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LER – COMPREENDER – INTERPRETAR

Edno Gonçalves Siqueira

1. Domínio de competências e habilidades dos modais das práticas linguísticas e seus códigos (léxico, sintaxe, semântica,
tematicidade, contextualidade, intertextualidade, pragmática).
2. Domínio de competências e habilidades de níveis cognitivo-semióticos.
3. Domínio de competências e habilidades do conhecimento enciclopédico (armazenado na memória de longo tempo, também
denominada semântica ou social. Refere-se a conhecimentos gerais sobre o mundo - uma espécie de thesaurus cultural).
4. Domínio de competências e habilidades acerca do jargão (terminologia técnica ou socioleto comum a uma atividade ou grupo
específico, comumente usada em grupos profissionais ou socioculturais).
5. Domínio de competências e habilidades arquitextuais (gêneros, tipos, espécies).
6. Seleção de polos (sujeito, autor, obra, corpora).
7. Seleção Hermenêutica (literal, consuetudinária, comunidade interpretante, disjuntiva, conjuntiva, doutrinária).
8. Seleção de registro de (de)codificação sígnica (conotação, denotação).

ESTRUTURA LÓGICA DAS COMUNICAÇÕES EM CIÊNCIAS (Não Humanas)

Constituintes Estruturantes Semióticos Enunciativos (categorias e elementos estruturadores


1. Objeto de Pesquisa semânticos)
1.1 Projeto de Pesquisa Textualidade (todas as categorias identificáveis e decodificáveis: lexemas, sintagmas,
1.2 Resultado da Pesquisa temporalizações, modalizações de valor, divisões temáticas)
Tematicidade (conteúdo cognitivo/semiótico)

2. Conteúdo Enunciativo
2.1 Um enunciado (afirmação/negação/indagação) de elevado alcance probabilístico (“valor de verdade”);
Ex.: O desequilíbrio causado pelo consumo não sustentável implica diminuição do IDH.
Ex.: O desequilíbrio causado pelo consumo não sustentável não implica diminuição do IDH.
Ex.: O desequilíbrio causado pelo consumo não sustentável implica diminuição do IDH? (Problema/Resultado de Pesquisa)

Gênero textual

TIPOLOGIA
Tipo textual é a forma como um texto se apresenta. As tipologias mais usadas
são: narração, descrição, dissertação (ou exposição), argumentação, informação e injunção[1]. É importante que não se confunda
tipo textual com gênero textual.

Os tipos textuais
Texto narrativo Modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo
certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal
predominante é o passado. Estamos cercados de narrações desde que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. É
o tipo predominante nos seguintes textos: contos, fábulas, crônicas, romances, novelas, piadas, poemas e lendas.
Texto descritivo
Um texto em que se faz um retrato escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais
utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever
sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. E fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da
personagem a que o texto refere. Nessa espécie textual as coisas acontecem ao mesmo tempo. É o tipo predominante em
textos como o diário, o relato, a biografia e autobiografia, a notícia, o currículo, a lista de compras e o cardápio.
Texto dissertativo expositivo
A dissertação é um texto que analisa, interpreta, explica e avalia dados da realidade. Esse tipo textual requer um pouco de
reflexão, pois as opiniões sobre os fatos e a postura crítica em relação ao que se discute têm grande importância.
O texto dissertativo é temático, pois trata de análises e interpretações; o tempo explorado é o presente no seu valor atemporal;
é constituído por uma introdução onde o assunto a ser discutido é apresentado, seguido por uma argumentação que caracteriza
o ponto de vista do autor sobre o assunto em evidência e, por último, sua conclusão.
Nesse tipo de texto a expressão das ideias, valores, crenças são claras, evidentes, pois é um tipo de texto que propõe a reflexão,
o debate de ideias. A linguagem explorada é a denotativa, embora o uso da conotação possa marcar um estilo pessoal.
A objetividade é um fator importante [2], pois dá ao texto um valor universal, por isso geralmente o enunciador não aparece
porque o mais importante é o assunto em questão e não quem fala dele. A ausência do emissor é importante para que a ideia
defendida torne algo partilhado entre muitas pessoas, sendo admitido o emprego da primeira pessoa do plural, pois esse não
descaracteriza o discurso dissertativo. A dissertação, o artigo, o editorial, o ensaio e a carta do leitor são exemplos de textos
dissertativos.
Texto dissertativo argumentativo Esse texto tem a função de persuadir o leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia imposta
pelo texto. É o tipo textual mais presente em manifestos e cartas abertas, e quando também mostra fatos para embasar
(justificar) a argumentação, se torna um texto dissertativo-argumentativo.
Esta tipologia apresenta:

