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PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO – MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS

FARIA, SUELI DE FATIMA


BIBFEA/UNICAMP – Rua Monteiro Lobato, 80 Cidade Universitária Z. Vaz – sulaff @ fea.unicamp.br

RESUMO

Dando continuidade ao estudo realizado pelas autoras sobre as competências organizacionais e as


do profissional da informação, este trabalho investiga as competências bibliotecárias da Unicamp, no
plano coletivo ou institucional. Trata-se de um mapeamento experimental onde buscou-se obter o
conhecimento das competências dos bibliotecários através de uma amostragem, formada através de
adesão. Os materiais utilizados na pesquisa foram um formulário com questões sobre as
competências previamente definidas, a lista eletrônica dos bibliotecários do Sistema de Bibliotecas e
um mail exclusivo para as devolutivas. A formulação das questões baseou-se na metodologia de
verificação do comportamento das pessoas em relação às suas competências, por meio de auto-
análise. O resultado apontou que 15% das competências coletivas estão fracas, 33% estão em grau
médio e 52% fortes na opinião dos participamtes. Considerou-se a necessidade de fazer alguns
ajustes na metodologia e elaborar um plano de comunicação junto ao segmento para passar à
próxima fase e aplicar outros testes até a validação das respostas, seguindo para as fases seguintes.

PALAVRAS-CHAVES: Mapeamento de competências – Bibliotecário – Gestão do Conhecimento

INTRODUÇÃO

As organizações estão atuando em ambientes cada vez mais dinâmicos e complexos, demandando
transformações nas competências dos indivíduos. Vêm sendo desenvolvidas estratégias para
capturar e disseminar aquilo que aprendem ao longo do tempo, facilitar o compartilhamento de idéias
e experiências, eliminar as barreiras funcionais, impulsionar melhores práticas e gerir seu capital
intelectual. O compartilhamento de idéias e experiências se dá mediante a gestão de pessoas, e esta
pressupõe a gestão das competências individuais e institucionais, que por sua vez requer o
mapeamento das competências. Uma ferramenta que vem sendo utilizada é o Inventário
Comportamental das Competências que possibilita levantar os pontos fortes, que tornam as pessoas
aptas para algumas tarefas, e os pontos fracos, que devem ser aperfeiçoados para que o profissional
possa investir no desenvolvimento daquelas consideradas importantes para o campo no qual
pretende atuar. Seguindo as tendências das organizações, propõe-se no presente a verificação
comportamental das competências dos bibliotecários da Unicamp, tendo como objetivo:- levantar as
potencialidades dos bibliotecários, bem como os déficits; e traçar um modelo que possibilite mobilizar
conhecimentos, habilidades e experiências que agreguem valor à Biblioteca e ao profissional.

METODOLOGIA

Após fase de aprendizado, buscou-se estabelecer o escopo e passar à etapa experimental 1,


modelada para um teste piloto com 64 questões acerca das Competências Organizacionais e da Área
de Biblioteconomia, abrangendo os Conhecimentos Técnicos, as Habilidades e Atitudes desdobradas
das competências-chaves. Os perfis das competências foram traçados a partir da literatura, do Planes
Unicamp e da CBO. O modelo enumerava uma série de competências, através das descrições e
conceitos sem nominá-las, para a auto-análise mediante pontuação na escala de 0 a 10, levando em
conta o grau de desenvolvimento e capacitação do indivíduo. A legenda designava 0 a 3 para as
questões consideradas “fracas” e com necessidade de desenvolvimento, 4 a 7 para as consideradas
“médias” ou equilibradas, e 8 a 10 para as bem desenvolvidas e “fortes”. A participação se deu por
adesão e sem identificação, tendo em vista a verificação das competências coletivas e não
individuais. O teste foi enviado para a lista eletrônica dos bibliotecários, com carta explicativa e para
as devolutivas foi criado um e-mail exclusivo.

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RESULTADOS E ANÁLISE DAS COMPETÊNCIAS COLETIVAS

A pesquisa teve adesão de 21% dos bibliotecários do Sistema de Bibliotecas, no prazo de três dias.
As competências foram agrupadas em organizacionais (21), conhecimentos técnicos (23), atitudes
(10) e habilidades (10). Os gráficos dos resultados seguem a divisão.

O gráfico 1 indica o percentual dos valores atribuídos ao elenco de competências.

Gráfico 1 - GRAU DE COMPETÊNCIAS COLETIVAS BIBLIOTECÁRIAS


GRAFICO 1: Verificou-se que
FRACAS 15% (241 pontos) das
15% competências precisam ser
desenvolvidas/ “fracas”,
33% (524 pontos) encontram-
se em grau “médio”, e 52%
FORTES (836 pontos) estão bem
MEDIAS
52% desenvolvidas ou “fortes”.
33%

Fig.1 – Grau de competências coletivas bibliotecárias.

Os gráficos 2 a 5 apontam a distribuição dos valores médios por competência.

