.

Também são largamente usados como auxiliares: começar a, deixar de, voltar a, continuar
a, pôr-se a, ir, vire estar, todos ligados à noção de aspecto verbal.

Aspecto Verbal

No que se refere ao estudo de valor e emprego dos tempos verbais, é possível perceber
diferenças entre o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito do indicativo. A diferença entre
esses tempos é uma diferença deaspecto, pois está ligada à duração do processo verbal.
Observe:

- Quando o vi, cumprimentei-o.

O aspecto é perfeito, pois o processo está concluído.

- Quando o via cumprimentava-o.

O aspecto é imperfeito, pois o processo não tem limites claros, prolongando-se por período
impreciso de tempo.

O presente do indicativo e o presente do subjuntivo apresentam aspecto imperfeito, pois não


impõem precisos ao processo verbal:

- Faço isso sempre.

- É provável que ele faça isso sempre.

Já o pretérito mais-que-perfeito, como o próprio nome indica, apresenta aspecto perfeito em


suas várias formas do indicativo e do subjuntivo, pois traduz processos já concluídos:

- Quando atingimos o topo da montanha, encontramos a bandeira que ele fincara (ou havia
fincado) dois dias antes.

- Se tivéssemos chegado antes, teríamos conseguido fazer o exame.

Outra informação aspectual que a oposição entre o perfeito e imperfeito pode fornecer diz
respeito à localização do processo no tempo. Os tempos perfeitos podem ser usados para
exprimir processos localizados num ponto preciso do tempo:

- No momento em que o vi, acenei-lhe.

- Tinha-o cumprimentado logo que o vira.

Já os tempos imperfeitos podem indicar processos frequentes e repetidos:

- Sempre que saía, trancava todas as portas.

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O aspecto permite a indicação de outros detalhes relacionados com a duração do processo


verbal. Veja:

- Tenho encontrado problemas em meu trabalho.

Esse tempo, conhecido como pretérito perfeito composto do indicativo, indica um processo
repetido ou frequente, que se prolonga até o presente.

- Estou almoçando.

A forma composta pelo auxiliar estar seguido do gerúndio do verbo principal indica um
processo que se prolonga. É largamente empregada na linguagem cotidiana, não só no
presente, mas também em outros tempos (estava almoçando, estive almoçando, estarei
almoçando, etc.).

As formas compostas: estará resolvido e estaria resolvido, conhecidas como futuro do


presente e futuro do pretérito compostos do indicativo, exprimem processo concluído - é a ideia
do aspecto perfeito - ao qual se acrescenta a noção de que os efeitos produzidos permanecem,
uma vez realizada a ação.

- Os animais noturnos terminaram de se recolher mal começou a raiar o dia.

Nas duas locuções destacadas, mais duas noções ligadas ao aspecto verbal: a indicação do
término e do início do processo verbal.

- Eles vinham chegando à proporção que nós íamos saindo.

As locuções formadas com os auxiliares vir e ir exprimem processos que se prolongam.

- Ele voltou a trabalhar depois de deixar de sonhar projetos irrealizáveis.

As locuções destacadas exprimem o início de um processo interrompido e a interrupção de


outro, respectivamente.

Emprego do Infinitivo Impessoal e Pessoal

Infinitivo Impessoal

Quando se diz que um verbo está no infinitivo impessoal, isso significa que ele apresenta
sentido genérico ou indefinido, não relacionado a nenhuma pessoa, e sua forma é invariável.
Assim, considera-se apenas o processo verbal.

Por exemplo:

Amar é sofrer.

O infinitivo pessoal, por sua vez, apresenta desinências de número e pessoa.

Veja:

Eu
falar -es Tu

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vender Ele
partir -mos Nós
-des Vós
-em Eles

Observe que, embora não haja desinências para a 1ª e 3ª pessoas do singular (cujas formas são
iguais às do infinitivo impessoal), elas não deixam de referir-se às respectivas pessoas do
discurso (o que será esclarecido apenas pelo contexto da frase).

Por exemplo:

Para ler melhor, eu uso estes óculos. (1ª pessoa)


Para ler melhor, ela usa estes óculos. (3ª pessoa)

Note: as regras que orientam o emprego da forma variável ou invariável do infinitivo não são
todas perfeitamente definidas. Por ser o infinitivo impessoal mais genérico e vago, e o infinitivo
pessoal mais preciso e determinado, recomenda-se usar este último sempre que for necessário
dar à frase maior clareza ou ênfase.

Observações importantes:

O infinitivo impessoal é usado:

1. Quando apresenta uma ideia vaga, genérica, sem se referir a um sujeito determinado;

Por exemplo:

Querer é poder.
Fumar prejudica a saúde.
É proibido colar cartazes neste muro.

2. Quando tiver o valor de Imperativo;

Por exemplo:

Soldados, marchar! (= Marchai!)

3. Quando é regido de preposição e funciona como complemento de um substantivo,


adjetivo ou verbo da oração anterior;

Por exemplo:

Eles não têm o direito de gritar assim.


As meninas foram impedidas de participar do jogo.
Eu os convenci a aceitar.

No entanto, na voz passiva dos verbos "contentar", "tomar" e "ouvir", por exemplo, o Infinitivo
(verbo auxiliar) deve ser flexionado.

Por exemplo:

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Eram pessoas difíceis de serem contentadas.


Aqueles remédios são ruins de serem tomados.
Os CDs que você me emprestou são agradáveis de serem ouvidos.

4. Nas locuções verbais;

Por exemplo:

Queremos acordar bem cedo amanhã.


Eles não podiam reclamar do colégio.
Vamos pensar no seu caso.

5. Quando o sujeito do infinitivo é o mesmo do verbo da oração anterior;

Por exemplo:

Eles foram condenados a pagar pesadas multas.


Devemos sorrir ao invés de chorar.
Tenho ainda alguns livros por (para) publicar.

Observação: quando o infinitivo preposicionado, ou não, preceder ou estiver distante do verbo


da oração principal (verbo regente), pode ser flexionado para melhor clareza do período e
também para se enfatizar o sujeito (agente) da ação verbal.

Por exemplo:

Na esperança de sermos atendidos, muito lhe agradecemos.


Foram dois amigos à casa de outro, a fim de jogarem futebol.
Para estudarmos, estaremos sempre dispostos.
Antes de nascerem, já estão condenadas à fome muitas crianças.

6. Com os verbos causativos "deixar", "mandar"e "fazer" e seus sinônimos que não
formam locução verbal com o infinitivo que os segue;

Por exemplo:

Deixei-os sair cedo hoje.

7. Com os verbos sensitivos "ver", "ouvir", "sentir" e sinônimos, deve-se também deixar o
infinitivo sem flexão.

Por exemplo:

Vi-os entrar atrasados.


Ouvi-as dizer que não iriam à festa.

Observações:

a) É inadequado o emprego da preposição "para" antes dos objetos diretos de verbos como
"pedir", "dizer", "falar" e sinônimos;

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Pediu para Carlos entrar. (errado)


Pediu para que Carlos entrasse. (errado)
Pediu que Carlos entrasse. (correto)

b) Quando a preposição "para" estiver regendo um verbo, como na oração "Este trabalho é para
eu fazer", pede-se o emprego do pronome pessoal "eu", que se revela, neste caso, como sujeito.

Outros exemplos:

Aquele exercício era para eu corrigir.


Esta salada é para eu comer?
Ela me deu um relógio para eu consertar.

Atenção:

Em orações como "Esta carta é para mim!", a preposição está ligada somente ao pronome, que
deve se apresentar oblíquo tônico.

Infinitivo Pessoal

Quando se diz que um verbo está no infinitivo pessoal, isso significa que ele atribui um agente
ao processo verbal, flexionando-se.

O infinitivo deve ser flexionado nos seguintes casos:

1. Quando o sujeito da oração estiver claramente expresso;

Por exemplo:

Se tu não perceberes isto...


Convém vocês irem primeiro.
O bom é sempre lembrarmos desta regra (sujeito desinencial, sujeito implícito = nós)

2. Quando tiver sujeito diferente daquele da oração principal;

Por exemplo:

O professor deu um prazo de cinco dias para os alunos estudarem bastante para a
prova.
Perdoo-te por me traíres.
O hotel preparou tudo para os turistas ficarem à vontade.

O guarda fez sinal para os motoristas pararem.

3. Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na terceira pessoa do plural);

Por exemplo:

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Faço isso para não me acharem inútil.


Temos de agir assim para nos promoverem.
Ela não sai sozinha à noite a fim de não falarem mal da sua conduta.

4. Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação;

Por exemplo:

Vi os alunos abraçarem-se alegremente.


Fizemos os adversários cumprimentarem-se com gentileza.
Mandei as meninas olharem-se no espelho.

Nota: como se pode observar, a escolha do Infinitivo Flexionado é feita sempre que se quer
enfatizar o agente (sujeito) da ação expressa pelo verbo.

DICAS:

a) Se o infinitivo de um verbo for escrito com "j", esse "j" aparecerá em todas as outras formas.

Por exemplo:

Enferrujar: enferrujou, enferrujaria, enferrujem, enferrujarão, enferrujassem, etc. (Lembre,


contudo, que o substantivo ferrugem é grafado com "g".)

Viajar: viajou, viajaria, viajem ( 3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo, não


confundir com o substantivo viagem) viajarão, viajasses, etc.

b) Quando o verbo tem o infinitivo com "g", como em "dirigir" e "agir" este "g" deverá ser
trocado por um "j" apenas na primeira pessoa do presente do indicativo.

Por exemplo:

eu dirijo/ eu ajo

c) O verbo "parecer" pode relacionar-se de duas maneiras distintas com o infinitivo.

- Quando "parecer" é verbo auxiliar de um outro verbo: Elas parecem mentir.

- Elas parece mentirem - Neste exemplo ocorre, na verdade, um período composto. "Parece" é o
verbo de uma oração principal cujo sujeito é a oração subordinada substantiva subjetiva
reduzida de infinitivo "elas mentirem". Como desdobramento dessa reduzida, podemos ter a
oração "Parece que elas mentem."

Vozes do Verbo

Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indicar se o sujeito gramatical é agente ou
paciente da ação. São três as vozes verbais:

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a) Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo.

Por exemplo:

Ele fez o trabalho.


sujeito agente ação objeto (paciente)
b) Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo.

Por exemplo:

O trabalho foi feito por ele.


sujeito paciente ação agente da passiva
c) Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente, isto é, pratica e recebe a
ação.

Por exemplo:

O menino feriu-se.

Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade.

Por exemplo:

Os lutadores feriram-se. (um ao outro)

Formação da Voz Passiva

A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético.

1- Voz Passiva Analítica

Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio do verbo principal.

Por exemplo:

A escola será pintada.


O trabalho é feito por ele.

Obs. : o agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a
construção com a preposição de.

Por exemplo:

A casa ficou cercada de soldados.

- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja explícito na frase.

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Por exemplo:

A exposição será aberta amanhã.

- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a
transformação das frases seguintes:

a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)


O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo)
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mesmo tempo e modo do verbo principal
da voz ativa. Observe a transformação da frase seguinte:

O vento ia levando as folhas. (gerúndio)


As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)

Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva analítica com outros verbos que podem
eventualmente funcionar como auxiliares.

Por exemplo:

A moça ficou marcada pela doença.

2- Voz Passiva Sintética

A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome
apassivador SE.

Por exemplo:

Abriram-se as inscrições para o concurso.


Destruiu-se o velho prédio da escola.

Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva sintética.

Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva

Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase.

Por exemplo:

Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa)


Sujeito da Ativa Objeto Direto

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A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Passiva)


Sujeito da Passiva Agente da Passiva

Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa passará a agente da
passiva e overbo ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. Observe mais
exemplos:

- Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.

Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos mestres.

- Eu o acompanharei.

Ele será acompanhado por mim.

Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não haverá complemento agente
na passiva.

Por exemplo:

- Prejudicaram-me.
Fui prejudicado.

Saiba que:

1) Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos, são chamados neutros.

Por exemplo:

O vinho é bom.
Aqui chove muito.

2) Há formas passivas com sentido ativo:

Por exemplo:

É chegada a hora. (= Chegou a hora.)


Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.)
És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)

3) Inversamente, usamos formas ativas com sentido passivo:

Por exemplo:

Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas)


Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)

4) Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido cirúrgico) e vacinar-se são


considerados passivos, logo o sujeito é paciente.

Por exemplo:

Chamo-me Luís.
Batizei-me na Igreja do Carmo.

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Operou-se de hérnia.
Vacinaram-se contra a gripe.

Advérbios

Advérbio é a classe gramatical das palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro
advérbio. Raramente modifica um substantivo. É a palavra invariável que indica as circunstâncias
em que ocorre a ação verbal.

Tipos de Advérbios
DE MODO: Ex.:Sei muito BEM que ninguém deve passar atestado da virtude alheia.
Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde,devagar, ás pressas, às claras, às
cegas, à toa, à vontade, às escondas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em
geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em
-mente:calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente,
docemente, escandalosamente, bondosamente, generosamente

DE INTENSIDADE: Ex.:Acho que, por hoje, você já ouviu BASTANTE.


Muito, demais, pouco, tão, menos, em excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado,
quanto, quão, tanto, assaz, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por
completo,bem (quando aplicado a propriedades graduáveis)

DE TEMPO: Ex.: Leia e depois me diga QUANDO pode sair na gazeta.


Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente,
antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve,
constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente,
às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a
qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia

DE LUGAR: Ex.: A senhora sabe AONDE eu posso encontrar esse pai-de-santo?


Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto,
aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures,
aquém, embaixo, externamente, a distancia, à distancia de, de longe, de perto, em cima, à
direita, à esquerda, ao lado, em volta

DE NEGAÇÃO :Ex.: DE MODO ALGUM irei lá


Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum

DE DÚVIDA: Ex.: TALVEZ ela volte hoje


Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem
sabe

DE AFIRMAÇÃO: Ex.: REALMENTE eles sumiram


Sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras,
indubitavelmente

DE EXCLUSÃO:
Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só, unicamente

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

DE INCLUSÃO:
Ex.: Emocionalmente o indivíduo TAMBÉM amadurece durante a adolescência. Ainda, até,
mesmo, inclusivamente, também

DE ORDEM:
Depois, primeiramente, ultimamente

DE DESIGNAÇÃO: Eis

DE INTERROGAÇÃO:
Ex.: E então?QUANDO é que embarca?
onde?(lugar), como?(modo), quando?(tempo), porque?(causa), quanto?(preço e intensidade),
para que?(finalidade

Palavras Denotativas
Há, na língua portuguesa, uma série de palavras que se assemelham a advérbios. A
Nomenclatura Gramatical Brasileira não faz nenhuma classificação especial para essas palavras,
por isso elas são chamadas simplesmente de palavras denotativas.

ADIÇÃO: Ex.: Comeu tudo e ainda queria mais


Ainda, além disso

AFASTAMENTO: Ex.: Foi embora daqui.


embora

AFETIVIDADE: Ex.: Ainda bem que passei de ano


Ainda bem, felizmente, infelizmente

APROXIMAÇÃO:
quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de

DESIGNAÇÃO: Ex.: Eis nosso novo carro


eis

EXCLUSÃO: Ex.: Todos irão, menos ele.


Apenas, salvo, menos, exceto, só, somente, exclusive, sequer, senão,

EXPLICAÇÃO: Ex.: Viajaremos em julho, ou seja, nas férias.


isto é, por exemplo, a saber, ou seja

INCLUSÃO: Ex.: Até ele irá viajar.


Até, inclusive, também, mesmo, ademais

LIMITAÇÃO: Ex.: Apenas um me respondeu.


só, somente, unicamente, apenas

REALCE: Ex.: E você lá sabe essa questão?


é que, cá, lá, não, mas, é porque, só, ainda, sobretudo.

RETIFICAÇÃO: Ex.: Somos três, ou melhor, quatro

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aliás, isto é, ou melhor, ou antes

SITUAÇÃO: Ex.: Afinal, quem perguntaria a ele?


então, mas, se, agora, afinal

Grau dos Advérbios


Os advérbios, embora pertençam à categoria das palavras invariáveis, podem apresentar
variações com relação ao grau. Além do grau normal, o advérbio pode-se apresentar no grau
comparativo e no superlativo.

- GRAU COMPARATIVO: quando a circunstância expressa pelo advérbio aparece em relação de


comparação. O advérbio não é flexionado no grau comparativo. Para indicar esse grau utilizam
as formas tão...quanto, mais...que, menos...que. Pode ser:

comparativo de igualdade:
Ex.; Chegarei tão cedo quanto você.

comparativo de superioridade:
Ex.: Chegarei mais cedo que você.

comparativo de inferioridade:
Ex.: Chegaremos menos cedo que você.

- GRAU SUPERLATIVO: nesse caso, a circunstancia expressa pelo advérbio aparecerá


intensificada. O grau superlativo do advérbio pode ser formado tanto pelo processo sintético
(acréscimo de sufixo), como pelo processo analítico (outro advérbio estará indicando o grau
superlativo).

superlativo (ou absoluto) sintético: formado com o acréscimo de sufixo.


Ex.:Cheguei tardíssimo.

superlativo (ou absoluto) analítico: expresso com o auxilio de um advérbio de intensidade.


Ex.:Cheguei muito tarde.

Quando se empregam dois ou mais advérbios terminados em –mente, pode-se acrescentar o


sufixo apenas no ultimo.
Ex.: Nada omitiu de seu pensamento; falou clara, franca e nitidamente.

Quando se quer realçar o advérbio, pode-se antecipá-lo.


Ex.: Imediatamente convoquei os alunos.

Numeral

Numeral é toda palavra que encerra a ideia de número.


Exemplos:
- Andei por duas quadras.
- Fui a segunda colocada no concurso.

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- Comi um quarto da pizza.


- Tenho triplo da idade de meu filho.

Classificação do numeral: cardinal, ordinal, multiplicativo e fracionário.

CARDINAL
Indica quantidade, serve para fazer a contagem.

ORDINAL
Expressa ordem.

MULTIPLICATIVO
Indica multiplicação.

FRACIONÁRIO
Expressa divisão, fração e partes.

COLETIVO
Indica um conjunto. Exemplo: centena, dúzia, dezena, década e milheiro.
*Observação: "zero" e "ambos" são considerados como numerais.
Diferença entre um artigo e o um numeral, um artigo indica indefinição do substantivo e o um
numeral indica quantidade do substantivo.
Flexão dos numerais:
Alguns variam em gênero e número.
Dois – duas
segundo – segunda
Com funções adjetivas são variáveis.
- Ficou em coma por tomar doses triplas de veneno.
Números fracionários.
É meio-dia e meia (hora).

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos

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treze décimo terceiro - treze avos


catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinquenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

Preposição
Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o
segundo ao primeiro, ou seja, o regente e o regido. Isso significa que a preposição é o termo
que liga substantivo a substantivo, verbo a substantivo, substantivo a verbo, adjetivo a
substantivo, advérbio a substantivo, etc. Junto com as posposições e as
raríssimas circumposições, as preposições formam o grupo das adposições.

Tipos de Preposição

1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições.


A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás,
atrás de, dentro de, para com.

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2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como
preposições.
Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a
última palavra é uma delas.
Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo
de, em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás
de.
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim
estabelecer concordância em gênero ou em número.
Ex: por + o = pelo
por + a = pela
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição e sim das palavras a que
se ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois
processos:
1. Combinação: A preposição não sofre alteração.
preposição a + artigos definidos o, os
a + o = ao
preposição a + advérbio onde
a + onde = aonde

2. Contração: Quando a preposição sofre alteração.


Preposição + Artigos
De + o(s) = do(s)
De + a(s) = da(s)
De + um = dum
De + uns = duns
De + uma = duma
De + umas = dumas
Em + o(s) = no(s)
Em + a(s) = na(s)
Em + um = num
Em + uma = numa
Em + uns = nuns
Em + umas = numas
A + à(s) = à(s)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Por + o = pelo(s)
Por + a = pela(s)
Preposição + Pronomes
De + ele(s) = dele(s)
De + ela(s) = dela(s)
De + este(s) = deste(s)
De + esta(s) = desta(s)
De + esse(s) = desse(s)
De + essa(s) = dessa(s)
De + aquele(s) = daquele(s)
De + aquela(s) = daquela(s)
De + isto = disto
De + isso = disso
De + aquilo = daquilo
De + aqui = daqui
De + aí = daí
De + ali = dali
De + outro = doutro(s)
De + outra = doutra(s)
Em + este(s) = neste(s)
Em + esta(s) = nesta(s)
Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s)
Em + aquela(s) = naquela(s)
Em + isto = nisto
Em + isso = nisso
Em + aquilo = naquilo
A + aquele(s) = àquele(s)
A + aquela(s) = àquela(s)
A + aquilo = àquilo

O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los?
- Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo. Ele servirá para determiná-lo
como um substantivo singular e feminino.
- A dona da casa não quis nos atender.
- Como posso fazer a Joana concordar comigo?

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece relação de
subordinação entre eles.
- Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
- Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procurar um tratamento adequado.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a função de um substantivo.
- Temos Maria como parte da família. / A temos como parte da família
- Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / Creio que a conhecemos melhor que
ninguém.

Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das preposições:


Destino
Irei para casa.
Modo
Chegou em casa aos gritos.
Lugar
Vou ficar em casa;
Assunto
Escrevi um artigo sobre adolescência.
Tempo
A prova vai começar em dois minutos.
Causa
Ela faleceu de derrame cerebral.
Fim ou finalidade
Vou ao médico para começar o tratamento.
Instrumento
Escreveu a lápis.
Posse
Não posso doar as roupas da mamãe.
Autoria
Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
Companhia
Estarei com ele amanhã.
Matéria
Farei um cartão de papel reciclado.
Meio
Nós vamos fazer um passeio de barco.

107
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Origem
Nós somos do Nordeste, e você?
Conteúdo
Quebrei dois frascos de perfume.
Oposição
Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço
Essa roupa sai por R$ 50 à vista.

Conjunção

Conjunção é uma das classes de palavras definidas pela gramática general. As conjunções
são palavras invariáveis que servem para conectar orações ou dois termos de mesma função
sintática, estabelecendo entre eles uma relação de dependência ou de simples coordenação.

CLASSIFICAÇÃO
- Conjunções Coordenativas
- Conjunções Subordinativas

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
Dividem-se em:

- ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma.

Observe os exemplos:

- Ela foi ao cinema e ao teatro.


- Minha amiga é dona-de-casa e professora.
- Eu reuni a família e preparei uma surpresa.
- Ele não só emprestou o joguinho como também me ensinou a jogar.

Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também, não só...como também.

- ADVERSATIVAS
Expressam ideias contrárias, de oposição, de compensação. Exemplos:

- Tentei chegar na hora, porém me atrasei.


- Ela trabalha muito mas ganha pouco.
- Não ganhei o prêmio, no entanto dei o melhor de mim.
- Não vi meu sobrinho crescer, no entanto está um homem.

Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto.

ALTERNATIVAS
Expressam ideia de alternância.

- Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

- Minha cachorra ora late ora dorme.


- Vou ao cinema quer faça sol quer chova.

Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer...quer, já...já.

CONCLUSIVAS
Servem para dar conclusões às orações. Exemplos:

- Estudei muito por isso mereço passar.


- Estava preparada para a prova, portanto não fiquei nervosa.
- Você me ajudou muito; terá, pois sempre a minha gratidão.

Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (depois do verbo), portanto, por
conseguinte, assim.

EXPLICATIVAS
Explicam, dão um motivo ou razão:

- É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora.


- Não demore, que o seu programa favorito vai começar.

Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.

CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS


CAUSAIS
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como (= porque).
Exemplos:

- Não pude comprar o CD porque estava em falta.


- Ele não fez o trabalho porque não tem livro.
- Como não sabe dirigir, vendeu o carro que ganhou no sorteio.

COMPARATIVAS
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como, mais...do que, menos...do que.

- Ela fala mais que um papagaio.

CONCESSIVAS
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, mesmo que, apesar de, se bem que.

Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato inesperado.Traz em si uma ideia de
“apesar de”.

- Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar cansada)


- Apesar de ter chovido fui ao cinema.

CONFORMATIVAS

Principais conjunções conformativas: como, segundo, conforme, consoante

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- Cada um colhe conforme semeia.


- Segundo me disseram a casa é esta.

Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade.

CONSECUTIVAS
Expressam uma ideia de consequência.

Principais conjunções consecutivas: que ( após “tal”, “tanto”, “tão”, “tamanho”).

- Falou tanto que ficou rouco.


- Estava tão feliz que desmaiou.

FINAIS
Expressam ideia de finalidade, objetivo.

- Todos trabalham para que possam sobreviver.


- Viemos aqui para que vocês ficassem felizes.

Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque (=para que),

PROPORCIONAIS
Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto mais, ao passo que, à proporção que.

- À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.


- Quanto mais ela estudava, mais feliz seus pais ficavam.

TEMPORAIS
Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que.

- Quando eu sair, vou passar na locadora.


- Chegamos em casa assim que começou a chover.
- Mal chegamos e a chuva desabou.

Obs: Mal é conjunção subordinativa temporal quando equivale a "logo que".

O conjunto de duas ou mais palavras com valor de conjunção chama-se locução conjuntiva.

Exemplos: ainda que, se bem que, visto que, contanto que, à proporção que.

Algumas pessoas confundem as circunstâncias de causa e consequência. Realmente, às vezes,


fica difícil diferenciá-las.

Observe os exemplos:
- Correram tanto, que ficaram cansados.

“Que ficaram cansados” aconteceu depois deles terem corrido, logo é uma consequência.
Ficaram cansados porque correram muito.

“Porque correram muito” aconteceu antes deles ficarem cansados, logo é uma causa.

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Artigo

Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de
maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o
número dos substantivos.

Classificação dos Artigos

Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira precisa: o, a, os, as.

Por exemplo:

Eu matei o animal.

Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de maneira vaga: um, uma, uns, umas.

Por exemplo:

Eu matei um animal.

Combinação dos Artigos

É muito presente a combinação dos artigos definidos e indefinidos com preposições. Este
quadro apresenta a forma assumida por essas combinações:

Preposições Artigos
o, os a, as um, uns uma, umas
a ao, aos à, às - -
de do, dos da, das dum, duns duma, dumas
em no, nos na, nas num, nuns numa, numas
por (per) pelo, pelos pela, pelas - -
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o artigo definido a. Essa fusão de vogais
idênticas é conhecida por crase.

- As formas pelo(s)/pela(s) resultam da combinação dos artigos definidos com a forma per,
equivalente a por.

Interjeição

Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, ou que
procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso,
seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo:

Droga! Preste atenção quando eu estou falando!

No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua raiva se traduz numa palavra:
Droga!

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Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou simplesmente uma palavra. Ele
empregou a interjeição Droga!

As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: há uma sintaxe que estrutura
seus elementos e os distribui em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro
lado, são uma espécie de "palavra-frase", ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou
um conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma
sentença. Veja os exemplos:

1.Bravo! Bis!

bravo e bis: interjeição

sentença (sugestão): "Foi muito bom! Repitam!"

2.Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé...

ai: interjeição

sentença (sugestão): "Isso está doendo!" ou "Estou com dor!"

A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de


maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um
estado da alma decorrente de uma situação particular, um momento ou um contexto específico.

Exemplos:

1.Ah, como eu queria voltar a ser criança!

ah: expressão de um estado emotivo = interjeição

2.Hum! Esse pudim estava maravilhoso!

hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição

O significado das interjeições está vinculado à maneira como elas são proferidas. Desse modo, o
tom da fala é que dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação.

Exemplos:

1.Psiu!

contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua

significado da interjeição (sugestão): "Estou te chamando! Ei, espere!"

2.Psiu!

contexto: alguém pronunciando essa expressão em um hospital

significado da interjeição (sugestão): "Por favor, faça silêncio!"

3.Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!

puxa: interjeição

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tom da fala: euforia

4.Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!

puxa: interjeição

tom da fala: decepção

As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:

a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, tristeza, dor, etc.

Por exemplo:

- Você faz o que no Brasil?


-Eu? Eu negocio com madeiras.
-Ah, deve ser muito interessante.

b) Sintetizar uma frase apelativa

Por exemplo:

Cuidado! Saia da minha frente.

As interjeições podem ser formadas por:

a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô

b) palavras: Oba!, Olá!, Claro!

c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora bolas!

A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes da entonação com que é pronunciada;
por isso, pode ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido.

Por exemplo:

Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade)


Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)

Classificação das Interjeições

Comumente, as interjeições expressam sentido de:

Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, Atenção!, Olha!, Alerta!

Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!

Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!

Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!

Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!, Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!

Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!

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Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!

Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!,
Xi!, Chega!, Basta!, Ora!

Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!

Desculpa: Perdão!

Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!, Eh!

Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!, Ora!

Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!,
Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!, Putz!

Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!

Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!

Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó,
Psiu!, Socorro!, Valha-me, Deus!

Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!

Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!

Locução Interjetiva

Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma expressão com sentido de interjeição.

Por exemplo :

Ora bolas! Quem me dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó de casa!


Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus! Alto lá! Muito bem!

Observações:

1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas.

Por exemplo:

Ué! = Eu não esperava por essa!


Perdão! = Peço-lhe que me desculpe.

2) Além do contexto, o que caracteriza a interejeição é o seu tom exclamativo; por isso, palavras
de outras classes gramaticais podem aparecer como interjeições.

Por exemplo:

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Viva! Basta! (Verbos)


Fora! Francamente! (Advérbios)

3) A interjeição pode ser considerada uma "palavra-frase" porque sozinha pode constituir uma
mensagem.

Por exemplo:

Socorro!
Ajudem-me!
Silêncio!
Fique quieto!

4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitativas, que exprimem ruídos e vozes.

Por exemplo:

Pum! Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof!


Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.

5) Não se deve confundir a interjeição de apelo "ó" com a sua homônima "oh!", que exprime
admiração, alegria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do" oh!" exclamativo e não a fazemos
depois do "ó" vocativo.

Por exemplo:

"Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!" (Olavo Bilac)


Oh! a jornada negra!" (Olavo Bilac)

6) Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas de palavras de outras classes, podem


aparecer flexionadas no diminutivo ou no superlativo.

Por exemplo:

Calminha! Adeusinho! Obrigadinho!

Sintaxe

A Sintaxe é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no
discurso, bem como a relação lógica das frases entre si. Ao emitir uma mensagem verbal, o
emissor procura transmitir um significado completo e compreensível. Para isso, as palavras são
relacionadas e combinadas entre si. A sintaxe é um instrumento essencial para o manuseio
satisfatório das múltiplas possibilidades que existem para combinar palavras e orações.

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Frase

Frase é todo enunciado de sentido completo, podendo ser formada por uma só palavra ou por
várias, podendo ter verbos ou não. A frase exprime, através da fala ou da escrita:

ideias emoções ordens apelos

A frase se define pelo seu propósito comunicativo, ou seja, pela sua capacidade de, num
intercâmbio linguístico, transmitir um conteúdo satisfatório para a situação em que é utilizada.

Exemplos:

O Brasil possui um grande potencial turístico.


Espantoso!
Não vá embora.
Silêncio!
O telefone está tocando.

Observação: a frase que não possui verbo denomina-se Frase Nominal.

Na língua falada, a frase é caracterizada pela entoação, que indica nitidamente seu início e seu
fim. A entoação pode vir acompanhada por gestos, expressões do rosto, do olhar, além de ser
complementada pela situação em que o falante se encontra. Esses fatos contribuem para que
frequentemente surjam frases muito simples, formadas por apenas uma palavra. Observe:

Rua!
Ai!

Essas palavras, dotadas de entoação própria, e acompanhadas de gestos peculiares, são


suficientes para satisfazer suas necessidades expressivas.

Na língua escrita, a entoação é representada pelos sinais de pontuação, os quais procuram


sugerir a melodia frasal. Desaparecendo a situação viva, o contexto é fornecido pelo próprio
texto, o que acaba tornando necessário que as frases escritas sejam linguisticamente mais
completas. Essa maior complexidade linguística leva a frase a obedecer as regras gerais da
língua. Portanto, a organização e a ordenação dos elementos formadores da frase devem seguir
os padrões da língua. Por isso é que:

As meninas estavam alegres.

constitui uma frase, enquanto:

Alegres meninas estavam as.

não é considerada uma frase da língua portuguesa.

Estrutura da Frase

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As frases que possuem verbo são geralmente estruturadas a partir de dois elementos
essenciais: sujeito e predicado. Isso não significa, no entanto, que tais frases devam ser
formadas, no mínimo, por dois vocábulos. Na frase "Saímos", por exemplo, há um sujeito
implícito na terminação do verbo: nós.

O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É normalmente o
"ser de quem se declara algo", "o tema do que se vai comunicar".

O predicado é a parte da frase que contém "a informação nova para o ouvinte". Normalmente,
ele se refere ao sujeito, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. É sempre muito
importante analisar qual é o núcleo significativo da declaração: se o núcleo da declaração estiver
no verbo, teremos um predicado verbal(ocorre nas frases verbais); se o núcleo da declaração
estiver em algum nome, teremos um predicado nominal(ocorre nas frases nominais que
possuem verbo de ligação).

Observe:

O amor é eterno.

O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é "O amor". A declaração referente a "o amor",
ou seja, o predicado, é "é eterno". É um predicado nominal, pois seu núcleo significativo é o
nome "eterno". Já na frase:

Os rapazes jogam futebol.

O sujeito é "Os rapazes", que identificamos por ser o termo que concorda em número e pessoa
com o verbo"jogam". O predicado é "jogam futebol", cujo núcleo significativo é o
verbo "jogam". Temos, assim, um predicado verbal.

Oração

Uma frase verbal pode ser também uma oração. Para isso é necessário:

- que o enunciado tenha sentido completo;

- que o enunciado tenha verbo (ou locução verbal).

Por Exemplo:

Camila terminou a leitura do livro.

Período

Período é a frase constituída de uma ou mais orações, formando um todo, com sentido
completo. O período pode ser simples ou composto.

Período Simples: é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de oração
absoluta.

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Exemplos:

O amor é eterno.
As plantas necessitam de cuidados especiais.
Quero aquelas rosas.
O tempo é o melhor remédio.

Período Composto: é aquele constituído por duas ou mais orações.

Exemplos:

Quando você partiu minha vida ficou sem alegrias.


Quero aquelas flores para presentear minha mãe.
Vou gritar para todos ouvirem que estou sabendo o que acontece ao anoitecer.
Cheguei, jantei e fui dormir.

Tipos de Frases

Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser integralmente captados se
atentarmos para o contexto em que são empregadas. É o caso, por exemplo, das situações em
que se explora a ironia.

Pense, por exemplo, na frase "Que educação!", usada quando se vê alguém invadindo, com seu
carro, a faixa de pedestres.

Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do que aparentemente diz.

A entoação é um elemento muito importante da frase falada, pois nos dá uma ampla
possibilidade de expressão. Dependendo de como é dita, uma frase simples como "É ela." pode
indicar constatação, dúvida, surpresa, indignação, decepção, etc. Na língua escrita, os sinais de
pontuação podem agir como definidores do sentido das frases.

Existem alguns tipos de frases cuja entoação é mais ou menos previsível, de acordo com
o sentido que transmitem. São elas:

a) Frases Interrogativas: ocorrem quando uma pergunta é feita pelo emissor da mensagem. São
empregadas quando se deseja obter alguma informação. A interrogação pode ser direta ou
indireta.

Você aceita um copo de suco? (Interrogação direta)


Desejo saber se você aceita um copo de suco. (Interrogação indireta)

b) Frases Imperativas: ocorrem quando o emissor da mensagem dá uma ordem, um conselho


ou faz um pedido, utilizando o verbo no modo imperativo. Podem ser afirmativas ou negativas.

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Faça-o entrar no carro! (Afirmativa)


Não faça isso. (Negativa)
Dê-me uma ajudinha com isso! (Afirmativa)

c) Frases Exclamativas: nesse tipo de frase o emissor exterioriza um estado afetivo. Apresentam
entoação ligeiramente prolongada.

Por Exemplo:

Que prova difícil!


É uma delícia esse bolo!

d) Frases Declarativas: ocorrem quando o emissor constata um fato. Esse tipo de frase informa
ou declara alguma coisa. Podem ser afirmativas ou negativas.

Obrigaram o rapaz a sair. (Afirmativa)


Ela não está em casa. (Negativa)

e) Frases Optativas: são usadas para exprimir um desejo.

Por Exemplo:

Deus te acompanhe!
Bons ventos o levem!

De acordo com a construção, as frases classificam-se em:

Frase Nominal: é a frase construída sem verbos.

Exemplos:

Fogo!
Cuidado!
Belo serviço o seu!
Trabalho digno desse feirante.

Frase Verbal: é a frase construída com verbo.

Por Exemplo:

O sol ilumina a cidade e aquece os dias.


Os casais saíram para jantar.
A bola rolou escada abaixo.

Termos da oração

Os termos da oração podem ser classificados em três tipos:

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Termos essenciais da oração

São os termos necessários para a formação das orações. Confira quais são os termos essenciais:

Sujeito: termo da oração no qual se enuncia alguma coisa;

Predicado: termo da oração que se refere ao sujeito.

Termos integrantes da oração

Esses termos integram (completam) o significado dos termos essenciais (sujeito e predicado). Os
três termos integrantes da oração são:

Agente da passiva: indica quem praticou a ação de um verbo na voz passiva;

Complemento nominal: completa o sentido do adjetivo, do advérbio ou do substantivo;

Complemento verbal: completa o sentido dos verbos transitivos.

Termos acessórios da oração

Diferentemente dos termos essenciais, os termos acessórios são necessários em apenas alguns
contextos. As funções desses termos são qualificar um ser, exprimir alguma circunstância e
determinar os substantivos. A seguir listaremos os termos acessórios:

Adjunto Adnominal: termo que caracteriza, modifica, determina ou qualifica um substantivo;

Adjunto Adverbial: termo que altera o sentido do verbo, do adjetivo ou do advérbio;

Aposto: explica, resumi, enumera ou especifica um outro termo;

Vocativo: utilizado para referir-se ao interlocutor.

Vamos estudar com detalhes cada um dos termos.

As frases que possuem verbo são geralmente estruturadas a partir de dois elementos
essenciais: sujeito e predicado. Isso não significa, no entanto, que tais frases devam ser
formadas, no mínimo, por dois vocábulos. Na frase "Saímos", por exemplo, há um sujeito
implícito na terminação do verbo: nós.

O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É normalmente o
"ser de quem se declara algo", "o tema do que se vai comunicar".

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O predicado é a parte da frase que contém "a informação nova para o ouvinte". Normalmente,
ele se refere ao sujeito, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. É sempre muito
importante analisar qual é o núcleo significativo da declaração: se o núcleo da declaração estiver
no verbo, teremos um predicado verbal(ocorre nas frases verbais); se o núcleo da declaração
estiver em algum nome, teremos um predicado nominal(ocorre nas frases nominais que
possuem verbo de ligação).

Observe:

O amor é eterno.

O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é "O amor". A declaração referente a "o amor",
ou seja, o predicado, é "é eterno". É um predicado nominal, pois seu núcleo significativo é o
nome "eterno". Já na frase:

Os rapazes jogam futebol.

O sujeito é "Os rapazes", que identificamos por ser o termo que concorda em número e pessoa
com o verbo"jogam". O predicado é "jogam futebol", cujo núcleo significativo é o
verbo "jogam". Temos, assim, um predicado verbal.

Oração

Uma frase verbal pode ser também uma oração. Para isso é necessário:

- que o enunciado tenha sentido completo;

- que o enunciado tenha verbo (ou locução verbal).

Por Exemplo:

Camila terminou a leitura do livro.

Obs.: Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como partes de um conjunto
harmônico: elas são os termos ou as unidades sintáticas da oração. Assim, cada termo da oração
desempenha uma função sintática.

Período

Período é a frase constituída de uma ou mais orações, formando um todo, com sentido
completo. O período pode ser simples ou composto.

Período Simples: é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de oração
absoluta.

Exemplos:

O amor é eterno.
As plantas necessitam de cuidados especiais.

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Quero aquelas rosas.


O tempo é o melhor remédio.

Período Composto: é aquele constituído por duas ou mais orações.

Exemplos:

Quando você partiu minha vida ficou sem alegrias.


Quero aquelas flores para presentear minha mãe.
Vou gritar para todos ouvirem que estou sabendo o que acontece ao anoitecer.
Cheguei, jantei e fui dormir.

Análise Sintática

A análise sintática tem como objetivo examinar a estrutura de um período e das orações que
compõem um período.

Estrutura de um Período

Observe:

Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando.

Ao analisarmos a estrutura do período acima, é possível identificar duas orações: Conhecemos


mais pessoas equando estamos viajando.

Termos da Oração

No período "Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando", existem seis palavras. Cada
uma delas exerce uma determinada função nas orações. Em análise sintática, cada palavra da
oração é chamada de termoda oração. Termo é a palavra considerada de acordo com a função
sintática que exerce na oração.

Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, os termos da oração podem ser:

1) Essenciais

Também conhecidos como termos "fundamentais", são representados


pelo sujeito e predicado nas orações.

2) Integrantes

Completam o sentido dos verbos e dos nomes, são representados por:

complemento verbal - objeto direto e indireto;


complemento nominal;
agente da passiva.

3) Acessórios

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Desempenham função secundária (especificam o substantivo ou expressam circunstância). São


representados por:

adjunto adnominal;
adjunto adverbial;
aposto.

Obs.:
O vocativo, em análise sintática, é um termo à parte: não pertence à estrutura da oração.

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

Sujeito e Predicado

Para que a oração tenha significado, são necessários alguns termos básicos: os termos
essenciais. A oração possui dois termos essenciais, o sujeito e o predicado.

Sujeito: termo sobre o qual o restante da oração


diz algo.

Por Exemplo:

As praias estão cada vez mais poluídas.

Sujeito

Predicado: termo que contém o verbo e informa algo sobre


o sujeito.

Por Exemplo:

As praias estão cada vez mais poluídas.

Predicado

Posição do Sujeito na Oração

Dependendo da posição de seus termos, a oração pode estar:

Na Ordem Direta: o sujeito aparece antes do predicado.

Por Exemplo:

As crianças brincavam despreocupadas.

Sujeito Predicado

Na Ordem Inversa: o sujeito aparece depois do predicado.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Brincavam despreocupadas as crianças.

Predicado Sujeito

Sujeito no Meio do Predicado:

Despreocupadas, as crianças brincavam.

Predicado Sujeito Predicado

Classificação do Sujeito

O sujeito das orações da língua portuguesa pode ser determinado ou indeterminado. Existem
ainda as orações sem sujeito.

1 - Sujeito Determinado: é aquele que se pode identificar com precisão a partir da concordância
verbal. Pode ser:

a) Simples

Apresenta apenas um núcleo ligado diretamente ao verbo.

Por Exemplo:

A rua estava deserta.

Observação: não se deve confundir sujeito simples com a noção de singular. Diz-se que o
sujeito é simples quando o verbo da oração se refere a apenas um elemento, seja ele um
substantivo (singular ou plural), um pronome, um numeral ou uma oração subjetiva.

Por Exemplo:

Os meninos estão gripados.


Todos cantaram durante o passeio.

b) Composto

Apresenta dois ou mais núcleos ligados diretamente ao verbo.

Tênis e natação são ótimos exercícios físicos.

c) Implícito

Ocorre quando o sujeito não está explicitamente representado na oração, mas pode ser
identificado.

Por Exemplo:

Dispensamos todos os funcionários.

Nessa oração, o sujeito é implícito e determinado, pois está indicado pela desinência
verbal -mos.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

2 - Sujeito Indeterminado: é aquele que, embora existindo, não se pode determinar nem pelo
contexto, nem pela terminação do verbo. Na língua portuguesa, há três maneiras diferentes de
indeterminar o sujeito de uma oração:

a) Com verbo na 3ª pessoa do plural:

O verbo é colocado na terceira pessoa do plural, sem que se refira a nenhum termo
identificado anteriormente (nem em outra oração):

Por Exemplo:

Procuraram você por todos os lugares.


Estão pedindo seu documento na entrada da festa.

b) Com verbo ativo na 3ª pessoa do singular, seguido do pronome se:

O verbo vem acompanhado do pronome se, que atua como índice de indeterminação
do sujeito. Essa construção ocorre com verbos que não apresentam complemento direto
(verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação). O verbo obrigatoriamente fica na
terceira pessoa do singular.

Exemplos:

Vive-se melhor no campo. (Verbo Intransitivo)


Precisa-se de técnicos em informática. (Verbo Transitivo Indireto)
No casamento, sempre se fica nervoso. (Verbo de Ligação)

c) Com o verbo no infinitivo impessoal:

Por Exemplo:

Era penoso estudar todo aquele conteúdo.


É triste assistir a estas cenas tão trágicas.

Obs.: quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, fazendo referência a elementos explícitos em
orações anteriores ou posteriores, o sujeito é determinado.

Por Exemplo:

Felipe e Marcos foram à feira. Compraram muitas verduras.

Nesse caso, o sujeito de compraram é eles (Felipe e Marcos). Ocorre sujeito oculto.

3 - Oração Sem Sujeito: é formada apenas pelo predicado e articula-se a partir de um verbo
impessoal. Observe a estrutura destas orações:

Sujeito Predicado

- Havia formigas na casa.

- Nevou muito este ano em Nova Iorque.

125
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

É possível constatar que essas orações não têm sujeito. Constituem a enunciação pura
e absoluta de um fato, através do predicado. O conteúdo verbal não é atribuído a
nenhum ser, a mensagem centra-se no processo verbal. Os casos mais comuns de
orações sem sujeito da língua portuguesa ocorrem com:

a) Verbos que exprimem fenômenos da natureza:

Nevar, chover, ventar, gear, trovejar, relampejar, amanhecer, anoitecer, etc.

Por Exemplo:

Choveu muito no inverno passado.


Amanheceu antes do horário previsto.

Observação: quando usados na forma figurada, esses verbos podem ter sujeito
determinado.

Por Exemplo:

Choviam crianças na distribuição de brindes. (crianças=sujeito)


Já amanheci cansado. (eu=sujeito)

b) Verbos ser, estar, fazer e haver, quando usados para indicar uma ideia
de tempo ou fenômenos meteorológicos:

Ser:

É noite. (Período do dia)


Eram duas horas da manhã. (Hora)

Obs.: ao indicar tempo, o verbo ser varia de acordo com a expressão numérica que o
acompanha. (É uma hora/ São nove horas)

Hoje é (ou são) 15 de março. (Data)

Obs.: ao indicar data, o verbo ser poderá ficar no singular, subentendendo-se a palavra
dia, ou então irá para o plural, concordando com o número de dias.

Estar:

Está tarde. (Tempo)


Está muito quente.(Temperatura)

Fazer:

Faz dois anos que não vejo meu pai. (Tempo decorrido)
Fez 39° C ontem. (Temperatura)

Haver:

Não a vejo há anos. (Tempo decorrido)


Havia muitos alunos naquela aula. (Verbo Haver significando existir)

Predicado

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Predicado é aquilo que se declara a respeito do sujeito. Nele é obrigatória a presença de um


verbo ou locução verbal. Quando se identifica o sujeito de uma oração, identifica-se também
o predicado. Em termos, tudo o que difere do sujeito (e do vocativo, quando ocorrer) numa
oração é o seu predicado. Veja alguns exemplos:

compraram roupas
As mulheres
novas.

Predicado

Durante o desistem do
muitos alunos
ano, curso.

Predicado Predicado

A natureza é bela.

Predicado

Predicação Verbal

Chama-se predicação verbal o resultado da ligação que se estabelece entre o sujeito e o verbo
e entre os verbos e os complementos. Quanto à predicação, os verbos podem
ser intransitivos, transitivos ou de ligação.

1) Verbo Intransitivo

É aquele que traz em si a ideia completa da ação, sem necessitar, portanto, de um outro
termo para completar o seu sentido. Sua ação não transita.

Por Exemplo:

O avião caiu.

O verbo cair é intransitivo, pois encerra um significado completo. Se desejar, o falante


pode acrescentar outras informações, como:

local: O avião caiu sobre as casas da periferia.

modo: O avião caiu lentamente.

tempo: O avião caiu no mês passado.

Essas informações ampliam o significado do verbo, mas não são necessárias para que se
compreenda a informação básica.

2) Verbo Transitivo

127
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

É o verbo que vem acompanhado por complemento: quem sente, sente algo; quem
revela, revela algo a alguém. O sentido desse verbo transita, isto é, segue adiante,
integrando-se aos complementos, para adquirir sentido completo. Veja:

S. Simples Predicado

As crianças precisam de carinho.

1 2

1= Verbo Transitivo
2= Complemento Verbal (Objeto)

O verbo transitivo pode ser:

a) Transitivo Direto: é quando o complemento vem ligado ao verbo diretamente, sem


preposição obrigatória.

Por Exemplo:

Nós escutamos nossa música favorita.

1= Verbo Transitivo Direto

b) Transitivo Indireto: é quando o complemento vem ligado ao verbo indiretamente,


com preposição obrigatória.

Por Exemplo:

Eu gosto de sorvete.

2 = Verbo Transitivo Indireto

de= preposição

c) Transitivo Direto e Indireto: é quando a ação contida no verbo transita para o


complemento direta e indiretamente, ao mesmo tempo.

Por Exemplo:

Ela contou tudo ao namorado.

3= Verbo Transitivo Direto e Indireto

a= preposição

3) Verbo de Ligação

É aquele que, expressando estado, liga características ao sujeito, estabelecendo entre eles
(sujeito e características) certos tipos de relações.

128
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O verbo de ligação pode expressar:

a) estado permanente: ser, viver.

Por Exemplo:

Sandra é alegre.
Sandra vive alegre.

b) estado transitório: estar, andar, achar-se, encontrar-se

Por Exemplo:

Mamãe está bem.


Mamãe encontra-se bem.

c) estado mutatório: ficar, virar, tornar-se, fazer-se

Por Exemplo:

Júlia ficou brava.


Júlia fez-se brava.

d) continuidade de estado: continuar, permanecer

Por Exemplo:

Renato continua mal.


Renato permanece mal.

e) estado aparente: parecer

Por Exemplo:

Marta parece melhor.

Observação: a classificação do verbo quanto à predicação deve ser feita de acordo com o
contexto e não isoladamente. Um mesmo verbo pode aparecer ora como intransitivo, ora como
de ligação. Veja:

1 - O jovem anda devagar.

anda = verbo intransitivo, expressa uma ação.

2 - O jovem anda preocupado.

anda= verbo de ligação, expressa um estado.

Classificação do Predicado

Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo significativo está num nome ou
num verbo. Além disso, devemos considerar se as palavras que formam o predicado referem-se
apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. Veja o exemplo abaixo:

Os animais necessitam de cuidados especiais.

129
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Sujeito Predicado

O predicado, apesar de ser formado por muitas palavras, apresenta apenas uma que se refere ao
sujeito:necessitam. As demais palavras ligam-se direta ou indiretamente ao verbo (necessitar é,
no caso, de algo), que assume, assim, o papel de núcleo significativo do predicado. Já em:

A natureza é bela.

Sujeito Predicado

No exemplo acima, o nome bela se refere, por intermédio do verbo, ao sujeito da oração. O
verbo agora atua como elemento de ligação entre sujeito e a palavra a ele relacionada. O núcleo
do predicado é bela. Veja o próximo exemplo:

amanheceu
O dia
ensolarado.

Sujeito Predicado

Percebemos que as duas palavras que formam o predicado estão diretamente relacionadas ao
sujeito:amanheceu (verbo significativo) e ensolarado (nome que se refere ao sujeito). O
predicado apresenta, portanto, dois núcleos: amanheceu e ensolarado.

Tomando por base o núcleo do que está sendo declarado, podemos reconhecer três tipos de
predicado: verbal,nominal e verbo-nominal.

Predicado Verbal

Apresenta as seguintes características:

a) Tem um verbo como núcleo;

b) Não possui predicativo do sujeito;

c) Indica ação.

Por exemplo:

Eles revelaram toda a verdade para a filha.

