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Ganexa

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Ganexa[1][2] (em sânscrito: गणेश; romaniz.: "Ganesha",


nos meios acadêmicos é adotada transliteração Ganexa
internacional padrão IAST "Gaṇeśa") é um dos mais
conhecidos e venerados deuses do hinduísmo. Este epíteto
é composto das palavras gaṇa (sânscrito: गण = tropas,
grupos, exércitos[3]) + īśa (sânscrito: ईश = senhor[4]), as
quais, por acomodação eufônica formam Gaṇeśa. É o
primeiro filho de Xiva e Pārvatī, irmão de Escanda, e o
esposo de Budhi (Aprendizado) e Siddhi (Realização). Ele
é chamado também de Vinayaka em canaresa, malaiala e
Marata, Vinayagar e Pillayar em tâmil, e Vinayakudu
em Telugo. Ga simboliza Buddhi (intelecto) e Na simboliza
Vijñāna (sabedoria). Ganexa é considerado removedor de
obstáculos, proporcionador do sucesso e da fartura, mestre
do intelecto, da sabedoria e chefe do exército celestial, e
por isso também, esta divindade é encontrada sempre na
porta de todos os templos hindus e na porta das casas dos
hindus como o protetor. Ele é representado como uma
divindade amarela ou vermelha, com uma grande barriga, Estátua representando Ganexa datada de 1200-
1300, de Karṇataka, na Índia, em exibição do
quatro braços e a cabeça de elefante com uma única presa, Museu de Arte Asiática de São Francisco, nos
montado em um rato. É, habitualmente, representado Estados Unidos
sentado, com uma perna levantada e curvada por cima da
outra. Em geral, antepõe-se, ao seu nome, o título Hindu de
Deus hindu da sabedoria
respeito śrī ou shri.
Montaria rato
Ganexa é o símbolo das soluções lógicas e deve ser pais Xiva e Pārvatī
interpretado como tal. Seu corpo é humano enquanto que a
irmão Kartikeya
cabeça é de um elefante; ao mesmo tempo, seu transporte
(vahana) é um rato. Desta forma, Ganexa representa uma cônjuge Budhi
solução lógica para os problemas: é o "Destruidor de instrumentos machadinha, chicote, lótus e
Obstáculos". Sua consorte é Buddhi (um sinônimo de caneta de chifre
"mente") e ele é adorado junto de Lakṣmi (a deusa da Portal de religião
abundância) pelos mercadores e homens de negócio. O
culto de Ganexa é amplamente difundido, mesmo fora da
Índia. Seus devotos são chamados Gaṇapatyas.

Índice
Iconografia
O deus da boa fortuna
Atributos Corporais
O Senhor cuja forma é Om
A presa quebrada

Ganexa e o rato
Casado ou Celibatário?
Histórias Mitológicas
Como ele obteve sua cabeça de elefante?
Decapitado e reanimado por Xiva
Xiva e Gajāsura
O Olhar de Śani
Outras versões
Ganexa o escrivão
Ganexa e Paraśurama
Ganexa e a Lua
Ganexa, chefe do exército celestial
O apetite de Ganexa
O respeito de Ganexa por seus pais
Devoção a sua mãe
Festivais e adorações a Ganexa
Ressurgimento da popularidade
Popularidade de Ganexa
Os nomes de Ganexa
Os doze nomes de Ganexa
Galeria de imagens
Notas
Referências
Bibliografia

Iconografia
Assim como acontece com todas as outras formas nas quais o hinduísmo representa os deuses, a figura de
Ganexa é, também, um arquétipo cheio de múltiplos sentidos e simbolismo, que expressa um estado de
perfeição assim como os meios de obtê-la.

Ganexa é o som primordial, om, do qual todos os hinos teriam nascido. Quando Śakti (Energia) e Xiva
(Matéria) se encontram, ambos, o Som (Ganexa) e a Luz (Escanda), nascem. Ele representa o perfeito
equilíbrio entre força e bondade, poder e beleza. Também simboliza as capacidades discriminativas que
provêm a habilidade de perceber a distinção entre verdade e ilusão, o real e o irreal.

Uma descrição de todas as características e atributos de Ganexa podem ser encontradas no Gaṇapati
Upaniṣad (um Upaniṣad dedicado a Ganexa) do ṛṣi Atharva, no qual Ganexa é identificado com Brahman
e Atman.[1] (https://pt.wikipedia.org/wiki/Ganexa#endnote_henoteísmo) Este Hino Védico também contém um dos
mais famosos mantras associados com esta divindade: Om Gam Gaṇapataye Namah (literalmente:
"saudação ao Senhor das tropas").

Nos Vedas, pode-se encontrar uma das mais importantes e comuns preces propiciatórias a Ganexa, na parte
que constitui o segundo maṇḍala ou livro do Ṛg Veda:
que constitui o segundo maṇḍala ou livro do Ṛg Veda:

गणानां वा गणप त हवामहे क व कवीनामुपम व तमम् । ये राजं णां णस् पत आ नः


षृ व ू त भः सीद सादनम् ॥ १

gaṇānāṃ tvā gaṇapatiṃ havāmahe kaviṃ kavīnāmupamaśravastamam |


jyeṣṭharājaṃ brahmaṇāṃ brahmaṇas pata ā naḥ ṣṛṇvannūtibhiḥ sīda sādanam || 1
(Ṛg Veda 2.23.1)

De acordo com as estritas regras da iconografia hindu, as figuras de Ganexa com somente duas mãos são
tabu. Por isso, as figuras de Ganexa são vistas habitualmente com quatro mãos, que significam sua
divindade. Algumas figuras podem ter seis, outras oito, algumas dez, algumas doze e outras quatorze mãos,
cada uma carregando um símbolo que difere dos símbolos nas outras mãos, havendo aproximadamente
cinquenta e sete símbolos no total, segundo alguns estudiosos.

