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Índice

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1

DESENVOLVIMENTO ............................................................................................... 2

2.A Grande Depressão .................................................................................................. 2

2.1.1.Antecedentes da Grande depressão ...................................................................... 3

2.1.2. Características da crise de 1929 .......................................................................... 4

2.2. A Macroeconomia e a grande depressão ............................................................... 5

2.2.1.O Pós 1ª Guerra Mundial ..................................................................................... 5

2.2.2.Padrão-Ouro Internacional ................................................................................... 6

2.2.3. O sistema monetário internacional ..................................................................... 7

2.2.4. O Fim da Grande Depressão ............................................................................... 8

2.3.O Regresso ao proteccionismo ............................................................................... 9

CONCLUSÃO ............................................................................................................ 11

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 12


INTRODUÇÃO

Tendo em conta os estudos históricos a Grande Depressão se originou nos Estados


Unidos em 1929 com uma desaceleração económica resultante da diminuição dos gastos.
Fabricantes e comerciantes, ao notarem um aumento indesejável nos estoques,
diminuíram a quantidade produzida. A causa do declínio na demanda agregada foi, entre
outras, o aperto da política monetária através de elevação dos juros, realizado pelo FED-
(Federal Reserve) para controlar a elevação dos preços das acções. As taxas de juros mais
altas reprimiram os gastos, principalmente os mais sensíveis aos juros (áreas como
construção e automobilística), que por sua vez reduziram a produção do período seguinte.
Os Estados Unidos colocaram em uma situação ruim os países periféricos, seus
devedores, que deixaram de receber capital norte- americano e, com isso, tiveram
diminuições significativas na demanda agregada. Em meados de 1929 e início de 1930,
países como Brasil, Argentina, Canadá e Austrália modificaram suas taxas de câmbio,
permitindo que suas moedas se desvalorizassem. Outras nações da periferia fizeram o
mesmo, e isso teve impactos no padrão-ouro dos países centrais, pois gerou incerteza em
relação à estabilidade das moedas. Apesar de serem eventos diferentes, pode-se dizer que
a crise de 1929 e a Grande Depressão estão relacionadas, pois há evidências de que a
depressão se acelerou após o crash da bolsa de Nova Iorque. Por exemplo, a diminuição
na produção industrial, que entre agosto e Outubro de 1929 correspondeu a 1,8%, entre a
crise, que ocorreu ainda em Outubro, e Dezembro do mesmo ano foi de 9,8% e entre
Dezembro de 1929 e Dezembro do ano seguinte foi de 23,9%.
Crise económica, também chamada crash de 1929, que pôs termo ao longo período
de desenvolvimento económico que se iniciou em meados do século XIX e alçou os EUA
à posição de protagonista industrial do mundo. Na ocasião, partindo de um contexto de
ampla prosperidade, a economia americana sofreu a mais forte depressão de sua história,
um acontecimento de proporções épicas e efeitos duradouros.

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DESENVOLVIMENTO

2.A Grande Depressão

A Grande Depressão da década de 1930 foi um dos eventos históricos que


marcaram o século XX e que cujos efeitos estenderam-se até o século actual. Essa crise
continua sendo associada ao crash da bolsa de Nova York em 1929. Mas a questão
principal a ser explicada não é o estouro da bolha especulativa no mercado de acções, um
fenómeno conhecido e bem estudado, mas como a recessão de 1929 transformou-se na
depressão da década de 1930, que se espalhou pelo mundo, gerando pânicos bancários,
como o de 1931, gerando crises políticas em vários países e finalmente, mantendo uma
taxa de desemprego sem precedentes por cerca de uma década, até o advento da Segunda
Guerra Mundial. Segundo (Romer 2009), esse fenómeno teve consequências no
desenvolvimento da Teoria Económica e na criação da ordem económica internacional
do pós-guerra.
Por ocasião de sua eclosão, o que é hoje chamado de macroeconomia resumia-se
a dois temas pouco integrados teoricamente: a teoria monetária e a teoria dos ciclos
económicos. Uma primeira consequência dos estudos sobre a Grande Depressão foi o
surgimento da Macroeconomia, que integrou esses temas, e formulou modelos teóricos
para mensurar o desempenho da economia, que agora são de conhecimento corrente
inclusive do público em geral, sem qualquer formação em economia, como: PIB, Renda
Nacional, Balanço de Pagamentos e outros. De acordo com Segundo (Romer 2009), o
debate económico no século XX foi pautado por questões trazidas pela Grande Depressão.
Problemas económicos revelados pela depressão levaram ao surgimento da Revolução
Keynesiana na década de 1930 e 1940. Essas questões alimentaram os debates entre os
Keynesianos e os Monetaristas nas décadas de 1950 e 1960. Elas foram importantes para
o surgimento da corrente de Expectativas Racionais na década de 1980, que se opunha
aos instrumentos de gestão da economia keynesianos, e para os debates entre os Novos-
clássicos e Novos-keynesianos na década de 1980.