Predicado Verbal

Para ser núcleo do predicado verbal, é necessário que o verbo seja significativo, isto é, que traga
uma ideia de ação. Veja os exemplos abaixo:

O dia clareou. (núcleo do predicado verbal = clareou)

Chove muito nos estados do sul do país. (núcleo do predicado verbal = Chove)

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Ocorreu um acidente naquela rua. (núcleo do predicado verbal = Ocorreu)

A antiga casa foi demolida. (núcleo do predicado verbal = demolida)

Obs.: no último exemplo há uma locução verbal de voz passiva, o que não impede o
verbo demolir de ser o núcleo do predicado.

Predicado Nominal

Apresenta as seguintes características:

a) Possui um nome (substantivo ou adjetivo) como núcleo;

b) É formado por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito;

c) Indica estado ou qualidade.

Por Exemplo:

Leonardo é competente.
Predicado Nominal

No predicado nominal, o núcleo é sempre um nome, que desempenha a função


de predicativo do sujeito. O predicativo do sujeito é um termo que caracteriza o sujeito, tendo
como intermediário um verbo de ligação. Os exemplos abaixo mostram como esses verbos
exprimem diferentes circunstâncias relativas ao estado do sujeito, ao mesmo tempo que o ligam
ao predicativo.Veja:

Ele está triste. (triste = predicativo do sujeito, está = verbo de ligação)

A natureza é bela. (bela = predicativo do sujeito, é = verbo de ligação)

O homem parecia nervoso. (nervoso = predicativo do sujeito, parecia = verbo de ligação)

Nosso herói acabou derrotado. (derrotado = predicativo do sujeito, acabou = verbo de


ligação)

Uma simples funcionária virou diretora da empresa. (diretora = predicativo do


sujeito, virou = verbo de ligação)

Predicativo do Sujeito

É o termo que atribui características ao sujeito por meio de um verbo. Todo predicado
construído com verbo de ligação necessita de predicativo do sujeito. Pode ser representado por:

a) Adjetivo ou locução adjetiva:

Por Exemplo:

O seu telefonema foi especial. (especial = adjetivo)


Este bolo está sem sabor. (sem sabor = locução adjetiva)

b) Substantivo ou palavra substantivada:

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Por Exemplo:

Esta figura parece um peixe. (peixe = substantivo)


Amar é um eterno recomeçar. (recomeçar = verbo substantivado)

c) Pronome Substantivo:

Por Exemplo:

Meu boletim não é esse. (esse = pronome substantivo)

d) Numeral:

Por Exemplo:

Nós somos dez ao todo. (dez = numeral)

Predicado Verbo-Nominal

Apresenta as seguintes características:

a) Possui dois núcleos: um verbo e um nome;

b) Possui predicativo do sujeito ou do objeto;

c) Indica ação ou atividade do sujeito e uma qualidade.

Por Exemplo:

Os alunos saíram da aula alegres.

Predicado Verbo-
Nominal

O predicado é verbo-nominal porque seus núcleos são um verbo (saíram - verbo intransitivo),
que indica uma ação praticada pelo sujeito, e um predicativo do sujeito (alegres), que indica o
estado do sujeito no momento em que se desenvolve o processo verbal. É importante observar
que o predicado dessa oração poderia ser desdobrado em dois outros, um verbal e um nominal.
Veja:

Os alunos saíram da aula. Eles estavam alegres.

Estrutura do Predicado Verbo-Nominal

O predicado verbo-nominal pode ser formado de:

1 - Verbo Intransitivo + Predicativo do


Sujeito

Por Exemplo:

Joana partiu contente.

Sujeito Verbo Predicativo do

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Intransitivo Sujeito

2 - Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo


do Objeto

Por Exemplo:

A despedida deixou a mãe aflita.

Verbo Objeto Predicativo do


Sujeito
Transitivo Direto Objeto

3 - Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo


do Sujeito

Por Exemplo:

Os alunos cantaram emocionados aquela canção.

Verbo Predicativo do
Sujeito Objeto Direto
Transitivo Sujeito

Saiba que:

Para perceber como os verbos participam da relação entre o objeto direto e seu predicativo,
basta passar a oração para voz passiva. Veja:

Voz Ativa:

As mulheres julgam os homens insensíveis.

Verbo Objeto
Sujeito Predicativo do Objeto
Significativo Direto

Voz Passiva:

Os homens são julgados insensíveis pelas mulheres.

Verbo Predicativo do
Significativo Objeto

O verbo julgar relaciona o complemento (os homens) com o predicativo (insensíveis). Essa
relação se evidencia quando passamos a oração para a voz passiva.

Observação: o predicativo do objeto normalmente se refere ao objeto direto. Ocorre predicativo


do objeto indireto com o verbo chamar. Assim, vem precedido de preposição.

Por Exemplo:

Todos o chamam de irresponsável.


Chamou-lhe ingrato. (Chamou a ele ingrato.)

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TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO

Certos verbos ou nomes presentes numa oração não possuem sentido completo em si mesmos.
Sua significação só se completa com a presença de outros termos, chamados integrantes. São
eles:

complementos verbais (objeto direto e objeto indireto);

complemento nominal;

agente da passiva.

Complementos Verbais

Completam o sentido de verbos transitivos diretos e transitivos indiretos. São eles:

1) Objeto Direto

É o termo que completa o sentido do verbo transitivo direto, ligando-se a ele sem o auxílio
necessário da preposição.

Por Exemplo:

Abri os braços ao vê-lo.

Objeto
Direto

O objeto direto pode ser constituído:

a) Por um substantivo ou expressão substantivada.

Exemplos:

O agricultor cultiva a terra./ Unimos o útil ao agradável.

b) Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos.

Exemplos:

Espero-o na minha festa. / Ela me ama.

c) Por qualquer pronome substantivo.

Por Exemplo:

O menino que conheci está lá fora.

Atenção:

Em alguns casos, o objeto direto pode vir acompanhado de preposição facultativa. Isso pode
ocorrer:

- quando o objeto é um substantivo próprio: Adoremos a Deus.

134
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- quando o objeto é representado por um pronome pessoal oblíquo


tônico: Ofenderam a mim, não a ele.

- quando o objeto é representado por um pronome substantivo indefinido: O diretor


elogiou a todos.

- para evitar ambiguidade: Venceu ao inimigo o nosso colega.

Obs.: caso o objeto direto não viesse preposicionado, o sentido da oração ficaria ambíguo, pois
não poderíamos apontar com precisão o sujeito (o nosso colega).

2) Objeto Indireto

É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto. Vem sempre regido de
preposição clara ou subentendida. Atuam como objeto indireto os pronomes: lhe, lhes, me te, se,
nos, vos.

Exemplos:

Não desobedeço a meus pais.

Objeto
Indireto

de ajuda. (Preposição clara


Preciso
"de")

Objeto Indireto

Enviei-lhe um recado. (Enviei a ele - a preposição a está subentendida)

Objeto
Indireto

Obs.: muitas vezes o objeto indireto inicia-se com crase (à, àquele, àquela, àquilo). Isso
ocorre quando o verbo exige a preposição "a", que acaba se contraindo com a palavra
seguinte.

Por Exemplo:
Entregaram à mãe o presente. (à = "a" preposição + "a" artigo definido)

Observações Gerais:

a) Pode ocorrer ainda o (objeto direto ou indireto) pleonástico, que consiste na retomada do objeto
por um pronome pessoal, geralmente com a intenção de colocá-lo em destaque.

135
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Por Exemplo: As mulheres, eu as vi na cozinha. (Objeto Direto)


A todas vocês, eu já lhes forneci o pagamento mensal. (Objeto Indireto)

b) Os pronomes oblíquos o, a, os, as (e as variantes lo, la, los, las, no, na, nos, nas) são sempre
objeto direto. Os pronomes lhe, lhes são sempre objeto indireto.

Exemplos:
Eu a encontrei no quarto. (OD)
Vou avisá-lo.(OD)
Eu lhe pagarei um sorvete.(OI)

c) Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos podem ser objeto direto ou indireto. Para determinar
sua função sintática, podemos substituir esses pronomes por um substantivo: se o uso da
preposição for obrigatório, então se trata de um objeto indireto; caso contrário, de objeto direto.

Por Exemplo:

Roberto me viu na escola.(OD)

Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se: "Roberto viu o
amigo na escola." Veja que a preposição não foi usada. Portanto, "me" é objeto direto.

Observe o próximo exemplo:

João me telefonou.(OI)

Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se: "João telefonou
ao amigo". A preposição foi usada. Portanto, "me" é objeto indireto.

3) Complemento Nominal

É o termo que completa o sentido de uma palavra que não seja verbo. Assim, pode referir-se
a substantivos, adjetivos ou advérbios, sempre por meio de preposição.

Exemplos:

Cecília tem orgulho da filha.


substantivo complemento nominal

Ricardo estava consciente de tudo.


adjetivo complemento nominal

A professora agiu favoravelmente aos alunos.


advérbio complemento nominal

Saiba que:

O complemento nominal representa o recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa


por um nome. É regido pelas mesmas preposições do objeto indireto. Difere deste apenas
porque, em vez de complementar verbos, complementa nomes (substantivos, adjetivos) e
alguns advérbios em -mente.

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4) Agente da Passiva

É o termo da frase que pratica a ação expressa pelo verbo quando este se apresenta na voz
passiva. Vem regido comumente da preposição "por" e eventualmente da preposição "de".

Por Exemplo:

A vencedora foi escolhida pelos jurados.


Sujeito Verbo Agente da
Paciente Voz Passiva Passiva

Ao passar a frase da voz passiva para a voz ativa, o agente da passiva recebe o nome de
sujeito. Veja:

Os jurados escolheram a vencedora.

Sujeito Verbo Objeto Direto

Voz Ativa

Outros exemplos:

Joana é amada de muitos.

Sujeito Paciente Agente da Passiva

Essa situação já era conhecida de todos.

Sujeito Paciente Agente da Passiva

Observações:

a) O agente da passiva pode ser expresso por substantivos ou pronomes.

Por Exemplo:

O solo foi umedecido pela chuva. (substantivo)


Este livro foi escrito por mim. (pronome)

b) Embora o agente da passiva seja considerado um termo integrante, pode muitas


vezes ser omitido.

Por Exemplo:

O público não foi bem recebido. (pelos anfitriões)

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO

Sobre os Termos Acessórios

Existem termos que, apesar de dispensáveis na estrutura básica da oração, são importantes para
a compreensão do enunciado. Ao acrescentar informações novas, esses termos:

137
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- caracterizam o ser;

- determinam os substantivos;

- exprimem circunstância.

São termos acessórios da oração: o adjunto adverbial, o adjunto adnominal e o aposto.

Vamos observar o exemplo:

Anoiteceu.

No exemplo acima, temos uma oração de predicado verbal formado por um verbo impessoal.
Trata-se de uma oração sem sujeito. O verbo anoiteceu é suficiente para transmitir a mensagem
enunciada. Poderíamos, no entanto, ampliar a gama de informações contidas nessa frase:

Por Exemplo:

Suavemente anoiteceu na cidade.

A ideia central continua contida no verbo da oração. Temos, agora, duas noções acessórias,
circunstanciais, ligadas ao processo verbal: o modo como anoiteceu (suavemente) e o lugar
onde anoiteceu (na cidade). A esses termos acessórios que indicam circunstâncias relativas ao
processo verbal damos o nome de adjuntos adverbiais.

Agora, observe o que ocorre ao expandirmos um pouco mais a oração acima:

Por Exemplo:

Suavemente anoiteceu na deserta cidade do planalto.

Surgiram termos que ser referem ao substantivo cidade, caracterizando-o, delimitando-lhe o


sentido. Trata-se de termos acessórios que se ligam a um nome, determinando-lhe o sentido.
São chamados adjuntos adnominais.

Por último, analise a frase abaixo:

Fernando Pessoa era português.

Nessa oração, o sujeito é determinado e simples: Fernando Pessoa. Há ainda um predicativo do


sujeito (português) relacionado ao sujeito pelo verbo de ligação (era). Trata-se, pois, de uma
oração com predicado nominal. Note que a frase é capaz de comunicar eficientemente uma
informação. Nada nos impede, no entanto, de enriquecer mais um pouco o conteúdo
informativo. Veja:

Fernando Pessoa, o criador de poetas, era português.

Agora, além do núcleo do sujeito (Fernando Pessoa) há um termo que explica, que enfatiza esse
núcleo: o criador de poetas. Esse termo é chamado de aposto.

Adjunto Adverbial

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É o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, lugar, modo, causa,
finalidade, etc.). O adjunto adverbial é o termo que modifica o sentido de um verbo, de
um adjetivo ou de um advérbio. Observe as frases abaixo:

Eles se respeitam muito.

Seu projeto é muito interessante.

O time jogou muito mal.

Nessas três orações, muito é adjunto adverbial de intensidade. No primeiro caso, intensifica a
forma verbalrespeitam, que é núcleo do predicado verbal. No segundo, intensifica
o adjetivo interessante, que é o núcleo do predicativo do sujeito. Na terceira
oração, muito intensifica o advérbio mal, que é o núcleo do adjunto adverbial de modo.

Veja o exemplo abaixo:

Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça.

Os termos em destaque estão indicando as seguintes circunstâncias:

amanhã indica tempo;

de bicicleta indica meio;

àquela velha praça indica lugar.

Sabendo que a classificação do adjunto adverbial se relaciona com a circunstância por ele
expressa, os termos acima podem ser classificados, respectivamente em: adjunto adverbial de
tempo, adjunto adverbial de meio eadjunto adverbial de lugar.

O adjunto adverbial pode ser expresso por:

1) Advérbio: O balão caiu longe.

2) Locução Adverbial: O balão caiu no mar.

3) Oração: Se o balão pegar fogo, avisem-me.

Observação: nem sempre é possível apontar com precisão a circunstância expressa por um
adjunto adverbial. Em alguns casos, as diferentes possibilidades de interpretação dão origem a
orações sugestivas.

Por Exemplo:

Entreguei-me calorosamente àquela causa.

É difícil precisar se calorosamente é um adjunto adverbial de modo ou de intensidade. Na


verdade, parece ser uma fórmula de expressar ao mesmo tempo as duas circunstâncias. Por isso,
é fundamental levar em conta o contexto em que surgem os adjuntos adverbiais.

Adjunto Adnominal

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

É o termo que determina, especifica ou explica um substantivo. O adjunto adnominal


possui função adjetivana oração, a qual pode ser desempenhada por adjetivos, locuções
adjetivas, artigos, pronomes adjetivos enumerais adjetivos. Veja o exemplo a seguir:

O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo de infância.

Núcleo do
Sujeito Objeto Direto Objeto Indireto
Predicado Verbal

Na oração acima, os substantivos poeta, trabalhos e amigo são núcleos, respectivamente, do


sujeito determinado simples, do objeto direto e do objeto indireto. Ao redor de cada um desses
substantivos agrupam-se os adjuntos adnominais:

o artigo" o" e o adjetivo inovador referem-se a poeta;

o numeral dois e o adjetivo longos referem-se ao substantivo trabalhos;

o artigo" o" (em ao), o pronome adjetivo seu e a locução adjetiva de infância são adjuntos
adnominais deamigo.

Observe como os adjuntos adnominais se prendem diretamente ao substantivo a que se


referem, sem qualquer participação do verbo. Isso é facilmente notável quando substituímos um
substantivo por um pronome: todos os adjuntos adnominais que estão ao redor do substantivo
têm de acompanhá-lo nessa substituição.

Por Exemplo:

O notável poeta português deixou uma obra originalíssima.

Ao substituirmos poeta pelo pronome ele, obteremos:

Ele deixou uma obra originalíssima.

As palavras "o", notável e português tiveram de acompanhar o substantivo poeta, por se tratar
de adjuntos adnominais. O mesmo aconteceria se substituíssemos o substantivo obra pelo
pronome a. Veja:

O notável poeta português deixou-a.

Aposto

Aposto é um termo que se junta a outro de valor substantivo ou pronominal para explicá-lo ou
especificá-lo melhor. Vem separado dos demais termos da oração por vírgula, dois-pontos ou
travessão.

Por Exemplo:

Ontem, segunda-feira, passei o dia com dor de cabeça.

Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem. Dizemos que o aposto é


sintaticamente equivalente ao termo a que se relaciona porque poderia substituí-lo. Veja:

140
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Segunda-feira passei o dia com dor de cabeça.

Obs.: após a eliminação de ontem, o substantivo segunda-feira assume a função de adjunto


adverbial de tempo.

Veja outro exemplo:

Aprecio todos os tipos de música: MPB, rock, blues, chorinho, samba, etc.

Objeto Direto Aposto do Objeto Direto

Se retirarmos o objeto da oração, seu aposto passa a exercer essa função:

Aprecio MPB, rock, blues, chorinho, samba, etc.

Objeto Direto

Obs.: o termo a que o aposto se refere pode desempenhar qualquer função sintática (inclusive a
de aposto).

Por Exemplo:

Dona Aida servia o patrão, pai de Marina, menina levada.

Analisando a oração, temos:

pai de Marina = aposto do objeto direto patrão.

menina levada = aposto de Marina.

Classificação do Aposto

De acordo com a relação que estabelece com o termo a que se refere, o aposto pode ser
classificado em:

a) Explicativo:

A Ecologia, ciência que investiga as relações dos seres vivos entre si e com o meio em
que vivem,adquiriu grande destaque no mundo atual.

b) Enumerativo:

A vida humana se compõe de muitas coisas: amor, trabalho, ação.

c) Resumidor ou Recapitulativo:

Vida digna, cidadania plena, igualdade de oportunidades, tudo isso está na base de um
país melhor.

d) Comparativo:

Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida.

e) Distributivo:

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Drummond e Guimarães Rosa são dois grandes escritores, aquele na poesia e este na
prosa.

f) Aposto de Oração:

Ela correu durante uma hora, sinal de preparo físico.

Além desses, há o aposto especificativo, que difere dos demais por não ser marcado por sinais
de pontuação (vírgula ou dois-pontos). O aposto especificativo individualiza um substantivo de
sentido genérico, prendendo-se a ele diretamente ou por meio de uma preposição, sem que
haja pausa na entonação da frase:

Por Exemplo:

O poeta Manuel Bandeira criou obra de expressão simples e temática profunda.


A rua Augusta está muito longe do rio São Francisco.

Vocativo

Vocativo é um termo que não possui relação sintática com outro termo da oração. Não
pertence, portanto, nem ao sujeito nem ao predicado. É o termo que serve para chamar, invocar
ou interpelar um ouvinte real ou hipotético. Por seu caráter, geralmente se relaciona à segunda
pessoa do discurso. Veja os exemplos:

Não fale tão alto, Rita!


Vocativo

Senhor presidente, queremos nossos direitos!


Vocativo

A vida, minha amada, é feita de escolhas.


Vocativo

Nessas orações, os termos destacados são vocativos: indicam e nomeiam o interlocutor a que se
está dirigindo a palavra.

Obs.: o vocativo pode vir antecedido por interjeições de apelo, tais como ó, olá, eh!, etc.

Por Exemplo:

Ó Cristo, iluminai-me em minhas decisões.


Olá professora, a senhora está muito elegante hoje!
Eh! Gente, temos que estudar mais.

Distinção entre Vocativo e Aposto

- O vocativo não mantém relação sintática com outro termo da oração.

142
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Por Exemplo:

Crianças, vamos entrar.


Vocativo

- O aposto mantém relação sintática com outro termo da oração.

Por Exemplo:

A vida de Moisés, grande profeta, foi filmada.


Sujeito Aposto

Orações Coordenadas e Subordinadas

Quando um período é simples, a oração de que é constituído recebe o nome de oração


absoluta.

Por Exemplo:

A menina comprou chocolate.

Quando um período é composto, ele pode apresentar os seguintes esquemas de formação:

a) Composto por Coordenação: ocorre quando é constituído apenas de orações independentes,


coordenadas entre si, mas sem nenhuma dependência sintática.

Por Exemplo:

Saímos de manhã e voltamos à noite.

b) Composto por Subordinação: ocorre quando é constituído de um conjunto de pelo menos


duas orações, em que uma delas (Subordinada) depende sintaticamente da outra (Principal).

Por Exemplo:

Não fui à aula porque estava doente.

Oração Principal Oração Subordinada

c) Misto: quando é constituído de orações coordenadas e subordinadas.

Por Exemplo:

Fui à escola e busquei minha irmã que estava esperando.

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Oração Coordenada Oração Coordenada Oração Subordinada

Obs.: qualquer oração (coordenada ou subordinada) será ao mesmo tempo principal, se houver
outra que dela dependa.

Por Exemplo:

Fui ao mercado e comprei os produtos que estavam faltando.

Oração Coordenada (2) (Com


Oração Coordenada (1) relação à 1ª.) e Oração Principal Oração Subordinada (3)
(Com relação à 3ª.)

Agora observe:

As luzes apagam-se, abrem-se as cortinas e começa o espetáculo.

O período é composto de três orações:

As luzes apagam-se;
abrem-se as cortinas;
e começa o espetáculo.

As orações, no entanto, não mantêm entre si dependência gramatical, são independentes.


Existe entre elas, evidentemente, uma relação de sentido, mas do ponto de vista sintático, uma
não depende da outra. A essas orações independentes, dá-se o nome de orações
coordenadas, que podem ser assindéticas ou sindéticas.

A conexão entre as duas primeiras é feita exclusivamente por uma pausa, representada na
escrita por uma vírgula. Entre a segunda e a terceira, é feita pelo uso da conjunção "e". As
orações coordenadas que se ligam umas às outras apenas por uma pausa, sem conjunção, são
chamadas assindéticas. É o caso de "As luzes apagam-se" e "abrem-se as cortinas". As orações
coordenadas introduzidas por uma conjunção são chamadas sindéticas. No exemplo acima, a
oração "e começa o espetáculo" é coordenada sindética, pois é introduzida pela conjunção
coordenativa "e".

Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas

144
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

De acordo com o tipo de conjunção que as introduz, as orações coordenadas sindéticas


podem ser: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas.

a) Aditivas

Expressam ideia de adição, acrescentamento. Normalmente indicam fatos, acontecimentos ou


pensamentos dispostos em sequência. As conjunções coordenativas aditivas típicas
são "e" e "nem" (= e + não). Introduzem as orações coordenadas sindéticas aditivas.

Por Exemplo:

Discutimos várias propostas e analisamos possíveis soluções.

As orações sindéticas aditivas podem também estar ligadas pelas locuções não só... mas
(também), tanto...como, e semelhantes. Essas estruturas costumam ser usadas quando se
pretende enfatizar o conteúdo da segunda oração. Veja:

Chico Buarque não só canta, mas também (ou como também) compõe muito bem.
Não só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os projetos de
reestruturação social do país.

Obs.: como a conjunção "nem" tem o valor da expressão "e não", condena-se na língua culta a
forma "enem" para introduzir orações aditivas.

Por Exemplo:

Não discutimos várias propostas, nem (= e não) analisamos quaisquer soluções.

b) Adversativas

Exprimem fatos ou conceitos que se opõem ao que se declara na oração coordenada anterior,
estabelecendo contraste ou compensação. "Mas" é a conjunção adversativa típica. Além dela,
empregam-se: porém, contudo, todavia, entretanto e as locuções no entanto, não obstante,
nada obstante. Introduzem as orações coordenadas sindéticas adversativas.

Veja os exemplos:

"O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da cidade." (Ferreira Gullar)
O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda miséria.
Tens razão, contudo controle-se.
Renata gostava de cantar, todavia não agradava.
O time jogou muito bem, entretanto não conseguiu a vitória.

c) Alternativas

Expressam ideia de alternância de fatos ou escolha. Normalmente é usada a


conjunção "ou". Além dela, empregam-se também os pares: ora... ora, já... já, quer... quer, seja...
seja, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas alternativas.

Exemplos:

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Diga agora ou cale-se para sempre.


Ora age com calma, ora trata a todos com muita aspereza.
Estarei lá, quer você permita, quer você não permita.

Obs.: nesse último caso, o par "quer...quer" está coordenando entre si duas orações que, na
verdade, expressam concessão em relação a "Estarei lá". É como disséssemos: "Embora você não
permita, estarei lá".

d) Conclusivas

Exprimem conclusão ou consequência referentes à oração anterior. As conjunções típicas


são: logo, portantoe pois (posposto ao verbo). Usa-se ainda: então, assim, por isso, por
conseguinte, de modo que, em vista disso, etc. Introduzem as orações coordenadas
sindéticas conclusivas.

Exemplos:

Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar.


A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir cuidadosamente.
O time venceu, por isso está classificado.
Aquela substância é toxica, logo deve ser manuseada cautelosamente.

e) Explicativas

Indicam uma justificativa ou uma explicação referente ao fato expresso na declaração anterior.
As conjunções que merecem destaque são: que, porque e pois (obrigatoriamente anteposto ao
verbo). Introduzem as orações coordenadas sindéticas explicativas.

Exemplos:

Vou embora, que cansei de esperá-lo.


Vinícius devia estar cansado, porque estudou o dia inteiro.
Cumprimente-o, pois hoje é o seu aniversário.

Atenção:

Cuidado para não confundir as orações coordenadas explicativas com as subordinadas


adverbiais causais. Observe a diferença entre elas:

- Orações Coordenadas Explicativas: caracterizam-se por fornecer um motivo, explicando a


oração anterior.

Por Exemplo:

A criança devia estar doente, porque chorava muito. (O choro da criança não poderia ser
a causa de sua doença.)

- Orações Subordinadas Adverbiais Causais: exprimem a causa do fato.

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Por Exemplo:

Henrique está triste porque perdeu seu emprego. (A perda do emprego é a causa da
tristeza de Henrique.)

Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a oração explicativa e a precedente e
que esta é, muitas vezes, imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal.

As orações subordinadas dividem-se em três grupos, de acordo com a função sintática que
desempenham e a classe de palavras a que equivalem. Podem ser substantivas,
adjetivas ou adverbiais. Para notar as diferenças que existem entre esses três tipos de orações,
tome como base a análise do período abaixo:

Só depois disso percebi a profundidade das palavras dele.

Nessa oração, o sujeito é "eu", implícito na terminação verbal da palavra "percebi". "A
profundidade das palavras dele" é objeto direto da forma verbal "percebi". O núcleo do objeto
direto é "profundidade".Subordinam-se ao núcleo desse objeto os adjuntos
adnominais "a" e "das palavras dele ". No adjunto adnominal "das palavras dele", o núcleo é o
substantivo "palavras", ao qual se prendem os adjuntos adnominais "as" e "dele". "Só depois
disso" é adjunto adverbial de tempo.

É possível transformar a expressão "a profundidade das palavras dele", objeto direto, em
oração. Observe:

Só depois disso percebi que as palavras dele eram profundas.

Nesse período composto, o complemento da forma verbal "percebi" é a oração "que as


palavras dele eram profundas". Ocorre aqui um período composto por subordinação, em que
uma oração desempenha a função de objeto direto do verbo da outra oração. O objeto direto é
uma função substantiva da oração, ou seja, é função desempenhada por substantivos e
palavras de valor substantivo. É por isso que a oração subordinada que desempenha esse papel
é chamada de oração subordinada substantiva.

Pode-se também modificar o período simples original transformando em oração o adjunto


adnominal do núcleo do objeto direto, "profundidade". Observe:

Só depois disso percebi a "profundidade" que as palavras dele continham.

Nesse período, o adjunto adnominal de "profundidade" passa a ser a oração "que as palavras
dele continham". O adjunto adnominal é uma função adjetiva da oração, ou seja, é função
exercida por adjetivos, locuções adjetivas e outras palavras de valor adjetivo. É por isso que são

147
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

chamadas de subordinadas adjetivasas orações que, nos períodos compostos por subordinação,
atuam como adjuntos adnominais de termos das orações principais.

Outra modificação que podemos fazer no período simples original é a transformação do adjunto
adverbial de tempo em uma oração. Observe:

Só quando caí em mim, percebi a profundidade das palavras dele.

Nesse período composto, "Só quando caí em mim" é uma oração que atua como adjunto
adverbial de tempo do verbo da outra oração. O adjunto adverbial é uma função adverbial da
oração, ou seja, é função exercida por advérbios e locuções adverbiais. Portanto, são chamadas
de subordinadas adverbiais as orações que, num período composto por subordinação, atuam
como adjuntos adverbiais do verbo da oração principal.

Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:

"Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto."


Oração Principal Oração Subordinada

Observe que na Oração Subordinada temos o verbo "existe", que está conjugado na terceira
pessoa do singular do presente do indicativo. As orações subordinadas que apresentam verbo
em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são
chamadas de orações desenvolvidas ouexplícitas.

Podemos modificar o período acima. Veja:

Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto.


Oração Principal Oração Subordinada

Observe que a análise das orações continua sendo a mesma: "Eu sinto" é a oração principal, cujo
objeto direto é a oração subordinada "existir em meu gesto o teu gesto". Note que a oração
subordinada apresenta agora verbo no infinitivo. Além disso, a conjunção que, conectivo que
unia as duas orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge numa das formas
nominais (infinitivo - flexionado ou não - , gerúndio ou particípio) chamamos orações
reduzidas ou implícitas.

1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e vem introduzida, geralmente, por
conjunção integrante (que, se).

Por Exemplo:

Suponho que você foi à biblioteca hoje.

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Oração Subordinada Substantiva

Você sabe se o presidente já chegou?

Oração Subordinada Substantiva

Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também introduzem as orações subordinadas


substantivas, bem como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, como). Veja os
exemplos:

O garoto perguntou qual era o telefone da moça.

Oração Subordinada Substantiva

Não sabemos por que a vizinha se mudou.

Oração Subordinada Substantiva

Classificação das Orações Subordinadas Substantivas

De acordo com a função que exerce no período, a oração subordinada substantiva pode ser:

a) Subjetiva

É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito do verbo da oração principal. Observe:

É fundamental o seu comparecimento à reunião.

Sujeito

É fundamental que você compareça à reunião.

Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

Atenção:

Observe que a oração subordinada substantiva pode ser substituída pelo pronome " isso".
Assim, temos um período simples:

É fundamental isso ou Isso é fundamental.

Dessa forma, a oração correspondente a "isso" exercerá a função de sujeito.

149
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Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração principal:

1- Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo:

É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É claro - Está evidente - Está
comprovado

Por Exemplo:

É bom que você compareça à minha festa.

2- Expressões na voz passiva, como:

Sabe-se - Soube-se - Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anunciado - Ficou


provado

Por Exemplo:

Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.

3- Verbos como:

convir - cumprir - constar - admirar - importar - ocorrer - acontecer

Por Exemplo:

Convém que não se atrase na entrevista.

b) Objetiva Direta

A oração subordinada substantiva objetiva direta exerce função de objeto direto do verbo da
oração principal.

Por Exemplo:

Todos querem sua aprovação no vestibular.


Objeto Direto

Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem isso)


Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

As orações subordinadas substantivas objetivas diretas desenvolvidas são iniciadas por:

1- Conjunções integrantes "que" (às vezes elíptica) e "se":

Por Exemplo:

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A professora verificou se todos alunos estavam presentes.

2- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes regidos de preposição), nas
interrogações indiretas:

Por Exemplo:

O pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.

3- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes regidos de preposição), nas
interrogações indiretas:

Por Exemplo:

Eu não sei por que ela fez isso.

c) Objetiva Indireta

A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua como objeto indireto do verbo da
oração principal. Vem precedida de preposição.

Por Exemplo:

Meu pai insiste em meu estudo.


Objeto Indireto

Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste nisso)


Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

Observação: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na oração.

Por Exemplo:

Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.


Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

d) Completiva Nominal

A oração subordinada substantiva completiva nominal completa um nome que pertence à


oração principal e também vem marcada por preposição.

Por Exemplo:

Sentimos orgulho de seu comportamento.


Complemento Nominal

Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sentimos orgulho disso.)


Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal

e) Predicativa

A oração subordinada substantiva predicativa exerce papel de predicativo do sujeito do verbo


da oração principal e vem sempre depois do verbo ser.

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Por Exemplo:

Nosso desejo era sua desistência.


Predicativo do Sujeito

Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo era isso.)
Oração Subordinada Substantiva Predicativa

Observação: em certos casos, usa-se a preposição expletiva "de" para realce.

Veja o exemplo:

A impressão é de que não fui bem na prova.

f) Apositiva

A oração subordinada substantiva apositiva exerce função de aposto de algum termo da oração
principal.

Por Exemplo:

Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de seu casamento.


Aposto
(Fernanda tinha um grande sonho: isso.)

Fernanda tinha um grande sonho: que o dia do seu casamento chegasse.


Oração Subordinada Substantiva Apositiva

2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e função de adjetivo, ou seja, que a
ele equivale. As orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto
adnominal do antecedente. Observe o exemplo:

Esta foi uma redação bem-sucedida.


Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)

Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é
possível formarmos outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel. Veja:

Esta foi uma redação que fez sucesso.


Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva

Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e o termo da oração principal que
ela modifica é feita pelo pronome relativo que. Além de conectar (ou relacionar) duas orações,

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o pronome relativo desempenha uma função sintática na oração subordinada: ocupa o papel
que seria exercido pelo termo que o antecede.

Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou
subjuntivo, as orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, existem
as orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
(podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa das formas nominais
(infinitivo, gerúndio ou particípio).

Por Exemplo:

Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.


Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.

No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva desenvolvida, já que é introduzida


pelo pronome relativo "que" e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo.
No segundo, há uma oração subordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome
relativo e seu verbo está no infinitivo.

Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, as orações subordinadas adjetivas
podem atuar de duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especificam o sentido
do termo a que se referem, individualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa,
sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações que realçam um
detalhe ou amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente definido,
as quais denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.

Exemplo 1:

Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um homem que passava naquele momento.
Oração Subordinada
Adjetiva Restritiva

Nesse período, observe que a oração em destaque restringe e particulariza o sentido da


palavra "homem": trata-se de um homem específico, único. A oração limita o universo de
homens, isto é, não se refere a todos os homens, mas sim àquele que estava passando naquele
momento.

Exemplo 2:

O homem, que se considera racional, muitas vezes age animalescamente.


Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

Nesse período, a oração em destaque não tem sentido restritivo em relação à palavra
"homem": na verdade, essa oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar contida no
conceito de "homem".

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Ao redigir um período escrito por outrem, é necessário levar em conta as diferenças de


significado que as orações restritivas e as explicativas implicam. Em muitos casos, a oração
subordinada adjetiva será explicativa ou restritiva de acordo com o que se pretende dizer.

Exemplo 1:

Mandei um telegrama para meu irmão que mora em Roma.

No período acima, podemos afirmar com segurança que a pessoa que fala ou escreve tem, no
mínimo, dois irmãos, um que mora em Roma e um que mora em outro lugar. A palavra "irmão",
no caso, precisa ter seu sentido limitado, ou seja, é preciso restringir seu universo. Para isso, usa-
se uma oração subordinada adjetiva restritiva.

Exemplo 2:

Mandei um telegrama para meu irmão, que mora em Roma.

Nesse período, é possível afirmar com segurança que a pessoa que fala ou escreve tem
apenas um irmão, o qual mora em Roma. A informação de que o irmão more em Roma não é
uma particularidade, ou seja, não é um elemento identificador, diferenciador, e sim um detalhe
que se quer realçar.

Observações:

As orações subordinadas adjetivas podem:

a) Vir coordenadas entre si;

Por Exemplo:

É uma realidade que degrada e assusta a sociedade.

e = conjunção

b) Ter um pronome como antecedente.

Por Exemplo:

Não sei o que vou almoçar.

o = antecedente

que vou almoçar = Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

Emprego e Função dos Pronomes Relativos

O estudo das orações subordinadas adjetivas está profundamente ligado ao emprego dos
pronomes relativos. Por isso, vamos aprofundar nosso conhecimento acerca desses pronomes.

1) Pronome Relativo QUE

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O pronome relativo "que" é chamado relativo universal, pois seu emprego é extremamente
amplo. Esse pronome pode ser usado para substituir pessoa ou coisa, que estejam no singular
ou no plural. Sintaticamente, o relativo "que" pode desempenhar várias funções:

a) Sujeito: Eis os artistas que representarão o nosso país.

Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

•Eis os artistas.

•Os artistas (= que) representarão o nosso país.

Sujeito

b) Objeto Direto: Trouxe o documento que você pediu.

Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

•Trouxe o documento

•Você pediu o documento (= que)

Objeto Direto

c) Objeto Indireto: Eis o caderno de que preciso.

Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

•Eis o caderno.

•Preciso do caderno (= de que)

Objeto Indireto

d) Complemento Nominal: Estas são as informações de que ele tem necessidade.

Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

•Estas são as informações.

•Ele tem necessidade das informações (= de que)

Complemento nominal

e) Predicativo do Sujeito: Você é o professor que muitos querem ser.

Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

•Você é o professor.

•Muitos querem ser o professor (= que)

Predicativo do Sujeito

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f) Agente da Passiva: Este é o animal por que fui atacado.

Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

•Este é o animal.

•Fui atacado pelo animal (= por que)

Agente da Passiva

g) Adjunto Adverbial: O acidente ocorreu no dia em que eles chegaram. (adjunto adverbial de
tempo).

Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

•O acidente ocorreu no dia

•Eles chegaram no dia. (= em que)

Adjunto Adverbial de Tempo

Observação

Pelos exemplos citados, percebe-se que o pronome relativo deve ser precedido
de preposição apropriada de acordo com a função que exerce. Na língua escrita formal,
é sempre recomendável esse cuidado.

2) Pronome Relativo QUEM

O pronome relativo "quem" refere-se a pessoas ou coisas personificadas, no singular ou no


plural. É sempre precedido de preposição, podendo exercer diversas funções sintáticas. Observe
os exemplos:

a) Objeto Direto Preposicionado: Clarice, a quem admiro muito, influenciou-me profundamente.

b) Objeto Indireto: Este é o jogador a quem me refiro sempre.

c) Complemento Nominal: Este é o jogador a quem sempre faço referência.

d) Agente da Passiva: O médico por quem fomos assistidos é um dos mais renomados
especialistas.

e) Adjunto Adverbial: A mulher com quem ele mora é grega.

3) Pronome Relativo CUJO (s), CUJA (s)

"Cujo" e sua flexões equivalem a "de que", "do qual" (ou suas flexões "da qual", "dos quais", "das
quais"), "de quem". Estabelecem normalmente relação de posse entre o antecedente e o termo
que especificam, atuando na maior parte das vezes como adjunto adnominal e em algumas
construções como complemento nominal. Veja:

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a) Adjunto Adnominal:

Não consigo conviver com pessoas cujas aspirações sejam essencialmente materiais.
(Não consigo conviver com pessoas / As aspirações dessas pessoas são essencialmente
materiais).

b) Complemento Nominal:

O livro, cuja leitura agradou muito aos alunos, trata dos tristes anos da ditadura. (cuja
leitura = a leitura do livro)

4) Pronome Relativo O QUAL, OS QUAIS, A QUAL, AS QUAIS

"O qual"," a qual"," os quais" e "as quais" são usados com referência a pessoa ou coisa.
Desempenham as mesmas funções que o pronome "que"; seu uso, entretanto, é bem menos
frequente e tem se limitado aos casos em que é necessário para evitar ambiguidade.

Por Exemplo:

Existem dias e noites, às quais se dedica o repouso e a intimidade.

O uso de às quais permite deixar claro que nos estamos referindo apenas às noites. Se
usássemos a que, não poderíamos impor essa restrição. Observe esses dois exemplos:

a) Sujeito:

Conhecemos uma das irmãs de Pedro, a qual trabalha na Alemanha.

Nesse caso, o relativo a qual também evita ambiguidade. Se fosse usado o relativo que, não
seria possível determinar quem trabalha na Alemanha.

b) Adjunto Adverbial:

Não deixo de cuidar da grama, sobre a qual às vezes gosto de um bom cochilo.

A preposição sobre, dissilábica, tende a exigir o relativo sob as formas " o / a qual", "os / as
quais", rejeitando a forma "que".

5) Pronome Relativo ONDE

O pronome relativo "onde" aparece apenas no período composto, para substituir um termo da
oração principal numa oração subordinada. Por essa razão, em um período como "Onde você
nasceu?", por exemplo, não é possível pensar em pronome relativo: o período é simples, e nesse
caso, "onde" é advérbio interrogativo.

Na língua culta, escrita ou falada, "onde" deve ser limitado aos casos em que há indicação
de lugar físico, espacial. Quando não houver essa indicação, deve-se preferir o uso de em
que, no qual (e suas flexões na qual, nos quais, nas quais) e nos casos da ideia de causa /
efeito ou de conclusão.

Por Exemplo:

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Quero uma cidade tranquila, onde possa passar alguns dias em paz.
Vivemos uma época muito difícil, em que (na qual) a violência gratuita impera.

6) Pronome Relativo QUANTO, COMO, QUANDO

a) Quanto, quantos e quantas: são pronomes relativos que seguem os


pronomes indefinidos "tudo", "todos" ou "todas". Atuam principalmente como sujeito e objeto
direto. Veja os exemplos:

Tente examinar todos quantos comparecerem ao consultório. (Sujeito)


Comeu tudo quanto queria. (Objeto Direto)

b) Como e quando: exprimem noções de modo e tempo, respectivamente. Atuam, portanto,


como adjuntos adverbiais de modo e de tempo. Exemplos:

É estranho o modo como ele me trata.


É a hora quando o sol começa a deitar-se.

3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a função de adjunto adverbial do
verbo da oração principal. Dessa forma, pode exprimir circunstância
de tempo, modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem introduzida por
uma das conjunções subordinativas (com exclusão das integrantes). Classifica-se de acordo com
a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz. Observe os exemplos abaixo:

Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha vida.


Adjunto Adverbial

Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de minha vida.


Oração Subordinada Adverbial

No primeiro período, "naquele momento" é um adjunto adverbial de tempo, que modifica a


forma verbal "senti". No segundo período, esse papel é exercido pela oração "Quando vi a
estátua", que é, portanto, uma oração subordinada adverbial temporal. Essa oração
é desenvolvida, pois é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando) e apresenta uma
forma verbal do modo indicativo ("vi", do pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-
la, obtendo-se:

Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de minha vida.

A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma das formas nominais do verbo ("ver" no
infinitivo) e não é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma preposição
("a", combinada com o artigo "o").

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Circunstâncias Expressas pelas Orações Subordinadas Adverbiais

a) Causa

A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca um determinado fato,
ao motivo do que se declara na oração principal. "É aquilo ou aquele que determina um
acontecimento".

Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE

Outras conjunções e locuções causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à oração
principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto que.

Exemplos:

As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.


Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve alternativa a não ser cancelá-lo.
Já que você não vai, eu também não vou.
Por ter muito conhecimento (= Porque/Como tem muito conhecimento), é sempre
consultado. (Oração Reduzida de Infinitivo)

b) Consequência

As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem um fato que é consequência, que é


efeito do que se declara na oração principal. São introduzidas pelas conjunções e locuções: que,
de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão... que, tanto... que, tamanho...
que.

Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)

Exemplos:

É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa dor.)


Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou concretizando-os.
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida de Infinitivo)
Sua fome era tanta que comeu com casca e tudo.

c) Condição

Condição é aquilo que se impõe como necessário para a realização ou não de um fato. As
orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se
realize ou deixe de se realizar o fato expresso na oração principal.

Principal conjunção subordinativa condicional: SE

Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, salvo se, exceto se, a não ser
que, a menos que, sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo).

Exemplos:

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, certamente o melhor time será


campeão.
Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o contrato.
Caso você se case, convide-me para a festa.
Não saia sem que eu permita.
Conhecendo os alunos (= Se conhecesse os alunos), o professor não os teria punido.
(Oração Reduzida de Gerúndio)

d) Concessão

As orações subordinadas adverbiais concessivas indicam concessão às ações do verbo da


oração principal, isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A ideia
de concessão está diretamente ligada ao contraste, à quebra de expectativa.

Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA

Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda quando, mesmo que,
se bem que, posto que, apesar de que.

Observe este exemplo:

Só irei se ele for.

A oração acima expressa uma condição: o fato de "eu" ir só se realizará caso essa condição for
satisfeita.

Compare agora com:

Irei mesmo que ele não vá.

A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei de qualquer maneira,
independentemente de sua ida. A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial
concessiva.

Observe outros exemplos:

Embora fizesse calor, levei agasalho.


Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da população continua à
margem do mercado de consumo.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / embora não estudasse). (reduzida de
infinitivo)

e) Comparação

As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem uma comparação com a ação


indicada pelo verbo da oração principal.

Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO

Por Exemplo:

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Ele dorme como um urso.

Utilizam-se com muita frequência as seguintes estruturas que formam o grau comparativo dos
adjetivos e dos advérbios: tão... como (quanto), mais (do) que, menos (do) que. Veja os
exemplos:

Sua sensibilidade é tão afinada quanto a sua inteligência.

O orador foi mais brilhante do que profundo.

f) Conformidade

As orações subordinadas adverbiais conformativas indicam ideia de conformidade, ou seja,


exprimem uma regra, um modelo adotado para a execução do que se declara na oração
principal.

Principal conjunção subordinativa conformativa: CONFORME

Outras conjunções conformativas: como, consoante e segundo (todas com o mesmo valor
de conforme).

Exemplos:

Fiz o bolo conforme ensina a receita.


Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos iguais.
Segundo atesta recente relatório do Banco Mundial, o Brasil é o campeão mundial de má
distribuição de renda.

g) Finalidade

As orações subordinadas adverbiais finais indicam a intenção, a finalidade daquilo que se


declara na oração principal.

Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE

Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a locução conjuntiva para que.

Por Exemplo:

Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos.


Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada entrasse.

h) Proporção

As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem ideia de proporção, ou seja, um


fato simultâneo ao expresso na oração principal.

Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: À PROPORÇÃO QUE

Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao passo que. Há ainda as


estruturas: quanto maior... (maior), quanto maior... (menor), quanto menor... (maior), quanto
menor... (menor), quanto mais...(mais), quanto mais... (menos), quanto menos... (mais),
quanto menos... (menos).

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Exemplos:

À proporção que estudávamos, acertávamos mais questões.

Visito meus amigos à medida que eles me convidam.

Quanto maior for a altura, maior será o tombo.

Lembre-se:

À medida que é uma conjunção que expressa ideia de proporção; portanto, pode ser
substituída por "à proporção que".
Na medida em que exprime uma ideia de causa e equivale a "tendo em vista que" e só nesse
sentido deve ser usada.

Por Exemplo:
Na medida em que não há provas contra esse homem, ele deve ser solto.

Atenção: não use as formas “à medida em que” ou “na medida que”.

i) Tempo

As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam uma ideia de tempo ao fato


expresso na oração principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou
posterioridade.

Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO

Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal e locuções conjuntivas: assim que,
logo que, todas as vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.

Exemplos:

Quando você foi embora, chegaram outros convidados.


Sempre que ele vem, ocorrem problemas.
Mal você saiu, ela chegou.
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando terminou a festa) (Oração Reduzida
de Particípio)

Período composto por coordenação e subordinação


Num período podem aparecer orações que se relacionam pela coordenação e pela
subordinação. Assim, tem-se um período misto.

Por Exemplo:

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

O atleta entrou na piscina e pediu que todos saíssem.


1ª Oração 2ª Oração 3ª Oração

1ª Oração: Oração Coordenada Assindética

2ª Oração: Oração Coordenada Sindética Aditiva (em relação à 1ª oração) e Oração Principal
(em relação à 3ª oração).

3ª Oração: Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta (em relação à 2ª Oração).

Observe outro exemplo:

Eram alunas que tiravam boas notas, mas não estudavam.


1ª Oração 2ª Oração 3ª Oração

1ª Oração: Oração Principal

2ª Oração: Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

3ª Oração: Oração Coordenada Sindética Adversativa (em relação à 2ª oração) e Oração


Subordinada Adjetiva Restritiva (em relação à 1ª oração).

Responda

1 - FGV - 2014 - Prefeitura de Florianópolis - SC - Fiscal de Serviços Públicos

POR QUE SÃO ASSIM?

Mariana Sgarioni

Daniel Blair tem 4 aninhos e achou que seu cachorrinho de apenas uma semana de vida estava
muito sujo. O melhor jeito encontrado para um banho rápido foi atirar o animal na água do vaso
sanitário – e dar descarga. Por sorte, a mãe descobriu a tempo, e bombeiros resgataram o
animalzinho ainda vivo no esgoto. O caso aconteceu no início de junho, na Inglaterra, e chamou
a atenção das câmeras do mundo inteiro. Muitos perguntaram: será que Daniel seria um
psicopata divertindo-se com o sofrimento do bicho?

Provavelmente não. Nesses casos, o que pode existir é o transtorno de conduta –


comportamento que viola regras sociais importantes.

“Nesses casos, o que pode existir é um transtorno de conduta”; esse segmento do texto
apresenta:

• a) duas orações, sendo uma subordinada;

• b) três orações, sendo uma reduzida;

• c) quatro orações, sendo uma coordenada;

163
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

• d) uma só oração, sendo absoluta;

• e) três orações, sendo uma coordenada.

2 - IBFC - 2014 - PC-SE - Escrivão Substituto

Eficiência militar
(Historieta Chinesa)

LI-HU ANG-PÔ, vice-rei de Cantão, Império da China, Celeste Império, Império do Meio, nome
que lhe vai a calhar, notava que o seu exército provincial não apresentava nem garbo marcial,
nem tampouco, nas últimas manobras, tinha demonstrado grandes aptidões guerreiras.

Como toda a gente sabe, o vice-rei da província de Cantão, na China, tem atribuições quase
soberanas. Ele governa a província como reino seu que houvesse herdado de seus pais, tendo
unicamente por lei a sua vontade.

Convém não esquecer que isto se passou, durante o antigo regime chinês, na vigência do qual,
esse vice-rei tinha todos os poderes de monarca absoluto, obrigando-se unicamente a contribuir
com um avultado tributo anual, para o Erário do Filho do Céu, que vivia refestelado em Pequim,
na misteriosa cidade imperial, invisível para o grosso do seu povo e cercado por dezenas de
mulheres e centenas de concubinas. Bem.

Verificado esse estado miserável do seu exército, o vice- rei Li-Huang-Pô começou a meditar nos
remédios que devia aplicar para levantar-lhe o moral e tirar de sua força armada maior
rendimento militar. Mandou dobrar a ração de arroz e carne de cachorro, que os soldados
venciam. Isto, entretanto, aumentou em muito a despesa feita com a força militar do vice-
reinado; e, no intuito de fazer face a esse aumento, ele se lembrou, ou alguém lhe lembrou, o
simples alvitre de duplicar os impostos que pagavam os pescadores, os fabricantes de porcelana
e os carregadores de adubo humano - tipo dos mais característicos daquela babilônica cidade
de Cantão.

Ao fim de alguns meses, ele tratou de verificar os resultados do remédio que havia aplicado nos
seus fiéis soldados, a fim de dar-lhes garbo, entusiasmo e vigor marcial.

Determinou que se realizassem manobras gerais, na próxima primavera, por ocasião de florirem
as cerejeiras, e elas tivessem lugar na planície de Chu-Wei-Hu - o que quer dizer na nossa língua:
“planície dos dias felizes”. As suas ordens foram obedecidas e cerca de cinqüenta mil chineses,
soldados das três armas, acamparam em Chu-Wei-Hu, debaixo de barracas de seda. Na China,
seda é como metim aqui.

Comandava em chefe esse portentoso exército, o general Fu-Shi-Tô que tinha começado a sua

164
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

carreira militar como puxador de tílburi* em Hong-Kong. Fizera-se tão destro nesse mister que o
governador inglês o tomara para o seu serviço exclusivo.

Este fato deu-lhe um excepcional prestígio entre os seus patrícios, porque, embora os chineses
detestem os estrangeiros, em geral, sobretudo os ingleses, não deixam, entretanto, de ter um
respeito temeroso por eles, de sentir o prestígio sobre humano dos “diabos vermelhos”, como os
chinas chamam os europeus e os de raça europeia.