A imagem de Ganexa é composta de quatro animais: homem, elefante, serpente e o rato. Eles contribuem
para formar a imagem. Todos eles, individual e coletivamente, têm profunda significância simbólica.

O deus da boa fortuna

Em termos gerais, Ganexa é uma divindade muito amada e frequentemente invocada, já que é o "Deus da
Boa Fortuna" que proporciona prosperidade e fortuna é também o "Destruidor de Obstáculos" de ordem
material ou espiritual. É por este motivo que sua graça costuma ser invocada pelos seus devotos antes de
eles iniciarem qualquer tarefa (por exemplo: viajar, prestar uma prova, realizar um assunto de negócios,
uma entrevista de trabalho, realizar uma cerimônia etc.) com mantras como: Aum śri Gaṇeśāya Namah
("reverência ao senhor Ganexa"), ou similares. É também por esse motivo que, tradicionalmente, todas as
sessões de bhajana (cântico devocional hindu) iniciam com uma invocação de Ganexa, o Senhor dos "bons
inícios". Por toda a Índia de cultura hindu, o Senhor Ganexa é a primeira deidade colocada em qualquer
nova casa ou templo.

Além disso, Ganexa é associado com o primeiro cakra, que representa o instinto de conservação e
sobrevivência e o de procriação. O nome desse chacra é mūlādhāra.

Atributos Corporais

Cada elemento do corpo de Ganexa tem seu próprio valor e seu próprio significado:

A cabeça de elefante indica fidelidade, inteligência e poder discriminatório;


O fato de ele ter uma única presa (a outra estando quebrada e sendo usada como caneta)[5]
indica a habilidade de Ganexa de superar todas as formas de dualismo; é descrito também
que ele retirou sua outra presa para escrever os Vedas, quando estes foram compilados por
Vyasadeva, tido como encarnação literária de Deus, responsável pela escrita da literatura
sagrada na atual era em que vivemos, retirando o conhecimento da oralidade.
As orelhas abertas denotam sabedoria, habilidade de escutar pessoas que procuram ajuda
e para refletir verdades espirituais. Elas simbolizam a importância de escutar para poder
assimilar ideias. Orelhas são usadas para ganhar conhecimento. As grandes orelhas
indicam que quando Deus é conhecido, todo conhecimento também é;
A tromba curvada indica as potencialidades intelectuais que se manifestam na faculdade de
discriminação entre o real e o irreal;
Na testa, o Triśūla (arma de Xiva, similar a um tridente) é desenhado, simbolizando os três
estados de consciência, conhecidos no śaivismo como jagrat, svapna e suṣupta (vigília,
estados de consciência, conhecidos no śaivismo como jagrat, svapna e suṣupta (vigília,
sono e sono profundo) e a superioridade de Ganexa sobre ele; também representam os
chamados "três modos da natureza material", bondade, paixão e ignorância, que são
superados por Ganexa e seu pai, Xiva.
A barriga de Ganexa contém infinitos universos. Ela simboliza a benevolência da natureza
e equanimidade, a habilidade de Ganexa de sugar os sofrimentos do Universo e proteger o
mundo;
A posição de suas pernas (uma descansando no chão e a outra em pé) indica a importância
da vivência e participação no mundo material assim como no mundo espiritual, a habilidade
de "viver no mundo sem ser do mundo".
Os quatro braços de Ganexa representam os quatro atributos do corpo sutil, que são: mente
(manas), intelecto (buddhi), ego (ahamkara), e consciência condicionada (citta). O Senhor
Ganexa representa a pura consciência — o ātmān — que permite que estes quatro atributos
funcionem em nós;
A mão segurando uma machadinha é um símbolo da restrição de todos os desejos, que
trazem dor e sofrimento. Com esta machadinha Ganexa pode repelir e destruir os
obstáculos. A machadinha é também para levar o homem para o caminho da verdade e
da retidão;
A segunda mão segura um chicote, símbolo da força que leva o devoto para a eterna
beatitude de Deus. O chicote nos fala que os apegos mundanos e desejos devem ser
deixados de lado;
A terceira mão, que está em direção ao devoto, está em uma pose de bênçãos, refúgio e
proteção (abhaya);
A quarta mão segura uma flor de lótus (padma), e ela simboliza o mais alto objetivo da
evolução humana, a realização do seu verdadeiro eu.

O Senhor cuja forma é Om

Ganexa é também definido como Omkara, que significa "tendo a forma de Om (veja a seção
Os nomes de Ganexa). De fato, a forma do seu corpo é uma cópia do traçado da letra
Devanāgarī que indica este grande Bija Mantra. Por causa disso, Ganexa é considerado a
encarnação corporal do Cosmos inteiro: ele está na base de todo o mundo fenomenal
(Viśvadhara, Jagadoddhara). Além disso, na língua tâmil, a sílaba sagrada é indicada precisamente por uma
letra que relembra o formato da cabeça de Ganexa.

A presa quebrada

A presa quebrada de Ganexa, como descrita acima, simboliza


inicialmente sua habilidade de superar ou "quebrar" as ilusões da
dualidade. Porém, existem muitos outros sentidos que têm sido
associados a este símbolo.

