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Concreto Protendido

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PROTENSÃO


Prof. MSc. Letícia R. Batista Rosas
Introdução
A palavra “protensão” já transmite a ideia de se instalar um estado prévio de tensões em algo
(materiais de construção, estruturas, etc).
Definição
De acordo com Pfeil (1984):
“Protensão é um artifício que consiste em introduzir numa estrutura um estado prévio de tensões
capaz de melhorar sua resistência ou seu comportamento, sob diversas condições de carga".

A protensão tem importância particular no caso do concreto. Por quê?


Protensão aplicada ao concreto
 O concreto é um dos materiais de construção mais importantes, e mais utilizados.
 O concreto tem boa resistência à compressão.
 O concreto tem baixa resistência à tração (10% da compressão).
 Quando sofre retração, a resistência do concreto à tração é praticamente eliminada, devido ao
aparecimento de fissuras.
 Despreza-se a resistência à tração do concreto nos cálculos.
 O comportamento do concreto pode ser melhorado aplicando-se uma compressão prévia nas
regiões onde ocorrerão as tensões de tração.
 Em uma viga de concreto armado convencional, os esforços de compressão são absorvidos pelo
concreto, e os esforços de tração são resistidos pelas armaduras de aço.
Protensão aplicada ao concreto
 A utilização de aços com alta resistência, no concreto armado convencional, fica limitada pela
fissuração do concreto (alta deformação = fissuras muito abertas)

 Abertura de fissuras aceitáveis: máx 0,2 a 0,4 mm

 Ao aplicar protensão no concreto, são introduzidas tensões prévias de compressão que


reduzem ou eliminam as tensões de tração 

 Reduz a fissuração.
Protensão aplicada ao concreto
 O artifício da protensão desloca a faixa de trabalho do concreto para o âmbito das
compressões, onde o material é mais eficiente.

 Uma parte substancial da seção não contribui para a inércia do elemento, mas com a protensão
aplicam-se tensões prévias de compressão nas partes tracionadas. Desse modo, pela
manipulação das tensões internas, pode-se obter a contribuição da área total da seção para a
inércia do elemento.

 Melhora o comportamento para solicitações de flexão. No caso de vigas, também contribui em


relação ao cisalhamento.
Armaduras
As armaduras de vigas protendidas são de dois tipos:
 Armaduras protendidas (ativas)
 Armaduras não protendidas (passivas)

As armaduras protendidas são constituídas pelos cabos de aço esticados e ancorados nas
extremidades.
Armaduras
As armaduras não protendidas são constituídas pelos vergalhões usuais de concreto armado,
utilizados como:
 ARMADURAS SUPLEMENTARES (LONGITUDINAIS): controle da fissuração;
 ESTRIBOS (TRANSVERSAIS): resistir esforços de cisalhamento;
 ARMADURAS DE FRETAGEM: armaduras nos pontos de ancoragem dos cabos de protensão que
destinam-se a evitar a ruptura local do concreto nos pontos sujeitos a tensões muito elevadas
 ARMADURAS DE DISTRIBUIÇÃO (REGIONAIS): denominadas armaduras de introdução de
tensões, destinam-se a garantir o espalhamento de tensões, aplicadas localmente para a seção
total do elemento.
Armaduras
O comportamento de peças protendidas
 Se as tensões de tração provocadas pelas cargas forem inferiores às tensões prévias de
compressão, a seção continuará comprimida, não sofrendo fissuração.

 Sob ação de cargas mais elevadas, as tensões de tração ultrapassam as tensões prévias, de
modo que o concreto fica tracionado e fissura.

 Retirando-se a carga, a protensão provoca o fechamento das fissuras.


O comportamento de peças protendidas
 Ensaios realizados com vigas protendidas, sujeitas a cargas repetidas, mostram que essas vigas
mantêm suas características de comportamento após a atuação de um grande número de ciclos
de carregamento.

 Essa propriedade é de grande importância na utilização de concreto protendido em algumas


estruturas sujeitas a cargas repetidas.

 Exemplo: pontes ferroviárias e rodoviárias.


Sentido econômico

Os aumentos percentuais de preços são


muito inferiores aos acréscimos e
resistência utilizáveis, tanto para o
concreto como para o aço de protensão.
Vantagens técnicas em relação ao
concreto armado convencional
 Reduz as tensões de tração provocadas pela flexão e pelos esforços cortantes

 Reduz a incidência de fissuras

 Reduz as quantidades necessárias de concreto e de aço, devido ao emprego eficiente de


materiais de maior resistência

 Permite vencer vão maiores que o concreto armado convencional; para o mesmo vão, permite
reduzir a altura necessária da viga
Vantagens técnicas em relação ao
concreto armado convencional
 Facilita o emprego generalizado de pré-moldagem, uma vez que a protensão elimina a
fissuração durante o transporte das peças

 Durante a operação de protensão, o concreto e o aço são submetidos a tensões em geral


superiores às que poderão ocorrer na vida do elemento sujeito às cargas de serviço. A operação
de protensão constitui, neste caso, uma espécie de prova de carga do elemento.

 Em relação às estruturas de aço e de madeira, apresentam a vantagem de necessitarem de


manutenção mais simples e barata.
Desvantagens
 Dificuldade, em algumas situações, para execução de reformas
 Necessidade de colocação de elementos específicos: bainhas, cabos, etc.
 Necessidade de escoramento e tempo de cura para peças moldadas no local
 Perdas de protensão imediatas e progressivas
 Controle de execução mais rigoroso e mão de obra especializada
 Além da corrosão eletrolítica as armaduras protendidas apresentam corrosão sob-tensão

 Comparado às estruturas metálicas e de madeira: peso final relativamente alto


CP em pontes
 O concreto protendido é muito utilizado em pontes
 Permite vencer grandes vãos
 Pontes em balaços sucessivos:
CP em pontes
Outras aplicações
 Reservatórios
Outras aplicações
 Nota-se que o conceito de protensão pode ser aplicado a diversos materiais (madeira, aço,
concreto, livros, etc)

Ao longo do curso de concreto protendido, serão abordadas as estruturas de


concreto protendido, com armaduras ativas que são responsáveis pela aplicação da
protensão ao concreto.
Concreto Protendido
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PROTENSÃO
Prof. MSc. Letícia R. Batista Rosas

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