Deixando a famulagem do governador britânico de Hong- Kong,Fu-Shi-Tô não podia ter outro
cargo, na sua própria pátria, senão o de general no exército do vice-rei de Cantão. E assim foi ele
feito, mostrando-se desde logo um inovador, introduzindo melhoramentos na tropa e no
material bélico, merecendo por isso ser condecorado, com o dragão imperial de ouro maciço.
Foi ele quem substituiu, na força armada cantonesa, os canhões de papelão, pelos do Krupp; e,
com isto, ganhou de comissão alguns bilhões de taels* que repartiu com o vice-rei. Os franceses
do Canet queriam lhe dar um pouco menos, por isso ele julgou mais perfeitos os canhões do
Krupp, em comparação com os do Canet. Entendia, a fundo, de artilharia, o ex-fâmulo do
governador de Hong-Kong.

O exército de Li-Huang-Pô estava acampado havia um mês, nas “planícies dos dias felizes”,
quando ele se resolveu a ir assistir-lhe as manobras, antes de passar-lhe a revista final.

O vice-rei, acompanhado do seu séquito, do qual fazia parte o seu exímio cabeleireiro Pi-Nu, lá
foi para a linda planície, esperando assistir a manobras de um verdadeiro exército germânico.
Antegozava isso como uma vítima sua e, também, como constituindo o penhor de sua
eternidade no lugar rendoso de quase rei da rica província de Cantão. Com um forte exército à
mão, ninguém se atreveria a demiti-lo dele. Foi.

Assistiu às evoluções com curiosidade e atenção. A seu lado, Fu-Shi-Pô explicava os temas e os
detalhes do respectivo desenvolvimento, com a abundância e o saber de quem havia estudado
Arte da Guerra entre os varais de um cabriolet*.

O vice-rei, porém, não parecia satisfeito. Notava hesitações, falta de élan na tropa, rapidez e
exatidão nas evoluções e pouca obediência ao comando em chefe e aos comandados
particulares; enfim, pouca eficiência militar naquele exército que devia ser uma ameaça à China
inteira, caso quisessem retirá-lo do cômodo e rendoso lugar de vice-rei de Cantão. Comunicou
isto ao general, que lhe respondeu:

- É verdade o que Vossa Excelência Reverendíssima, Poderosíssima, Graciosíssima, Altíssima e


Celestial diz; mas os defeitos são fáceis de remediar.
- Como? perguntou o vice-rei.
- É simples. O uniforme atual muito se parece com o alemão: mudemo-lo para uma imitação do
francês e tudo estará sanado.

165
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Li-Huang-Pô pôs-se a pensar, recordando a sua estadia em Berlim, as festas que os grandes
dignatários da corte de Potsdam lhe fizeram, o acolhimento do Kaiser e, sobretudo, os taels que
recebeu de sociedade com o seu general Fu-ShiPô... Seria uma ingratidão; mas... Pensou ainda
um pouco; e, por fim, num repente, disse peremptoriamente:
- Mudemos o uniforme; e já!

(Lima Barreto)

*tael:unidade monetária e de peso da China;


*cabriolet:tipo de carruagem;
*tílburi: carro de duas rodas e dois assentos comandados por um animal.
*famulagem:grupo de criados

O trecho abaixo transcrito revela a insatisfação de LI-HU ANG-PÔ, vice-rei de Cantão, com o seu
exército.

“O vice-rei, porém, não parecia satisfeito. Notava hesitações, falta de élan na tropa, rapidez e
exatidão nas evoluções e pouca obediência ao comando em chefe e aos comandados
particulares; enfim, pouca eficiência militar naquele exército que devia ser uma ameaça à China
inteira, caso quisessem retirá-lo do cômodo e rendoso lugar de vice-rei de Cantão.

Comunicou isto ao general, que lhe respondeu:

- É verdade o que Vossa Excelência Reverendíssima, Poderosíssima, Graciosíssima, Altíssima e


Celestial diz; mas os defeitos são fáceis de remediar.”

A oração “que lhe respondeu” tem sua correta classificação sintática indicada em:

• a) Oração subordinada adjetiva explicativa

• b) Oração coordenada sindética explicativa

• c) Oração subordinada substantiva apositiva

• d) Oração subordinada adjetiva restritiva

3 - FGV - 2014 - PROCEMPA - Técnico Administrativo

Todos desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a
felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns
aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as
nossas necessidades.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos deixamos extraviar. A cobiça
envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito
marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas
nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado
em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e
cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de
humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a
vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio nos aproximou. A própria natureza dessas coisas são um apelo eloquente à
bondade do homem, um apelo à fraternidade universal, a união de todos nós. Neste mesmo
instante, a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora. Milhões de desesperados:
homens, mulheres, criancinhas, vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera
inocentes. Aos que podem me ouvir eu digo: não desespereis! A desgraça que tem caído sobre
nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia, da amargura de homens que temem o
avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbirão
e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. Sei que os homens morrem, mas a
liberdade não perecerá jamais.

(Charles Chaplin)

Assinale a opção que indica a frase em que a conjunção e mostra valor adversativo.

• a) “Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros?”

• b) “A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.”

• c) “O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza.”

• d) “...tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios.”

• e) “Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.”

GABARITO

1-A 2-A 3-E

167
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Concordância verbal e nominal

Concordância é o mecanismo pelo qual as palavras alteram sua terminação para se adequarem
harmonicamente na frase.

CONCORDÂNCIA VERBAL

Na concordância verbal, o verbo concorda em número e pessoa com o sujeito. A concordância


verbal pode se dar com:

Sujeito simples: antecedendo ou não o seu sujeito simples, o verbo concorda com ele em
número e pessoa (E o vento forte quebra as telhas e vidraças – verbo e sujeito no singular);

Sujeito composto anteposto ao verbo: o verbo pode ir para o plural, estar no singular ou no
plural (com palavras sinônimas, ou caso os núcleos do sujeito expressem uma gradação), ou
permanecer no singular (caso os núcleos do sujeito estejam se referindo à mesma pessoa ou
coisa, ou caso os núcleos do sujeito estejam resumidos por tudo, nada, ninguém);

Sujeito composto posposto ao verbo: o verbo irá para o plural (Explodem, como granadas, os
arrozais e as águas.), é admissível também a concordância do verbo com o núcleo mais próximo
(Só cabe no poema o homem sem estômago);

Sujeito composto de pessoas diferentes: o verbo vai para o plural na pessoa que prevalecer (O
trabalhador e eu plantamos muita mandioca por esse mundão);
Sujeito representado por um coletivo: o verbo concorda com o coletivo (A manada de touros
tomava a paisagem em largura);

Sujeito constituído de pronomes de tratamento: o verbo não concorda com a segunda pessoa:
vai para a terceira pessoa (Vossa Excelência se enganou).

CONCORDÂNCIA NOMINAL

Na concordância nominal, deve haver concordância entre os nomes (substantivos) e as palavras


que com eles se relacionam (adjetivos, artigos, numerais, pronomes adjetivos, particípios).
Observe os casos gerais de concordância nominal:

Concordância do adjetivo com o substantivo: um só adjetivo relacionando-se com mais de um

168
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

substantivo de gênero ou número diferentes (Claros cabelos e semblante que esvaecem) ou


mais de um adjetivo referindo-se a um só substantivo (Entramos pelas terras italiana e suíça);

Concordância do predicado com o sujeito: predicado e sujeito simples (Lindas sombras ficaram
opacas na madrugada) ou predicado e sujeito composto (O ódio e o amor pareciam idênticos);

Concordância do numeral com o substantivo: os numerais cardinais devem concordar com o


substantivo a que se referem (No mercado havia vinte e duas pessoas), se aparecer antes dos
numerais, o substantivo irá para o plural (As pessoas segunda e terceira são alegres);

Concordância dos pronomes de tratamento: é obrigatória a concordância com os pronomes de


tratamento sempre em terceira pessoa e usual o adjetivo concordar com o sexo da pessoa
relacionada ao pronome citado (Vossa Majestade está bem atrasada para a cerimônia);

Concordância ideológica ou silepse: modo especial de concordar as palavras, e não a forma


gramatical, pode ser: de gênero (Extraordinária e bela Recife, Veneza brasileira), de pessoa (Os
paulistanos abominados a violência urbana) ou de número (Memórias de um sargento de
milícias satiriza o Rio do tempo do rei).

Regência verbal e nominal

A regência enfoca o relacionamento entre os termos da oração, verificando o nível de


dependência entre eles.

Chama-se regente o termo que exige complemento e regido o termo complementar (Ninguém
assistiu – termo regente – ao formidável enterro – termo regido).

Na regência nominal, alguns nomes (substantivo, adjetivo, advérbio) podem apresentar mais de
uma regência, como acontece com os verbos (Estava ansioso para ouvi-lo./ Estava ansioso por
ouvi-lo./ Estava ansioso de ouvi-lo.).

Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os


regem. Observe-os atentamente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si
ou a algum verbo cuja regência você conhece.

169
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Substantivos

Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo de

Aversão a, para, por Doutor em Obediência a

Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por

Bacharel em Horror a Proeminência sobre

Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos

Acessível a Entendido em Necessário a

Acostumado a, com Equivalente a Nocivo a

Agradável a Escasso de Paralelo a

Alheio a, de Essencial a, para Passível de

Análogo a Fácil de Preferível a

Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a

Apto a, para Favorável a Prestes a

Ávido de Generoso com Propício a

Benéfico a Grato a, por Próximo a

Capaz de, para Hábil em Relacionado com

Compatível com Habituado a Relativo a

Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por

Contíguo a Impróprio para Semelhante a

Contrário a Indeciso em Sensível a

Descontente com Insensível a Sito em

Desejoso de Liberal com Suspeito de

Diferente de Natural de Vazio de

Advérbios

Longe de

Perto de

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de


que são formados:paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Quanto à regência verbal, os verbos podem ser:

- Transitivo direto
- Transitivo indireto
- Transitivo direto e indireto
- Intransitivo

Verbos que requerem uma ligação direta do complemento. São os VTD, que dispensam auxílio
de preposição (Ver filmes. Parecer cansado.);

Verbos que requerem complemento sempre com a mesma preposição. São os VTI (Depender do
carro. Incorrer em erro.);

Verbos cujo complemento pode variar de preposição, sem alterar o sentido. São também VTI
(Contentar-se de ser feliz – Contentar-se com ser feliz);

Verbos cujo sentido varia conforme o complemento – com ou sem preposição (Aspirar ao cargo
– Desejar o cargo / Aspirar o pó – Sugar o pó).

ASPIRAR

O verbo aspirar pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.

Transitivo direto: quando significa “sorver”, “tragar”, “inspirar” e exige complemento


sem preposição.

- Ela aspirou o aroma das flores.


- Todos nós gostamos de aspirar o ar do campo.

Transitivo indireto: quando significa “pretender”, “desejar”, “almejar” e exige complemento com a
preposição “a”.

- O candidato aspirava a uma posição de destaque.


- Ela sempre aspirou a esse emprego.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Obs: Quando é transitivo indireto não admite a substituição pelos pronomes lhe(s). Devemos
substituir por “a ele(s)”, “a ela(s)”.

- Aspiras a este cargo?


- Sim, aspiro a ele. (e não “aspiro-lhe”).

ASSISTIR

O verbo assistir pode ser transitivo indireto, transitivo direto e intransitivo.

Transitivo indireto: quando significa “ver”, “presenciar”, “caber”, “pertencer” e exige


complemento com a preposição “a”.

- Assisti a um filme. (ver)


- Ele assistiu ao jogo.
- Este direito assiste aos alunos. (caber)

Transitivo direto: quando significa “socorrer”, “ajudar” e exige complemento sem preposição.

- O médico assiste o ferido. (cuida)

Obs: Nesse caso o verbo “assistir” pode ser usado com a preposição “a”.

- Assistir ao paciente.

Intransitivo: quando significa “morar” exige a preposição “em”.

- O papa assiste no Vaticano. (no: em + o)


- Eu assisto no Rio de Janeiro.

“No Vaticano” e “no Rio de Janeiro” são adjuntos adverbiais de lugar.

CHAMAR

O verbo chamar pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.

É transitivo direto quando significa “convocar”, “fazer vir” e exige complemento sem preposição.

- O professor chamou o aluno.

É transitivo indireto quando significa “invocar” e é usado com a preposição “por”.

- Ela chamava por Jesus.

Com o sentido de “apelidar” pode exigir ou não a preposição, ou seja, pode ser transitivo direto
ou transitivo indireto.

Admite as seguintes construções:

- Chamei Pedro de bobo. (chamei-o de bobo)


- Chamei a Pedro de bobo. (chamei-lhe de bobo)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

- Chamei Pedro bobo. (chamei-o bobo)


- Chamei a Pedro bobo. (chamei-lhe bobo)

VISAR

Pode ser transitivo direto (sem preposição) ou transitivo indireto (com preposição).
Quando significa “dar visto” e “mirar” é transitivo direto.

- O funcionário já visou todos os cheques. (dar visto)


- O arqueiro visou o alvo e atirou. (mirar)

Quando significa “desejar”, “almejar”, “pretender”, “ter em vista” é transitivo indireto e exige a
preposição “a”.

- Muitos visavam ao cargo.


- Ele visa ao poder.

Nesse caso não admite o pronome lhe(s) e deverá ser substituído por a ele(s), a ela(s). Ou seja,
não se diz: viso-lhe.

Obs: Quando o verbo “visar” é seguido por um infinitivo, a preposição é geralmente omitida.

- Ele visava atingir o posto de comando.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja exigem complemento sem preposição.

- Ele esqueceu o livro.

No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição
“de”. São, portanto, transitivos indiretos.

- Ele se esqueceu do caderno.


- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o
verbo sofre leve alteração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea ,
porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de
Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.

- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)


- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar alguma coisa a alguém
ou alguém de alguma coisa).

PREFERIR

É transitivo direto e indireto, ou seja, possui um objeto direto (complemento sem preposição) e
um objeto indireto (complemento com preposição)

- Prefiro cinema a teatro.


- Prefiro passear a ver TV.

Não é correto dizer: “Prefiro cinema do que teatro”.

SIMPATIZAR

Ambos são transitivos indiretos e exigem a preposição “com”.

- Não simpatizei com os jurados.

QUERER

Pode ser transitivo direto (no sentido de “desejar”) ou transitivo indireto ( no sentido de “ter
afeto”, “estimar”).

- A criança quer sorvete.


- Quero a meus pais.

NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição.

- Maria namora João.

Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.

OBEDECER
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a).

- Devemos obedecer aos pais.

Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva.

- A fila não foi obedecida.

VER

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

É transitivo direto, ou seja, não exige preposição.

- Ele viu o filme.

Sintaxe de Colocação

Fernanda, quem te contou isso?

Fernanda, contaram-te isso?

Nos exemplos acima, observe que o pronome "te" foi expresso em lugares distintos: antes e
depois do verbo. Isso ocorre porque os pronomes átonos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes,
os, as) podem assumir três posições diferentes numa oração: antes do verbo, depois do verbo e
no interior do verbo. Essas três colocações chamam-se, respectivamente: próclise,
ênclise e mesóclise.

1) Próclise

Na próclise, o pronome surge antes do verbo. Costuma ser empregada:

a) Nas orações que contenham uma palavra ou expressão de valor negativo.

Exemplos:

Ninguém o apoia.
Nunca se esqueça de mim.
Não me fale sobre este assunto.

b) Nas orações em que haja advérbios e pronomes indefinidos, sem que exista pausa.

Exemplos:

Aqui se vive. (advérbio)


Tudo me incomoda nesse lugar. (pronome indefinido)

Obs.: caso haja pausa depois do advérbio, emprega-se ênclise.

Por Exemplo:

Aqui, vive-se.

c) Nas orações iniciadas por pronomes e advérbios interrogativos.

Exemplos:

175
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Quem te convidou para sair? (pronome interrogativo)


Por que a maltrataram? (advérbio interrogativo)

d) Nas orações iniciadas por palavras exclamativas e nas optativas (que exprimem desejo).

Exemplos:

Como te admiro! (oração exclamativa)


Deus o ilumine! (oração optativa)

e) Nas conjunções subordinativas:

Exemplos:

Ela não quis a blusa, embora lhe servisse.


É necessário que o traga de volta.
Comprarei o relógio se me for útil.

f) Com gerúndio precedido de preposição "em".

Exemplos:

Em se tratando de negócios, você precisa falar com o gerente.


Em se pensando em descanso, pensa-se em férias.

g) Com a palavra "só" (no sentido de "apenas", "somente") e com as conjunções coordenativas
alternativas.

Exemplos:

Só se lembram de estudar na véspera das provas.


Ou se diverte, ou fica em casa.

h) Nas orações introduzidas por pronomes relativos.

Exemplos:

Foi aquele colega quem me ensinou a matéria.


Há pessoas que nos tratam com carinho.
Aqui é o lugar onde te conheci.

2) Mesóclise

Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito


do indicativo, desde que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado ao verbo.

Exemplos:

Falar-lhe-ei a teu respeito. (Falarei + lhe)


Procurar-me-iam caso precisassem de ajuda. (Procurariam + me)

Observações:

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

a) Havendo um dos casos que justifique a próclise, desfaz-se a mesóclise.

Por Exemplo:

Tudo lhe emprestarei, pois confio em seus cuidados. (O pronome "tudo" exige o uso de
próclise.)

b) Com esses tempos verbais (futuro do presente e futuro do pretérito) jamais ocorre a ênclise.

c) A mesóclise é colocação exclusiva da língua culta e da modalidade literária.

3) Ênclise

A ênclise pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência
verbo-complemento. Assim, o pronome surge depois do verbo. Emprega-se geralmente:

a) Nos períodos iniciados por verbos (desde que não estejam no tempo futuro), pois, na língua
culta, não se abre frase com pronome oblíquo.

Exemplos:

Diga-me apenas a verdade.


Importava-se com o sucesso do projeto.

b) Nas orações reduzidas de infinitivo.

Exemplos:

Convém confiar-lhe esta responsabilidade.


Espero contar-lhe isto hoje à noite.

c) Nas orações reduzidas de gerúndio (desde que não venham precedidas de preposição "em".)

Exemplos:

A mãe adotiva ajudou a criança, dando-lhe carinho e proteção.


O menino gritou, assustando-se com o ruído que ouvira.

d) Nas orações imperativas afirmativas.

Exemplos:

Fale com seu irmão e avise-o do compromisso.


Professor, ajude-me neste exercício!

Observações:

1) A posição normal do pronome é a ênclise. Para que ocorra a próclise ou a mesóclise é


necessário haver justificativas.

177
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

2) A tendência para a próclise na língua falada atual é predominante, mas iniciar frases com
pronomes átonos não é lícito numa conversação formal. Por Exemplo:

Linguagem Informal: Me alcança a caneta.


Linguagem Formal: Alcança-me a caneta.

3) Se o verbo não estiver no início da frase, nem conjugado nos tempos Futuro do Presente ou
Futuro do Pretérito, é possível usar tanto a próclise como a ênclise.

Exemplos:
Eu me machuquei no jogo.
Eu machuquei-me no jogo.
As crianças se esforçam para acordar cedo.
As crianças esforçam-se para acordar cedo.

Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos nas Locuções Verbais

As locuções verbais podem ter o verbo principal no infinitivo, no gerúndio ou no particípio.

1) Verbo Principal no Infinitivo ou Gerúndio

a) Sem palavra que exija a próclise:

Geralmente, emprega-se o pronome após a locução.

Por Exemplo:

Quero ajudar-lhe ao máximo.

b) Com palavra que exija próclise:

O pronome pode ser colocado antes ou depois da locução.

Exemplos:

Nunca me viram cantar. (antes)


Não pretendo falar-lhe sobre negócios. (depois)

Observações:

1) Quando houver preposição entre o verbo auxiliar e o infinitivo, a colocação do pronome será
facultativa.

Por Exemplo:

Nosso filho há de encontrar-se na escolha profissional.


Nosso filho há de se encontrar na escolha profissional.

2) Com a preposição "a" e o pronome oblíquo "o" (e variações) o pronome deverá ser colocado
depois do infinitivo.

178
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Por Exemplo:

Voltei a cumprimentá-los pela vitória na partida.

2) Verbo Principal no Particípio

Estando o verbo principal no particípio, o pronome oblíquo átono não poderá vir depois dele.

Por Exemplo:

As crianças tinham-se perdido no passeio escolar.

a) Se não houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará depois do verbo auxiliar.

Por Exemplo:

Seu rendimento escolar tem-me surpreendido.

b) Se houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará antes da locução.

Por Exemplo:

Não me haviam avisado da prova que teremos amanhã.

Obs.: na língua falada, é comum o uso da próclise em relação ao particípio. Veja:

Por Exemplo:

Haviam me convencido com aquela história.


Não haviam me mostrado todos os cômodos da casa.

Uso do QUE

O “que” pode fazer a vez de substantivo, pronome adjetivo, pronome interrogativo, pronome
relativo, preposição, advérbio de modo e de intensidade, partícula expletiva e interativa,
interjeição, conjunção coordenativa e subordinada. Veja abaixo exemplos de cada uma de
suas funções.

Substantivo

Para que seja empregado como substantivo a palavra “que” necessita do acompanhamento de
um artigo indefinido (um) ou de uma preposição (de) além de receber a acentuação. Ela terá o
sentido de “qualquer coisa” ou “alguma coisa”. Confira no exemplo:

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Os protestos no Brasil tiveram um quê de violência.

Pronome Adjetivo

Neste caso o “que” poderá ser empregado como indefinido, interrogativo ou exclamativo.
Confira os exemplos:

Que show maravilhoso! – exclamativo

Que horas, por favor? – interrogativo

Que coisa horrível este incidente. – indefinido

Pronome Relativo

Quando a palavra “que” puder ser substituída por “o qual”, “a qual”, “os quais” ou “as quais” ela
terá a função de pronome relativo. Veja o exemplo:

Peguei o livro que – o qual – estava na última prateleira da biblioteca.

É lindo o vestido que – o qual – eu usei ontem no jantar.

Preposição

Sempre que o “que” for equivalente ao “de” terá a função de preposição, em locuções adverbiais
como auxiliar de ‘”ter” ou “haver”. Veja o exemplo abaixo:

Ela teve que levar todos os livros.

Todo o material terá que ser reutilizado.

Advérbio de modo e intensidade

Como advérbio de modo o “que” pode ser substituído por “como”. Exemplo:

Que prato mal feito era aquele! (Como aquele prato era mal feito!)

Como advérbio de intensidade a palavra pode ser substituída por “quão” ou “muito”. Exemplo:

Que feias eram aquelas ruas! (Quão feias eram aquelas ruas!)

Que estranha a roupa dela. (Muito estranha a roupa dela.)

Partícula expletiva e interativa

Como partícula expletiva não possui função na oração, serve apenas para ressaltar algo citado.
Confira o exemplo:

Há dias que não o vejo.

Como partícula interativa o “que” sofre a repetição para dar ênfase à frase. Exemplo:

Que coisa que ele fez!

Que roupas lindas que ela comprou!

Conjunção Coordenativa

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– Aditiva

Anda que anda e não chega a lugar algum.

– Alternativa

Que fossem ou que não fosse, eu estaria lá.

– Adversativa

Pode andar o quanto quiser que não vai à lugar algum.

– Explicativa

Eles não podem ir até lá, que é muito perigoso.

Conjunção Subordinativa

– Integrante

Aparecendo sempre no início de uma oração subordinada substantiva e sem função sintática.

Havia dito que estaria lá, mas não estava.

– Comparativa

Aparecendo sempre no início de uma oração subordinada adverbial comparativa.

Não há nada melhor que comer chocolate com os amigos!

– Causal

Aparecendo sempre no início de uma oração subordinada adverbial causal.

É melhor prestar atenção, que este trecho é muito perigoso.

– Concessiva

Neste caso o “que” expressa uma concessão, ou seja, uma exceção às regras.

Gosto de morangos, que estejam pouco maduros.

– Consecutiva

O “que” expressa uma consequência do que acaba de ser afirmado.

É tão grande que mal passa na porta.

Uso do SE

A palavra se, em português, pode ser:

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Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce função sintática. Como
conjunção, a palavra se pode ser:

* conjunção subordinativa integrante: inicia uma oração subordinada substantiva.

Perguntei se ele estava feliz.

* conjunção subordinativa condicional: inicia uma oração adverbial condicional (equivale a caso).

Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.

Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase sem prejuízo algum para o sentido.
Nesse caso, a palavra se não exerce função sintática. Como o próprio nome indica, é usada
apenas para dar realce.

Passavam-se os dias e nada acontecia.

Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos verbos pronominais. Nesse caso, o se não
exerce função sintática.

Ele arrependeu-se do que fez.

Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede objeto direto, caracteriza as orações que estão
na voz passiva sintética. É também chamada de pronome apassivador. Nesse caso, não exerce
função sintática, seu papel é apenas apassivar o verbo.

Vendem-se casas.

Aluga-se carro.

Compram-se joias.

Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a um verbo que não é transitivo direto,
tornando o sujeito indeterminado. Não exerce propriamente uma função sintática, seu papel é o
de indeterminar o sujeito. Lembre-se de que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa
do singular.

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Trabalha-se de dia.

Precisa-se de vendedores.

Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome pessoal, ela deverá estar sempre na mesma
pessoa do sujeito da oração de que faz parte. Por isso o pronome oblíquo se sempre será
reflexivo (equivalendo a a si mesmo), podendo assumir as seguintes funções sintáticas:

* objeto direto

Ele cortou-se com o facão.

* objeto indireto

Ele se atribui muito valor.

* sujeito de um infinitivo

“Sofia deixou-se estar à janela.”

Pontuação

Os sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da linguagem escrita. Embora não
consigam reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, eles estruturam os textos e
procuram estabelecer as pausas e as entonações da fala. Basicamente, têm como finalidade:

1) Assinalar as pausas e as inflexões de voz (entoação) na leitura;

2) Separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas;

3) Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade.

Vírgula (,)

É usada para:

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a) separar termos que possuem mesma função sintática na oração: O menino berrou, chorou,
esperneou e, enfim, dormiu.

Nessa oração, a vírgula separa os verbos.

b) isolar o vocativo: Então, minha cara, não há mais o que se dizer!

c) isolar o aposto: O João, ex-integrante da comissão, veio assistir à reunião.

d) isolar termos antecipados, como complemento ou adjunto:

1. Uma vontade indescritível de beber água, eu senti quando olhei para aquele copo suado!
(antecipação de complemento verbal)

2. Nada se fez, naquele momento, para que pudéssemos sair! (antecipação de adjunto adverbial)

e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos: isto é, ou seja, por exemplo, além
disso, pois, porém, mas, no entanto, assim, etc.

f) separar os nomes dos locais de datas: Brasília, 30 de janeiro de 2009.

g) isolar orações adjetivas explicativas: O filme, que você indicou para mim, é muito mais do que
esperava.

Ponto-final (.)

É usado ao final de frases para indicar uma pausa total:

a) Não quero dizer nada.

b) Eu amo minha família.

E em abreviaturas: Sr., a. C., Ltda., vv., num., adj., obs.

Ponto de Interrogação (?)

O ponto de interrogação é usado para:

a) Formular perguntas diretas:

Você quer ir conosco ao cinema?

Desejam participar da festa de confraternização?

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b) Para indicar surpresa, expressar indignação ou atitude de expectativa diante de uma


determinada situação:

O quê? não acredito que você tenha feito isso! (atitude de indignação)

Não esperava que fosse receber tantos elogios! Será que mereço tudo isso? (surpresa)

Qual será a minha colocação no resultado do concurso? Será a mesma que imagino?
(expectativa)

Ponto de Exclamação (!)

Esse sinal de pontuação é utilizado nas seguintes circunstâncias:

a) Depois de frases que expressem sentimentos distintos, tais como: entusiasmo, surpresa,
súplica, ordem, horror, espanto:

Iremos viajar! (entusiasmo)

Foi ele o vencedor! (surpresa)

Por favor, não me deixe aqui! (súplica)

Que horror! Não esperava tal atitude. (espanto)

Seja rápido! (ordem)

b) Depois de vocativos e algumas interjeições:

Ui! que susto você me deu. (interjeição)

Foi você mesmo, garoto! (vocativo)

c) Nas frases que exprimem desejo:

Oh, Deus, ajude-me!

Observações dignas de nota:

* Quando a intenção comunicativa expressar, ao mesmo tempo, questionamento e admiração, o


uso dos pontos de interrogação e exclamação é permitido. Observe:

Que que eu posso fazer agora?!

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* Quando se deseja intensificar ainda mais a admiração ou qualquer outro sentimento, não há
problema algum em repetir o ponto de exclamação ou interrogação. Note:

Não!!! – gritou a mãe desesperada ao ver o filho em perigo.

Ponto e vírgula (;)

É usado para:

a) separar itens enumerados:

A Matemática se divide em:

- geometria;

- álgebra;

- trigonometria;

- financeira.

b) separar um período que já se encontra dividido por vírgulas: Ele não disse nada, apenas olhou
ao longe, sentou por cima da grama; queria ficar sozinho com seu cão.

Dois-pontos (:)

É usado quando:

a) se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala:

Ele respondeu: não, muito obrigado!

b) se quer indicar uma enumeração:

Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas estranhas, não brigue com seus
colegas e não responda à professora.

Aspas (“”)

São usadas para indicar:

a) citação de alguém: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo mostra um início firme.
Ainda na edição, os 25 anos do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do Oportunity no
exterior” (Carta Capital on-line)

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b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias: Nada pode com a propaganda de “outdoor”.

Reticências (...)

São usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção ou dar ideia de continuidade ao
que se estava falando:

a) (...) Onde está ela, Amor, a nossa casa,

O bem que neste mundo mais invejo?

O brando ninho aonde o nosso beijo

Será mais puro e doce que uma asa? (...)

b) E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade...

c) Eu gostei da nova casa, mas do quintal...

Parênteses ( )

São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer simples indicações.

Ele comeu, e almoçou, e dormiu, e depois saiu. (o e aparece repetido e, por isso, há o
predomínio de vírgulas).

Travessão (–)

O travessão é indicado para:

a) Indicar a mudança de interlocutor em um diálogo:

- Quais ideias você tem para revelar?

- Não sei se serão bem-vindas.

- Não importa, o fato é que assim você estará contribuindo para a elaboração deste projeto.

b) Separar orações intercaladas, desempenhando as funções da vírgula e dos parênteses:

Precisamos acreditar sempre – disse o aluno confiante – que tudo irá dar certo.

Não aja dessa forma – falou a mãe irritada – pois pode ser arriscado.

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c) Colocar em evidência uma frase, expressão ou palavra:

O prêmio foi destinado ao melhor aluno da classe – uma pessoa bastante esforçada.

Gostaria de parabenizar a pessoa que está discursando – meu melhor amigo.

PROBLEMAS GERAIS DA LÍNGUA CULTA

O uso do hífen

A letra “H” é uma letra sem personalidade, sem som. Em “Helena”, não tem som; em
"Hollywood”, tem som de “R”. Portanto, não deve aparecer encostado em prefixos:

•pré-história
•anti-higiênico
•sub-hepático
•super-homem
Então, letras IGUAIS, SEPARA. Letras DIFERENTES, JUNTA.

Anti-inflamatório neoliberalismo

Supra-auricular extraoficial

Arqui-inimigo semicírculo

sub-bibliotecário superintendente

Quanto ao "R" e o "S", se o prefixo terminar em vogal, a consoante deverá ser dobrada:

suprarrenal (supra+renal) ultrassonografia (ultra+sonografia)

minissaia antisséptico

contrarregra megassaia

Entretanto, se o prefixo terminar em consoante, não se unem de jeito nenhum.

•Sub-reino
•ab-rogar
•sob-roda
ATENÇÃO!

Quando dois “R” ou “S” se encontrarem, permanece a regra geral: letras iguais, SEPARA.

super-requintado super-realista

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inter-resistente

CONTINUAMOS A USAR O HÍFEN


Depois dos prefixos “ex-, sota-, soto-, vice- e vizo-“:
Ex-diretor, Ex-hospedeira, Sota-piloto, Soto-mestre, Vice-presidente , Vizo-rei

Depois de “pós-, pré- e pró-“, quando TEM SOM FORTE E ACENTO.

pós-tônico, pré-escolar, pré-natal, pró-labore

pró-africano, pró-europeu, pós-graduação

Depois de "pan-", "circum-", quando juntos de vogais.

Pan-americano, circum-escola

OBS. “Circunferência” – é junto, pois está diante da consoante “F”.

NOTA: Veja como fica estranha a pronúncia se não usarmos o hífen:

Exesposa, sotapiloto, panamericano, vicesuplente, circumescola.

ATENÇÃO!

Não se usa o hífen após os prefixos “CO-, RE-, PRE” (SEM ACENTO)

Coordenar reedição preestabelecer

Coordenação refazer preexistir

Coordenador reescrever prever

Coobrigar relembrar

Cooperação reutilização

Cooperativa reelaborar

O ideal para memorizar essas regras, lembre-se, é conhecer e usar pelo menos uma palavra de
cada prefixo. Quando bater a dúvida numa palavra, compare-a à palavra que você já sabe e
escreva-a duas vezes: numa você usa o hífen, na outra não. Qual a certa? Confie na sua
memória! Uma delas vai te parecer mais familiar.

REGRA GERAL (Resumindo)


Letras iguais, separa com hífen(-).

Letras diferentes, junta.

O “H” não tem personalidade. Separa (-).

O “R” e o “S”, quando estão perto das vogais, são dobrados. Mas não se juntam com consoantes.

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Crase

Na língua portuguesa, crase é a fusão de duas vogais idênticas, mas essa denominação visa a
especificar principalmente a contração ou fusão da preposição a com os artigos definidos
femininos a, as ou com os pronomes demonstrativos a, as, aquele, aquela, aquilo.

a+a=à

a + as = às

a + aquele(s) = àquele(s)

a + aquela(s) = àquela(s)

a + aquilo = àquilo

Para saber se ocorre ou não a crase, basta seguir três regras básicas:

01) Só ocorre crase diante de palavras femininas, portanto nunca use o acento grave indicativo
de crase diante de palavras que não sejam femininas.

- O sol estava a pino. Sem crase, pois pino não é palavra feminina.

- Ela recorreu a mim. Sem crase, pois mim não é palavra feminina. Pode até refereir-se a uma
mulher, mas a palavra em si não é feminina.

- Estou disposto a ajudar você. Sem crase, pois ajudar não é palavra feminina; é verbo.

02) Se a preposição a for exigida por um verbo que indica destino (ir, vir, voltar, chegar, cair,
comparecer, dirigir-se...), troque este verbo por outro que indique procedência (vir, voltar,
chegar...); se, diante do que indicar procedência, surgir da, diante do que indicar destino,
ocorrerá crase; caso contrário, não ocorrerá crase. Essa substituição serve para demonstrar a
existência da preposição e do artigo, cuja junção exige o acento indicador de crase.

venho de = vou a

venho da = vou à

- Vou a Porto Alegre. Sem crase, pois Venho de Porto Alegre.

- Vou à Bahia. Com crase, pois Venho da Bahia.

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03) Se não houver verbo indicando destino, troca-se a palavra feminina por outra masculina; se,
diante da masculina, surgir ao, diante da feminina, ocorrerá crase; caso contrário, não ocorrerá
crase. Essa substituição serve para demonstrar a existência da preposição e do artigo, cuja
junção exige o acento indicador de crase.

- Assisti à peça. Com crase, pois Assisti ao filme.

- Paguei à cabeleireira. Com crase, pois Paguei ao cabeleireiro.

- Respeito as regras. Sem crase, pois Respeito os regulamentos.

Casos especiais:

01) Nas expressões adverbiais à moda de e à maneira de, mesmo que as palavras moda e
maneira fiquem subentendidas, ocorre crase.

- Fizemos um churrasco à gaúcha. (À moda gaúcha; à moda dos gaúchos)

- Comemos bife à milanesa e espaguete à bolonhesa. (À moda milanesa e à moda bolonhesa; à


moda de Milão e à moda de Borgonha)

- Joãozinho usa cabelos à Príncipe Valente. (À moda do Príncipe Valente)

02) Nos adjuntos adverbiais de modo, lugar e tempo femininos, ocorre crase.

à tarde, à noite, às pressas, às escondidas, às escuras, às tontas, à direita, à esquerda, à vontade,


à revelia ...

- Encontrei Tiago ontem à noite.

- Saí às pressas de casa.

03) Nas locuções prepositivas e conjuntivas femininas ocorre crase.

Locução prepositiva feminina é a junção de a + substantivo feminino + de;

Locução conjuntiva feminina é a junção de a + substantivo feminino + que.

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à maneira de, à moda de, às custas de, à procura de, à espera de, à medida que, à proporção
que...

- Ele está à procura da esposa.

- À proporção que o tempo passa, mais sábios ficamos.

04) Diante da palavra distância, só ocorrerá crase, se houver a formação de locução prepositiva
(à distância de) apesar de, modernamente, muitos cursos a distância escreverem tal expressão
com crase.

- Reconheci-o a distância.

- Reconheci-o à distância de duzentos metros.

05) Diante do pronome relativo que ou da preposição de, quando for fusão da preposição a com
o pronome demonstrativo a, as, que pode ser substituído por aquela, aquelas, esta, estas

- Essa roupa é igual à que comprei ontem. (A roupa é igual a esta)

- Sua voz é igual à de um primo meu. (A voz é igual a esta)

06) Diante dos pronomes relativos a qual, as quais, quando o verbo da oração subordinada
adjetiva (o que vem logo depois de a qual, as quais) exigir a preposição a, ocorre crase.

- A cena à qual assisti foi chocante. (quem assiste assiste a algo)

07) Quando o a estiver no singular, diante de uma palavra no plural, não ocorre crase, pois falta-
lhe o artigo.

- Referi-me a todas as alunas, sem exceção.

- Não gosto de ir a festas desacompanhado.

08) Nos adjuntos adverbiais de meio ou de instrumento, a não ser que cause ambiguidade.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

- Preencheu o formulário a caneta.

- Matou o desafeto a faca.

Nota: Modernamente, alguns gramáticos admitem crase diante de adjuntos adverbias de meio,
mesmo não ocorrendo ambiguidade. É o que tem ocorrido, por exemplo, com o adjunto
adverbial de meio (pagar) a vista.

09) Diante de pronomes possessivos femininos, é facultativo o uso do artigo se o pronome


acompanhar substantivo, então, quando houver a preposição a, será facultativa a ocorrência de
crase.

- Referi-me a sua professora.

- Referi-me à sua professora.

Observação: Caso o pronome possessivo não acompanhe substantivo, mas o substitua, o artigo
será obrigatório; se, então, houver a preposição a, o acento indicador de crase também será
obrigatório.

- Não me referi a (ou à) sua esposa, e sim à minha.

10) Após a preposição até, é facultativo o uso da preposição a, quando esta for necessária ao
elemento anterior ao até, portanto, caso haja substantivo feminino à frente, a ocorrência de
crase será facultativa.

- Fui até a secretaria ou Fui até à secretaria, pois quem vai, vai a algum lugar.

11) A palavra CASA:

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A palavra casa só terá artigo, se estiver especificada, portanto só ocorrerá crase diante da
palavra casa nesse caso.

- Cheguei a casa antes de todos.

- Cheguei à casa de Ronaldo antes de todos.

12) A palavra TERRA:

- Significando planeta, é substantivo próprio e tem artigo, consequentemente, quando houver a


preposição a, ocorrerá a crase.

- Os astronautas voltaram à Terra.

- Significando chão firme, solo, só tem artigo, quando estiver especificada, portanto só nesse
caso poderá ocorrer a crase.

- Os marinheiros voltaram a terra.

- Irei à terra de meus avós.

ESTILÍSTICA

Figuras de Linguagem

Figuras de Linguagem são recursos que tornam as mensagens que emitimos mais expressivas.
Subdividem-se em figuras de som, figuras de palavras, figuras de pensamento e figuras de
construção.

Classificação das Figuras de Linguagem

Observe:

1) Fernanda acordou às sete horas, Renata às nove horas, Paula às dez e meia.
2) "Quando Deus fecha uma porta, abre uma janela."
3) Seus olhos eram luzes brilhantes.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Nos exemplos acima, temos três tipos distintos de figuras de linguagem:

Exemplo 1: há o uso de uma construção sintética ao deixar subentendido, na segunda e na


terceira frase, um termo citado anteriormente - o verbo acordar. Repare que a segunda e a
última frase do primeiro exemplo devem ser entendidas da seguinte forma: "Renata acordou às
nove horas, Paula acordou às dez e meia. Dessa forma, temos uma figura de construção ou de
sintaxe.

Exemplo 2: a ideia principal do ditado reside num jogo conceitual entre as


palavras fecha e abre, que possuem significados opostos. Temos, assim, uma figura de
pensamento.

Exemplo 3: a força expressiva da frase está na associação entre os elementos olhos e luzes
brilhantes. Essa associação nos permite uma transferência de significados a ponto de
usarmos "olhos" por "luzes brilhantes". Temos, então, uma figura de palavra.

Figura de Palavra

A figura de palavra consiste na substituição de uma palavra por outra, isto é, no


emprego figurado, simbólico, seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja por uma
associação, uma comparação, uma similaridade. Esses dois conceitos básicos
- contiguidade e similaridade - permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras:
a metáfora e a metonímia.

METÁFORA

É o emprego de uma palavra com o significado de outra em vista de uma relação de


semelhanças entre ambas. É uma comparação subentendida.

Exemplo:

Minha boca é um túmulo.

Essa rua é um verdadeiro deserto.

COMPARAÇÃO

Consiste em atribuir características de um ser a outro, em virtude de uma determinada


semelhança.

Exemplo:

O meu coração está igual a um céu cinzento.

O carro dele é rápido como um avião.

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PROSOPOPÉIA

É uma figura de linguagem que atribui características humanas a seres inanimados. Também
podemos chamá-la de PERSONIFICAÇÃO.

Exemplo:

O céu está mostrando sua face mais bela.

O cão mostrou grande sisudez.

SINESTESIA

Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes.

Exemplo:

Raquel tem um olhar frio, desesperador.

Aquela criança tem um olhar tão doce.

CATACRESE

É uma metáfora desgastada, tão usual que já não percebemos. Assim, a catacrese é o emprego
de uma palavra no sentido figurado por falta de um termo próprio.

Exemplo:

O menino quebrou o braço da cadeira.

A manga da camisa rasgou.

METONÍMIA

É a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma relação lógica, uma proximidade
de sentidos que permite essa troca. Ocorre metonímia quando empregamos:

- O autor pela obra.

Li Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares)

- o continente pelo conteúdo.

O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo os torcedores)

- a parte pelo todo.

Vários brasileiros vivem sem teto, ao relento. (teto substitui casa)

- o efeito pela causa.

Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substitui o trabalho)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

PERÍFRASE

É a designação de um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato


que o celebrizou.

Exemplo:

A Veneza Brasileira também é palco de grandes espetáculos. (Veneza Brasileira = Recife)

A Cidade Maravilhosa está tomada pela violência. (Cidade Maravilhosa = Rio de Janeiro)

ANTÍTESE

Consiste no uso de palavras de sentidos opostos.

Exemplo:

Nada com Deus é tudo.

Tudo sem Deus é nada.

EUFEMISMO

Consiste em suavizar palavras ou expressões que são desagradáveis.

Exemplo:

Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu = morrer)

Os homens públicos envergonham o povo. (homens públicos = políticos)

HIPÉRBOLE

É um exagero intencional com a finalidade de tornar mais expressiva a ideia.

Exemplo:

Ela chorou rios de lágrimas.

Muitas pessoas morriam de medo da perna cabeluda.

IRONIA

Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o contrário do que pensamos.

Exemplo:

Que alunos inteligentes, não sabem nem somar.

Se você gritar mais alto, eu agradeço.

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ONOMATOPÉIA

Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz natural dos seres.

Exemplo:

Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram.

Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite toda.

ALITERAÇÃO

Consiste na repetição de um determinado som consonantal no início ou interior das palavras.

Exemplo:

O rato roeu a roupa do rei de Roma.

ELIPSE

Consiste na omissão de um termo que fica subentendido no contexto, identificado facilmente.

Exemplo:

Após a queda, nenhuma fratura.

ZEUGMA

Consiste na omissão de um termo já empregado anteriormente.

Exemplo:

Ele come carne, eu verduras.

PLEONASMO

Consiste na intensificação de um termo através da sua repetição, reforçando seu significado.

Exemplo:

Nós cantamos um canto glorioso.

POLISSÍNDETO

É a repetição da conjunção entre as orações de um período ou entre os termos da oração.

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Exemplo:

Chegamos de viagem e tomamos banho e saímos para dançar.

ASSÍNDETO

Ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas orações.

Exemplo:

Chegamos de viagem, tomamos banho, depois saímos para dançar.

ANACOLUTO

Consiste numa mudança repentina da construção sintática da frase.

Exemplo:

Ele, nada podia assustá-lo.

Nota: o anacoluto ocorre com frequência na linguagem falada, quando o falante interrompe a
frase, abandonando o que havia dito para reconstruí-la novamente.

ANAFÓRA

Consiste na repetição de uma palavra ou expressão para reforçar o sentido, contribuindo para
uma maior expressividade.

Exemplo:

Cada alma é uma escada para Deus,

Cada alma é um corredor-Universo para Deus,

Cada alma é um rio correndo por margens de Externo

Para Deus e em Deus com um sussurro noturno. (Fernando Pessoa)

SILEPSE

Ocorre quando a concordância é realizada com a ideia e não sua forma gramatical. Existem três
tipos de silepse: gênero, número e pessoa.

De gênero.

Exemplo:

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Vossa excelência está preocupado com as notícias. (a palavra vossa excelência é feminina quanto
à forma, mas nesse exemplo a concordância se deu com a pessoa a que se refere o pronome de
tratamento e não com o sujeito).

De número.

Exemplo:

A boiada ficou furiosa com o peão e derrubaram a cerca. (nesse caso a concordância se deu com
a ideia de plural da palavra boiada).

De pessoa

Exemplo:

As mulheres decidimos não votar em determinado partido até prestarem conta ao povo. (nesse
tipo de silepse, o falante se inclui mentalmente entre os participantes de um sujeito em 3ª
pessoa).

Vícios de Linguagem

Ao contrário das figuras de linguagem, que representam realce e beleza às mensagens emitidas,
os vícios de linguagem são palavras ou construções que vão de encontro às normas gramaticais.
Os vícios de linguagem costumam ocorrer por descuido, ou ainda por desconhecimento das
regras por parte do emissor. Observe:

Pleonasmo Vicioso ou Redundância

Diferentemente do pleonasmo tradicional, tem-se pleonasmo vicioso quando há repetição


desnecessária de uma informação na frase.

Exemplos:

Entrei para dentro de casa quando começou a anoitecer.


Hoje fizeram-me uma surpresa inesperada.
Encontraremos outra alternativa para esse problema.

Observação: o pleonasmo é considerado vício de linguagem quando usado desnecessariamente,


no entanto, quando usado para reforçar a mensagem, constitui uma figura de linguagem.

Barbarismo

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

É o desvio da norma que ocorre nos seguintes níveis:

1) Pronúncia

a) Silabada: erro na pronúncia do acento tônico.

Por Exemplo: Solicitei à cliente sua rúbrica. (rubrica)

b) Cacoépia: erro na pronúncia dos fonemas.

Por Exemplo: Estou com poblemas a resolver. (problemas)

c) Cacografia: erro na grafia ou na flexão de uma palavra.

Exemplos:

Eu advinhei quem ganharia o concurso. (adivinhei)


O segurança deteu aquele homem. (deteve)

2) Morfologia

Exemplos:

Se eu ir aí, vou me atrasar. (for)


Sou a aluna mais maior da turma. (maior)

3) Semântica

Por Exemplo: José comprimentou seu vizinho ao sair de casa. (cumprimentou)

4) Estrangeirismos

Considera-se barbarismo o emprego desnecessário de palavras estrangeiras, ou seja, quando já


existe palavra ou expressão correspondente na língua.

Exemplos:

O show é hoje! (espetáculo)


Vamos tomar um drink? (drinque)

Solecismo

É o desvio de sintaxe, podendo ocorrer nos seguintes níveis:

1) Concordância

Por Exemplo: Haviam muitos alunos naquela sala. (Havia)

2) Regência

Por Exemplo: Eu assisti o filme em casa. (ao)

3) Colocação

Por Exemplo: Dancei tanto na festa que não aguentei-me em pé. (não me aguentei em pé)

201
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Ambiguidade ou Anfibologia

Ocorre quando, por falta de clareza, há duplicidade de sentido da frase.

Exemplos:

Ana disse à amiga que seu namorado havia chegado. (O namorado é de Ana ou da amiga?)
O pai falou com o filho caído no chão. (Quem estava caído no chão? Pai ou filho?)

Cacofonia

Ocorre quando a junção de duas ou mais palavras na frase provoca som desagradável ou
palavra inconveniente.

Exemplos:

Uma mão lava outra. (mamão)


Vi ela na esquina. (viela)

Eco

Ocorre quando há palavras na frase com terminações iguais ou semelhantes, provocando


dissonância.

Por Exemplo: A divulgação da promoção não causou comoção na população.

Hiato

Ocorre quando há uma sequência de vogais, provocando dissonância.

Exemplos:

Eu a amo.
Ou eu ou a outra ganhará o concurso.

Colisão

Ocorre quando há repetição de consoantes iguais ou semelhantes, provocando dissonância.

Por Exemplo: Sua saia sujou.

202
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Matemática

Teoria dos Conjuntos: Números inteiros

Os números inteiros são números reais e representamos pela letra Z, escrevemos assim:

Z={..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3,...}

É importante ressaltar que os números inteiros são “fechados”, para as operações de adição,
multiplicação e subtração, ou seja, a soma, produto e diferença de dois números inteiros ainda é
um número inteiro.

Há subconjuntos de Z:

•Z* = Z-{0}

•Z+ = conjunto dos inteiros não negativos = {0,1,2,3,4,5,...}

•Z- = conjunto dos inteiros não positivos = {... -5, -4, -3, -2, -1, 0}

Adição

Os termos da adição são chamadas parcelas e o resultado da operação de adição é denominado


soma ou total.

1º parcela + 2º parcela = soma ou total

A ordem das parcelas nunca altera o resultado de uma adição: a + b = b + a

O zero é elemento neutro da adição: 0 + a = a + 0

Subtração

O primeiro termo de uma subtração é chamado minuendo, o segundo, subtraendo e o resultado


da operação de subtração é denominado resto ou diferença.

minuendo - subtraendo = resto ou diferença

A ordem dos termos pode alterar o resultado de uma subtração: a - b ≠ b - a (sempre que a ≠ b)

203
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Se adicionarmos uma constante k ao minuendo, o resto será adicionado de k.

Se adicionarmos uma constante k ao subtraendo, o resto será subtraído de k.

A subtração é a operação inversa da adição:

M-S=R↔R+S=M

A soma do minuendo com o subtraendo e o resto é sempre igual ao dobro do minuendo.

M+S+R=2×M

Valor absoluto

O Valor absoluto de um número inteiro indica a distância deste número até o zero quando
consideramos a representação dele na reta numérica.

Atenção: O valor absoluto de um número nunca é negativo, pois representa uma distância.

A representação do valor absoluto de um número n é | n |. (Lê-se "valor absoluto de n" ou


"módulo de n".)

Números simétricos

Dois números a e b são ditos simétricos ou opostos quando: a + b = 0

Exemplos:

-3 e 3 são simétricos (ou opostos) pois (-3) + (3) = 0.

4 e -4 são simétricos (ou opostos) pois (4) + (-4) = 0.

O oposto de 5 é -5.

O simétrico de 6 é -6.

O oposto de zero é o próprio zero.

204
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Dois números simétricos sempres têm o mesmo módulo.

Exemplo: |-3| = 3 e |3| = 3

Operações com números inteiros (Z)

Qualquer adição, subtração ou multiplicação de dois números inteiros sempre resulta também
um número inteiro. Dizemos então que estas três operações estão bem definidas em Z ou,
equivalentemente, que o conjunto Z é fechado para qualquer uma destas três operações.