"Um elefante normalmente tem duas presas. A


mente também frequentemente propõe duas
alternativas: o bom e o mau, o excelente e o
expediente, fato e fantasia. A cabeça de elefante do
Senhor Ganexa porém tem apenas uma presa por Estátua de Ganexa no Distrito de
isso ele é chamado "Ekadanta, " que significa " Andra Pradesh, na Índia
(aquele de) Presa única", para lembrar a todos que é
necessário possuir determinação mental".
(Sathya Sai Baba)
Existem várias anedotas que explicam as origens deste atributo particular (veja seção Como Ganexa
quebrou uma de suas presas?)

Ganexa e o rato

De acordo com uma interpretação, o divino veículo de Ganexa, o


rato ou muśika representa sabedoria, talento e inteligência. Ele
simboliza investigação diminuta de um assunto difícil. Um rato
vive uma vida clandestina nos esgotos. Então ele é também um
símbolo da ignorância que é dominante nas trevas e que teme a
luz do conhecimento. Como veículo do Senhor Ganexa, o rato
nos ensina a estar sempre alerta e iluminar nosso eu interior com a
luz do conhecimento.

Ambos Ganexa e Muśika amam modaka, um doce que é


tradicionalmente oferecido para os dois durante cerimônias de
adoração. O Muśika é normalmente representado como sendo
Ganexa montado em seu rato. Note as muito pequeno em relação a Ganexa, em contraste para as
flores oferecidas pelos devotos. Uma representações dos veículos das outras divindades. Porém, já foi
escultura do Templo de Vaidyeśvara tradicional na arte maharaśtriana representar Mushika como um
em Talakkadu, em Karnataka, na Índia rato muito grande, e Ganexa estando montado nele como se fosse
um cavalo.

Outra interpretação diz que o rato (Muśika ou Akhu) representa o ego, a mente com todos os seus desejos, e
o orgulho da individualidade. Ganexa, guiando sobre o rato, se torna o mestre (e não o escravo) dessas
tendências, indicando o poder que o intelecto e as faculdades discriminatórias têm sobre a mente. O rato
(extremamente voraz por natureza) é habitualmente representado próximo a uma bandeja de doces com
seus olhos virados em direção de Ganexa, enquanto ele segura um punhado de comida entre suas patas,
como se esperando uma ordem de Ganexa. Isto representa a mente que foi completamente subordinada à
faculdade superior do intelecto, a mente sob estrita supervisão, que olha fixamente para Ganexa e não se
aproxima da comida sem sua permissão.

Casado ou Celibatário?

É interessante notar como, de acordo com a tradição, Ganexa foi gerado por sua mãe Pārvatī sem a
intervenção de Xiva, seu marido. Xiva, de fato, sendo eterno (SadāXiva), não sentia nenhuma necessidade
de ter filhos. Consequentemente, o relacionamento entre Ganexa e sua mãe é único e especial.

Essa devoção é o motivo pelo qual as tradições do sul da Índia o representam como celibatário (veja o
conto Devoção por sua mãe). É dito que Ganexa, acreditando ser sua mãe a mais bela e perfeita mulher no
universo, exclamou: "Traga-me uma mulher tão bonita quanto minha mãe e eu me casarei com ela".

No Norte da Índia, por outro lado, Ganexa é, frequentemente, representado como casado com as duas
filhas de Brahma: Buddhi (intelecto) e Siddhi (poder espiritual). Popularmente no norte da Índia Ganexa é
representado acompanhado por Sarāsvatī (deusa da cultura e da arte) e Lakṣmī (deusa da sorte e
prosperidade), simbolizando que essas características sempre acompanham aquele que descobre sua própria
divindade interior. Simbolicamente isso representa o fato de que a abundância, prosperidade e sucesso
acompanham aqueles que possuem as qualidades da sabedoria, prudência, paciência, etc. que Ganexa
simboliza.
Histórias Mitológicas

Como ele obteve sua cabeça de elefante?

A mitologia altamente articulada do hinduísmo apresenta muitas histórias na qual é explicada a maneira em
que Ganexa obteve sua cabeça de elefante; frequentemente a origem desse atributo particular é encontrado
nas mesmas histórias que narram seu nascimento. E muitas dessas mesmas histórias revelam as origens da
enorme popularidade do culto a Ganexa.

Decapitado e reanimado por Xiva

A mais conhecida história é provavelmente aquela encontrada no Xiva Purāṇa. Uma vez, quando sua mãe
Durgā queria tomar banho, não havia guardas na área para protegê-la de alguém que poderia entrar na sala.
Então ela criou um ídolo na forma de um garoto, esse ídolo foi feito da pasta que Durgā havia preparado
para lavar seu corpo. A deusa infundiu vida no boneco, então Ganexa nasceu. Durgā ordenou a Ganexa
que não permitisse que ninguém entrasse na casa e Ganexa obedientemente seguiu as ordens de sua mãe.
Dali a pouco Xiva retornou da floresta e tentou entrar na casa, Ganexa parou o Deus. Xiva se enfureceu
com esse garotinho estranho que tentava desafiá-lo. Ele disse a Ganexa que ele era o esposo de Durga e
disse que Ganexa poderia deixá-lo entrar. Mas Ganexa não obedecia a ninguém que não fosse sua querida
mãe. Xiva perdeu a paciência e teve uma feroz batalha com Ganexa. No fim, ele decepou a cabeça de
Ganexa com seu Triśula (tridente).

