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Observações Sobre o Amor Transferencial (FREUD) Josimar A de


Alcântara Mendes
O texto discorre sobre a situação na qual o paciente se vê enamorado pelo seu Sobradinho - Distrito Federal -
Brasil • 35 anos
analista, Freud passa a descrever alguns cenários que esta situação poderia • 79 textos, 37.208 leituras
desdobrar e as implicações disso. Ele fala sobre a necessidade do auto-
Per l Textos
policiamento que analista deve fazer em relação a contratransferência para que
este tenha consciência de que aquele enamoramento é produto da situação Contato

analítica e não de seus encantos.


Freud cita e faz reservas a situações em que os analistas incitam a transferência Vitrine
erótica, sob o argumento de continuidade do tratamento, pois isto cessaria Poesia Na Alma Um olhar desde a
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qualquer possibilidade de espontaneidade, além de poder produzir obstáculos Ferreira Pastor Elcio
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difíceis de superar no decorrer do tratamento.
No tocante a orientações para a condução de casos como este, Freud diz que Ervais O Ouro TEOLOGIA - LIVRO
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primeiro é preciso fazer uma re exão. Inicialmente vale pensar que todo e Ricardo Sol Pedro Neves
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qualquer fenômeno que venha no sentido de impedir a continuidade do processo
Poesias POEMAS DE AMOR
analítico se constitui como resistência, o enamoramento de um(a) paciente por Encantadas - Ed. E PAZ
Maggel, e outros Orpheu Leal
seu analista se encaixa perfeitamente nisto. O(a) paciente pode, ao longo do autores R$ 25,00
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processo, ir tecendo afetos amorosos em relação ao seu analista, contudo,
Antologia "QUANDO A
frequentemente, a expressão desse amor e a necessidade de que ele seja Escritores RAZÃO RESOLVE
Teca, Ricardo EDSON MILTON
reconhecido e correspondido surge apenas quando o processo chega a um ponto Benedictis Junior, RIBEIRO PAES
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em que o(a) paciente está perto de recordar e elaborar algum conteúdo
Poemas das horas Nanda: Relato de
reprimido. Desta forma, a resistência faz uso desses afetos, acentuando-os e vazias e de menina - Ficção ou
Luis Fernando Poeta Hércules Azevedo
utilizando-os para desmantelar todo o arranjo analítico, para que o conteúdo não R$ 20,00 R$ 15,00

seja trago à consciência. Como anunciar nesta vitrine?

Em seguida, Freud recomenda que não se deve enfrentar a situação com


argumentos morais esperados e nem muito menos que se reprima a transferência
erótica do(a) paciente. Ele recomenda que a manutenção da neutralidade através
do exercício da abstinência. Assim, o analista “deve manter um rme domínio do
amor transferencial, mas tratá-lo como algo irreal, como uma situação que se
deve atravessar no tratamento e remontar às suas origens inconscientes e que
pode ajudar a trazer tudo que se acha muito profundamente oculto na vida
erótica da paciente para sua consciência e, portanto, para debaixo de seu
controle” (FREUD, 1915, p. 05).
Em seguida, Freud propõe uma re exão sobre a veracidade dos afetos que são
expressos, sobre a correspondência do amor manifesto pelo(a) paciente com a
realidade, como saber se este é real ou apenas produto de transferência erótica?
O amor transferencial não cria afetos, ele é o instrumento da resistência que se
apropria de afetos já existentes para impedir a continuidade do processo. De
maneira geral, todo afeto amoroso tem ressonância com protótipos infantis,
contudo, nesse caso, o amor transferencial apresenta uma dependência do
padrão infantil.
Por m, Freud reconhece que é difícil lidar com esse fenômeno, mas ele
reassegura os pressupostos éticos e técnicos, dizendo que o analista deve “por
mais alto que possa prezar o amor, tem de prezar ainda mais a oportunidade de
ajudar sua paciente a passar por um estágio decisivo de sua vida. Ela tem de
aprender com ele a superar o princípio do prazer, e abandonar uma satisfação
que se acha à mão, mas que socialmente não é aceitável, em favor de outra mais
distante, talvez inteiramente incerta, mas que é psicológica e socialmente
irrepreensível” (FREUD, 1915, p. 08).

Acredito que no trabalho analítico, dentro das minhas limitações teóricas e


práticas, que o amor transferencial é o fenômeno que mais desa e a prevalência
da neutralidade e da abstinência por parte do terapeuta. A cada dia percebo que
o exercício desta perspectiva teórica exige de seus praticantes um preparo e uma
responsabilidade muito grandes, é preciso que o analista se policie para não
reconhecer a transferência erótica do(a) paciente como produto de suas
qualidades e atrativos, mas sim como artifício da resistência. Parece-me muito
difícil tanto a tarefa de fazer essa diferenciação, dependendo do estado do
analista, quanto a do manejo da mesma. Parece ser um trabalho muito delicado
encontrar um ponto no qual nem se rejeite e nem se rati que as investidas do(a)
paciente. O estudo de fenômenos como estes me faz pensar o quanto é
necessário e imperativo o acompanhamento psicoterápico do analista, não só
como forma de garantir a sua saúde mental, mas também a manutenção de uma
postura ética e técnica diante de casos como estes e/ou outros que se fazem
dentro do setting analítico.

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Josimar A de Alcântara Mendes


Enviado por Josimar A de Alcântara Mendes em 09/10/2010
Reeditado em 31/01/2012
Código do texto: T2546011
Classi cação de conteúdo: seguro

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Comentários 5

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Bibiana Vogel há 4 anos


B Olá, sou estudante de psicologia, e essse texto seria essencial para meu
estudo, porém não estou conseguindo copiar para imprimir e ler (pois no
papel ca mais fácil de ler) Alguém poderia me auxiliar?

Bianca não autenticado há 7 anos


B Mto boa essa resenha. Totalmente esclarecedora, principalmente pra mim
que estou vendo isso na faculdade. Parabéns!

maria josé não autenticado há 10 anos


m Muito inteligível e tranquilizador para quem é leigo e protagonista de uma
situação de transferência. Posso dizer do meu psiquiatra que ele tem sido
ético e se enquadra perfeitamente dentro do que foi indicado por
Freud.Aliás, o que li coincide também com o esclarecimento do meu
psiquiatra, de quem sou cliente há dois anos e me sinto visivelmente melhor
do que antes de começar a terapia.

Tatiana Lucena há 11 anos


Nossa me identi quei muito com a sua resenha a nal estou estudando
sobre isso agora mesmo na faculdade e estou simplesmente ADORANDO
!!!! Parabéns pela resenha e se quiser sinta-se a vontade de passar pelo
meu cantinho.

Norma De há 11 anos
Suas resenhas são muito claras para uma leiga como eu. o texto uido
assemelha-se a uma exposição oral. Aprendo com o que você escreve,
parabéns.

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