As divisõs, as potenciações e as radiciações entre dois números inteiros nem sempre têm
resultado inteiro. Assim, dizemos que estas três operações não estão bem definidas no conjunto
Z ou, equivalentemente, que Z não é fechado para qualquer uma destas três operações.

Adições e subtrações com números inteiros

Existe um processo que simplifica o cálculo de adições e subtrações com números inteiros.
Observe os exemplos seguintes:

Exemplo1:

Calcular o valor da seguinte expressão:

10 - 7 - 9 + 15 - 3 + 4

Solução:

Faremos duas somas separadas

uma só com os números positivos: 10 + 15 + 4 = +29

outra só com os números negativos: (-7) + (-9) + (-3) = -19

Agora calcularemos a diferença entre os dois totais encontrados: +29 - 19 = +10

Atenção: É preciso dar sermpre ao resultado o sinal do número que tiver o maior valor absoluto!

205
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Exemplo2:

Calcular o valor da seguinte expressão: -10 + 4 - 7 - 8 + 3 - 2

1º passo: Achar os totais (+) e (-):

(+): +4 + 3 = +7

(-): -10 - 7 - 8 - 2 = -27

2º passo: Calcular a diferença dando a ela o sinal do total que tiver o maior módulo:

-27 + 7 = - 20

Multiplicação

Os termos de uma multiplicação são chamados fatores e o resultado da operação de


multiplicação é donominado produto.

1º fator x 2º fator = produto

O primeiro fator também pode ser chamado multiplicando enquanto o segundo fator pode ser
chamado multiplicador.

A ordem dos fatores nunca altera o resultado de uma multiplicação: a x b = b x a

O número 1 é o elemento neutro da multiplicação: 1 x a = a x 1 = a

Se adicionarmos uma constante k a um dos fatores, o produto será adicionado de k vezes o


outro fator: a x b = c ↔ (a + k) x b = c + (k x b)

Se multiplicarmos um dos fatores por uma constante k, o produto será multiplicado por k: a × b
= c ↔ (a × k) × b = k × c

Podemos distribuir um fator pelos termos de uma adição ou subtração qualquer: a × (b ± c) = (a


× b) ± (a × c)

Divisão inteira

Na divisão inteira de N por D ≠ 0, existirá um único par de inteiros, Q e R, tais que:

Q × D + R = N e 0 ≤ R < R < |D| (onde |D| é o valor absoluto de D)

A segunda condição significa que R (o resto) nunca pode ser negativo.

206
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Os quatro números envolvidos na divisão inteira são assim denominados:

N é o dividendo; D é o divisor (sempre diferente de zero);

Q é o quociente; R é o resto (nunca negativo).

Exemplos:

1) Na divisão inteira de 60 por 7 o dividendo é 60, o divisor é 7, o quociente é 8 e o resto é 4.

8 × 7 + 4 = 60 e 0 ≤ 4 < |7|

2) Na divisão inteira de -60 por 7 o dividendo é -60, o divisor é 7, o quociente é -9 e o resto é 3.

-9 × 7 + 3 = -60 e 0 ≤ 3 < |7|

Quando ocorrer R = 0 na divisão de N por D, teremos Q × D = N e diremos que a divisão é exata


indicando-a como N ÷ D = Q.

Quando a divisão de N por D for exata diremos que N é divisível por D e D é divisor de N ou,
equivalentemente, que N é múltiplo de D e D é fator de N.

O zero é divisível por qualquer número não nulo: D ≠ 0 → 0 ÷ D = 0.

Todo número inteiro é divisível por 1: N ÷ 1 = N.

Se multiplicarmos o dividendo (N) e o divisor (D) de uma divisão por uma constante k ≠ 0, o
quociente (Q) não será alterado mas o resto (R) ficará multiplicado por k, se R × k < D, ou será
igual ao resto da divisão de R × k por D, se R × k ≥ D.

Multiplicação e divisões com números inteiros

Nas multiplicações e divisões de dois números inteiros é preciso observar os sinais dos dois
termos da operação:

Exemplos:

Sinais iguais (+)

Sinais opostos (-)

(+) × (+) = +

(+) × (-) = -

(-) × (-) = +

(-) × (+) = -

(+) ÷ (+) = +

207
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(+) ÷ (-) = -

(-) ÷ (-) = +

(-) ÷ (+) = -

Radiciação

Uma raiz nada mais é que uma operação inversa à potenciação, sendo assim, ela é utilizada para
representar, de maneira diferente, uma potência com expoente fracionário.

Exemplos

Propriedades

208
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Exemplo

Obtenha a forma mais reduzida possível da expressão:

Podemos reescrever cada uma das raízes utilizando as propriedades da radiciação

Equação do 2º grau

Denomina-se equação do 2º grau na


incógnita x, toda equação da forma: ax2 + bx + c = 0, onde x é a incógnita e a, b e c são
números reais, com a ≠ 0. a, b e c são coeficientes da equação. Observe que o maior índice da
incógnita na equação é igual a dois e é isto que a define como sendo uma equação do segundo
grau.

Exemplo:

•x2 - 5x + 6 = 0 é um equação do 2º grau com a = 1, b = -5 e c = 6.

•6x2 - x - 1 = 0 é um equação do 2º grau com a = 6, b = -1 e c = -1.

•7x2 - x = 0 é um equação do 2º grau com a = 7, b = -1 e c = 0.

•x2 - 36 = 0 é um equação do 2º grau com a = 1, b = 0 e c = -36.

Resolução de equações do 2° grau

209
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A resolução de uma equação do segundo grau consiste em obtermos os possíveis valores reais
para a incógnita, que torne a sentença matemática uma equação verdadeira. Tais valores são
a raiz da equação.

Fórmula Geral de Resolução

Para a resolução de uma equação do segundo grau completa ou incompleta, podemos recorrer
à fórmula geral de resolução:

Esta fórmula também é conhecida como fórmula de Bhaskara.

O valor b2 -4ac é conhecido como discriminante da equação e é representado pela letra


grega Δ. Temos então que Δ = b2 -4ac, o que nos permitir escrever a fórmula geral de resolução
como:

Resolução de equações do 2° grau incompletas

Para a resolução de equações incompletas podemos recorrer a certos artifícios. Vejamos:

Para o caso de apenas b = 0 temos:

210
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Portanto para equações do tipo ax2 + c = 0, onde b = 0, podemos utilizar a fórmula


simplificada para calcularmos as suas raízes. Observe no entanto que a equação
só possuirá raízes no conjunto dos números reais se .

Para o caso de apenas c = 0 temos:

Portanto para equações do tipo ax2 + bx = 0, onde c = 0, uma das raízes sempre será igual a
zero e a outra será dada pela fórmula

Para o caso de b = 0 e c = 0 temos:

Podemos notar que ao contrário dos dois casos anteriores, neste caso temos apenas uma única
raiz real, que será sempre igual a zero.

Discriminante da equação do 2° grau

O cálculo do valor do discriminante é muito importante, pois através deste valor podemos
determinar o número de raízes de uma equação do segundo grau.

Como visto acima, o discriminante é representado pela letra grega Δ e equivale à


expressão b2 - 4ac, isto é:Δ = b2 - 4ac.

211
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Discriminante menor que zero

Caso Δ < 0, a equação não tem raízes reais, pois :

Discriminante igual a zero

Caso Δ = 0, a equação tem duas raízes reais e iguais, pois :

Discriminante maior que zero

Caso Δ > 0, a equação tem duas raízes reais e diferentes, pois :

212
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Conjunto Verdade de equações do 2° grau

A partir do estudado acima, podemos esquematizar o conjunto verdade das equações do


segundo grau completas e incompletas como a seguir:

Para o caso das equações completas temos:

Para o caso das equações incompletas onde somente b = 0 temos:

Para o caso das equações incompletas onde somente c = 0 temos:

E no caso das equações incompletas onde tanto b = 0, quanto c = 0 temos:

213
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Equação do 1º Grau

Equação é toda sentença matemática aberta que exprime uma relação de igualdade. A palavra
equação tem o prefixo equa, que em latim quer dizer "igual". Exemplos:

2x + 8 = 0

5x - 4 = 6x + 8

3a - b - c = 0

Não são equações:

4 + 8 = 7 + 5 (Não é uma sentença aberta)

x - 5 < 3 (Não é igualdade)

(não é sentença aberta, nem igualdade)

A equação geral do primeiro grau:

onde a e b são números conhecidos e a diferente de 0, se resolve de maneira simples:


subtraindo b dos dois lados, obtemos:

dividindo agora por a (dos dois lados), temos:

Considere a equação 2x - 8 = 3x -10

214
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A letra é a incógnita da equação. A palavra incógnita significa " desconhecida".

Na equação acima a incógnita é x; tudo que antecede o sinal da igualdade denomina-se


1º membro, e o que sucede, 2ºmembro.

Qualquer parcela, do 1º ou do 2º membro, é um termo da equação.

Termo da Equação

Resolução de equações do 1° grau com uma incógnita

Para solucionarmos a equação 2x + 10 = 100 iremos recorrer aos conceitos de equações


equivalentes, princípio aditivo da igualdade e princípio multiplicativo da igualdade, vistos no
tópico Equação. Resumindo, iremos obter equações equivalentes sucessivamente através da
aplicação destes princípios, até que a raiz da equação seja encontrada.

215
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Primeiramente vamos lembrar que o oposto de um número real é igual a este mesmo número
com o sinal trocado. O oposto de 2 é igual a -2. Obviamente o oposto de -2 voltará ao
número 2 inicial. Note ainda que a soma de um número pelo seu oposto sempre resultará em 0.

Precisamos também lembrar o que vem a ser o inverso de um número real diferente de zero. De
antemão sabemos que um número real diferente de zero multiplicado pelo seu inverso resultará
sempre em 1.

Segundo este conceito, o inverso de 2 é 1/2, já que 2 . 1/2 = 1. Obviamente o inverso


de 1/2 é 2 pelo mesmo motivo.

O inverso de 3/5 é 5/3, pois 3/5 . 5/3 = 1.

Simplificando, se a for um número real inteiro e diferente zero, o seu inverso será 1/a. No caso
de frações, o inverso multiplicativo da fração a/b será b/a, com a e b diferentes de zero.

A partir deste conceito podemos começar a solucionar a equação.

Vejamos:

A ideia é deixarmos a incógnita x isolada no primeiro membro à direita do sinal de igualdade e a


raiz no segundo membro, à esquerda. Gradualmente iremos passando os números do primeiro
membro para o segundo membro.

Para passarmos o número 10 no primeiro membro, para o segundo membro, iremos recorrer ao
princípio aditivo da igualdade. Vamos subtrair 10 dos dois membros da equação:

Ao subtrairmos 10 nos dois membros da equação, na verdade estamos somando o oposto


de 10, que é -10 em ambos os membros como vemos abaixo, de sorte que o 10 saia do primeiro
membro, pois como já vimos, ao somarmos um número real ao seu oposto o resultado sempre
será igual a zero:

216
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Ao realizarmos as operações chegaremos à equação:

Que é equivalente a:

Para tirarmos o coeficiente 2 do primeiro membro, iremos recorrer ao princípio multiplicativo da


igualdade, dividindo ambos os membros por 2:

Na verdade o que estamos fazendo é multiplicando ambos os membros pelo inverso


multiplicativo do coeficiente 2 que é1/2, para que ele saia do primeiro membro, já que será
reduzido ao número 1. Na realidade o cálculo seria este:

Realizando os cálculos em qualquer um dos dois casos encontramos a raiz procurada:

217
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Passando para o outro lado

Depois de adquirido tais conhecimentos, podemos ver uma forma mais simples de
solucionarmos este tipo de equação. Vejamos:

A ideia agora é passar o termo 10 do primeiro para o segundo membro. Como ele está sendo
somado, passará para o outro lado sendo subtraído, já que a subtração é a operação inversa da
adição:

Que se resume a:

Passamos agora o coeficiente 2 para o segundo membro. Como ele está multiplicando, do outro
lado ele estará dividindo. Isto porque a divisão é a operação inversa da multiplicação:

Realizando a divisão encontramos a raiz 45 encontrada anteriormente:

218
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Apenas a título de verificação, vamos substituir a incógnita x por 45 para confirmarmos que este
valor torna a equação verdadeira:

Considere a equação: 2x - 6 = 5 - 3y

Trata-se de uma equação com duas variáveis, x e y, pode ser transformada numa
equação equivalente mais simples. Assim:

2x + 3y = 5 + 6

2x + 3y = 11 ==> Equação do 1º grau na forma ax + by = c .

Na equação ax + by = c, denominamos:

x + y - variáveis ou incógnita b - coeficiente de y

a - coeficiente de x c - termo independente

Exemplos:

x + y = 30 -3x - 7y = -48

2x + 3y = 15 2x- 3y = 0

x - 4y = 10 x-y=8

Solução de uma equação de 1º grau com duas variáveis

Quais os valores de x e y que tornam a sentença x - 2y = 4 verdadeira?

219
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Observe os pares abaixo:

x = 6, y = 1

x - 2y = 4

6-2.1=4

6-2=4

4 = 4 (V)

x = 8, y = 2

x - 2y = 4

8-2.2=4

8-4=4

4 = 4 (V)

x = -2, y = -3

x - 2y = 4

-2 - 2 . (-3) = 4

-2 + 6 = 4

4 = 4 (V)

Verificamos que todos esses pares são soluções da equação x - 2y = 4.

Assim, os pares (6, 1); (8, 2); (-2, -3) são algumas das soluções dessa equação.

Uma equação do 1º grau com duas variáveis tem infinitas soluções - infinitos (x, y) - , sendo,
portanto, seu conjunto universo

Podemos determinar essas soluções, atribuindo-se valores quaisquer para uma das variáveis,
calculando a seguir o valor da outra.

Exemplo:

220
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

•Determine uma solução para a equação 3x - y = 8.

Atribuímos para o x o valor 1, e calculamos o valor de y. Assim:

3x - y = 8

3 . (1) - y = 8

3-y=8

-y = 5 ==> Multiplicamos por -1

y = -5

O par (1, -5) é uma das soluções dessa equação.

V = {(1, -5)}

Gráfico de uma equação de 1º grau com duas variáveis

Sabemos que uma equação do 1º grau com duas variáveis possui infinitas soluções.

Cada uma dessas soluções pode ser representada por um par ordenado (x, y).

Dispondo de dois pares ordenados de uma equação, podemos representá-los graficamente


num plano cartesiano, determinando, através da reta que os une, o conjunto da solução dessa
equação. Exemplo:

•Construir um gráfico da equação x + y = 4.

Inicialmente, escolhemos dois pares ordenados que solucionam essa equação.

1º par: A (4, 0)

2º par: B (0, 4)

A seguir, representamos esses pontos num plano cartesiano

221
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Finalmente, unimos os pontos A e B, determinando a reta r, que contém todos os pontos


soluções da equação.

A reta r é chamada reta suporte do gráfico da equação.

Funções

Função do 1º grau

222
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Chama-se função polinomial do 1º grau, ou função afim, a qualquer função f de IR em IR dada


por uma lei da forma f(x) = ax + b, onde a e b são números reais dados e a 0.

Na função f(x) = ax + b, o número a é chamado de coeficiente de x e o número b é chamado


termo constante.

Veja alguns exemplos de funções polinomiais do 1º grau:

f(x) = 5x - 3, onde a = 5 e b = - 3
f(x) = -2x - 7, onde a = -2 e b = - 7
f(x) = 11x, onde a = 11 e b = 0

Gráfico

O gráfico de uma função polinomial do 1º grau, y = ax + b, com a 0, é uma reta oblíqua aos
eixos Ox e Oy.

Exemplo:

Vamos construir o gráfico da função y = 3x - 1:


Como o gráfico é uma reta, basta obter dois de seus pontos e ligá-los com o auxílio de uma
régua:

a) Para x = 0, temos y = 3 · 0 - 1 = -1; portanto, um ponto é (0, -1).

b) Para y = 0, temos 0 = 3x - 1; portanto, e outro ponto é .

Marcamos os pontos (0, -1) e no plano cartesiano e ligamos os dois com uma reta.

x y

0 -1

Já vimos que o gráfico da função afim y = ax + b é uma reta.


O coeficiente de x, a, é chamado coeficiente angular da reta e, como veremos adiante, a está
ligado à inclinação da reta em relação ao eixo Ox.

223
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

O termo constante, b, é chamado coeficiente linear da reta. Para x = 0, temos y = a · 0 + b =


b. Assim, o coeficiente linear é a ordenada do ponto em que a reta corta o eixo Oy.

Zero e Equação do 1º Grau

Chama-se zero ou raiz da função polinomial do 1º grau f(x) = ax + b, a 0, o número real x tal
que f(x) = 0.

Temos:

Vejamos alguns exemplos:

Crescimento e decrescimento

Consideremos a função do 1º grau y = 3x - 1. Vamos atribuir valores cada vez maiores a x e


observar o que ocorre com y:

Notemos que, quando aumentos o valor de x, os correspondentes


valores de y também aumentam. Dizemos, então que a
função y = 3x - 1 é crescente.
Observamos novamente seu gráfico:

224
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Regra geral:

a função do 1º grau f(x) = ax +


b é crescente quando o
coeficiente de x é positivo (a >
0);
a função do 1º grau f(x) = ax +
b é decrescente quando o
coeficiente de x é negativo (a < 0);

Justificativa:

•para a > 0: se x1 < x2, então ax1 < ax2. Daí, ax1 + b < ax2 + b, de onde vem f(x1) <
f(x2).

•para a < 0: se x1 < x2, então ax1 > ax2. Daí, ax1 + b > ax2 + b, de onde vem f(x1) >
f(x2).

Sinal

Estudar o sinal de uma qualquer y = f(x) é determinar os valor de x para os quais y é positivo,
os valores de x para os quais y é zero e os valores de x para os quais y é negativo.
Consideremos uma função afim y = f(x) = ax + b vamos estudar seu sinal. Já vimos que essa

função se anula pra raiz . Há dois casos possíveis:

Conclusão: y é positivo
para valores de x maiores
que a raiz; y é negativo para
valores de x menores que a raiz

225
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Conclusão: y é positivo para valores de x menores que a raiz; y é negativo para valores de x
maiores que a raiz.

Função do 2º grau

Chama-se função
quadrática, ou função
polinomial do 2º grau, qualquer função f de IR em IR dada por uma lei da forma f(x) = ax2 + bx
+ c, onde a, b e c são números reais e a 0.
Vejamos alguns exemplos de função quadráticas:

1.f(x) = 3x2 - 4x + 1, onde a = 3, b = - 4 e c = 1

2.f(x) = x2 -1, onde a = 1, b = 0 e c = -1

3.f(x) = 2x2 + 3x + 5, onde a = 2, b = 3 e c = 5

4.f(x) = - x2 + 8x, onde a = -1, b = 8 e c = 0

5.f(x) = -4x2, onde a = - 4, b = 0 e c = 0

Gráfico

O gráfico de uma função polinomial do 2º grau, y = ax2 + bx + c, com a 0, é uma curva


chamada parábola.

Exemplo:

Vamos construir o gráfico da função y = x2 + x:


Primeiro atribuímos a x alguns valores, depois calculamos o valor correspondente de y e, em
seguida, ligamos os pontos assim obtidos.

226
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

x y

-3 6

-2 2

-1 0

0 0

1 2

2 6

Observação:

Ao construir o gráfico de uma função quadrática y = ax2 + bx + c, notaremos sempre que:

•se a > 0, a parábola tem a concavidade voltada para cima;

•se a < 0, a parábola tem a concavidade voltada para baixo;

Zero e Equação do 2º Grau

Chama-se zeros ou raízes da função polinomial do 2º grau f(x) = ax2 + bx + c , a 0, os


números reais x tais que f(x) = 0.

Então as raízes da função f(x) = ax2 + bx + c são as soluções da equação do 2º grau ax2 + bx
+ c = 0, as quais são dadas pela chamada fórmula de Bhaskara:

Temos:

Observação

A quantidade de raízes reais de uma função quadrática depende do valor obtido para o

radicando , chamado discriminante, a saber:

227
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

•quando é positivo, há duas raízes reais e distintas;

•quando é zero, há só uma raiz real (para ser mais preciso, há duas raízes iguais);

•quando é negativo, não há raiz real.

Coordenadas do vértice da parábola

Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima e um ponto de mínimo V;
quando a < 0, a parábola tem concavidade voltada para baixo e um ponto de máximo V.

Em qualquer caso, as coordenadas de V são

Veja os gráficos:

Imagem

O conjunto-
imagem Im da função y
= ax2 + bx + c, a 0, é
o conjunto dos valores
que y pode assumir. Há
duas possibilidades:

1ª - quando a > 0,

2ª quando a < 0,

228
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Construção da Parábola

É possível construir o
gráfico de uma função
do 2º grau sem montar
a tabela de pares (x, y),
mas seguindo apenas o
roteiro de observação
seguinte:

1.O valor do
coeficiente a def
ine a
concavidade da parábola;

2.Os zeros definem os pontos em que a parábola intercepta o eixo dos x;

3.O vértice V indica o ponto de mínimo (se a > 0), ou máximo (se a< 0);

4.A reta que passa por V e é paralela ao eixo dos y é o eixo de simetria da parábola;

5.Para x = 0 , temos y = a · 02 + b · 0 + c = c; então (0, c) é o ponto em que a parábola


corta o eixo dos y.

Sinal

Consideramos uma função quadrática y = f(x) = ax2 + bx + c e determinemos os valores de x


para os quais y é negativo e os valores de x para os quais y é positivo.
Conforme o sinal do discriminante = b2 - 4ac, podemos ocorrer os seguintes casos:

1º - >0

Nesse caso a função quadrática admite dois zeros reais distintos (x1 x2). a parábola
intercepta o eixo Ox em dois pontos e o sinal da função é o indicado nos gráficos abaixo:

229
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

2º - =0

3º - <0

Função exponencial

Função exponencial é
toda função

Neste tipo de função


como podemos
observar
em ,a
variável independente x está no expoente, daí a razão da sua denominação. É importante
também observar que a base a é um valor real constante, isto é, um número real.

Note que temos algumas restrições, visto que temos

Se teríamos uma função constante e não exponencial, pois 1 elevado a qualquer x real
sempre resultaria em1. Neste caso

que é uma função constante.

230
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

E para , por que tal restrição?

Ao estudarmos a potenciação sabemos que é indeterminado, então seria


indeterminado quando .

No caso de não devemos nos esquecer de que não existe a raiz real de um radicando

negativo e índice par, portanto se tivermos, por exemplo, e o valor de


não será um número real, pois teremos:

Para
representarmos graficamente uma função exponencial, podemos fazê-lo da mesma forma que
fizemos com a função quadrática, ou seja, arbitrarmos alguns valores para x, montarmos uma
tabela com os respectivos valores de f(x), localizarmos os pontos no plano cartesiano e
traçarmos a curva do gráfico.

Para a representação gráfica da função arbitraremos os seguintes valores para x:

-6, -3, -1, 0, 1 e 2.

Montando a tabela temos:

x y = 1,8x

-6 y = 1,8-6 = 0.03
-3 y = 1,8-3 = 0.17

-1 y = 1,8-1 = 0.56
0 y = 1,80 = 1

1 y = 1,81 = 1.8
2 y = 1,82 = 3.24

Abaixo temos o gráfico desta função exponencial, onde localizamos cada um dos pontos
obtidos da tabela e os interligamos através da curva da função:

231
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Função Crescente e Decrescente

Assim como no caso das funções afim, as funções exponenciais também podem ser classificadas
como função crescente ou função decrescente.

Isto se dará em função da base a ser maior ou menor que 1. Lembre-se que segundo a definição
da função exponencial

Função Exponencial Crescente

Se temos uma função exponencial crescente, qualquer que seja o valor real de x.

No gráfico da função ao lado podemos observar que à medida que x aumenta, também
aumenta f(x) ou y. Graficamente vemos que a curva da função é crescente.

Função
Exponencial
Decrescente

Se te
mos uma função
exponencial
decrescente em todo o domínio da função.

Neste outro gráfico podemos observar que à medida que x aumenta, y diminui. Graficamente
observamos que a curva da função é decrescente.

Note também que

independentemente de a função ser crescente ou decrescente, o gráfico da função sempre cruza


o eixo das ordenadas no ponto (0, 1), além de nunca cruzar o eixo das abscissas.

232
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Logarítmicas

Toda função definida pela lei de formação f(x) = logax, com a ≠ 1 e a > 0 é denominada função
logarítmica de base a. Nesse tipo de função o domínio é representado pelo conjunto dos
números reais maiores que zero e o contradomínio, o conjunto dos reais.

Exemplos de funções logarítmicas:

f(x) = log2x
f(x) = log3x
f(x) = log1/2x
f(x) = log10x
f(x) = log1/3x
f(x) = log4x
f(x) = log2(x – 1)
f(x) = log0,5x

Determinando o domínio da função logarítmica

Dada a função f(x) = log(x – 2) (4 – x), temos as seguintes restrições:

1) 4 – x > 0 → – x > – 4 → x < 4


2) x – 2 > 0 → x > 2
3) x – 2 ≠ 1 → x ≠ 1+2 → x ≠ 3

Realizando a intersecção das restrições 1, 2 e 3, temos o seguinte resultado: 2 < x < 3 e 3 < x <
4.

Dessa forma, D = {x ? R / 2 < x < 3 e 3 < x < 4}

Gráfico de uma função logarítmica

Para a construção do gráfico da função logarítmica devemos estar atentos a duas situações:

?a>1

233
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

?0<a<1

Para a > 1, temos o gráfico da seguinte forma:

Função crescente

Para 0 < a < 1, temos o


gráfico da seguinte forma:
Função decrescente

Características do gráfico
da função logarítmica y =
logax

O gráfico está totalmente à


direita do eixo y, pois ela é
definida para x > 0.

Intersecta o eixo das abscissas no ponto (1,0), então a raiz da função é x = 1.

Note que y assume todos as soluções reais, por isso dizemos que a Im(imagem) = R.

Através dos estudos das funções logarítmicas, chegamos à conclusão de que ela é uma função
inversa da exponencial. Observe o gráfico comparativo a seguir:

234
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Podemos notar que (x,y) está no gráfico da função logarítmica se o seu inverso (y,x) está na
função exponencial de mesma base.

Trigonométricas

Função Seno

Dado um ângulo cuja medida é dada em radianos é x, chamamos de função seno à função que
associa a cada x ∈ R o número (senx) ∈ R. Indicamos essa função por:

f(x) = sen(x)

O gráfico da função seno, no plano cartesiano, será uma curva denominada senóide. Atribuindo
valores ao arco x, pode-se chegar ao gráfico.

Propriedades:
- Domínio:
- Imagem: [-1;1]
- Período: 2πrad

Função Co-seno

Dado um ângulo
cuja medida é dada em radianos é x, chamamos de função co-seno à função que associa a cada
x ∈ R o número (cosx) ∈ R. Indicamos essa função por:

235
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

f(x) = cos(x)

O gráfico da funcão co-seno, no cartesiano, será uma curva denominada co- senóide. Atribuindo
valores ao arco x, pode-se chegar ao gráfico.

Propriedades:
- Domínio:
- Imagem: [-
1;1]
- Período:
2πrad

Função
Tangente

Dado um
ângulo cuja medida é dada em radianos é x, chamamos de função tangente à função que
associa a cada x ∈ R/x ≠ π/2+kπ o número (tg x) ∈ R. Indicamos essa função por:

f(x) = tg(x)

O gráfico da função tangente, no cartesiano, será uma curva denominada tangentóite.


Atribuindo valores ao arco x, pode-se chegar ao gráfico.

Razão

O conceito de razão é a forma mais comum e prática de fazer a comparação relativa entre duas
grandezas. Ao dividir uma grandeza por outra, estamos comparando a primeira com a segunda,
que passa a ser a base da comparação. Por exemplo, se a área de um retângulo mede 300 cm² e
a área de um outro retângulo mede 210 cm², ao fazermos a razão das áreas, temos:

236
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Estamos calculando o quanto a área


menor representa da maior. Em outras palavras, a área menor representa 0,7, ou 70%, da área
maior. Isso é uma comparação muito significativa e fácil de ser feita.

Dados dois números reais a e b, com b diferente de zero, chamamos de razão entre a e b ao
quociente

Observe que k é um número real. O numerador a chamamos de antecedente, e o


denominador b chamamos de consequente dessa razão (lê-se “a está para b”). A razão k indica o
valor do número a quando comparado ao número b, tomando-o como unidade.

Exemplo

Uma escola tem 1200 m² de área construída e 3000 m² de área livre. A razão da área construída
para a área livre é:

a) 6/5
b) 3/5
c) 4/5
d) 1/10
e) 2/5

Solução: razão =

Isso significa que a área construída representa =0,4,ou 40%, da área livre.

Responda

1 - VUNESP - 2015 - Prefeitura de Caieiras - SP - Auxiliar Administrativo

237
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Em uma reunião havia 80 pessoas, e a razão entre o número de homens e o número de


mulheres era 2/3. Se após certo tempo, 3 homens e 1 mulher chegaram à reunião, então a razão
entre o número de homens e o número de mulheres que estavam presentes, nessa reunião, era

• a) 2/9

• b) 3/7

• c) 4/9

• d) 5/7

• e) 7/9

2 - VUNESP - 2012 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário

Observe a sequência de quadrados, em que a medida do lado de cada quadrado, a partir do


segundo, é igual à metade da medida do lado do quadrado imediatamente anterior.

Nessas condições, é correto afirmar que a razão entre a área do 3.º quadrado e a área do 2.º
quadrado, nessa ordem, é

• a) 1⁄4

• b) 1⁄12

• c) 1⁄10

• d) 1⁄8

• e) 1⁄2

GABARITO

238
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

1-D 2-A

Proporção

Chamamos de proporção a igualdade de duas razões.

onde a1, a2, b1, b


2 são números reais com b1 e b2 diferentes de zero.

O número k é o que chamamos de constante da proporção (Lê-se “a1 está para b1 assim
como a2 está para b2).

O antecedente da primeira razão (a1) e o consequente da segunda (b2) são chamados


de extremos, enquanto o consequente da primeira razão (b1) e o antecedente da segunda razão
(a2) são chamados de meios.

Os nomes são sugestivos quando consideramos a segunda forma de expressar a proporção

Propriedades das proporções

1. Numa proporção o produto dos meios é igual ao produto dos

extremos: .

2. Uma proporção não se altera ao alternarmos os seus meios, ou os seus extremos:

Nesse caso, toda vez que trocarmos os termos teremos uma nova proporção.

3. Numa proporção, a soma (ou diferença) dos antecedentes está para a soma (ou diferença) dos
consequentes assim como cada antecedente está para seu respectivo consequente:

Nesse caso o resultado da soma ou da diferença é um número proporcional às razões dadas.

239
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Chamamos de Sequências Diretamente Proporcionais àquelas sequências numéricas nas quais


a razão formada pelos seus termos correspondentes é sempre constante.

Ex: as sequências {3, 6, 9, 12, 15} e {2, 4 , 6 , 8, 10} são diretamente proporcionais, porque quando
escritas na forma de razão teremos sempre valores proporcionais

= constante

Sequências Inversamente Proporcionais são aquelas na qual o produto formado pelos termos
correspondentes é constante.

Ex: as sequências {1, 2, 3, 5, 6} e {60, 30, 20, 12, 10} são inversamente proporcionais porque o
produto formado pelos seus termos correspondentes é sempre o mesmo.

Ou seja: 1×60 = 2×30 = 3×20 = 5×12 = 6×10 = constante

Divisão em Partes Diretamente Proporcionais

Ex: dividir o nº 360 em partes diretamente proporcionais a 2, 3 e 5.

Esse número será dividido em três partes que chamaremos de A , B e C, e a soma das partes
deverá ser igual a 360: A + B + C = 360

Representando essas divisões na forma de proporções:

Usando a propriedade 3:

Ao resultado dessa divisão chamamos de constante de proporcionalidade.

Para determinar os valores de A , B e C , vamos igualar cada um deles com a constante de


proporcionalidade:

Divisão em Partes Inversamente Proporcionais

240
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Ex: dividir o número 496 em partes inversamente proporcionais aos números 2, 3 e 5.

Esse número será dividido em três partes que chamaremos de A , B e C, e a soma das partes
deverá ser igual a 496:

Usando a propriedade 3 após tirar o MMC.

Igualando a constante com os valores obtidos depois do mmc, temos:

Responda

1 – Prova do Enem - 2012

Há, em virtude da demanda crescente de economia de água, equipamentos e utensílios como,


por exemplo, as bacias sanitárias ecológicas, que utilizam 6 litros de água por descarga em vez
dos 15 litros utilizados por bacias sanitárias não ecológicas, conforme dados da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Qual será a economia diária de água obtida por meio da substituição de uma bacia sanitária não
ecológica, que gasta cerca de 60 litros por dia com a descarga, por uma bacia sanitária
ecológica?

a) 24 litros

241
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

b) 36 litros

c) 40 litros

d) 42 litros

e) 50 litros

GABARITO

1–B

Números e grandezas proporcionais

Grandeza é todo valor que, ao ser relacionado a um outro de tal forma, quando há variação de
um, como consequência o outro varia também.

Em nosso dia a dia quase tudo se associa a duas ou mais grandezas. Quando falamos em
velocidade, tempo, peso, espaço, etc., estamos lidando diretamente com grandezas que estão
relacionadas entre si.

Exemplo: Uma moto percorre um determinado espaço físico em um tempo maior ou menor
dependendo da velocidade que ela poder chegar ou imprimir em seu percurso realizado.

Assim também a quantidade de trabalho a ser realizado em um determinado tempo depende do


número de operários empregados e trabalhando diretamente na obra a ser concluída o que se
deseja concluir.

A relação de dependência entre duas grandezas, dependendo da condição apresentada, pode


ser classificada como Diretamente proporcional ou Inversamente proporcional.

Grandezas Diretamente Proporcionais


Botando-se embaixo de uma torneira completamente aberta, um balde para encher, quanto
mais tempo a torneira permanecer aberta, quanto mais água o balde irá conter, pelo menos até
que esteja cheio. As grandezas tempo de vazão da água e volume de água no
balde são grandezas diretamente proporcionais, pois quanto maior o tempo de vazão da
água, maior o volume de água no balde.

Duas grandezas são diretamente proporcionais quando ao aumentarmos o valor de uma delas
um certo número de vezes, o respectivo valor da outra grandeza igualmente aumenta o mesmo
número de vezes. Quando diminuímos o valor de uma delas, proporcionalmente o respectivo
valor da outra também diminui.

242
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Vamos analisar a tabela abaixo que representa os primeiros dez segundos do balde sob a
torneira completamente aberta:

Tempo em segundos Volume de água no balde em litros


1 0,14
2 0,28
3 0,42
4 0,56
5 0,70
6 0,84
7 0,98
8 1,12
9 1,26
10 1,40

Conceitualmente a razão de dois valores quaisquer da primeira coluna é igual a razão dos
respectivos valores da segunda coluna, assim temos:

Cada uma das igualdades acima são exemplos de uma proporção. Estas proporções são
formadas pela igualdade de duas razões. A primeira é a razão de dois valores da primeira
grandeza e a segunda é a razão dos respectivos valores da segunda grandeza.

Grandezas Inversamente Proporcionais


Na situação de estudo que tivemos acima, vimos que o referido balde leva 57 segundos para ser
completamente cheio, quando o mesmo está totalmente vazio e a torneira completamente
aberta, mas o que aconteceria se tivéssemos diversas torneiras com vazão idêntica?
Vejamos mais esta outra tabela:

Quantidade de torneiras completamente abertas Tempo em segundos para se encher o balde


1 57
2 28,5
3 19
4 14,25
5 11,4

Você deve ter percebido o óbvio. Quanto mais torneiras se têm, mais rapidamente se enche o
balde.
Duas grandezas são inversamente proporcionais quando ao aumentarmos o valor de uma
delas um certo número de vezes, o respectivo valor da outra grandeza diminui o mesmo número
de vezes. Quando diminuímos o valor de uma delas, proporcionalmente o respectivo valor da

243
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

outra aumenta.
Vejamos as seguintes proporções obtidas a partir da tabela acima:

Cada uma
destas proporções é formada pela igualdade da razão de dois valores da primeira grandeza com
o inverso da razão dos respectivos valores da segunda grandeza. Repare que os termos da
segunda razão estão invertidos em relação aos termos da primeira.

Responda

1 - CESPE - 2009 - SEAD-SE (FPH) - Auxiliar de Necrópsia

A viagem de ônibus entre duas cidades a uma velocidade média de 90 km/h dura 6 horas — a
velocidade média de um objeto é igual à razão entre a distância percorrida por esse objeto e o
tempo gasto no percurso. Pretende-se instalar nos próximos anos um trem-bala ligando essas
duas cidades. O trem-bala percorrerá a mesma distância entre as duas cidades, porém a uma
velocidade média de 360 km/h. A respeito dessa situação, julgue os itens seguintes.

A grandeza tempo é inversamente proporcional à velocidade média e diretamente proporcional


à distância percorrida.

• ( ) Certo ( ) Errado

2 - VUNESP - 2010 - FUNDAÇÃO CASA - Agente Administrativo

Para uma prova, 150 candidatos deveriam ser acomodados nas salas A, B, C e D de um colégio,
com capacidade para receber 60, 50, 40 e 30 candidatos, respectivamente. A organização decidiu
preencher inicialmente todos os lugares da sala menor, e os candidatos restantes foram
repartidos entre as demais salas de forma diretamente proporcional à capacidade de cada uma.

O número de lugares não ocupados na sala de maior capacidade foi igual a

• a) 8

• b) 10

• c) 12

• d) 14

244
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

• e) 16

GABARITO

1-C 2-C

Regra de três simples

Quando, em uma relação entre duas grandezas, conhecemos três valores de um problema e
desconhecemos apenas um, poderemos chegar a sua solução utilizando os princípios da regra
de três simples. Para isso, basta que multipliquemos os meios entre si e os extremos também
entre si. Acompanhe:

Exemplo: os números 6 e 10 são diretamente proporcionais a 12 e x respectivamente. Nessas


condições, vamos encontrar o valor de x que torne essa afirmação verdadeira.

Vamos à solução dos problemas (1) e


(2) propostos no início deste trabalho.

(1) Um quilo de farinha de trigo é


suficiente para fazer 12 pães. De quanta
farinha necessito para fazer 18 pães?

● Vamos chamar o valor desconhecido de x e montar uma tabela contendo os valores.

245
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Inicialmente teremos que analisar se as grandezas quantidade de farinha de trigo e número de


pães são inversa ou diretamente proporcionais.

•Se duplicarmos a quantidade de farinha de trigo, a quantidade de pães também


duplicará. Se triplicarmos a farinha, os pães também serão triplicados, e assim por diante.
Sendo assim, somos levados a concluir que essas duas grandezas são diretamente
proporcionais;

•Sabendo dessa informação, basta escrevermos a proporção de acordo com o quadro


acima e partir para sua solução;

•As flechas no mesmo sentido indicam que as grandezas são diretamente proporcionais.

Conclusão: para fazer 18 pães


precisaremos de 1,5 kg de farinha
de trigo.

(2) Quatro pedreiros constroem


uma pequena casa em 90 dias. Dois pedreiros construirão a mesma casa em quanto tempo?

● Vamos chamar o valor desconhecido de x e montar uma tabela contendo os valores.

Como no caso anterior,


teremos que analisar se
as grandezas quantidade de pedreiros e dias gastos na construção são inversa ou diretamente
proporcionais.

•Se aumentarmos o número de pedreiros, a duração da obra será reduzida, portanto,


essas grandezas são inversamente proporcionais;

•Sabendo dessa informação, basta escrevermos a proporção de acordo com o quadro


acima e partir para sua solução;

•Como as grandezas são inversamente proporcionais, devemos inverter uma das frações;

•As setas contrárias indicam que as grandezas são inversamente proporcionais.

246
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Conclusão: se reduzirmos o número de pedreiro a dois, teremos a obra concluída em 180 dias.

Regra de Três Composta

Quando trabalhamos com três grandezas, direta ou inversamente proporcionais e, num


determinado problema, existem seis valores, dos quais cinco são conhecidos e apenas um
desconhecido, pode-se encontrar o valor da incógnita através da regra de três composta.

Vamos à solução dos problemas (3) e (4) propostos no início deste trabalho.

(3) Se 8 homens levam 12 dias montando 16 máquinas, então, nas mesmas condições, 15
homens levarão quantos dias para montar 50 máquinas?

● Vamos chamar o valor desconhecido de x e montar uma tabela contendo os valores:

Analisemos as
grandezas a fim de
saber se são direta ou
inversamente
proporcionais entre si.

•Fixando a grandeza quantidade de homens, vamos relacionar as grandezas tempo de


montagem com número de máquinas. Se dobrarmos o tempo de montagem,
dobraremos o número de máquinas. Logo, essas duas grandezas são diretamente
proporcionais.

•Fixando a grandeza número de máquinas, vamos relacionar as grandezas quantidade de


homens com tempo de montagem. Se dobrarmos o número de homens, teremos
reduzido à metade o tempo de montagem. Logo, essas duas grandezas são
inversamente proporcionais.

•Sabendo dessas informações, basta escrevermos a proporção de acordo com a tabela


acima;

•Como temos grandezas


inversamente proporcionais,
devemos inverter uma das
frações;

Conclusão: Com 15 homens, serão


construídas 50 máquinas em 20 dias.

247
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

(4) Trabalhando 6 dias, 5 operários produzem 400 peças. Quantas peças desse mesmo tipo
serão produzidas por 7 operários em 9 dias de trabalho?

● Chamaremos o valor desconhecido de x:

Vamos fazer a análise


dos dados contidos na
tabela acima.

•Fixando a grandeza dias de trabalho, vamos relacionar as grandezas número de


operários com quantidade de peças. Ao dobrarmos o número de operários, dobraremos
também o número de peças fabricadas. Dessa forma, essas duas grandezas são
diretamente proporcionais;

•Fixando a grandeza número de operários e relacionando as grandezas dias de


trabalho com quantidade de peças, temos: ao dobrarmos o número de dias de trabalho,
dobraremos também a quantidade de peças produzidas, ou seja, estas grandezas
também são diretamente proporcionais;

•Portando esses dados, deveremos escrever a devida proporção de acordo com a tabela
acima;

•Como temos grandezas diretamente proporcionais, manteremos as frações em suas


formas originais.

Conclusão: com 7 operários, em 9 dias


serão produzidas 840 peças.

Porcentagem

A porcentagem serve para representar de uma maneira prática o "quanto" de um "todo" se está
referenciando.

Por exemplo, se temos 100 caixas, sendo que 40 delas estão cheias de areia, dizemos que 40%
("40 partes de 100", ou seja, 40 partes de 100 caixas, logo são 40 caixas) estão cheias, e que as
restantes estão vazias (60 caixas, ou 60% nesse caso).

248
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

O cálculo de porcentagem é bastante simples. Normalmente se usa a regra de três simples e


direta.

Se tivéssemos 200 caixas, e 50 delas estivessem com areia, qual seria a porcentagem de
caixas vazias?

Fazendo a subtração, descobrimos que 150 estão vazias. Aplicando a regra de três para
descobrir a porcentagem:

200 -> 100%


150 -> x

200x = 15000
2x = 150
x = 75
x = 75%

Ou seja, 75% das caixas estão vazias (que representam 150 caixas)

É importante lembrar que 1% é igual á 1/100

Por exemplo:

Digamos que a população de uma


cidade A cresceu de 100 mil para 125 mil em dez anos. Sabemos também que no mesmo
período, a população da cidade B passou de 40 mil para 50 mil habitantes. Qual das cidades
teve um aumento populacional maior?

Aumento populacional da cidade A em porcentagem:

Aumento populacional da cidade B em porcentagem:

Segundos os cálculos
realizados acima, percebemos que embora a população da cidade A seja muito maior que a
outra, o aumento percentual das duas populações foi o mesmo.

Veja também que a razão da população atual para a população de 10 anos atrás, de ambas as
cidades é a mesma, uma outra prova de que o crescimento foi proporcionalmente o mesmo:

249
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

125000 : 100000 = 50000 : 40000 = 1,25

É possível que em alguns concursos você encontre problemas do tipo:

(30%)2 = (30/100)2 = 0,32 = 0,09 = 9/100 = 9%

10050% = 10050/100 = 1000,5 = 10

Responda

1 - ESAF - 2002 - TJ-CE - Auxiliar Judiciário

Quatro pessoas têm direito à participação de 20% na renda de um evento, sendo que a primeira
pessoa tem direito ao dobro de participação de cada uma das outras três, que têm a mesma
participação. Qual é a participação da primeira pessoa na renda do evento?

• a) 2%

• b) 4%

• c) 5%

• d) 6%

• e) 8%

GABARITO

1-E

Juros Simples

250
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

O regime de juros será simples quando o percentual de juros incidir apenas sobre o valor
principal. Sobre os juros gerados a cada período não incidirão novos juros. Valor Principal ou
simplesmente principal é o valor inicial emprestado ou aplicado, antes de somarmos os juros.
Transformando em fórmula temos:

J=P.i.n

Onde:

J = juros
P = principal (capital)
i = taxa de juros
n = número de
períodos

Exemplo: Temos uma dívida de R$ 1000,00 que deve ser paga com juros de 8% a.m. pelo regime
de juros simples e devemos pagá-la em 2 meses. Os juros que pagarei serão:

J = 1000 x 0.08 x 2 = 160

Ao somarmos os juros ao valor principal temos o montante.

Montante = Principal + Juros


Montante = Principal + ( Principal x Taxa de juros x Número de períodos )

M=P.(1+(i.n))

Exemplo: Calcule o montante resultante da aplicação de R$70.000,00 à taxa de 10,5% a.a.


durante 145 dias.

SOLUÇÃO:
M = P . ( 1 + (i.n) )
M = 70000 [1 + (10,5/100).(145/360)] = R$72.960,42

Observe que expressamos a taxa i e o período n, na mesma unidade de tempo, ou seja, anos.
Daí ter dividido 145 dias por 360, para obter o valor equivalente em anos, já que um ano
comercial possui 360 dias.

251
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Mais Exemplos:

Determine o valor do capital que aplicado durante 14 meses, a uma taxa de 6%, rendeu juros de
R$ 2.688,00.

J=C*i*t
2688 = C * 0,06 * 14
2688 = C * 0,84
C = 2688 / 0,84
C = 3200

O valor do capital é de R$ 3.200,00.

Qual o capital que, aplicado a juros simples de 1,5% ao mês, rende R$ 3.000,00 de juros em 45
dias?

J = 3000
i = 1,5% = 1,5/100 = 0,015
t = 45 dias = 45/30 = 1,5

J=C*i*t
3000 = C * 0,015 * 1,5
3000 = C * 0,0225
C = 3000 / 0,0225
C = 133.333,33

O capital é de R$ 133.333,33.

Qual o valor do montante produzido por um capital de R$ 1.200,00, aplicado no regime de juros
simples a uma taxa mensal de 2%, durante 10 meses?

Capital: 1200
i = 2% = 2/100 = 0,02 ao mês (a.m.)
t = 10 meses

J=C*i*t
J = 1200 * 0,02 * 10
J = 240

M=C+j
M = 1200 + 240

252
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M = 1440

O montante produzido será de R$ 1.440,00.

Juros Compostos

O regime de juros compostos é o mais comum no sistema financeiro e portanto, o mais útil para
cálculos de problemas do dia a dia. Os juros gerados a cada período são incorporados ao
principal para o cálculo dos juros do período seguinte.

Chamamos de capitalização o momento em que os juros são incorporados ao principal.

Após três meses de capitalização, temos:

1º mês: M =P.(1 + i)
2º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior: M = P x (1 + i) x (1 + i)
3º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior: M = P x (1 + i) x (1 + i) x (1 + i)

Simplificando, obtemos a fórmula:

M = P . (1 + i)n

Importante: a taxa i tem que ser expressa na mesma medida de tempo de n, ou seja, taxa de
juros ao mês para n meses.

Para calcularmos apenas os juros basta diminuir o principal do montante ao final do período:

J=M-P

Exemplo:

Calcule o montante de um capital de R$6.000,00, aplicado a juros compostos, durante 1 ano, à


taxa de 3,5% ao mês.
(use log 1,035=0,0149 e log 1,509=0,1788)

Resolução:

P = R$6.000,00
t = 1 ano = 12 meses

253
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i = 3,5 % a.m. = 0,035


M=?

Usando a fórmula M=P.(1+i)n, obtemos:

M = 6000.(1+0,035)12 = 6000. (1,035)12


Fazendo x = 1,03512 e aplicando logaritmos, encontramos:

log x = log 1,03512 => log x = 12 log 1,035 => log x = 0,1788 => x = 1,509

Então M = 6000.1,509 = 9054.

Portanto o montante é R$9.054,00

Confira mais alguns exemplos:

Qual o montante produzido por um capital de R$ 7.000,00 aplicados a uma taxa de juros
mensais de 1,5% durante um ano?

C: R$ 7.000,00
i: 1,5% ao mês = 1,5/100 = 0,015
t: 1 ano = 12 meses

M = C * (1 + i)t
M = 7000 * (1 + 0,015)12
M = 7000 * (1,015)12
M = 7000 * 1,195618
M = 8369,33
O montante será de R$ 8.369,33.

Calcule o valor do capital que, aplicado a uma taxa de 2% ao mês, rendeu em 10 meses a
quantia de R$ 15.237,43?

M: R$ 15.237,43
t: 10
i: 2% a.m. = 2/100 = 0,02

M = C * (1 + i)t
15237,43 = C * (1 + 0,02)10
15237,43 = C * (1,02)10

254
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15237,43 = C * 1,218994
C = 15237,43 / 1,218994
C = 12500,00

O capital é de R$ 12.500,00.

Números Reais

O conjunto de números reais e suas propriedades é chamado de sistema de número real.


Uma das propriedades fundamentais dos números reais é poder representá-las por pontos
numa linha reta. Conforme verificamos na figura abaixo:

Números a direita de o
(zero), são chamados números positivos e os números a esquerda de 0 são chamados números
negativos.

Observação

O número 0 não é nem positivo nem negativo.

Este conjunto é representado pela letra "R".

R = números racionais + números irracionais + números inteiros + números naturais

Abaixo temos um exemplo de conjunto contendo números reais:

255
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Expressão Numérica

Uma expressão numérica é composta de alguns elementos que deverão ser observados
atentamente antes do início de sua resolução. É importante também, antes de explorarmos os
elementos em debate, chamar atenção para a ordem das operações matemáticas dispostas na
expressão, ou seja, deveremos sempre resolver os produtos e os quocientes, para somente após
operar com as adições e subtrações.

Um pouco mais adiante detalharei mais essa informação.

Em relação aos elementos de uma expressão, podemos destacar os parênteses ( ), os colchetes


[ ], as chaves { }, os números e os símbolos de operação. Entre os parênteses, colchetes e chaves,
também existe uma sequência resolutiva a ser seguida. Primeiro resolvemos a parte interna dos
parênteses, em seguida os colchetes e, logo após, as chaves. Ao concluirmos esse ritual, nos
restará uma expressão simples, contendo apenas o que chamamos de adição algébrica.

Considerações sobre os sinais de adição (+) e subtração (-)

•Quando o sinal de adição (+) anteceder um parêntese, colchete ou chaves,


deveremoseliminar o parêntese, o colchete ou chaves, na ordem de resolução,
reescrevendo os números internos com o seus sinais originais.

•Quando o sinal de subtração (-) anteceder um parêntese, colchete ou chaves,


deveremoseliminar o parêntese, o colchete ou chaves, na ordem de resolução,
reescrevendo os números internos com o seus sinais invertidos.

Resolvendo expressões

Vejam a expressão numérica 15 x 2 – 30 ÷ 3 + 7

15 x 2 – 30 ÷ 3 + 7 → primeiro resolveremos a multiplicação e a divisão, em qualquer ordem.