Quando Durgā saiu e viu o corpo sem vida de seu filho, ela ficou triste e com muita raiva. Ela ordenou que
Xiva devolvesse a vida de Ganexa imediatamente. Mas, infortunadamente, o Triśula de Xiva foi tão
poderoso que jogou a cabeça de Ganexa muito longe. Todas as tentativas de encontrar a cabeça foram em
vão. Como último recurso, Xiva foi pedir ajuda para Brahma que sugeriu que ele substituísse a cabeça de
Ganexa com o primeiro ser vivo que aparecesse em seu caminho com sua cabeça na direção norte. Xiva,
então, mandou seu exército celestial (Gaṇa) para encontrar e tomar a cabeça de qualquer criatura que
encontrarem dormindo com a cabeça na direção norte. Eles encontraram um elefante moribundo que
dormia desta maneira e após sua morte, tomaram sua cabeça, e colocaram a cabeça do elefante no corpo de
Ganexa trazendo-o de volta à vida. Dali em diante, ele é chamado de Gaṇapati, ou o chefe do exército
celestial, que deve ser adorado antes de iniciar qualquer atividade.

Xiva e Gajāsura

Outra história a respeito da origem de Ganexa e sua cabeça de elefante narra que, uma vez, existiu um
āsura (demônio) com todas as características de um elefante, chamado Gajāsura, que estava praticando
austeridades (ou tapas). Xiva, satisfeito por esta austeridade, decidiu dar-lhe, como recompensa, qualquer
coisa que ele pedisse. O demônio desejou emanar fogo continuamente do seu próprio corpo. Desse modo,
ninguém poderia se aproximar dele. Xiva concedeu o que foi pedido. Gajasura continuou sua penitência e
Xiva, que aparecia a ele de tempos em tempos, perguntou, mais uma vez, o que desejava. O demônio
respondeu: "desejo que você habite meu estômago."

Xiva atendeu até mesmo a este pedido e, então, passou a residir no estômago do demônio. De fato, Xiva
também é conhecido como Bhola Śaṅkara porque é uma deidade facilmente agradada; quando está
satisfeito com um devoto, concede-lhe o que for pedido e, isso, de tempos em tempos, gera situações
particularmente intrincadas. Por esse motivo Durgā, sua esposa, procurou por ele em todos os lugares sem
obter resultado algum. Como último recurso, foi a Viṣṇu pedir a ele que encontrasse seu marido. Viṣṇu,
que conhece a tudo, respondeu: "Não se preocupe; seu marido é Bhola Śankara e prontamente garante aos
seus devotos tudo o que eles pedem, sem se preocupar com as consequências; acho que ele se meteu em
l bl V b "
algum problema. Vou procurar saber o que aconteceu."

Então Viṣṇu, o onisciente diretor do jogo cósmico, elaborou uma


pequena encenação: transformou Nandi (o touro de Xiva) em um
touro dançarino e o conduziu à frente de Gajāsura, assumindo, ao
mesmo tempo, a aparência de um flautista. A encantadora performance
do touro fez o demônio entrar em êxtase e perguntar ao flautista o que
ele desejava. O músico respondeu: "Você pode mesmo me dar
qualquer coisa que eu pedir?" Gajāsura respondeu: "Por quem me
tomas? Eu posso lhe dar qualquer coisa que você pedir
imediatamente!" O flautista então respondeu: "Se é assim, libere Xiva
do seu estômago." Gajāsura entendeu, então, que este não poderia ser
outro senão o próprio Viṣṇu, o único que poderia saber desse segredo.
Nesse momento, o demônio se jogou aos pés de Viṣṇu e, tendo
liberado Xiva, pediu a este um último presente: "Tenho sido
abençoado por você muitas vezes; meu último pedido é que todo
mundo se lembre de mim adorando minha cabeça quando eu estiver
morto." Xiva, então, trouxe seu próprio filho até ali e substituiu sua
cabeça pela de Gajāsura. Desde então, na Índia, é tradição que
qualquer ação, para poder prosperar, deva ser iniciada com a adoração
de Ganexa. Este é o resultado do presente que Xiva deu a Gajāsura. Essa estátua de Ganexa foi
criada no Distrito de Mysore de
Karnataka no século XIII
O Olhar de Śani

Uma história menos conhecida do Brahma Vaivarta Purana narra uma versão diferente do nascimento de
Ganexa. Pela insistência de Xiva, Durgā jejuou por um ano (punyaka vrata) para propiciar Viṣṇu para que
lhe desse um filho. O Senhor Kṛṣṇa, após o fim do sacrifício, anunciou que ele mesmo encarnaria como
seu filho em cada kalpa (era). Então, Kṛṣṇa nasceu para Durgā como uma charmosa criança. Esse evento
foi celebrado com grande entusiasmo e todos os deuses foram convidados para olhar o bebê. Porém Śani, o
filho de Sūrya, hesitou em olhar ao bebê pois é dito que o olhar de Shani é prejudicial. Porém Durgā
insistiu que ele olhasse para o bebê, então Shani o fez, e imediatamente a cabeça da criança caiu e voou
para Goloka. Vendo Xiva e Durgā feridos de aflição, Viṣṇu montou em Garuḍḍa, sua águia divina, e
apressou-se para a ribeira do rio Puṣpa-Bhadra, donde ele trouxe a cabeça de um jovem elefante. A cabeça
do elefante se juntou com o corpo do filho de Durgā, revivendo-o. A criança foi chamada Ganexa e todos
os deuses abençoaram Ganexa e desejaram a ele poder e prosperidade.

