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O autor inicia o primeiro capítulo – que é dedicado ao estilo lírico - com uma análise de
um poema de Goethe chamado "Wanderers Nachtlied" — "Canção Noturna do Viandante". Após
realizar uma análise inicial no âmbito da relação com a língua de origem alemã, o autor discorre
que:
O valor dos versos líricos é justamente essa unidade entre a significação das
palavras e sua música. É uma música espontânea, enquanto a onomatopéia —
mutatis mutandis e sem valoração — seria comparável à música descritiva.
Nada mais perigoso que uma tal manifestação direta do clima espiritual. Em
conseqüência disso, cada palavra ou mesmo cada sílaba na poesia lírica é
insubstituível e imprescindível (p. 7).
Parecendo ser conseqüência lógica, pela qual deva haver em criações líricas tantas
estruturas métricas quantos possíveis climas (Stimmungen). “Na história da Lírica, notam-se
vestígios de tal fato. A Lírica causava dificuldades à Poética antiga, que procurava classificar os
gêneros de acordo com características métricas, justamente pela variedade de metros existentes,
"varietate carminum (p. 10)". Por fim a poética encontra a melhor saída, dizendo que tal
"variedade" é uma característica do gênero. As denominações de estrofes, "asclepiadéia",
"alcaica", "sáfica", apontam que antigamente, pelo menos cada mestre do melo cantava em seu
próprio tom, um ideal que ressurgiu na idade média. Atingiu-se o auge, quando não apenas cada
poeta, mas ainda cada composição tinha seu próprio tom, sua estrofe e métrica características.