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INDICADORES DE SAÚDE

TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA E
EPIDEMIOLÓGICA, ESTUDOS
EPIDEMIOLÓGICOS
Universidade Salgado de Oliveira
INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS
 Osindicadores são representações numéricas que
permitem
 Avaliar a saúde da população
 Comparar o mesmo problema em populações diferentes
 Comparar o mesmo problema na mesma população em
momentos diferentes
 Estimar o risco de ocorrência de um problema de saúde
(doença ou morte) em uma população susceptível por
unidade de tempo
INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS

 Consideram:
 População  a quem atingem os eventos
 Tempo  quando ocorrem os eventos
 Espaço  onde ocorrem os eventos
COEFICIENTES DE MORTALIDADE
 Indicam o risco de morrer em uma dada população, em um
intervalo definido de tempo  podem ser categorizados por
causas gerais, causas específicas, idade, sexo....
 Avalia:
 Estado sanitário geral da população, qualidade de vida
 Atenção materno-infantil nos serviços de saúde, grau de
instrução materno
 Eficiência do serviço de prevenção e controle das doenças

 Influenciadas por informações incorretas como:


 Sub-registro de óbito e nascimento
 Invasão de óbito  o registro é no local de ocorrência e não da
residência
 Causa da morte
COEFICIENTES DE MORTALIDADE
 Mortalidade Geral  mede a taxa de mortalidade da
população. Possibilita comparar uma série de anos
para o mesmo local.

Número total de óbitos no ano (corrigido)


_______________________________________
População total residente
COEFICIENTES DE MORTALIDADE

 Mortalidade específica  mede o impacto de cada


doença na população

Nº de óbitos p/ determinada causa (ou grupo de causas), no período


______________________________________________________
População suscetível a essa doença na localidade e período
MORTALIDADE ESPECÍFICA

Distribuição proporcional das principais causas de morte segundo capítulos da


Classificação Internacional de Doenças (CID-10), no Brasil, 2006 Fonte: Brasil, 2009a.
COEFICIENTES DE MORTALIDADE

• Mortalidade infantil  O coeficiente de mortalidade


infantil mede a proporção de crianças que morrem
antes do primeiro ano de vida em relação aos
nascidos vivos, em determinada área e período, isto é,
o risco dessa criança morrer.

Número de óbitos de menores de 1 ano (na localidade X, período Y)


___________________________________________________________
Número de menores de 1 ano da mesma localidade e período
MORTALIDADE INFANTIL
COEFICIENTE DE LETALIDADE
 Mede o risco de morrer por uma determinada causa para os
indivíduos que foram acometidos  PROGNÓSTICO
 Pode ser categorizado: sexo, idade, estado civil, etc.
 Influenciada por informações incorretas como:
 Subnotificação de casos brandos  superestima a letalidade da
doença
 Avalia:
 Intensidade da virulência do agente
 Qualidade do serviço médico  diagnóstico correto e precoce,
terapêutica instituída , assistência médica prestada...

Nº de óbitos por determinada doença (na localidade X e período Y)


_______________________________________________________
Nº de casos da doença na mesma localidade e período
COEFICIENTE DE LETALIDADE
COEFICIENTES DE MORBIDADE
 Medem a frequência da doença em uma população 
refletem o risco, que corre um indivíduo dessa
população, de ficar doente
 A população utilizada para o cálculo é a população
real de risco
 Silicose ocupacional  população que trabalha com sílica
 Dengue  toda a população

 O resultado permite:
 Fundamentação para ações específicas  controle e
profilaxia
 Avaliar o impacto das medidas sanitárias adotadas
 Estabelecer prioridades para destino dos recursos
COEFICIENTES DE MORBIDADE

 Incidência  mede a frequência de novos casos de


doenças em uma população em um determinado período
de tempo

Casos novos de determinada doença (na localidade X no período Y)


_______________________________________________________
População suscetível à doença na mesma localidade e período
INCIDÊNCIA
COEFICIENTES DE MORBIDADE

