2. Precipitação
O elemento a ser dosado é separado da solução através da formação de um
precipitado conveniente escolhido em cada caso. Deve-se levar em conta vários fatores
para a escolha do reagente precipitante, tais como a solubilidade, as características
físicas e a pureza do precipitado.
a) Solubilidade - deve-se escolher um reagente precipitante que conduza à
formação de um precipitado quantitativamente insolúvel, ou seja, a quantidade do
elemento a ser dosado que permanecer em solução deve ser menor que o limite de
erro da balança (0,2 mg). Deve-se usar excesso do reagente, pois o efeito do íon
comum diminui a solubilidade do precipitado, a não ser nos casos em que se forme um
complexo solúvel pela adição de excesso de reagente, onde um aumento da
solubilidade será verificado.
b) Características físicas - é importante o conhecimento prévio do tipo de
precipitado que será obtido, pois disto depende o tipo de filtração a ser empregado na
separação do precipitado do meio de precipitação. O conhecimento prévio do tipo de
precipitado também indicará a necessidade ou não de um certo tempo de digestão, pois
sabe-se, por exemplo, que para precipitados gelatinosos é inconveniente uma digestão
prolongada, devido à sua grande superfície específica, que poderia resultar em
apreciável absorção de impurezas do meio.
c) Pureza - deve-se procurar obter um precipitado o mais puro possível, e para
isso tomam-se precauções quanto aos reagentes empregados, não só em relação à
pureza dos mesmos como também na velocidade de sua adição. É recomendável, de
modo geral, as seguintes condições de precipitado:
Soluções tão diluídas quanto possível devem ser usadas pois reduzem ao erros
devido a coprecipitação, ou seja, para diminuir a contaminação causada por
absorção ou oclusão de substâncias interferentes.
A mistura gota a gota dos reagentes com agitação constante promove a
formação de cristais maiores.
Soluções aquecidas, (quando as características do precipitado permitem):
apresentam melhor uniformidade do espalhamento dos reagentes, pois ocorre
aumento da solubilidade, reduzindo o grau de supersaturação.
A coagulação é favorecida com a diminuição da formação do soluto.
A velocidade de cristalização é aumentada levando a cristais mais perfeitos.
Em alguns casos, as impurezas contaminantes já se encontram na própria
amostra, sendo necessário eliminá-las, ou através de uma precipitação prévia
ou através de uma complexação.
Métodos de precipitação :
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3. Digestão
É o tempo em que o precipitado, após ter sido formado, permanece em contato
com o meio de precipitação (água-mãe). A digestão é processada com o objetivo de se
obter um precipitado constituído de partículas grandes, facilmente filtráveis e o mais
puro possível. Durante o processo de digestão, que é efetuado geralmente em
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4. Filtração
É o processo de separação do precipitado do meio em que se processou a sua
formação. A maneira como é feita a filtração dependerá do tratamento a que o
precipitado será submetido na fase seguinte (secagem ou calcinação). Se o precipitado
deve ser seco a 100° - 120°C, em estufa, é necessário que a filtração seja feita em
gooch de vidro ou de porcelana com fundo poroso ou então em gooch de porcelana
com fundo perfurado, dotado de uma camada de amianto como material filtrante. Os
cadinhos filtrantes mais utilizados são fabricados com vidro resistente, como por
exemplo, vidro pyrex, e possuem como fundo uma camada "porosa", obtida por
sinterização de vidro moído. Essa placa porosa fica soldada ao cadinho e tem
porosidade variável, sendo classificadas pelos números 1, 2, 3 e 4. O que apresenta
poros de diâmetro maior é o número 1 e o de diâmetro menor, o número 4. .
A filtração através de cadinhos de gooch é executado com o auxílio de sucção,
para forçar a passagem do líquido pelo filtro. O sistema utilizado aqui é constituído de
um suporte ou alonga para o gooch, um frasco de sucção, geralmente um kitassato e
um aspirador, que pode ser uma trompa d'água ou uma bomba de vácuo.
5. Lavagem
Após a filtração do precipitado, deve-se submetê-lo a um processo de lavagem,
através do qual remove-se parte da água-mãe que ficou nele retida e elimina-se as
impurezas solúveis e não voláteis na temperatura de secagem ou calcinação a que o
precipitado será submetido. O líquido de lavagem deve ser usado em pequenas
porções, obtendo-se assim uma eficiência maior do que seria obtido se fosse utilizado
um pequeno número de grandes porções de líquido (considerando-se o mesmo volume
total de líquido de lavagem nos dois casos).
O líquido de lavagem, de modo geral, deverá conter um eletrólito para evitar a
peptização do precipitado. Este eletrólito deve ser volátil na temperatura de secagem ou
calcinação a que será submetido posteriormente o precipitado, de modo a não deixar
resíduo. Para reduzir a solubilidade do precipitado, deve-se ter como eletrólito um íon
comum e, se possível, o líquido de lavagem deve ser usado a quente.
Para uma .lavagem mais eficiente recomenda-se que, de início, somente a água-
mãe seja transferida para o funil de filtração. O precipitado (ainda retido no .frasco de
precipitação) é então lavado, sob agitação, com uma porção da solução de lavagem,
decantado e o líquido sobrenadante transferido para o funil. Repete-se este
procedimento algumas vezes e, por fim, transfere-se a totalidade do precipitado para o
funil e continua-se a lavagem diretamente no filtro. A seqüência de operações utilizada
na transferência de um precipitado é descrita esquematicamente na figura
6. Secagem ou Calcinação
Após a filtração e a lavagem do precipitado, este deve ser seco ou calcinado
antes de ser pesado. A secagem, feita a uma temperatura abaixo de 250°C, é utilizada
simplesmente para a remoção da água de lavagem residual, e o precipitado é pesado
sob a forma obtida na precipitação. Esta secagem é feita em estufa elétrica, na maioria
dos casos regulada a 110°C, como por exemplo, para o cloreto de prata,
dimetilglioximato de níquel, cromato de chumbo, sulfato de bário, etc. Os precipitados
que devem sofrer secagem são filtrados em gooch de vidro com placa porosa.
A calcinação, feita a temperatura acima de 250°C, é procedida quando for
necessária uma temperatura elevada para a eliminação da solução residual de
lavagem, ou ainda quando se requer alta temperatura para se proceder a uma
transformação do precipitado para uma forma bem definida, que será utilizada na
pesagem. Assim sendo, por exemplo, a uma temperatura ao redor de 1000°C o
hidróxido de ferro hidratado perde as moléculas de água de hidratação e se converte no
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f = S = 32,07
= 0,1374
BaSO4 233,34
Analogamente, o fator gravimétrico para o fósforo pesado como pirofosfato de
magnésio, será:
f = 2P = 2 x 31,04 = 0,2787
Mg2P207 222,7
O fator gravimétrico é, neste caso, dado pela relação 2P ,
porque
Mg2P207
Exercícios:
1- Calcular os fatores gravimétricos para os seguintes casos:
a) S no SO4= b) S no SO3
R – a) 0,3333 b)0,40