30 – 10 + 7 → Agora resolveremos a adição e subtração, também em qualquer ordem.

27 (Resultado Final)

Acompanhem a resolução da expressão 10 x [30 ÷ (2 x 3 + 4) + 15]

10 x [30 ÷ (2 x 3 + 4) + 15] → primeiro resolveremos a multiplicação interna aos parênteses.

10 x [30 ÷ (6 + 4) + 15] → resolveremos a adição interna aos parênteses, desta forma os


eliminando.

10 x [30 ÷ 10 + 15] → resolveremos a divisão interna aos colchetes.

10 x [3 + 15] → resolveremos a adição interna aos colchetes.

256
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10 x [18] → eliminaremos os colchetes, como o sinal de multiplicação os antecede, apenas


reescreveremos o número interno com o seu sinal de origem.

10 x 18 → resolveremos a multiplicação.

180 (Resultado Final)

Observem a expressão 25 + {14 – [25 x 4 + 40 – (20 ÷ 2 + 10)]} e acompanhem as sua


respectiva resolução:

25 + {14 – [25 x 4 + 40 – (20 ÷ 2 + 10)]} → primeiro resolveremos a divisão interna aos


parênteses.

25 + {14 – [25 x 4 + 40 – (10 + 10)]} → resolveremos a adição interna aos parênteses.

25 + {14 – [25 x 4 + 40 – (20)]} → eliminaremos os parênteses, como o sinal que os antecede é


negativo, inverteremos o sinal interno.

25 + {14 – [25 x 4 + 40 – 20]} → resolveremos a multiplicação interna aos colchetes.

25 + {14 – [100 + 40 – 20]} → resolveremos a adição e subtração, em qualquer ordem, internas


aos colchetes.

25 + {14 – [120]} → eliminaremos os colchetes, como o sinal que os antecede é negativo,


inverteremos o sinal interno.

25 + {14 – 120} → resolveremos a subtração interna aos colchetes.

25 + {- 106} → eliminaremos as chaves, como o sinal que as antecede é positivo, manteremos o


sinal interno original.

25 – 106 → resolveremos a subtração

- 81 (Resultado Final)

Expressão algébrica – operações

A) Adição e Subtração
Para adicionar ou subtrair expressões algébricas, basta adicionar ou subtrair os coeficientes
(números) dos termos semelhantes (termos que possuem exatamente a mesma parte literal) e
conservar a parte literal (letras).

Exemplo 1:

257
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(10x2-4x+7)+(6x2-2x- 3) =
(eliminando os parênteses)
= 10x2-4x+7+6x2-2x-3 =
(agrupando os termos semelhantes)
= 10x2+6x2- 4x-2x+7-3 =
(reduzindo os termos semelhantes
= 16x2-6x+4

Exemplo 2:

(7x2-5x+9)-(3x2-6x- 2) =
(eliminando os parênteses)
= 7x2-5x+9-3x2+6x+2 =
(agrupando os termos semelhantes)
= 7x2-3x2-5x+6x+9+2 =
(reduzindo os termos semelhantes
= 4x2+x+11

B) Multiplicação
Para multiplicar expressões algébricas, multiplica-se cada termo de uma expressão por todos os
termos da outra.

Observe que, para multiplicar dois termos algébricos, multiplicam-se os coeficientes e a parte
literal separadamente.

Exemplo:

(3x+5)·(4x+2) = 3x·(4x+2)+5·(4x+2) =

= 12x2+6x+20x+10

= 12x2+26x+10

C) Divisão
1º) Divisão de expressões algébricas por monômios
Para dividir uma expressão algébrica por um monômio, basta dividir cada termo da expressão
pelo monômio, dividindo separadamente os coeficientes e as partes literais.

Exemplo:

258
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2º) Divisão algébrica de polinômio por polinômio


Para dividir polinômio por polinômio, podemos proceder de maneira análoga à divisão entre
números. Podemos usar, inclusive, a mesma disposição prática do processo, lembrando que:

Exemplo:

5x3 + 4 –3x dividido por x2 – x + 1

Primeiramente, escreva o dividendo como soma de parcelas de potências decrescentes de x,


colocando 0 quando a potência não comparece:

5x3 + 0x2 – 3x + 4

Faça o mesmo com o divisor (no caso ele já se encontra nessa forma). Agora, disponha as
expressões como em uma divisão de números:

Divida 5x3 (primeira parcela do dividendo) por x 2 (primeira parcela do divisor) para obter 5x
(primeira parcela do quociente):

Multiplique 5x pelo divisor, mudando o sinal para obter


-5x3+5x2-5x, escreva este polinômio abaixo do dividendo para somar com ele:

(Perceba que o 1º termo foi anulado. Isso sempre deverá acontecer!)

Vamos continuar o processo?

Divida 5x2 por x2 e irá obter 5.

Depois multiplique 5 pelo divisor, mudando o sinal, para obter –5x 2 +5x – 5, escreva este
polinômio abaixo do dividendo para somar com ele:

259
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Observe que...
... paramos a divisão quando o expoente do polinômio do resto for menor que o expoente do
divisor.
... a divisão é um processo, isto é, enquanto der para dividir, utilizaremos o método aplicado
anteriormente.

Expressões fracionárias – operações – simplificação

Sempre que a palavra “algébrica” for utilizada para uma expressão numérica, significa que essa
expressão possui pelo menos uma incógnita, isto é, uma letra ou símbolo utilizado para
representar um número desconhecido. Desse modo, uma fração algébrica, por sua vez, nada
mais é do que uma fração que possui pelo menos uma incógnita no denominador (parte de
baixo da fração). Portanto, a simplificação de frações algébricas segue o mesmo fundamento da
simplificação de frações numéricas.

São exemplos de frações algébricas:

1)

2x
4y
2)

4y2 – 9x2
2y + 3x
Simplificando frações algébricas
Simplificar uma fração algébrica segue o mesmo fundamento de simplificar uma fração
numérica. É preciso dividir numerador e denominador por um mesmo número. Observe um
exemplo de simplificação de fração:

30 = 15 = 5 = 1
60 30 10 2

260
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A fração acima foi simplificada por 2, depois por 3 e depois por 5. Para fundamentar o
procedimento de simplificação de frações algébricas, reescreveremos a primeira fração acima em
sua forma fatorada:
30 = 2·3·5
60 2·2·3·5
Perceba que os números 2, 3 e 5 repetem-se no numerador e no denominador e que eles foram
exatamente os mesmos números pelos quais a fração foi simplificada. No contexto das frações
algébricas, o procedimento é parecido, pois é necessário fatorar os polinômios presentes no
numerador e no denominador. Após isso, devemos avaliar se é possível simplificar alguns deles.
Exemplos
1) Simplifique a fração algébrica seguinte:

4x2y3
16xy6
Fatore cada uma das incógnitas e números presentes na fração:

4x2y3
16xy6
2·2·x·x·y·y·y
2·2·2·2·x·y·y·y·y·y·y
Agora realize as divisões que forem possíveis, conforme feito anteriormente para a fração
numérica: Os números que aparecem tanto no numerador quanto no denominador
desaparecem, isto é, são “cortados”. Também é possível escrever que o resultado de cada uma
dessas simplificações é 1. Observe:

2·2·x·x·y·y·y
2·2·2·2·x·y·y·y·y·y·y
x
2·2·y·y·y
x
4y3
2) Simplifique a fração algébrica seguinte:

4y2 – 9x2
2y + 3x
Observe que o numerador dessa fração algébrica enquadra-se em um dos casos de produtos
notáveis, isto é, a diferença de dois quadrados. Para fatorá-lo, basta reescrevê-lo em sua forma
fatorada. Após isso, é possível “cortar” os termos que aparecem tanto no denominador quanto
no numerador assim como no exemplo anterior. Observe:
4y2 – 9x2
2y + 3x
= (2y + 3x)(2y – 3x)
2y + 3x

261
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= 1·(2y – 3x)

= 2y + 3x

3) Simplifique a fração algébrica seguinte:

a2(y2 – 16x2)
ay + 4ax
Como feito anteriormente, fatore os polinômios presentes no numerador e no denominador.
Após isso, realize as divisões que forem possíveis.

a2(y2 – 16x2)
ay + 4ax
= a·a·(y + 4x)(y – 4x)
a·(y + 4x)
Observe que o numerador foi fatorado por meio da diferença de dois quadrados e o
denominador foi fatorado por meio do fator comum. Além disso, o termo a2pode ser escrito
como o produto a·a. Para finalizar, realize as divisões que forem possíveis. A saber, a por a e (y +
4x) por (y + 4x):
a·a·(y + 4x)(y – 4x)
a·(y + 4x)
= 1·1·(y – 4x)

= y – 4x

Os casos de fatoração são de suma importância para simplificar frações algébricas. Abaixo estão
listados os casos mais importantes e algumas páginas onde podem ser encontrados com mais
detalhes.

Fatoração de expressões algébricas


Um polinômio pode ser escrita em sua forma fatorada se puder ser expresso em uma das quatro
formas abaixo. Os resultados apresentados são sua forma fatorada ou exemplos de como fatorá-
los:

1 – Fator comum
Caso todos os termos do polinômio possuam incógnita ou algum número comum, é possível
colocá-los em evidência. Por exemplo, no polinômio 4x2 + 2x podemos colocar 2x em evidência.
O resultado será:
4x2 + 2x = 2x(2x + 1)
Observe que, ao realizar a multiplicação indicada no segundo membro (lado direito da
igualdade), o resultado será justamente o primeiro membro (lado esquerdo da igualdade), em
virtude da propriedade distributiva da multiplicação.

2 – Agrupamento

262
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Tendo em vista o caso anterior, um polinômio que possui quatro termos pode ser fatorado por
agrupamento, unindo os termos comuns dois a dois, e, posteriormente, ser fatorado novamente
caso os resultados deixem essa possibilidade. O polinômio 2x + bx + 2y + by, por exemplo, pode
ser fatorado da seguinte maneria:

2x + bx + 2y + by

x(2 + b) + y(2 + b)

Observe que o (2 + b) repete-se em ambos os novos termos. Logo, podemos colocá-lo em


evidência:

x(2 + b) + y(2 + b)

(2 + b)(x + y)

3 – Trinômio quadrado perfeito


Sempre que um polinômio for trinômio quadrado perfeito, ele estará escrito de maneira
equivalente a uma das três expressões seguintes dispostas à esquerda e em vermelho.

x2 + 2xa + a2 = (x + a)(x + a)
x2 – 2xa + a2 = (x – a)(x – a)
x2 – a2 = (x + a)(x – a)
O lado direito é a forma fatorada do polinômio, que pode ser utilizada para a simplificação de
fração algébrica.
4 – Soma ou diferença de dois cubos
Sempre que o polinômio estiver na forma seguinte ou puder ser escrito nela, ele será uma soma
de dois cubos.

x3 + 3x2a + 3xa2 + a3 = (x + a)3


x3 – 3x2a + 3xa2 – a3 = (x – a)3
Novamente, o lado esquerdo, em vermelho, é o polinômio que pode ser fatorado e reescrito
como as expressões presentes no lado direito.

Progressão Aritmética - PA

Denomina-se progressão aritmética (PA) a sequência em que cada termo, a partir do segundo,
é obtido adicionando-se uma constante r ao termo anterior. Essa constante r chama-se razão da
progressão aritmética.

263
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A sequência (2,7,12,17) é uma progressão aritmética finita de razão 5 pois:

a1 = 2
a2 = 2+5 = 7
a3 = 7 +5 = 12
a4 = 12 + 5= 17

As progressões aritméticas podem ser classificadas de acordo com o valor da razão r.

Se r > 0, então a PA é crescente.


Se r = 0, então a PA é constante.
Se r < 0, a PA é decrescente

Termo geral da PA

A partir da definição, podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an ) da seguinte forma:

a1 = a1
a2 = a1 + r
a3 = a2 + r = a1 + 2r

O termo an geral de uma PA é dado, portanto, pela fórmula:

an = a1+(n-1)r

Propriedades de uma PA

Em uma PA qualquer, de n termos e razão r, podemos observar as seguintes propriedades:

- Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a média aritmética entre o anterior e o
posterior.

Observe a propriedade na PA
(2,5,8,11)

- A soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à soma dos extremos.

264
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Na PA
(1,3,5,7,9,11,13,15,17,19,21,23), temos:

3+21 = 1+23 = 24
5+19 = 1+23 = 24
7+17 = 1+23 = 24
9+15 = 1+23 = 24
11+13 = 1+23 = 24

Se ocorrer que uma PA tenha número de termos ímpar, existirá um termo central que será a
média aritmética dos extremos desta PA.

Veja por exemplo que na PA (1,4,7,10,13,16,19) tem 7 termos e que o termo central é 10 logo:

Soma dos termos de uma PA


finita

É dada pela fórmula:

Veja alguns exemplos:

Sabendo que o 1º termo de uma PA é igual a 2 e que a razão equivale a 5, determine o valor do
18º termo dessa sequência numérica.

a18 = 2 + (18 – 1) * 5
a18 = 2 + 17 * 5
a18 = 2 + 85
a18 = 87

265
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UFBA - Um relógio que bate de hora em hora o número de vezes correspondente a cada hora,
baterá , de zero às 12 horas x vezes. Calcule o dobro da terça parte de x.

Teremos que:
0 hora o relógio baterá 12 vezes. (Você não acha que bateria 0 vezes, não é?).
1 hora o relógio baterá 1 vez
2 horas o relógio baterá 2 vezes
3 horas o relógio baterá 3 vezes
....................................................
....................................................
12 horas o relógio baterá 12 vezes.

Logo, teremos a seguinte sequência:


(12, 1, 2, 3, 4, 5, ... , 12)

A partir do segundo termo da sequência acima, temos uma PA de 12 termos, cujo primeiro
termo é igual a 1, a razão é 1 e o último termo é 12.

Portanto, a soma dos termos desta PA será:


S = (1 + 12).(12/2) = 13.6 = 78

A soma procurada será igual ao resultado anterior (a PA em vermelho acima) mais as 12 batidas
da zero hora. Logo, o número x será igual a x = 78 + 12 = 90.
Logo, o dobro da terça parte de x será: 2. (90/3) = 2.30 = 60, que é a resposta do problema
proposto.

Progressão Geométrica - PG

Podemos definir progressão geométrica, ou simplesmente P.G., como uma sucessão de números
reais obtida, com exceção do primeiro, multiplicando o número anterior por uma quantidade
fixa q, chamada razão.

Podemos calcular a razão da progressão, caso ela não esteja suficientemente evidente, dividindo
entre si dois termos consecutivos.

Por exemplo, na sucessão (1, 2, 4, 8,...), q = 2.

Cálculos do termo geral

Numa progressão geométrica de razão q, os termos são obtidos, por definição, a partir do
primeiro, da seguinte maneira:

266
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a1 a2 a3 ... a20 ... an ...

a1 a1xq a1xq2 ... a1xq19 a1xqn-1 ...

Assim, podemos deduzir a seguinte expressão do termo geral, também chamado enésimo
termo, para qualquer progressão geométrica.

an = a1 x qn-1

Portanto, se por exemplo, a1 = 2 e q = 1/2, então:

an = 2 x (1/2)n-1

Se quisermos calcular o valor do termo para n = 5, substituindo-o na fórmula, obtemos:

a5 = 2 x (1/2)5-1 = 2 x (1/2)4 = 1/8

A semelhança entre as progressões aritméticas e as geométricas é aparentemente grande.


Porém, encontramos a primeira diferença substancial no momento de sua definição. Enquanto
as progressões aritméticas formam-se somando-se uma mesma quantidade de forma repetida,
nas progressões geométricas os termos são gerados pela multiplicação, também repetida, por
um mesmo número. As diferenças não param aí.

Observe que, quando uma progressão aritmética tem a razão positiva, isto é, r > 0, cada termo
seu é maior que o anterior. Portanto, trata-se de uma progressão crescente. Ao contrário, se
tivermos uma progressão aritmética com razão negativa, r < 0, seu comportamento será
decrescente.

Observe, também, a rapidez com que a progressão cresce ou diminui. Isto é conseqüência direta
do valor absoluto da razão, |r|. Assim, quanto maior for r, em valor absoluto, maior será a
velocidade de crescimento e vice-versa.

Soma dos n primeiros termos de uma PG

267
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Seja a PG (a1, a2, a3, a4, ... , an , ...) . Para o cálculo da soma dos n primeiros termos Sn, vamos
considerar o que segue:

Sn = a1 + a2 + a3 + a4 + ... + an-1 + an

Multiplicando ambos os membros pela razão q vem:


Sn.q = a1 . q + a2 .q + .... + an-1 . q + an .q

Conforme a definição de PG, podemos reescrever a expressão como:


Sn . q = a2 + a3 + ... + an + an . q

Observe que a2 + a3 + ... + an é igual a Sn - a1 . Logo, substituindo, vem:


Sn . q = Sn - a1 + an . q

Daí, simplificando convenientemente, chegaremos à seguinte fórmula da soma:

Se substituirmos an = a1 . qn-1 ,
obteremos uma nova apresentação para a fórmula da soma, ou seja:

Exemplo:

Calcule a soma dos 10 primeiros termos da PG (1,2,4,8,...)


Temos:

Observe que neste caso a1 = 1.

Soma dos termos de uma PG decrescente e ilimitada

Considere uma PG ILIMITADA ( infinitos termos) e decrescente. Nestas condições, podemos


considerar que no limite teremos an = 0. Substituindo na fórmula anterior, encontraremos:

268
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Exemplo:
Resolva a equação: x + x/2 + x/4 + x/8 + x/16 + ... =100
O primeiro membro é uma PG de primeiro termo x e razão 1/2. Logo, substituindo na fórmula,
vem:

Dessa equação encontramos como


resposta x = 50.

Sistemas lineares

Um Sistema de Equações Lineares é um conjunto ou uma coleção de equações com as quais é


possível lidar de uma única vez.

De maneira geral, um Sistema de Equações Lineares pode ser definido como um conjunto
de m equações, sendo m ≥ 1, com n incógnitas x1, x2, x3, ... xn, de forma que:

a11x1 + a12x2 + ... + a1nxn = b1

a21x1 + a22x2 + ... + a2nxn = b2

...

am1x1 + am2x2 + … + amnxn = bm

Sendo que: a1, ..., an e b são números reais. Os números aij são os coeficientes angulares e bi é
o termo independente e quando este é nulo a equação linear é chamada homogênea.

Exemplo:

269
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O sistema linear acima possui três equações, três incógnitas (x, y, z) e os termos independentes,
que são – 7, 3 e 0. Além disso, no sistema acima há uma equação homogênea (4x + y + z = 0).

Um sistema linear também pode ser escrito em forma matricial. A seguir, a função apresentada
no exemplo anterior será exposta em forma de matriz:

Percebe-se que a forma matricial de um sistema linear é igual ao produto matricial entre
a matriz formada pelos coeficientes angulares e a matriz formada pelas incógnitas, cujo
resultado é a matriz formada pelos termos independentes.

Solução de um Sistema Linear

A solução de um sistema linear é um conjunto de valores que satisfaz ao mesmo tempo todas as
equações de um sistema linear, ou seja, a ênupla ordenada (sequência ordenada
de n elementos) é solução de um sistema linear S, se for solução de todas as equações de S.

Exemplo:

270
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Os valores que satisfazem as duas equações são x = 2 e y = 1, logo, a solução do sistema é o par
ordenado (2,1), como mostra a representação gráfica do sistema linear apresentado como
exemplo.

Quando um ocorre um Sistema Linear Homogêneo, aquele que possui todas as equações com
termos independentes nulos, ele admite uma solução nula (0, 0, ... , 0) chamada de solução
trivial. Mas, um sistema linear homogêneo pode ter outras soluções além da trivial.

O sistema linear acima é homogêneo, portanto, a priori, já temos a solução trivial dada pelo
conjunto (0, 0, 0). Contudo, também se admite como solução desse sistema o conjunto (0, 1, –
1).

A partir de agora, serão apresentados dois métodos para a obtenção do conjunto verdade de
um sistema: a Regra de Cramer e o Escalonamento.

Regra de Cramer

É aplicável na resolução de um sistema n x n incógnitas, no qual o determinante diferente de


zero (D ≠ 0).

Ou seja: (x1 = D1 / D, x2 = D2 / D, ... , xn = Dn / D).

Sendo que, ao considerar o sistema:

271
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Percebe-se que os coeficientes a1 e a2se relacionam com a incógnita x, enquanto b1 e b2 e se


relacionam com a incógnita y. Agora, a partir da matriz incompleta:

É possível obter o determinante (D) desta matriz e substituindo os coeficientes de x e y que o


compõe pelos termos independentes c1e c2 é possível encontrar os determinantes Dx e Dy para
que se aplique a Regra de Cramer. Abaixo estão os referidos determinantes:

Exemplo:

Então: x = Dx/D = -10/-5 = 2 e y = Dy/D = -5/-5 = 1, portanto, como foi mostrado


anteriormente, inclusive graficamente, o par ordenado (2,1) é o resultado do sistema linear
acima.

Escalonamento

Um sistema está escalonado quando de equação para equação, no sentido de cima para baixo,
houver aumento dos coeficientes nulos situados antes dos coeficientes não nulos. Exemplo:

272
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O sistema acima está escalonado e substituindo as incógnitas das equações pelos seus
respectivos é possível encontrarmos o conjunto solução (1,1,1).

Para escalonar um sistema é necessário que se coloque como primeira equação aquela que
tenha o coeficiente de valor 1 na primeira incógnita. Caso não haja nenhuma equação assim,
será necessário dividir membro a membro aquela que está como primeira equação pelo
coeficiente da primeira incógnita. Nas demais equações, é necessário que se obtenha zero como
coeficiente da primeira incógnita, somando cada uma delas com o produto da primeira equação
pelo oposto do coeficiente dessa incógnita, até que se possam verificar os valores de cada uma
das incógnitas e, por fim, encontrar o conjunto solução.

Responda

1 - ESAF - 2012 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal

Considere o sistema de equações lineares dado por:

Sabendo-se que o sistema tem solução única para r ≠ 0 e r ≠ 1, então o valor de x é igual a

• a) 2⁄r.

• b) -2⁄r

• c) 1⁄r

• d) -1⁄r

• e) 2r.

GABARITO

1-D

273
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Números Complexos

O conjunto dos números complexos é representado por IC, e definido como o conjunto dos
pares ordenados compostos por números reais, onde são definidas a adição e a multiplicação e
a igualdade.

• Adição: ( a, b) + ( c, d ) = ( a + c, b + d ).
• Multiplicação: ( a, b) . ( c, d ) = ( ac - bd, ad + bc ).
• Igualdade: ( a, b) = ( c, d ) , onde a = c, b = d.

Deve-se considerar que o conjunto IR está contido no conjunto IC. Sendo que, por exemplo,
o número real a possui como parte complexa 0.

Ele será o número complexo (a, 0).

Unidade imaginária é indicada pela letra i , sendo que seu valor é ( 0, 1),
onde se realizarmos i2 teremos i.i = ( 0, 1). ( 0, 1) = ( 0.0 – 1.1, 0.1 + 1.0 ) = (–1,0).

Assim temos a notação usual que i2 = – 1. E que i =

Tomando-se um número z = ( a, b), teremos que z = a + bi. Portanto se assim considerarmos


termos que a é a parte real de z e b a parte complexa de z.

Para esta nova notação, definiremos as operações novamente, de maneira mais usual.

• Adição: (a + bi) + ( c + di) = (a + c) + (b + d)i


• Multiplicação: (a + bi).( c + di) = ( ac – bd) + (ad + bc)i
• Igualdade: (a + bi) = ( c + di), onde a = c, b = d

Conjugado de um número complexo. ( )


Se z = a + bi então = a – bi

Teoremas consequentes desta definição:

274
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Para a Divisão de números complexos devemos proceder de forma semelhante à racionalização.

Assim temos, z = a + bi , = a – bi e z1 = c + di

Para calcularmos a razão entre z1 e z devemos:

Representação geométrica de um número complexo.

Pela representação gráfica temos

que

Onde substituindo em z = a + bi
encontraremos a forma trigonométrica de um
número complexo.

Exemplo: z = iremos representá-lo na forma trigonométrica.

Sendo que

Onde

275
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Assim sua representação na forma trigonométrica é .

Responda

1 - ESPP - 2013 - COBRA Tecnologia S-A (BB) - Técnico Administrativo

O conjugado da divisão entre os números complexos z1 cujo afixo é

, nessa ordem, é igual a:

• a) -7+i
2

• b) -7- i
2

• c) 7+i
2

• d) 7- i
2

2 - CESGRANRIO - 2011 - Petrobras - Técnico de Contabilidade

Sendo i a unidade imaginária e escrevendo o complexo na forma z = a + bi tem-se


que a + b é igual a

• a) -1

• b) 1

276
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• c) 2

• d) 6

• e) 8

GABARITO

1-B 2-D

Análise combinatória

O estudo da análise combinatória nos permite descobrir quais são as diferentes possibilidades
de uma combinação de variáveis.

A explicação dessa matéria é muito mais fácil quando utilizamos exemplos.

Então, supondo que um restaurante "À la carte" tenha disponível 2 tipos de bifes, 2 tipos de
arroz, 2 tipos de feijão e 3 tipos de bebidas.

O dono do restaurante queira servir pratos contendo 1 elemento de cada tipo de comida.

Nomeando os tipos de comida da forma "bife 1, arroz 1, arroz 2 ... bebida 1, bebida 2, etc",
montamos o esquema:

277
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278
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Se formos seguir os caminhos descritos pelas linhas, encontraremos 24 caminhos, que são o
total de possibilidades de pratos diferentes. Perceba que quanto mais opções de comidas, maior
e mais complexo fica o esquema. Então, imagine como seria descobrir as possibilidades das
placas de carro no sistema brasileiro? (três letras, 4 algarismos).

Podemos calcular de forma diferente.

Basta multiplicar todas as opções de comida disponíveis: 2 . 2 . 2 . 3 = 24

Trigonometria

No triângulo retângulo existem algumas importantes relações, uma delas é o Teorema de


Pitágoras, que diz o seguinte: “A soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da
hipotenusa”. Essa relação é muito importante na geometria, atende inúmeras situações
envolvendo medidas.

As relações trigonométricas existentes no triângulo retângulo admitem três casos: seno, cosseno
e tangente.

O seno de um ângulo no triângulo retângulo é a razão entre o cateto oposto e a hipotenusa.

O cosseno de um ângulo no
triângulo retângulo é a razão entre o cateto adjacente e a hipotenusa.

A tangente de um ângulo no
triângulo retângulo é a razão entre o cateto oposto e o cateto adjacente.

Vamos determinar as relações


de acordo com o triângulo BAC com lados medindo a, b e c.

senoB = b/a
cossenoB = c/a
tangenteB = b/c
senoC = c/a

279
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cossenoC = b/a
tangenteC = c/b

Exemplo

A rua Tenório Quadros e a avenida Teófilo Silva, ambas retilíneas, cruzam-se conforme um
ângulo de 30º. O posto de gasolina Estrela do Sul encontra-se na avenida Teófilo Silva a 4 000
m do citado cruzamento. Portanto, determine em quilômetros, a distância entre o posto de
gasolina Estrela do Sul e a rua Tenório Quadros?

Geometria Analítica

A Geometria Analítica, também


denominada de coordenadas
geométricas, baseia-se nos estudos da
Geometria por meio da utilização da
Álgebra. Os estudos iniciais estão ligados ao matemático francês René Descartes (1596 -1650),
criador do sistema de coordenadas cartesianas.

Ponto, reta e plano

Ponto: o ponto pode ser algo localizado no espaço, como um furo, uma estrela no céu, o centro
do campo de futebol, etc.

Reta: podemos dizer que a reta é formada por infinitos pontos, como uma caneta, uma corda
esticada, lados de um campo de futebol, as traves do gol, os raios solares, etc.

Plano: a superfície de uma parede, o chão, um quadro, universo, etc.

Posições de retas no plano

Paralelas: retas que não possuem nenhum ponto em comum.

280
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Concorrentes: retas que possuem um ponto em comum.

Perpendiculares: retas que possuem um ponto em comum e formam um ângulo de 90º.

Criado por René


Descartes, o plano cartesiano consiste em dois eixos perpendiculares, sendo o horizontal
chamado de eixo das abscissas e o vertical de eixo das ordenadas. O plano cartesiano foi
desenvolvido por Descartes no intuito de localizar pontos num determinado espaço. As
disposições dos eixos no plano formam quatro quadrantes, mostrados na figura a seguir:

O encontro dos eixos é chamado de origem. Cada ponto do plano cartesiano é formado por um
par ordenado (x , y ), onde x: abscissa e y: ordenada.

281
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Marcando pontos no plano cartesiano

Dados os pontos A(3,6), B(2,3), C(-1,2), D(-5,-3), E(2,-4), F(3,0), G(0,5), represente-os no plano
cartesiano.

Marcando o ponto A(3,6)


Primeiro: localiza-se o ponto 3 no eixo das abscissas
Segundo: localiza-se o ponto 6 no eixo das ordenadas
Terceiro: Traçar a reta perpendicular aos eixos, o encontro delas será o local do ponto.

O sistema de coordenadas cartesianas possui inúmeras aplicações, desde a construção de um


simples gráfico até os trabalhos relacionados à cartografia, localizações geográficas, pontos
estratégicos de bases militares, localizações no espaço aéreo, terrestre e marítimo.

Geometria espacial métrica, Prismas, pirâmides, cilindros, cones e respectivos troncos,


superfície esférica, esfera e partes da esfera

Prismas

Consideremos o prisma como um sólido geométrico formado pelos seguintes elementos: base,
altura, vértices, arestas e faces laterais. Os prismas podem apresentar diversas formas, mas
algumas características básicas definem esse sólido geométrico. Por exemplo, o número de faces
do prisma será exatamente igual ao número de lados do polígono que constitui suas bases

282
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(superior e inferior), dessa forma, sua classificação quanto ao número de lados pode ser:

Triangular – base constituída de triângulos.


Quadrangular – base constituída de quadriláteros.
Pentagonal – base constituída de pentágonos.
Hexagonal – base constituída de hexágonos.
Heptagonal – base constituída de heptágonos.
Octogonal – base constituída de octógonos.

Os prismas também podem ser classificados como retos ou oblíquos. Os prismas retos são
aqueles em que a aresta lateral forma com a base um ângulo de 90º, os oblíquos são aqueles
em que as arestas formam ângulos diferentes de 90º.

Todos os prismas possuem


área da base, área lateral,
área total e volume. Todas
essas medidas dependem
do formato do polígono
que se encontra nas bases;
por exemplo, os prismas acima possuem em sua base um pentágono, portanto, para
calcularmos a área dessa base devemos determinar a área do pentágono. No caso do prisma
pentagonal reto, as faces laterais constituem retângulos e a do prisma oblíquo é formada por
paralelogramos.
A área total de um prisma é calculada somando a área lateral e o dobro da área da base. E o
volume é determinado calculando a área da base multiplicada pela medida da altura.

Observe alguns exemplos de prismas:

283
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Ao procurarmos a área de um prisma qualquer, estamos determinados a descobrir a quantidade


de material utilizada em sua criação.

Para encontrar a área de um prisma, devemos calculá-la em etapas. Primeiramente devemos


encontrar o valor da área da base. Para isso, basta um só calculo, pois as bases são idênticas. A
área da base deve ser multiplicada por dois, pois sempre haverá duas bases em um prisma. Feito
isso, devemos encontrar a área lateral, verificando as medidas de um retângulo da lateral para
calcular sua área. Então, multiplicamo-la pela quantidade de retângulos que compõem a lateral.
Dessa forma, a área de um prisma será dada por:

At = Al + 2.Ab,

At é a área total do prisma;


Al é a área lateral;
Ab é a área da base.

Vamos aplicar a fórmula encontrada na resolução de um exemplo. “Calcule a área de um prisma


triangular reto de 15 cm de altura cuja base é um triângulo equilátero com 4 cm de lado.”

A base é um triângulo equilátero de 4 cm de lado. Então, sua área é dada por:

284
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A lateral é composta por três


retângulos cujas dimensões são 4
cm e 15 cm. Portanto, a área lateral é
dada por:

Mas a área total é dada por At = Al +


2.Ab, temos então:

A área total do prisma triangular é


193,84 cm².

Pirâmides

Dada uma região poligonal de n vértices e um ponto V fora da região (outro plano), ao
traçarmos segmentos de retas entre os vértices da região poligonal e o ponto V, construímos
uma pirâmide que será classificada de acordo com o número de lados do polígono da base.

Os segmentos AV, BV e CV são as


arestas laterais da pirâmide.
Os pontos A, B, C e V são os vértices.
Os triângulos VAB,VBC e VCA são as
faces laterais.
O triângulo ABC é outra face da pirâmide e constitui a base.
A distância do ponto V ao centro da base constitui a altura da pirâmide.

A classificação de uma pirâmide depende do número de arestas da região da área da base.

285
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Base é um triângulo
Nome: pirâmide triangular
Número de faces: três faces laterais mais face da base, portanto, quatro faces.

Base é um quadrado
Nome: pirâmide quadrangular
Número de faces: quatro faces laterais mais face da base, portanto, cinco faces.

Base é um pentágono
Nome: pirâmide pentagonal
Número de faces: cinco faces laterais mais face da base, portanto, seis faces.

Base é um hexágono
Nome: pirâmide de base hexagonal
Número de faces: seis faces laterais mais face da base, portanto, sete faces.

Altura, apótema da base e apótema da pirâmide

h: altura da pirâmide
m’: apótema da pirâmide
m: apótema da base

Pelo teorema de Pitágoras temos:


m’² = h² + m²

Área da base

286
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A área da base de uma pirâmide depende da área do polígono em questão, sendo calculada
pela expressão:

onde P: perímetro do polígono e a:


apótema do polígono.

Área lateral
É a soma de todas as áreas laterais.

Área total
Soma da área lateral com a área da base.
At = Al + Ab

Volume

O volume de uma pirâmide é dado pela expressão:

Planificação de uma pirâmide

Cilindros

Sejam α e β dois planos paralelos distintos, uma reta s secante a esses planos e um círculo C de
centro O contido em α. Consideremos todos os segmentos de reta, paralelos a s, de modo que
cada um deles tenha um extremo pertencente ao círculo C e o outro extremo pertencente a β.

287
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A reunião de todos esses


segmentos de reta é um sólido
chamado de cilindro circular,
limitado de bases C e C’ ou
simplesmente cilindro circular.

Cilindro circular reto

No cilindro circular reto a geratriz forma com o plano da base um ângulo de 90º. No cilindro
circular reto a medida h de uma geratriz é a altura do cilindro.

O cilindro circular reto também é


conhecido por cilindro de
revolução, pois pode ser obtido
pela revolução de 360º de uma
região retangular em torno de um
eixo.

Cilindro equilátero

O cilindro que possui as


seções meridianas
quadradas é chamado de
cilindro equilátero.
No cilindro equilátero a altura é igual ao diâmetro da base: h = 2r.

288
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Área Lateral e Área total de um cilindro circular reto

A superfície de um cilindro reto de altura h e raio da base r é equivalente à reunião de uma


região retangular, de lados 2πr e h, com dois círculos de raio r. Observe a planificação do
cilindro.

A área do
retângulo
equivalente à
superfície lateral
do cilindro é a área
lateral Aℓ do
cilindro, ou seja:

Aℓ = 2*π*r*h

A área total At do cilindro é igual à soma da área lateral Aℓ com as áreas das duas bases, ou seja:

At = 2*π*r*h + π*r2 + π*r2 → At = 2*π*r*h + 2π*r2

Volume do cilindro circular

O volume V de um cilindro circular de altura h e raio da base r é igual ao produto da área da


base, πr2, pela altura h, isto é:

V = π*r2*h

Cones

Dado um círculo de centro O e raio R no plano B, e um ponto P fora do plano. O cone será
formado por segmentos de reta unindo o ponto P aos pontos do círculo.

289
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Outra forma de construir o cone é através da revolução do triângulo retângulo sobre um eixo
vertical.

Elementos do cone

Classificação do cone

No cone reto podemos aplicar a relação de Pitágoras para o cálculo da geratriz (g), do raio da
base (r) e da altura (h), pois vimos que o cone pode ser formado através da revolução do
triângulo retângulo. Comparando os elementos do cone aos do triângulo retângulo temos:

Geratriz no cone, hipotenusa no triângulo.


Altura no cone, cateto no triângulo.
Raio da base no cone, cateto no triângulo.

Uma importante relação no cone é dada por: r² + h² = g², observe a figura:

Áreas no cone

290
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Área da base
Por ser uma circunferência, a área da base de um cone é dada pela seguinte expressão:

Área da lateral
A área lateral do cone é dada pela seguinte expressão:

Área total
É dada somando-se a área lateral e a área da base.
At = Al + Ab
At = Πr(g+r)

Volume do cone

O volume do cone é dado pelo produto da área da base pela altura divido por três.
V = (Πr²h)/3

Planificação

Superfície esférica,
esfera e partes da
esfera

A esfera é obtida através da revolução da semicircunferência sobre um eixo. Podemos considerar


que a esfera é um sólido.

Alguns conceitos básicos estão


relacionados à esfera, se
considerarmos a superfície
esférica destacamos os
seguintes elementos básicos:

291
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 Polos
 Equador
 Paralelo
 Meridiano

Área de uma superfície


esférica

Temos que a área de uma


superfície esférica de raio
r é igual a:

Posição relativa entre plano e


esfera

Plano secante à esfera

O plano intersecciona a esfera formando duas partes, se o plano corta a esfera passando pelo
centro temos duas partes de tamanhos iguais.

Plano tangente à esfera

O plano tangencia a esfera em


apenas um ponto, formando
um ângulo de 90º graus com o eixo de simetria.

Plano externo à esfera

O plano e a esfera não possuem pontos em comum.

Volume

292
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Os cálculos matemáticos, envolvendo área e volume de uma esfera, abrangem a medida do raio
que é a distância entre o centro da esfera e sua extremidade e o valor constante do número
irracional π (pi), dado por aproximadamente 3,14. Veja a esfera e seus elementos:

Exemplo:

Uma esfera de plástico possui


raio medindo 20 centímetros.
Determine a área dessa região
esférica.

Outro exemplo

Um reservatório possui a forma


esférica com 15 metros de raio. Calcule a capacidade total de armazenamento desse
reservatório.

Temos que 1 m³ corresponde a


1000 litros. Então 14.130 m³
equivalem a 14.130 000 litros de
capacidade de armazenamento.

Noções de Geometria: geometria plana

Conhecer sobre área é conhecer sobre o espaço que podemos preencher em regiões poligonais
convexas – qualquer segmento de reta com extremidades na região só terá pontos pertencentes
a esta.

293
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O quadrado

O quadrado é
uma figura geométrica plana regular em que todos os seus lados e ângulos são iguais. Veja um
exemplo de quadrado na figura a seguir:

Para calcular a área


de um quadrado
basta que se
multipliquem dois dos seus lados l entre si.

Exemplo 1
Para pavimentar a sala de sua casa D. Carmem comprou 26 m2 de piso.
Sabendo que a sala tem o formato quadrangular e que um dos lados mede 5
m, diga se o piso comprado por D. Carmem será suficiente para pavimentar a
sua sala.

•A sala tem o formato quadrangular;

•O seu lado mede 5 m;

•A área do quadrado é A = l 2.

Com base nos dados acima temos:

O retângulo

O retângulo é uma figura geométrica plana cujos lados opostos são paralelos e iguais e todos os
ângulos medem 90º. Confira o retângulo abaixo:

294
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Para calcular a área do retângulo, basta que se multipliquem seu comprimento c pela largura l.

Exemplo 2

Num campeonato de futebol a equipe organizadora do evento está providenciando o gramado


que será plantado em toda área do campo. Para comprar as gramas, a equipe precisa saber a
área do campo, pois a grama é vendida por metro quadrado. Sabendo que o campo tem 115 m
de comprimento por 75 m de largura e ainda que o campo tem o formato retangular, ajude a
equipe a solucionar o problema, diga quantos metros quadrados de área tem o campo de
futebol?

O triângulo

O triângulo é uma figura geométrica plana formada por três lados e três ângulos. A soma dos
seus ângulos internos é igual 180º.

Para calcular a
área do
triângulo
multiplica-se a base b pela altura h e divide o resultado por 2 (metade da área do retângulo).

Exemplo 3

Encontre a área de um
triângulo cuja base mede
8,2 cm e a altura 3,6 cm.

295
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296
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O trapézio

O trapézio é
uma figura
plana com
um par de
lados
paralelos (bases) e um par de lados concorrentes.

Para calcular a
área do
trapézio adiciona-se a base maior c à base menor a, ao resultado da soma multiplica-se a altura,
e por fim, divide-se o resultado final por 2.

Exemplo 4

Um fazendeiro quer saber a área de um lote de terra que acabara de comprar. O lote tem o
formato de um trapézio. Sabendo que a frente mede 1020 m, o fundo, 815 m e a distância da
frente ao fundo é de 510 m. Determine a área do lote.

297
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Números inteiros

Os números inteiros são números reais e representamos pela letra Z, escrevemos assim:

Z={..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3,...}

É importante ressaltar que os números inteiros são “fechados”, para as operações de adição,
multiplicação e subtração, ou seja, a soma, produto e diferença de dois números inteiros ainda é
um número inteiro.

Há subconjuntos de Z:

•Z* = Z-{0}

•Z+ = conjunto dos inteiros não negativos = {0,1,2,3,4,5,...}

•Z- = conjunto dos inteiros não positivos = {... -5, -4, -3, -2, -1, 0}

Adição

Os termos da adição são chamadas parcelas e o resultado da operação de adição é denominado


soma ou total.

1º parcela + 2º parcela = soma ou total

A ordem das parcelas nunca altera o resultado de uma adição: a + b = b + a

O zero é elemento neutro da adição: 0 + a = a + 0

Subtração

O primeiro termo de uma subtração é chamado minuendo, o segundo, subtraendo e o resultado


da operação de subtração é denominado resto ou diferença.

minuendo - subtraendo = resto ou diferença

A ordem dos termos pode alterar o resultado de uma subtração: a - b ≠ b - a (sempre que a ≠ b)

Se adicionarmos uma constante k ao minuendo, o resto será adicionado de k.

Se adicionarmos uma constante k ao subtraendo, o resto será subtraído de k.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

A subtração é a operação inversa da adição:

M-S=R↔R+S=M

A soma do minuendo com o subtraendo e o resto é sempre igual ao dobro do minuendo.

M+S+R=2×M

Valor absoluto

O Valor absoluto de um número inteiro indica a distância deste número até o zero quando
consideramos a representação dele na reta numérica.

Atenção: O valor absoluto de um número nunca é negativo, pois representa uma distância.

A representação do valor absoluto de um número n é | n |. (Lê-se "valor absoluto de n" ou


"módulo de n".)

Números simétricos

Dois números a e b são ditos simétricos ou opostos quando: a + b = 0

Exemplos:

-3 e 3 são simétricos (ou opostos) pois (-3) + (3) = 0.

4 e -4 são simétricos (ou opostos) pois (4) + (-4) = 0.

O oposto de 5 é -5.

O simétrico de 6 é -6.

O oposto de zero é o próprio zero.

Dois números simétricos sempres têm o mesmo módulo.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Exemplo: |-3| = 3 e |3| = 3

Operações com números inteiros (Z)

Qualquer adição, subtração ou multiplicação de dois números inteiros sempre resulta também
um número inteiro. Dizemos então que estas três operações estão bem definidas em Z ou,
equivalentemente, que o conjunto Z é fechado para qualquer uma destas três operações.

As divisõs, as potenciações e as radiciações entre dois números inteiros nem sempre têm
resultado inteiro. Assim, dizemos que estas três operações não estão bem definidas no conjunto
Z ou, equivalentemente, que Z não é fechado para qualquer uma destas três operações.

Adições e subtrações com números inteiros

Existe um processo que simplifica o cálculo de adições e subtrações com números inteiros.
Observe os exemplos seguintes:

Exemplo1:

Calcular o valor da seguinte expressão:

10 - 7 - 9 + 15 - 3 + 4

Solução:

Faremos duas somas separadas

uma só com os números positivos: 10 + 15 + 4 = +29

outra só com os números negativos: (-7) + (-9) + (-3) = -19

Agora calcularemos a diferença entre os dois totais encontrados: +29 - 19 = +10

Atenção: É preciso dar sermpre ao resultado o sinal do número que tiver o maior valor absoluto!

Exemplo2:

Calcular o valor da seguinte expressão: -10 + 4 - 7 - 8 + 3 - 2

300
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

1º passo: Achar os totais (+) e (-):

(+): +4 + 3 = +7

(-): -10 - 7 - 8 - 2 = -27

2º passo: Calcular a diferença dando a ela o sinal do total que tiver o maior módulo:

-27 + 7 = - 20

Multiplicação

Os termos de uma multiplicação são chamados fatores e o resultado da operação de


multiplicação é donominado produto.

1º fator x 2º fator = produto

O primeiro fator também pode ser chamado multiplicando enquanto o segundo fator pode ser
chamado multiplicador.

A ordem dos fatores nunca altera o resultado de uma multiplicação: a x b = b x a

O número 1 é o elemento neutro da multiplicação: 1 x a = a x 1 = a

Se adicionarmos uma constante k a um dos fatores, o produto será adicionado de k vezes o


outro fator: a x b = c ↔ (a + k) x b = c + (k x b)

Se multiplicarmos um dos fatores por uma constante k, o produto será multiplicado por k: a × b
= c ↔ (a × k) × b = k × c

Podemos distribuir um fator pelos termos de uma adição ou subtração qualquer: a × (b ± c) = (a


× b) ± (a × c)

Divisão inteira

Na divisão inteira de N por D ≠ 0, existirá um único par de inteiros, Q e R, tais que:

Q × D + R = N e 0 ≤ R < R < |D| (onde |D| é o valor absoluto de D)

A segunda condição significa que R (o resto) nunca pode ser negativo.

Os quatro números envolvidos na divisão inteira são assim denominados:

N é o dividendo; D é o divisor (sempre diferente de zero);

Q é o quociente; R é o resto (nunca negativo).

301
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Exemplos:

1) Na divisão inteira de 60 por 7 o dividendo é 60, o divisor é 7, o quociente é 8 e o resto é 4.

8 × 7 + 4 = 60 e 0 ≤ 4 < |7|

2) Na divisão inteira de -60 por 7 o dividendo é -60, o divisor é 7, o quociente é -9 e o resto é 3.

-9 × 7 + 3 = -60 e 0 ≤ 3 < |7|

Quando ocorrer R = 0 na divisão de N por D, teremos Q × D = N e diremos que a divisão é exata


indicando-a como N ÷ D = Q.

Quando a divisão de N por D for exata diremos que N é divisível por D e D é divisor de N ou,
equivalentemente, que N é múltiplo de D e D é fator de N.

O zero é divisível por qualquer número não nulo: D ≠ 0 → 0 ÷ D = 0.

Todo número inteiro é divisível por 1: N ÷ 1 = N.

Se multiplicarmos o dividendo (N) e o divisor (D) de uma divisão por uma constante k ≠ 0, o
quociente (Q) não será alterado mas o resto (R) ficará multiplicado por k, se R × k < D, ou será
igual ao resto da divisão de R × k por D, se R × k ≥ D.

Multiplicação e divisões com números inteiros

Nas multiplicações e divisões de dois números inteiros é preciso observar os sinais dos dois
termos da operação:

Exemplos:

Sinais iguais (+)

Sinais opostos (-)

(+) × (+) = +

(+) × (-) = -

(-) × (-) = +

(-) × (+) = -

(+) ÷ (+) = +

(+) ÷ (-) = -

(-) ÷ (-) = +

(-) ÷ (+) = -

302
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Números fracionários

Numerais fracionários se referem ao fracionamento de uma unidade, de um todo, indicando


assim suas frações, divisões e partes.

Uma ida a pizzaria por exemplo nos permite perceber como é dividida uma pizza, em partes
iguais, ou seja, a pizza que é a parte inteira é dividida em outras partes denominadas partes
fracionadas.

Comumente a pizza é dividida em 8 partes iguais, sendo que cada parte é denominada 1/8 (um
oitavo); nós não temos o costume de chegar a pizzaria e falar com alguém que está a mesa "me
dê 3/8 (três oitavos) de pizza".

Na verdade todos nós pedimos 3 pedaços de pizza, e nem chegamos a dizer "me dê 8/8(oito
oitavos) da pizza", pedimos logo a pizza inteira pois 8/8 quer dizer uma parte inteira.

Como é que você representaria a quantidade referente ao número 1 que foi dividida em 8 partes
iguais?

Simplesmente através da seguinte fração:

Generalizando, a fração é a representação genérica do valor a que é dividido


por b partes iguais, sendo b ≠ 0.

Em toda fração, o termo superior é chamado de numerador e o termo inferior chamamos


de denominador.

Em nossa fração genérica temos que o termo a é o numerador e o termo b é o


seu denominador.

303
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Apesar de matematicamente a forma correta de representação de uma fração ser , por motivos
técnicos em função das limitações da linguagem de texto, geralmente utilizamos a
representação a/b.

Números fracionários

Seria possível substituir a letra X por um número natural que torne a sentença abaixo
verdadeira?

5.X=1

Substituindo X, temos:

X por 0 temos: 5.0 = 0


X por 1 temos: 5.1 = 5.

Portanto, substituindo X por qualquer número natural jamais encontraremos o produto

1. Para resolver esse problema temos que criar novos números. Assim, surgem os números
fracionários.

Toda fração equivalente representa o mesmo número fracionário.

Portanto, uma fração (n diferente de zero) e todas frações equivalentes a ela representam

o mesmo número fracionário .

Resolvendo agora o problema inicial, concluímos que X = , pois .

Adição e subtração de números fracionários

Temos que analisar dois casos:

1º) denominadores iguais

Para somar frações com denominadores iguais, basta somar os numeradores e conservar o
denominador.

Para subtrair frações com denominadores iguais, basta subtrair os numeradores


e conservar o denominador.

304
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Observe os exemplos:

2º) denominadores diferentes

Para somar frações com


denominadores diferentes, uma solução é obter frações equivalentes, de denominadores iguais

ao mmc dos denominadores das frações. Exemplo: somar as frações .

Obtendo o mmc dos denominadores temos mmc(5,2) = 10.

(10:5).4 = 8 (10:2).5 = 25

Resumindo: utilizamos o mmc para obter as frações equivalentes e depois somamos


normalmente as frações, que já terão o mesmo denominador, ou seja, utilizamos o caso 1.

Multiplicação e divisão de números fracionários

Na multiplicação de números fracionários, devemos multiplicar numerador por numerador, e


denominador por denominador, assim como é mostrado nos exemplos abaixo:

Na divisão de números
fracionários, devemos
multiplicar a primeira
fração pelo inverso da
segunda, como é mostrado no exemplo abaixo:

Potenciação e radiciação de
números fracionários

305
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Na potenciação, quando elevamos um número fracionário a um determinado expoente,


estamos elevando o numerador e o denominador a esse expoente, conforme os exemplos
abaixo:

Na radiciação, quando aplicamos a


raiz quadrada a um número
fracionário, estamos aplicando essa
raiz ao numerador e ao denominador,
conforme o exemplo abaixo:

Máximo Divisor Comum

Dois números naturais sempre têm divisores comuns. Por exemplo: os divisores comuns de 12 e
18 são 1,2,3 e 6. Dentre eles, 6 é o maior. Então chamamos o 6 de máximo divisor comum de
12 e 18 e indicamos m.d.c.(12,18) = 6.

O maior divisor comum de dois ou mais números é chamado de máximo divisor comum
desses números. Usamos a abreviação m.d.c.

Exemplos:
mdc (6,12) = 6
mdc (12,20) = 4
mdc (20,24) = 4
mdc (12,20,24) = 4
mdc (6,12,15) = 3

Um modo de calcular o m.d.c. de dois ou mais números é utilizar a decomposição desses


números em fatores primos.

