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ESTUDOS ESPÍRITAS DO EVANGELHO

O SERMÃO DA MONTANHA

É o mais famoso dos sermões de Jesus. Assim denomi-


nado porque Jesus o proferiu nas encostas de um monte
(Cornos de Hattin), perto de Tiberíades (margem oeste do
lago de Genesaré).
Embora Jesus dirija a palavra aos seus discípulos, o sermão
foi proferido para a enorme multidão que tinha vindo de Ca-
farnaum, de todas as partes da Judéia, e da costa do mar, e
de Tiro e Sidon, procurando encontrá-lo.
A importância de seu conteúdo: muitos consideram este
sermão de Jesus como a norma da vida cristã. Certamente,
bastaria seguir-lhe as recomendações para se alcançar
grande evolução espiritual.
Nele, Jesus expõe as bases de sua doutrina moral, abran-
gendo vários temas, de um modo popular, de fácil entendi-
mento.
Constitui-se de:
Bem-aventuranças (5, 1/12): assim chamadas por causa
da palavra inicial usada por Jesus em todas elas (são 7). Fa-
zem a relação das qualidades, virtudes ou disposições neces-
sárias para se entrar no reino dos céus. Quem as exercite
sem dúvida será bem-aventurado (feliz) pelos resultados que
alcançará. Esses bem-aventurados são:

1) OS POBRES DE ESPÍRITO: os que se sabem carentes de


maior espiritualidade e a desejam e pedem (alcançarão essa
espiritualidade)

2) OS QUE CHORAM: os que sofrem suportando resignada-


mente suas provas e expiações, sem fazer outros sofrerem
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(quitar-se-ão e evoluirão, vendo que valeu a pena tudo supe-
rar).

3) OS MANSOS: os que não agridem nem violentam e, as-


sim, não provocam nem geram novos problemas (poderão
reencarnar na Terra regenerada).

4) OS QUE TÊM FOME E SEDE DE JUSTIÇA: os que querem


a verdade e o bem (essa é a justiça divina e terão com fartura
se houverem semeado).

5) OS LIMPOS DE CORAÇÃO: os que não têm malícia nem


maldade e agem com toda pureza e sinceridade de propósi-
tos e, assim, não pactuam com o mal (limpos na sensibili-
dade, percebem melhor o que é próprio da espiritualidade
superior).

6) OS PACIFICADORES: os que procuram conciliar tudo e


todos, favorecendo a harmonia geral (gozarão da paz que vi-
veram e instalaram).

7) OS QUE FOREM PERSEGUIDOS E INJURIADOS POR


SEU ANSEIO DE JUSTIÇA E EM NOME DE JESUS (é sinal
de evolução e merecimento espiritual).
Ao final das bem-aventuranças, Jesus exorta os discípulos a
empregarem as qualidades que Deus lhes deu em benefício
dos semelhantes, sem se deixarem corromper (“sal da
Terra”) sem ocultarem seus valores espirituais.
AS BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍ-
RITO, POIS QUE DELES É O REINO DOS CÉUS.
Não é aquele que é pobre do ponto de vista material;
não é aquele que se deprecia; não é aquele que é
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covarde; não é aquele que esconde seu talento. Os
“pobres em espírito” são os que têm a modéstia em
afirmar que nada sabem que reconhecem as suas fra-
quezas e estão constantemente buscando o seu aper-
feiçoamento e a lapidação das suas imperfeições.
BEM-AVENTURADOS QUE CHORAM, POIS QUE
SERÃO CONSOLADOS.
Os que choram se encontram envolvidos num pro-
cesso de crescimento. Eles serão consolados quando
o valor projetado, perdido, for recuperado. Agora, os
que não aceitam os períodos de dificuldades, que se
revoltam e vivem reclamando de tudo e de todos,
está recusando o débito do resgate, muitas vezes
acaba gerando males não programados e amarguras
desnecessárias.
BEM-AVENTURADOS OS FAMINTOS E OS SEQUI-
OSOS DE JUSTIÇA, POIS QUE SERÃO SACIADOS.
Ai dos indiferentes, dos acomodatícios, dos covardes,
dos servis, que em proveito próprio aplaudem a in-
justiça.
BEM-AVENTURADOS OS QUE SOFREM PERSE-
GUIÇÃO PELA JUSTIÇA, POIS QUE É DELES O
REINO DOS CÉUS.
Refere-se aos idealistas que ousaram enfrentar as li-
mitações e os preconceitos de suas épocas.
Geralmente estas pessoas são atacadas, caluniadas,
encarceradas e até mortas, por defenderem suas opi-
niões e ponto de vista, mas ficaram para sempre na
História como precursoras de novas idéias que