FOCO CLIENTE A REA S 8


EQUIP E E REDE 8
Gráfico 2 - COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS COM UNICA ÇÃ O 8
M OB ILIDA DE FISICA 8
FOCO RESULTA DOS 7
9 FOCO CLIENTE B IB 7
8 M UDA NÇA S 7
A UTO-IM A GEM 7
7 TEM P O EXECUÇÃ O 7
6 CRIA TIVIDA DE 7
SUSTENTA B ILIDA DE 7
5 REA LIZA ÇÃ O 7
4 LIDERA NÇA 7
EM OCIONA L 7
3
A NÁ LISE E SÍNTESE 7
2 GESTÃ O P ROCESSOS 6
VISÃ O SISTÊM ICA 6
1
CULTURA 6
0 INOVA ÇÃ O 6
P LA NO OP ERCL. 5
P LA NES 5
Fig. 2 – Competências organizacionais: FORTES: 19% - 4 observações; MÉDIAS: 81% - 17
observações. POUCO DESENVOLVIDAS: 0% - nenhuma observação.

DISSEM INA ÇÃ O/M EDIA ÇÃ O 9


Gráfico 3 - CONHECIMENTO TÉCNICO TERM INOLOGIA DA Á REA 8
FONTES INFO 8
LINGUA GENS DOCUM ENTA RIA S 7
9 SISTEM A S DE A CERVOS 7
M EM ÓRIA INSTITUCIONA L 7
8 NORM A S TÉCNICA S 7
ESTUDO DE COM UNIDA DES 7
7
P LA N. ESP A ÇO FÍSICO 7
6 DEFINIÇÃ O DE INDICA DORES 7
GESTÃ O DE COLEÇÕES 7
5 CA P A CITA ÇÃ O USUÁ RIO 7
IM P LA NTA ÇÃ O SERVIÇOS 6
4 CA P TA ÇÃ O CONHECIM ENTOS 6
REP RESENTA ÇÃ O DESCRITIVA 6
3 P LA NOS DE M A RKETING 6
P RESERVA ÇÃ O DE A CERVOS 6
2
P RODUTOS INFO 6
1 P ROCESSOS SELETIVOS 6
A SSESSORIA A P UB LICA ÇÕES 6
0 B IB LIOM ETRIA 5
B A NCOS/SISTEM A S DA DOS 5
Fig.3 – Conhecimento técninco: FORTES: 13% - observações; MÉDIAS: 83% - 19 LIB RA S E LETRA S 2
observações; FRACAS: 4% ou 1 (uma) observação.
2
Gráfico 4 - HABILIDADES
CONTEXTUA LIZA ÇÃ O 8
P RIORIZA ÇÃ O 8
ORGA NIZA ÇÃ O 8
CONTROLE OP ERA CIONA L 8
CA P TA ÇÃ O DE CONHECIM ENTOS 8
FLEXIB ILIDA DE 8
P OLÍTICA S 7
A LOCA ÇÃ O DE RECURSOS 6
P ROCESSOS /DESENHO 6
P RINCÍP IOS DA QUA LIDA DE 6

Fig. 4 – Habilidades:- FORTES: 60% - 6 observações; MÉDIAS: 40% - 4 observações. FRACAS: 0 observações.

Gráfico 5 - ATITUDES

CORTESIA 9
QUA LIDA DE A TEND. 9
COM P ROM ETIM ENTO 9
ÉTICA 9
FEEDB A CK 9
SENSIB ILIDA DE 9
A TUA LIZA ÇÃ O 8
P ROA TIVIDA DE 8
EM P REENDORISM O 8
P RODUTIVIDA DE 7

Fig. 5- Atitudes:: FORTES – 90% - 9 observações; MÉDIAS: 10% - 1 (uma) observação.


ATITUDES POUCO DESENVOLVIDAS: 0% - nenhuma observação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O número de adesões foi considerado satisfatório para um piloto. Observou-se, que as competências
menos desenvolvidas se referem às de práticas menos cotidianas, contudo com indicadores mínimos
da “falta” de aprimoramento (15%). Cabe lembrar que o processo de mapeamento de competências
deve passar por outras fases de verificação, antecedida da sensibilização e conceitualização, além de
ajustes. Após o processamento dos resultados e próximas análises, promover-se-á o feedback e a
validação do mapa para compor o banco de competências.

REFERÊNCIAS

Sueli F. Faria et al. Competências do profissional da informação: uma reflexão a partir da


Classificação Brasileira de Ocupações. Ci. Info. Brasília, v.34, n.2, p.26-33, maio/ago. 2005.
Maria R.Gramigna. Modelo de competências e gestão dos talentos. São Paulo: Makron Books;
Pearson Education do Brasil, 2002. 161p.
Consultoria Alba. Projeto MAPCOM: mapeamento de competências dos engenheiros politécnicos da
USP. São Paulo: Associação dos Engenheiros Politécnicos, 2004.

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