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2.1.1. Antecedentes da Grande depressão

Grande optimismo na década de 1920-EUA:

➢ Elevado ritmo de produção agrícola e industrial


➢ Grande euforia na aquisição de acções favorecida pela actividade especulativa;
➢ Consumo em massa ultrapassando, muitas vezes, as possibilidades económicas de
cada um;

Indicadores da crise EUA

Quebra das vendas:

➢ Saturação do mercado interno;


➢ Diminuição das exportações para a europa;
➢ Acumulação de excedentes em stock;
➢ Superprodução (agrícola e industrial);

Superprodução (consequências)

➢ Acumulação de stocks;
➢ Quebra dos preços (deflação);
➢ Quebra dos lucros;

Falência das empresas

➢ Desemprego;
➢ Desvalorização das acções;
➢ Crash 1929;

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Figura.1-Crash Outubro de 1929 (elaborado pelos estudantes)

Em síntese: Causas da crise de 1929 – Superprodução e especulação bolsista.

2.1.2. Características da crise de 1929

a) Crise económica:
➢ Quebra do consumo\ procura;
➢ Acumulação de excedentes;
b) Crise Financeira:
➢ Quebra dos preços (inflação);
➢ Quebra de lucros;
➢ Falência bancaria;
c) Crise social:
➢ Desemprego;
➢ Tensões sociais: racismo, xenofobia;
➢ Proletarização da sociedade
➢ Problemas sociais: criminalidade, miséria, suicídios.

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2.2. A Macroeconomia e a grande depressão

De acordo com (Blanchard 2004) a Macroeconomia surgiu como um campo de


conhecimento distinto na década de 1940, como parte da resposta intelectual a Grande
Depressão. O termo então referia-se a um conjunto de conhecimento e expertise em que
se esperava que pudesse impedir o reaparecimento desse desastre económico. Minha tese
nesta conferência é que a macroeconomia no seu sentido original foi bem-sucedida: o
problema central da prevenção da depressão foi resolvido, sob todos os aspectos práticos,
e tem sido de facto solucionado, por muitas décadas.
No entanto, a crise económica está, ainda, em andamento não podemos determinar
sua extensão, profundidade e duração. A história dos factos contemporâneos é sempre um
desafio para os historiadores. Agnes Heller define tempo como “a irreversibilidade dos
acontecimentos” e tempo histórico como “a irreversibilidade dos acontecimentos
sociais.” Sendo dado o passado, podemos estudá-lo, interpretá-lo, compreendê-lo. Mas o
futuro só pode ser inferido. E mesmo conhecendo-se o passado e estudando-se o presente,
nossa capacidade de projectar o futuro é limitada - e como descontinuidades não podem
ser previstas - o futuro é ontologicamente incerto. Portanto, ao comparar a crise actual
com a crise passada não pretende-se tirar conclusões sobre o futuro, mas apenas
interpretar o passado e reflectir sobre o presente. Portanto, o objectivo deste ensaio é
singelo: discutir interpretações sobre crise actual, comparando-as com as realizadas sobre
a depressão da década de 1930. Nesse sentido, pretende-se mostrar semelhanças e
diferenças entre os dois momentos históricos e trazer algumas reflexões sobre a dinâmica
do processo actual.