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contribuíram para reformular a Ciência, a Religião, as
Artes, a sociedade.
BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO BRANDOS,
PORQUE POSSUIRÃO A TERRA.
Com as mudanças previstas em nosso planeta, não
mais reencarnarão pessoas rebeldes, perversas e vi-
olentas. Os brandos e pacíficos herdarão a Terra, por-
que continuarão a viver nela em busca do seu pro-
cesso evolutivo, e não mais de quitação de dívidas do
passado. Ser manso não significava ser um covarde
servil, mas um crente na bondade de Deus e na be-
nignidade do universo, mesmo quando a alma vive
imersa no sofrimento e não vê razão para isso. Essa
regra exprimia a aceitação da vontade de Deus.
BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO MISERICOR-
DIOSOS, PORQUE OBTERÃO MISERICÓRDIA.
Ser misericordioso é, acima de tudo, suportarmos os
defeitos daqueles que nos rodeiam, de não guardar-
mos qualquer ressentimento, não alimentarmos de-
sejos de vingança, e estarmos sempre dispostos a
servir, mesmo sabendo que não obteremos nada em
troca e teremos que suportar ingratidão alheia.
BEM-AVENTURADOS OS QUE TÊM PURO O CO-
RAÇÃO, PORQUANTO VERÃO A DEUS.
Ter o coração puro é não dar abrigo a paixões inferi-
ores, tais como: o ódio, a inveja, o orgulho, a male-
dicência,… As paixões inferiores turvam a visão espi-
ritual.

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BEM-AVENTURADOS OS PACÍFICOS, PORQUE
SERÃO CHAMADOS FILHOS DE DEUS.
Um pacificador para fazer jus à recompensa de ser
chamado de filho de Deus deve ser pacífico, ainda que
injuriado e perseguido.
BEM-AVENTURADOS SOIS VÓS, QUANDO VOS
INJURIAREM E VOS PERSEGUIREM E, MEN-
TINDO, DISSEREM TODO O MAL CONTRA VÓS
POR MINHA CAUSA. ALEGRAI-VOS E REGOZI-
JAI-VOS, PORQUE SERÁ GRANDE A VOSSA RE-
COMPENSA NOS CÉUS, POIS FOI ASSIM QUE
PERSEGUIRAM OS PROFETAS, QUE VIERAM AN-
TES DE VÓS.
Aos olhos de Deus mais vale ser odiado do que odiar,
ser ofendido do que ofender, ser perseguido do que
perseguir.

Que tal subir ao monte para orar? É desta forma que vários
cristãos fazem, inspirados pelo que Jesus fazia quando que-
ria ficar a sós com o Pai (MT 14.23; Lc 9.18). Para Cristo, não
seria possível orar livremente em casa, pelo assédio cons-
tante do povo, e menos ainda dentro das sinagogas (Lc 6.12;
22.44), onde não era bem-vindo. Mas, por que Jesus esco-
lheu orar no monte? A resposta está em Mateus 8:20, refe-
renciado também em Lucas 9:58: “E disse Jesus: as raposas
têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do ho-
mem não tem onde reclinar a cabeça”. Então Jesus subia ao
monte para orar sozinho porque não tinha um quarto onde
podia se isolar e orar. Ele subia ao monte para orar e, geral-
mente, fazia isso sozinho.

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Cada bem-aventurança consiste de duas partes: uma condi-
ção e um resultado. Em quase todos casos, as frases são
familiares ao Velho Testamento, mas o sermão de Jesus as
eleva à condição de um novo ensinamento. No conjunto, as
bem-aventuranças apresentam um novo conjunto de ideais,
com foco no amor e humildade, ecoando ensinamentos de
espiritualidade e compaixão.

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