Outras versões

Outro conto do nascimento de Ganexa relata um incidente no qual Xiva matou Aditya, o filho de um sábio.
Porém Xiva restaurou a vida ao corpo da criança morta, mas isso não conseguiu pacificar o sábio
enfurecido Kaśyapa, que era um dos sete grandes ṛṣis. Kaśyapa amaldiçoou Xiva e declarou que o filho de
Xiva perderia sua cabeça. Quando isto aconteceu, a cabeça do elefante de Indra foi colocada em seu lugar.

Outra versão diz que em uma ocasião, a água de banho usada de Durgā foi jogada no Ganges e esta água
foi bebida por Malini, a Deusa com cabeça de elefante, que logo após deu à luz um bebê de quatro braços e
cinco cabeças de elefante. Gangā, a Deusa do rio o reivindicou como seu filho, mas Xiva declarou que ele
era filho de Durgā, reduziu suas cinco cabeças a uma e o empossou como o Controlador de obstáculos
(Vigneśvara).

Ganexa o escrivão
Na primeira parte do poema épico Mahābhārata, está escrito que o sábio Vyāsa pediu para Ganexa que
transcrevesse o poema enquanto ele ditava. Ganexa concordou, mas somente na condição de que o sábio
Vyāsa recitasse o poema sem interrupções ou pausas. O sábio, por sua vez, colocou a condição que Ganexa
não teria somente que escrever, mas também entender tudo o que ele escutasse antes de escrever. Dessa
forma, Vyāsa se recuperaria um pouco de seu falatório cansativo ao simplesmente recitando um verso bem
difícil que Ganexa não conseguisse entender rapidamente. Começou o ditado, mas no corre-corre de
escrever, a caneta de Ganexa se quebrou. Então ele quebrou uma de suas presas e a usou como caneta, só
assim a transcrição pôde prosseguir sem interrupções, permitindo a ele manter sua palavra.

Ganexa e Paraśurama

Um dia Paraśurama, um avatar de Viṣṇu, foi fazer uma visita a Xiva, mas no caminho ele foi bloqueado
por Ganexa. Paraśurama lançou seu machado em direção a Ganexa, e Ganexa (sabendo que esse machado
foi dado a ele por Xiva) se deixou golpear e perdeu sua presa como resultado.

Ganexa e a Lua

Dizem que certa vez, Ganexa após ter recebido de muitos de seus devotos uma enorme quantidade de
doces (Modak), para poder digerir melhor essa incrível quantidade de comida, decidiu ir passear. Ele
montou em seu rato, que utiliza como veículo, e foi adiante. Foi uma noite magnífica e a lua estava
resplandecente. De repente, uma cobra apareceu do nada e assustou o rato, que pulou e tirou Ganexa de
sua montaria. O grande estômago de Ganexa foi empurrado contra o chão com tanta força que sua barriga
abriu e todos os doces que ele comeu foram espalhados a seu redor. No entanto, ele era muito inteligente
para se enraivecer por causa deste pequeno acidente e, sem perder tempo em lamentações inúteis, ele tentou
remediar a situação da melhor maneira possível. Ele pegou a cobra que causou o acidente e a usou como
cinturão para manter seu estômago fechado e reparar o dano. Satisfeito com essa solução, ele remontou em
seu rato e continuou sua excursão. Candradeva (O Deus da Lua) observou toda aquela cena e caiu na
gargalhada.

Ganexa, sendo de temperamento curto, amaldiçoou Candradeva por sua arrogância e quebrando uma de
suas presas, a atirou contra a lua, partindo em duas sua luminosa face. Então ele a amaldiçoou, decretando
que qualquer um que olhasse para a lua teria má sorte. Escutando isso, Candradeva percebeu sua loucura e
pediu perdão para Ganexa. Ganexa cedeu e como uma maldição não pode ser revocada, ele apenas a
abrandou. A maldição então ficou sendo de que a lua iria minguar em intensidade a cada quinze dias e
qualquer um que olhar para a lua durante o Ganexa Caturthi teria má-sorte. Isto explica porque, em certos
momentos, a luz da Lua diminui, e então começa gradualmente a reaparecer; mas sua face só aparece por
completo somente por um curto período de tempo.

Ganexa, chefe do exército celestial


Uma vez ocorreu uma grande competição entre os Devas para decidir quem entre eles seria o chefe do
Gaṇa (tropas de semideuses à serviço de Xiva). Foi pedido aos competidores que eles dessem a volta ao
mundo o mais rápido possível e retornassem para os pés de Xiva. Os deuses foram, cada um em seu
próprio veículo, e mesmo Ganexa participou com entusiasmo desta corrida; mas ele era extremamente
pesado e seu veículo era um rato! Consequentemente, seu passo era muito devagar e isso foi uma grande
desvantagem. Dali a pouco apareceu a sua frente o sábio Narada (filho de Brahma), que perguntou a ele
aonde estava indo. Ganexa estava muito aborrecido e entrou em fúria porque é considerado um sinal de
má-sorte encontrar um Brahmin solitário no começo de uma viagem. Mesmo que Narada seja o maior dos
Brahmins, filho do próprio Brahma, isso ainda era um mau presságio. Além disso, não é considerado um
b i l d d á i d d já á i h ã G i
bom sinal ser perguntado aonde está indo quando já se está no caminho; então, Ganexa se sentiu
duplamente infeliz. No entanto, o grande Brahmin conseguiu acalmar sua fúria. O filho de Xiva explicou a
ele os motivos de sua tristeza e seu terrível desejo de vencer. Narada o consolou,
o exortando a não entrar em desespero, e deu a ele um conselho:

"Assim como uma grande árvore nasce de uma única semente, o


nome de Rama é a semente da qual emergiu aquela grande
árvore chamada Universo. Então, escreva no chão o nome
"Rama", ande ao seu redor uma vez, e corra para Xiva para pedir
seu prêmio."