2.2.1.O Pós 1ª Guerra Mundial

De acordo com (Eichengreen, 1996), houve no início da década de 1920 um esforço por
parte de diversas nações para restaurar a taxa de câmbio fixa do período anterior à guerra.
As autoridades consideravam que a mais importante das condições do pré-guerra que
deveria ser restabelecida era a garantia da livre aquisição e venda de ouro com a paridade
anterior. Expressões similares da mentalidade do padrão-ouro permearam discussões
sobre políticas económicas durante os anos 1920.

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O novo padrão-ouro tinha algumas características diferentes como o fato de as reservas
dos países serem mantidas em forma de ouro e de divisas estrangeiras. Esse sistema
também era chamado de padrão-ouro divisas.
Ao retornar ao padrão-ouro, os países tiveram que lidar com problemas em relação
ao nível de preços, que durante a guerra havia subido de forma considerável. Era preciso
desinflacionar a economia para fazer com que a moeda retornasse à paridade anterior à
suspensão da convertibilidade e a balança comercial ficasse equilibrada. Isso exigia
redução drástica dos salários e diminuição dos gastos do governo, mas, para os defensores
do padrão- ouro o problema não era que os salários iriam cair; o perigo estava no fato de
eles não caírem.
O crescimento do sindicalismo durante a 1ª Guerra Mundial, o fornecimento de
benefícios aos desempregados e a existência de um nível mínimo para o salário dos
trabalhadores não- qualificados das indústrias, tudo isso contribuía para retardar o ajuste
salarial.

2.2.2. Padrão-Ouro Internacional

De acordo com (Marconde1s 1998) antes do padrão-ouro ser adoptado por


diversos países, vigorava em grande parte do mundo o bimetalismo, ou padrão-metálico,
sistema onde o ouro e a prata eram cunhados e aceitos como pagamentos. Esse sistema
onde eram transaccionadas duas moedas possuía pontos negativos.
O principal problema surgia quando os preços oficiais do ouro e da prata, isto é,
os preços após a cunhagem, diferiam dos preços desses metais no mercado mundial.
Como uma alternativa ao bimetalismo, surgiu na Grã-Bretanha, no século XVIII, o
padrão-ouro. Por ter a Inglaterra se tornado na época a maior potência económica do
mundo, era vantajoso para qualquer país que quisesse realizar comércio com ela e receber
dela mais empréstimos adoptar o sistema monetário inglês, pois isso facilitaria as
transacções e aumentaria os fluxos comerciais (Eichengreen, 1996). Além disso, houve
uma questão política que incentivou a adopção de tal padrão monetário.

1 Renato Leite. Padrão-ouro e Estabilidade. Est. Econ., São Paulo, v. 28, nº 3, pp. 533/559, Julho-Setembro de 1998.

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Comerciantes, banqueiros, e outros profissionais que eram credores de algumas
dívidas tinham interesse na estabilidade da moeda, para que as quantias que deveriam
receber não perdessem valor.
Em geral, os devedores eram agricultores, a favor do bimetalismo, e os credores
faziam parte dos sectores industrial e financeiro, mais poderosos na época na Inglaterra,
e eram a favor do padrão-ouro.

2.2.3. O sistema monetário internacional

Segundo (Carvalho 2009) o sistema monetário era baseado na conversão


automática da moeda doméstica em ouro, com taxa de câmbio fixa, e liberdade para
comercialização desse metal, chamado de Padrão Ouro foi interrompido com a Primeira
Guerra Mundial. A tentativa de reintroduzi-lo nos pós guerra foi caracterizada por grande
instabilidade e por um sucesso parcial depois das estabilizações das inflações do pós-
guerra entre 1923 e 1927.23/24 Terminada a Guerra, o processo de reconstrução das
economias europeias foi demorado e marcado por crises inflacionárias e reformas
monetárias. Cinco países passaram por violentas hiperinflações na década de 1920 para
afinal estabilizar suas economias sob uma nova moeda 24/25. Outros países, tais como a
França, Bélgica e Inglaterra passaram por surtos inflacionários menores, mas nem por
isso desprezíveis. Quase a totalidade dos países envolvidos no conflito foi obrigada a
reduzir o conteúdo de ouro em suas moedas com referência ao período anterior ao
conflito. As excepções foram os EUA, que retornou ao Padrão Ouro em Junho de 1919 e
a Inglaterra, que retornou ao Padrão Ouro em Abril de 1925.
No, entanto, enquanto no primeiro caso, os EUA assumiram no pós-guerra a
posição de maior credor mundial e entraram em um período de prosperidade sem
precedentes, a Inglaterra enfrentou grandes dificuldades financeiras, com uma decisão de
manter uma taxa de câmbio sobrevalorizada, por razões mais políticas do que
econômicas.25/26 A década de vinte foi de prosperidade para os EUA.
A produtividade de suas indústrias cresceu rapidamente com a aplicação do
conhecimento científico acumulado nas décadas anteriores e do desenvolvimento de
novas tecnologias para as instalações e equipamentos fabris.