1. Uma Introdução (tese)


2. Argumentos (desenvolvimento)
3. Conclusão (o que dá a prova os argumentos)

Texto injuntivo/instrucional Indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e
comportamentos. Utiliza-se uma linguagem objetiva e simples. Os verbos são na sua maioria, empregados no modo imperativo,
porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo. Exemplo: Previsões do tempo,
receitas culinárias, manuais de instruções, leis, bula de remédio, convenções, regras, eventos, editais e propagandas.

Tipos de textos e outras categorias


Não há outros tipos de texto senão os citados acima. Existem apenas cinco tipos textuais para as teorias da linguística textual
correntemente aceitas. Diálogo, relato, entrevista, explicação, reportagem, entre outros, são gêneros textuais.
Poesia e Prosa são formas literárias ou formas textuais.
Texto épico, dramático e lírico são gêneros literários.
Geralmente, percebe-se uma confusão entre os conceitos de gênero textual e tipo textual. Tipo de texto ou tipo textual é o
conteúdo do texto e o formato padrão comum dele. Gênero textual é a forma variada do texto. Um gênero textual não tem
quantidade limitada: pode surgir um novo a qualquer momento. Qualquer pessoa pode "criar" um novo gênero textual, porém,
tipo de texto não.
Normalmente, a lógica consiste em uma linguagem formal ou informal juntamente com um sistema dedutivo e/ou uma
semântica de modelo-teórico. A linguagem tem componentes que correspondem a uma parte de uma linguagem natural como
inglês ou grego. O sistema dedutivo implica capturar, codificar ou simplesmente registrar argumentos que são válidos para uma
linguagem dada, e a semântica implica apreender/capturar, codificar ou registrar os significados ou condições de verdade para
pelo menos parte da linguagem.
As seções a seguir fornecem os fundamentos de uma lógica típica, às vezes chamada de “lógica elementar clássica” ou “lógica
clássica de primeira ordem”. A Seção 2 desenvolve uma linguagem formal, com sintaxe e gramática rigorosas. A linguagem
formal é uma coleção de strings definida recursivamente em um alfabeto fixo. Como tal, não tem significado, ou talvez melhor, o
significado de suas fórmulas é dado pelo sistema dedutivo e pela semântica. Alguns dos símbolos têm contrapartidas na
linguagem comum. Definimos um argumento como uma coleção não vazia de sentenças na linguagem formal, uma das quais é
designada como conclusão. As outras sentenças (se houver) em um argumento são suas premissas. A seção 3 estabelece um
sistema dedutivo para a linguagem, no espírito da dedução natural. Um argumento é derivável se houver uma dedução de
algumas ou de todas as suas premissas até sua conclusão. A Seção 4 fornece uma semântica da teoria do modelo. Um
argumento é válido se não houver interpretação (na semântica) em que suas premissas sejam todas verdadeiras e sua conclusão
falsa. Isso reflete a visão de longa data de que um argumento válido preserva a verdade.