Ganexa retornou a seu pai, que perguntou a ele como conseguiu terminar a
corrida tão rapidamente. Ganexa contou a ele de seu encontro com Narada e do
conselho do Brahmin. Xiva, satisfeito com essa resposta, declarou seu filho Estátua de Ganexa
com uma flor
como vencedor e, daquele momento em diante, ele foi aclamado com o nome de
Gaṇapati (Condutor do exército celestial) e Vinayaka (Senhor de todos os seres).

O apetite de Ganexa
Ganexa é conhecido também como o destruidor da vaidade, egoísmo e orgulho.

Um conto, retirado dos Puranas, narra que Kubera, o tesoureiro do Svarga (paraíso) e deus da riqueza, foi
ao monte Kailaśa para receber o darśana (visão) de Xiva. Como ele era extremamente vaidoso, ele
convidou Xiva para um banquete na sua fabulosa cidade, Alakapuri, assim ele poderia demonstrar a ele
toda sua riqueza. Xiva sorriu e disse para ele: "eu não poderei ir, mas você pode convidar meu filho
Ganexa. Mas eu o advirto que ele é um comilão voraz." Inalterado, Kubera sentiu-se confiante que ele
poderia satisfazer mesmo tal insaciável apetite de Ganexa, com suas opulências. Ele levou o pequeno filho
de Xiva com ele para sua grande cidade. Lá, ele lhe ofereceu um banho cerimonial e o vestiu em roupas
suntuosas. Após esses ritos iniciais, o grande banquete começou. Enquanto os serventes de Kubera estavam
trabalhando duramente para trazer as porções de comida, o pequeno Ganexa apenas continuava a comer e
comer... Seu apetite não diminuiu mesmo quando devorou até a comida destinada aos outros convidados.

Não havia tempo para substituir um prato por outro porque Ganexa já havia devorado tudo, e com gestos
de impaciência, continuava esperando por mais comida. Tendo devorado tudo o que havia sido preparado,
Ganexa começou a comer as decorações, os talheres, a mobília, o lustre... Apavorado, Kubera se prostrou
diante do pequeno onívoro e suplicou para que deixasse para ele pelo menos, o resto do palácio. "Eu estou
com fome. Se você não me der mais nada pra comer, eu comerei até você!", ele disse a Kubera.
Desesperado, Kubera correu para o monte Kailaśa para pedir a Xiva que remediasse a situação. O Senhor
então deu a ele um punhado de arroz tostado, dizendo que somente aquilo poderia satisfazer Ganexa.
Ganexa já tinha sugado quase toda a cidade quando Kubera retornou e deu a ele o arroz. Com isto,
finalmente Ganexa se satisfez e se acalmou.

O respeito de Ganexa por seus pais


Uma vez ocorreu uma competição entre Ganexa e seu irmão Kartikeya para saber quem conseguiria dar a
volta aos três mundos mais rápido, e então ganhar o fruto do conhecimento. Kartikeya foi em uma jornada
pelos três mundos, enquanto que Ganexa apenas andou ao redor de seus pais. Quando perguntado porque
fez isso, ele respondeu que para ele, seus pais representam todos os três mundos, e então foi dado a ele o
fruto do conhecimento.

Devoção a sua mãe


Uma vez, enquanto brincava, Ganexa machucou uma gata. Quando ele voltou para casa ele encontrou uma
ferida no corpo de sua mãe. Ele perguntou como ela se machucou. Durgā, sua mãe, respondeu que isso foi
causado pelo próprio Ganexa! Surpreso Ganexa quis saber quando ele a machucou. Durgā respondeu que
Ela como o divino poder está imanente em todos os seres. Quando ele machucou a gata, machucava a sua
mãe também. Ganexa percebeu que todas as mulheres são realmente as manifestações de sua Mãe. Decidiu
não casar e permaneceu um brahmachari, um celibatário, seguindo as regras estritas do Brahmacharya.
Porém, em algumas imagens e escrituras Ganexa é frequentemente relatado como casado com as duas
filhas de Brahma: Buddhi (intelecto) e Siddhi (poder espiritual).

Festivais e adorações a Ganexa


Na Índia, existe um importante festival em honra ao Senhor Ganexa. Mesmo sendo mais popular no estado
de Maharashtra, ele é festejado por toda a Índia. Ele é celebrado por dez dias começando pelo Ganexa
Caturthi. Isto foi introduzido por Balgangadhar Tilak como uma maneira de promover o sentimento
nacionalista quando a Índia era governada pelos Ingleses. Esse festival é celebrado e sua culminação é no
dia de Ananta Caturdaśi quando a murti do Senhor Ganexa é imergida na água. Em Mumbai (antes
conhecida como Bombaim), a murti é imergida no Mar Arábico e em Pune no rio Mula-Mutha. Em várias
cidades do Norte e Leste da Índia, como Calcutá, eles são imergidos no sagrado rio Ganges.