306
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1) decompomos os números em fatores primos;


2) o m.d.c. é o produto dos fatores primos comuns.

Acompanhe o cálculo do m.d.c. entre 36 e 90:


36 = 2 x 2 x 3 x 3
90 = 2x3x3x5

O m.d.c. é o produto dos fatores primos comuns => m.d.c.(36,90) = 2 x 3 x 3


Portanto m.d.c.(36,90) = 18.

Escrevendo a fatoração do número na forma de potência temos:


36 = 22 x 32
90 = 2 x 32 x5

Portanto m.d.c.(36,90) = 2 x 32 = 18.

O m.d.c. de dois ou mais números, quando fatorados, é o produto dos fatores comuns a eles,
cada um elevado ao menor expoente.

CÁLCULO DO M.D.C. PELO PROCESSO DAS DIVISÕES SUCESSIVAS

Nesse processo efetuamos várias divisões até chegar a uma divisão exata.

O divisor desta divisão é o m.d.c. Acompanhe o cálculo do m.d.c.(48,30).

Regra prática:

1º) dividimos o número maior pelo número menor;


48 / 30 = 1 (com resto 18)

2º) dividimos o divisor 30, que é divisor da divisão anterior, por 18, que é o resto da divisão
anterior, e assim sucessivamente;
30 / 18 = 1 (com resto 12)

18 / 12 = 1 (com resto 6)

12 / 6 = 2 (com resto zero - divisão exata)

3º) O divisor da divisão exata é 6. Então m.d.c.(48,30) = 6.

307
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NÚMEROS PRIMOS ENTRE SI

Dois ou mais números são primos entre si quando o máximo


divisor comum desses números é 1.

Exemplos:
Os números 35 e 24 são números primos entre si, pois mdc (35,24) = 1.
Os números 35 e 21 não são números primos entre si, pois mdc (35,21) = 7.

PROPRIEDADE DO M.D.C.

Dentre os números 6, 18 e 30, o número 6 é divisor dos outros dois. Neste caso, 6 é o m.d.c.
(6,18,30). Observe:

6=2x3
18 = 2 x 32
30 = 2 x 3 x 5
Portanto m.d.c.(6,18,30) = 6

Dados dois ou mais números, se um deles é divisor de todos os outros, então


ele é o m.d.c. dos números dados.

Mínimo Múltiplo Comum

Como 24 é divisível por 3 dizemos que 24 é múltiplo de 3.


24 também é múltiplo de 1, 2, 3, 4, 6, 8, 12 e 24.

Se um número é divisível por outro, diferente de zero, então dizemos que ele é
múltiplo desse outro.

308
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Os múltiplos de um número são calculados multiplicando-se esse número pelos números


naturais.

Exemplo: os múltiplos de 7 são:


7x0 , 7x1, 7x2 , 7x3 , 7x4 , ... = 0 , 7 , 14 , 21 , 28 , ...

Observações importantes:
1) Um número tem infinitos múltiplos
2) Zero é múltiplo de qualquer número natural

MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM (M.M.C.)

Dois ou mais números sempre têm múltiplos comuns a eles.

Vamos achar os múltiplos comuns de 4 e 6:


Múltiplos de 6: 0, 6, 12, 18, 24, 30,...
Múltiplos de 4: 0, 4, 8, 12, 16, 20, 24,...
Múltiplos comuns de 4 e 6: 0, 12, 24,...

Dentre estes múltiplos, diferentes de zero, 12 é o menor deles. Chamamos o 12 de mínimo


múltiplo comum de 4 e 6.

O menor múltiplo comum de dois ou mais números, diferente de zero, é chamado de mínimo
múltiplo comum desses números. Usamos a abreviação m.m.c.

Podemos calcular o m.m.c. de dois ou mais números utilizando a fatoração. Acompanhe o


cálculo do m.m.c. de 12 e 30:

1º) decompomos os números em fatores primos


2º) o m.m.c. é o produto dos fatores primos comuns e não-comuns:

12 = 2 x 2 x 3
30 = 2 x 3 x 5
m.m.c (12,30) = 2 x 2 x 3 x 5

309
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Escrevendo a fatoração dos números na forma de potência, temos:


12 = 22 x 3
30 = 2 x 3 x 5
m.m.c (12,30) = 22 x 3 x 5

O m.m.c. de dois ou mais números, quando fatorados, é o produto dos fatores


comuns e não-comuns a eles, cada um elevado ao maior expoente.

PROCESSO DA DECOMPOSIÇÃO SIMULTÂNEA

Neste processo decompomos todos os números ao mesmo tempo,


num dispositivo como mostra a figura ao lado. O produto dos
fatores primos que obtemos nessa decomposição é o m.m.c.
desses números.

Ao lado vemos o cálculo do m.m.c.(15,24,60)

Portanto, m.m.c.(15,24,60) = 2 x 2 x 2 x 3 x 5 = 120

Entre os números 3, 6 e 30, o número 30 é múltiplo dos outros dois. Neste caso, 30 é o m.m.c.
(3,6,30). Observe:

m.m.c.(3,6,30) = 2 x 3 x 5 = 30

Dados dois ou mais números, se um deles é múltiplo de todos os outros, então


ele é o m.m.c. dos números dados.

Considerando os números 4 e 15, que são primos entre si. O m.m.c.(4,15) é igual a 60, que é o
produto de 4 por 15. Observe:

310
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m.m.c.(4,15) = 2 x 2 x 3 x 5 = 60

Dados dois números primos entre si, o m.m.c. deles é o produto desses números.

Raiz quadrada

Determinar a raiz quadrada consiste em calcular o número que, elevado ao quadrado, gera o
valor desejado. Por exemplo, a raiz quadrada do número 25 corresponde ao número 5, pois 5² é
igual a 25. Em algumas situações, descobrir esse número por tentativa pode ser muito cansativo
e bastante complicado. Para resolver tal situação, devemos utilizar uma técnica denominada
decomposição de números em fatores primos, isto é, utilizar a fatoração.

Quando decompomos um número em fatores primos temos a chance de verificar se esse


número é chamado de quadrado perfeito. Fatorar significa escrever o número em uma
multiplicação de fatores primos. A multiplicação de dois números iguais deve ser representada
por uma potenciação de expoente 2. Observe o exemplo a seguir:

Para determinarmos a raiz quadrada do número 196 precisamos primeiramente fatorar e unir os
termos semelhantes, dois a dois.

A raiz quadrada do número 196 corresponde ao número 14. Caso queira tirar a prova real, basta
multiplicar o número por ele mesmo, 14 * 14 = 196.

Vamos continuar determinando a raiz quadrada do número 2704, utilizando a fatoração:

311
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Sistema monetário brasileiro

Sistema monetário é o conjunto de moedas utilizadas num país por imposição de curso legal,
isto é, obrigatoriedade de aceitação em pagamento de mercadorias, débitos ou
serviços. Constitui-se de uma moeda fundamental (moeda padrão), que serve de unidade de
valor (padrão de medida de valores) e de moedas auxiliares, cujos valores são múltiplos ou
submúltiplos daquela.

O sistema monetário abrange, portanto, o numerário da Nação, isto é, todas as moedas


metálicas ou de papel que nela tenham curso legal.

Glossário Básico

MOEDA: (do latim "moneta") - deriva do nome da deusa JUNO MONETA, templo que
manufaturavam as moedas romanas. É qualquer objeto que sirva como meio de troca em um
sistema econômico;

DINHEIRO: Sinônimo de moeda, origem do latim: DENARIUS.

MOEDA FIDUCIÁRIA: Moeda que tem curso obrigatório, por Lei, em um país. No Brasil a
Moeda Fiduciária é o Real - R$.

MOEDA METÁLICA: Cunhagem da moeda em metais preciosos, trazendo seu peso impresso.
Hoje trazem impressos os seus valores;

PAPEL-MOEDA Emissão de recibos pelos cunhadores de moedas. Atualmente é a moeda


escritural emitida pelo Banco Central de cada país.

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MOEDA-ESCRITURAL: Foi criada pelo sistema bancário. Emprestavam os valores acima do lastro
do sistema bancário.

As moedas metálicas

Por muito tempo, os objetos de metal foram mercadorias muito apreciadas. Como sua produção
exigia, além do domínio das técnicas de fundição, o conhecimento dos locais onde o metal
poderia ser encontrado, essa tarefa, naturalmente, não estava ao alcance de todas as pessoas.

A valorização, cada vez maior, destes instrumentos levou à sua utilização como moeda, e ao
aparecimento de réplicas de objetos metálicos, em pequenas dimensões, que circulavam como
dinheiro. Surgem, então, no século VII a.C., as primeiras moedas com características das atuais:
são pequenas peças de metal, com peso e valor definidos e com a impressão do cunho oficial,
isto é, a marca de quem as emitiu, e lhes garante seu valor.

Moedas de prata foram cunhadas na Grécia.

A princípio, essas peças


eram fabricadas por processos manuais muito rudimentares e não eram exatamente iguais,
como as de hoje, que são peças absolutamente iguais umas às outras.

MOEDAS UTILIZADAS NO BRASIL (REAL)

As moedas utilizadas oficialmente no Brasil, e que compõem o Sistema Monetário Brasileiro são:

313
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1 Real R$ 1,00

50 centavos R$ 0,50

25 centavos R$ 0,25

10 centavos R$ 0,10

5 centavos R$ 0,05

As moedas do Real são fabricadas pela Casa da Moeda do Brasil, que é um órgão do governo
federal criado em 1694. Como seu nome já diz, a Casa da Moeda é responsável por produzir
todo o dinheiro que utilizamos para pagar nossas contas, comprar remédios e ir ao cinema, por
exemplo. Esse “dinheiro” inclui não só as moedas, mas também as cédulas do Real.

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Cédulas do Real

315
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Valores:

R$ 2,00

R$ 5,00

R$ 10,00

R$ 25,00

R$ 50,00

R$ 100,00

Agora que você já conhece todas as moedas do Real, vamos observar como isso é cobrado em
prova.

1 - O carro do pai de Tiago gasta R$ 1,00 em gasolina a cada 1min. Para levar Tiago à escola, seu
pai sai de casa às 13h45min e chega lá às 13h55min. Sabendo que o pai dele só tem moedas de
R$ 0,50 no bolso, quantas moedas ele deverá gastar com a gasolina deste percurso?

a) 5 moedas

b) 10 moedas

c) 15 moedas

d) 20 moedas

2 - Lita comprou um sorvete por R$ 1,55. Que moedas ela utilizou para realizar essa compra?

a) 1 moeda de 1 real, 1 moeda de 25 centavos e 1 moeda de 10 centavos

b) 1 moeda de 1 real, 1 moeda de 25 centavos e 2 moedas de 10 centavos

c) 1 moeda de 1 real, 2 moedas de 25 centavos e 1 moeda de 5 centavos

d) 1 moeda de 1 real, 2 moedas de 25 centavos e 1 moeda de 10 centavos

RESPOSTAS

316
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1–D 2–C

Sistema Legal de Medidas

Ao medirmos a altura de uma pessoa, usamos a unidade conhecida como “metro”: 1,60m,
1,83m etc.

Mas seria muito difícil se usássemos a mesma unidade para calcular a distância entre cidades ou
países, pois são longas distâncias, ou seja, números que podem ser muito grandes.

Teríamos dificuldade também ao escrever a espessura de um fio de cabelo ou a tampa de uma


caneta: pequenas distâncias, pequenos números.

Logo, para resolver esse problema, criou-se uma convenção para as unidades de comprimento.

Do maior ao menor: quilômetro, hectômetro, decâmetro, metro, decímetro, centímetro e


milímetro. Seus símbolos são respectivamente: km, hm, dam, dam, m, dm, cm, mm.

Tomando o metro como referência, temos:

Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro

km hm dam m dm cm mm

1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Exemplo

Helena quis usar uma fita em seu embrulho de Natal. Após uma rápida medição notou que
bastavam 45cm (quarenta e cinto centímetros). No entanto, a papelaria aonde foi só vendia a fita
por 3,50 reais a cada metro. Quanto Helena teve que pagar para comprar o tamanho necessário
de fita?
Assim, com a ajuda da tabela acima, temos que: 1cm = 0,01m, portanto 45cm = 0,45m. Daí,
Helena necessita de 0,45m, mas se a cada metro temos 4,00 reais, basta multiplicar 3,50 por 0,45
e temos 1,80 real.

317
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Conversão: 57,83 hectômetros em centímetros:

km hm dam m dm cm mm

5 7, 8 3 0 0

Veja, deixamos a vírgula no hm, completamos o número normalmente e acrescentamos zeros


até chegar à unidade desejada. Então 57,83hm = 578300cm.

Mas e para medir o piso que gostaria de colocar na minha casa? Ou o terreno da minha casa?
Lembre-se de que para calcular a área de um quadrado, basta multiplicar comprimento de seu
lado duas vezes (o que chamamos de elevar ao quadrado). Então a unidade de área é
basicamente elevar ao quadrado a unidade de comprimento. Portanto temos:

Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro


Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado

km² hm² dam² m² dm² cm² mm²

0,1m x
1000m x 1000m = 100m x 100m 10m x 10m 1m x 1m 0,01m x 0,01m 0,001m x 0,001m
0,1m =
1.000.000m² =10.000m² = 100m² = 1m² = 0,0001m² =0,000001m²
0,01m²

Exemplo

Uma loja de construção vende um determinado tipo de ladrilho por 0,04 reais o cm². Roberto
mediu os lados da parede de seu banheiro - de forma retangular - e achou comprimento 2m por
3m. Quanto Roberto deverá desembolsar para comprar o ladrilho? Se a parede tem forma
retangular, basta multiplicar os lados para descobrir sua área, portanto 6m². Temos que
transformar 6m² em cm². Se, pela tabela, 0,00001m² = 1cm² então 1m² = 10.000cm² , portanto,

318
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6m² = 60.000cm². Como cada cm² custa 0,04 reais, então 0,04 x 60.000 = 2.400. Ou seja, Pedro
irá gastar 2400,00 reais.

km² hm² dam² m² dm² cm² mm²

0 0 0 0 7 8 4 5 6, 3

Note que nesse caso dividimos as casas em duas, pois temos a unidade ao quadrado. Repare
também que o caso é bem parecido com a unidade de comprimento.

Portanto, 78456,3dm² = 0,000784563km².

Repare que, para descrever as unidades de área, multiplicamos as unidades duas vezes. O caso
do volume será muito parecido. Basta lembrar que para calcular o volume de um cubo, devemos
fazer a multiplicação do comprimento de suas arestas três vezes (elevar ao cubo), portanto,
basta multiplicar essa quantidade de vezes a unidade de comprimento.

Quilômetro Hectômetro Decâmetr Metro Decímetr Centímetro


Milímetro Cúbico
Cúbico Cúbico o Cúbico Cúbico o Cúbico Cúbico

km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³

100m x 10m x 1m x 1m 0,1m x 0,01m x


1000m x 1000m 0,001m x 0,001m
100m x 100 10m x x 0,1m x 0,01m x
x 1000m = x 0,001m =
=1.000.000 10m = 1m 0,1m = 0,01m =
1.000.000.000m³ 0,000000001m³
m³ 1000m³ = 1m³ 0,001m³ 0,000001m³

Exemplos

Uma viagem de caminhão recolhe uma caçamba de lixo de 5m³ por vez. Se após a obra de um
edifício o entulho foi calculado em 0,015hm³, quantas viagens serão necessárias para remover o
lixo?

Com auxílio da tabela, temos 1hm³ = 1.000.000m³, daí temos um entulho de 0,0152 x 1.000.000
= 15200m³. Se uma viagem retira 5m³, obtemos 15200 ÷ 5 = 3040 viagens.
Conversão: 89.123.539mm³ em dam³

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km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³

0 0 0 0 0 8 9 1 2 3 5 3 9,

Mais uma vez, tomemos de exemplo a unidade de comprimento. Lembrando que dessa vez
dividimos cada casa em três, pois elevamos ao cubo. Daí, 89.123.539mm³ =
0,000089123539dam³.

Unidades de Tempo

Juntamente com o metro, as unidades de medição do tempo são, talvez, as mais comuns.
Segundo (s). E as demais: minuto, hora, dia, ano, década, século e milênio.

1 milênio = 1000 anos ; 1 ano = 365 dias ; 1 dia = 24horas ; 1 hora = 60 min ; 1 minuto = 60
segundos.

Unidades de Massa

Grama (g). Deve ser tratado de maneira semelhante ao da unidade de comprimento. Daí, temos:
quilograma (kg), hectograma (hg), decagrama (dag), grama, decigrama, centigrama e miligrama.
Acrescentando a tonelada (ton). Onde, 1ton = 1.000kg.

320
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Conhecimentos Específicos
1 - Constituição Federal – Art. 1º ao 5º e incisos; Art. 144

TÍTULO I

Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e
o Judiciário.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos;

IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados;

VI - defesa da paz;

321
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VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,


social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.

TÍTULO II

Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO I

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por


dano material, moral ou à imagem;

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício


dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades
civis e militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,


independentemente de censura ou licença;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,


assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar

322
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de
2015) (Vigência)

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e


das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996)

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as


qualificações profissionais que a lei estabelecer;

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando


necessário ao exercício profissional;

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer


pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de


autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades


suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para


representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou


utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de


propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade
produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de


suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

323
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e


voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que


participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
associativas;

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento
tecnológico e econômico do País;

XXX - é garantido o direito de herança;

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira
em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do "de cujus";

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011)

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou


abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e


esclarecimento de situações de interesse pessoal;

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

324
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades


fundamentais;

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de


reclusão, nos termos da lei;

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da


tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-
los, se omitirem; (Regulamento)

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou


militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o


dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e
contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do


delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus
filhos durante o período de amamentação;

325
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,


praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são


assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas
hipóteses previstas em lei; (Regulamento)

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no
prazo legal;

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da


intimidade ou o interesse social o exigirem;

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados


imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso

326
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do


Poder Público;

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em


funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora


torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania;

LXXII - conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,


constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo;

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;

LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso
além do tempo fixado na sentença;

LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: (Vide Lei
nº 7.844, de 1989)

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania. (Regulamento)

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do


processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide ADIN 3392)

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

327
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes


do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem


aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste
parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de 2009, DLG 261, de 2015, DEC 9.522, de
2018) (Vide ADIN 3392)

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha


manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

DA SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através
dos seguintes órgãos:

I - polícia federal;

II - polícia rodoviária federal;

III - polícia ferroviária federal;

IV - polícias civis;

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada pela Emenda


Constitucional nº 104, de 2019)

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreira, destina-se a:" (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)

I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens,


serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim
como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija
repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o


descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas
de competência;

III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada


pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

328
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e


estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias
federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e


estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias
federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a


competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto
as militares.

§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos


corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
atividades de defesa civil.

§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade


federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)

§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do


Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital,
aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 104, de 2019)

§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela


segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.

§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus


bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo
será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82,
de 2014)

I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades


previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente;
e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos
órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma
da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

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2 - Lei Federal nº 13.022 de 08 de agosto de 2014 – Dispões sobre o Estatuto Geral das
Guardas Municipais

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui normas gerais para as guardas municipais, disciplinando o § 8º do
art. 144 da Constituição Federal.

Art. 2º Incumbe às guardas municipais, instituições de caráter civil, uniformizadas e


armadas conforme previsto em lei, a função de proteção municipal preventiva, ressalvadas as
competências da União, dos Estados e do Distrito Federal.

CAPÍTULO II

DOS PRINCÍPIOS

Art. 3º São princípios mínimos de atuação das guardas municipais:

I - proteção dos direitos humanos fundamentais, do exercício da cidadania e das


liberdades públicas;

II - preservação da vida, redução do sofrimento e diminuição das perdas;

III - patrulhamento preventivo;

IV - compromisso com a evolução social da comunidade; e

V - uso progressivo da força.

CAPÍTULO III

DAS COMPETÉNCIAS

Art. 4º É competência geral das guardas municipais a proteção de bens, serviços,


logradouros públicos municipais e instalações do Município.

Parágrafo único. Os bens mencionados no caput abrangem os de uso comum, os de uso


especial e os dominiais.

Art. 5º São competências específicas das guardas municipais, respeitadas as competências


dos órgãos federais e estaduais:

I - zelar pelos bens, equipamentos e prédios públicos do Município;

II - prevenir e inibir, pela presença e vigilância, bem como coibir, infrações penais ou
administrativas e atos infracionais que atentem contra os bens, serviços e instalações municipais;

III - atuar, preventiva e permanentemente, no território do Município, para a proteção


sistêmica da população que utiliza os bens, serviços e instalações municipais;

330
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

IV - colaborar, de forma integrada com os órgãos de segurança pública, em ações


conjuntas que contribuam com a paz social;

V - colaborar com a pacificação de conflitos que seus integrantes presenciarem, atentando


para o respeito aos direitos fundamentais das pessoas;

VI - exercer as competências de trânsito que lhes forem conferidas, nas vias e logradouros
municipais, nos termos da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito
Brasileiro), ou de forma concorrente, mediante convênio celebrado com órgão de trânsito
estadual ou municipal;

VII - proteger o patrimônio ecológico, histórico, cultural, arquitetônico e ambiental do


Município, inclusive adotando medidas educativas e preventivas;

VIII - cooperar com os demais órgãos de defesa civil em suas atividades;

IX - interagir com a sociedade civil para discussão de soluções de problemas e projetos


locais voltados à melhoria das condições de segurança das comunidades;

X - estabelecer parcerias com os órgãos estaduais e da União, ou de Municípios vizinhos,


por meio da celebração de convênios ou consórcios, com vistas ao desenvolvimento de ações
preventivas integradas;

XI - articular-se com os órgãos municipais de políticas sociais, visando à adoção de ações


interdisciplinares de segurança no Município;

XII - integrar-se com os demais órgãos de poder de polícia administrativa, visando a


contribuir para a normatização e a fiscalização das posturas e ordenamento urbano municipal;

XIII - garantir o atendimento de ocorrências emergenciais, ou prestá-lo direta e


imediatamente quando deparar-se com elas;

XIV - encaminhar ao delegado de polícia, diante de flagrante delito, o autor da infração,


preservando o local do crime, quando possível e sempre que necessário;

XV - contribuir no estudo de impacto na segurança local, conforme plano diretor


municipal, por ocasião da construção de empreendimentos de grande porte;

XVI - desenvolver ações de prevenção primária à violência, isoladamente ou em conjunto


com os demais órgãos da própria municipalidade, de outros Municípios ou das esferas estadual
e federal;

XVII - auxiliar na segurança de grandes eventos e na proteção de autoridades e


dignatários; e

XVIII - atuar mediante ações preventivas na segurança escolar, zelando pelo entorno e
participando de ações educativas com o corpo discente e docente das unidades de ensino
municipal, de forma a colaborar com a implantação da cultura de paz na comunidade local.

Parágrafo único. No exercício de suas competências, a guarda municipal poderá colaborar


ou atuar conjuntamente com órgãos de segurança pública da União, dos Estados e do Distrito

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Federal ou de congêneres de Municípios vizinhos e, nas hipóteses previstas nos incisos XIII e XIV
deste artigo, diante do comparecimento de órgão descrito nos incisos do caput do art. 144 da
Constituição Federal , deverá a guarda municipal prestar todo o apoio à continuidade do
atendimento.

CAPÍTULO IV

DA CRIAÇÃO

Art. 6º O Município pode criar, por lei, sua guarda municipal.

Parágrafo único. A guarda municipal é subordinada ao chefe do Poder Executivo


municipal.

Art. 7º As guardas municipais não poderão ter efetivo superior a:

I - 0,4% (quatro décimos por cento) da população, em Municípios com até 50.000
(cinquenta mil) habitantes;

II - 0,3% (três décimos por cento) da população, em Municípios com mais de 50.000
(cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, desde que o efetivo não seja
inferior ao disposto no inciso I;

III - 0,2% (dois décimos por cento) da população, em Municípios com mais de 500.000
(quinhentos mil) habitantes, desde que o efetivo não seja inferior ao disposto no inciso II.

Parágrafo único. Se houver redução da população referida em censo ou estimativa oficial


da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é garantida a preservação do
efetivo existente, o qual deverá ser ajustado à variação populacional, nos termos de lei
municipal.

Art. 8º Municípios limítrofes podem, mediante consórcio público, utilizar, reciprocamente,


os serviços da guarda municipal de maneira compartilhada.

Art. 9º A guarda municipal é formada por servidores públicos integrantes de carreira única
e plano de cargos e salários, conforme disposto em lei municipal.

CAPÍTULO V

DAS EXIGÊNCIAS PARA INVESTIDURA

Art. 10. São requisitos básicos para investidura em cargo público na guarda municipal:

I - nacionalidade brasileira;

II - gozo dos direitos políticos;

III - quitação com as obrigações militares e eleitorais;

IV - nível médio completo de escolaridade;

V - idade mínima de 18 (dezoito) anos;

VI - aptidão física, mental e psicológica; e

332
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

VII - idoneidade moral comprovada por investigação social e certidões expedidas perante
o Poder Judiciário estadual, federal e distrital.

Parágrafo único. Outros requisitos poderão ser estabelecidos em lei municipal.

CAPÍTULO VI

DA CAPACITAÇÃO

Art. 11. O exercício das atribuições dos cargos da guarda municipal requer capacitação
específica, com matriz curricular compatível com suas atividades.

Parágrafo único. Para fins do disposto no caput , poderá ser adaptada a matriz curricular
nacional para formação em segurança pública, elaborada pela Secretaria Nacional de Segurança
Pública (Senasp) do Ministério da Justiça.

Art. 12. É facultada ao Município a criação de órgão de formação, treinamento e


aperfeiçoamento dos integrantes da guarda municipal, tendo como princípios norteadores os
mencionados no art. 3º .

§ 1º Os Municípios poderão firmar convênios ou consorciar-se, visando ao atendimento


do disposto no caput deste artigo.

§ 2º O Estado poderá, mediante convênio com os Municípios interessados, manter órgão


de formação e aperfeiçoamento centralizado, em cujo conselho gestor seja assegurada a
participação dos Municípios conveniados.

§ 3º O órgão referido no § 2º não pode ser o mesmo destinado a formação, treinamento


ou aperfeiçoamento de forças militares.

CAPÍTULO VII

DO CONTROLE

Art. 13. O funcionamento das guardas municipais será acompanhado por órgãos próprios,
permanentes, autônomos e com atribuições de fiscalização, investigação e auditoria, mediante:

I - controle interno, exercido por corregedoria, naquelas com efetivo superior a 50


(cinquenta) servidores da guarda e em todas as que utilizam arma de fogo, para apurar as
infrações disciplinares atribuídas aos integrantes de seu quadro; e

II - controle externo, exercido por ouvidoria, independente em relação à direção da


respectiva guarda, qualquer que seja o número de servidores da guarda municipal, para receber,
examinar e encaminhar reclamações, sugestões, elogios e denúncias acerca da conduta de seus
dirigentes e integrantes e das atividades do órgão, propor soluções, oferecer recomendações e
informar os resultados aos interessados, garantindo-lhes orientação, informação e resposta.

§ 1º O Poder Executivo municipal poderá criar órgão colegiado para exercer o controle
social das atividades de segurança do Município, analisar a alocação e aplicação dos recursos
públicos e monitorar os objetivos e metas da política municipal de segurança e, posteriormente,

333
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

a adequação e eventual necessidade de adaptação das medidas adotadas face aos resultados
obtidos.

§ 2º Os corregedores e ouvidores terão mandato cuja perda será decidida pela maioria
absoluta da Câmara Municipal, fundada em razão relevante e específica prevista em lei
municipal.

Art. 14. Para efeito do disposto no inciso I do caput do art. 13, a guarda municipal terá
código de conduta próprio, conforme dispuser lei municipal.

Parágrafo único. As guardas municipais não podem ficar sujeitas a regulamentos


disciplinares de natureza militar.

CAPÍTULO VIII

DAS PRERROGATIVAS

Art. 15. Os cargos em comissão das guardas municipais deverão ser providos por
membros efetivos do quadro de carreira do órgão ou entidade.

§ 1º Nos primeiros 4 (quatro) anos de funcionamento, a guarda municipal poderá ser


dirigida por profissional estranho a seus quadros, preferencialmente com experiência ou
formação na área de segurança ou defesa social, atendido o disposto no caput .

§ 2º Para ocupação dos cargos em todos os níveis da carreira da guarda municipal, deverá
ser observado o percentual mínimo para o sexo feminino, definido em lei municipal.

§ 3º Deverá ser garantida a progressão funcional da carreira em todos os níveis.

Art. 16. Aos guardas municipais é autorizado o porte de arma de fogo, conforme previsto
em lei.

Parágrafo único. Suspende-se o direito ao porte de arma de fogo em razão de restrição


médica, decisão judicial ou justificativa da adoção da medida pelo respectivo dirigente.

Art. 17. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) destinará linha telefônica de


número 153 e faixa exclusiva de frequência de rádio aos Municípios que possuam guarda
municipal.

Art. 18. É assegurado ao guarda municipal o recolhimento à cela, isoladamente dos


demais presos, quando sujeito à prisão antes de condenação definitiva.

CAPÍTULO IX

DAS VEDAÇÕES

Art. 19. A estrutura hierárquica da guarda municipal não pode utilizar denominação
idêntica à das forças militares, quanto aos postos e graduações, títulos, uniformes, distintivos e
condecorações.

CAPÍTULO X

DA REPRESENTATIVIDADE

334
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 20. É reconhecida a representatividade das guardas municipais no Conselho Nacional


de Segurança Pública, no Conselho Nacional das Guardas Municipais e, no interesse dos
Municípios, no Conselho Nacional de Secretários e Gestores Municipais de Segurança Pública.

CAPÍTULO XI

DISPOSIÇÕES DIVERSAS E TRANSITÓRIAS

Art. 21. As guardas municipais utilizarão uniforme e equipamentos padronizados,


preferencialmente, na cor azul-marinho.

Art. 22. Aplica-se esta Lei a todas as guardas municipais existentes na data de sua
publicação, a cujas disposições devem adaptar-se no prazo de 2 (dois) anos.

Parágrafo único. É assegurada a utilização de outras denominações consagradas pelo uso,


como guarda civil, guarda civil municipal, guarda metropolitana e guarda civil metropolitana.

Art. 23. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 8 de agosto de 2014; 193º da Independência e 126º da República.

DILMA ROUSSEFF

O item de número 3 foi suprimido do edital, mas será retificado tão logo a organizadora
publique uma possível correção.

4 - Decreto Lei 2.848 de 07 de dezembro de 1940 – Código Penal – Artigo de 121 ao 180 e
do Art. 312 ao 337

TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA

Homicídio simples

Art. 121. Matar alguem:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Caso de diminuição de pena

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou
sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode
reduzir a pena de um sexto a um terço.

Homicídio qualificado

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 2° Se o homicídio é cometido:

I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;

II - por motivo futil;

III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou
cruel, ou de que possa resultar perigo comum;

IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou


torne impossivel a defesa do ofendido;

V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº
13.104, de 2015)

VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício
da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de
2015)

VIII - (VETADO): (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime


envolve: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de


2015)

Homicídio culposo

336
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)

Pena - detenção, de um a três anos.

Aumento de pena

§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de


inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para
evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se
o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta)
anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)

§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as


conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se
torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)

§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por
milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de
extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012)

§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº
13.104, de 2015)

II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência
ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade
física ou mental; (Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018)

III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; (Redação


dada pela Lei nº 13.771, de 2018)

IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do


caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.771, de 2018)

Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação (Redação dada pela Lei


nº 13.968, de 2019)

Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-


lhe auxílio material para que o faça: (Redação dada pela Lei nº 13.968, de 2019)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.968, de
2019)

§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza


grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código: (Incluído pela Lei nº
13.968, de 2019)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)

§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: (Incluído pela Lei


nº 13.968, de 2019)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)

§ 3º A pena é duplicada: (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)

I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; (Incluído pela Lei nº
13.968, de 2019)

II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de


resistência. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)

§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de


computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. (Incluído pela Lei nº 13.968, de
2019)

§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de


rede virtual. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)

§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de natureza


gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade
ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por
qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito no §
2º do art. 129 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)

338
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 (quatorze)


anos ou contra quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por
qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de
homicídio, nos termos do art. 121 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)

Infanticídio

Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou
logo após:

Pena - detenção, de dois a seis anos.

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento

Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: (Vide
ADPF 54)

Pena - detenção, de um a três anos.

Aborto provocado por terceiro

Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:

Pena - reclusão, de três a dez anos.

Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54)

Pena - reclusão, de um a quatro anos.

Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze
anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave
ameaça ou violência

Forma qualificada

Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se,
em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão
corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a
morte.

Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)

Aborto necessário

I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante


ou, quando incapaz, de seu representante legal.

CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Lesão corporal

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Lesão corporal de natureza grave

§ 1º Se resulta:

I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;

II - perigo de vida;

III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;

IV - aceleração de parto:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 2° Se resulta:

I - Incapacidade permanente para o trabalho;

II - enfermidade incuravel;

III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;

IV - deformidade permanente;

V - aborto:

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Lesão corporal seguida de morte

§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado,


nem assumiu o risco de produzí-lo:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Diminuição de pena

§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou
sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode
reduzir a pena de um sexto a um terço.

Substituição da pena

§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:

I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;

II - se as lesões são recíprocas.

Lesão corporal culposa

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)

Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Aumento de pena

§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4 o e
6o do art. 121 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012)

§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação dada pela Lei nº


8.069, de 1990)

Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)

§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou


companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente
das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340,
de 2006)

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de
2006)

§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas
no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)

§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for
cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006)

§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública,
no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois
terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)

CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE

Perigo de contágio venéreo

Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a
contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 2º - Somente se procede mediante representação.

Perigo de contágio de moléstia grave

341
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está
contaminado, ato capaz de produzir o contágio:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Perigo para a vida ou saúde de outrem

Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:

Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da


saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em
estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei
nº 9.777, de 1998)

Abandono de incapaz

Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e,
por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:

Pena - detenção, de seis meses a três anos.

§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 2º - Se resulta a morte:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Aumento de pena

§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:

I - se o abandono ocorre em lugar ermo;

II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.

III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)

Exposição ou abandono de recém-nascido

Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena - detenção, de um a três anos.

§ 2º - Se resulta a morte:

Pena - detenção, de dois a seis anos.

Omissão de socorro

342
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e
iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de


natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial (Incluído pela Lei nº


12.653, de 2012).

Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o
preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento
médico-hospitalar emergencial: (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 12.653, de
2012).

Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta


lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. (Incluído pela Lei nº 12.653,
de 2012).

Maus-tratos

Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou
vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de
alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado,
quer abusando de meios de correção ou disciplina:

Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.

§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena - reclusão, de um a quatro anos.

§ 2º - Se resulta a morte:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14


(catorze) anos. (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990)

CAPÍTULO IV
DA RIXA

Rixa

Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores:

Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato
da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.

CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA

Calúnia

Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.

§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.

Exceção da verdade

§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:

I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado
por sentença irrecorrível;

II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;

III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível.

Difamação

Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Exceção da verdade

Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário


público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Injúria

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:

I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;

II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio
empregado, se considerem aviltantes:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à


violência.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião,


origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei
nº 10.741, de 2003)

Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997)

Disposições comuns

Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos
crimes é cometido:

I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;

II - contra funcionário público, em razão de suas funções;

III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da
difamação ou da injúria.

IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso


de injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)

§ 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena


em dobro. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Exclusão do crime

Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:

I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;

II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca


a intenção de injuriar ou difamar;

III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação


que preste no cumprimento de dever do ofício.

Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem
lhe dá publicidade.

Retratação

Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da


difamação, fica isento de pena.

Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação
utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido,
pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. (Incluído pela Lei nº 13.188, de 2015)

Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem
se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério
do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo
quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.

Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I


do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II
do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código. (Redação dada pela
Lei nº 12.033. de 2009)

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

SEÇÃO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL

Constrangimento ilegal

Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe
haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei
permite, ou a fazer o que ela não manda:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Aumento de pena

§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do


crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.

§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.

§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:

I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu


representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;

II - a coação exercida para impedir suicídio.

Ameaça

Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio
simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.

Seqüestro e cárcere privado

Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere


privado: (Vide Lei nº 10.446, de 2002)

Pena - reclusão, de um a três anos.

§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de


60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)

II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;

III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.

IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº


11.106, de 2005)

V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)

§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave


sofrimento físico ou moral:

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Redução a condição análoga à de escravo

Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos
forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer
restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o
empregador ou preposto: (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à


violência. (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)

I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de
retê-lo no local de trabalho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)

II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou


objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. (Incluído pela Lei
nº 10.803, de 11.12.2003)

§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído pela Lei nº


10.803, de 11.12.2003)

I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)

II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. (Incluído pela Lei
nº 10.803, de 11.12.2003)

Tráfico de Pessoas (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher
pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade
de: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; (Incluído pela Lei nº 13.344, de


2016) (Vigência)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; (Incluído pela Lei


nº 13.344, de 2016) (Vigência)

III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; (Incluído pela Lei nº 13.344, de


2016) (Vigência)

IV - adoção ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

V - exploração sexual. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.344,
de 2016) (Vigência)

§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade se: (Incluído pela Lei nº


13.344, de 2016) (Vigência)

I - o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto
de exercê-las; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com


deficiência; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de


hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica
inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; ou (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016) (Vigência)

IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional. (Incluído pela


Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar


organização criminosa. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

SEÇÃO II
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO

Violação de domicílio

Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade


expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de


violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.

§ 2º - (Revogado pela Lei nº 13.869, de 2019) (Vigência)

§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas


dependências:

348
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra
diligência;

II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na
iminência de o ser.

§ 4º - A expressão "casa" compreende:

I - qualquer compartimento habitado;

II - aposento ocupado de habitação coletiva;

III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.

§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa":

I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a


restrição do n.º II do parágrafo anterior;

II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

SEÇÃO III
DOS CRIMES CONTRA A
INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA

Violação de correspondência

Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a


outrem:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Sonegação ou destruição de correspondência

§ 1º - Na mesma pena incorre:

I - quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada e, no


todo ou em parte, a sonega ou destrói;

Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica

II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusivamente comunicação


telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas;

III - quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número anterior;

IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem observância de


disposição legal.

§ 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem.

§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal, telegráfico,


radioelétrico ou telefônico:

Pena - detenção, de um a três anos.

349
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 4º - Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º.

Correspondência comercial

Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento comercial ou


industrial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência, ou
revelar a estranho seu conteúdo:

Pena - detenção, de três meses a dois anos.

Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.

SEÇÃO IV
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS

Divulgação de segredo

Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de
correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa
produzir dano a outrem:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a dois contos de
réis. (Vide Lei nº 7.209, de 1984)

§ 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo único renumerado pela Lei nº


9.983, de 2000)

§ 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em
lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração
Pública: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será


incondicionada. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Violação do segredo profissional

Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de
função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa de um conto a dez contos de


réis. (Vide Lei nº 7.209, de 1984)

Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.

Invasão de dispositivo informático (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de


computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter,
adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do

350
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: (Incluído pela Lei nº
12.737, de 2012) Vigência

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 12.737,
de 2012) Vigência

§ 1o Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde


dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida
no caput. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

§ 2o Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo


econômico. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

§ 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas


privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o
controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: (Incluído pela Lei nº 12.737, de
2012) Vigência

Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime
mais grave. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação,


comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos.
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

§ 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra:


(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

I - Presidente da República, governadores e prefeitos; (Incluído pela Lei nº 12.737, de


2012) Vigência

II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei nº 12.737, de


2012) Vigência

III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa


de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou (Incluído
pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do


Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

Ação penal (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante
representação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de
qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas
concessionárias de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

CAPÍTULO I
DO FURTO

Furto

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.

§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir


a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena
de multa.

§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor
econômico.

Furto qualificado

§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:

I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;

II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;

III - com emprego de chave falsa;

IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.

§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de


explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº
13.654, de 2018)

§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que
venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. (Incluído pela Lei nº 9.426,
de 1996)

§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente


domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da
subtração. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)

§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de


substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua
fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

Furto de coisa comum

Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem
legitimamente a detém, a coisa comum:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

§ 1º - Somente se procede mediante representação.

352
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a
que tem direito o agente.

CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO

Roubo

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência
contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da
coisa para si ou para terceiro.

§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada pela Lei nº
13.654, de 2018)

I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)

II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;

III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal


circunstância.

IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua


liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou


isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela Lei
nº 13.654, de 2018)

VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma


branca; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei nº 13.654, de
2018)

I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; (Incluído


pela Lei nº 13.654, de 2018)

II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de


artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso
restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)

I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e


multa; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. (Incluído


pela Lei nº 13.654, de 2018)

Extorsão

Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de
obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou
deixar de fazer alguma coisa:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma,


aumenta-se a pena de um terço até metade.

§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo


anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90

§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é


necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze)
anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no
art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009)

Extorsão mediante seqüestro

Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de
25.7.90 (Vide Lei nº 10.446, de 2002)

Pena - reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
25.7.1990)

§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18


(dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou
quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Redação dada pela Lei nº 10.741, de
2003)

Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
25.7.1990)

§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei nº 8.072, de


25.7.90

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação dada pela Lei nº
8.072, de 25.7.1990)

§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90

Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072,
de 25.7.1990)

§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade,


facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois
terços. (Redação dada pela Lei nº 9.269, de 1996)

Extorsão indireta

Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém,
documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

CAPÍTULO III
DA USURPAÇÃO

Alteração de limites

Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha
divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:

Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem:

Usurpação de águas

I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;

Esbulho possessório

II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de


duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.

§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada.

§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede


mediante queixa.

Supressão ou alteração de marca em animais

Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal
indicativo de propriedade:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.

CAPÍTULO IV
DO DANO

355
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Dano

Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Dano qualificado

Parágrafo único - Se o crime é cometido:

I - com violência à pessoa ou grave ameaça;

II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais
grave

III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de


autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa
concessionária de serviços públicos; (Redação dada pela Lei nº 13.531, de 2017)

IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.

Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia

Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem
de direito, desde que o fato resulte prejuízo:

Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.

Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico

Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em
virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Alteração de local especialmente protegido

Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente
protegido por lei:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Ação penal

Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se
procede mediante queixa.

CAPÍTULO V
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Apropriação indébita

356
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:

I - em depósito necessário;

II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou


depositário judicial;

III - em razão de ofício, emprego ou profissão.

Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos


contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência


social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou
arrecadada do público; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas


contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; (Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000)

III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem
sido reembolsados à empresa pela previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o


pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à
previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação
fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente


for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o


pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)

II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica aos casos de parcelamento de


contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido,
administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções
fiscais. (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)

Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza

Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou
força da natureza:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Parágrafo único - Na mesma pena incorre:

Apropriação de tesouro

I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que
tem direito o proprietário do prédio;

Apropriação de coisa achada

II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de
restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no
prazo de quinze dias.

Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º.

CAPÍTULO VI
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

Estelionato

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de
réis. (Vide Lei nº 7.209, de 1984)

§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena


conforme o disposto no art. 155, § 2º.

§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:

Disposição de coisa alheia como própria

I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como


própria;

Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria

II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de


ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em
prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Defraudação de penhor

III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a
garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;

Fraude na entrega de coisa

IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;

Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro

V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a


saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou
valor de seguro;

Fraude no pagamento por meio de cheque

VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o
pagamento.

§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade


de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.

Estelionato contra idoso

§ 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso. (Incluído pela
Lei nº 13.228, de 2015)

§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for: (Incluído


pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - a Administração Pública, direta ou indireta; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - pessoa com deficiência mental; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. (Incluído pela Lei nº 13.964, de


2019)

Duplicata simulada

Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria
vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. (Redação dada pela Lei nº 8.137,
de 27.12.1990)

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que falsificar ou adulterar a
escrituração do Livro de Registro de Duplicatas. (Incluído pela Lei nº 5.474. de 1968)

Abuso de incapazes

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência


de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática
de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Induzimento à especulação

Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou


inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com
títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Fraude no comércio

Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou consumidor:

I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;

II - entregando uma mercadoria por outra:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de metal ou


substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra
falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.

Outras fraudes

Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de


transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento:

Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.

Parágrafo único - Somente se procede mediante representação, e o juiz pode, conforme as


circunstâncias, deixar de aplicar a pena.

Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por ações

Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em prospecto ou em


comunicação ao público ou à assembléia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou
ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não constitui crime contra a
economia popular.

§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a economia


popular: (Vide Lei nº 1.521, de 1951)

360
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em prospecto, relatório,


parecer, balanço ou comunicação ao público ou à assembléia, faz afirmação falsa sobre as
condições econômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a
elas relativo;

II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício, falsa cotação das
ações ou de outros títulos da sociedade;

III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, em proveito próprio
ou de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da assembléia geral;

IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade, ações por ela
emitidas, salvo quando a lei o permite;

V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita em penhor ou em


caução ações da própria sociedade;

VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com este, ou mediante


balanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios;

VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou conluiado com acionista,
consegue a aprovação de conta ou parecer;

VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;

IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a funcionar no País, que


pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo.

§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, e multa, o acionista que, a
fim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembléia
geral.

Emissão irregular de conhecimento de depósito ou "warrant"

Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com disposição


legal:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Fraude à execução

Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou


simulando dívidas:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.

CAPÍTULO VII
DA RECEPTAÇÃO

Receptação

361
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio,
coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou
oculte: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
1996)

Receptação qualificada (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,


remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio,
no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de
crime: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
1996)

§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma


de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência. (Redação dada
pela Lei nº 9.426, de 1996)

§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e
o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio
criminoso: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas. (Redação dada


pela Lei nº 9.426, de 1996)

§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime


de que proveio a coisa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração


as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do
art. 155. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

§ 6o Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de


Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou
empresa concessionária de serviços públicos, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste
artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.531, de 2017)

Receptação de animal

Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender,
com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção,
ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime: (Incluído
pela Lei nº 13.330, de 2016)

362
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.330, de
2016)

TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Peculato

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do


dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou
alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

Peculato culposo

§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença


irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

Peculato mediante erro de outrem

Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo,


recebeu por erro de outrem:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar
ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da
Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para
causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000))

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (Incluído pela Lei nº


9.983, de 2000)

363
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de


informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)

Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou


alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.(Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento

Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do
cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Emprego irregular de verbas ou rendas públicas

Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

Concussão

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
13.964, de 2019)

Excesso de exação

§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber


indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não
autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)

§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu


indevidamente para recolher aos cofres públicos:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Corrupção passiva

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:

364
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
10.763, de 12.11.2003)

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o


funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever
funcional.

§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de


dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Facilitação de contrabando ou descaminho

Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou


descaminho (art. 334):

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)

Prevaricação

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de
vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação
com outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).

Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Condescendência criminosa

Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que


cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao
conhecimento da autoridade competente:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Advocacia administrativa

Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração


pública, valendo-se da qualidade de funcionário:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:

Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Violência arbitrária

365
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.

Abandono de função

Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado

Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou
continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado,
removido, substituído ou suspenso:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Violação de sigilo funcional

Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em
segredo, ou facilitar-lhe a revelação:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais
grave.

§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou


qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco
de dados da Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: (Incluído


pela Lei nº 9.983, de 2000)

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Violação do sigilo de proposta de concorrência

Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro


o ensejo de devassá-lo:

Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.

Funcionário público

366
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em


entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000)

§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento
de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação
instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Usurpação de função pública

Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:

Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.

Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Resistência

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:

Pena - reclusão, de um a três anos.

§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.

Desobediência

Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:

Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

Desacato

Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)

367
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa
de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da
função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de
1995)

Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a


vantagem é também destinada ao funcionário. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)

Corrupção ativa

Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-
lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de
12.11.2003)

Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou


promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.

Descaminho

Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela
entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)

§ 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; (Redação dada
pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; (Redação dada pela Lei nº
13.008, de 26.6.2014)

III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de
procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou

368
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou


de importação fraudulenta por parte de outrem; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade


comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de
documentação legal ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos. (Redação dada
pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de


comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em
residências. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em transporte


aéreo, marítimo ou fluvial. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

Contrabando

Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

§ 1o Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; (Incluído pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)

II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise ou


autorização de órgão público competente; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação; (Incluído


pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

369
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em


proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria
proibida pela lei brasileira; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade


comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira. (Incluído pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer
forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em
residências. (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)

§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte


aéreo, marítimo ou fluvial. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência

Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública,
promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal;
afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude
ou oferecimento de vantagem:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena correspondente à
violência.

Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar, em


razão da vantagem oferecida.

Inutilização de edital ou de sinal

Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado por ordem
de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou
por ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer objeto:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Subtração ou inutilização de livro ou documento

Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento
confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório,


mediante as seguintes condutas: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

370
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto


pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou
trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)

II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as


quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de
serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou


creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias: (Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000)

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as


contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na
forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)

§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente


for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

I – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não


ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço
até a metade ou aplicar apenas a de multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos
mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)

CAPÍTULO II-A
(Incluído pela Lei nº 10.467, de 11.6.2002)

DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


ESTRANGEIRA

Corrupção ativa em transação comercial internacional

Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a


funcionário público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a praticar, omitir ou
retardar ato de ofício relacionado à transação comercial internacional: (Incluído pela Lei nº
10467, de 11.6.2002)

371
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10467, de
11.6.2002)

Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da vantagem ou
promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o pratica
infringindo dever funcional. (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)

Tráfico de influência em transação comercial internacional (Incluído pela Lei nº 10467,


de 11.6.2002)

Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário
público estrangeiro no exercício de suas funções, relacionado a transação comercial
internacional: (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10467, de
11.6.2002)

Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a


vantagem é também destinada a funcionário estrangeiro. (Incluído pela Lei nº 10467, de
11.6.2002)

Funcionário público estrangeiro (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)

Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os efeitos penais, quem, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública em
entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro. (Incluído pela Lei nº
10467, de 11.6.2002)

Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exerce cargo,


emprego ou função em empresas controladas, diretamente ou indiretamente, pelo Poder
Público de país estrangeiro ou em organizações públicas internacionais. (Incluído pela Lei nº
10467, de 11.6.2002)

5 - Lei Federal nº 10.826 de 22 de dezembro de 2003 – Estatuto do Desarmamento;

CAPÍTULO I

DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da Justiça, no


âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional.

Art. 2o Ao Sinarm compete:

I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro;

372
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;

III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas pela


Polícia Federal;

IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências


suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas
de segurança privada e de transporte de valores;

V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento de arma


de fogo;

VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;

VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos


policiais e judiciais;

VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para exercer
a atividade;

IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e


importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;

X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões de


raiamento e de microestriamento de projétil disparado, conforme marcação e testes
obrigatoriamente realizados pelo fabricante;

XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os


registros e autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como
manter o cadastro atualizado para consulta.

Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo das Forças
Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus registros próprios.

CAPÍTULO II

DO REGISTRO

Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.

Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do


Exército, na forma do regulamento desta Lei.

Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar
a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:

I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de


antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar
respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios
eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma


de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.

§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os


requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo
intransferível esta autorização.

§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma


registrada e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei
nº 11.706, de 2008)

§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a


comunicar a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com
todas as características da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo.

§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde


legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não
forem vendidas.

§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas


somente será efetivada mediante autorização do Sinarm.

§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1 o será concedida, ou recusada com a


devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do
interessado.

§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do cumprimento dos requisitos dos


incisos I, II e III deste artigo.

§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput deste artigo, na
forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove
estar autorizado a portar arma com as mesmas características daquela a ser
adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território


nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua
residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que
seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação dada
pela Lei nº 10.884, de 2004)

§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será
precedido de autorização do Sinarm.