 Prevalência  mede os casos de doença existentes em


uma população independente de serem novos ou
antigos

nºde casos existentes (novos + ant.) em dado local/momento/período


_________________________________________________________
População do mesmo local e período
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA: CONCEITOS
A composição da população reflete sua dinâmica
ao longo do tempo

 Transição demográfica: trata de explicar a evolução da


população (desde níveis altos de mortalidade e fecundidade
até outros cada vez mais baixos) para estabelecer o nexo
causal entre a população e o desenvolvimento
socioeconômico ao longo dos últimos cem anos

 No Brasil: destaca-se os diferenciais frente a um modelo


teórico de transição, de uma sociedade rural e tradicional
para uma sociedade urbana e moderna, com quedas das
taxas de natalidade e mortalidade
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA: ESTÁGIOS

 Segundo Freire (2008) para explicar as alterações na evolução


da população são usados modelos demográficos. Segundo este
modelo a população evolui em quatro fases.

 1 Regime demográfico primitivo ou pré–industrial: caracteriza-


se por registrar elevadas taxas de natalidade e de mortalidade. há uma
grande população jovem. No Brasil essa fase já foi ultrapassada, mas
ainda é a fase de vários países da África.
 2 Estágio intermediário ou Primeira Transição: diminuição da
mortalidade, como consequência das melhorias alimentares e de
assistência medica e sanitária, mas mantém-se uma elevada
natalidade, o que provoca um acentuado crescimento da população.
Um exemplo de país da fase II é a China
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA: ESTÁGIOS
 3 Industrial madura ou Segunda Transição: a
natalidade começa a diminuir e a mortalidade continua a
descer, embora mais lentamente. efeito mais notável é um
rápido “envelhecimento” da população. O Brasil está no
ciclo final dessa fase, já próximo da seguinte
 4 Pós-industrial ou Regime democrático moderno: as
taxas de natalidade e mortalidade são baixas e a taxa de
fecundidade fica abaixo da taxa de reposição populacional
baixas. Há três consequências para a população a partir deste
fenômeno, são eles: aumento da proporção de idosos; encolhimento da
população e necessidade de imigrantes para trabalhar nos empregos de
mais baixo salário. É uma situação bastante comum em países
da Europa como Itália e Portugal. No Brasil, a cidade de
São Paulo é o exemplo típico dessa situação.
FASES DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA

Observa-se o comportamento das taxas de natalidade (TN), de mortalidade


(TM) e crescimento populacional (CP), de acordo com as fases da transição
epidemiológica.
As pirâmides etárias mostram a dinâmica populacional no Brasil na década
de 1980 e de 2015 e a projeção para o ano de 2050.
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

 A partir da teoria da transição demográfica surgiu o


conceito de transição epidemiológica.

 processo de mudança na incidência ou na prevalência de


doenças, bem como nas principais causas de morte, ao longo do
tempo.

 a transição epidemiológica refere-se às modificações, a longo


prazo, dos padrões de morbidade, invalidez e morte que
caracterizam uma população específica e que, em geral, ocorrem
em conjunto com outras transformações demográficas, sociais e
econômicas.
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

 O processo de transição epidemiológica engloba três


mudanças básicas:

 I. Substituição das doenças transmissíveis por doenças não


transmissíveis e causas externas;
 II. Deslocamento das taxas de morbidade e de mortalidade
dos grupos mais jovens para os grupos mais idosos;
 III. Transformação de uma situação em que predomina a
mortalidade para outra na qual a morbidade é dominante.
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA: EXEMPLO
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA:
ESTÁGIOS
 As populações podem ser classificadas de acordo com o estágio de
transição epidemiológica se encontram. Mudanças na
mortalidade, nos padrões de causas de morbidade e mortalidade
e na fecundidade distinguem quatro principais estágios da
transição epidemiológica, com um quinto estágio potencial.