As representações de Ganexa são baseadas em milhares de


anos de simbolismo religioso que resultaram na figura de um
deus com cabeça de elefante. Na Índia, as estátuas são
expressões de significado simbólico e que por isso nunca
foram reivindicadas como réplicas exatas da entidade original.
Ganexa não é visto como um entidade física, mas como um
alto ser espiritual, e murtis, ou representações em estátua,
atuam como notificação dele como um ideal. Por isso, referir-
se às murtis como ídolos trai os entendimentos Ocidentais
judaico-cristãos de veneração insubstancial de um objeto ao
considerar que, na Índia, as deidades Hindus são vistas como
Celebrações de Ganexa pela comunidade
acessíveis através de pontos simbólicos de concentração
indiana em Paris em 2004
conhecidos como murtis. Por esse motivo, a imersão das
murtis de Ganexa em rios sagrados próximos é compreensível,
pois as murtis são entendidas como sendo apenas apreensões temporais de um ser superior ao invés de
serem "ídolos", que são, tradicionalmente, vistos como objetos adorados por causa de sua divindade
própria.

A adoração de Ganexa no Japão vem desde o ano 806.

Ressurgimento da popularidade

Recentemente, houve um ressurgimento da adoração a Ganexa e um aumento do interesse no "Mundo


Ocidental" devido à inundação de supostos milagres em Setembro de 1995. No dia de 21 de setembro de
1995, de acordo com a revista Hinduism Today (www.hinduismtoday.com (http://www.hinduismtoday.co
m)), as estátuas de Ganexa (e de alguns outros deuses da família de Xiva) na Índia começaram a beber leite
espontaneamente quando uma colher cheia era posta perto da boca das estátuas em honra ao deus elefante.
Os fenômenos propagaram-se de Nova Délhi a Nova York, Canadá, Ilhas Maurício, Quênia, Austrália,
Bangladesh, Malásia, Reino Unido, Dinamarca, Sri Lanka, Nepal, Hong Kong, Trinidad e Tobago,
Grenada e Itália entre outros lugares. Isso foi visto como um milagre por muitos, mas muitos céticos
afirmaram que isso foi outro exemplo de histeria coletiva Alguns experimentos científicos conduzidos
afirmaram que isso foi outro exemplo de histeria coletiva. Alguns experimentos científicos conduzidos

naquela época sugeriram a ação capilar como uma explicação para este fenômeno. Permanecia um mistério
o porquê do fenômeno não haver se repetido até que o mesmo ocorresse novamente em 21 de agosto de
2006. Agora a questão é por que o fenômeno se repetiu.

O livro Ganesha, Remover of Obstacles, de Manuela Dunn Mascetti, é outra de muitas fontes que
testemunham o Milagre hindu do leite.

Popularidade de Ganexa
Ganexa possui duas Siddhis (simbolicamente representadas como esposas ou consortes): Siddhi (sucesso) e
Riddhi (prosperidade). É amplamente acreditado que "onde quer que esteja Ganexa, lá existe Sucesso e
Prosperidade" e "onde quer que haja Sucesso e Prosperidade, lá está Ganexa". É por isso que Ganexa é
considerado como aquele que traz boa sorte, e a razão pela qual ele é invocado primeiro antes de qualquer
ritual ou cerimônia. Seja ela o Diwali Puja, ou uma nova casa, novo transporte, antes de uma prova
estudantil, antes de entrevistas para emprego, é para Ganexa que se ora, porque acredita-se que ele irá vir
para ajudar e garantir sucesso em qualquer empreitada.

Ganexa é venerado como Vinayaka (culto) e Vighneśvara (removedor de obstáculos). Acredita-se que ele
abençoa aqueles que meditam sobre ele. Ganexa, na astrologia, ajuda as pessoas a saber o que pode ser
alcançado e o que não pode.

Os nomes de Ganexa
Assim como outras Murtis hindus (ou deuses e deusas), Ganexa tem
muitos outros títulos de respeito ou nomes simbólicos, e é
frequentemente venerado através do canto dos sahasranama, ou mil
nomes. Cada um é diferente e carrega um sentido diferente,
representando um aspecto diferente do deus em questão. Quase todos os
deuses Hindus têm uma ou duas versões aceitas de suas próprias
liturgias dos mil nomes (sahasranam).

Alguns dos outros nomes de Ganexa são:

Ameya (Sânscrito: अमेय), sem limites (em Marata)


Anangapujita (Sânscrito: आनंगपूजीता), O Sem-Forma,
ou Sem-corpo
Omkara (Sânscrito: ॐ कार), com o corpo na forma do
Om
Balacandra (Sânscrito: बालचं ), aquele que carrega a
lua em sua cabeça Estátua de Ganexa fotografada
Cintamani (Sânscrito: च तम न), aquele que retira as em Londres durante o dia santo
preocupações de Dipavali
Dhumraketu (Sânscrito: धु के तू), ou Ardente
Gajakarna (Sânscrito: गजकण), aquele com orelhas de elefante
Gajanana (Sânscrito: गजानन्), aquele que possui a face de um elefante
Gajavadana, aquele que tem a cabeça de elefante
Gaṇadhyakśama (Sânscrito: गण य मा), o líder das massas
Gaṇapati (Sânscrito: गणपती), Condutor dos Gaṇas, espíritos e fantasmas do exército
de Xiva
Gaṇanatha, Senhor dos Gaṇas
Gaṇanayaka, Senhor de todos os seres
Ekadanta (Sânscrito: एकदं त), Com somente uma presa
Kapila (Sânscrito: क पल), o nome de uma vaca celestial. Gaṇexa representa as
características de "doação" que simboliza a vaca, por isso o nome.
Lambodara (Sânscrito: लंबोदर), de grande barriga
Mushika Vahana, Aquele que conduz o rato
Pillaiyar, tâmil para "Filho Nobre"
Shupakarna, Grandes e Auspiciosas orelhas
Sumukha (Sânscrito: सुमूख), aquele que tem uma bela face: Ganexa é dito possuir
todas as qualidades da Lua, que também é chamado o Deus da beleza, e por isso ele
é conhecido como Sumukha.
Vakratunda (Sânscrito: व तुंड), Tromba curvada
Vighnaharta (Sânscrito: व नहत), Removedor de obstáculos
Vighna Vinashaka, removedor dos obstáculos
Vighnesh ou Vighneshvara (Sânscrito: व णेशवर), controlador dos obstáculos (Vighna
= obstáculos, īśvara=senhor)
Vikata (Sânscrito: वकट), o feroz
Vinayaka, (Sânscrito वनायक), um líder distinto (Vi significa viśeṣa Especial e nayaka
da raiz ni liderar, por isso, Líder
Vishvadhara ou Jagadoddhara, Aquele que mantém o universo
Vishvanata ou Jagannatha, Senhor do Universo