§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4 o deverão ser comprovados


periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido no
regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo.

374
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de propriedade expedido


por órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da publicação desta Lei que não optar pela
entrega espontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro
federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de documento de identificação
pessoal e comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento de taxas e do
cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)

§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3 o deste artigo, o proprietário de arma de


fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisório,
expedido na rede mundial de computadores - internet, na forma do regulamento e obedecidos
os procedimentos a seguir: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

I - emissão de certificado de registro provisório pela internet, com validade inicial de 90


(noventa) dias; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do certificado de registro


provisório pelo prazo que estimar como necessário para a emissão definitiva do certificado de
registro de propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput deste artigo, considera-
se residência ou domicílio toda a extensão do respectivo imóvel rural. (Incluído pela Lei nº
13.870, de 2019)

CAPÍTULO III

DO PORTE

Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os
casos previstos em legislação própria e para:

I – os integrantes das Forças Armadas;

II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144
da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP); (Redação
dada pela Lei nº 13.500, de 2017)

III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com
mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta
Lei; (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948)

IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta
mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; (Redação dada
pela Lei nº 10.867, de 2004) (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948)

V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do


Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República; (Vide Decreto nº 9.685, de 2019)

375
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da
Constituição Federal;

VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das
escoltas de presos e as guardas portuárias;

VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos termos


desta Lei;

IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas


atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei,
observando-se, no que couber, a legislação ambiental.

X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal


do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. (Redação dada pela Lei nº
11.501, de 2007)

XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios


Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais que
efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na forma de regulamento a ser
emitido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público
- CNMP. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo terão direito de
portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou
instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com validade em
âmbito nacional para aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela Lei nº
11.706, de 2008)

§ 1o-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais poderão portar


arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição,
mesmo fora de serviço, desde que estejam: (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)

I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)

II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e (Incluído pela Lei nº


12.993, de 2014)

III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno. (Incluído pela Lei


nº 12.993, de 2014)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)

§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das instituições descritas
nos incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicionada à comprovação do requisito a
que se refere o inciso III do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabelecidas no
regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está condicionada
à formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial, à
existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no
regulamento desta Lei, observada a supervisão do Ministério da Justiça. (Redação dada
pela Lei nº 10.884, de 2004)

§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do Distrito


Federal, bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito
no art. 4o, ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo,
na forma do regulamento desta Lei.

§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem
depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será
concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador para subsistência,
de uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de
calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva
necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes
documentos: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

I - documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

II - comprovante de residência em área rural; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

III - atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 6o O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo,
independentemente de outras tipificações penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal
ou por disparo de arma de fogo de uso permitido. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de
2008)

§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram regiões
metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em serviço. (Incluído pela
Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e
de transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e
guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo
essas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente,

377
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome
da empresa.

§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança privada e de


transporte de valores responderá pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei,
sem prejuízo das demais sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência policial
e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de
fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas
depois de ocorrido o fato.

§ 2o A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresentar documentação


comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art. 4 o desta Lei quanto aos
empregados que portarão arma de fogo.

§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo deverá ser atualizada
semestralmente junto ao Sinarm.

Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições descritas no inciso
XI do art. 6o serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas instituições,
somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar as condições de
uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e
a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição. (Incluído
pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo independe do
pagamento de taxa. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará os servidores de


seus quadros pessoais no exercício de funções de segurança que poderão portar arma de fogo,
respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de servidores que exerçam
funções de segurança. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 3o O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este artigo fica
condicionado à apresentação de documentação comprobatória do preenchimento dos
requisitos constantes do art. 4o desta Lei, bem como à formação funcional em estabelecimentos
de ensino de atividade policial e à existência de mecanismos de fiscalização e de controle
interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.694,
de 2012)

§ 4o A listagem dos servidores das instituições de que trata este artigo deverá ser
atualizada semestralmente no Sinarm. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 5o As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocorrência policial e a
comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas
de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)
horas depois de ocorrido o fato. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente constituídas


devem obedecer às condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente,
respondendo o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua guarda na forma do
regulamento desta Lei.

Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os


responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao
Comando do Exército, nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte
de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes
estrangeiros em competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.

Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território
nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do
Sinarm.

§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e
territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente:

I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou


de ameaça à sua integridade física;

II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;

III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido
registro no órgão competente.

§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá


automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de
embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas.

Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do Anexo desta Lei, pela
prestação de serviços relativos:

I – ao registro de arma de fogo;

II – à renovação de registro de arma de fogo;

III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;

IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;

V – à renovação de porte de arma de fogo;

VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo.

§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das atividades do


Sinarm, da Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito de suas respectivas
responsabilidades.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as pessoas e as instituições
a que se referem os incisos I a VII e X e o § 5 o do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
11.706, de 2008)

Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as condições do credenciamento


de profissionais pela Polícia Federal para comprovação da aptidão psicológica e da capacidade
técnica para o manuseio de arma de fogo. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo psicólogo não poderá


exceder ao valor médio dos honorários profissionais para realização de avaliação psicológica
constante do item 1.16 da tabela do Conselho Federal de Psicologia. (Incluído pela Lei nº
11.706, de 2008)

§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado pelo instrutor de armamento


e tiro não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da munição. (Incluído
pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1 o e 2o deste artigo implicará o


descredenciamento do profissional pela Polícia Federal. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
2008)

CAPÍTULO IV

DOS CRIMES E DAS PENAS

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso
permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência
ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o
responsável legal do estabelecimento ou empresa:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Omissão de cautela

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito)
anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua
posse ou que seja de sua propriedade:

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de


empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de
comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo,
acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois
de ocorrido o fato.

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo,
acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação
legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo
estiver registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)

Disparo de arma de fogo

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas
adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como
finalidade a prática de outro crime:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma
de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de


fogo ou artefato;

II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de


fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro
autoridade policial, perito ou juiz;

III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem


autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;

IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca
ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;

V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório,


munição ou explosivo a criança ou adolescente; e

VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma,


munição ou explosivo.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso


proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)

Comércio ilegal de arma de fogo

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,
montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou
munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964,
de 2019)

§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
residência. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial
disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Tráfico internacional de arma de fogo

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer
título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
13.964, de 2019)

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou
munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade competente, a agente
policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de
fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.

Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade
se: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta
Lei; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)

Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade
provisória. (Vide Adin 3.112-1)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

CAPÍTULO V

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados e o Distrito
Federal para o cumprimento do disposto nesta Lei.

Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das armas de fogo e
demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor
histórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do
Comando do Exército. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 1o Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicionadas em


embalagens com sistema de código de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a
identificação do fabricante e do adquirente, entre outras informações definidas pelo
regulamento desta Lei.

§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão expedidas autorizações de compra
de munição com identificação do lote e do adquirente no culote dos projéteis, na forma do
regulamento desta Lei.

§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publicação desta Lei
conterão dispositivo intrínseco de segurança e de identificação, gravado no corpo da arma,
definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos previstos no art. 6 o.

§ 4o As instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas nos incisos III e IV


do caput do art. 6o desta Lei e no seu § 7o poderão adquirir insumos e máquinas de recarga de
munição para o fim exclusivo de suprimento de suas atividades, mediante autorização concedida
nos termos definidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando
do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço alfandegário
e o comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de
trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.

Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada
aos autos, quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz
competente ao Comando do Exército, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, para
destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do
regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que receberem parecer


favorável à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou órgão de
segurança pública, atendidos os critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e
ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em relatório reservado trimestral a ser
encaminhado àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de
interesse. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

383
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas em decorrência do tráfico de drogas de


abuso, ou de qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas de produção ou comercialização de
drogas abusivas, ou, ainda, que tenham sido adquiridas com recursos provenientes do tráfico de
drogas de abuso, perdidas em favor da União e encaminhadas para o Comando do Exército,
devem ser, após perícia ou vistoria que atestem seu bom estado, destinadas com prioridade para
os órgãos de segurança pública e do sistema penitenciário da unidade da federação responsável
pela apreensão. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem doadas ao juiz


competente, que determinará o seu perdimento em favor da instituição
beneficiada. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade da instituição


beneficiada, que procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma. (Incluído pela
Lei nº 11.706, de 2008)

§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhamento ao Sinarm ou ao


Sigma, conforme se trate de arma de uso permitido ou de uso restrito, semestralmente, da
relação de armas acauteladas em juízo, mencionando suas características e o local onde se
encontram. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de


brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir.

Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros destinados à


instrução, ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo
Comando do Exército.

Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas


de fogo de uso restrito.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos Comandos
Militares.

Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados
os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6o desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas expirar-se-ão 90


(noventa) dias após a publicação desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)

Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de validade superior a 90 (noventa)


dias poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4 o, 6o e 10 desta Lei, no
prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem ônus para o requerente.

384
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não
registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante
apresentação de documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa,
acompanhados de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos meios
de prova admitidos em direito, ou declaração firmada na qual constem as características da arma
e a sua condição de proprietário, ficando este dispensado do pagamento de taxas e do
cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)

Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste artigo, o


proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de
registro provisório, expedido na forma do § 4 o do art. 5o desta Lei. (Incluído pela Lei nº
11.706, de 2008)

Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regularmente poderão,


a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do
regulamento desta Lei.

Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la,


espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do
regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida
arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil
reais), conforme especificar o regulamento desta Lei:

I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que


deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, facilite ou permita o transporte de arma ou
munição sem a devida autorização ou com inobservância das normas de segurança;

II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize publicidade para


venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações
especializadas.

Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração superior a 1000
(um mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências necessárias para
evitar o ingresso de pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art.
5o da Constituição Federal.

Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de transporte


internacional e interestadual de passageiros adotarão as providências necessárias para evitar o
embarque de passageiros armados.

Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos serão armazenados no Banco
Nacional de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

385
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como objetivo cadastrar armas de fogo e
armazenar características de classe e individualizadoras de projéteis e de estojos de munição
deflagrados por arma de fogo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será constituído pelos registros de elementos de


munição deflagrados por armas de fogo relacionados a crimes, para subsidiar ações destinadas
às apurações criminais federais, estaduais e distritais. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido pela unidade oficial de perícia
criminal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele
que permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão
judicial responderá civil, penal e administrativamente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do Banco Nacional de Perfis


Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional de Perfis Balísticos serão


regulamentados em ato do Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território


nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6 o desta Lei.

§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo


popular, a ser realizado em outubro de 2005.

§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em vigor


na data de publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.

Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
José Viegas Filho
Marina Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.12.2003

ANEXO
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

TABELA DE TAXAS

386
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

ATO ADMINISTRATIVO R$

I - Registro de arma de fogo:

- até 31 de dezembro de 2008 Gratuito

(art. 30)

- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00

II - Renovação do certificado de registro de arma de fogo:

Gratuito

- até 31 de dezembro de 2008 (art. 5o, § 3o)

- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00

III - Registro de arma de fogo para empresa de segurança privada e de 60,00


transporte

de valores

IV - Renovação do certificado de registro de arma de fogo para empresa


de

segurança privada e de transporte de valores:

- até 30 de junho de 2008 30,00

- de 1o de julho de 2008 a 31 de outubro de 2008 45,00

- a partir de 1o de novembro de 2008 60,00

V - Expedição de porte de arma de fogo 1.000,00

VI - Renovação de porte de arma de fogo 1.000,00

VII - Expedição de segunda via de certificado de registro de arma de fogo 60,00

VIII - Expedição de segunda via de porte de arma de fogo 60,00


*

387
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

6 - Decreto nº 9.847, de 25.06.2019, que regulamenta a Lei 10.826/03 que dispõe sobre
registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, com o objetivo
de estabelecer regras e procedimentos para a aquisição, o cadastro, o registro, o porte e a
comercialização de armas de fogo e de munição e de dispor sobre a estruturação do Sistema
Nacional de Armas - Sinarm e do Sistema de Gerenciamento Militar de Armas - Sigma.

Art. 2º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se:

I - arma de fogo de uso permitido - as armas de fogo semiautomáticas ou de repetição que


sejam:

a) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não atinja, na saída do
cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte
joules;

b) portáteis de alma lisa; ou

c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não
atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil
seiscentos e vinte joules;

II - arma de fogo de uso restrito - as armas de fogo automáticas, semiautomáticas ou de


repetição que sejam:

II - arma de fogo de uso restrito - as armas de fogo automáticas e as semiautomáticas ou de


repetição que sejam: (Redação dada pelo Decreto nº 9.981, de 2019)

a) não portáteis;

b) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na saída do
cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte
joules; ou

c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na
saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e
vinte joules;

III - arma de fogo de uso proibido:

a) as armas de fogo classificadas de uso proibido em acordos e tratados internacionais dos quais
a República Federativa do Brasil seja signatária; ou

b) as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos;

IV - munição de uso restrito - as munições que:

388
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

a) atinjam, na saída do cano de prova de armas de porte ou portáteis de alma raiada, energia
cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;

b) sejam traçantes, perfurantes ou fumígenas;

c) sejam granadas de obuseiro, de canhão, de morteiro, de mão ou de bocal; ou

d) sejam rojões, foguetes, mísseis ou bombas de qualquer natureza;

V - munição de uso proibido - as munições que sejam assim definidas em acordo ou tratado
internacional de que a República Federativa do Brasil seja signatária e as munições incendiárias
ou químicas;

VI - arma de fogo obsoleta - as armas de fogo que não se prestam ao uso efetivo em caráter
permanente, em razão de:

a) sua munição e seus elementos de munição não serem mais produzidos; ou

b) sua produção ou seu modelo ser muito antigo e fora de uso, caracterizada como relíquia ou
peça de coleção inerte;

VII - arma de fogo de porte - as armas de fogo de dimensões e peso reduzidos que podem ser
disparadas pelo atirador com apenas uma de suas mãos, a exemplo de pistolas, revólveres e
garruchas;

VIII - arma de fogo portátil - as armas de fogo que, devido às suas dimensões ou ao seu peso,
podem ser transportada por uma pessoa, tais como fuzil, carabina e espingarda;

IX - arma de fogo não portátil - as armas de fogo que, devido às suas dimensões ou ao seu
peso, precisam ser transportadas por mais de uma pessoa, com a utilização de veículos,
automotores ou não, ou sejam fixadas em estruturas permanentes;

X - munição - cartucho completo ou seus componentes, incluídos o estojo, a espoleta, a carga


propulsora, o projétil e a bucha utilizados em armas de fogo;

XI - cadastro de arma de fogo - inclusão da arma de fogo de produção nacional ou importada


em banco de dados, com a descrição de suas características;

XII - registro - matrícula da arma de fogo que esteja vinculada à identificação do respectivo
proprietário em banco de dados;

XIII - registros precários - dados referentes ao estoque de armas de fogo, acessórios e munições
das empresas autorizadas a comercializá-los; e

XIV - registros próprios - aqueles realizados por órgãos, instituições e corporações em


documentos oficiais de caráter permanente.

§ 1º Fica proibida a produção de réplicas e simulacros que possam ser confundidos com arma
de fogo, nos termos do disposto no art. 26 da Lei nº 10.826, de 2003, que não sejam
classificados como arma de pressão nem destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção
de usuário autorizado.

389
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 2º O Comando do Exército estabelecerá os parâmetros de aferição e a listagem dos calibres


nominais que se enquadrem nos limites estabelecidos nos incisos I, II e IV do caput, no prazo de
sessenta dias, contado da data de publicação deste Decreto.

§ 3º Ato conjunto do Ministro de Estado da Defesa e do Ministro de Estado da Justiça e


Segurança Pública estabelecerá as quantidades de munições passíveis de aquisição pelas
pessoas físicas autorizadas a adquirir ou portar arma de fogo e pelos integrantes dos órgãos e
das instituições a que se referem os incisos I a VII e X do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de
2003, observada a legislação, no prazo de sessenta dias, contado da data de publicação
do Decreto nº 10.030, de 30 de setembro de 2019. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

CAPÍTULO II

DOS SISTEMAS DE CONTROLE DE ARMAS DE FOGO

Seção I

Do Sistema Nacional de Armas

Art. 3º O Sinarm, instituído no âmbito da Polícia Federal do Ministério da Justiça e


Segurança Pública, manterá cadastro nacional, das armas de fogo importadas, produzidas e
comercializadas no País.

§ 1º A Polícia Federal manterá o registro de armas de fogo de competência do Sinarm.

§ 2º Serão cadastrados no Sinarm:

I - os armeiros em atividade no País e as respectivas licenças para o exercício da atividade


profissional;

II - os produtores, os atacadistas, os varejistas, os exportadores e os importadores


autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;

III - os instrutores de armamento e de tiro credenciados para a aplicação de teste de


capacidade técnica, ainda que digam respeito a arma de fogo de uso restrito; e

390
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

IV - os psicólogos credenciados para a aplicação do exame de aptidão psicológica a que


se refere o inciso III do caput do art. 4º da Lei nº 10.826, de 2003.

§ 3º Serão cadastradas no Sinarm as armas de fogo:

I - importadas, produzidas e comercializadas no País, de uso permitido ou restrito, exceto


aquelas pertencentes às Forças Armadas e Auxiliares, ao Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República e à Agência Brasileira de Inteligência;

II - apreendidas, ainda que não constem dos cadastros do Sinarm ou do Sigma, incluídas
aquelas vinculadas a procedimentos policiais e judiciais;

III - institucionais, observado o disposto no inciso I, constantes de cadastros próprios:

a) da Polícia Federal;

b) da Polícia Rodoviária Federal;

c) da Força Nacional de Segurança Pública;

d) do Departamento Penitenciário Nacional;

e) das polícias civis dos Estados e do Distrito Federal;

f) dos órgãos policiais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, a que se referem,
respectivamente, o inciso IV do caput do art. 51 e o inciso XIII do caput do art. 52 da
Constituição;

g) das guardas municipais;

h) dos órgãos públicos aos quais sejam vinculados os agentes e os guardas prisionais e os
integrantes das escoltas de presos dos Estados e das guardas portuárias;

391
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

i) dos órgãos do Poder Judiciário, para uso exclusivo de servidores de seus quadros
pessoais que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na forma do
regulamento estabelecido pelo Conselho Nacional de Justiça;

j) dos órgãos dos Ministérios Públicos da União, dos Estados e do Distrito Federal e
Territórios, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais que efetivamente estejam
no exercício de funções de segurança, na forma do regulamento estabelecido pelo Conselho
Nacional do Ministério Público;

k) da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia,


adquiridas para uso dos integrantes da Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil,
compostos pelos cargos de Auditor-Fiscal e Analista-Tributário;

l) do órgão ao qual se vincula a Carreira de Auditoria-Fiscal do Trabalho, adquiridas para


uso de seus integrantes;

m) dos órgãos públicos cujos servidores tenham autorização, concedida por legislação
específica, para portar arma de fogo em serviço e que não tenham sido mencionados nas
alíneas “a” a “l”; e

n) do Poder Judiciário e do Ministério Público, adquiridas para uso de seus membros;

IV - dos integrantes:

a) da Polícia Federal;

b) da Polícia Rodoviária Federal;

c) do Departamento Penitenciário Nacional;

d) das polícias civis dos Estados e do Distrito Federal;

392
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

e) dos órgãos policiais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, a que se referem,
respectivamente, o inciso IV do caput do art. 51 e o inciso XIII do caput do art. 52 da
Constituição;

f) das guardas municipais;

g) dos quadros efetivos dos agentes e guardas prisionais, das escoltas de presos dos
Estados e das guardas portuárias;

h) do quadro efetivo dos órgãos do Poder Judiciário que efetivamente estejam no


exercício de funções de segurança, na forma do regulamento estabelecido pelo Conselho
Nacional de Justiça;

i) do quadro efetivo dos órgãos dos Ministérios Públicos da União, dos Estados e do
Distrito Federal e Territórios que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na
forma do regulamento estabelecido pelo Conselho Nacional do Ministério Público;

j) dos quadros efetivos da Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil da Secretaria


Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia, composta pelos cargos de
Auditor-Fiscal e Analista-Tributário, e da Carreira de Auditoria-Fiscal do Trabalho;

k) dos quadros efetivos dos órgãos públicos cujos servidores tenham autorização,
concedida por legislação específica, para portar arma de fogo em serviço e que não tenham sido
mencionados nas alíneas “a” a “j”;

l) dos membros do Poder Judiciário e do Ministério Público; e

m) das empresas de segurança privada e de transporte de valores;

V - dos instrutores de armamento e tiro credenciados pela Polícia Federal; e

VI - adquiridas por qualquer cidadão autorizado na forma do disposto no § 1º do art. 4º


da Lei nº 10.826, de 2003.

393
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 4º O disposto no inciso III ao inciso V do § 3º aplica-se às armas de fogo de uso restrito.

§ 5º O cadastramento de armas de fogo adulteradas, sem numeração ou com numeração


raspada será feito no Sinarm com as características que permitam a sua identificação.

§ 6º Serão, ainda, cadastradas no Sinarm as ocorrências de extravio, furto, roubo,


recuperação e apreensão de armas de fogo de uso permitido ou restrito.

§ 7º As ocorrências de extravio, furto, roubo, recuperação e apreensão de armas de fogo


deverão ser imediatamente comunicadas à Polícia Federal pela autoridade competente e as
armas de fogo recuperadas ou apreendidas poderão ser recolhidas aos depósitos do Comando
do Exército para guarda.

§ 7º As ocorrências de extravio, furto, roubo, recuperação e apreensão de armas de fogo


serão imediatamente comunicadas à Polícia Federal pela autoridade competente. (Redação
dada pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

§ 8º A Polícia Federal deverá informar às secretarias de segurança pública dos Estados e


do Distrito Federal os registros e as autorizações de porte de armas de fogo existentes nos
respectivos territórios.

§ 9º A Polícia Federal poderá celebrar convênios com os órgãos de segurança pública dos
Estados e do Distrito Federal para possibilitar a integração de seus sistemas correlatos ao
Sinarm.

§ 10. As especificações e os procedimentos para o cadastro das armas de fogo de que


trata este artigo serão estabelecidos em ato do Diretor-Geral da Polícia Federal.

§ 11. O registro e o cadastro das armas de fogo a que se refere o inciso II do § 3º serão
feitos por meio de comunicação das autoridades competentes à Polícia Federal.

§ 12. Sem prejuízo do disposto neste artigo, as unidades de criminalística da União, dos
Estados e do Distrito Federal responsáveis por realizar perícia em armas de fogo apreendidas
deverão encaminhar, trimestralmente, arquivo eletrônico com a relação das armas de fogo

394
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

periciadas para cadastro e eventuais correções no Sinarm, na forma estabelecida em ato do


Diretor-Geral da Polícia Federal.

Seção II

Do Sistema de Gerenciamento Militar de Armas

Art. 4º O Sigma, instituído no âmbito do Comando do Exército do Ministério da Defesa,


manterá cadastro nacional das armas de fogo importadas, produzidas e comercializadas no País
que não estejam previstas no art. 3º.

§ 1º O Comando do Exército manterá o registro de proprietários de armas de fogo de


competência do Sigma.

§ 2º Serão cadastradas no Sigma as armas de fogo:

I - institucionais, constantes de registros próprios:

a) das Forças Armadas;

b) das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares dos Estados e do Distrito
Federal;

c) da Agência Brasileira de Inteligência; e

d) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;

II - dos integrantes:

a) das Forças Armadas;

395
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

b) das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares dos Estados e do Distrito
Federal;

c) da Agência Brasileira de Inteligência; e

d) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;

III - obsoletas;

IV - das representações diplomáticas; e

V - importadas ou adquiridas no País com a finalidade de servir como instrumento para a


realização de testes e avaliações técnicas.

§ 3º O disposto no § 2º aplica-se às armas de fogo de uso permitido.

§ 4º Serão, ainda, cadastradas no Sigma as informações relativas às importações e às


exportações de armas de fogo, munições e demais produtos controlados.

§ 5º Os processos de autorização para aquisição, registro e cadastro de armas de fogo no


Sigma tramitarão de maneira descentralizada, na forma estabelecida em ato do Comandante do
Exército.

Seção III

Do cadastro e da gestão dos Sistemas

Art. 5º O Sinarm e o Sigma conterão, no mínimo, as seguintes informações, para fins de


cadastro e de registro das armas de fogo, conforme o caso:

I - relativas à arma de fogo:

396
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

a) o número do cadastro no Sinarm ou no Sigma, conforme o caso;

b) a identificação do produtor e do vendedor;

c) o número e a data da nota fiscal de venda;

d) a espécie, a marca e o modelo;

e) o calibre e a capacidade dos cartuchos;

f) a forma de funcionamento;

g) a quantidade de canos e o comprimento;

h) o tipo de alma, lisa ou raiada;

i) a quantidade de raias e o sentido delas;

j) o número de série gravado no cano da arma de fogo; e

k) a identificação do cano da arma de fogo, as características das impressões de raiamento


e de microestriamento do projétil disparado; e

II - relativas ao proprietário:

a) o nome, a filiação, a data e o local de nascimento;

b) o domicílio e o endereço residencial;

c) o endereço da empresa ou do órgão em que trabalhe;

397
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

d) a profissão;

e) o número da cédula de identidade, a data de expedição, o órgão e o ente federativo


expedidor; e

f) o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou no Cadastro Nacional da


Pessoa Jurídica - CNPJ.

§ 1º Os produtores e os importadores de armas de fogo informarão à Polícia Federal, no


prazo de quarenta e oito horas, para fins de cadastro no Sinarm, quando da saída do estoque,
relação das armas produzidas e importadas, com as informações a que se refere o inciso I
do caput e os dados dos adquirentes.

§ 2º As empresas autorizadas pelo Comando do Exército a comercializar armas de fogo,


munições e acessórios encaminharão as informações a que se referem os incisos I e II
do caput à Polícia Federal ou ao Comando do Exército, para fins de cadastro e registro da arma
de fogo, da munição ou do acessório no Sinarm ou no Sigma, conforme o caso, no prazo de
quarenta e oito horas, contado da data de efetivação da venda.

§ 3º Os adquirentes informarão a aquisição de armas de fogo, munições ou acessórios à


Polícia Federal ou ao Comando do Exército, para fins de registro da arma de fogo, da munição
ou do acessório no Sinarm ou no Sigma, conforme o caso, no prazo de sete dias úteis, contado
da data de sua aquisição, com as seguintes informações:

I - a identificação do produtor, do importador ou do comerciante de quem as armas de


fogo, as munições e os acessórios tenham sido adquiridos; e

II - o endereço em que serão armazenadas as armas de fogo, as munições e os acessórios


adquiridos.

§ 4º Na hipótese de estarem relacionados a integrantes da Agência Brasileira de


Inteligência, o cadastro e o registro das armas de fogo, das munições e dos acessórios no Sigma
estarão restritos ao número da matrícula funcional, no que se refere à qualificação pessoal,
inclusive nas operações de compra e venda e nas ocorrências de extravio, furto, roubo ou
recuperação de arma de fogo ou de seus documentos.

398
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 5º Fica vedado o registro ou a renovação de registro de armas de fogo adulteradas, sem


numeração ou com numeração raspada.

§ 6º Os dados necessários ao cadastro das informações a que se refere a alínea “k” do


inciso I do caput serão enviados ao Sinarm ou ao Sigma, conforme o caso:

I - pelo produtor, conforme marcação e testes por ele realizados; ou

II - pelo importador, conforme marcação e testes realizados, de acordo com padrões


internacionais, pelo produtor ou por instituição por ele contratada.

Art. 6º As regras referentes ao credenciamento e à fiscalização de psicólogos, instrutores


de tiro e armeiros serão estabelecidas em ato do Diretor-Geral da Polícia Federal.

Art. 7º O Comando do Exército fornecerá à Polícia Federal as informações necessárias ao


cadastramento dos produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e importadores autorizados
de arma de fogo, acessórios e munições do País.

Art. 8º Os dados do Sinarm e do Sigma serão compartilhados entre si e com o Sistema


Nacional de Informações de Segurança Pública - Sinesp.

Parágrafo único. Ato conjunto do Diretor-Geral da Polícia Federal e do Comandante do


Exército estabelecerá as regras para interoperabilidade e compartilhamento dos dados existentes
no Sinarm e no Sigma, no prazo de um ano, contado da data de entrada em vigor deste
Decreto.

Art. 9º Fica permitida a venda de armas de fogo de porte e portáteis, munições e


acessórios por estabelecimento comercial credenciado pelo Comando do Exército.

Art. 10. Os estabelecimentos que comercializarem armas de fogo, munições e acessórios


ficam obrigados a comunicar, mensalmente, à Polícia Federal ou ao Comando do Exército,
conforme o caso, as vendas que efetuarem e a quantidade de mercadorias disponíveis em
estoque.

399
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 1º As mercadorias disponíveis em estoque são de responsabilidade do estabelecimento


comercial e serão registradas, de forma precária, como de sua propriedade, enquanto não forem
vendidas.

§ 2º Os estabelecimentos a que se refere o caput manterão à disposição da Polícia


Federal e do Comando do Exército a relação dos estoques e das vendas efetuadas mensalmente
nos últimos cinco anos.

§ 3º Os procedimentos e a forma pela qual será efetivada a comunicação a que se refere


o caput serão disciplinados em ato do Comandante do Exército ou do Diretor-Geral da Polícia
Federal, conforme o caso.

Art. 11. A comercialização de armas de fogo, de acessórios, de munições e de insumos


para recarga só poderá ser efetuada em estabelecimento comercial credenciado pelo Comando
do Exército.

Art. 12. Para fins de aquisição de arma de fogo de uso permitido e de emissão do
Certificado de Registro de Arma de Fogo, o interessado deverá:

I - ter, no mínimo, vinte e cinco anos de idade;

II - apresentar original e cópia de documento de identificação pessoal;

III - comprovar a idoneidade moral e a inexistência de inquérito policial ou processo


criminal, por meio de certidões de antecedentes criminais das Justiças Federal, Estadual, Militar e
Eleitoral;

IV - apresentar documento comprobatório de ocupação lícita e de residência fixa;

V - comprovar, periodicamente, a capacidade técnica para o manuseio da arma de fogo; e

VI - comprovar a aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestada em


laudo conclusivo fornecido por psicólogo credenciado pela Polícia Federal.

400
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 1º O indeferimento do pedido para aquisição a que se refere o caput será comunicado


ao interessado em documento próprio e apenas poderá ter como fundamento:

I - a comprovação documental de que:

a) o interessado instruiu o pedido com declarações ou documentos falsos; ou

b) o interessado mantém vínculo com grupos criminosos ou age como pessoa interposta
de quem não preenche os requisitos a que se referem os incisos I a VI do caput;

II - o interessado não ter a idade mínima exigida no inciso I do caput; ou

III - a não apresentação de um ou mais documentos a que se referem o inciso III ao inciso
VI do caput.

§ 2º Serão exigidas as certidões de antecedentes a que se refere o inciso III


do caput apenas do local de domicílio do requerente, que apresentará declaração de
inexistência de inquéritos policiais ou processos criminais contra si em trâmite nos demais entes
federativos.

§ 3º O comprovante de capacidade técnica de que trata o inciso V do caput deverá ser


expedido por instrutor de armamento e de tiro credenciado pela Polícia Federal no Sinarm e
deverá atestar, necessariamente:

I - conhecimento da conceituação e das normas de segurança relativas a arma de fogo;

II - conhecimento básico dos componentes e das partes da arma de fogo para a qual foi
requerida a autorização de aquisição; e

III - habilidade no uso da arma de fogo demonstrada pelo interessado em estande de tiro
credenciado pelo Comando do Exército ou pela Polícia Federal.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 4º Cumpridos os requisitos a que se refere o caput, será expedida pelo Sinarm, no


prazo de até trinta dias, contado da data do protocolo da solicitação, a autorização para a
aquisição da arma de fogo em nome do interessado.

§ 5º É pessoal e intransferível a autorização para a aquisição da arma de fogo de que trata


o § 4º.

§ 6º Fica dispensado da comprovação de cumprimento dos requisitos a que se referem os


incisos V e VI do caput o interessado em adquirir arma de fogo que:

I - comprove estar autorizado a portar arma de fogo da mesma espécie daquela a ser
adquirida, desde que o porte de arma de fogo esteja válido; e

II - tenha se submetido às avaliações técnica e psicológica no prazo estabelecido para


obtenção ou manutenção do porte de arma de fogo.

§ 7º Para fins de aquisição de arma de fogo de uso restrito, o interessado deverá solicitar
autorização prévia ao Comando do Exército.

§ 8º O disposto no § 7º se aplica às aquisições de munições e acessórios das armas de


uso restrito adquiridas.

§ 9º O disposto no § 7º não se aplica aos Comandos Militares, nos termos do disposto


no parágrafo único do art. 27 da Lei nº 10.826, de 2003.

§ 10. O certificado de registro concedido às pessoas jurídicas que comercializem ou


produzam armas de fogo, munições e acessórios e aos clubes e às escolas de tiro, expedido pelo
Comando do Exército, terá validade de dez anos.

§ 11. Os requisitos de que tratam os incisos IV, V e VI do caput serão comprovados,


periodicamente, a cada dez anos, junto à Polícia Federal, para fins de renovação do Certificado
de Registro. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 12. Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais, estaduais e do Distrito
Federal e os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao adquirirem arma de fogo de uso
permitido ou restrito ou renovarem o Certificado de Registro, ficam dispensados do
cumprimento dos requisitos de que tratam os incisos I, III, IV, V e VI do caput. (Incluído pelo
Decreto nº 10.030, de 2019)

§ 13. Os integrantes das entidades de que tratam os incisos I, II, III, V, VI, VII e X
do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, ficam dispensados do cumprimento do requisito
de que trata o inciso I do caput deste artigo. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

Art. 13. O proprietário de arma de fogo fica obrigado a comunicar, imediatamente, à


polícia judiciária e ao Sinarm, o extravio, o furto, o roubo e a recuperação de arma de fogo ou
do Certificado de Registro de Arma de Fogo.

§ 1º A polícia judiciária remeterá, no prazo de quarenta e oito horas, contado da data de


recebimento da comunicação, as informações coletadas à Polícia Federal ou ao Comando do
Exército, para fins de cadastro no Sinarm.

§ 2º Na hipótese de arma de fogo de uso restrito, a Polícia Federal encaminhará as


informações ao Comando do Exército, para fins de cadastro no Sigma.

§ 3º Sem prejuízo do disposto no caput, o proprietário deverá, ainda, comunicar o


ocorrido à Polícia Federal ou ao Comando do Exército, conforme o caso, e encaminhar-lhe cópia
do boletim de ocorrência.

Art. 14. Serão cassadas as autorizações de porte de arma de fogo do titular a que se
referem o inciso VIII ao inciso XI do caput do art. 6º e o § 1º do art. 10 da Lei nº 10.826, de 2003,
que esteja respondendo a inquérito ou a processo criminal por crime doloso.

§ 1º Nas hipóteses de que trata o caput, o proprietário entregará a arma de fogo à Polícia
Federal ou ao Comando do Exército, conforme o caso, mediante indenização na forma prevista
no art. 48, ou providenciará a sua transferência para terceiro, no prazo de sessenta dias, contado
da data da ciência do indiciamento ou do recebimento da denúncia ou da queixa pelo juiz.

§ 2º A cassação a que se refere o caput será determinada a partir do indiciamento do


investigado no inquérito policial ou do recebimento da denúncia ou queixa pelo juiz.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 3º A autorização de posse e de porte de arma de fogo não será cancelada na hipótese


de o proprietário de arma de fogo estar respondendo a inquérito ou ação penal em razão da
utilização da arma em estado de necessidade, legítima defesa, em estrito cumprimento do dever
legal ou exercício regular de direito, exceto nas hipóteses em que o juiz, convencido da
necessidade da medida, justificadamente determinar.

§ 4º Na hipótese a que se refere o § 3º, a arma será apreendida quando for necessário
periciá-la e será restituída ao proprietário após a realização da perícia mediante assinatura de
termo de compromisso e responsabilidade, por meio do qual se comprometerá a apresentar a
arma de fogo perante a autoridade competente sempre que assim for determinado.

§ 5º O disposto neste artigo aplica-se a todas as armas de fogo de propriedade do


indiciado ou acusado.

§ 6º A apreensão da arma de fogo é de responsabilidade da polícia judiciária competente


para a investigação do crime que motivou a cassação.

Art. 15. O porte de arma de fogo de uso permitido, vinculado ao registro prévio da arma
e ao cadastro no Sinarm, será expedido pela Polícia Federal, no território nacional, em caráter
excepcional, desde que atendidos os requisitos previstos nos incisos I, II e III do § 1º do art. 10
da Lei nº 10.826, de 2003.

Parágrafo único. A taxa estipulada para o porte de arma de fogo somente será recolhida
após a análise e a aprovação dos documentos apresentados.

Art. 16. O porte de arma de fogo é documento obrigatório para a condução da arma e
deverá conter os seguintes dados:

I - abrangência territorial;

II - eficácia temporal;

III - características da arma;

404
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

IV - número do cadastro da arma no Sinarm;

V - identificação do proprietário da arma; e

VI - assinatura, cargo e função da autoridade concedente.

Art. 17. O porte de arma de fogo é pessoal, intransferível e revogável a qualquer tempo e
será válido apenas em relação à arma nele especificada e com a apresentação do documento de
identificação do portador.

Art. 18. Para portar a arma de fogo adquirida nos termos do disposto no § 6º do art. 12, o
proprietário deverá solicitar a expedição do documento de porte, que observará o disposto no
art. 16 e terá a mesma validade do documento referente à primeira arma.

Art. 19. O titular do porte de arma de fogo deverá comunicar imediatamente:

I - a mudança de domicílio ao órgão expedidor do porte de arma de fogo; e

II - o extravio, o furto ou o roubo da arma de fogo, à unidade policial mais próxima e,


posteriormente, à Polícia Federal.

Parágrafo único. A inobservância ao disposto neste artigo implicará na suspensão do


porte de arma de fogo por prazo a ser estipulado pela autoridade concedente.

Art. 20. O titular de porte de arma de fogo para defesa pessoal concedido nos termos do
disposto no art. 10 da Lei nº 10.826, de 2003, não poderá conduzi-la ostensivamente ou com ela
adentrar ou permanecer em locais públicos, tais como igrejas, escolas, estádios desportivos,
clubes, agências bancárias ou outros locais onde haja aglomeração de pessoas em decorrência
de eventos de qualquer natureza.

§ 1º A inobservância ao disposto neste artigo implicará na cassação do porte de arma de


fogo e na apreensão da arma, pela autoridade competente, que adotará as medidas legais
pertinentes.

405
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º na hipótese de o titular do porte de arma de fogo portar


o armamento em estado de embriaguez ou sob o efeito de drogas ou medicamentos que
provoquem alteração do desempenho intelectual ou motor.

Art. 21. Será concedido pela Polícia Federal, nos termos do disposto no § 5º do art. 6º da
Lei nº 10.826, de 2003, o porte de arma de fogo, na categoria caçador de subsistência, de uma
arma portátil, de uso permitido, de tiro simples, com um ou dois canos, de alma lisa e de calibre
igual ou inferior a dezesseis, desde que o interessado comprove a efetiva necessidade em
requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes documentos:

I - documento comprobatório de residência em área rural ou certidão equivalente


expedida por órgão municipal;

II - original e cópia, ou cópia autenticada, do documento de identificação pessoal; e

III - atestado de bons antecedentes.

Parágrafo único. Aplicam-se ao portador do porte de arma de fogo mencionado neste


artigo as demais obrigações estabelecidas neste Decreto.

Art. 22. Observado o princípio da reciprocidade previsto em convenções internacionais de


que a República Federativa do Brasil seja signatária, poderá ser autorizado o porte de arma de
fogo pela Polícia Federal a diplomatas de missões diplomáticas e consulares acreditadas junto
ao Governo brasileiro, e a agentes de segurança de dignitários estrangeiros durante a
permanência no País, independentemente dos requisitos estabelecidos neste Decreto.

Art. 23. Caberá à Polícia Federal estabelecer os procedimentos relativos à concessão e à


renovação do porte de arma de fogo.

Art. 24. O porte de arma de fogo é deferido aos militares das Forças Armadas, aos
policiais federais, estaduais e distritais, civis e militares, aos corpos de bombeiros militares e aos
policiais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal em razão do desempenho de suas
funções institucionais.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 1º O porte de arma de fogo é garantido às praças das Forças Armadas com estabilidade
de que trata a alínea “a” do inciso IV do caput do art. 50 da Lei nº 6.880, de 9 de dezembro de
1980 - Estatuto dos Militares.

§ 2º A autorização do porte de arma de fogo para as praças sem estabilidade assegurada


será regulamentada em ato do Comandante da Força correspondente.

§ 3º Ato do Comandante da Força correspondente disporá sobre as hipóteses


excecpcionais de suspensão, cassação e demais procedimentos relativos ao porte de arma de
fogo de que trata este artigo.

§ 4º Atos dos comandantes-gerais das corporações disporão sobre o porte de arma de


fogo dos policiais militares e dos bombeiros militares.

§ 5º Os integrantes das polícias civis estaduais e das Forças Auxiliares, quando no


exercício de suas funções institucionais ou em trânsito, poderão portar arma de fogo fora do
ente federativo em que atue, desde que expressamente autorizados pela instituição a que
pertençam, por prazo determinado, conforme estabelecido em normas próprias. (Revogado
pelo Decreto nº 9.981, de 2019)

Art. 25. A autorização para o porte de arma de fogo previsto em legislação própria, na
forma prevista no caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, fica condicionada ao atendimento
dos requisitos previstos no inciso III do caput do art. 4º da referida Lei.

Art. 26. Os órgãos, as instituições e as corporações a que se referem os incisos I, II, III, V,
VI, VII e X do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, estabelecerão, em normas próprias, os
procedimentos relativos às condições para a utilização das armas de fogo de sua propriedade,
ainda que fora de serviço.

§ 1º As instituições a que se referem o inciso IV do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de


2003, estabelecerão, em normas próprias, os procedimentos relativos às condições para a
utilização, em serviço, das armas de fogo de sua propriedade.

§ 2º As instituições, os órgãos e as corporações, ao definir os procedimentos a que se


refere o caput, disciplinarão as normas gerais de uso de arma de fogo de sua propriedade, fora
do serviço, quando se tratar de locais onde haja aglomeração de pessoas, em decorrência de

407
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

evento de qualquer natureza, tais como no interior de igrejas, escolas, estádios desportivos e
clubes, públicos e privados.

§ 3º Os órgãos e as instituições que tenham os portes de arma de seus agentes públicos


ou políticos estabelecidos em lei própria, na forma prevista no caput do art. 6º da Lei nº 10.826,
de 2003, deverão encaminhar à Polícia Federal a relação das pessoas autorizadas a portar arma
de fogo, observado, no que couber, o disposto no art. 20.

§ 4º Não será concedida a autorização para o porte de arma de fogo de que trata o art.
15 a integrantes de órgãos, instituições e corporações não autorizados a portar arma de fogo
fora de serviço, exceto se comprovarem o risco à sua integridade física, observado o disposto
no art. 11 da Lei nº 10.826, de 2003.

§ 5º O porte de que tratam os incisos V, VI e X do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de


2003, e aquele previsto em lei própria, na forma prevista no caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de
2003, serão concedidos, exclusivamente, para defesa pessoal, hipótese em que será vedado aos
seus titulares o porte ostensivo da arma de fogo.

§ 6º A vedação prevista no § 5º não se aplica aos servidores designados para execução da


atividade fiscalizatória do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis - Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto
Chico Mendes.

Art. 27. Poderá ser autorizado, em casos excepcionais, pelo órgão competente, o uso, em
serviço, de arma de fogo, de propriedade particular do integrante dos órgãos, das instituições
ou das corporações a que se refere o inciso II caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003.

§ 1º A autorização de que trata o caput será regulamentada em ato próprio do órgão, da


instituição ou da corporação competente.

§ 2º Na hipótese prevista neste artigo, a arma de fogo deverá ser sempre conduzida com
o seu Certificado de Registro de Arma de Fogo.

Art. 28. As armas de fogo particulares de que trata o art. 27 e as institucionais não
brasonadas deverão ser conduzidas com o seu Certificado de Registro de Arma de Fogo ou com

408
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

o termo de cautela decorrente de autorização judicial para uso, sob pena de aplicação das
sanções penais cabíveis.

Art. 29. A capacidade técnica e a aptidão psicológica para o manuseio de armas de fogo,
para os integrantes das instituições a que se referem os incisos III, IV, V, VI, VII e X do caput do
art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, serão atestadas pela própria instituição, depois de cumpridos
os requisitos técnicos e psicológicos estabelecidos pela Polícia Federal.

Parágrafo único. Caberá à Polícia Federal expedir o porte de arma de fogo para os
guardas portuários.

Art. 29-A. A Polícia Federal, diretamente ou por meio de convênio com os órgãos de
segurança pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos termos do disposto
no § 3º do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, e observada a supervisão do Ministério da Justiça e
Segurança Pública: (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

I - estabelecerá o currículo da disciplina de armamento e tiro dos cursos de formação das


guardas municipais; (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

II - concederá porte de arma de fogo funcional aos integrantes das guardas municipais,
com validade pelo prazo de dez anos, contado da data de emissão do porte, nos limites
territoriais do Estado em que exerce a função; e (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

III - fiscalizará os cursos de formação para assegurar o cumprimento do currículo da


disciplina a que se refere o inciso I. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

Parágrafo único. Os guardas municipais autorizados a portar arma de fogo, nos termos do
inciso II do caput, poderão portá-la nos deslocamentos para suas residências, mesmo quando
localizadas em município situado em Estado limítrofe. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de
2019)

Art. 29-B. A formação de guardas municipais poderá ocorrer somente em: (Incluído
pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

I - estabelecimento de ensino de atividade policial; (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de


2019)

II - órgão municipal para formação, treinamento e aperfeiçoamento de integrantes da


guarda municipal; (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

III - órgão de formação criado e mantido por Municípios consorciados para treinamento e
aperfeiçoamento dos integrantes da guarda municipal; ou (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de
2019)

IV - órgão estadual centralizado e conveniado a seus Municípios, para formação e


aperfeiçoamento de guardas municipais, no qual seja assegurada a participação dos municípios
conveniados no conselho gestor. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

Art. 29-C. O porte de arma de fogo aos integrantes das instituições de que tratam os
incisos III e IV do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, será concedido somente mediante
comprovação de treinamento técnico de, no mínimo: (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de
2019)

I - sessenta horas, para armas de repetição; e (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

II - cem horas, para arma de fogo semiautomática. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de
2019)

§ 1º O treinamento de que trata o caput destinará, no mínimo, sessenta e cinco por cento
de sua carga horária ao conteúdo prático. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

§ 2º O curso de formação dos profissionais das guardas municipais de que trata o art. 29-
A conterá técnicas de tiro defensivo e de defesa pessoal. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de
2019)

§ 3º Os profissionais das guardas municipais com porte de arma de fogo serão


submetidos a estágio de qualificação profissional por, no mínimo, oitenta horas
anuais. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 29-D. A Polícia Federal poderá conceder porte de arma de fogo, nos termos do
disposto no § 3º do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, às guardas municipais dos Municípios que
tenham instituído: (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

I - corregedoria própria e independente para a apuração de infrações disciplinares


atribuídas aos servidores integrantes da guarda municipal; e (Incluído pelo Decreto nº 10.030,
de 2019)

II - ouvidoria, como órgão permanente, autônomo e independente, com competência para


fiscalizar, investigar, auditar e propor políticas de qualificação das atividades desenvolvidas pelos
integrantes das guardas municipais. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

Art. 30. Os integrantes das Forças Armadas e os servidores dos órgãos, instituições e
corporações mencionados nos incisos II, V, VI e VII do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003,
transferidos para a reserva remunerada ou aposentados, para conservarem a autorização de
porte de arma de fogo de sua propriedade deverão submeter-se, a cada dez anos, aos testes de
avaliação psicológica a que faz menção o inciso III do caput do art. 4º da Lei nº 10.826, de 2003.

§ 1º O cumprimento dos requisitos a que se refere o caput será atestado pelos órgãos,
instituições e corporações de vinculação.

§ 2º Não se aplicam aos integrantes da reserva não remunerada das Forças Armadas e
Auxiliares as prerrogativas mencionadas no caput.

Art. 31. A entrada de arma de fogo e munição no País, como bagagem de atletas,
destinadas ao uso em competições internacionais será autorizada pelo Comando do Exército.

§ 1º O porte de trânsito das armas a serem utilizadas por delegações estrangeiras em


competição oficial de tiro no País será expedido pelo Comando do Exército.

§ 2º Os responsáveis pelas delegações estrangeiras e brasileiras em competição oficial de


tiro no País e os seus integrantes transportarão as suas armas desmuniciadas.

Art. 32. As empresas de segurança privada e de transporte de valores solicitarão à Polícia


Federal autorização para aquisição de armas de fogo.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 1º A autorização de que trata o caput:

I - será concedida se houver comprovação de que a empresa possui autorização de


funcionamento válida e justificativa da necessidade de aquisição com base na atividade
autorizada; e

II - será válida apenas para a utilização da arma de fogo em serviço.

§ 2º As empresas de que trata o caput encaminharão, trimestralmente, à Polícia Federal a


relação nominal dos vigilantes que utilizem armas de fogo de sua propriedade.

§ 3º A transferência de armas de fogo entre estabelecimentos da mesma empresa ou para


empresa diversa será autorizada pela Polícia Federal, desde que cumpridos os requisitos de que
trata o § 1º.

§ 4º Durante o trâmite do processo de transferência de armas de fogo de que trata o § 3º,


a Polícia Federal poderá autorizar a empresa adquirente a utilizar as armas de fogo em fase de
aquisição, em seus postos de serviço, antes da expedição do novo Certificado de Registro de
Arma de Fogo.

§ 5º É vedada a utilização em serviço de arma de fogo particular do empregado das


empresas de que trata este artigo.

§ 6º É de responsabilidade das empresas de segurança privada a guarda e o


armazenamento das armas, das munições e dos acessórios de sua propriedade, nos termos da
legislação específica.

§ 7º A perda, o furto, o roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, de acessório


e de munições que estejam sob a guarda das empresas de segurança privada e de transporte de
valores deverão ser comunicadas à Polícia Federal, no prazo de vinte e quatro horas, contado da
ocorrência do fato, sob pena de responsabilização do proprietário ou do responsável legal.

Art. 33. A classificação legal, técnica e geral e a definição das armas de fogo são as
constantes deste Decreto e a dos demais produtos controlados são aquelas constantes
do Decreto nº 9.493, de 5 de setembro de 2018, e de sua legislação complementar.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

CAPÍTULO III

DA IMPORTAÇÃO E DA EXPORTAÇÃO

Art. 34. O Comando do Exército autorizará a aquisição e a importação de armas de fogo,


munições e demais produtos controlados, mediante prévia comunicação, para os seguintes
órgãos, instituições e corporações:

Art. 34. O Comando do Exército autorizará previamente a aquisição e a importação de


armas de fogo de uso restrito, munições de uso restrito e demais produtos controlados de uso
restrito, para os seguintes órgãos, instituições e corporações: (Redação dada pelo Decreto nº
10.030, de 2019)

I - a Polícia Federal;

II - a Polícia Rodoviária Federal;

III - o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;

IV - a Agência Brasileira de Inteligência;

V - o Departamento Penitenciário Nacional;

VI - a Força Nacional de Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional de Segurança


Pública;

VII - os órgãos policiais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal a que se referem,
respectivamente, o inciso IV do caput do art. 51 e o inciso XIII do caput do art. 52 da
Constituição;

VIII - as polícias civis dos Estados e do Distrito Federal;

IX - as polícias militares dos Estados e do Distrito Federal;

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

X - os corpos de bombeiros militares dos Estados e do Distrito Federal; e

XI - as guardas municipais.