texto
Conceito muito polissémico, apesar da definição corrente e mais divulgada que se refere a texto como "todo o discurso fixado
pela escrita" (Ricœur, 1986). Desde a origem, com Quintiliano, texto era definido pela sua unidade e pela sua abertura a outros
textos, ideia que viria a ser retomada por G. Genette (1979, 1982, 1987) sob a forma de transtextualidade que teria dado origem
a outros lexemas derivados: paratexto (texto que contextualiza o texto de partida), metatexto (comentários acerca do texto de
partida), intertexto (citação ou alusão explícita a outro texto), hipertexto (texto que é retomado, paródia ou
pastiche), arquitexto (géneros de discurso, como a descrição, a narração ou géneros literários, como a epopeia, o romance
cavaleiresco, etc.).
Em pragmática e análise do discurso, texto é um termo que concorre com discurso . A tradição anglo-saxónica não
distingue texto de discurso, perspetiva aliás adotada por alguns dos principais investigadores em pragmática do português:
Joaquim Fonseca, que se refere à "Linguística do Texto/Discurso" e Maria Aldina Marques, que prefere o termo discurso para se
referir indiferentemente a texto e a discurso.
Não é porém esta a tendência geral. Muitos autores distinguem texto de discurso baseados respetivamente no suporte escrito
ou oral em que cada um dos termos se fixa, pelo que no texto seriam privilegiados os aspetos do cotexto (vizinhança linguística)
traduzidos em coesão (plano sintático de ordenação linear dos elementos linguísticos; processos de sequencialização que
asseguram uma ligação entre os elementos linguísticos que ocorrem na superfície textual) e coerência (um texto é coerente se
os esquemas cognitivos ativados pelas expressões linguísticas forem conformes àquilo que sabemos ser: a estrutura dos estados,
processos e eventos; as relações lógicas entre estado de coisas; as propriedades características dos objetos de um mundo
"normal"), ao passo que no discurso, pela sua dimensão interativa, seriam privilegiados os aspetos do contexto (participantes,
espaço, tempo, objetivo comunicativo, etc.). 
Uma das primeiras reflexões sobre o texto foi feita por M. A. K. Halliday (1976): "Um texto não é algo maior que uma frase; é
algo que difere da frase pela sua natureza. Um texto é encarado como uma unidade semântica: uma unidade não de forma mas
de significado. Um texto não é um conjunto de frases, é realizado e codificado por frases". Esta conceção de texto como unidade
semântica diferente da frase constitui uma novidade em relação às conceções tradicionais que entendiam o texto como
"sequência bem formada de frases ligadas progressivamente para um fim" (D. Slakta, 1985). Halliday entende ainda
o texto como uma unidade inserido dentro de uma situação ou contexto, o que representa já uma abordagem pragmática da
dimensão textual. Halliday (1976) define ainda texto em função da sua textualidade: "um texto tem textualidade e isso é o que o
distingue de outra coisa que não é um texto". A textualidade de um texto reúne as seguintes propriedades:

I) INTENCIONALIDADE: propriedade que se refere à intenção do locutor em realizar um texto coeso e coerente de acordo com
um determinado objetivo.
II) ACEITABILIDADE: atitude do alocutário que consiste em entender e interpretar um texto como coeso e coerente.
III) SITUACIONALIDADE: designa os fatores que fazem com que um texto seja relevante para uma dada situação. Caracteriza os
elementos que constituem o contexto.
IV) INTERTEXTUALIDADE: designa a relação entre um determinado texto e outros textos relevantes. Relaciona um texto concreto
com a memória textual coletiva, a memória de um grupo ou de um indivíduo específico.
V) INFORMATIVIDADE: o grau de informatividade é tanto maior quanto mais inesperada for uma ocorrência textual. Um texto
com baixo grau de informatividade tem efeitos negativos sobre a atenção do leitor/ouvinte.
VI) CONECTIVIDADE: interdependência semântica de duas ocorrências textuais. Resulta de dois processos: Coesão ou
Conectividade Sequencial e Coerência ou Conectividade Conceptual.
Mais do que uma unidade linguística composta por propriedades de sequencialidade e textualidade, o texto é uma dimensão
pragmática, ou configuracional, heterogénea (composta por sequências de outros textos), que é constituída por três
componentes: uma componente semântico-referencial, uma componente enunciativa e uma orientação argumentativa (cada
texto exprime um macro-ato de linguagem) (J. M. Adam, 1990).
Ouvimos falar de textos narrativos, descritivos, argumentativos, etc., mas a verdade é que é muito difícil encontrar um texto que
seja apenas de um tipo. Esta consciencialização de que cada texto é uma realidade muito heterogénea e não uma unidade bem
formada e uniforme tem aberto caminho para os recentes desenvolvimentos de tipologias textuais, sendo a proposta de J. M.
Adam (1992, 1999) a mais consensual (teoria baseada nos pressupostos cognitivistas da teoria dos protótipos; os falantes
possuem protótipos de sequências textuais que reconhecem sempre que surjam num texto; isso explica que sejamos capazes de
reconhecer uma receita de cozinha, um conto, um manual de instruções, etc.). Adam descreve o funcionamento de cinco
sequências prototípicas que são à partida suficientes para a organização geral dos textos: a sequência narrativa, a sequência
descritiva, a sequência argumentativa, a sequência explicativa e a sequência dialogal - J. M. Adam (1992, 1999).

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