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2.2.4. O Fim da Grande Depressão

Para (Eichengreen & Temin, 2000), com a crise mundial se tornando cada vez
mais profunda, os grupos contrários à insistência do governo em manter o padrão-ouro
foram se fortificando. O desemprego, mais uma consequência das medidas tomadas para
garantir a sobrevivência do sistema do padrão-ouro, atingia números catastróficos. Nos
Estados Unidos, a taxa de desempregados chegou a 25% na década de 1930, e na
Alemanha essa percentagem foi de 44% no sector industrial. Dentro desse contexto, havia
as manifestações de descontentamento dos sindicatos nas ruas. O medo de revoltas
políticas pressionava os governos pelo mundo para que alterassem a natureza de suas
acções. As reservas de ouro dos países diminuíam cada vez mais devido à perda de
credibilidade do sistema, o que fez com que as pessoas fossem aos bancos trocar dinheiro
por ouro.
Não houve uma maneira dos países sob o padrão-ouro se coordenarem e
combinarem uma saída da recessão através da cooperação porque havia opiniões
divergentes em relação aos motivos que a fizeram surgir. O padrão-ouro ainda era visto
como sinónimo de estabilidade dos preços. A mentalidade de tal sistema era integrante
da ideologia dos segmentos da sociedade que controlavam as políticas económicas. Essa
mentalidade foi sustentada através de um discurso que reforçava sua influência nas
classes internacionais. Ela moldou as interpretações sobre a depressão e as levou a manter
as políticas que intensificaram a crise económica. Sendo que de acordo com (Eichengreen
& Temin, 2000),os bancos centrais não visualizavam como solução para a depressão o
abandono do padrão-ouro.

A desvalorização não aumentou a produção directamente. Ela permitiu que os


países expandissem a oferta de moeda sem se preocuparem com os movimentos do ouro
e as taxas de câmbio. Os países que tiraram mais vantagem dessa liberdade tiveram uma
recuperação mais rápida.

Além disso, a depressão que se seguiu à crise de 1929 foi gerada pela falta de
reacção dos governos, que se encontravam de mãos aptadas pelo padrão-ouro. A
economia tem uma tendência a, após a ocorrência de um desequilíbrio, voltar a
sua situação normal. Porém isso não ocorre quando a prática de políticas
económicas prejudiciais impossibilita a retomada do ritmo das actividades
económicas. (Eichengreen e Temin 2000).

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Foi o que aconteceu com os diversos países no período da Grande Depressão, nos quais
os governos, influenciados pela mentalidade do padrão-ouro, tomavam atitudes de forma
a não desrespeitar as regras do jogo. A economia mundial só pôde se recuperar quando
as políticas contracionistas foram abandonadas.

2.3.O Regresso ao proteccionismo

Em toda crise financeira, diversas “respostas” podem ser consideradas. Elas têm
por nome proteccionismo, monetarismo, nacionalizações, desvalorizações, revolução etc.
Para adivinhar qual delas será privilegiada no processo actual, é preciso examinar a
interacção entre diferentes elementos.
De acordo com (Carvalho 2009) o proteccionismo consiste numa ruptura, um
desafio de uma mesma natureza, pode desembocar em respostas diferentes, em função,
por exemplo, da potência do mundo operário e dos sindicatos, da orientação política da
coalizão no poder; ou ainda, da disposição de um Estado permitir que o seu abastecimento
em géneros, matérias-primas e equipamentos essenciais dependa do comércio
internacional.
Em primeiro lugar, verificar a posição económica das grandes forças sociais de
um país. A estas se somam as forças de suas entidades de representação, dos sindicatos,
das organizações patronais; além da capacidade dos partidos políticos de promoverem
coalizões entre diversos grupos e associações. Segue-se, ainda, a disposição do Estado
em intervir na actividade das empresas e os meios dos quais ele dispõe para tanto. Além
disso, é preciso considerar as tradições históricas nacionais (mais ou menos liberais) e,
por fim, a posição do país na ordem internacional.