§ 1º Ato do Comandante do Exército disporá sobre os procedimentos relativos à


comunicação prévia a que se refere o caput e sobre as informações que dela devam constar.

§ 1º-A Para a concessão da autorização a que se refere o caput, os órgãos, as instituições


e as corporações comunicarão previamente ao Comando do Exército o quantitativo de armas e
munições de uso restrito que pretendem adquirir. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

§ 2º Serão, ainda, autorizadas a importar armas de fogo, munições, acessórios e demais


produtos controlados:

§ 2º Serão, ainda, autorizadas a adquirir e importar armas de fogo, munições, acessórios e


demais produtos controlados: (Redação dada pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

I - os integrantes das instituições a que se referem os incisos I a XI do caput;

II - pessoas naturais autorizadas a adquirir arma de fogo, munições ou acessórios, de uso


permitido ou restrito, conforme o caso, nos termos do disposto no art. 12, nos limites da
autorização obtida;

III - pessoas jurídicas credenciadas no Comando do Exército para comercializar armas de


fogo, munições e produtos controlados; e

IV - os integrantes das Forças Armadas.

§ 3º Ato do Comandante do Exército disporá sobre as condições para a importação de


armas de fogo, munições e demais produtos controlados a que se refere o § 2º.

§ 3º Ato do Comandante do Exército disporá sobre as condições para a importação de


armas de fogo, munições, acessórios e demais produtos controlados a que se refere o § 2º, no
prazo de trinta dias, contado da data de publicação do Decreto nº 10.030, de 30 de setembro de
2019. (Redação dada pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 4º O disposto nesse artigo não se aplica aos comandos militares.

§ 5º A autorização de que trata o caput poderá ser concedida pelo Comando do Exército
mediante avaliação e aprovação de planejamento estratégico, com duração de, no máximo,
quatro anos, de aquisição de armas, munições e produtos controlados de uso restrito pelos
órgãos, pelas instituições e pelas corporações de que trata o caput. (Incluído pelo Decreto nº
10.030, de 2019)

§ 6º A aquisição de armas de fogo e munições de uso permitido pelos órgãos, pelas


instituições e pelas corporações a que se refere o caput será comunicada ao Comando do
Exército. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

Art. 35. Compete ao Comando do Exército:

I - autorizar e fiscalizar a produção, a exportação, a importação, o desembaraço


alfandegário e o comércio de armas, munições e demais produtos controlados no território
nacional;

II - manter banco de dados atualizado com as informações acerca das armas de fogo,
acessórios e munições importados; e

III - editar normas:

a) para dispor sobre a forma de acondicionamento das munições em embalagens com


sistema de rastreamento;

b) para dispor sobre a definição dos dispositivos de segurança e de identificação de que


trata o § 3º do art. 23 da Lei nº 10.826, de 2003;

c) para que, na comercialização de munições para os órgãos referidos no art. 6º da Lei


nº 10.826, de 2003, estas contenham gravação na base dos estojos que permita identificar o
fabricante, o lote de venda e o adquirente; e

415
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

d) para o controle da produção, da importação, do comércio, da utilização de simulacros


de armas de fogo, nos termos do disposto no parágrafo único do art. 26 da Lei nº 10.826, de
2003.

Parágrafo único. Para fins do disposto no inciso III do caput, o Comando do Exército
ouvirá previamente o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Art. 36. Concedida a autorização a que se refere o art. 34, a importação de armas de fogo,
munições e demais produtos controlados pelas instituições e pelos órgãos a que se referem o
inciso I ao inciso XI do caput do art. 34 ficará sujeita ao regime de licenciamento automático da
mercadoria.

Art. 37. A importação de armas de fogo, munições e demais produtos controlados pelas
pessoas a que se refere o § 2º do art. 34 ficará sujeita ao regime de licenciamento não
automático prévio ao embarque da mercadoria no exterior.

§ 1º O Comando do Exército expedirá o Certificado Internacional de Importação após a


comunicação a que se refere o § 1º do art. 34.

§ 2º O Certificado Internacional de Importação a que se refere o § 1º terá validade até o


término do processo de importação.

Art. 38. As instituições, os órgãos e as pessoas de que trata o art. 34, quando interessadas
na importação de armas de fogo, munições e demais produtos controlados, deverão preencher
a Licença de Importação no Sistema Integrado de Comércio Exterior - Siscomex.

§ 1º O desembaraço aduaneiro das mercadorias ocorrerá após o cumprimento do


disposto no caput.

§ 2º A Licença de Importação a que se refere o caput terá validade até o término do


processo de importação.

Art. 39. As importações realizadas pelas Forças Armadas serão comunicadas ao Ministério
da Defesa.

416
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 40. A Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia e o


Comando do Exército fornecerão à Polícia Federal as informações relativas às importações de
que trata este Capítulo e que devam constar do Sinarm.

Art. 41. Fica autorizada a entrada temporária no País, por prazo determinado, de armas de
fogo, munições e acessórios para fins de demonstração, exposição, conserto, mostruário ou
testes, por meio de comunicação do interessado, de seus representantes legais ou das
representações diplomáticas do país de origem ao Comando do Exército.

§ 1º A importação sob o regime de admissão temporária será autorizada por meio do


Certificado Internacional de Importação.

§ 2º Terminado o evento que motivou a importação, o material deverá retornar ao seu


país de origem e não poderá ser doado ou vendido no território nacional, exceto se a doação for
destinada aos museus dos órgãos e das instituições a que se referem o inciso I ao inciso XI
do caput do art. 34.

§ 3º A Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia


fiscalizará a entrada e a saída do País dos produtos a que se refere este artigo.

Art. 42. Fica vedada a importação de armas de fogo, de seus acessórios e suas peças, de
suas munições e seus componentes, por meio do serviço postal e de encomendas.

Art. 42. Fica vedada a importação de armas de fogo, seus acessórios e peças, de munições
e seus componentes, por meio do serviço postal e similares. (Redação dada pelo Decreto nº
9.981, de 2019)

Art. 43. O Comando do Exército autorizará a exportação de armas, munições e demais


produtos controlados, nos termos estabelecidos em legislação específica para exportação de
produtos de defesa e no disposto no art. 24 da Lei nº 10.826, de 2003.

Art. 44. O desembaraço aduaneiro de armas de fogo, munições e demais produtos


controlados será feito pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da
Economia, após autorização do Comando do Exército.

417
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 1º O desembaraço aduaneiro de que trata o caput incluirá:

I - as operações de importação e de exportação, sob qualquer regime;

II - a internação de mercadoria em entrepostos aduaneiros;

III - a nacionalização de mercadoria entrepostada;

IV - a entrada e a saída do País de armas de fogo e de munição de atletas brasileiros e


estrangeiros inscritos em competições nacionais ou internacionais;

V - a entrada e a saída do País de armas de fogo e de munição trazidas por agentes de


segurança de dignitários estrangeiros em visita ao País;

VI - a entrada e a saída de armas de fogo e de munição de órgãos de segurança


estrangeiros, para participação em operações, exercícios e instruções de natureza oficial; e

VII - as armas de fogo, as munições, as suas partes e as suas peças, trazidas como
bagagem acompanhada ou desacompanhada.

§ 2º O desembaraço aduaneiro de armas de fogo e de munição ficará condicionado ao


cumprimento das normas específicas sobre marcação estabelecidas pelo Comando do Exército.

CAPÍTULO IV

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 45. As armas de fogo apreendidas, observados os procedimentos


relativos à elaboração do laudo pericial e quando não mais interessarem à persecução penal,
serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no prazo de quarenta e oito
horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 1º Os órgãos de segurança pública ou as Forças Armadas responsáveis pela apreensão


manifestarão interesse pelas armas de fogo apreendidas, respectivamente, ao Ministério da
Justiça e Segurança Pública ou ao Comando do Exército, no prazo de dez dias, contado da data
de envio das armas ao Comando do Exército, nos termos do disposto no caput.

§ 2º O Comando do Exército se manifestará favoravelmente à doação de que trata


o caput, na hipótese de serem cumpridos os seguintes requisitos:

I - comprovação da necessidade de destinação do armamento;

II - adequação das armas de fogo ao padrão de cada órgão; e

III - atendimento aos critérios de priorização estabelecidos pelo Ministério da Justiça e


Segurança Pública, nos termos do disposto no § 1º do art. 25 da Lei nº 10.826, de 2003.

§ 3º O Ministério da Justiça e Segurança Pública incluirá a priorização de atendimento


ao órgão que efetivou a apreensão dentre os critérios de que trata o inciso III do § 2º.

§ 4º A análise do cumprimento dos requisitos estabelecidos no § 2º será realizada no


prazo de cinco dias, contado da data de manifestação de interesse de que trata o § 1º, pela
Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública, na
hipótese de a manifestação ter sido apresentada pelos órgãos de segurança pública, ou pelo
Comando do Exército, na hipótese de a manifestação ter sido apresentada pelas Forças
Armadas.

§ 4º A análise do cumprimento do requisito estabelecido no inciso III do § 2º será realizada


no prazo de trinta dias, contado da data de manifestação do Comando do Exército em relação à
comprovação de necessidade e adequação ao padrão do órgão interessado: (Redação dada
pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

I - pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança


Pública, na hipótese de a manifestação ter sido apresentada pelos órgãos de segurança pública;
ou (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

419
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

II - pelo Comando do Exército, na hipótese de a manifestação ter sido apresentada pelas


Forças Armadas. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)

§ 5º Cumpridos os requisitos de que trata o § 2º, o Comando do Exército encaminhará, no


prazo de vinte dias, a relação das armas de fogo a serem doadas ao juiz competente, que
determinará o seu perdimento em favor do órgão ou da Força Armada beneficiária.

§ 6º Na hipótese de não haver manifestação expressa do órgão ou da Força Armada que


realizou a apreensão das armas, nos termos do disposto no § 1º, os demais órgãos de segurança
pública ou das Forças Armadas poderão manifestar interesse pelas armas de fogo, no prazo de
trinta dias, contado da data de recebimento do relatório a que se refere o § 1º do art. 25 da Lei
nº 10.826, de 2003, e encaminhar pedido de doação ao Comando do Exército.

§ 7º O Comando do Exército apreciará o pedido de doação de que trata o § 6º,


observados os requisitos estabelecidos no § 2º, e encaminhará, no prazo de sessenta dias,
contado da data de divulgação do relatório a que se refere o § 1º do art. 25 da Lei nº 10.826, de
2003, a relação das armas a serem doadas, para que o juiz competente determine o seu
perdimento, nos termos do disposto no § 5º.

§ 8º As armas de fogo de valor histórico ou obsoletas poderão ser objeto de doação a


museus das Forças Armadas ou de instituições policiais indicados pelo Comando do Exército.

§ 9º As armas de fogo apreendidas poderão ser devolvidas pela autoridade competente


aos seus legítimos proprietários na hipótese de serem cumpridos os requisitos de que trata
o art. 4º da Lei nº 10.826, de 2003.

§ 10. A decisão sobre o destino final das armas de fogo não doadas aos órgãos
interessados nos termos do disposto neste Decreto caberá ao Comando do Exército, que deverá
concluir pela sua destruição ou pela doação às Forças Armadas.

§ 11. As munições e os acessórios apreendidos, concluídos os procedimentos


relativos à elaboração do laudo pericial e quando não mais interessarem à persecução penal,
serão encaminhados pelo juiz competente ao Comando do Exército, no prazo de quarenta e oito
horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas.

420
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 12. O órgão de segurança pública ou as Forças Armadas responsáveis pela apreensão


das munições serão o destinatário da doação, desde que manifestem interesse.

§ 13. Na hipótese de não haver interesse por parte do órgão ou das Forças Armadas
responsáveis pela apreensão, as munições serão destinadas ao primeiro órgão que manifestar
interesse.

§ 14. Compete ao órgão de segurança pública beneficiário da doação das munições


periciá-las para atestar a sua validade e encaminhá-las ao Comando do Exército para destruição,
na hipótese de ser constado que são inservíveis.

§ 15. As armas de fogo, as munições e os acessórios apreendidos que forem de


propriedade das instituições a que se referem os incisos I a XI do caput do art. 34 serão
devolvidos à instituição após a realização de perícia, exceto se determinada sua retenção até o
final do processo pelo juízo competente.

Art. 46. As solicitações dos órgãos de segurança pública sobre informações relativas ao
cadastro de armas de fogo, munições e demais produtos controlados junto ao Sinarm e ao
Sigma serão encaminhadas diretamente à Polícia Federal ou ao Comando do Exército, conforme
o caso.

Art. 47. Na hipótese de falecimento ou interdição do proprietário de arma de fogo, o


administrador da herança ou o curador, conforme o caso, providenciará a transferência da
propriedade da arma, por meio de alvará judicial ou de autorização firmada por todos os
herdeiros, desde que sejam maiores de idade e capazes, observado o disposto no art. 12.

§ 1º O administrador da herança ou o curador comunicará à Polícia Federal ou ao


Comando do Exército, conforme o caso, a morte ou a interdição do proprietário da arma de
fogo.

§ 2º Na hipótese de que trata o caput, a arma de fogo permanecerá sob a guarda e a


responsabilidade do administrador da herança ou do curador, depositada em local seguro, até a
expedição do Certificado de Registro de Arma de Fogo e a entrega ao novo proprietário.

§ 3º A inobservância ao disposto no § 2º implicará a apreensão da arma de fogo pela


autoridade competente, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.

421
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 48. O valor da indenização de que tratam os art. 31 e art. 32 da Lei nº 10.826, de
2003, e o procedimento para o respectivo pagamento serão fixados pelo Ministério da Justiça e
Segurança Pública.

Art. 49. Os recursos financeiros necessários ao cumprimento do disposto nos art. 31 e art.
32 da Lei nº 10.826, de 2003, serão custeados por dotação orçamentária específica consignada
ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Art. 50. Será presumida a boa-fé dos possuidores e dos proprietários de armas de fogo
que as entregar espontaneamente à Polícia Federal ou aos postos de recolhimento
credenciados, nos termos do disposto no art. 32 da Lei nº 10.826, de 2003.

Art. 51. A entrega da arma de fogo de que tratam os art. 31 e art. 32 da Lei nº 10.826, de
2003, de seus acessórios ou de sua munição será feita na Polícia Federal ou em órgãos e
entidades credenciados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

§ 1º Para o transporte da arma de fogo até o local de entrega, será exigida guia de
trânsito, expedida pela Polícia Federal ou por órgão por ela credenciado, que conterá as
especificações mínimas estabelecidas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

§ 2º A guia de trânsito de que trata o § 1º poderá ser expedida pela internet, na forma
estabelecida em ato do Diretor-Geral da Polícia Federal.

§ 3º A guia de trânsito de que trata o § 1º autorizará tão-somente o transporte da arma,


devidamente desmuniciada e acondicionada de maneira que seu uso não possa ser imediato,
limitado para o percurso nela autorizado.

§ 4º O transporte da arma de fogo sem a guia de trânsito, ou o transporte realizado com


a guia, mas sem a observância ao que nela estiver estipulado, sujeitará o infrator às sanções
penais cabíveis.

Art. 52. As disposições sobre a entrega de armas de fogo de que tratam os art. 31 e art.
32 da Lei nº 10.826, de 2003, não se aplicam às empresas de segurança privada e de transporte
de valores.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 53. Será aplicada pelo órgão competente pela fiscalização multa de:

I - R$ 100.000,00 (cem mil reais):

a) à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que


permita o transporte de arma de fogo, munição ou acessórios sem a devida autorização ou com
inobservância às normas de segurança; e

b) à empresa de produção ou de comercialização de armas de fogo que realize


publicidade para estimular a venda e o uso indiscriminado de armas de fogo, acessórios e
munição, exceto nas publicações especializadas;

II - R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), sem prejuízo das sanções penais cabíveis:

a) à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que


deliberadamente, por qualquer meio, realize, promova ou facilite o transporte de arma de fogo
ou de munição sem a devida autorização ou com inobservância às normas de segurança; e

b) à empresa de produção ou de comercialização de armas de fogo que reincidir na


conduta de que trata a alínea “b” do inciso I do caput; e

III - R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), sem prejuízo das sanções penais cabíveis, à
empresa que reincidir na conduta de que tratam a alínea “a” do inciso I e as alíneas “a” e “b” do
inciso II.

Art. 54. A empresa de segurança e de transporte de valores ficará sujeita às penalidades


de que trata o art. 23 da Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, na hipótese de não apresentar,
nos termos do disposto nos § 2º e § 3º do art. 7º da Lei nº 10.826, de 2003:

I - a documentação comprobatória do cumprimento dos requisitos constantes do art. 4º


da Lei nº 10.826, de 2003, quanto aos empregados que portarão arma de fogo; e

II - semestralmente, ao Sinarm, a listagem atualizada de seus empregados.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 55. Os recursos arrecadados em razão das taxas e das sanções pecuniárias de caráter
administrativo previstas neste Decreto serão aplicados nos termos do disposto no § 1º do art. 11
da Lei nº 10.826, de 2003.

Art. 56. As receitas destinadas ao Sinarm serão recolhidas ao Banco do Brasil S.A., na
conta Fundo para Aparelhamento e Operacionalização das Atividades-Fim da Polícia Federal, e
serão alocadas para o reaparelhamento, a manutenção e o custeio das atividades de controle e
de fiscalização da circulação de armas de fogo e de repressão ao seu tráfico ilícito, de
competência da Polícia Federal.

Art. 57. Os requerimentos formulados ao Comando do Exército, ao Sigma, à Polícia


Federal e ao Sinarm referentes aos procedimentos previstos neste Decreto serão apreciados e
julgados no prazo de sessenta dias.

§ 1º A apreciação e o julgamento a que se refere o caput ficarão condicionados à


apresentação do requerimento devidamente instruído à autoridade competente.

§ 2º O prazo a que se refere o caput será contado da data:

I - da entrega do requerimento devidamente instruído; ou

II - da entrega da documentação completa de instrução do requerimento, na hipótese de


as datas da entrega do requerimento e dos documentos que o instruem não coincidirem.

§ 3º Transcorrido o prazo a que se refere o caput sem a apreciação e o julgamento do


requerimento, observado o disposto no § 1º, consideram-se aprovados tacitamente os pedidos
nele formulados.

§ 4º A aprovação tácita não impede a continuidade da apreciação do requerimento, que


poderá ser cassado, caso constatado o não cumprimento dos requisitos legais.

Art. 58. O Decreto nº 9.607, de 12 de dezembro de 2018, passa a vigorar com as seguintes
alterações:

424
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

“Art. 34-B. A autorização para importação de Prode,


conforme definido em ato do Ministro de Estado da Defesa,
poderá ser concedida:

I - aos órgãos e às entidades da administração


pública;

II - aos fabricantes de Prode em quantidade


necessária à realização de pesquisa, estudos e testes, à
composição de sistemas de Prode ou à fabricação de Prode;

III - aos representantes de empresas estrangeiras, em


regime de admissão temporária, para fins de experiências,
testes ou demonstração, junto às Forças Armadas do Brasil
ou a órgãos ou entidades públicas, desde que comprovem
exercer a representação comercial do fabricante estrangeiro
no território nacional e apresentem documento
comprobatório do interesse das instituições envolvidas;

IV - aos expositores, para participação em feiras,


mostras, exposições e eventos, por período determinado;

V - aos agentes de segurança de dignitários


estrangeiros em visita ao País, em caráter temporário;

VI - às representações diplomáticas;

VII - aos integrantes de Forças Armadas do Brasil ou


de órgãos de segurança estrangeiros, em caráter
temporário, para:

a) participação em exercícios combinados; ou

b) participação, na qualidade de instrutor, aluno ou


competidor, em cursos e eventos profissionais das Forças
Armadas do Brasil e de órgãos de segurança nacionais,
desde que o Prode seja essencial para o curso ou o evento;
e

425
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

VIII - aos colecionadores, aos atiradores desportivos,


aos caçadores e às pessoas naturais cujas armas de fogo
devam ser registradas pelo Comando do Exército, nas
condições estabelecidas no Regulamento para a
Fiscalização de Produtos Controlados.

§ 1º Nas hipóteses previstas nos incisos III, IV e VII


do caput, a importação será limitada às amostras
necessárias ao evento, vedada a importação do produto
para outros fins, e os Prode deverão ser reexportados após
o término do evento motivador da importação ou, a critério
do importador e com autorização do Ministério da Defesa,
doados.

§ 2º Na hipótese prevista no inciso III do caput, os


Prode não serão entregues aos seus importadores e ficarão
diretamente sob a guarda dos órgãos ou das instituições
envolvidos.” (NR)

Art. 59. O Decreto nº 9.845, de 25 de junho de 2019, passa a vigorar com as seguintes
alterações:

“Art. 7º ............................................................................................
.....

§ 1º Nas hipóteses de que trata o caput, o


proprietário entregará a arma de fogo à Polícia Federal ou
ao Comando do Exército, conforme o caso, mediante
indenização, na forma prevista no art. 48 do Decreto nº
9.847 , de 25 de junho de 2019, ou providenciará a sua
transferência para terceiro, no prazo de sessenta dias,
contado da data da ciência do indiciamento ou do
recebimento da denúncia ou da queixa pelo juiz.

...........................................................................................................”
(NR)

“Art. 8º Na hipótese de não cumprimento dos


requisitos de que trata o art. 3º para a renovação do

426
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Certificado de Registro de Arma de Fogo, o proprietário


entregará a arma de fogo à Polícia Federal, mediante
indenização, na forma prevista no art. 48 do Decreto nº
9.847, de 2019, ou providenciará a sua transferência, no
prazo de sessenta dias, para terceiro interessado na
aquisição, observado o disposto no art. 5º.

...........................................................................................................”
(NR)

Art. 60. Ficam revogados:

I - os seguintes dispositivos do Anexo ao Decreto nº 3.665, de 20 de novembro de 2000:

a) o art. 183; e

b) o art. 190;

II - o art. 34-A do Decreto nº 9.607, de 2018;

III - o Decreto nº 9.785, de 7 de maio de 2019;

IV - o Decreto nº 9.797, de 21 de maio de 2019; e

V - o Decreto nº 9.844, de 25 de junho de 2019.

Art. 61. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 25 de junho de 2019; 198º da Independência e 131º da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO

7 - Lei Federal nº 13.869, de 05.09.2019 – Abuso de Autoridade;

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agente público,
servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder
que lhe tenha sido atribuído.

427
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando


praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si
mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.

§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura abuso


de autoridade.

CAPÍTULO II

DOS SUJEITOS DO CRIME

Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou
não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não se
limitando a:

I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;

II - membros do Poder Legislativo;

III - membros do Poder Executivo;

IV - membros do Poder Judiciário;

V - membros do Ministério Público;

VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.

Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo.

CAPÍTULO III

DA AÇÃO PENAL

Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.

§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal,
cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva,
intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a
todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.

§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da data em
que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.

CAPÍTULO IV

DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

Seção I

Dos Efeitos da Condenação

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 4º São efeitos da condenação:

I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz, a
requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos causados
pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos;

II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 (um)
a 5 (cinco) anos;

III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública.

Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são condicionados
à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e não são automáticos, devendo
ser declarados motivadamente na sentença.

Seção II

Das Penas Restritivas de Direitos

Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas nesta
Lei são:

I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;

II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis)


meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens;

III - (VETADO).

Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou


cumulativamente.

CAPÍTULO V

DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA

Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independentemente das sanções de
natureza civil ou administrativa cabíveis.

Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreverem falta funcional serão
informadas à autoridade competente com vistas à apuração.

Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, não se


podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando essas questões tenham
sido decididas no juízo criminal.

Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a sentença
penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa,
em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

CAPÍTULO VI

429
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade com as


hipóteses legais:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, dentro de prazo razoável,
deixar de:

I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;

II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade


provisória, quando manifestamente cabível;

III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível.’

Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado manifestamente


descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 11. (VETADO).

Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no


prazo legal:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:

I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão temporária ou preventiva à


autoridade judiciária que a decretou;

II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontra à


sua família ou à pessoa por ela indicada;

III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a nota de culpa, assinada
pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das testemunhas;

IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão temporária, de prisão


preventiva, de medida de segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e
excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de
promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.

Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua
capacidade de resistência, a:

I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;

II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei;

III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à
violência.

Art. 14. (VETADO).

Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, ministério,
ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório:

I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou

II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a
presença de seu patrono.

Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua captura
ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por interrogatório em sede
de procedimento investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si
mesmo falsa identidade, cargo ou função.

Art. 17. (VETADO).

Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso noturno, salvo
se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar
declarações:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito de preso à autoridade


judiciária competente para a apreciação da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua
custódia:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente do impedimento ou da


demora, deixa de tomar as providências tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para
decidir sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja.

Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o investigado de
entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável,
antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se durante a
audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por
videoconferência.

431
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de confinamento:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela, criança ou adolescente
na companhia de maior de idade ou em ambiente inadequado, observado o disposto na Lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do


ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem
determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:

I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou


suas dependências;

II - (VETADO);

III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes
das 5h (cinco horas).

§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver fundados
indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de
desastre.

Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação ou de processo, o estado


de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de
responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta com o intuito de:

I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso praticado no curso de


diligência;

II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações incompletos para desviar o


curso da investigação, da diligência ou do processo.

Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou empregado de instituição
hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com
o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apuração:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação ou fiscalização, por


meio manifestamente ilícito:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

432
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em desfavor do investigado ou
fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude.

Art. 26. (VETADO).

Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ou


administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito
funcional ou de infração administrativa: (Vide ADIN 6234) (Vide ADIN 6240)

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar


sumária, devidamente justificada.

Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda
produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do
investigado ou acusado:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo
com o fim de prejudicar interesse de investigado: (Vide ADIN 6234) (Vide ADIN 6240)

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. (VETADO).

Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa
fundamentada ou contra quem sabe inocente:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em prejuízo do


investigado ou fiscalizado: (Vide ADIN 6234) (Vide ADIN 6240)

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução ou conclusão
de procedimento, o estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado
ou do fiscalizado.

Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de investigação
preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento
investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção de
cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a
realização de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não
fazer, sem expresso amparo legal:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou função pública ou invoca a
condição de agente público para se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou
privilégio indevido.

Art. 34. (VETADO).

Art. 35. (VETADO).

Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos financeiros em quantia que
extrapole exacerbadamente o valor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a
demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de processo de que tenha requerido
vista em órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o
julgamento:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de comunicação, inclusive rede
social, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

CAPÍTULO VII

DO PROCEDIMENTO

Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos previstos nesta Lei, no que couber,
as disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e
da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.

CAPÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 40. O art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, passa a vigorar com a seguinte
redação:

“Art.2º .......................................................................................................

........................................................................................................................

§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o


período de duração da prisão temporária estabelecido
no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso
deverá ser libertado.

.........................................................................................................................

§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a


autoridade responsável pela custódia deverá,

434
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

independentemente de nova ordem da autoridade judicial,


pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver
sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou
da decretação da prisão preventiva.

§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão


no cômputo do prazo de prisão temporária.” (NR)

Art. 41. O art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, passa a vigorar com a seguinte
redação:

“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de


comunicações telefônicas, de informática ou telemática,
promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça,
sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados
em lei:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade


judicial que determina a execução de conduta prevista
no caput deste artigo com objetivo não autorizado em lei.”
(NR)

Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), passa a
vigorar acrescida do seguinte art. 227-A:

“Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I


do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes previstos
nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso de
autoridade, são condicionados à ocorrência de reincidência.

Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da


função, nesse caso, independerá da pena aplicada na
reincidência.”

Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 7º-B:

‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de


advogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta
Lei:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”

Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e o § 2º do art. 150 e o art. 350,
ambos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).

Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e vinte) dias de sua publicação
oficial.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Brasília, 5 de setembro de 2019; 198 o da Independência e 131o da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO

Sérgio Moro

Wagner de Campos Rosário

Jorge Antonio de Oliveira Francisco

André Luiz de Almeida Mendonça

Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.9.2019 - Edição extra-A e retificado em
18.9.2019

Presidência da República
Secretaria-Geral
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019

Dispõe sobre os crimes de abuso de


autoridade; altera a Lei nº 7.960, de 21 de
dezembro de 1989, a Lei nº 9.296, de 24 de
julho de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de julho
de 1990, e a Lei nº 8.906, de 4 de julho de
1994; e revoga a Lei nº 4.898, de 9 de
dezembro de 1965, e dispositivos do Decreto-
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu promulgo,


nos termos do parágrafo 5o do art. 66 da Constituição Federal, as seguintes partes vetadas da
Lei no 13.869, de 5 de setembro de 2019:

“CAPÍTULO III
DA AÇÃO PENAL

Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.

§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal,
cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva,

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a


todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.

§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da data em
que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.”

“CAPÍTULO VI
DOS CRIMES E DAS PENAS

‘Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade com as


hipóteses legais:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, dentro de prazo razoável,
deixar de:

I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;

II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade


provisória, quando manifestamente cabível;

III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível.’

‘Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua
capacidade de resistência, a:

.........................................................................................................................

III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:

........................................................................................................................’

‘Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função,
ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo:

.........................................................................................................................

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório:

I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou

II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a
presença de seu patrono.’

‘Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua
captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por interrogatório em sede
de procedimento investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si
mesmo falsa identidade, cargo ou função.’

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

‘Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o investigado de
entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável,
antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se durante a
audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por
videoconferência.’

‘Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa
fundamentada ou contra quem sabe inocente:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.’

‘Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de investigação
preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento
investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção de
cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a
realização de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’

‘Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de comunicação, inclusive rede
social, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’”

“CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS

.......................................................................................................................

Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 7º-B:

‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de


advogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta
Lei:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”

Brasília, 27 de setembro de 2019; 198o da Independência e 131o da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO

8 - Lei Federal nº 9.455 de 07 de abril de 1997 – Lei de Tortura

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:

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Art. 1º Constitui crime de tortura:

I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento


físico ou mental:

a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;

b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;

c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo.

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não
resultante de medida legal.

§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-
las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.

§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a


dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.

§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:

I - se o crime é cometido por agente público;

II - se o crime é cometido contra criança, gestante, deficiente e adolescente;

II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou


maior de 60 (sessenta) anos; '(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)

III - se o crime é cometido mediante seqüestro.

§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para


seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.

§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.

§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento
da pena em regime fechado.

Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em
território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição
brasileira.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do
Adolescente.

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Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Nelson A. Jobim

9 - Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 10 de dezembro de 1948;

Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família


humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz
no mundo,

Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultam em atos


bárbaros que ultrajam a consciência da humanidade e que o advento de um mundo em que os
homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e
da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum,
Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de Direito, para
que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão,
Considerando essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações,
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos
humanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos
dos homens e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições
de vida em uma liberdade mais ampla,
Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as
Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais e a
observância desses direitos e liberdades,
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta
importância para o pleno cumprimento desse compromisso,

A Assembléia Geral proclama:

A presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por
todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da
sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da
educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas
progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua
observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto
entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Artigo 1º
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e
consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Artigo2º
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas nesta
Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião
política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra
condição.
Não será tampouco feita qualquer distinção fundada na condição política, jurídica ou
internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território
independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de
soberania.

Artigo 3º
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4º
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão
proibidos em todas as suas formas.

Artigo 5º
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante.

Artigo 6º
Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a lei.

Artigo 7º
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei.
Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente
Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo 8º
Toda pessoa tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os
atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela
lei.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Artigo 9º
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10
Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um
tribunal independente e imparcial, para decidir sobre seus direitos e deveres ou do fundamento
de qualquer acusação criminal contra ele.

Artigo 11
§1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até que
a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe
tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
§2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não
constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Tampouco será imposta pena mais
forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo 12
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua
correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da
lei contra tais interferências ou ataques.

Artigo13
§1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de
cada Estado.
§2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.

Artigo 14
§1. Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros
países.
§2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por
crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 15

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.


§2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de
nacionalidade.

Artigo 16
Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou
religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em
relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.
§1. O casamento não será válido senão como o livre e pleno consentimento dos nubentes.
§2. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da
sociedade e do Estado.

Artigo 17
§1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
§2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Artigo 18
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a
liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença,
pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou
em particular.

Artigo 19

Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de,
sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por
quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

Artigo 20
§1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas.
§2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo 21
§1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu país, diretamente ou por
intermédio de representantes livremente escolhidos.
§2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em
eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente
que assegure a liberdade de voto.

Artigo 22
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo
esforço nacional, pela cooperação internacional de acordo com a organização e recursos de
cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao
livre desenvolvimento da sua personalidade.

Artigo 23
§1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e
favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
§2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
§3. Toda pessoa que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe
assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a
que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
§4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para a proteção de seus
interesses.

Artigo 24
Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e
a férias periódicas remuneradas.

Artigo 25
§1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde
e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais
indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice
ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
§2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as
crianças, nascidas dentro ou fora de matrimônio, gozarão da mesma proteção social.

Artigo 26
§1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus
elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-
profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.

444
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade


humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades
fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as
nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da
manutenção da paz.
§3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a
seus filhos.

Artigo 27
§1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir
as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios.
§2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de
qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.

Artigo 28
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades
estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.

Artigo 29
§1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno
desenvolvimento de sua personalidade é possível.
§2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará sujeita apenas às limitações
determinadas por lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e
respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da
ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
§3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente
aos propósitos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a
qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer
ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

10 - Lei Federal nº 11.340 de 07 de agosto de 2006 – Violência Doméstica e familiar contra


Mulher – “Lei Maria da Penha”

TÍTULO I

445
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar
contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais
ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às
mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda,
cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência,
preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à
vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça,
ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à
convivência familiar e comunitária.

§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das
mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o


efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.

Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e,
especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e
familiar.

TÍTULO II

DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de
2015)

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio


permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que


são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade
expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação


sexual.

Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de
violação dos direitos humanos.

CAPÍTULO II

DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal;

447
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e
decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância
constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do
direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à
autodeterminação;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e
decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância
constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade,
ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe
cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; (Redação dada pela Lei nº
13.772, de 2018)

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a
manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação
ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade,
que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez,
ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que
limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,


subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos
pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer
suas necessidades;

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação
ou injúria.

TÍTULO III

DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

CAPÍTULO I

448
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO

Art. 8º A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher
far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes:

I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria


Pública com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e
habitação;

II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com a


perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às conseqüências e à
freqüência da violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, a
serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas;

III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da pessoa e
da família, de forma a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência
doméstica e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1º , no inciso IV do art.
3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal ;

IV - a implementação de atendimento policial especializado para as mulheres, em


particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher;

V - a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da violência


doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em geral, e a
difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres;

VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros instrumentos de


promoção de parceria entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades não-
governamentais, tendo por objetivo a implementação de programas de erradicação da violência
doméstica e familiar contra a mulher;

VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo
de Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I
quanto às questões de gênero e de raça ou etnia;

449
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos de irrestrito


respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia;

IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos


relativos aos direitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da
violência doméstica e familiar contra a mulher.

CAPÍTULO II

DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada


de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da
Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre
outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.

§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência


doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e
municipal.

§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para


preservar sua integridade física e psicológica:

I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração


direta ou indireta;

II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de


trabalho, por até seis meses.

III - encaminhamento à assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para eventual
ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução
de união estável perante o juízo competente. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019)

450
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 3º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o


acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os
serviços de contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis
(DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos
necessários e cabíveis nos casos de violência sexual.

§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, sexual ou psicológica
e dano moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir todos os danos causados,
inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos
relativos aos serviços de saúde prestados para o total tratamento das vítimas em situação de
violência doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde do
ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem os serviços. (Vide Lei nº
13.871, de 2019) (Vigência)

§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo iminente e


disponibilizados para o monitoramento das vítimas de violência doméstica ou familiar
amparadas por medidas protetivas terão seus custos ressarcidos pelo agressor. (Vide Lei nº
13.871, de 2019) (Vigência)

§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo não poderá importar


ônus de qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus dependentes, nem configurar
atenuante ou ensejar possibilidade de substituição da pena aplicada. (Vide Lei nº 13.871, de
2019) (Vigência)

§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem prioridade para matricular seus
dependentes em instituição de educação básica mais próxima de seu domicílio, ou transferi-los
para essa instituição, mediante a apresentação dos documentos comprobatórios do registro da
ocorrência policial ou do processo de violência doméstica e familiar em curso. (Incluído
pela Lei nº 13.882, de 2019)

§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependentes matriculados ou transferidos


conforme o disposto no § 7º deste artigo, e o acesso às informações será reservado ao juiz, ao
Ministério Público e aos órgãos competentes do poder público. (Incluído pela Lei nº
13.882, de 2019)

CAPÍTULO III

DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL

451
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica e familiar contra a


mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as
providências legais cabíveis.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descumprimento de


medida protetiva de urgência deferida.

Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento


policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado por servidores - preferencialmente do
sexo feminino - previamente capacitados. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de


testemunha de violência doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher, obedecerá às
seguintes diretrizes: (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente, considerada a sua


condição peculiar de pessoa em situação de violência doméstica e familiar; (Incluído pela
Lei nº 13.505, de 2017)

II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de violência doméstica e


familiar, familiares e testemunhas terão contato direto com investigados ou suspeitos e pessoas
a eles relacionadas; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre o mesmo fato
nos âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como questionamentos sobre a vida
privada. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de


testemunha de delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o seguinte
procedimento: (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse fim, o qual conterá
os equipamentos próprios e adequados à idade da mulher em situação de violência doméstica e
familiar ou testemunha e ao tipo e à gravidade da violência sofrida; (Incluído pela Lei nº
13.505, de 2017)

452
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional especializado em


violência doméstica e familiar designado pela autoridade judiciária ou policial; (Incluído
pela Lei nº 13.505, de 2017)

III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético, devendo a


degravação e a mídia integrar o inquérito. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a


autoridade policial deverá, entre outras providências:

I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério


Público e ao Poder Judiciário;

II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;

III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro,
quando houver risco de vida;

IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do


local da ocorrência ou do domicílio familiar;

V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis.

V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis,


inclusive os de assistência judiciária para o eventual ajuizamento perante o juízo competente da
ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união
estável. (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019)

Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o
registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes
procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:

I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se


apresentada;

453
BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas


circunstâncias;

III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o
pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;

IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar


outros exames periciais necessários;

V - ouvir o agressor e as testemunhas;

VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes
criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências
policiais contra ele;

VI-A - verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo e, na


hipótese de existência, juntar aos autos essa informação, bem como notificar a ocorrência à
instituição responsável pela concessão do registro ou da emissão do porte, nos termos da Lei nº
10.826, de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do Desarmamento); (Incluído pela Lei nº
13.880, de 2019)

VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público.

§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e deverá conter:

I - qualificação da ofendida e do agressor;

II - nome e idade dos dependentes;

III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

IV - informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com deficiência e se da


violência sofrida resultou deficiência ou agravamento de deficiência preexistente. (Incluído
pela Lei nº 13.836, de 2019)

§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1º o boletim de


ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida.

§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos


por hospitais e postos de saúde.

Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de suas políticas e planos de


atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, darão prioridade, no
âmbito da Polícia Civil, à criação de Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams),
de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de equipes especializadas para o atendimento e a
investigação das violências graves contra a mulher.

Art. 12-B. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

§ 2º (VETADO. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)

§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos necessários à defesa da


mulher em situação de violência doméstica e familiar e de seus dependentes. (Incluído pela
Lei nº 13.505, de 2017)

Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física
da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor
será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a
ofendida: (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)

I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca;


ou (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)

III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado
disponível no momento da denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)

§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no
prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a
revogação da medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público
concomitantemente. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)

§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida


protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao preso. (Incluído pela Lei
nº 13.827, de 2019)

TÍTULO IV

DOS PROCEDIMENTOS

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e criminais decorrentes
da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos
Códigos de Processo Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa à criança, ao
adolescente e ao idoso que não conflitarem com o estabelecido nesta Lei.

Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça
Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e
nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução das causas
decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.

Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário noturno, conforme


dispuserem as normas de organização judiciária.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dissolução de união estável
no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. (Incluído pela Lei nº 13.894,
de 2019)

§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher a


pretensão relacionada à partilha de bens. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019)

§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuizamento da ação de divórcio


ou de dissolução de união estável, a ação terá preferência no juízo onde estiver. (Incluído
pela Lei nº 13.894, de 2019)

Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis regidos por esta
Lei, o Juizado:

I - do seu domicílio ou de sua residência;

II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;

III - do domicílio do agressor.

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que
trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência
especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o
Ministério Público.

Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher,
de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena
que implique o pagamento isolado de multa.

CAPÍTULO II

DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

Seção I

Disposições Gerais

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Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas:

I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de urgência;

II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando


for o caso;

II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando


for o caso, inclusive para o ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação
de casamento ou de dissolução de união estável perante o juízo competente; (Redação
dada pela Lei nº 13.894, de 2019)

III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.

IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do agressor.


(Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019)

Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a
requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.

§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato,


independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, devendo
este ser prontamente comunicado.

§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e


poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados.

§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida,


conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender
necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério
Público.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão
preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou
mediante representação da autoridade policial.

Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo,
verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem
razões que a justifiquem.

Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao agressor,
especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do
advogado constituído ou do defensor público.

Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação ao agressor .

Seção II

Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos
desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as
seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:

I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão


competente, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 ;

II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:

a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite


mínimo de distância entre estes e o agressor;

b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de


comunicação;

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e


psicológica da ofendida;

IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de


atendimento multidisciplinar ou serviço similar;

V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação; e (Incluído


pela Lei nº 13.984, de 2020)

VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento individual e/ou em


grupo de apoio. (Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020)

§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na


legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem,
devendo a providência ser comunicada ao Ministério Público.

§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições


mencionadas no caput e incisos do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz
comunicará ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas protetivas de urgência
concedidas e determinará a restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do
agressor responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos
crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.

§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz


requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial.

§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e


nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).

Seção III

Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de


proteção ou de atendimento;

II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo


domicílio, após afastamento do agressor;

III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a
bens, guarda dos filhos e alimentos;

IV - determinar a separação de corpos.

V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação


básica mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa instituição,
independentemente da existência de vaga. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)

Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de
propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas,
entre outras:

I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;

II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e


locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;

III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;

IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos


materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.

Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos nos
incisos II e III deste artigo.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Seção IV
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)

Do Crime de Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência


Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas
nesta Lei: (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 13.641, de
2018)

§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que


deferiu as medidas. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)

§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder


fiança. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)

§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções


cabíveis. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)

CAPÍTULO III

DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas cíveis e criminais
decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher.

Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições, nos casos de
violência doméstica e familiar contra a mulher, quando necessário:

I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação, de assistência social


e de segurança, entre outros;

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento à mulher em


situação de violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou
judiciais cabíveis no tocante a quaisquer irregularidades constatadas;

III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.

CAPÍTULO IV

DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência
doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art. 19
desta Lei.

Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência doméstica e familiar o acesso
aos serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em
sede policial e judicial, mediante atendimento específico e humanizado.

TÍTULO V

DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR

Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser
criados poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por
profissionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde.

Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras atribuições que
lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério
Público e à Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver
trabalhos de orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a
ofendida, o agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.

Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais aprofundada, o juiz poderá
determinar a manifestação de profissional especializado, mediante a indicação da equipe de
atendimento multidisciplinar.

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, poderá prever
recursos para a criação e manutenção da equipe de atendimento multidisciplinar, nos termos da
Lei de Diretrizes Orçamentárias.

TÍTULO VI

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível e criminal para conhecer e julgar as
causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, observadas as
previsões do Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação processual pertinente.

Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas varas criminais, para o
processo e o julgamento das causas referidas no caput.

TÍTULO VII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher
poderá ser acompanhada pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de
assistência judiciária.

Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão criar e promover,
no limite das respectivas competências:

I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e respectivos


dependentes em situação de violência doméstica e familiar;

II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em situação de


violência doméstica e familiar;

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saúde e centros de perícia


médico-legal especializados no atendimento à mulher em situação de violência doméstica e
familiar;

IV - programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica e familiar;

V - centros de educação e de reabilitação para os agressores.

Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a adaptação


de seus órgãos e de seus programas às diretrizes e aos princípios desta Lei.

Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nesta Lei poderá ser
exercida, concorrentemente, pelo Ministério Público e por associação de atuação na área,
regularmente constituída há pelo menos um ano, nos termos da legislação civil.

Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz quando
entender que não há outra entidade com representatividade adequada para o ajuizamento da
demanda coletiva.

Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher serão
incluídas nas bases de dados dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e Segurança a fim de
subsidiar o sistema nacional de dados e informações relativo às mulheres.

Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal


poderão remeter suas informações criminais para a base de dados do Ministério da Justiça.

Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da medida protetiva de


urgência. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)

Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão registradas em banco de dados


mantido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça, garantido o acesso do Ministério
Público, da Defensoria Pública e dos órgãos de segurança pública e de assistência social, com
vistas à fiscalização e à efetividade das medidas protetivas. (Incluído pela Lei nº 13.827, de
2019)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no limite de suas


competências e nos termos das respectivas leis de diretrizes orçamentárias, poderão estabelecer
dotações orçamentárias específicas, em cada exercício financeiro, para a implementação das
medidas estabelecidas nesta Lei.

Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras decorrentes dos princípios
por ela adotados.

Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.

Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo
Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:

“Art. 313. .................................................

................................................................

IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a


mulher, nos termos da lei específica, para garantir a execução das
medidas protetivas de urgência.” (NR)

Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de


1940 (Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 61. ..................................................

.................................................................

II - ............................................................

.................................................................

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações


domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra
a mulher na forma da lei específica;

........................................................... ” (NR)

Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 129. ..................................................

..................................................................

§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente,


irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha
convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas,
de coabitação ou de hospitalidade:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

..................................................................

§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de


um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de
deficiência.” (NR)

Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), passa a
vigorar com a seguinte redação:

“Art. 152. ...................................................

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a


mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do
agressor a programas de recuperação e reeducação.” (NR)

Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após sua publicação.

Brasília, 7 de agosto de 2006; 185º da Independência e 118º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Dilma Rousseff

11 - Lei Federal nº 8.069 de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente;

Título I

Das Disposições Preliminares

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às
pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa


humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou
por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento
físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.

Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes,
sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou
crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica,
ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as
famílias ou a comunidade em que vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar,


com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;

b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância
e à juventude.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,


discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as
exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da
criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.

Título II

Dos Direitos Fundamentais

Capítulo I

Do Direito à Vida e à Saúde

Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação
de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e
harmonioso, em condições dignas de existência.

Art. 8 o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da


mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada
à gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no
âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 1 o O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da atenção primária. (Redação


dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 2 o Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua vinculação, no último


trimestre da gestação, ao estabelecimento em que será realizado o parto, garantido o direito de
opção da mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 3 o Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às mulheres e aos seus filhos
recém-nascidos alta hospitalar responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como o
acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação. (Redação dada pela Lei nº 13.257,
de 2016)

§ 4 o Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe,


no período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do
estado puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 5 o A assistência referida no § 4 o deste artigo deverá ser prestada também a gestantes e


mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

mães que se encontrem em situação de privação de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 13.257,
de 2016)

§ 6 o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua preferência


durante o período do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato. (Incluído pela Lei
nº 13.257, de 2016)

§ 7 o A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento materno, alimentação


complementar saudável e crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de
favorecer a criação de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento integral da
criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 8 o A gestante tem direito a acompanhamento saudável durante toda a gestação e a


parto natural cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras intervenções
cirúrgicas por motivos médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 9 o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante que não iniciar ou que
abandonar as consultas de pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer às consultas
pós-parto. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho na primeira
infância que se encontrem sob custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que
atenda às normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhimento do
filho, em articulação com o sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral
da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser
realizada anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar
informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da
incidência da gravidez na adolescência. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)

Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no caput deste artigo ficarão a cargo
do poder público, em conjunto com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas
prioritariamente ao público adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)

Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao


aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.

§ 1 o Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações sistemáticas,


individuais ou coletivas, visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de
promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável,
de forma contínua. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 2 o Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor de banco de


leite humano ou unidade de coleta de leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e


particulares, são obrigados a:

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo
de dezoito anos;

II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da


impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade
administrativa competente;

III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo


do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;

IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do


parto e do desenvolvimento do neonato;

V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.

VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à


técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo
técnico já existente. (Incluído pela Lei nº 13.436, de 2017) (Vigência)

Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e
do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade
no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. (Redação dada
pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 1 o A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou


segregação, em suas necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e
reabilitação. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 2 o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que necessitarem,


medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento,
habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado
voltadas às suas necessidades específicas. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 3 o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na primeira


infância receberão formação específica e permanente para a detecção de sinais de risco para o
desenvolvimento psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer necessário. (Incluído
pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as unidades neonatais, de


terapia intensiva e de cuidados intermediários, deverão proporcionar condições para a
permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de
criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou


degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente
comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências
legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 1 o As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção
serão obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da
Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 2 o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os serviços de assistência


social em seu componente especializado, o Centro de Referência Especializado de Assistência
Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do
Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária da
primeira infância com suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, formulando
projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se necessário, acompanhamento
domiciliar. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica
para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e
campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos.

§ 1 o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades


sanitárias. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 2 o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das crianças e das
gestantes, de forma transversal, integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado
direcionadas à mulher e à criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 3 o A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada,


inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente,
no sexto e no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bucal. (Incluído pela
Lei nº 13.257, de 2016)

§ 4 o A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será atendida pelo


Sistema Único de Saúde. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 5 º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros dezoito meses de


vida, de protocolo ou outro instrumento construído com a finalidade de facilitar a detecção, em
consulta pediátrica de acompanhamento da criança, de risco para o seu desenvolvimento
psíquico. (Incluído pela Lei nº 13.438, de 2017) (Vigência)

Capítulo II

Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como
pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e
sociais garantidos na Constituição e nas leis.

Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições
legais;

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

II - opinião e expressão;

III - crença e culto religioso;

IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;

V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;

VI - participar da vida política, na forma da lei;

VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.

Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da
criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia,
dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de
qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso
de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina,
educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos
responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído pela Lei nº
13.010, de 2014)

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física
sobre a criança ou o adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à


criança ou ao adolescente que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos


executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e
de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento
cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto
estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão
aplicadas de acordo com a gravidade do caso: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família; (Incluído pela


Lei nº 13.010, de 2014)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010,


de 2014)

III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de


2014)

IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; (Incluído pela Lei nº


13.010, de 2014)

V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar,
sem prejuízo de outras providências legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

Capítulo III

Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária

Seção I

Disposições Gerais

Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e,
excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em
ambiente que garanta seu desenvolvimento integral. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

§ 1 o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento


familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo
a autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe
interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de
reintegração familiar ou pela colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades
previstas no art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 2 o A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento


institucional não se prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada necessidade
que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade
judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 3 o A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua família terá


preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em serviços
e programas de proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1 o do art. 23, dos incisos I e IV
do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Redação dada pela Lei
nº 13.257, de 2016)

§ 4 o Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de


liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de
acolhimento institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização
judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL

§ 5 o Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adolescente que estiver
em acolhimento institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 6 o A mãe adolescente será assistida por equipe especializada multidisciplinar. (Incluído


pela Lei nº 13.509, de 2017)

Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção,
antes ou logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da
Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 1 o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e


da Juventude, que apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando inclusive os
eventuais efeitos do estado gestacional e puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 2 o De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o encaminhamento


da gestante ou mãe, mediante sua expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência
social para atendimento especializado. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 3 o A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo único do art.
25 desta Lei, respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual
período. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 4 o Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro representante


da família extensa apto a receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a
extinção do poder familiar e determinar a colocação da criança sob a guarda provisória de quem
estiver habilitado a adotá-la ou de entidad