 Estágios:

 Estágio 1: Fome e pragas


Duração até o fim da idade média;
Alta natalidade;
Alta mortalidade – doenças infecciosas;
Expectativa de vida de 20 a 40 anos;
Crescimento demográfico lento.
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA: ESTÁGIOS

• Estágio 2: Declínio das pandemias •Estágio 4: Declínio da mortalidade


Da Renascença até a Revolução Industrial; por doenças cardiovasculares
Progressiva diminuição das pandemias;
Doenças infecciosas como principal causa de Envelhecimento populacional;
morte; Modificação de Estilo de Vida;
Expectativa de vida de 40 anos; Doenças Emergentes;
Queda da mortalidade e natalidade alta  Ressurgimento de Doenças.
aumento da população.

Estágio 3: Doenças degenerativas e •Estágio 5: Período de longevidade


provocadas pelo homem paradoxal
Da Revolução Industrial até meados do
século XX; Emergência de doenças enigmáticas;
Melhores condições de moradia e Capacitação tecnológica para a
saneamento básico; sobrevivência do inapto.
Declínio das doenças infecciosas;
Doenças cardiocirculatórias e neoplasias;
Expectativa de vida acima de 70 anos;
Desaceleração do crescimento populacional.
ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
MÉTODO EPIDEMIOLÓGICO

 A realização de estudos epidemiológicos é muito


importante para que sejam identificadas as causas
ou a etiologia das doenças e seus fatores de risco.

 A finalidade primordial desses estudos é a redução


da morbidade e mortalidade por agravos ou
doenças.
ESTUDOS OBSERVACIONAIS: DESCRITIVOS
X ANALÍTICOS

 Estudos Descritivos:
 informam sobre a distribuição de um evento na
população, em termos quantitativos: Incidência ou
Prevalência

 Estudos Analíticos:
 estudos comparativos que trabalham com “hipóteses”
- estudos de causa e efeito, exposição e doença
ESTUDOS OBSERVACIONAIS DESCRITIVOS
 Têm por objetivo determinar a distribuição de
doenças ou condições relacionadas à saúde,
segundo o tempo, o lugar e/ou as características
dos indivíduos.

 Não fazem associações

 Um indivíduo (Relato de caso) ou grupo pequeno


de indivíduos (Série de Casos)

 Costumam ser usados para descrever assuntos


ainda não bem conhecidos.
ESTUDOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS
 Ecológico
 Dados coletados de rotina são utilizados para estudar
a ocorrência de doença e possíveis causas em grupos
de indivíduos.

 Nesse tipo de estudo não existem informações sobre a


doença e exposição do indivíduo, mas do grupo
populacional como um todo

 Nesse estudo se compara esses indicadores em duas


populações situadas em áreas geográficas diferentes.
ESTUDOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS
 Transversais (Seccionais):
 Nos estudos transversais, a exposição e a condição de
saúde são determinadas simultaneamente.
 A exposição e o desfecho são determinados
simultaneamente, como uma fotografia em um ponto
no tempo
ESTUDOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS
TRANSVERSAIS
ESTUDOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS
 Coorte

 Se caracteriza pelo acompanhamento dos pacientes


(expostos ou não expostos) ao longo do tempo.

 Parte-se de grupos com ou sem fator de exposição e que


ainda não desenvolveram o desfecho de interesse.

 Os grupos são seguidos longitudinalmente e observa-se


quem desenvolve ou não o desfecho.
ESTUDOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS
 Coorte
 Prospectivo ou longitudinal ou
concorrente: o pesquisador
seleciona uma população sem a
doença e realiza o seguimento
até o desenvolvimento da doença
ou não.

 Retrospectivo ou coorte
histórico: seleciona-se população
ou coorte que possui registros de
exposição ao fator de risco obtido
no passado, mas verifica-se a
doença no presente.
ESTUDOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS
 Caso-Controle
 São estudos que selecionam inicialmente os casos ou
indivíduos portadores de uma doença ou agravo, e os
controles ou indivíduos que não apresentam o desfecho
estudado, mas, são semelhantes aos casos.

 Compara-se os grupos para investigar a associação entre o


evento de interesse e alguns preditores.
ESTUDOS EXPERIMENTAIS
 Ensaio Clínico Randomizado
 Estudo prospectivo utilizado para comparar
determinada investigação com outra ou com placebo

 Desenho considerado padrão-ouro para testar eficácia


de uma intervenção.
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 Estudo Dirigido I – próxima semana

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