Outra murti muito amada é a Bala Gajanana ou Bala Ganexa (literalmente, pequeno Ganexa ou bebê
Ganexa), na qual um Ganexa bem jovem com uma pequena tromba e grandes olhos é representado nos
braços de seus Pais Divinos, ou enquanto ele docemente abraça o Lingam, o símbolo de Xiva.

Os doze nomes de Ganexa

O Ganexa Puraṇa, um importante texto dos Gaṇapatyas, nos dá uma lista dos doze principais nomes do
deus-elefante. Esses nomes devem ser pronunciados antes de qualquer ritual. Eles são o seguinte:

1. Sumukha : "O Senhor cheio de graça"


2. Ekadanta : "O Senhor que só possui uma presa"
3. Kapila : "O Senhor de cor fulva"
4. Gajakarna : "O Senhor com orelhas de elefante"
5. Lambodara : "O Senhor com uma barriga proeminente"
6. Vikata : "O Deformado"
7. Vighnanâsaka: "O Senhor destruidor dos obstáculos"
8. Ganâdhipa : "O Senhor protetor do Gaṇa"
9. Dhûmraketu : "O Senhor de cor esfumaçada" com dois braços cavalgando um cavalo
azul, o Governante da Kali Yuga
10.Ganâdhyaksha: "O Ministro dos Gaṇa"
11.Bhâlachandra: "O Senhor que usa a lua crescente em sua cabeça"
12 Gajânana : "O Senhor com uma face de elefante"
12.Gajânana : O Senhor com uma face de elefante .

Além desses, existem mais nomes que constituem os 21 nomes de Ganexa, utilizados durante o Puja.
Oferenda de flores e arroz acompanham os 21 nomes de Ganexa (eka viśanti nama).

Vighnarâja : "O Rei dos obstáculos"


Gajânana : "O Senhor que possui face de elefante"
Lambodara : "O Senhor com uma barriga proeminente"
Xivatmaja : "O Filho de Xiva"
Vakratunda : "O Senhor de tromba torcida"
Supakarna
Gaṇeśvara : "O Senhor do Gaṇa"
Vighnanashin: "O Destruidor de Obstáculos"
Vikata : "O Deformado"
Vamana : "O Anão"
Sarvadeva
Sarvadukhavinâshi
Vighnarhartr: "O Senhor que cancela os obstáculos"
Dhûmrâja
Sarvadevâdhideva
Ekadanta : "O Senhor que tem apenas uma presa"
Krishnapingala: "O Senhor Azul e Escuro"
Bhâlachandra: "O Senhor que carrega a lua crescente na cabeça"
Gananâtha : "O comandante supremo do Gana"
Shankarasunav: "O filho de Shankara"
Anangapujita: "O Senhor sem forma"

Galeria de imagens
Notas
1. ↑ Ao contrário da opinião popular, o hinduísmo védico "primitivo" não era politeísta nem
monoteísta, porém é melhor identificado como uma religião henoteísta: as diferentes
manifestações e formas de Deus (entre as quais os avatares e os devas) são considerados
infinitas emanações de Brahman (o princípio impessoal da realidade do qual todos os
mundos e seres derivam) criadas para tornar Brahman acessível para o homem.

Referências
1. Séguier 1990.
2. Oliveira 1952, p. 64.
3. «MW Cologne Scan» (https://www.sanskrit-lexicon.uni-koeln.de/scans/csl-apidev/servepdf.p
hp?dict=MW&page=343). www.sanskrit-lexicon.uni-koeln.de. Consultado em 18 de junho de
2021
2021

4. «MW Cologne Scan» (https://www.sanskrit-lexicon.uni-koeln.de/scans/csl-apidev/servepdf.p


hp?dict=MW&page=171). www.sanskrit-lexicon.uni-koeln.de. Consultado em 18 de junho de
2021
5. WILKINSON, P. O livro ilustrado da mitologia: lendas e histórias fabulosas sobre grandes
heróis e deuses do mundo inteiro. Tradução de Beth Vieira. 2ª edição. São Paulo.
Publifolha. 2002. p. 40.

Bibliografia
Oliveira, João Baptista Carvalho de; Júnior, Séguier, Jaime de; Lello, José. «Ganexa».
Redondo (1952). Tai-Hei: três meses no Dicionário prático ilustrado: novo dicionário
Oriente. Lisboa: Editorial-Século enciclopédico luso-brasileiro. Porto: Lello &
Irmão

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