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Para (Carvalho 2009) a política proteccionista e nacionalista de Trump por
exemplo: estende-se à imigração, como é o caso do recente decreto presidencial que
restringe a entrada (e ordena o repatriamento) de pessoas provenientes de alguns países
muçulmanos, incluindo refugiados e cidadãos que já detêm vistos de trabalho nos EUA
(green cards). Além de ser imoral e prejudicar gravemente a vida dessas pessoas (como
referido na decisão de um Juiz Federal de Nova Iorque que suspendeu temporariamente
o decreto de Trump), impedir a entrada de imigrantes pode ser economicamente
prejudicial para a economia dos EUA, como alertam os CEO das principais empresas
tecnológicas americanas. A circulação de pessoas e do conhecimento é essencial ao
processo de inovação.
O impacto destas políticas poderá ser mais grave se houver correspondência por
parte de outros países, que poderão retaliar e agir de forma semelhante. Num cenário de
proteccionismo à escala global, teríamos períodos de retracção da procura mundial, de
recessão económica e de aumento do desemprego, como aconteceu no século passado.

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CONCLUSÃO

Concluímos que com a Grande depressão e o regresso ao proteccionismo, foram eventos


distintos, mas o declínio no preço das acções, que resultou do estouro da bolha
especulativa formada no mercado financeiro norte-americano, foi um factor causador da
queda na produção e no emprego nos Estados Unidos. Apesar de vários outros elementos
terem contribuído para a ocorrência de recessão nos países neste período, o padrão-ouro
foi determinante. Pode-se dizer que foi o meio de transmissão do declínio norte-
americano ao resto do mundo, visto que os países estavam interligados pelas taxas de
câmbio fixas. A mentalidade da grande depressão e as instituições que ele mantinha
limitaram a habilidade de governos e de bancos centrais de responder à adversidade. Os
governantes seguiam as regras do jogo para que o sistema monetário da época fosse
mantido, o que impedia que, em momentos de crise, fossem utilizadas medidas
expansionistas. O sustento do regresso ao proteccionismo levou à adopção de políticas
que tornaram as condições económicas piores ao invés de melhores. A insistência em
conservar tal regime monetário derivou da mentalidade do padrão- ouro que estava
impregnada no poder. O resultado dessa condição cultural foi a transformação de uma
contracção económica em uma grande depressão que entrou para a história
contemporânea económica. Quando manter as políticas económicas sustentadas pela
grande depressão não era mais possível, os governos modificaram suas formas de
actuação. Em alguns países, essa modificação só ocorreu após a ocorrência de eleições
que levaram ao poder políticos contrários ao padrão-ouro.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BLAUG, Mark. Quantity theory of money from Locke to Keynes and Friedman. Hants,
Inglaterra: Edward Elgar Pulishing Limited, 1995, pp. 27-49.

BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. 3. ed. Tradução de Mônica Rosemberg.


Revisão de Eliezer Martins Diniz e Aglas Watson B. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

CARVALHO, A. R. de; NETO, J. M. B. A economia monetária de Cantillon e o debate


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em:http://www.sep.org.br/artigo/1329_184e1fe2c9e6fe31ef7224fd4521d1c2.pdf?PHPS
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EICHENGREEN, Barry. A globalização do capital. Uma história do sistema monetário


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EICHENGREEN, Barry; TEMIN, Peter. The Gold Standard and the Great Depression.
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MARCONDES, Renato Leite. Padrão-ouro e Estabilidade. Est. Econ., São Paulo, v. 28,
nº 3, pp. 533/559, Julho-Setembro de 1998.

PALYI, Melchior. The Twilight of Gold, 1924-1936: Myths and Realities. The Canadian
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