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Todos nós realizamos atos comunicativos do momento em que acordamos até a hora
de voltarmos a dormir, e, para isso, podemos utilizar a linguagem verbal escrita, falada,
bem como a linguagem não verbal. Para cada momento em que utilizamos essa
ferramenta chamada linguagem, de forma consciente ou intuitiva, verificamos um
esquema mínimo, uma estrutura que nos permite criar e compreender mensagens,
conforme demonstrado a seguir.
Essa estrutura com a presença de seis elementos da comunicação foi divulgada por
Roman Jakobson, linguista russo e um dos grandes teóricos que apresentaram ao
mundo estudos referentes à linguagem e à comunicação.
Para melhor ilustrarmos os elementos, tomemos como exemplo uma aula expositiva,
ministrada por uma professora de língua portuguesa sobre elementos da comunicação.
É por meio da comunicação que nos relacionamos com o outro, construímos a empatia
e o autoconhecimento. Sem ela, não seria possível, por exemplo, realizarmos trocas de
ideias, de sentimentos, de opiniões, e, certamente, viveríamos fechados, isolados em
um universo particular. Com ela, criamos vínculos de todas as naturezas, influenciamos
e somos influenciados, edificamos a história e as memórias, e projetamos o futuro,
interagindo e solidificando o conhecimento.
Linguagem verbal e linguagem não verbal são termos muito presentes nos estudos
linguísticos. Isso porque a linguagem, enquanto uma atividade humana, pode ser
manifestada de diferentes modos, a depender da intenção que temos no momento da
comunicação. Como é apresentado por Evanildo Bechara na Moderna Gramática
Portuguesa, a linguagem é qualquer sistema de signos simbólicos empregados na
intercomunicação social para expressar e comunicar ideias e sentimentos.
Linguagem verbal
A linguagem verbal é aquela que se estrutura por meio da palavra – oral e escrita. Essa
informação é muito importante, porque muitos ainda pensam que o vocábulo “verbal”
está relacionado a “verbalizar” no sentido da oralidade. Contudo, ao escrevermos,
utilizamos uma estrutura configurada em sua relação com um determinado código, que
deve ser compreendido e reconhecido, tanto pelo emissor quanto pelo receptor, para
que ocorra comunicação.
Assim, é correto dizer que, para que façamos uso da linguagem verbal, é essencial que
sejamos falantes/usuários de uma língua, que consiste em um sistema de
representação (social e historicamente construído), formado por signos linguísticos.
- Exemplo
Esse tipo de linguagem manifesta-se em nossa fala, nos textos que escrevemos,
naqueles que lemos nos veículos de comunicação, bem como em propagandas, obras
literárias e científicas, e em tantas outras situações. Veja, abaixo, um trecho de uma
notícia, gênero textual que se constrói por meio da linguagem verbal.
O ser humano tem necessidade de comunicar-se. É por meio desse processo que nos
construímos socialmente, que produzimos conhecimentos, que convivemos. Nesse
sentido, recorremos a diferentes formas de estabelecermos esses contatos, que não se
limitam ao uso da linguagem verbal.
O nosso corpo, as nossas expressões faciais e o próprio silêncio, às vezes, constroem
mais sentido do que uma fala ou um texto escrito. Basta nos lembrarmos daquele olhar
de mãe, ao repreender uma criança sem sequer pronunciar uma palavra.
E é por isso que também nos valemos da chamada linguagem não verbal em nossos
atos comunicativos, um tipo de linguagem que não se estabelece por meio de palavras,
mas, muitas vezes, por meio de índices, ícones e símbolos, por exemplo.
Essa linguagem é tão importante que, mesmo que estejamos comunicando-nos com
alguém que não compartilha conosco do mesmo código, conseguimos, muitas vezes,
efetivar a comunicação por meio de mímicas, da forma como postamos o nosso corpo,
ou até mesmo utilizando-nos de um sorriso.
- Exemplos
- Linguagem mista
- Exemplo
No texto abaixo, podemos perceber que linguagem verbal e não verbal complementam-
se.
Funções da linguagem
Roman Jakobson, linguista russo, foi um dos grandes teóricos que apresentaram ao
mundo estudos referentes às funções da linguagem na comunicação. Contudo,
independentemente dos resultados das pesquisas acadêmicas, podemos dizer que
perceber os atos comunicativos e o uso da linguagem não depende de nos
apropriarmos de teorias ou axiomas, basta que olhemos ao nosso redor.
Importante lembrar que, embora seja possível, na maioria das vezes, identificarmos a
função predominante, podemos perceber que as seis funções da linguagem podem
perpassar os textos, uma vez que todos os elementos estão presentes na
comunicação.
Quem nunca entrou em um elevador e “jogou conversa fora” sobre como está o clima?
Mesmo nos mais despretensiosos momentos de fala, as funções da linguagem estão
presentes. Ao desejar “Bom dia!”, ou mesmo quando o professor, em sala de aula,
pergunta “Entendeu?”, percebemos o desejo de que a comunicação siga seu curso. Do
“alô” ao “tchau”, do “bom dia” a “boa noite”, vemos que o ser humano é realmente o ser
que fala e que nossos laços sociais fortalecem-se diante da necessidade de nos
comunicarmos.
No entanto, podemos dizer que toda forma de explicação, com expressões como “ou
seja”, “sendo assim”, “por exemplo”, introduzem a manifestação dessa função da
linguagem. Música que fala ou explica como se fazer música, poemas que tratam do
fazer poético, além de filmes que revelam como se fazer cinema marcam a
metalinguagem.